Paulo Rangel nega insultos a militares em Figo Maduro. “Não aconteceu, de todo”, diz

  • Lusa
  • 25 Outubro 2024

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros garante que o episódio de "insultos, impropérios, ofensas" a militares "não aconteceu, de todo".

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, disse esta sexta-feira ser “absolutamente falso” que tenha exigido acesso a um “lugar não seguro” no aeroporto militar de Figo Maduro e que tenha proferido insultos às chefias militares ali presentes.

“Estabeleceu-se uma ideia de que teria havido uma exigência, um pedido para ir para um lugar não seguro, o que é absolutamente falso, isso não aconteceu”, afirmou o governante à CNN, à saída de uma conferência sobre a União Europeia organizada pela Universidade de Coimbra. Sobre as notícias de que “houve insultos, impropérios, ofensas”, Rangel garante que “não aconteceu, de todo”.

“São factos falsos, absolutamente falsos”, disse o ministro, que adiantou que o “incidente ficou resolvido logo na altura”. O alegado episódio, que começou por ser noticiado há cerca de uma semana pelo jornal Tal & Qual e foi posteriormente descrito em meios como o Correio da Manhã e a televisão CNN/TVI, terá acontecido na chegada de cidadãos portugueses repatriados do Líbano, no dia 4 de outubro.

PS e Chega já pediram que o ministro preste esclarecimentos sobre o sucedido, enquanto o primeiro-ministro, Luís Montenegro, manifestou “total confiança” no chefe da diplomacia. O Presidente da República e comandante supremo das Forças Armadas, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou na quinta-feira que falou com Governo e Forças Armadas e ambos “minimizaram o problema” ocorrido com Paulo Rangel.

A agência Lusa tentou confirmar os alegados acontecimentos junto da Força Aérea mas fonte oficial do ramo escusou-se a comentar.

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Parlamento aprova reingresso à CGA alargado a mais trabalhadores

  • Lusa
  • 25 Outubro 2024

Proposta clarifica o regresso de trabalhadores à CGA que saíram posteriormente a 01 de janeiro de 2006. Trabalhadores cuja interrupção do vínculo foi involuntária e limitada no tempo abrangidos.

A proposta que clarifica o reingresso de funcionários públicos na Caixa Geral de Aposentações (CGA) foi aprovada esta sexta-feira no Parlamento, depois de ter sofrido alterações na especialidade para incluir mais trabalhadores. Em causa está uma proposta de lei que visa clarificar o regresso de trabalhadores à CGA que saíram posteriormente a 01 de janeiro de 2006.

Após propostas na especialidade, na Comissão de Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, o reingresso passou a incluir os trabalhadores cuja interrupção do vínculo foi “involuntária, limitada no tempo e justificada pelas especificidades próprias da carreira em que o funcionário ou agente está inserido” e que comprovem que não tenham “exercido atividade remunerada” durante o período em que interromperam o vínculo público.

Na sessão plenária desta sexta-feira, antes da votação final global, o PS pediu a avocação da votação de uma das suas propostas, apresentada na discussão na especialidade, que retirava a necessidade de comprovar não ter exercido atividade remunerada. No entanto, a proposta voltou a ser rejeitada, com os votos contra do PSD, IL, CDS e Chega.

Os deputados avançaram então para a votação do texto final, após as alterações na especialidade, que foi aprovado com os votos contra do PS, Iniciativa Liberal, BE, PCP e Livre e votos a favor dos restantes. Em 11 de julho, o Governo tinha aprovado, em Conselho de Ministros, um decreto-lei interpretativo sobre o reingresso de funcionários públicos na CGA.

No entanto, o Presidente da República decidiu devolvê-lo sem promulgação, pedindo que fosse “convertido em proposta de lei ou proposta de lei de autorização legislativa”, de modo a “conferir legitimidade política acrescida” a um tema que “dividiu o topo da jurisdição administrativa e merece solução incontroversa”.

O Governo disse que iria seguir a recomendação de Marcelo Rebelo de Sousa e aprovou e entregou a proposta no parlamento, mantendo o mesmo conteúdo, mas durante a discussão na especialidade na Comissão de Trabalho, Solidariedade e Segurança Social foram aprovadas algumas alterações ao texto original.

De acordo com a proposta de lei, o diploma abrange “os subscritores que cessam o seu vínculo de emprego público após 1 de janeiro de 2006 e que, posteriormente, voltem a estabelecer novo vínculo de emprego público, em condições que, antes da entrada em vigor da Lei n.º 60/2005, de 29 de dezembro, na sua redação atual, conferiam direito de inscrição na Caixa Geral de Aposentações”.

Ou seja, tal como definido pelo decreto-lei original do Governo e que foi vetado pelo Presidente da República, estão excluídos os funcionários que saíram da Função Pública para o privado.

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Barómetro CIP/ISEG prevê crescimento de 1,8% este ano em linha com Governo

Barómetro acredita que final do ano deverá apresentar resultados mais favoráveis do que o terceiro trimestre, para o qual prevê uma subida do PIB em cadeia entre zero e 0,2%.

O Barómetro CIP/ISEG estima um crescimento económico em Portugal de 1,8% em 2024, em linha com o projetado pelo Governo no Orçamento do Estado para 2025. De acordo com a nota divulgada esta sexta-feira, o final do ano deverá apresentar resultados mais favoráveis do que o terceiro trimestre.

“A melhoria, em setembro, dos indicadores de confiança dos consumidores e das empresas, transversal a todos os setores, permite esperar um final do ano com resultados mais favoráveis. Deste modo, e atendendo a um quarto trimestre com mais dias úteis, em termos homólogos, a previsão CIP-ISEG de crescimento anual do PIB em 2024 mantém-se inalterada em 1,8%”, prevê.

O Barómetro CIP/ISEG estima que, no terceiro trimestre, a evolução em cadeia do PIB se tenha mantido fraca, entre zero e 0,2%, com o consumo privado a constituir a componente com o maior contributo para o crescimento da economia.

