Indústria e automóvel dão “melhor ano de sempre” ao software do grupo Sendys

Grupo liderado por Fernando Amaral obteve “o maior volume de negócios de sempre", atingindo os 9,8 milhões de euros, impulsionado pela produção industrial e grandes projetos na área automóvel.

O Sendys Group, que integra as software houses portuguesas Alidata e Sendys, registou no ano passado um volume de negócios de 9,8 milhões de euros, o que representa um crescimento de 8% face a 2022. O grupo liderado por Fernando Amaral emprega 160 pessoas.

O “melhor ano de sempre” é justificado com a implementação de projetos de transformação digital e digitalização de processos em Portugal e nos países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP). A faturação foi distribuída por Portugal (5,5 milhões), Angola (2,1 milhões), Moçambique (0,9 milhões) e por um conjunto de outros mercados (0,6 milhões).

Entre os fatores que mais contribuíram para o crescimento sustentado do grupo, frisa, estiveram o alargamento da quota de mercado nos setores da manutenção e produção industriais e em grandes projetos na área automóvel — onde, além de Portugal, surge em destaque o mercado moçambicano, no qual diz ter múltiplos projetos em pipeline.

O grupo realça, em comunicado, além do desempenho das marcas Sendys (vocacionada para serviços e financeiro) e Alidata (setor industrial e automóvel), osoftware de gestão na cloud (Masterway) com “grande crescimento em todos os mercados, particularmente nos PALOP”. Acrescenta ainda a marca mais internacional do grupo, a Sendys Explorer, solução de printing e gestão documental já implementada em mais de cem países dos cinco continentes.

Fernando Amaral, CEO do Sendys Group Sendys Group

Fernando Amaral, chairman do Sendys Group, afirma que “esta performance reflete a confiança dos clientes, a segurança das soluções, o empenho dos colaboradores e a visão da equipa de gestão”. “É muito motivador para continuarmos o nosso trabalho, no ano em que as duas software houses nacionais mais antigas ainda em atividade, a Alidata e Sendys, que integram o nosso grupo, comemoram 40 anos“, completa o gestor.

Para 2024, o Sendys Group quer “continuar a crescer em linha com os anos anteriores, particularmente nas áreas de mobilidade, manutenção, produção industrial, oficinal, e ainda de serviços, nas soluções de gestão documental, arquivo digital, customer relationship management, business process management, manutenção e printing“.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Tribunal de Contas Europeu critica Portugal por fazer auditorias aos fundos só com base nas autodeclarações dos beneficiários

Tribunal constatou que autoridades de auditoria se basearam exclusivamente nas autodeclarações dos beneficiários para verificar critérios de elegibilidade sem corroborar a fiabilidade das informações.

O Tribunal de Contas Europeu chamou a atenção de Portugal por fazer as auditorias aos fundos europeus, baseadas apenas nas autodeclarações dos beneficiários. No relatório anual de 2022, do Tribunal de Contas Europeu, divulgado esta terça-feira, o órgão fiscalizador critica o facto de as autoridades de auditoria nacionais de alguns países não contrastarem as autodeclarações dos beneficiários com fontes fiáveis e comprovadas.

Em vários Estados-membros (Dinamarca, Grécia, Espanha, Croácia, Malta, Portugal e Eslovénia), o Tribunal constatou que as autoridades de auditoria se basearam exclusivamente nas autodeclarações dos beneficiários para verificarem os critérios de elegibilidade e outros requisitos, tais como: a capacidade técnica dos proponentes, o seu estatuto de pequena e média empresa (PME), as condições para a atribuição do estatuto de “jovem NEET”, a composição dos agregados familiares, o cumprimento do limiar de minimis, a inexistência de duplo financiamento e a ausência de conflitos de interesses”, lê-se no relatório.

O Tribunal constatou ainda, no âmbito da sua auditoria às autodeclarações incluídas numa subamostra, que “as autoridades de auditoria em causa não solicitaram nem verificaram outros elementos comprovativos para corroborar a fiabilidade das informações declaradas”. “Essas verificações teriam ajudado a garantir a proteção dos interesses financeiros, mantendo simultaneamente o trabalho de auditoria dentro de limites razoáveis, o que permitiria às autoridades de auditoria detetarem autodeclarações incorretas ou incompletas”, acrescenta.

