Auditora da KPMG diz que nunca se sentiu pressionada pelo BES

  • Lusa
  • 31 Outubro 2024

A auditora da KPMG Inês Viegas disse hoje, no julgamento do processo BES/GES, que nunca se sentiu pressionada por gestores do BES e que nunca esteve em causa a independência da sua equipa.

A auditora da KPMG Inês Viegas disse, no julgamento do processo BES/GES, que nunca se sentiu pressionada por gestores do BES e que nunca esteve em causa a independência da sua equipa. “A KPMG não se deixa pressionar”, disse Inês Viegas hoje na sessão de julgamento.

A revisora oficial de contas tinha sido questionada pelo advogado Paulo Amil (advogado de Pedro Almeida e Costa) sobre uma carta enviada à KPMG pelo administrador do BES Rui Silveira em que este afirmava que “a conclusão da KPMG só pode ser a mesma” da do banco. Esta questão criou um momento mais emocional na sala, recuando Inês Viegas que tal significasse uma pressão.

Questionada pela juíza se havia algum constrangimento em responder a perguntas sobre essa carta, Inês Viegas recusou, afirmando que nunca a KPMG teve a sua independência em casa. “Eu não sei porque é que o Dr. Rui Silveira achar por bem escrever isto implica que a KPMG tenha perdido a sua independência”, disse.

“Mesmo que ele achasse que era um tipo de pressão, nós não nos sentimos pressionados”, acrescentou a revisora oficial de contas.

Já questionada pelo advogado Paulo Amil (advogado de Pedro Costa) sobre se era normal essa relação entre o banco e o auditor externo, Inês Viegas disse não compreender bem a pergunta e que o trabalho é sempre “feito com independência”. Em 2015, na comissão de inquérito ao BES, Inês Viegas disse no parlamento que não foram “claramente” os auditores a falhar e a levar ao desmoronamento do Banco Espírito Santo (BES) e do Grupo Espírito Santo (GES).

“O que falhou? O que posso dizer é que não foram os auditores, claramente”, afirmou então, considerando que a KPMG “teve um papel importante” ao alertar para problemas identificados no banco e no grupo.

Ainda hoje, na sessão de julgamento, foi ouvido Ricardo Pires, que foi chefe de gabinete de Pedro Queirós Pereira. Ricardo Pires fez parte da equipa montada por Pedro Queirós Pereira para analisar as contas de empresas do GES e em que concluíram que, tendo em conta a dívida, a Espírito Santo International e a ES Control estavam em situação deficitária.

Ricardo Pires disse ainda que Pedro Queirós Pereira foi ao Banco de Portugal dar conta do estudo, mas que aí não esteve presente, e sobre o que fez o BdP com essa informação disse ‘não sei’.

Ricardo Pires referiu que o objetivo era “haver um descruzar de participações” entre o grupo Queirós Pereira e o grupo GES, o que acabou por acontecer com a venda de participações entre os grupos deixando um de ter posições em empresas do outro.

A venda dessas posições levou, na sua inquirição, o advogado José António Barreiros (advogado de Manuel Fernando Espírito Santo, primo de Ricardo Salgado) a dizer que para o grupo Queirós Pereira as ações dessas empresas valiam zero e que isso foi dizer ao Banco de Portugal mas que quando foi para vender já valiam.

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BPP: Supremo rejeita recurso e ordena prisão de ex-administrador Fezas Vital

  • Lusa
  • 31 Outubro 2024

O Supremo "entendeu que a apresentação deste último requerimento pretendia apenas obstar ao trânsito em julgado da decisão", E por isso determinou o cumprimento da pena de prisão de Fezas Vital.

O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou o recurso de Salvador Fezas Vital, ex-administrador do BPP, ordenando o cumprimento da sentença e da pena de prisão decretada, adiantou o tribunal superior em comunicado.

De acordo com o STJ, este tribunal superior “rejeitou hoje o recurso interposto por Salvador Pizarro de Fezas Vital que alegava a nulidade da composição do coletivo de juízes que em junho de 2024 decidira rejeitar o recurso interposto pelo mesmo arguido”.

“O Supremo Tribunal de Justiça entendeu que a apresentação deste último requerimento pretendia apenas obstar ao trânsito em julgado da decisão, e por isso determinou a baixa imediata dos autos para execução da sentença, incluindo o cumprimento da pena de prisão aplicada, podendo eventuais requerimentos futuros correr termos no Supremo Tribunal de Justiça”, lê-se no comunicado.

O tribunal recorda que em junho deste ano rejeitou um recurso de Fezas Vital “quanto à matéria civil e não tomou conhecimento do recurso interposto quanto à matéria penal”, tendo o ex-administrador do BPP apresentado recurso destes acórdãos em setembro para o Tribunal Constitucional, que não aceitou o recurso, tendo a decisão transitado em julgado a 10 de outubro.

“Dias antes deste trânsito, e mais de um ano volvido sobre aquelas decisões, o recorrente veio arguir a nulidade da composição do coletivo do Supremo Tribunal de Justiça que decidiu o recurso em junho de 2024”, explica o STJ.

Em comunicado, o tribunal explica que “decidiu hoje, por acórdão, indeferir a pretensão do arguido, com fundamento em caso julgado anteriormente neste processo, onde se considerou que o coletivo teria de ser constituído de acordo com a lei em vigor no momento em que se realizou o ato processual de distribuição; isto é, distribuição por sorteio apenas quanto ao juiz relator, sendo os juízes adjuntos os que se lhe seguiriam segundo a ordem de antiguidade no tribunal”.