Em sentido oposto, o investimento “poderá mesmo ter diminuído relativamente ao segundo trimestre e o contributo da procura externa líquida terá continuado a ser negativo”. Para os economistas, “a melhoria observada nos serviços e no comércio a retalho foi contrariada pela produção industrial, que permanece em queda, ainda que mais atenuada”.

“Um crescimento baseado unicamente no dinamismo do consumo nunca poderá ser sustentado. Neste contexto, é vital a aceleração da execução do PRR e do Portugal 2030”, refere Rafael Alves Rocha, diretor-geral da CIP, citado em comunicado.

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Grupo de cidadãos vai apresentar queixa-crime contra André Ventura e Pedro Pinto

  • Lusa
  • 25 Outubro 2024

Um grupo de cidadãos, entre os quais a ex-ministra da Justiça Van Dunem, vai apresentar uma queixa-crime contra Ventura e Pedro Pinto do Chega, por declarações relacionadas com a morte de Odair Moniz.

Um grupo de cidadãos, entre os quais a ex-ministra da Justiça Francisca Van Dunem vai apresentar uma queixa-crime contra André Ventura e Pedro Pinto, do Chega, por declarações relacionadas com a morte de Odair Moniz, baleado pela polícia.

Em causa estão declarações do líder parlamentar do Chega, Pedro Pinto, sobre os tumultos dos últimos dias relacionados com a morte de Odair Moniz, baleado pela polícia na Amadora, afirmando que se as forças de segurança “disparassem mais a matar, o país estava mais na ordem”.

Também o presidente do Chega disse sobre o agente da PSP que baleou Odair Moniz: “Nós não devíamos constituir este homem arguido; nós devíamos agradecer a este polícia o trabalho que fez. Nós devíamos condecorá-lo e não constitui-lo arguido, ameaçar com processos ou ameaçar prende-lo”.

De acordo com o projeto de queixa-crime, a que o Diário de Notícias teve acesso, os principais ilícitos são: “instigação à prática de crime”, apologia da prática de crime” e “incitamento à desobediência coletiva”.

Entre os subscritores está a ex-ministra da Justiça, ex-ministra da Administração Interna e ex-Procuradora-Geral da distrital de Lisboa Francisca Van Dunem, que em declaração ao DN disse que foi “atingido um limite”.

Atingiu-se um limite. Nenhum democrata pode deixar de se indignar com estas declarações. A minha consciência obriga-me a tomar uma atitude em relação a quem se aproveita deste clima para fazer apelos ao ódio e a mais violência. Vou subscrever a queixa, que espero que seja subscrita pelo maior numero possível de pessoas”, disse.

Sobre as declarações de Pedro Pinto, é referido na proposta de queixa que está consubstanciando “a apologia de um crime.

“O suspeito Pedro Pinto incentivou – e sabe que o fez — que agentes das forças de segurança usassem, indevidamente, as armas que lhes são entregues pela República Portuguesa, em nome de todos os cidadãos, para matar outros concidadãos na via pública, através de execuções sumárias que são proibidas pela Constituição e por todos os textos internacionais de defesa dos direitos humanos”, é referido no texto.

O documento citado pelo DN diz também que o “suspeito André Ventura conhece muito bem o regime jurídico do porte e uso de armas de fogo pelas forças de segurança, não só porque é doutorado em Direito, como porque é deputado, participando na tomada de decisão legislativa”.

Refere igualmente que André Ventura “(…) sabe que ao elogiar publicamente um ato policial que conduziu à morte de um cidadão (…) cria nas pessoas que não dispõem de conhecimentos jurídicos especializados, a convicção de que as forças de segurança podem usar armas de fogo sempre que um cidadão desrespeite uma ordem delas emanada, incluindo de detenção.

Por isso, os subscritores consideram que André Ventura, como Pedro Pinto, quiseram incentivar a “desordem e a desobediência dos agentes das forças de segurança face aos seus superiores hierárquicos”, cometendo o crime de “incitamento a desobediência coletiva”.

Na proposta de queixa-crime são também realçadas as declarações de Ricardo Reis, um assessor parlamentar do partido, que disse na rede social X em 23 de outubro: “A única palavra é esta: obrigado ao agente que deixou as ruas mais seguras!” e “menos um criminoso… menos um eleito do Bloco [de Esquerda]”.

Sobre estas declarações, é referido na proposta que está em causa um crime de associação criminosa.

O social-democrata e comentador João Maria Jonet é outro dos subscritores da queixa.

Desde a noite de segunda-feira registaram-se desacatos no Zambujal e, desde terça-feira, noutros bairros da ÁML, onde foram queimados autocarros, automóveis e caixotes do lixo.

Mais de uma dezena de pessoas foram detidas, o motorista de um autocarro sofreu queimaduras graves e dois polícias receberam tratamento hospitalar, havendo ainda alguns cidadãos feridos sem gravidade.

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Fectrans reúne hoje com Governo e Área Metropolitana de Lisboa devido a incidentes com autocarros

  • Lusa
  • 25 Outubro 2024

O sindicato dos transportes vai reunir-se hoje com responsáveis dos municípios da AML e do Governo e irá apresentar propostas sobre a segurança dos motoristas, após autocarros incendiados.

O sindicato dos transportes vai reunir-se hoje com responsáveis dos municípios da Área Metropolitana de Lisboa e do Governo e irá apresentar propostas sobre a segurança dos motoristas, na sequência dos incidentes com autocarros incendiados ocorridos esta semana.

Em declarações à Lusa, a coordenadora nacional da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans), Anabela Carvalheira, adiantou que o sindicato foi convocado na noite de quinta-feira para a reunião de hoje à tarde, não sabendo exatamente quem irá estar presente.

No encontro serão analisados os incidentes de desordem pública que se têm vindo a registar desde a morte de um homem baleado pela PSP na madrugada de segunda-feira, nomeadamente a segurança dos motoristas dos autocarros, acrescentou.

Ainda segundo a responsável, não pode ser “colocado em causa o serviço de transporte público às populações”, pelo que serão apresentadas propostas por parte da estrutura sindical para dar condições de segurança aos motoristas.