Em Portugal, a auditoria aos fundos europeus é feita, em última instância, pela Inspeção Geral de Finanças. Mas é à Agência para o Desenvolvimento e Coesão que compete a o grosso das auditorias. Ao nível dos vários programas é suposto também ser feita alguma auditoria interna. O ECO pediu uma reação à Agência, mas não obteve resposta até à publicação deste artigo.

Questionada pelo ECO sobre os reparos feitos pelo Tribunal de Contas Europeu, o Ministério das Finanças, que tutela a IGF, explicou que estes estavam relacionados com a “composição dos agregados familiares na atribuição de bolsas a estudantes universitários”. “As autoridades nacionais apresentaram à Comissão Europeia o trabalho desenvolvido para confirmação da regularidade da composição dos agregados familiares, abordagem desenvolvida em linha com normas de auditoria internacionalmente aceites”, explicou fonte oficial do Ministério das Finanças.

“A Comissão acolheu e concordou integralmente com a informação transmitida pelas autoridades nacionais, tendo partilhado inequivocamente essa mesma posição, que assumiu como sua no processo de contraditório final que exerceu com o Tribunal de Contas Europeu, facto que levou o próprio Tribunal de Contas Europeu a decidir modificar a sua posição, não quantificando a constatação inicial“, acrescentou a mesma fonte. À semelhança do que acontece com o Tribunal de Contas nacional os visados têm sempre o direito ao contrário antes da publicação dos relatórios. Ainda assim, o Tribunal de Contas Europeu optou por manter o alerta a Portugal.

O tribunal avança que “em quatro operações examinadas faltavam informações ou documentos comprovativos, mas nenhuma delas foi quantificada“. “Em Portugal, a autoridade de auditoria apresentou ao Tribunal uma confirmação das universidades participantes relativa aos registos e créditos obtidos cuja data era posterior aos trabalhos de auditoria no terreno. Com base nestes elementos, o Tribunal decidiu não quantificar o erro”, lê-se no relatório, que dá nota de que a Comissão ia “fazer o seguimento” do caso.

Fonte oficial do Ministério de Joaquim Miranda Sarmento revelou que “a própria Comissão Europeia efetuou posteriormente uma auditoria para confirmação da informação transmitida pelas autoridades nacionais, tendo concluído pela segurança do sistema”.

Num relatório onde constata que a “Comissão Europeia regista as verbas mal gastas com rigor e rapidez”, mas “muitas vezes demora demasiado tempo a recuperar o dinheiro”, sobretudo na área da agricultura, onde a percentagem de despesas recuperadas é especialmente baixa, o Tribunal de Contas Europeu admite que os “erros adicionais detetados” representam “insuficiências no trabalho das autoridades de auditoria que a Comissão nem sempre conseguiu corrigir antes de aceitar as contas”.

Para o tribunal existem vários tipos de insuficiências, por exemplo, no que diz respeito ao trabalho das autoridades de auditoria para verificarem a elegibilidade dos projetos, o respeito pelas regras do mercado interno, o risco de fraude e de conflito de interesses e a elegibilidade das despesas (como custos de pessoal, OCS, grandes projetos e se o beneficiário realmente efetuou e pagou os custos declarados), incluindo os casos em que o Tribunal constatou que a autoridade de auditoria não realizou controlos suficientes das informações fornecidas pelos beneficiários ou em que faltavam aspetos fundamentais dos sistemas de gestão e de controlo para funcionarem bem. Um ponto no qual apontou o dedo a Portugal.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Montenegro quer tornar Portugal num “contribuinte líquido” da UE

  • Lusa
  • 9 Maio 2024

“Precisamos de fazer um uso muito criterioso dos fundos à nossa disposição”, defende também o primeiro-ministro, fazendo a autocrítica de que país não os aproveitou “suficientemente”.

O primeiro-ministro assumiu esta quinta-feira como “objetivo nacional” que Portugal deixe de ser país da coesão e passe a contribuinte líquido da União Europeia (UE), defendendo que só com autocrítica e um investimento criterioso dos fundos pode chegar ao “pelotão da frente”.

