Jean-Jacques Henchoz não renova contrato com Hannover Re. Clemens Jungsthöfel será o novo CEO

  • ECO Seguros
  • 12 Novembro 2024

Henchoz continuará a prestar serviços em funções não executivas e de consultoria. Resseguradora considera que Jungsthöfel “provou a sua experiência excecional" para o cargo.

O diretor-executivo da Hannover Re, Jean-Jacques Henchoz, não vai renovar o contrato com resseguradora e Clemens Jungsthöfel foi nomeado para o substituir a partir de 1 de abril do próximo ano, segundo comunicado da empresa.

Jean-Jacques Henchoz, diretor-executivo cessante da Hannover Re e Clemens Jungsthöfel atual CFO assumirá funções de CEO a 1 de abril.

Há cinco anos na empresa, Henchoz vai abandonar a direção executiva a 31 de março de 2025, mas continuará a prestar serviços à empresa em funções não executivas e de consultoria.

No período em que Jean-Jacques Henchoz liderou a Hannover Re a capitalização de mercado da resseguradora quase duplicou para cerca de 29 mil milhões de euros, e, nos últimos seis anos, o retorno sobre o capital próprio foi em média de 14,7%.

Henchoz afirmou que vai assegurar “uma transferência ordenada para Clemens Jungsthöfel”que é atualmente Chief Financial Officer (CFO) da resseguradora e que considera ser “a escolha perfeita” para a sua sucessão. Diz que “provou a sua experiência excecional” nos últimos tempos como CFO da resseguradora e da seguradora de empresas e especialidades HDI Global.

Já a substituir Jungsthöfel como CFO será Christian Hermelingmeier, que é CFO da HDI Global SE desde setembro de 2020. Este é também presidente do Conselho de Administração da HDI Reinsurance Ireland SE. Durante o seu mandato como CFO da HDI Global SE, a quota internacional do negócio da seguradora aumentou de 50% para 75% dos prémios, indica o comunicado.

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Êxito da COP29 depende de metas ambiciosas para travar aquecimento, diz Moreira da Silva

  • Lusa
  • 12 Novembro 2024

Esta é uma COP "cujo êxito depende única e exclusivamente em saber se temos uma meta ambiciosa ou não para ajuda pública", disse o português Jorge Moreira da Silva.

O diretor-executivo da agência da ONU para as infraestruturas e gestão de projetos, Jorge Moreira da Silva, afirmou esta terça-feira que o êxito da COP29 dependerá da definição de uma meta ambiciosa para financiamento da descarbonização e do compromisso de ajuda pública dos Estados do Norte aos Estados do Sul.

Esta é uma COP (Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas) “cujo êxito depende única e exclusivamente em saber se temos uma meta ambiciosa ou não para ajuda pública”, disse o português Jorge Moreira da Silva, considerando “essencial a ajuda dos Estados do Norte aos Estados do Sul” para travar o aquecimento global.

O diretor-executivo da agência da ONU para as infraestruturas e gestão de projetos alertou, na 29.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP29), em Baku, que esta “não pode de maneira nenhuma ser desvalorizada em relação à sua ambição”, já que se daqui não saírem “novas metas de descarbonização” não será possível “alcançar um bom acordo no Brasil (onde em 2025 decorrerá a COP 30) que nos coloque na linha do limite do aumento da temperatura para 1,5 graus em vez dos 2,6 ou 2,8 de que hoje, infelizmente, já se fala”.

Aludindo a “um gap de financiamento enorme no apoio à descarbonização”, Moreira da Silva afirmou que, ainda que a COP29 decorra sem a presença de alguns líderes políticos de vários países, o mundo “não de pode dar ao luxo de ter um fracasso” na conferência que decorre em Baku, capital do Azerbaijão, até ao dia 22 de novembro.

Vincando que só se conseguirá “preservar o equilíbrio planetário” se se conseguir limitar o aumento da temperatura a valor, Jorge Moreira da Silva alertou para um cenário em que existirão “quase 1.000 milhões de pessoas no mundo a viver em zonas desertificadas ou com stress hídrico”.

O português considerou que, independentemente do número de Chefes de Estado e de Governo, a participar na cimeira “nada poderá servir de desculpa para não se atingir um resultado o mais ambicioso possível”. Ou seja, rever a meta de 100 milhões de euros por ano, estabelecida há duas décadas, e “mudar a escala dos bilion dólares para os trillion dólares”.

Os governos “podem fazer conversas sobre limites políticos, mas nenhum limite político responderá ao problema do limite físico” que obriga a atingir a neutralidade carbónica em 2050, o que implica “uma redução de 42% de redução das emissões até 2030” e “seis trillion dólares de investimento por ano”.