Em causa está o processo em que Fezas Vital, o antigo fundador e administrador João Rendeiro e o também ex-administrador Paulo Guichard foram condenados por burla qualificada no caso do embaixador jubilado Júlio Mascarenhas e obrigados a pagar 225 mil euros por danos patrimoniais e 10 mil euros por danos morais ao diplomata.

Na base deste processo esteve a queixa do embaixador jubilado Júlio Mascarenhas que, em 2008, investiu 250 mil euros em obrigações do Banco Privado Português (BPP), poucos meses antes de ser público que a instituição liderada por João Rendeiro estava numa situação grave e ter pedido um aval do Estado de 750 milhões de euros.

Neste processo, com decisão em setembro de 2021, Salvador Fezas Vital foi ainda condenado como coautor material, pela prática de um crime de burla qualificada a uma pena de prisão efetiva de dois anos e seis meses.

Paulo Guichard e Fezas Vital foram ainda condenados em maio de 2021, num outro processo, a nove anos e seis meses de prisão, por fraude fiscal, abuso de confiança e branqueamento de capitais. Neste processo foi também condenado João Rendeiro (10 anos), bem como o ex-administrador Fernando Lima, a seis anos de prisão.

Salvador Fezas Vital, à semelhança do fundador e administrador do Banco Privado Português (BPP) entretanto falecido, João Rendeiro, e outros ex-administradores do banco como Fernando Lima e Paulo Guichard – já a cumprir pena – foi condenado por crimes económico-financeiros ocorridos entre 2003 e 2008, na sequência de se terem atribuído prémios e apropriado de dinheiro do banco de forma indevida, num processo que levou à insolvência da instituição, a muitos lesados e à fuga à justiça de Rendeiro, que acabou por ser capturado pela Polícia Judiciária na África do Sul, onde acabou por morrer na prisão.

O tribunal deu como provado que os arguidos João Rendeiro, Fezas Vital, Paulo Guichard e Fernando Lima retiraram 31,28 milhões de euros para a sua esfera pessoal, dos quais mais de 28 milhões foram retirados entre 2005 e 2008: João Rendeiro retirou do banco para si próprio 13,61 milhões de euros, Salvador Fezas Vital 7,77 milhões de euros, António Paulo Guichard 7,70 milhões de euros e Fernando Lima 2,19 milhões de euros.

O colapso do BPP, banco vocacionado para a gestão de fortunas, verificou-se em 2010, já depois do caso BPN e antecedendo outros escândalos na banca portuguesa. Apesar da sua pequena dimensão, teve importantes repercussões devido a potenciais efeitos de contágio ao restante sistema quando se vivia uma crise financeira.

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Depois do Washington Post ter anunciado que não apoia nenhum candidato, britânica The Economist apoia Kamala

"O Sr. Trump representa um risco inaceitável para a América e o mundo. Se The Economist tivesse um voto, nós o daríamos à Sra. Harris", afirma o título.

Cerca de uma semana após o Washington Post ter anunciado que quebraria a tradição e não apoiaria nenhum candidato às eleições presidenciais dos EUA, o endorsement chegou do continente europeu, com a britânica The Economist a declarar o seu apoio à ainda vice presidente dos EUA. Se a The Economist tivesse direito a voto, votaríamos em Kamala Harris“, afirma o título.

Um segundo mandato de Trump acarreta riscos inaceitáveis”, escreve em título o jornal. E explica porque o faz. “Na próxima semana, dezenas de milhões de americanos votarão em Donald Trump. Alguns o farão por queixa, porque acham que Kamala Harris é uma marxista radical que destruirá o seu país. Alguns são incendiados pelo orgulho nacional, porque o Sr. Trump inspira neles a crença de que, com ele na Casa Branca, a América permanecerá firme. No entanto, alguns optarão friamente por votar em Trump como um risco calculado”.

Entre estes últimos, estarão muitos leitores da The Economist. “Este último grupo de eleitores, que inclui muitos leitores do The Economist , pode não ver o Sr. Trump como uma pessoa com quem eles gostariam de fazer negócios, ou qualquer tipo de modelo para seus filhos. Mas provavelmente acham que quando ele era Presidente, fez mais bem do que mal“.

Lembrando que “bons presidentes unem o país” e que “o génio político do Sr. Trump é colocar as pessoas umas contra as outras”, a The Economist afirma que, com todos os seus defeitos – entre os quais ser “uma máquina política dececionante”, “ao lado do Sr. Trump, Kamala Harris representa estabilidade”.

“Os presidentes não precisam de ser santos e esperamos que uma segunda presidência de Trump evite o desastre. Mas o Sr. Trump representa um risco inaceitável para a América e o mundo. Se The Economist tivesse um voto, nós o daríamos à Sra. Harris”, conclui o título.

Em sentido contrário, o Washington Post anunciou no dia 25 que não apoiará nenhum dos candidatos e que se absterá de o fazer em futuras eleições. “Estamos conscientes de que esta decisão dará origem a muitas interpretações, que será vista como um apoio implícito a um dos candidatos, ou a rejeição de outro, ou como uma evasão às nossas responsabilidades de opinião”, escreveu William Lewis, publisher do jornal.

Nas eleições de 2008, 2012, 2016 e 2020, recorde-se, o proprietário do jornal e fundador da Amazon, Jeff Bezos, apoiou os candidatos presidenciais democratas. Vários media locais avançaram na última semana que o colunista Robert Kagan se demitiu após a decisão do Washington Post e sugeriram, também, que terá existiu pressão de Bezos para o Washington Post se manter neutral.