Luís Montenegro abriu esta quinta-feira a conferência “Europa, que futuro?”, que integra o ciclo de “Conferências da RTP/Sociedade Civil”, que decorre no Centro Cultural de Belém, e assinala o Dia da Europa.

Na sua intervenção, Montenegro recordou que quando Portugal aderiu à então Comunidade Económica Europeia o seu PIB per capita era de 58% da média europeia e hoje é de 75%, salientando, contudo, que a maior aproximação foi feita até ao ano 2000, quando chegou aos 71%.

“O que quer dizer que o ritmo nos primeiros 15 anos foi de brutal aproximação e o ritmo dos 20/25 [anos] seguintes foi praticamente de estagnação”, referiu.

O primeiro-ministro defendeu que o país “não pode eternizar esta trajetória” e tem de “mesmo de estar na linha da frente”. “Temos mesmo de fixar como objetivo nacional deixarmos de ser um país da coesão, temos de ter como ambição para Portugal sermos um contribuinte líquido da União Europeia e estarmos solidários com aqueles que chegam de novo“, defendeu.

Caso contrário, alertou, Portugal vai eternizar “uma situação de dependência”, e estar “sempre à espera de uma ajuda”. “Para isso precisamos de fazer um uso muito criterioso dos fundos à nossa disposição. Temos de fazer essa autocrítica: não aproveitámos suficientemente, devíamos ter hoje melhores resultados face aos apoios que tivemos nos últimos anos“, disse.

Montenegro defendeu que o país tem de olhar com esse “espírito de autocrítica” para a execução dos fundos comunitários do PRR e do PT2030. “Um país que invista de forma estratégica e não a pensar no efeito imediato como por vezes acontece, em que temos de gastar o dinheiro se não vamos perdê-lo: esta não é mentalidade de quem quer estar no pelotão da frente“, referiu, retomando uma expressão muito usado pelo antigo primeiro-ministro e Presidente da República Cavaco Silva.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Debates das europeias arrancam na segunda-feira. Veja o calendário

  • + M
  • 9 Maio 2024

Além dos seis debates com quatro cabeças de lista de cada vez, a RTP organiza mais dois, um com todos os partidos que estão representados na AR e outro entre aqueles sem assento parlamentar.

Depois de avanços e recuos e da apresentação de várias propostas, os partidos chegaram a consenso e aceitaram o modelo proposto pelas televisões para a realização de seis debates com quatro partidos para as eleições europeias. O primeiro está marcado para esta segunda-feira.

Os primeiros quatro partidos em debate, na segunda-feira (13 de maio), são o PS, a AD, a IL e o Livre, na SIC. Segue-se o BE, PAN, Chega e Livre (15 de maio, RTP), CDU, BE, IL e Livre (17 de maio, TVI), CDU, PAN, Chega e IL (20 de maio, SIC), PS, AD, Chega e CDU (21 de maio, RTP) e PS, AD, BE e PAN (24 de maio, TVI). O PS e a AD, como mostram o calendário, surge junto em todos os debates.

Nos debates, com duração de 50 a 55 minutos, vão participar os cabeças de lista Sebastião Bugalho (AD), Marta Temido (PS), António Tanger Corrêa (Chega), João Cotrim de Figueiredo (IL), Catarina Martins (BE), João Oliveira (CDU), Francisco Paupério (Livre) e Pedro Fidalgo Marques (PAN).

Além dos seis debates que colocam em “confronto” quatro cabeças de lista de cada vez, a RTP organiza mais dois, um com todos os partidos que têm atualmente assento na Assembleia da República (28 de maio) e outro com cabeças de lista de forças partidárias sem representação parlamentar (30 de maio).

Calendário completo:

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

BuyBack: O Mundo dos Produtos Recondicionados

  • Conteúdo Patrocinado
  • 9 Maio 2024

Desde iPhones Recondicionados a Portáteis. A Buyback destaca a sua ambição de conquistar os Portugueses com uma abordagem sustentável.

A Buyback, marca registada Portuguesa, criada em 2022 por uma empresa dedicada à distribuição informática no mercado de Recondicionados há mais de 10 anos e pioneiros neste segmento, apresenta-se neste ano de 2024 ao público com a sua loja online, e uma ambição exponencial de transparecer o seu compromisso com a sustentabilidade e a poupança que os Recondicionados podem trazer aos bolsos dos Portugueses. “Crescemos muito no mercado empresarial, e este ano apostamos em trazer o que de melhor no segmento de Recondicionados fazemos, mas agora para todos os Portugueses” acrescenta o CEO e Líder da Empresa, Tiago Moreira.