O antigo ministro do Ambiente avisa que se podem fazer “discursos muito bonitos a favor da descarbonização, da promoção das renováveis, das tecnologias limpas” mas, “se na hora da verdade os países do Norte, que são ricos, não apoiaram os países do Sul na descarbonização, não vai funcionar”.

Os países do Sul “enfrentam ainda pobreza e desigualdades: 700 milhões de pessoas não têm eletricidade, dois mil milhões de pessoas não têm forma de cozinhar de forma limpa, como ainda por cima são os países que para superarem a pobreza vão produzir mais emissões”. Portanto, conclui, “isto não é caridade, é solidariedade e, mais do que isso, é um investimento” na ação climática global.

À margem da conferência, Jorge Moreira da Silva lançou ainda o desafio às empresas e aos países para que “não se limitem a descarbonizar” e para que avancem com “parcerias verdadeiras” entre Norte e Sul para que ambos os lados do mundo fiquem mais verdes. A COP29 decorre em Baku, capital do Azerbaijão, até ao dia 22 de novembro.

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OPA do BBVA ao Sabadell sofre revés na concorrência espanhola

  • ECO
  • 12 Novembro 2024

O regulador decidiu lançar uma investigação profunda sobre o negócio de 11 mil milhões de euros "à luz das circunstâncias da transação e o potencial impacto na efetiva concorrência".

O BBVA sofreu um duro revés junto da autoridade da concorrência espanhola na oferta pública de aquisição (OPA) sobre o rival Sabadell. O regulador decidiu lançar uma investigação profunda sobre o negócio de 11 mil milhões de euros “à luz das circunstâncias da transação e o potencial impacto na efetiva concorrência”.

A Comisión Nacional de los Mercados y la Competencia (CNMC) anunciou esta terça-feira que irá submeter a operação à chamada “fase 2”, que lhe dará mais três meses para avaliar a OPA hostil lançada em maio e ouvir mais partes interessadas no processo.

A decisão da CNMC era de alguma forma esperada pelos analistas tendo em conta que a transação tem levantado fortes críticas não só dentro da administração do Sabadell, mas também do Governo espanhola e das regiões autónomas.

Porém, representa um duro revés nos interesses do BBVA, pois esperava que o regulador pudesse aprovar o negócio com poucos remédios (como aconteceu com o CaixaBank/Bankia).

Em vez disso, uma análise mais profunda poderá implicar soluções regulatórias mais exigentes para o banco liderado por Carlos Torres, que já disse, entretanto, que irá trabalhar “de forma construtiva” com a CNMC no sentido de chegar a um compromisso para avançar com a OPA.

O Sabadell considera que uma fusão teria impacto negativo nas condições de concorrência no mercado de crédito às pequenas e médias empresas espanholas.

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Autarca de Braga pede ao Governo para não ceder a pressões na recolha e tratamento de resíduos

Ricardo Rio diz que a possibilidade de mudança do método de cálculo representa sérios riscos para a sustentabilidade financeira do sistema de gestão de resíduos.

O presidente da Câmara Municipal de Braga pretende que o Governo não altere o despacho relativo às contrapartidas financeiras da recolha seletiva e triagem de resíduos. “A alteração de cálculo das contrapartidas poderá acarretar um impacto financeiro negativo significativo para a Braval [empresa que procede à valorização e tratamento dos resíduos sólidos no Baixo Cávado], conduzindo a um défice estimado de meio milhão de euros anuais”.

Para o autarca, “o modelo agora estabelecido reflete, de forma justa, o princípio da responsabilidade alargada do produtor, ao mesmo tempo que salvaguarda a sustentabilidade e a estabilidade financeira dos sistemas de gestão de resíduos urbanos”.

O Governo publicou, a 29 de outubro, um diploma que aprova o modelo de cálculo e determina os valores de contrapartidas financeiras pela recolha seletiva de resíduos de embalagem e triagem, ou apenas pela triagem, a aplicar a partir de janeiro de 2025.

O autarca social-democrata mostra-se, assim, apreensivo quanto às pressões públicas para a alteração do despacho (n.º 12876-A/2024) que regula o cálculo das contrapartidas financeiras para os Sistemas de Gestão de Resíduos Urbanos (SGRU) em relação à recolha seletiva e triagem de resíduos de embalagem.

O município, que detém a maioria do capital da Braval, espera que o Executivo de Luís Montenegro tenha em conta “os efeitos de qualquer alteração no despacho e preserve as condições necessárias para manter a gestão de resíduos urbanos na região financeiramente sustentável, em prol de um serviço de qualidade para todos os habitantes”.