Já esta segunda-feira, o dono do The Washington Post respondeu, num artigo de opinião publicado no jornal. “A dura verdade: os americanos não confiam nos media”, escreve em título. “Os endossos presidenciais não fazem nada para inclinar a balança de uma eleição. Nenhum eleitor indeciso na Pensilvânia vai dizer: “Vou com o endosso do Jornal A”. Nenhum. O que os endossos presidenciais realmente fazem é criar uma perceção de parcialidade. Uma perceção de não independência. Acabar com eles é uma decisão de princípios, e é a certa. Eugene Meyer, editor do The Washington Post de 1933 a 1946, pensou o mesmo, e ele estava certo”, defende Jeff Bezos.

Entretanto, e de acordo com a Associated Press, mais de 200 mil subscritores terão cancelado a assinatura do The Washington Post após o título ter anunciado que não apoiaria nenhum candidato, ou seja, que não declarava o apoio a Kamala Harris.

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Orçamento do Estado para 2025 foi aprovado na generalidade com abstenção do PS

O primeiro orçamento do Governo de Luís Montenegro foi aprovado. PSD e CDS votaram a favor, PS absteve-se e os restantes partidos votaram contra. Debate na especialidade arranca a 22 de novembro.

Ao fim de mais de dez horas de debate, o Orçamento do Estado para 2025 (OE 2025) foi aprovado na generalidade, esta quinta-feira, na Assembleia da República, com os votos a favor do PSD e CDS, a abstenção do PS e os votos contra dos restantes partidos com assento parlamentar.

Aprovada nesta fase a primeira proposta orçamental do Executivo liderado por Luís Montenegro, segue-se o debate na especialidade que irá decorrer entre 22 e 29 de novembro, dia em que está prevista a votação final global do documento.

A votação do OE2025 aconteceu ao fim do segundo dia de debate na Assembleia da República, tendo as últimas sete horas ficado marcadas por trocas de acusações entre os partidos e críticas à proposta orçamental do Governo.

Logo pela manhã, na primeira intervenção do Governo, o ministro das Finanças começou por afirmar que “a margem disponível para estímulos orçamentais se encontra condicionada” pela necessidade de “manter as contas equilibradas”, de modo a preparar o país para eventuais choques futuros. Ainda assim, garante que a “ação deste Governo não deixará de se pautar pelo reformismo”, e que o próximo ano será prova disso.

“Contas equilibradas” foi também o mote da intervenção do ministro da Presidência, da parte da tarde, que garantiu que para alcançar esse feito o país não deve ficar “condenado a excedentes asfixiantes”. Segundo António Leitão Amaro, o OE2025 “mostra que em vez desse excedente asfixiante” pode “ter um equilíbrio virtuoso”, permitindo uma redução da “carga fiscal, que baixa”.

O ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento (C), ladeado pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro (E), e pelo ministro da Presidência, António Leitão Amaro (D), intervém durante a sessão plenária sobre o Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), na Assembleia da República, em Lisboa, 31 de outubro de 2024. ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSAANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

A promessa não convenceu os partidos. Iniciativa Liberal, PS e Bloco de Esquerda pediram, por diversas vezes, esclarecimentos sobre as previsões de crescimento económico, uma vez que a proposta orçamental difere do documento entregue à Comissão Europeia.

No plano orçamental de médio prazo entregue a Bruxelas, o Ministério das Finanças prevê uma aceleração do crescimento para 2,1% em 2025 e de 2,2% em 2026 abrandando para 1,7% em 2027 e 1,8% em 2028, num cenário de políticas invariantes. As projeções, embora o cenário para Bruxelas sejam em políticas invariantes, fixam-se abaixo das inscritas no programa eleitoral da Aliança Democrática (AD): 2,5% em 2025; 2,7% em 2026, 3% em 2027 e 3,4% em 2028.

As discrepâncias também são avistadas a nível dos salários. Por cá, o Executivo comprometeu-se para os próximos quatro anos no acordo em sede de Concertação Social com um referencial de aumento médio de remunerações de 4,6% e em Bruxelas de 3,9%. Mas sobre as discrepâncias, o Governo optou por não se pronunciar.

No entanto, o Executivo fez diferente em relação ao IRC, um dos temas quentes do debate desta quinta-feira. Joaquim Miranda Sarmento reiterou que o objetivo do Governo é “continuar a deixar a taxa de IRC” e que esse será um “esforço” levado a cabo ao longo da legislatura. Depois de falhar o acordo entre o Governo e o PS, a proposta de orçamento prevê uma redução de 21% para 20% no próximo ano.

Tanto o Bloco como o PCP mantiveram o seu descontentamento em relação à baixa deste imposto, alertando que existe um número reduzido de empresas que pagam o IRC. Por seu turno, e já nas palavras do ministro Pedro Reis, foi dada a garantia de que pelo menos 270 mil empresas beneficiaram deste alívio fiscal. E, que se dependesse do Governo, seriam ainda mais.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro (C), no final da sessão plenária sobre o Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), na Assembleia da República, em Lisboa, 30 de outubro de 2024. ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSAANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

Se faltam empresas a quem se aplique? Por isso queremos baixá-lo, para haver mais empresas que paguem e sejam mais competitivas”, afirmou o ministro da Economia em resposta aos deputados.

Mas a proposta de baixa do IRC do Governo não deverá ser a única a ser debatida na especialidade. André Ventura voltou a insistir, esta quarta-feira, antes do início do debate, que o partido irá propor na especialidade a redução da taxa do IRC em dois pontos percentuais (pp.), tal como previsto no programa do Governo, pressionando o Executivo a acompanhar a proposta.