A marca que se apresenta com foco exclusivo em produtos recondicionados, como computadores, portáteis e iPhones recondicionados consolida a sua liderança, garantindo benefícios significativos tanto para os consumidores quanto para o meio ambiente, permitindo poupar cerca de 50% face a um produto dos mesmos segmentos, mas novo.

De iPhones Recondicionados a Portáteis, mas qual é o Processo de Recondicionamento?

Inicialmente, um produto recondicionado, é basicamente um produto usado, mas que através de vários processos internos de recondicionamento técnico e estético é possível dar uma “segunda vida” ao equipamento, podendo assim o apelidar de recondicionado, a tal “famosa” palavra. Por outro lado, o usado simplesmente passa do primeiro para o segundo utilizador, sem intervenções intermédias. Mas então, que processo é esse?

“Na BuyBack, não nos cingimos a olhar para o produto e etiquetá-lo pela aparência nem funcionalidade como muitos marketplaces o fazem, nas nossas instalações fazemos mesmo todo o processo de recondicionamento assente na melhoria contínua, integrado esse em sistemas de gestão de qualidade internos. Fazemos avaliações aos estados físicos dos equipamentos, testamos mais de 20 pontos de verificação dependendo do produto, e avançamos para o tratamento estético, que envolve pintura dos equipamentos entre outros tratamentos internos” explica ao ECO, Tiago Moreira.

Desta forma, a BuyBack assegura que os seus clientes recebem produtos que não só funcionam perfeitamente, mas também têm um excelente aspeto.

Sustentabilidade e Economia de mãos dadas

Por outro lado, escolher produtos recondicionados em 2024 não só é uma decisão inteligente, mas como também sustentável. Cada compra de um produto recondicionado, o consumidor contribui diretamente para a redução do lixo eletrónico, um dos tipos de resíduos que mais cresce no mundo.

Adicionalmente, do ponto de vista económico, os benefícios são igualmente notáveis. Os recondicionados da BuyBack oferecem uma excelente relação custo-benefício, especialmente porque como relatado acima são vendidos com garantias de 3 anos e um controlo total sobre o produto final, assegurando aos consumidores tanto segurança na compra, como também durabilidade.

Movidos pela Satisfação do Cliente

“Colocamos o cliente no centro de tudo o que fazemos. Oferecemos um suporte exemplar, garantindo que qualquer questão ou problema seja resolvido de forma rápida e eficaz, e estes detalhes são os que fazem a diferença em 2024 neste segmento”. O compromisso com a excelência no atendimento faz da Buyback a escolha preferida por muitos consumidores que procuram soluções tecnológicas recondicionadas. Além dos processos de recondicionamento a BuyBack aposta no embalamento personalizado, garantindo que a sensação de abrir os seus produtos seja equiparada a abrir os mesmos, mas pela primeira vez.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Quem for contra a imigração é contra o desenvolvimento do país”, diz presidente da CAP

  • Lusa
  • 9 Maio 2024

Em entrevista à Lusa, Álvaro Mendonça e Moura defende importância dos trabalhadores estrangeiros no setor agrícola, critica falta de apoios no PRR e vê “sinais positivos” no novo Executivo.

O presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) afirmou que “quem for contra a imigração é contra o desenvolvimento do país”, sublinhando que qualquer governo deve passar pela Concertação Social para “ouvir os outros”. “É muito importante percebermos todos que quem for contra a imigração é contra o desenvolvimento do país. Isto precisa de ser interiorizado”, defendeu Álvaro Mendonça e Moura, em entrevista à Lusa.

O antigo embaixador, que assumiu a presidência da CAP no ano passado, destacou a importância dos trabalhadores estrangeiros para setores como a agricultura, turismo ou construção, que dependem desta mão-de-obra “para a sua sobrevivência”.

No caso particular da agricultura, o presidente da confederação lembrou que algumas empresas chegam a ter 300 trabalhadores imigrantes, uma vez que em Portugal seria impossível recrutar este número. Porém, ressalvou que deve haver controlo para que as pessoas sejam contratadas “em boa e devida forma”, com contratos de trabalho.