“Uma das propostas será as empresas, em articulação com o Governo, promoverem medidas de segurança através de um agente da PSP dentro das viaturas que circulam no período noturno e de madrugada”, explicou.

Para Anabela Carvalheira, as medidas de proteção dos motoristas do serviço público de transporte “já deviam existir há muito” e serão um “fator dissuasor” de desacatos, tendo em conta que não é “nos locais onde há polícia que as coisas têm acontecido”.

A responsável considerou ainda de extrema importância dar condições de segurança “aos trabalhadores que saem das suas casas, durante a madrugada, e apanham os autocarros, para irem preparar a cidade para os que entram mais tarde”.

“Estas pessoas vivem nos bairros, trabalham, não são marginais. Têm todo o direito e merecem respeito, como todos”, salientou Anabela Carvalheira.

A coordenadora da Fetrans explicou ainda que na quinta-feira o sindicato esteve reunido com dirigentes e delegados sindicais da área dos transportes, para ouvir as preocupações do setor, sendo a profissão de motorista “stressante e com salários baixos”.

Ainda de acordo com a sindicalista, os motoristas estão preocupados com os recentes acontecimentos e é necessário travar o discurso de ódio e xenofobia, pois Portugal “é um Estado de Direito democrático” e não pode ser tolerada a incitação à violência.

Anabela Carvalheira defendeu também que o caso do motorista que sofreu queimaduras graves depois de o autocarro da Carris Metropolitana que conduzia ter sido incendiado em Santo António dos Cavaleiros, Loures (distrito de Lisboa), na madrugada de quinta-feira, terá de ser considerado como “acidente de trabalho”.

“Há duas questões incontornáveis, o incidente não pode deixar de ser considerado acidente de trabalho e o direito ao transporte público das populações não pode ficar em causa”, salientou.

Além disso, acrescentou, deverá ser prestado “todo o apoio psicológico” quer ao motorista, quer à sua família, para que “ultrapassem os danos físicos e psicológicos que resultaram da situação”.

Desde a noite de segunda-feira registaram-se desacatos no bairro do Zambujal, na Amadora, desencadeados pela morte de um morador do bairro, baleado por um agente da PSP, e desde então estenderam-se a outros bairros da Area Metropolitana de Lisboa.

Odair Moniz, cidadão cabo-verdiano, de 43 anos e morador no Bairro do Zambujal, foi baleado por um agente da PSP na madrugada de segunda-feira, no Bairro da Cova da Moura, no mesmo concelho, e morreu pouco depois, no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.

Na madrugada de terça-feira foi incendiado um autocarro da Carris Metropolitana na Portela de Carnaxide, concelho de Oeiras, depois de na véspera ter sido incendiado igualmente um primeiro autocarro no Zambujal ao final da tarde.

Entretanto, dois autocarros foram incendiados na madrugada de quinta-feira, na Arrentela, Seixal (distrito de Setúbal) e em Santo António dos Cavaleiros, Loures, este último com o motorista no seu interior que sofreu queimaduras graves.

Ao início da madrugada de hoje, também um autocarro da Carris foi apedrejado no Bairro da Boavista, na freguesia de Benfica, mas apenas sofreu danos materiais, segundo disse à Lusa fonte oficial da PSP.

No total, mais de uma dezena de pessoas foram detidas nos últimos dias relacionados com os desacatos ocorridos relacionados com os atos de vandalismo em retaliação pela morte de Odair Moniz.

Além do motorista, alguns cidadãos ficaram feridos sem gravidade e dois polícias receberam tratamento hospitalar.

Segundo a PSP, Odair Moniz pôs-se “em fuga” de carro depois de ver uma viatura policial e “entrou em despiste” na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, “terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca”.

A associação SOS Racismo e o movimento Vida Justa contestaram a versão policial e exigiram uma investigação “séria a isenta” para apurar “todas as responsabilidades”, considerando que está em causa “uma cultura de impunidade” nas polícias.

A Inspeção-Geral da Administração Interna abriu um inquérito urgente e também a PSP anunciou um inquérito interno, enquanto o agente que baleou o homem foi constituído arguido.

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Produção de castanha com aumento entre 25 e 30% este ano

  • Lusa
  • 25 Outubro 2024

A Associação Portuguesa da Castanha (RefCast) prevê este ano um aumento da produção de castanhas entre 25 e 30%, podendo atingir as 30 mil toneladas.

Vamos ter melhor castanha, vamos ter, eventualmente, um pouco mais de castanha do que no ano passado, mais cerca de 25 a 30%“, afirmou José Gomes Laranjo, da Associação Portuguesa da Castanha (RefCast), a propósito da apresentação da Gala da Castanha, no Sabugal (Guarda), evento que se realiza no Porto, a 30 de novembro.

Segundo José Gomes Laranjo, professor e investigador da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, a campanha “está a correr melhor do que no ano passado, apesar de algumas incidências negativas que ocorreram”.

“Tínhamos um problema que vinha do ano passado, que era a podridão da castanha [fungo que afeta as castanhas logo nas árvores]”, explicou o dirigente, referindo que em 2023 a doença “deu cabo de cerca de 50% da produção portuguesa de castanha“.

Nesse ano, quando era expectável “uma produção recorde na ordem das 50 mil toneladas”, esta ficou-se por menos de metade, sendo “tudo o resto refugo”, declarou. Em 2024, a produção poderá atingir as 30 mil toneladas, precisou este responsável.

Mas, globalmente, nós vamos ter (…) castanha de muito boa qualidade, com menor incidência de podridão.

José Gomes Laranjo

Secretário-geral da Associação Portuguesa da Castanha (RefCast)

Reconhecendo que no ano passado se tratou de “um prejuízo tremendo” ao nível da produção e da perda de confiança dos consumidores, José Gomes Laranjo registou ainda a existência de uma “quebra de consumo brutal”.

Face a esta situação, este ano foi “desenvolvido um trabalho no sentido de sensibilizar a produção” de que era “preciso fazer tratamento aos soutos”.