A possibilidade de mudança do método de cálculo representa sérios riscos para a sustentabilidade financeira do sistema de gestão de resíduos, prejudicando entidades como a Braval e os municípios acionistas, tal como sucedeu ao longo dos últimos 29 anos, em que estes custos não foram devidamente ressarcidos.

Ricardo Rio

Presidente da Câmara Municipal de Braga

“Neste despacho é preconizado que os referidos custos devem ser determinados em cenário de eficiência e devem incluir os custos de investimento, financiamento, exploração e ainda de estrutura associados às atividades referidas”, começa por detalhar o autarca social-democrata.

Para Ricardo Rio, “a possibilidade de mudança do método de cálculo representa sérios riscos para a sustentabilidade financeira do sistema de gestão de resíduos, prejudicando entidades como a Braval e os municípios acionistas, tal como sucedeu ao longo dos últimos 29 anos, em que estes custos não foram devidamente ressarcidos”.

Assim, assume-se que venha a resultar num aumento da tarifa de deposição de resíduos, “que poderá subir num valor de até dez euros por tonelada de resíduos, sobrecarregando os munícipes da região”, assinala.

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Aguiar-Branco pede aos partidos para evitarem banalizar os votos de pesar

  • Lusa
  • 12 Novembro 2024

José Pedro Aguiar-Branco referiu que nos primeiros seis meses da legislatura foram apresentados 109 votos de pesar, “o que se traduziu num aumento exponencial".

O presidente da Assembleia da República assinalou aos líderes dos diferentes grupos parlamentares que se verifica um “aumento exponencial” dos votos de pesar apresentados na presente legislatura e convidou-os a refletirem para evitar uma banalização.

Esta posição de José Pedro Aguiar-Branco sobre os votos de pesar, que são normalmente lidos e votados nas reuniões plenárias de sexta-feira, consta da súmula da conferência de líderes parlamentares de 22 de outubro e que foi esta terça-feira divulgada pela Assembleia da República.

Nessa reunião da conferência de líderes, José Pedro Aguiar-Branco referiu dados estatísticos da atividade dos primeiros seis meses da presente legislatura, apontando que foram apresentados 109 votos de pesar, “o que se traduziu num aumento exponencial, quando comparado com as duas anteriores legislaturas”.

Nesse sentido, convidou os grupos parlamentares “a uma reflexão sobre quem deveria ser agraciado e se haveria justificação para elaborar votos de pesar sobre todas as mortes, sob pena de se banalizar este instrumento”.

Perante este repto de José Pedro Aguiar-Branco, os líderes parlamentares do Bloco de Esquerda, PS e Iniciativa Liberal, bem como o vice-presidente do parlamento Pacheco de Amorim, do Chega, concordaram que o aumento exponencial de votos de pesar poderia concorrer para a sua banalização.

De acordo com o relato constante na súmula da conferência de líderes, o presidente da bancada do Chega, Fabian Figueiredo, acentuou que não deve existir luta política em torno deste instrumento e que importa haver alguma ligação à família do homenageado antes de se apresentar um voto de pesar” – posição que mereceu o desacordo da líder parlamentar da Iniciativa Liberal, Mariana Leitão.

Mariana Leitão alegou que “não poder haver partidos donos dos homenageados”, ponto em que foi secundada pelo líder parlamentar do Chega, Pedro Pinto, que defendeu que “não fossem lidos e votados mais do que seis votos à sexta-feira para não prolongar a sessão” plenária.

Em relação a esta questão, a líder parlamentar do PS, Alexandra Leitão, observou que “muitos votos são debatidos e votados em comissão, nomeadamente na 12.ª [Comissão de Transparência], mas que, ainda assim, não deixam de ser em grande número” os que chegam a plenário.

Na mesma reunião, o presidente da Assembleia da República lançou ainda um debate sobre a dimensão dos títulos das iniciativas legislativas. Perguntou se, no momento das votações, em concreto, seria importante ler a descrição completa, “sacrificando a rapidez da votação em prol de uma maior clareza, nomeadamente para quem segue os trabalhos pelo Canal Parlamento”.

Neste ponto, a favor de uma leitura mais completa manifestou-se a líder parlamentar do Livre, Isabel Mendes Lopes, defendendo que conferirá uma maior dignidade ao processo. O líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, contrapôs, que isso irá atrasar as votações, que são já um processo longo.