Álvaro Mendonça e Moura destacou que foi a CAP a propor medidas para facilitar a concessão de habitação a trabalhadores migrantes nas empresas agrícolas. “Foi uma proposta da CAP, não foi dos sindicatos […]. Nós queremos trabalhadores estrangeiros, mas trabalhadores estrangeiros devidamente integrados, com condições de vida dignas e com respeito pelos seus direitos”, vincou.

O líder da confederação dos agricultores pediu que se evitem populismos, nomeadamente a ideia de que Portugal poderia prescindir destes trabalhadores, o que disse ser “um disparate com gravíssimas implicações económicas”.

Mendonça e Moura notou também que qualquer governo “deve ser obrigado a passar pela Concertação Social” e a discutir com os seus parceiros, lembrando o acordo de reforço dos rendimentos, assinado em outubro de 2023. Através deste acordo foi decidido “um reforço muito significativo” do primeiro pilar (pagamentos diretos) da Política Agrícola Comum (PAC), de modo a que o setor esteja mais próximo dos “parâmetros organizacionais” de Espanha ou França.

“Isso nunca tinha sido feito e é muito importante para nós. Está ainda por implementar e por isso eu digo que, seja qual for o governo […], é essencial respeitar o que foi acordado em sede de Concertação Social”, acrescentou.

Neste sentido, Álvaro Mendonça e Moura considerou que a Concertação Social deve sempre ser um fórum importante para que as confederações patronais, os sindicatos e o Governo possam ouvir-se, perceber as prioridades e preocupações dos outros.

Apoio à agricultura “pouco acima de zero” e agora nada pode ser feito

O presidente da CAP lamentou, por outro lado, que não tenha sido dada importância à agricultura no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com apoios “pouco acima de zero”, lembrando que, nesta matéria, já nada pode ser feito.

“A resposta é simples: não foi dada importância à agricultura. O apoio do PRR à agricultura não é zero, mas é pouco acima. Portanto, obviamente, que podia e devia ser mais e o Governo tinha essa possibilidade“, apontou, na entrevista à Lusa, Álvaro Mendonça e Moura, quando celebra um ano desde que assumiu a presidência da confederação.

No dia 22 de setembro de 2023, a Comissão Europeia aprovou a revisão do PRR de Portugal, que ascende agora a 22.200 milhões de euros. Contudo, esta verba poderia ter sido de, aproximadamente, 30.500 milhões de euros, se o governo tivesse optado por esgotar a totalidade dos empréstimos, à semelhança do que fez o Executivo espanhol.

Para a CAP, essa deveria ter sido a opção do Governo português, dando assim mais destaque ao setor agrícola no PRR. O Executivo teria sempre de pagar essa dívida, mas “a 30 anos e com juros irrisórios”, o que possibilitaria o investimento, por exemplo, na retenção da água.

A confederação dos agricultores já defendeu a criação de uma Rede Nacional de Água, esperando que esta avance nos próximos quatro anos. Caso contrário, “ano sim, ano não”, vamos dizer que estamos outra vez numa situação de seca e que são precisas ajudas, referiu.

Álvaro Mendonça e Moura apontou ainda que, ao contrário do que acontece, por exemplo, no norte de África, Portugal não tem falta de água, mas o recurso mal distribuído, não tendo capacidade para o armazenar. É assim necessário começar a reter água, o que pode ser feito através do alteamento de barragens, com a reafetação da sua utilização.

Por outro lado, conforme defendeu, a solução pode ainda estar na renegociação das concessões de barragens, passando algumas a ter fins múltiplos. Contudo, não será com as verbas do PRR que o país poderá apostar neste recurso, alertou, sublinhando que o prazo para recorrer a esse empréstimo já está fechado.

Entre os problemas apontados pela confederação, estão também as verbas por executar no Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) 2020, o que tem de ser feito até ao final do próximo ano. “Nós não temos falta de dinheiro, temos falta de execução de projetos e é isso que temos que mudar“, apontou.