“Pegando nos melhores resultados da investigação que tínhamos dos anos anteriores, criámos um protocolo de tratamento para esta doença e pusemo-lo no terreno a nível europeu. E, em Portugal, ele foi implementado”, esclareceu, admitindo que, “aparentemente, a incidência da podridão vai ser menor, mas com os tratamentos vai ser ainda menor”.

Adiantando que o verão foi “relativamente seco e o período seco do verão afeta a produção em termos do calibre” da castanha, o secretário-geral da RefCast apontou ainda a tempestade Kirk que afetou algumas regiões “com algum significado”, incluindo a queda antecipada de ouriços e o derrube de castanheiros.

Mas, globalmente, nós vamos ter (…) castanha de muito boa qualidade, com menor incidência de podridão e as zonas tratadas praticamente não têm podridão”, assegurou, esperando que a qualidade da castanha permita recuperar “um pouco a imagem junto dos consumidores, a imagem de segurança que é preciso dar” e para a qual a Associação Portuguesa da Castanha tem estado a trabalhar.

Em Portugal, existem 50 mil hectares de castanheiros. “A grande massa de castanheiros” está nas Beiras e Trás-os-Montes, sendo que “a norte do rio Tejo estarão 95% daquilo que é a área portuguesa da castanha” e “em Trás-os-Montes mais de 80%”, adiantou o dirigente.

“Aquilo que estamos a constatar atualmente, e em função daquilo que é a grande dinâmica de crescimento da fileira, é que as áreas de castanhas estão a expandir-se também em direção ao litoral e hoje o Minho já representa uma área bastante interessante, assim como alguns territórios da Beira Litoral”, acrescentou o investigador.

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Sintra aprova adjudicação para requalificar escola em Agualva-Cacém

  • ECO
  • 25 Outubro 2024

O município aprovou a adjudicação da requalificação e aumento da Escola Ferreira Dias, num valor superior a 26 milhões de euros. A obra tem o prazo de 930 dias e terá capacidade para 100 turmas.

A Câmara de Sintra aprovou a adjudicação das obras para a reconstrução da Escola Ferreira Dias, em Agualva-Cacém, um investimento 26,8 milhões de euros. A nova estrutura vai elevar a capacidade do estabelecimento de ensino de 100 turmas.

As obras têm um prazo de execução de 930 dias e visam requalificar e aumentar a capacidade do edifício central, permitindo ainda à comunidade escolar beneficiar de instalações desportivas. Com esta intervenção, a escola terá 77 salas de aulas, cinco salas de aula de tecnologias de informação e comunicação/artes visuais, um núcleo de ciências com seis laboratórios, um núcleo oficinal com seis oficinas, auditório, biblioteca, sala de convívio, refeitório, cozinha, bar e papelaria.

Nos espaços desportivos, a escola contará com quatro campos de jogo no exterior, um pavilhão gimnodesportivo, quatro balneários para alunos e dois balneários para professores, .

Este investimento insere-se no projeto de reordenamento da rede escolar, a Carta Educativa de Sintra de 2.ª geração. O município indica que já conseguiu requalificar 120 estabelecimentos de ensino, com mais de 30 mil alunos, num investimento superior a 52 milhões de euros, através do Plano de Investimentos nas Escolas de Sintra.

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Governo brasileiro “disponível para ajudar” a acordo entre TAP e Azul sobre dívida

  • Lusa
  • 25 Outubro 2024

Embora não se possa “obrigar a que seja pago", ministro brasileiro Sílvio Costa Filho defende acordo entre as companhias. Brasil interessado na TAP quer ver o que oferece ao mercado internacional.

O governo brasileiro está “disponível para ajudar”, mas sem ingerência, para um acordo entre a TAP e a Azul sobre a dívida de 200 milhões, revelou esta sexta-feira o ministro dos Portos e Aeroportos do Brasil.

Sílvio Costa Filho, defendeu, em entrevista à Lusa, em Lisboa, que “este acordo é muito importante para as duas companhias“, mas não pode haver “uma ingerência” dos governos nas questões entre ambas.

Uma posição que está clara com o Governo português e falada no encontro que teve esta quinta-feira com o seu homólogo, o ministro português das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, no âmbito da visita oficial de dois dias, durante a qual vai hoje reunir-se com a administração da TA,.

Na reunião dos dois ministros, Sílvio Costa Filho disse que trataram “do assunto da Azul de forma institucional” e é claro que ambos os governos querem “um entendimento no final desse diálogo entre a TAP e a Azul“. Mas “ficou acertado” que será respeitada a decisão judicial do processo que está a correr.

“Vamos aguardar que esse processo corra o ciclo natural, e, se for possível, fazer um acordo entre a TAP e a Azul”, mas sem “nenhuma ingerência por parte dos governos brasileiros ou português” nas companhias aéreas, sublinhou.

O executivo brasileiro “tem dialogado com a TAP“, adiantou o ministro, que hoje terá uma reunião em Lisboa com a administração da companhia aérea, para “entender melhor a situação” da dívida.

Não se pode “obrigar a que seja pago” mas pode-se fazer “um diálogo de sensibilização, para que possa ser feito um acordo entre as duas companhias”, afirmou. Nesse sentido, garantiu também que o governo brasileiro “está disponível para ajudar em qualquer termo de cooperação”.

Ministro de Portos e Aeroportos do Brasil, Sílvio Costa Filho.TIAGO PETINGA/LUSA

No encontro com Miguel Pinto Luz, o ministro brasileiro admitiu que “colocou algumas preocupações em relação à possibilidade desse acordo” e o ministro das Infraestruturas português disse “expressamente” que “vai respeitar o processo” judicial. Quanto a um possível prazo para ser alcançado o acordo é que o ministro preferiu não se pronunciar.

O que está em questão é um diferendo entre a TAP e a Azul sobre um empréstimo obrigacionista da companhia aérea brasileira à sua congénere portuguesa, que vence em 2026. A Azul quer receber antecipadamente o valor dos 198 milhões de euros em causa, e a TAP não pretende avançar.