Segundo a súmula, Hugo Soares “referiu, ainda, não haver necessidade de se proceder à votação por levantados e sentados, na medida em que a leitura das votações já indicava os sentidos de voto” – posição que mereceu o acordo do vice-presidente da bancada socialista Pedro Delgado Alves.

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Segurança Social alerta para novo SMS fraudulento sobre dívida

  • Lusa
  • 12 Novembro 2024

O instituto avisa que a nova mensagem diz respeito a um suposto pedido de liquidação de dívida para evitar a execução.

O Instituto da Segurança Social (ISS) alertou esta terça-feira para uma nova tentativa de fraude por SMS que está a circular sobre um suposto pedido de liquidação de dívida para evitar a execução. “Alerta-se para uma tentativa de fraude recebida por SMS”, lê-se numa nota publicada no site do Instituto da Segurança Social.

O instituto liderado por Octávio Félix de Oliveira adianta, que, na mensagem fraudulenta consta o seguinte texto: “Tem dívidas à Segurança Social sujeitas a cobrança a partir de 06-10-2024 pague ainda hoje e evite execuçao Ent: 11249 Ref: 550244103 Valor: 524,95 Eur”.

“Estas mensagens são fraudulentas e não são provenientes da Segurança Social, permitindo aos seus autores obter ilegitimamente valores decorrentes de supostas dívidas à Segurança Social”, avisa o organismo.

A Segurança Social lembra ainda que “situação de dívida deverá ser sempre confirmada junto dos serviços da Segurança Social, através da Linha Segurança Social 210 545 400 ou 300 502 502, dias úteis, das 9h00 às 18h00”.

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“Vamos investir muito mais em deeptech”, diz vice-presidente da Portugal Ventures

Até outubro, o mercado nacional viu subir 75% o investimento face a 2023. Apesar de Portugal representar menos 5% do total de investimento na Europa "é um caminho prometedor", diz Teresa Fiúza.

“Estamos a investir muito e vamos investir mais em deeptech“, assegura Teresa Fiúza, vice-presidente da Portugal Ventures, na Web Summit Lisboa, cimeira tecnológica a decorrer até 14 de novembro na FIL.

Teresa Fiúza mostrou-se “otimista” quanto à evolução do investimento no ecossistema europeu, mas mais entusiasmada com o crescimento do investimento em Portugal. Até outubro, o mercado nacional registou uma subida de 75% face a todo o ano de 2023. Apesar de Portugal representar menos 5% do total de investimento na Europa “é um caminho prometedor”, considera a responsável da sociedade de capital de risco do Banco Português de Fomento durante o painel “A global view of venture capital” (Uma visão global sobre venture capital), com Magdi Amin (African Renaissance Ventures) e Rodrigo Comazzeto (Crescera Capital).

“A UE criou muitos incentivos, em termos fundos específicos, investigação e colocação de startups em contacto com empresas maiores. Portanto, também estamos muito otimistas em relação ao futuro. Para a Europa é importante dar prioridade às clean tech, deeptech. Estamos a investir muito e pretendemos investir muito mais em deeptech“, diz. “Em termos gerais achamos que é difícil (obter investimento) para tickets maiores. Em termos de estágio inicial, tudo está bem. Os investidores continuarão a investir em estágios iniciais”, disse ainda responsável no painel sobre a evolução do investimento.

“Para Portugal estou otimista para a Europa e temos de ter sempre alguma contenção no otimismo porque temos também o tema da regulação, por exemplo. Que é fundamental, mas que se for exagerada põe-nos a correr em pistas diferentes do que nos EUA”, alerta Teresa Fiúza, ao ECO à margem do painel. “Não estou a dizer que há (excessiva regulação), mas que temos de ter cuidado para que não haja. Até sabermos exatamente o que aí vem temos que ser moderados“, clarificou quando instada pelo ECO.

A excessiva regulação foi um dos obstáculos apontados por Mario Draghi no seu relatório para a Comissão Europeia sobre como dinamizar a economia do continente.

“A realidade (é que) as startups concorrem no mercado global e eu não posso ter as minhas startups a concorrer com menos oportunidades do que as outras. Mas também dá confiança quer aos investidores, quer aos utilizadores, saber que há regulação. Temos é de encontrar a conta certa. Porque em IA, por exemplo, sempre o tema mais mais quente, estamos a trabalhar com dados, muitas vezes confidenciais, e portanto, como utilizadores e dadores desses dados temos de ter confiança no sistema que os vai tratar e a regulação ajuda”, reforça.