Já sobre o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC), o presidente da CAP explicou que tem de ser “remodelado profundamente” e não apenas desburocratizado, como já foi anunciado pelo Governo de Luís Montenegro. “É uma alteração substantiva. Não é uma questão só de remodelar, tornar mais simples e menos burocrático. É efetivamente ser alterado”, precisou.

A CAP entregou uma proposta de alteração do PEPAC, esperando que esta faça parte daquilo que o Governo terá que apresentar a Bruxelas até ao final de junho, de modo a que o novo plano possa entrar em vigor a 1 de janeiro de 2025. A proposta dos agricultores prevê, entre outros pontos, um maior apoio à agricultura de precisão, “mais avançada e amiga do ambiente” e à pecuária, além de um reforço do primeiro pilar desta política, que diz respeito aos pagamentos diretos.

Novo Governo deu “sinais positivos” depois de a CAP ter passado 2023 a “corrigir erros” do ministério

Quanto ao Executivo liderado por Luís Montenegro, o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal defende que já deu “sinais muito positivos”. “Isso importa reconhecê-lo”, assinalou Álvaro Mendonça e Moura, destacando o regresso das florestas ao Ministério da Agricultura, compromisso assumido pela Aliança Democrática (AD) durante a campanha eleitoral.

Por outro lado, sublinhou que o novo primeiro-ministro tem vindo a referir-se à agricultura como “um setor estratégico”, algo que, segundo a CAP, já não era ouvido há muito tempo. Assim, os agricultores acreditam haver vontade e orientação política, que esperam agora ver no terreno com medidas concretas.

Mendonça e Moura lembrou que o próprio ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, já disse publicamente ser preciso acelerar os pagamentos aos agricultores, introduzir previsibilidade e utilizar todas as verbas disponíveis, nomeadamente os apoios da União Europeia (UE).

“Nós já tínhamos alertado o governo anterior para o enorme risco de perdermos verbas, que vão ter que ser executadas até ao final do próximo ano. Falo de executadas, não de decididas. Há aqui uma aceleração no funcionamento do Ministério da Agricultura que é necessária”, sublinhou.

A CAP já esteve reunida com o novo ministro da Agricultura, que tem demonstrado abertura e vontade de saber as prioridades do setor, apontou, referindo que o governante pediu à confederação que não apresente apenas os problemas, mas também projetos de resolução dos mesmos.

Nestes encontros esteve também em cima da mesa o PEPAC, que notou ter sido feito sem a auscultação do setor, precisando assim de ser totalmente reformulado e ajustado à realidade portuguesa, um dos pontos que levou os agricultores a sair à rua no início do ano.

Para a confederação, a escolha de José Manuel Fernandes para a pasta da Agricultura abriu uma nova porta ao diálogo institucional entre o Governo e o setor agrícola, sublinhando que o novo ministro tem vantagens face aos seus homólogos europeus, nomeadamente “um conhecimento aprofundado de Bruxelas” e das matérias financeiras europeias.

“Nunca achei que o ministro da Saúde tinha que ser um médico ou um enfermeiro […]. O ministro da Agricultura também não tem de ser um especialista em vinho, cereais ou azeite. Não é esse o ponto. É preciso que perceba a importância e a dimensão do setor também em termos de coesão territorial”, disse, recordando que a agricultura, engloba também as florestas e o agroambiental.

Álvaro Mendonça e Moura, que foi eleito presidente da CAP em maio de 2023, numa altura em que os seus planos passavam por se dedicar, em exclusivo, aos seus projetos no setor agrícola, depois de estar ligado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, classificou o seu primeiro ano à frente da confederação como “muito difícil”, uma vez que, neste período, o setor teve de lidar com uma seca “muito severa”, com poucos apoios, e com o “disfuncionamento” do Ministério da Agricultura.

“Nunca tínhamos tido uma campanha de ajudas tão má como 2023, que depois se repercutiu em atrasos nos pagamentos. Nós passámos, de facto, os dias a tentar corrigir aquilo que o Ministério [da Agricultura] tinha ou não feito. Foi muito complicado”, lamentou.

Por outro lado, notou que o Ministério da Agricultura foi “amputado” de um dos seus braços executivos, referindo-se às direções regionais de agricultura, cujas competências transitaram para as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), o que insistiu ter que ser revertido urgentemente, à semelhança do que aconteceu com as florestas (que estavam no Ministério do Ambiente).