O tema da Função Pública também foi um dos temas quentes deste plenário. Tanto PS, como Bloco, PCP e Livre pediram, em diversas ocasiões, esclarecimentos em relação à regra “um por um” na contratação para a administração pública – isto é, por cada trabalhador que sai é contratado um em alternativa –, mas em momento algum a dúvida foi esclarecida pelo Governo.

Paralelamente, foi exigido ao Executivo esclarecimentos sobre as autorizações legislativas que deram entrada na Assembleia da República e que sugerem mexidas na legislação laboral (sobre o regime de greve, doença e férias). Um dia antes, Luís Montenegro disse que se tratavam apenas de alterações “administrativas”, mas evitou dar detalhes. E esta quinta-feira, os restantes ministros evitaram mesmo responder à questão.

Regressados da pausa, os partidos preparavam-se para as intervenções finais. Bloco, PCP, Livre e PAN votaram contra a proposta orçamental do Governo, sem surpresas, enquanto o PS manteve o seu sentido de abstenção – que não se deverá manter na próxima fase da discussão. Alexandra Leitão, líder parlamentar dos socialistas, já tinha alertado que o partido não passa “cheques em branco“, aludindo ao debate na especialidade.

A líder parlamentar do Partido Socialista Alexandra Leitão, intervém durante a sessão plenária sobre o Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), na Assembleia da RepúblicaANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

 

A palavras da líder socialista não passaram despercebidas ao líder parlamentar do PSD que, na sua intervenção final, embora tenha saudado os socialistas por permitirem viabilização do documento, deixou um aviso: “Seria inadmissível que os mesmos que garantem viabilizar o orçamento aproveitassem a especialidade para o desvirtuar”, afirmou Hugo Soares.

Antes disso, Pedro Nuno Santos falava do púlpito para se demarcar da proposta do Orçamento. “Este não é e nem nunca será o Orçamento do PS. Não é o nosso orçamento, não tanto porque seja da responsabilidade do Governo da AD, mas porque traduz uma visão que não partilhamos do país e dos seus problemas e dos caminhos para o resolver”, afirmou o líder socialista.

Nuno Melo encerrou os discursos em nome do Governo para reiterar as palavras de Hugo Soares, dizendo que “seria completamente incompreensível que após a viabilização na generalidade” na fase de especialidade se assistisse a uma “espécie de conluio da oposição para aprovar medidas” que colocassem em causa os objetivos do documento.

“Seria muito estranho ver destruído na especialidade o que se construiu na generalidade. Esperamos do principal partido da oposição nada menos do que a mesma ética de responsabilidade“, disse o ministro da Defesa.

No final, e ao fim de longas horas de debate, o primeiro orçamento do Governo de Luís Montenegro foi mesmo viabilizado. Nas próximas semanas, os deputados darão início aos trabalhos no âmbito do debate da especialidade, seja elaborando contra propostas ou pedido esclarecimentos sobre aquelas que constam na proposta do Governo. A votação global final está agendada para o dia 29 de novembro.

Notícia atualizada às 18h15

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Radares apanharam quase 275 mil condutores em excesso de velocidade no primeiro semestre

  • Lusa
  • 31 Outubro 2024

O número de condutores fiscalizados no sistema de radares da responsabilidade da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária aumentou 83,8%, entre janeiro e junho

Quase 275 mil condutores foram apanhados em excesso de velocidade pelos radares geridos pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) no primeiro semestre do ano, um aumento de 47% face ao mesmo período de 2023.

Segundo o relatório da ANSR de sinistralidade a 24 horas e fiscalização rodoviária de junho de 2024, o número de condutores fiscalizados no sistema de radares da responsabilidade da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária aumentou 83,8%, entre janeiro e junho, face a período idêntico de 2023.

O relatório dá conta de que nos cinco primeiros meses do ano, foram fiscalizados 114.363.110 automóveis que passaram pelos radares do Sistema Nacional de Controlo de Velocidade (Sincro), enquanto em igual período do ano de 2023 foram 62.230.359. As multas que resultaram da fiscalização dos radares do Sincro aumentaram 47,3%, passando de 186.175 de janeiro a junho de 2023 para 274.257 no mesmo período deste ano.

“Em relação ao principal tipo de infração, o excesso de velocidade, assinalam-se os acréscimos de 47,3% no sistema SINCRO da ANSR, enquanto se registaram decréscimos de 54,6% na PSP e de 32,2% na GNR”, precisa o documento. O relatório destaca também que, entre janeiro e junho, as autoridades fiscalizaram 118,9 milhões de veículos e detetaram 453,6 mil infrações, o que representa um aumento de 3,4% face ao período homólogo do ano anterior.

De acordo com o documento, cerca de 70% do total de infrações registadas nos seis primeiros meses do ano foi referente a excesso de velocidade, que registou um aumento de 19,5%. Nas restantes tipologias de infrações verificaram-se decréscimos, destacando-se, para além das relativas ao cinto de segurança e da utilização do telemóvel (-46,1% e -32,7%, respetivamente), as relativas aos sistemas de retenção para crianças (-25,9%).

Relativamente à condução sob a influência de álcool, o número de infrações diminuiu 24,4% nos primeiros seis meses do ano, que totalizaram 12.896, enquanto no mesmo período do ano passado tinham totalizado 17.052. A ANSR indica também que a criminalidade rodoviária, medida em número total de detenções, diminuiu 40,2% por comparação ao período homólogo de 2023, atingindo 10,9 mil condutores.