Papel do investidor público

Europa e Portugal têm de apostar mais em deeptech, defende a vice-presidente da Portugal Ventures. E o investidor público tem aqui um papel relevante. “Enquanto continente, mas também enquanto país, temos necessidade de desenvolver mais tudo o que tem a ver com deeptech. São normalmente projetos mais difíceis do ponto de vista do investidor privado, sobretudo porque são mais lentos e demoram mais tempo a chegar ao mercado. Por isso, a parte pública, isto é, nós, enquanto investidor público — mas também o Banco Português de Fomento, a ANI, o IAPMEI — temos que conjugar esforços para fazer com que isto possa acontecer de uma forma mais natural para as nossas startups, para depois virem os privados pegar em projetos e levá-los ao next level. Somos os primeiros degraus de uma escada“, diz.

Teresa Fiúza exemplifica o papel dinamizador do investidor público. “Tivemos há pouco tempo o exit de uma startup, por acaso investida pela Portugal Ventures, a CellmAbs, e o múltiplo é inimaginável. Se não tivessem tido este primeiro investimento público quando nasceram, não chegariam onde chegaram hoje, em que foram compradas pela BioNTech para fazer desenvolvimento de cura de dez linhas de investigação contra tumores sólidos. Foi um exit extraordinário”, diz com entusiasmo.

A biotecnológica especializada no tratamento de doenças graves como o cancro, e que surgiu em 2019 como uma spin-off da Universidade Nova de Lisboa, viu a sua propriedade intelectual adquirida pela alemã BioNTech SE, por um valor que poderá ultrapassar mil milhões de euros. Trata-se do maior exit de uma startup portuguesa, potenciado pelos investidores nacionais Portugal Ventures e Bionova Capital.

“Isto é deeptech. Quantas destas que estão aí [no mercado] que, se não as conseguirmos ajudar enquanto investidor público, se calhar não têm o mesmo caminho? É nisso que estamos a trabalhar”, vinca.

O Governo português, recorde-se, anunciou em julho criação de um fundo deeptech no ‘pacotão’ de 60 medidas para Acelerar a Economia, mas não são conhecidos mais detalhes. Aguarda-se para breve um anúncio.

Essa é uma das medidas que está a ser trabalhada com a nossa intervenção e sobre isso não gostaria de adiantar mais nada. Estou com expectativa de que seja brevemente anunciado”, disse António Dias Martins, diretor executivo da Startup Portugal, em recente entrevista ao ECO.

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Cerca de 40% das receitas da dona da Tabaqueira já não vem dos cigarros

A Philip Morris International (PMI) quer deixar de fazer cigarros e prevê que em 2030 dois terços das receitas venham do tabaco sem combustão. Novos produtos têm 33 milhões de utilizadores.

Miguel Coleta, Diretor Sustainability, Activation & Support da Philip Morris InternationalRicardo Castelo

A dona da Tabaqueira, a Philip Morris International (PMI), já gera 40% das suas receitas na venda de novos produtos, no chamado tabaco sem combustão (denominado Iqos). O objetivo é que os cigarros continuem a baixar, com dois terços das receitas a serem geradas através destes produtos menos nocivos para a saúde dos consumidores.

“A Tabaqueira começou a investir em 2008 nestes novos produtos [sem combustão]”, adiantou Miguel Coleta, Diretor Sustainability, Activation & Support da Philip Morris International, no Green Economy Forum, organizado pelo ECO. O responsável avança que, “hoje em dia cerca de 40% das receitas a nível global já vêm dos novos produtos e não vêm dos cigarros.” E a expectativa é que “até 2030 dois terços das receitas venham dos novos produtos“, que conta atualmente com 33 milhões de utilizadores.

Numa intervenção onde apresentou aquela que foi a transformação do modelo de negócio da Tabaqueira, para responder aos desafios da sustentabilidade, Miguel Coleta, adiantou que a PMI é “uma empresa com grande impacto social”, uma vez que o tabaco provoca dano na saúde dos consumidores. “Como estamos a fazer essa transformação do modelo de negócio? No nosso caso, esta visão de uma economia diferente significa deixar de fazer cigarros. Deixar os cigarros para trás. Esta é a contribuição que podemos dar.”

Através da tecnologia é possível dar ao consumidor o que ele busca, reduzindo a nocividade dos produtos, através da aniquilação da combustão“, explicou, acrescentando que, através da comercialização de cigarros sem combustão, “estamos a conseguir reduzir esses componentes nocivos em cerca de 95%.”

Miguel Coleta, Diretor Sustainability, Activation & Support da Philip Morris InternationalRicardo castelo

“Nos últimos 10 anos temos tido constantemente um bilião de fumadores no mundo e vamos ter um bilião de fumadores, mesmo que prevalência desça, com o aumento da população vamos ter um bilião. A questão é como podemos reduzir impacto na sociedade e responder a essa procura continuada de produtos de tabaco através de melhores produtos”, destaca.