“Ninguém de bom senso” nega hoje as alterações climáticas

Para o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal, “ninguém de bom senso” nega hoje a existência de alterações climáticas, criticando os “extremistas ambientais” que compram arroz da Tailândia e manga do Brasil.

“As alterações climáticas estão aí, não é uma questão. Ninguém de bom senso disputa a existência de alterações climáticas, que os agricultores verificam todos os dias”, afirmou ainda Álvaro Mendonça e Moura, na entrevista à Lusa.

O impacto no setor agrícola é visível, por exemplo, nas vindimas, que hoje se realizam um mês mais cedo do que há algumas décadas. Perante este problema, o setor agrícola tem feito um “esforço enorme” para ser mais eficiente, nomeadamente no que diz respeito à utilização da água, condição que disse ser necessária para uma empresa ser competitiva.

O agricultor não só percebe as alterações climáticas, como tem todo o interesse em adaptar-se no sentido de ser mais eficiente e é esse caminho que tem feito. Provavelmente, mais do que qualquer outro setor”, sublinhou.

No entanto, Álvaro Mendonça e Moura notou que “muita gente da cidade” ainda não se deu conta deste investimento que o setor agrícola tem vindo a fazer ao longo dos anos. Esta adaptação às alterações climáticas passa também pela introdução de novas culturas porque “não se pode continuar a produzir em 2024 como em 1960”.

O líder da CAP considerou ainda que a modernização é também “uma oportunidade” para a agricultura se adaptar àquilo que o mercado hoje quer. Contudo, criticou aquilo que disse ser um “extremismo ambiental” que não aceita a agricultura e que gostaria que toda a paisagem fosse “um sítio de lazer para o citadino ir uma vez por ano”, vincando que não se pode fazer uma dissociação entre sustentabilidade ambiental, social e económica.

“Esses são os que depois vão ao supermercado comprar arroz da Tailândia e manga do Brasil, ignorando a pegada carbónica e os produtos utilizados” nestes alimentos, acrescentou.

Assim, o antigo embaixador lamentou o “dogmatismo ambiental”, sublinhando que o foco deve ser colocado na produção de alimentos saudáveis, com o menor impacto possível.

Os agricultores querem trazer a população, sobretudo as crianças, ao terreno para demonstrarem as boas práticas que o setor já põe hoje em prática, um esforço que vai continuar a ser desenvolvido nos próximos anos. Porém, Álvaro Mendonça e Moura notou que a Europa não deve assumir sozinha a responsabilidade ambiental mundial, uma vez que contribui com cerca de 7% das emissões de gases com efeitos de estufa.

“[…] Se os Estados Unidos, a China, a Índia e o Brasil não derem passos no sentido da proteção do ambiente, nós podemos fazer ‘haraquiri’ [ritual de suicídio dos samurais] em relação à nossa produção europeia, que o ambiente individual global não melhorará”, concluiu.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Devolução das propinas, despedimentos e neurodiversidade. Ouça o podcast “Ao trabalho!”

O podcast "Ao trabalho!" leva até si, todas as quintas-feiras, tudo o que precisa saber sobre o que está a fazer mexer o mercado de trabalho nessa semana.

O que está a fazer mexer o mercado de trabalho? Todas as quintas-feiras, o podcast “Ao trabalho!” conta-lhe tudo o que precisa saber. Esta semana falamos sobre a devolução das propinas, o disparo dos despedimentos coletivos, a contratação de talento neurodiverso e ainda sobre a primeira reunião do novo Governo na Concertação Social.

Ouça o episódio abaixo ou aqui.

powered by Advanced iFrame free. Get the Pro version on CodeCanyon.

Afinal, a devolução das propinas é só para os jovens que não façam IRS com os seus pais. Já no que diz respeito aos sinais do mercado de trabalho, há a destacar o disparo registado nos despedimentos coletivos nos primeiros três meses deste ano.

Nota ainda para as empresas que estão à procura de talento neurodiverso. E para a primeira reunião do novo Governo com patrões e sindicatos, sendo que o Executivo de Montenegro já deixou claro que quer ouvir os parceiros sociais sobre uma nova mudança na lei do trabalho.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Jovens do Climáximo bloqueiam entrada no Ministério da Saúde

  • Lusa
  • 9 Maio 2024

Grupo reivindica "o fim dos combustíveis fósseis até 2030", e adianta que "a crise climática é uma crise de saúde pública", acusando o Ministério da Saúde de "inação".