Do total, 56,7% deveu-se à condução sob a influência de álcool (-38,5%), seguindo-se 33,4% por falta de habilitação legal para conduzir (-43,5%). Até junho de 2024, cerca de 708,6 mil condutores perderam pontos na carta de condução. Desde junho de 2016, data de entrada em vigor do sistema de carta por pontos, 3.257 condutores ficaram com o seu título de condução cassado, indica ainda a ANSR.

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Ambientalistas tentam travar Barragem do Pisão em tribunal

  • Lusa
  • 31 Outubro 2024

Sete organizações não-governamentais interpuseram um recurso em tribunal para travar a Barragem do Pisão. Alegam que o projeto "não tem interesse público" e envolve "graves impactos negativos".

Sete organizações não-governamentais de ambiente (ONGA) interpuseram um recurso em tribunal para procurar travar a obra da Barragem do Pisão, no concelho de Crato, argumentando que o projeto “não tem interesse público” e envolve “graves impactos negativos”.

Em comunicado enviado esta quinta-feira à agência Lusa, as ONGA que constituem a Coligação C7 referiram que “continuam a bater-se em tribunal contra a Barragem do Pisão”, que vai ‘nascer’ no distrito de Portalegre. As entidades, pode ler-se, contestam “o suposto interesse público da obra” e alertam para “os graves impactes ambientais negativos referidos no Estudo de Impacte Ambiental (EIA)”.

“No mais recente passo de um processo que dura desde 2022, as ONGA recorreram, a semana passada, da decisão do tribunal, que decidiu não decretar a providência cautelar que obrigaria à paragem da obra”, revelaram. A C7 defendeu que “a construção da Barragem do Pisão põe em causa os interesses da União Europeia, absorvendo fundos europeus num projeto que não respeita as suas estratégias e legislação”, pelo que esta obra “urge ser travada”.

“Estão em causa danos ambientais significativos e irreversíveis”, alegaram as sete ONGA. No comunicado, a C7 recordou que, em novembro de 2022, o Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA), apoiado pela LPN, Quercus e ZERO, interpôs “uma ação administrativa para a anulabilidade ou anulação do Título Único Ambiental (TUA)” da barragem.

“O próprio Ministério Público acompanhou esta posição” e colocou “uma ação semelhante em 2023, reforçando os argumentos contra este projeto”, acrescentou. Como o projeto “não parou” e apesar de a ação administrativa ainda estar pendente, as ONGA colocaram em tribunal, a 30 de julho deste ano, uma providência cautelar, devido ao “fundado receio de constituição de uma situação de facto consumado, de prejuízos de difícil reparação”.

Mas, “apesar de toda a argumentação sobre os factos e riscos suscitados na ação administrativa e na providência cautelar, a sentença da primeira instância para a providência cautelar”, datada do dia 07 deste mês, foi contrária às pretensões das ONGA. O tribunal “não considera que se esteja numa situação de risco séria, atual e efetiva que faça perigar o efeito útil de uma eventual decisão de procedência da ação principal”, pode ler-se no comunicado.

Por discordar da sentença do tribunal, a C7 revelou hoje que apresentou, no passado dia 25, um recurso para o Tribunal Central Administrativo Sul, visando “acautelar o efeito útil” da ação administrativa principal, para “tentar que não se cometa mais este atentado contra o ambiente”.

A coligação C7, além do GEOTA, é constituída pelas associações Natureza Portugal em associação com WWF (ANP/WWF), Nacional de Conservação da Natureza (Quercus) e Portuguesa para a Conservação da Biodiversidade (FAPAS), Liga para a Proteção da Natureza (LPN), Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) e Associação Sistema Terrestre Sustentável (ZERO).

A Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo (CIMAA), responsável pela execução do projeto do Empreendimento de Aproveitamento Hidráulico de Fins Múltiplos (EAHFM) do Crato, também conhecido por Barragem do Pisão, prevê um investimento de 141 milhões de euros no projeto, inscritos no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Segundo o cronograma submetido pela CIMAA à Comissão Europeia, as obras de construção da barragem estão previstas estar terminadas no final de 2026.

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Lucros dos bancos privados crescem 11% para 2,5 mil milhões mesmo com juros a descerem

BCP, Santander Totta, BPI e Novobanco lucraram 2,5 mil milhões de euros nos primeiros nove meses do ano. O motor da margem financeira continuou bem oleada, mas já começou a emperrar.

Os bancos já estão a sentir o impacto da descida das taxas de juro, que será mais intenso nos próximos trimestres. Mas, para já, continuam com os resultados em forte alta: os quatro maiores privados em Portugal viram os lucros crescerem quase 11% para 2,5 mil milhões de euros nos primeiros nove meses do ano.

A margem financeira – que corresponde à diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos – continuou a puxar pelos resultados de BCP, Santander Totta, BPI e Novobanco, tendo subido 7% para 4,1 mil milhões de euros entre janeiro e setembro.

No caso do BCP, contudo, registou uma descida de 8,6% da margem do negócio doméstico – decréscimo que foi compensado pelas operações lá fora, nomeadamente na Polónia.

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Desde há um ano que as taxas de mercado estão em queda perante o aliviar da política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que chegou verão passado. Os banqueiros afirmam por isso que a margem vai continuar a comprimir daqui para a frente. “Vamos continuar a assistir a uma redução da margem e a única resposta possível é aumentar o volume de negócios e operações que fazemos com os clientes. Não há espaço para aumento das comissões”, referiu esta quinta-feira o CEO do BPI.