Brasil interessado na TAP quer ver o que oferece ao mercado internacional

O ministro dos Portos e Aeroportos do Brasil disse ainda que o seu governo aguardará para ver o prospeto de privatização da TAP e a oferta para o mercado internacional, para avaliar com as companhias brasileiras o interesse em concorrerem.

A gente tem que aguardar o que vai ser oferecido ao mercado internacional“, sublinhou Sílvio Costa Filho, após um encontro com o ministro português das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, que decorreu esta quinta-feira, em Lisboa, e no qual foi informado oficialmente pelo seu homólogo que “a TAP seria privatizada ao longo de 2025“.

O Brasil acompanhará o processo, disse o ministro, mas ressalvando, que o executivo de Lula da Silva, respeitará institucionalmente “a decisão do governo português” e no encontro com o homólogo português foi referido que “qualquer companhia aérea no mundo pode participar” naquele processo.

Por isso, no regresso ao Brasil irá transmitir essa ideia no diálogo com a Latam, com a Azul, com a Gol e outras companhias”, mesmo que “o governo brasileiro apoie e torça pelo fortalecimento das companhias aéreas do Brasil, mas qualquer compra de ativos compete ao mercado e às companhias aéreas”.

A 10 de outubro, em declarações públicas, o ministro português de Estado e das Finanças falava de três grupos interessados na privatização da companhia aérea portuguesa.

Estamos em diálogo com as três companhias áreas [Lufthansa, Air France-KLM e IAG] que mostraram interesse na privatização da companhia, este é um diálogo preliminar, estamos a analisar a pretensão de cada uma destas companhias“, adiantou então Joaquim Miranda Sarmento, em conferência de imprensa, em Lisboa, após a entrega no parlamento da proposta de Orçamento do Estado para 2025 (OE2025).

O Brasil, disse o ministro brasileiro à Lusa, o que pretende é poder ter “melhoria dos serviços prestado pela TAP” após a sua alienação a privados e para que a companhia aérea “possa preservar os voos” para o país e “se possa ampliar o diálogo entre a aviação brasileira e aviação portuguesa”.

Do seu homólogo português, leva a garantia que, “independentemente da privatização da TAP”, todas as rotas e voos que a companhia aérea tem hoje para o Brasil “serão preservadas” e que “será feito um trabalho, à medida que [a empresa] tenha novas aeronaves, para poder ampliar novas rotas e voos” para o mercado brasileiro.

Sílvio Costa Pinto, que considerou a reunião com o seu homólogo “muito positiva”, adiantou que nela falaram também de outras possibilidades para ampliar a relação bilateral entre o Brasil e Portugal.

Lembrando, que os dois países têm hoje “uma prioridade conjunta de estreitar cada vez mais o turismo de negócios e de lazer“, referiu que hoje, “no PIB (Produto Interno Bruto) de Portugal o turismo equivale a 15% e no Brasil equivale a 7%”.

Na sua opinião, isto quer dizer que os dois países têm “um amplo trabalho pela frente para fazer com que cada vez mais turistas brasileiros venham a Portugal e portugueses possam ir ao Brasil” em lazer e em negócios. Um contexto, no qual ambos os governos sabem também que “a TAP é muito importante”.

Porto de Sines como centro logístico do Brasil na Europa

O ministro dos Portos e Aeroportos brasileiro revelou ainda que o Brasil espera assinar no início de 2025 um acordo de cooperação com Portugal para tornar o porto de Sines uma plataforma logística do Brasil para a Europa.

Sílvio Costa Filho, que se encontra em visita oficial a Portugal, revelou que este foi um dos assuntos debatidos com o Ministro das Infraestruturas e da Habitação de Portugal, Miguel Pinto Luz, durante o encontro que ambos tiveram na quinta-feira.

Segundo o ministro brasileiro, trata-se de “um acordo comercial” que está a ser, e “em nenhum momento foi discutida a possibilidade de empresas brasileiras participarem no porto” português.

“O que discutimos é que grandes operadores que já têm portos no Brasil (…) possam exportar produtos para o porto de Sines e este servir como parte do ‘hub’ internacional para outros portos aqui na Europa“, frisou.

Portugal tem o porto de Sines, que representa mais de 40% da agenda portuária do Estado“, além de outros portos, salientou Sílvio Costa Filho, e do seu lado o Brasil quer dialogar com o porto de Santos, de Paranaguá, de Pecém, de Suape e de Pernambuco”, especificou.

O plano logístico deverá contar com essas rotas de integração e devem ser identificados parceiros comerciais que operam no Brasil e em Portugal, bem como outros, que possam fazer essas operações conjuntas, explicou o ministro, lembrando que “é uma prioridade do Presidente Lula [Luis Inácio Lula da Silva] ampliar o diálogo com Portugal e, cada vez mais, com o mercado europeu”.

Lisboa hoje tornou-se num ‘hub’ internacional de aviação (…) e a ideia é que também o porto de Sines possa se transformar em parte do ‘hub’ logístico do Brasil na Europa.

Ministro dos Portos e Aeroportos do Brasil, Silvio Costa Filho

Nos próximos meses as equipas dos dois ministérios vão estruturar o texto conjunto, para o acordo poder ser assinado numa visita do ministro português ao Brasil, o que poderá ocorrer durante a próxima cimeira Luso-Brasileira, provavelmente realizar-se em fevereiro de 2025, admitiu o governante brasileiro.

O Brasil vive “um momento muito fértil do ponto de vista de oportunidades económicas”, frisou. “Temos mais de 50 leilões que estarão programados para os próximos 30 meses, na área portuária, aeroportuária e hidroviária. Concessões que serão feitas (…) nos próximos três anos“, destacou.

Na sua visita de dois dias a Portugal, o ministro teve também como objetivo apresentar essa carteira de investimento e concessões a investidores portugueses, num jantar esta quinta-feira.