A aposta nestes novos “cigarros” implicou uma transformação de negócio profunda, com mudanças na cadeia de valores. “Hoje temos eletrónica, temos um driver completamente diferente para o nosso negócio.”

Além da decisão de abandonar os cigarros, a Tabaqueira definiu uma estratégia e um objetivo para todos tópicos materiais. O objetivo é “integrar a sustentabilidade com atividades de negócio, quer seja no desenvolvimento de novos produtos, quer seja na mitigação dos produtos existentes.”

Para garantir sucesso nesta estratégia, “a performance anual nestas métricas reflete na compensação do senior management team da empresa. 30% remuneração depende da performance da empresa na área da sustentabilidade“, detalha.

Quanto à empresa em Portugal, Miguel Coleta destaca que a unidade industrial de Sintra foi uma das primeiras a atingir a neutralidade carbónica, sendo que a equipa que gere todos os dados de ESG está em Lisboa, assim como um grupo de informação tecnológica para prevenir o acesso de menores nos novos produtos.

Desde 2017, a Tabaqueira duplicou a equipa, contando atualmente com 1.500 colaboradores.

(Correção: 40% das receitas geradas pelos novos produtos dizem respeito à Philip Morris International e não à Tabaqueira)

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Protestos em Moçambique. Empresários calculam prejuízos de 354 milhões

  • Lusa
  • 12 Novembro 2024

As protestos contra os resultados eleitorais deixaram um rasto de destruição em Maputo. Os empresários moçambicanos indicam que 151 unidades empresariais foram vandalizadas.

Os empresários moçambicanos estimaram esta terça-feira em 24,8 mil milhões de meticais (354 milhões de euros) os prejuízos causados em 10 dias de paralisações e manifestações convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, com 151 unidades empresariais vandalizadas.

“Com estas manifestações acompanhadas pelas paralisações da atividade económica, constatamos que os setores de comércio, logística e transporte foram os mais afetados, sendo que as perdas totais e impacto no PIB (Produto Interno Bruto) totalizaram 24,8 mil milhões de meticais (354 milhões de euros), que são cerca de 2,2% do nosso PIB”, declarou o presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Agostinho Vuma.

Moçambique, e sobretudo Maputo, a capital, viveram paralisações de atividades e manifestações convocadas desde 21 de outubro por Venâncio Mondlane, que não reconhece os resultados das eleições gerais anunciados pela Comissão Nacional de Eleições, que dão vitória à Daniel Chapo e à Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder).

As manifestações, maioritariamente violentas, deixaram um rasto de destruição em Maputo, com registo de mortos, feridos, detidos, infraestruturas destruídas e estabelecimentos comerciais saqueados, sobretudo em 7 de novembro.

Em conferência de imprensa, em Maputo, o líder do setor empresarial moçambicano adiantou que as perdas causadas colocam em risco o alcance de crescimento económico de 5,5%, referindo que as marchas têm sido caracterizadas por “vandalizações e arrombamento de unidades empresariais”.

“Já foram afetadas cerca de 151 unidades empresariais em todo o país, sendo 80% nas cidades de Maputo e Matola”, declarou Agostinho Vuma, acrescentando que só as vandalizações já causaram custos de cerca de 45,5 milhões de dólares (cerca de 42,4 milhões de euros), colocando em risco mais de 1.200 postos de trabalho.

O presidente do CTA disse ainda que o setor dos transportes foi dos mais afetados, sobretudo na área metropolitana de Maputo, em que se reportou perda de receitas de cerca de 417 milhões de meticais [6 milhões de euros] em 10 dias de paralisações. “A interrupção do tráfego no corredor de Maputo levou a redução do fluxo normal de camiões, com uma média diária que tem sido de 1.100 a 1.200 camiões e que caiu para cerca de 300 camiões por dia”, referiu Vuma.

Ainda de acordo com dados do setor empresarial privado, o setor financeiro sofreu igualmente com o impacto, com redução da procura de crédito, redução das transações no mercado cambial em 73,3% diários, correspondendo a cerca de 60 milhões de dólares, tendo caído, só nos dias 24 e 25 de outubro, para 14 milhões de dólares/dia. O candidato presidencial Venâncio Mondlane apelou segunda-feira a um novo período de manifestações nacionais em Moçambique, durante três dias, a partir de quarta-feira, em todas as capitais provinciais, contestando o processo eleitoral.