No que toca às comissões, as receitas dos quatro maiores bancos privados atingiram os 1,26 mil milhões de euros, subindo 5,27% em comparação com o mesmo período do ano passado.

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Para compensar a redução da margem os bancos contam não só fazer mais negócio, como tirar partido de estruturas de custo menos onerosas.

O rácio cost to income destes quatro bancos situou-se entre 24% (Santander) e 37% (Novobanco) e estão entre os mais eficientes na Europa em relação aos proveitos que conseguem gerar. Os custos operacionais subiram mais de 6% para 2,1 mil milhões.

Em relação ao crédito, a carteira de BCP, Santander, BPI e Novobanco cresceu mais de 2% para 145,6 mil milhões de euros no mercado português. O Santander notou que a descida dos juros travou as amortizações antecipadas nos empréstimos da casa, o que ajudou a manter o stock.

Já os depósitos subiram 5% para perto de 150 mil milhões de euros. Mas também aqui, por conta da redução das taxas, os bancos estão a assistir ao desvio de poupanças para recursos de fora do balanço, como fundos de investimento e seguros de capitalização.

Dos cinco maiores bancos em Portugal falta apenas a Caixa Geral de Depósitos (CGD), o banco público, prestar contas relativas aos primeiros nove meses do ano.

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Sindicato preocupado com “incerteza” sobre futuro da Tupperware em Constância

  • Lusa
  • 31 Outubro 2024

O SITE-CSRA manifestou preocupação com a incerteza sobre o futuro dos 200 trabalhadores da Tupperware em Constância, criticando a "falta de informação" sobre o processo de falência da multinacional.

O SITE-CSRA manifestou hoje preocupação com a incerteza sobre o futuro dos 200 trabalhadores da fábrica da Tupperware em Montalvo (Constância), tendo criticado a “falta de informação” sobre o processo de falência da multinacional.

“O sindicato olha com grande preocupação para a questão dos trabalhadores da Tupperware e reconhecemos que os trabalhadores neste momento estão num impasse”, disse hoje à Lusa Ricardo Rodrigues, do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Centro-Sul e Regiões Autónomas (SITE-CSRA).

A fábrica da Tupperware em Portugal, a funcionar desde 1980 em Montalvo, Constância (Santarém), depende a 100% da casa-mãe norte-americana, com o anúncio do pedido de declaração de insolvência a poder ter consequências na unidade portuguesa, que tem hoje cerca de 200 trabalhadores efetivos.

“Face às notícias recentes que dão conta de intenção da empresa de declarar falência, o SITE-CSRA afirma que a grande prioridade deve ser garantir a manutenção dos postos de trabalho, melhorar os direitos dos trabalhadores, aumentando salários e acabando com os vínculos precários, e tomar medidas para garantir a estabilidade financeira da empresa”, declarou Ricardo Rodrigues, que esteve hoje com os trabalhadores da fábrica da Tupperware.

Segundo o dirigente sindical, “o encerramento da Tupperware, caso se concretizasse, significaria um drama para as centenas de trabalhadores” e “seria igualmente desastroso para o concelho de Constância, para a região e para o país”, tendo defendido que o problema “deve merecer a maior atenção e tomada de medidas por parte do Estado e, em particular, do Governo”.

“Temos que perceber em concreto quais são as verdadeiras intenções da Tupperware no que diz respeito ao encerramento da fábrica ou não”, vincou.

Contactado pela Lusa, o presidente da Câmara de Constância disse hoje que os trabalhadores vivem desde setembro numa “incerteza angustiante, sem certezas do futuro”, tendo indicado ter uma conversa agendada para a próxima semana com o diretor de operação para a Europa da Tupperware “para perceber se há desenvolvimentos” sobre o processo.

“Os salários estão em dia, não houve despedimentos, e à data de hoje não há novidades sobre o futuro, sendo que a produção está parada e os trabalhadores vão para a fábrica fazer outros trabalhos, ao nível de limpezas e arrumações”, declarou Sérgio Oliveira.

No dia 25 de setembro, em comunicado, o autarca disse que o vice-presidente da Tupperware Europa disse não saber o futuro da empresa, que estava “em fase de negociação com os investidores” e a “trabalhar para criar uma estratégia para que empresa seja mais atrativa”.

Acrescentou ainda ter sido informado que “pararam a produção na Tupperware Portugal, Bélgica e África do Sul, porque têm muito stock”.

Em 18 de setembro, a Lusa solicitou esclarecimentos por escrito à empresa, não tendo obtido resposta até ao momento.

A Tupperware Brands iniciou voluntariamente o processo do Capítulo 11 no Tribunal de Falências de Delaware, e terá conseguido a aprovação do tribunal para continuar a operar e facilitar um processo de venda para proteger a marca.

Segundo a AP, um juiz de falências dos EUA aprovou a venda da Tupperware Brands, abrindo caminho para que a empresa saia em breve da proteção do Capítulo 11 e continue a oferecer os seus produtos enquanto passa por uma reestruturação.

A venda está ainda sujeita a condições de fecho. Segundo os termos do acordo, um grupo de credores está a comprar a marca Tupperware e vários ativos operacionais por 23,5 milhões de dólares em dinheiro e mais de 63 milhões de dólares em redução da dívida.

A Tupperware concordou com a aquisição do credor na semana passada, e disse que espera operar como The New Tupperware Co. após a conclusão do negócio.