Em entrevista à Lusa, lembrou que o seu país quer “ampliar essas parcerias com o mercado europeu”, para que cada vez mais os investidores destas origens possam investir no Brasil, “em portos, aeroportos, rodovias, em petróleo e gás e na aviação”.

Os investidores, garantiu, podem participar nas concessões portuárias “integralmente, sem a participação de empresas brasileiras, porque o Brasil hoje tem um livre mercado na agenda portuária” e terão “segurança jurídica, estabilidade e, se for preciso, crédito” para os seus negócios.

O Brasil também está a fazer “um grande volume de investimentos nos portos públicos” na ordem de mais cinco mil milhões de euros, acrescentou, referindo que os leilões e concessões que estão a ser feitos nas áreas que tutela equivalem a aproximadamente sete mil milhões de euros.

Este é o maior programa de investimentos da história do Brasil na área portuária“, sublinhou. Além disso, “o Brasil teve um crescimento nos portos públicos brasileiros na ordem de mais de 6%”, referiu.

Quanto a interesses já manifestados por investidores portugueses para futuras concessões de portos, Sílvio Costa Filho adiantou que tem havido conversas com a “Mota Engil, Teixeira Duarte e outros grupos“, que “abriram o diálogo com o Governo do Presidente Lula e querem cada vez mais fazer investimentos”, mencionando ainda conversas com a Acciona, grupo espanhol que com investimentos em Portugal.

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Dextall Iberia instala-se em Braga com investimento de 10 milhões de euros

  • ECO
  • 25 Outubro 2024

A Dextall alinha-se com a empresa bracarense Serralharia Cunha SA para criar fachadas pré-fabricadas. A nova estrutura tem um investimento de 10 milhões de euros e cria 60 postos de trabalho.

Braga foi a cidade escolhida para sede da unidade produtiva da Dextall, fabricante norte-americano de fachadas pré-fabricadas para edifícios. Esta escolha assinala a expansão da Dextall para o mercado ibérico com um investimento de 10 milhões de euros.

A empresa pretende desenvolver os seus produtos com um custo e prazo de construção reduzidos. Esta tecnologia permite a montagem de fachadas até um quinto do tempo, comparando com a prática comum, e visa habitações acessíveis, com eficiência na construção, e sustentáveis.

A unidade produtiva da Dextall Iberia tem a parceria da empresa bracarense Serralharia Cunha SA, do setor metalúrgico, e está previsto que venha a criar de 60 postos de trabalho.

Com o apoio da tecnologia “Building Information Modeling” (BIM), modelo virtual de construção com um conjunto de informações, e de um software próprio, a Dextall consegue iniciar o fabrico das fachadas apenas duas semanas após a aprovação do projeto.

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Liga Portugal #9: Paragem difícil para a locomotiva Amorim, o desafio do Benfica e o voo do Dragão

Pote e companhia deslocam-se ao difícil terreno do Famalicão. Na Luz, contra o Rio Aves, o Benfica terá de renovar o chip mental após a derrota na Champions. Aves e dragões: quem voará mais alto?

«O Benfica é a minha Seleção», é uma opinião até comum dentro da cultura desportiva portuguesa quando há paragem internacional. Fora essas extremidades, a verdade é que o futebol parece perder um pouco a sua cor quando a FIFA intervém com estas pausas de campeonato. Estamos no final de outubro e este mês ainda só houve uma jornada da Primeira Liga. Nos próximos dias, o Sporting, com uma liderança protegida por três pontos, vai visitar o Famalicão; o Benfica recebe o Rio Ave no Estádio do Luz e o FC Porto medirá forças fora de casa com o AVS SAD.

Para avivar a memória, recordamos os principais destaques da última jornada, realizada entre 4 e 6 de outubro. No Estádio de Alvalade, o Sporting bateu um Casa Pia (2-0) que se fechou regularmente num 6-3-1 e uma abordagem hiper-defensiva; o FC Porto venceu o Braga por 2-1 no Dragão e Nico González ofereceu o prémio MVP ao apanha-bolas que iniciou a jogada do segundo golo; e o Benfica nem sequer jogou. Teve a partida adiada contra o Nacional da Madeira devido a nevoeiro intenso. Não esquecer que o Farense somou a primeira vitória na Primeira Liga 24/25 e o Vitória SC, a vencer em casa o Boavista por 2-0, sofreu golos nos 90+5´e 90+15´ e empatou.

Extra futebol, a maior novela das últimas semanas foi a confirmação de que Hugo Viana, diretor desportivo do Sporting, vai para o Manchester City na próxima temporada.

Famalicão x Sporting: Pote e companhia na deslocação a terreno difícil

O regresso de Pedro Gonçalves é capaz de ser das melhores notícias desta semana para Rúben Amorim, porque é um jogador de características únicas no plantel do Sporting. Não é bem médio, nem é bem avançado, atua da esquerda para dentro e tem uma relação especial com a baliza. Amorim já destacou isso mesmo e, enquanto tinha Pote lesionado, Conrad Harder e Maxi Araújo foram as principais soluções apresentadas para essa posição, apesar de terem perfis diferentes. Depois de ter somado minutos contra o Sturm Graz na Champions League, Pote deve voltar à titularidade contra o Famalicão.

O Famalicão, nos últimos quatro jogos para a Primeira Liga, não ganhou nenhum, mas também não perdeu. Foram dois empates a 0 (Nacional e Moreirense) e dois empates a 1 (Rio Ave e Gil Vicente). Agora o treinador Armando Evangelista terá pela frente o verdadeiro teste – o Sporting de Rúben Amorim que só conhece a vitória no plano interno – e deverá montar uma estratégia focada em travar o poderio ofensivo do Sporting e ferir o leão. Também tem armas para isso, apesar de não ser fácil, e destacam-se Gustavo Sá (organizador com um toque refinado), Zaydou Youssouf (potência), Óscar Aranda (técnico) e mesmo Rochinha (velocidade). Há mais.

Resumidamente, é um bom jogo e um terreno difícil, porém o Sporting não tira o pé do acelerador e leva 8 vitórias em 8 jogos na Primeira Liga. Veremos se é desta que é parado ou se a locomotiva continua a todo o gás.