Vamos nos manifestar nas fronteiras, nos portos e nas capitais provinciais. Todas as 11 capitais provinciais (…) Vamos paralisar todas as atividades para que percebam que o povo está cansado”, apelou, numa transmissão em direto na sua conta oficial na rede social Facebook, sobre a “quarta etapa” de contestação ao processo das eleições gerais de 9 de outubro, a qual, afirmou, terá “várias fases” – a anunciar posteriormente –, e que, disse, é também contra os “raptos e sequestros” e “contra o assassinato do povo”.

Mondlane tinha antes convocado paralisações nos dias 21, 24 e 25 de outubro, que se seguiram outras de sete dias, desde 31 de outubro, com protestos nacionais e uma manifestação concentrada em Maputo, a 7 de novembro, que provocou o caos na capital, com diversas barricadas, pneus em chamas e disparos de tiros e gás lacrimogéneo pela polícia, durante todo o dia.

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INEM assume que foi impossível cumprir serviços mínimos durante a greve

  • Lusa
  • 12 Novembro 2024

O presidente do INEM reconheceu que não conseguiu obter uma escala acima dos 70% de trabalhadores para os serviços mínimos durante a greve.

O presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) assumiu esta terça-feira que foi impossível cumprir os serviços mínimos durante a greve dos técnicos de emergência pré-hospitalar (TEPH), ao não conseguir obter uma escala acima dos 70% de trabalhadores.

“Apesar de nós termos emitido uma circular e contactado diversos trabalhadores, com muitos esforços, não conseguimos que a escala tivesse sido cumprida acima dos 70%”, disse aos jornalistas Sérgio Janeiro, após ter-se reunido com a ministra da Saúde, Ana Paula Martins. Questionado se os trabalhadores se recusaram a cumprir os serviços mínimos, Sérgio Janeiro disse que essa “situação vai ser avaliada e investigada”.

“Primeiro vai haver um processo de inquérito e, naturalmente, se houver lugar a processos disciplinares, naturalmente apuraremos responsabilidades. […] Nós vamos averiguar em detalhe todas as notificações que foram feitas e todo o contexto envolvendo desta situação, sustentou. As falhas no socorro por parte do INEM já serão responsáveis por 11 mortes nas últimas semanas e motivaram até ao momento sete inquéritos no MP, um dos quais já arquivado. Há ainda um inquérito em curso da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS).

Os alegados atrasos na resposta do serviço 112 e no encaminhamento para Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), do INEM, foram intensificados por uma greve de uma semana às horas extraordinárias dos técnicos de emergência pré-hospitalar, que pedem a revisão da carreira e melhores condições salariais.

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Governo reage com “surpresa” à eleição de Arons Carvalho para Conselho Geral Independente da RTP

  • Lusa
  • 12 Novembro 2024

É uma surpresa porque a RTP "precisa de paz social e o conselho devia ser moderação e árbitro", disse Pedro Duarte, que espera que os "profissionais da RTP continuem imunes a partidarização".

O governo reagiu esta terça-feira com “surpresa” à eleição de Alberto Arons de Carvalho para o Conselho Geral Independente (CGI) da RTP, apontando que a RTP “precisa de paz social”.

Na audição no parlamento no âmbito do Orçamento do Estado para 2025, o ministro dos Assuntos Parlamentares foi questionado sobre a eleição de Alberto Arons de Carvalho para o CGI da RTP, à qual disse ter reagido com “surpresa”.

Pedro Duarte salientou que “o Governo não tem de se pronunciar sobre isso”, mas não deixou de “manifestar surpresa” porque este órgão “está sem presidente eleito há anos, não se percebe porquê de um momento para o outro, quando saiu Leonor Beleza, de repente internamente foi eleito um novo presidente“.

É uma surpresa porque a RTP “precisa de paz social e o conselho devia ser moderação e árbitro”, explicou. O órgão precisava de um perfil que deve “lutar por menos militantismo e mais moderação”, defendeu, reiterando que a RTP “deve olhar para mais modernidade e não ultraconservadorismo”.

Mesmo assim, assegurou que o Governo “trabalhará com a RTP” e espera que os “profissionais da RTP continuem imunes a partidarização”.

Alberto Arons de Carvalho foi eleito para o cargo esta segunda-feira, substituindo Leonor Beleza que renunciou ao cargo de presidente do CGI da RTP no dia 4 de novembro. “Renunciei à qualidade de membro do CGI por considerar que não devo manter-me como tal quando pertenço à direção de um partido político”, afirmou Leonor Beleza, na altura.