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Metro Mondego conta alienar imóveis na Baixa de Coimbra ainda na sua posse

  • Lusa
  • 31 Outubro 2024

Metro Mondego tem, neste momento, um terreno para construção junto à Via Central e frações de dois edifícios que não são abrangidos por acordos indemnizatórios.

A Metro Mondego, empresa que irá assegurar a operação do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM), espera alienar imóveis na Baixa de Coimbra que ainda tem na sua posse entre este e o próximo ano.

A Metro Mondego conta, neste momento, com um terreno para construção junto à Via Central e frações de dois edifícios que não são abrangidos por acordos indemnizatórios, um dos quais o edifício ponte, por onde irão passar os autocarros articulados elétricos do SMM, junto à praça 8 de Maio, afirmou a empresa, em resposta à agência Lusa, referindo ainda que, além destes, a Metro Mondego tem ainda os imóveis que integram a estação de Sobral de Ceira.

Questionada sobre o futuro que será dado a esses imóveis, a Metro Mondego referiu que o terreno junto à Via Central e as frações não abrangidas por acordos indemnizatórios dos dois edifícios (edifício ponte e outro que tem origem em três prédios e que se situa na rua Nova, paralela à via Central) serão “para alienar”.

Em resposta à Lusa, a empresa esclareceu que as frações a alienar nos edifícios incluem quatro apartamentos (três com tipologia T2 e um T3), já o terreno para construção tem uma área de 290 metros quadrados e uma capacidade construtiva de 1.160 metros quadrados. A Metro Mondego referiu que os imóveis serão para alienar “entre este ano e o próximo”.

Questionada sobre a possibilidade de estes imóveis poderem manter-se na esfera pública, nomeadamente através de projetos de habitação a custos controlados, a Metro Mondego afirmou que “todo o património público com potencial para habitação é sujeito a uma análise prévia pelo Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana para aferir da verificação dos requisitos” para a sua integração na bolsa de imóveis do Estado.

“Esse processo está a decorrer no caso dos quatro apartamentos referidos”, acrescentou. Sobre a possibilidade de a Metro Mondego participar no fundo Coimbra Viva, a empresa esclareceu que vendeu um terreno àquela entidade este ano, por 80 mil euros, mas que não vai participar naquele fundo imobiliário.

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Portugal Tech Week vai levar mais de 250 eventos a 19 cidades

  • ECO
  • 31 Outubro 2024

A terceira edição do Portugal Tech Week decorrerá em 19 cidades, de Faro a Viana do Castelo, passando por Madeira e Açores. A iniciativa vai unir empresas e investidores.

A Portugal Tech Week (PTW) vai contar com mais de 250 eventos distribuídos por 19 cidades. A terceira edição do evento decorrerá entre 8 a 18 de novembro e deverá receber mais de 18 mil pessoas.

A iniciativa pretende reunir startups, investidores e comunidades de negócios, e traz a debate temas como a inteligência artificial, a sustentabilidade e o futuro do trabalho.

“A Portugal Tech Week é um evento que celebra o ecossistema empreendedor vibrante de Portugal, reunindo startups, investidores e comunidades de negócios. Em 2024, expande-se para 19 cidades, com os Tech Days a trazerem uma abordagem descentralizada, promovendo a inovação, a colaboração e a valorização da cultura e do turismo local“, destaca a 351 Associação Portuguesa de Startups, organizadora da iniciativa, ao ECO/Local Online.

Além dos Tech Days, os eventos destacados pela organização ao são o Viana Tech Day, o Madeira Blockchain Conference e o Elétrico Pitch em Lisboa.

O Viana Tech Day, realiza-se no primeiro dia da semana tecnológica, a 8 de novembro, e conta com visitas guiadas a empresas locais, palestras e pitches de startups.

Já a Madeira Blockchain Conference ocorrerá a 18 e 19 de novembro, nos dias de encerramento da Portugal Tech Week. Realizada no Centro Cultural e de Investigação do Funchal, conta com palestras, debates e workshops sobre o futuro da inovação digital. Será um ponto de encontro entre especialistas das áreas de blockchain e inteligência artificial, por exemplo. O evento é organizado pela Yacooba Labs e conta com painéis sobre a regulação de criptomoedas, identidade digital e a adoção de Web3, entre outros temas.

Em Lisboa, a 10 de novembro, , das 17h às 20h, acontece o Elétrico Pitch. Ali, 12 startups selecionadas vão apresentar pitches para investidores, e o melhor projeto será premiado com uma bolsa de cinco mil euros, além de o seu autor ter a oportunidade de reunir com potenciais investidores. Esta iniciativa é organizada pela 351 Startups e pela Carris, com apoio do MEO.

A semana dedicada à tecnologia vai ter ainda, em Lisboa, a Portugal Tech Week House. Durante 11 dias, esta iniciativa inserida na semana tecnológica, vai juntar startups, empreendedores e entusiastas da tecnologia. A programação conta com palestras, talks com especialistas da indústria, momentos de coworking, gravações de podcasts, mentorias personalizadas, streams ao vivo, workshops e sessões organizadas por várias empresas, designadamente a Google e a Adidas.

Entre as cidades que constam do mapa do Portugal Tech Week contam-se Angra do Heroísmo, Aveiro, Beja, Évora, Faro, Funchal, Guimarães, Leiria, Lisboa, Olhão, Quarteira, Porto, Viana do Castelo, Vila Real e Tavira. As restantes serão anunciadas oficialmente em breve, assegura a organização ao ECO/Local Online.