Benfica x Rio Ave: Renovar o chip mental

O Benfica tem um grande desafio nesta jornada da Primeira Liga. Não propriamente pela dificuldade do Rio Ave sem desmerecer, mas porque não joga para o campeonato há quase um mês – jogo adiado na Madeira – e sobretudo vem agora de uma derrota complicada na Champions League (1-3 com o Feyenoord no Estádio da Luz). O mundo não vai acabar e há situações bem mais graves, mas Bruno Lage tem ainda assim uma obrigação: dar resposta. O encontro está marcado para as 18h00 deste próximo domingo no Estádio da Luz.

Terá de haver uma mudança chip mental. Não se deixarem ir abaixo com o que aconteceu na Champions League – Feyenoord a superar facilmente a pressão, encontrar espaço nas costas e atacar a última linha encarnada com eficácia – e corrigir certos aspetos defensivos, como a transição. Contra o Rio Ave o Benfica deverá ter mais bola e o contexto é outro. É importante cuidar o mental para manter o bom momento, porque, ao dia de hoje, o Benfica de Bruno Lage continua de longe com saldo positivo. Foi “só” um jogo para esquecer. Vão agora enfrentar um Rio Ave de Luís Freire que, com tantas movimentações no mercado, ainda luta pela estabilidade (2 vitórias, 2 empates e 4 derrotas nesta edição).

AVS SAD x FC Porto: Quem voa mais alto?

O FC Porto não atropela como o Sporting na Primeira Liga, mas leva um registo imaculado e claramente na luta pelo título. Já venceu em casa do Vitória SC (0-3), bateu o Braga (3-0) e tem sete vitórias em oito jogos. A única derrota… contra o Sporting. É o que os diferencia na tabela classificativa, a nível pontual. Na próxima segunda-feira, em dia de Bola de Ouro, visita o terreno do AVS SAD, uma equipa indecisa sobre o seu momento de forma. Começou com um empate, sofreu logo depois quatro bolas do Gil Vicente, ganhou à sensação Vitória SC de Rui Borges e depois perdeu dois jogos, empatou dois e venceu um. Não por ordem.

Importante observar a construção variável do FC Porto de Vítor Bruno, tendo em conta o adversário. Numa fase inicial da época, os dragões apostavam mais um ataque organizado e sustentado. Nos últimos dois jogos, diante do Braga e do Manchester United, com o potente Samu Aghehowa na frente, o FC Porto pensou um pouco menos a abordagem ofensiva e procurou um ataque mais em profundidade e vertical. De acordo com Vítor Bruno, há que olhar para o adversário. Essa abordagem também pode trazer repercussões a nível defensivo, uma vez que a equipa já não ataca tão junta e verifica-se os setores mais distanciados, criando espaço em caso de perda.

Nota ainda par Tiago Djaló que já se estreou pela equipa principal do FC Porto e com golo.

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Apenas 24% dos CEO portugueses esperam atingir metas ambientais de 2030

Estudo Global CEO Outlook da KPMG revela pessimismo entre os gestores de topo portugueses sobre os objetivos ambientais traçados para o final da década

Menos de um em cada quatro presidentes executivos em Portugal consultados pelo estudo Global CEO Outlook, da consultora KPGM, estão confiantes de que irão atingir as metas ambientais net zero até 2030. Em comparação, 52% dos CEO consultados a nível global revelaram acreditar que essas metas poderão ser alcançadas.

Na 10ª edição do estudo, no capítulo ESG (Environment, Social and Governance, na sigla em inglês), a que o ECO teve acesso, 18% dos 50 entrevistados portugueses “concorda fortemente” com a frase: “estamos confiantes que podemos atingir os nossos objetivos net zero 2030″, enquanto 6% respondeu com o mais moderado “concorda”.

20% dos inquiridos portugueses discorda da possibilidade de cumprir as metas, e 10% discorda fortemente, sendo que 46% dos CEO optaram por responder que nem concorda nem discorda totalmente com a hipótese.

Em contraste, entre os 1.325 CEO consultados a nível global, 11% dos inquiridos concorda fortemente com o cenário de cumprimento das metas e 41% concorda. Apenas 20% revelou que discorda que será possível atingir as metas comunitárias estabelecidas em 2030 em matéria de clima, energia, transportes e fiscalidade aptas a reduzir as emissões líquidas de gases com efeito de estufa em, pelo menos, 55% até 2030.

Para Pedro Cruz, ESG Coordinator Partner da KPMG, há duas explicações para esse “desalinhamento e esse eventual maior pessimismo” dos nossos CEO. “Por um lado, conseguir atingir metas net zero implica níveis muito significativos de investimento, aliás a União Europeia estima níveis de investimento muito acima do que são os níveis que temos hoje na Europa“, referiu ao ECO.

“Quando comparamos países como Portugal onde a capacidade de investir é mais limitada, com outros países com maior capacidade, confrontados com escolhas de onde investir dinheiro que é escasso em Portugal, se calhar há outras áreas para onde efetivamente algum pragmatismo vai obrigar a canalizar o investimento”, sublinhou.

Quando comparamos países como Portugal onde a capacidade de investir é mais limitada, com outros países com maior capacidade, confrontados com escolhas de onde investir dinheiro que é escasso em Portugal, se calhar há outras áreas para onde efetivamente algum pragmatismo vai obrigar a canalizar o investimento.

Pedro Cruz

ESG Coordinator Partner, KPMG

“Maior realismo”

Segundo Pedro Cruz, em alguns casos os CEO portugueses “revelam maior dose de realismo do que alguns CEO europeus, porque em muitos negócios a ambição net zero em 2030 é altamente improvável

O partner da KPMG aponta para outra pergunta do estudo sobre o principal obstáculo para atingir as metas 2030. Entres os CEO portugueses, mais de um terço, 34%, vê a ausência de soluções ou tecnologia apropriadas como a maior barreira, com a complexidade da descarbonização em segundo lugar (22%).