O novo presidente do Conselho Geral Independente da RTP integra este órgão desde 2020 e foi nomeado pelo Governo da altura. Atualmente com 74 anos, começou a carreira como jornalista, profissão que exerceu entre 1974 e 1976, e foi professor universitário. Entre 1995 e 2002 foi secretário de Estado da Comunicação Social e, durante 23 anos, deputado pelo PS. Foi ainda membro do Conselho de Imprensa, Conselho de Informação para a Imprensa, Conselho de Informação para a RDP e, entre 2011 e 2017, vice presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social.

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No ESG, “não podemos distrair-nos” a olhar para as PME

Os especialistas dizem que não pode pedir-se a empresas de menor dimensão o mesmo que se exige a maiores capitalizações. Quanto à regulação, o caminho deve ser apostar na simplificação.

A regulamentação em matéria de ESG (critérios ambientais, sociais e de governance) colocou estes temas na agenda das empresas, com as grandes empresas a liderarem a implementação destes critérios na sua estratégia, enquanto as com menores capitalizações ainda olham para estas matérias como um fardo e não uma oportunidade. Segredo é olhar para o ESG como uma oportunidade e não como um custo.

As chamadas grandes empresas europeias representam 50% do valor acrescentado bruto (VAB). Não podemos distrair-nos a olhar para as micro, pequenas e médias empresas”, aponta Eduardo Moura, secretário-executivo do BCSD, no Green Economy Forum, organizado pelo ECO e que decorreu esta terça-feira, dia 12 de novembro, em Gaia.

Eduardo Moura, Secretário-Executivo do BCSDRicardo Castelo

Eduardo Moura destaca que, dentro das mais de 800 chamadas grandes empresas, há todo um universo de “700 empresas ou mais que nunca tinham olhado para isto [ESG]”, acrescentando ainda que há um grande número de outras pequenas e médias empresas em Portugal que são apenas sucursais de empresas europeias.

Perante estes números, o responsável nota que é preciso concentrar atenções nas empresas maiores, onde inclui também PME de maior dimensão, prestes a dar o salto para serem consideradas grandes empresas. “Não podemos estar a achar que todas as empresas vão fazer a mesma coisa que as grandes. Isso é insano e cria um stress inacreditável, que é contraproducente”, atira, referindo que não se pode pedir um plano de descarbonização e uma política de água. “As coisas têm de ser proporcionais e ajustadas no tempo”.

Para Eduardo Moura, “o facto de se ter regulamentado o ESG deu uma espécie de boost às empresas”, acrescentando que “o papel do regulador tem grande impacto naquilo que é a competitividade das empresas” e é preciso tornar pública a divulgação do Relatório Único, evitando que as empresas tenham que prestar informação diferenciada a várias entidades.

Para o secretário-executivo do BCSD, é importante “não complicar e obter do Estado a simplificação e otimização que dê força” a esta mudança, de modo a não perder esta “oportunidade de ouro”.

Cristina Melo Antunes, Diretora Sustainable Finance do Santander PortugalRicardo Castelo

Cristina Melo Antunes, Diretora Sustainable Finance do Santander Portugal, nota que há empresas em várias fases, sendo que no caso das PME, estas ainda “têm que fazer o seu caminho”. “Há um grande trabalho de aumentar o conhecimento do ESG”.

Se olhamos só para o ESG como números, isto é um custo para as empresas. Tem que se olhar como o que vou mudar para transformar o meu negócio”, refere.

No que diz respeito ao banco, Cristina Melo Antunes diz que o Santander é um “parceiro” das empresas. A forma de beneficiar as que cumprem métricas de sustentabilidade é através de condições de financiamento mais vantajosas. “Temos que garantir que empresa está a fazer caminho para transição”. Nestes casos há uma redução do spread.

Ana Sofia do Amaral, Sustainability Leader da L’Oréal PortugalRicardo Castelo

Na L’Óreal, o ESG é algo que “começa lá em cima”, aponta Ana Sofia do Amaral, Sustainability Leader da L’Oréal Portugal. A implementar o programa L’Óreal for the future, que estabele os compromissos da empresa para 2030 em termos de sustentabilidade, a responsável destaca que a multinacional vai precisar “de muita inovação e desenvolvimento no quadro nacional”.

Para a responsável, consumidores e parceiros são fundamentais na adoção desta estratégia. “É preciso pôr a empresa toda a trabalhar neste sentido“, aponta.

Por um lado, há que trabalhar a comunicação interna, para que as pessoas percebam o porquê das suas ações. Por outro, “a parte final do consumidor é muito importante”, porque os têm que ser informados e ter oportunidade de escolha. “Tudo isto é que vai fazer com que consigamos atingir as metas que temos pela frente”, conclui.

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