Dia da abertura conta com pitches no funicular de Viana do Castelo

O Viana Tech Day é um dos eventos de abertura da Portugal Tech Week. Coincidindo com o espírito que nesta semana tecnológica invadirá 19 cidades do país, a iniciativa tem como temas a inovação, o empreendedorismo e a tecnologia.

“Cada Tech Day é uma oportunidade única para participantes de todo o país se envolverem com o melhor do empreendedorismo, tecnologia e criatividade que cada região tem para oferecer”, explica a organização.

Os participantes vão poder visitar empresas tecnológicas locais para conhecerem as suas inovações e práticas adotadas. O roteiro tem três circuitos diferentes, de que fazem parte a CorPower Ocean, Sanitop, Xpand, Amadeus, Datacolab, Cooperativa, Atlanse, Untile e Sparkle IT.

Na programação, os participantes terão também acesso a palestras com especialistas da área da tecnologia no Dinamo10, um escritório compartilhado no município. O Viana Tech Day contará com oradores como David Carpe, fundador da Busfactor, Alexandre Mendes, responsável de investimentos da Subvisual, e Orlando Lopes, COO da Bizay.

Além das palestras, vão ser selecionadas startups para fazer pitches no Elevador de Santa Luzia, onde poderão apresentar os seus projetos a possíveis investidores. Este modelo de evento surge na sequência da iniciativa “Elétrico Pitch”, que decorre em Lisboa.

No final do dia, o evento contará com um cocktail de networking para promover a interação entre startups, empresas, investidores, profissionais e estudantes da área, estimulando novas oportunidades de negócio e o crescimento do setor.

O evento, de entrada gratuita, resulta de uma parceria entre a Dinamo10, a Untile, a Cooperativa e a Câmara Municipal de Viana do Castelo.

As inscrições podem ser feitas no site da Portugal Tech Week.

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Fitness Hut passa a VivaGym em transição acompanhada por nova identidade visual

  • + M
  • 31 Outubro 2024

O Fitness Hut Oeiras é o primeiro ginásio alvo do rebranding. O processo, que unifica a marca em Portugal e Espanha, será feito de forma faseada.

A cadeia de ginásios Fitness Hut vai, a partir do final de outubro, passar a operar sob a designação VivaGym. A mudança decorre até ao final do ano.

Desta forma, o Grupo VivaGym consolida-se numa única marca, que passa a ser a identidade de todos os ginásios na Península Ibérica. A alteração “reflete o crescimento e a expansão da marca em ambos os mercados”, refere-se em nota de imprensa.

Com a transformação do Fitness Hut em VivaGym, unificamos o mercado ibérico, criando uma identidade coesa e facilmente reconhecível em toda a Península Ibérica. Esta mudança está alinhada com o ambicioso plano de expansão do VivaGym, que visa alcançar 300 ginásios, fortalecendo a nossa presença e impacto no setor de fitness”, afirma Juan del Río, CEO do VivaGym, citado em comunicado.

O Fitness Hut Oeiras é o primeiro ginásio alvo do rebranding, processo que se vai alastrar ginásio a ginásio, de forma faseada, de modo a que seja garantida “uma transição suave”.

A transição para VivaGym é também acompanhada por uma nova identidade visual. “Esta alteração reforça o nosso compromisso de oferecer uma experiência ainda mais enriquecedora a todos os sócios, mantendo os padrões de qualidade, inovação e acessibilidade que nos caracterizam”, diz Juan del Río.

Acreditamos que esta unificação trará vantagens competitivas, permitindo-nos oferecer uma experiência consistente, inovadora e com ainda mais benefícios aos nossos clientes, seja em Portugal ou em Espanha. Continuaremos comprometidos com a qualidade e a acessibilidade que os nossos sócios esperam, agora sob o nome VivaGym”, acrescenta o CEO.

Apesar das alterações, “as condições de adesão já conhecidas pelos clientes permanecerão as mesmas”, garante a marca, acrescentando que existe, no entanto, um trabalho em curso para “melhorar a experiência de treino, incluindo a criação de HIIT Boxes em alguns ginásios, a ampliação das áreas de treino e outras melhorias que serão implementadas nos últimos meses de 2024”.

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TAP aumenta emissão para 400 milhões de euros e fixa juro em 5,125%

A TAP colocou mais 50 milhões de euros do que o previsto na emissão de obrigações efetuada esta semana. O juro foi fixado em 5,125%.

A TAP colocou 400 milhões em obrigações, mais 50 milhões do que o previsto, respondendo às condições de mercado e ao interesse dos investidores institucionais. A taxa de juro foi fixada em 5,125%.

A companhia informa num comunicado aos investidores que “concluiu com sucesso o pricing de Senior Notes 5,125% com o valor nominal agregado de €400.000.000 e vencimento em 2029 através de uma oferta que representa um aumento de €50.000.000 face ao montante previamente anunciado”.

A liquidação da oferta, isto é, a entrega dos títulos aos investidores, está prevista ocorrer a 7 de novembro. A TAP acrescenta que as “receitas ilíquidas da oferta, em conjunto com as disponibilidades do seu balanço, serão utilizadas para reembolsar dívidas existentes e pagar os custos e despesas associados à Oferta”.

A companhia aérea anunciou na segunda-feira a intenção de emitir e vender títulos no montante global de 350 milhões de euros, com maturidade a cinco anos. O novo montante corresponde ao limite máximo de financiamento aprovado pela Direção-Geral do Tesouro e Fiananças há pouco mais de uma semana.

A Moody’s atribuiu um rating de Ba3 à emissão, a mesma já atribuída à companhia aérea.

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