Entre os 1.325 entrevistados a nível global, essa complexidade é vista como a barreira principal (30%), seguida da escassez de competências e perícia para implementar soluções (22%) e em terceiro a ausência de soluções (16%).

“Em muitos casos, na verdade, nem é só uma capacidade de poder investir, é uma capacidade de sobretudo poder investir em áreas completamente inovadoras que hoje não se sabe se vão ser bem-sucedidas e se esse investimento dá algum retorno”, conclui Pedro Cruz.

Outra vertente na qual a resposta dos gestores portugueses é clara, e em contraste com a resposta global, é a do principal impacto positivo da estratégia ESG nos próximos três anos. Para 34% dos CEO portugueses, a atração da próxima geração de talento deverá ser o maior ganho na estratégia ESG, enquanto a nível global 34% dos líderes vê o desenvolvimento da ligação com os clientes e a associação positiva à marca como o principal benefício.

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“Onda de revolta” e “reforço policial” nas ruas. O que diz a imprensa internacional sobre os desacatos em Lisboa

  • ECO
  • 25 Outubro 2024

Da vizinha Espanha até cruzar o Atlântico e chegar ao Brasil, vários órgãos internacionais têm relatado os distúrbios registados em bairros de Lisboa desde a morte de Odair Moniz, baleado pela PSP.

Numa semana marcada por desacatos em algumas zonas da Grande Lisboa na sequência da morte de Odair Moniz, um cidadão cabo-verdiano baleado pela PSP na noite de segunda-feira, alguns órgãos de comunicação de referência a nível internacional têm noticiado sobre o tema. Além de serem referidas as medidas entretanto anunciadas pelo Governo para conter os distúrbios, como o reforço policial nas ruas, alguns jornais dão destaque também ao papel de Odair Moniz no bairro da Cova da Moura desde que saiu da prisão após um passado de tráfico de droga, roubo e condução sem carta.

Bloomberg: “Portugal aumenta presença policial em Lisboa após autocarros incendiados”

A edição europeia da Bloomberg dá destaque aos resultados da reunião de quinta-feira entre o Governo e os autarcas dos 18 municípios que compõem a Área Metropolitana de Lisboa (AML). “O reforço das forças policiais vai continuar, conforme necessário”, lê-se no site da agência noticiosa financeira, que citava o ministro da Presidência, António Leitão Amaro.

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El País: “Morte de imigrante africano baleado pela polícia provoca tumultos nos subúrbios de Lisboa”

No país vizinho, o El País começa por referir o passado de Odair Moniz, o cidadão cabo-verdiano baleado por um agente da PSP na madrugada de segunda-feira: “Envolveu-se no tráfico de droga, roubou, conduziu sem carta e acabou na cadeia”. “Mas essa vida ficou para trás“, escreve depois o diário espanhol, apontando que a vítima, de 43 anos, era agora um “empregado de mesa que tinha tido o terceiro filho há dois anos e estava reintegrado na sociedade”, sem “contas pendentes com a justiça ou com a polícia”.

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Le Fígaro: “Portugal abalado por tumultos nos subúrbios de Lisboa”

Já o Le Fígaro expõe as medidas anunciadas pelo ministro António Leitão Amaro para pôr fim aos distúrbios que se verificaram nas últimas noites em “vários bairros desfavorecidos da periferia de Lisboa”, desde “a utilização de todos os meios disponíveis” ao “aumento do número de polícias no terreno” e ao recurso à vigilância área e às redes sociais.

Além disso, o jornal francês faz referência ao facto de a versão da PSP sobre a morte de Odair Moniz estar a ser “posta em causa” por vários órgãos de comunicação social, bem como à “manifestação pacífica de protesto contra a violência policial nos bairros” agendada para sábado.

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Reuters: “Distúrbios em Lisboa depois de a polícia ter matado um homem negro”

A agência de notícias relata sobre “os autocarros e caixotes do lixo incendiados e o arremesso de pedras” nas noites de distúrbios que “abalaram os arredores” de Lisboa após a morte do cidadão cabo-verdiano baleado pela polícia na madrugada de segunda-feira. “O grupo de defesa dos direitos humanos SOS Racismo afirmou que o homem se tinha juntado a uma longa lista de negros mortos pela polícia”, escreve a Reuters.

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Daily Express: “Aviso de viagem para Portugal à medida que Lisboa é assolada por violência agressiva”

“Uma cidade europeia adorada pelos britânicos para escapadelas foi abalada por duas noites de carnificina, com agentes da polícia de choque a serem destacados após a violência ter eclodido na sequência do tiroteio policial contra um pai de dois filhos”, lê-se, por sua vez, no tabloide inglês Daily Express, numa referência mais sensacionalista aos distúrbios dos últimos dias registados em várias zonas de Lisboa.

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Portal UOL: “Morte de imigrante negro por policial em Portugal causa revolta”

Do outro lado do Atlântico, o portal brasileiro UOL escreve sobre a “onda de revolta” em Lisboa, com “diversos veículos incendiados e alguns presos”, na sequência da morte de Odair Moniz, baleado pela polícia no bairro do Zambujal. Aos pormenores e versões sobre o que se sabe até agora acerca do caso, o UOL cita as declarações do presidente de Cabo Verde, José Maria Neves, que classificou a morte do cidadão natural do seu país como um “episódio trágico que entristece a todos” e manifestou “solidariedade à família enlutada”.

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Folha de São Paulo: “Lisboa tem depredação e carros incendiados após morte de imigrante africano”

O Folha de São Paulo reporta sobre os danos que resultaram dos tumultos registados naquela que é “considerada uma das capitais mais seguras e pacíficas da Europa”. Mas o jornal brasileiro dá destaque, sobretudo, ao papel de Odair Moniz e ao seu papel no bairro onde vivia, descrevendo-o como um cidadão “popular” da Cova da Moura que “fazia trabalhos comunitários”, era “dono de um pequeno café que se tornou ponto de encontro” e que “aos sábados servia cachupa”.

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