Um grupo de jovens do movimento Climáximo estavam ao início de manhã desta quinta-feira concentrados junto ao Ministério da Saúde, em Lisboa, a bloquear a entrada do edifício, confirmou a PSP.

Contactada pela Lusa, fonte da PSP disse que pelas 08:55 alguns elementos das autoridades estavam a “tomar as diligências necessárias” para que a entrada no edifico não fosse impedida aos funcionários do Ministério da Saúde.

Em comunicado, o movimento refere que o grupo composto por cerca de 30 estudantes reivindica “o fim dos combustíveis fósseis até 2030”, e adianta que “a crise climática é uma crise de saúde pública”, acusando o Ministério da Saúde de “inação”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Estado passa a deter 99,9% da Metro do Porto

  • ECO
  • 9 Maio 2024

O Estado ficou com 99,9% da Metro do Porto depois de dois aumentos de capital no total de mais de quatro mil milhões de euros por conversão de dívida.

O Estado português passou a deter 99,9% da Metro do Porto, direta e indiretamente, através da CP, na sequência de uma operação que envolveu a conversão de dívida à Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF) em capital, avançou esta quinta-feira o Jornal de Negócios. Os sete municípios abrangidos pelo sistema de metro ficaram com 0,07% e a STCP com 0,03%.

O Estado realizou dois aumentos de capital no total de mais de quatro mil milhões de euros, por conversão de dívida, na Metro do Porto. O mesmo jornal adianta ainda que a reestruturação financeira, apesar de concretizada na sua maior parte já no corrente ano, já teve efeitos nas contas da Metro do Porto de 2023, permitindo uma redução do passivo superior a 94%.

Fonte oficial da Metro do Porto indicou que apesar da Área Metropolitana do Porto (AMP) ter um peso acionista reduzido, continuará a ter representação no conselho de administração da empresa, visto não estar prevista nenhuma alteração dos estatutos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Ubers” manifestam-se em várias cidades para exigir melhores condições

  • Lusa
  • 9 Maio 2024

Parceiros e motoristas de TVDE manifestam-se pelo aumento da atual tarifa mínima por viagem ao cliente e pela descida da comissão cobrada pelas plataformas.

Parceiros e motoristas de transporte individual de passageiros em veículo descaracterizado (TVDE) voltam a manifestar-se esta quinta-feira em algumas cidades, numa “chamada de atenção e sensibilização” às plataformas e ao Governo para a situação do setor.

Cerca de um mês depois do último protesto, em 5 de abril, os motoristas e parceiros têm manifestações marcadas para Lisboa, Coimbra, Porto, Faro e Leiria por melhores condições de trabalho, novamente com o apoio institucional da Associação Movimento Nacional (AMN) — TVDE.

Em declarações à Lusa, o presidente da AMN-TVDE, Vítor Soares, explicou que o organismo apoia as reivindicações e está solidário com os parceiros e motoristas, adiantando que desde o último protesto “não houve grandes respostas” aos anseios do setor.

Há duas novidades na lista de reivindicações, nomeadamente a questão dos táxis nas aplicações TVDE e a suspensão das licenças de operadores TVDE até à revisão da lei 45/2018“, disse Vítor Soares.

Segundo Vítor Soares, na essência daquela que ficou conhecida como lei Uber, os TVDE são considerados veículos descaracterizados, pelo que “os táxis, sendo considerados transporte público e devidamente identificados, não podem estar disponíveis nas plataformas”, sendo que até ao momento só a Bolt tem essa opção.

“Não temos nada contra os táxis, mas estamos numa situação desleal, dado que os táxis têm vários apoios que os TVDE não têm“, disse, exemplificando com os valores dos seguros 50% mais baratos ou o facto de os táxis terem praças para aguardar clientes.

Entre outras questões que levam à manifestação está também a pretensão do pagamento de 50% do quilómetro da viagem até à recolha do cliente, dado que as plataformas atribuem, por vezes, viagens a 10 quilómetros da recolha dos passageiros sem que haja qualquer compensação para o motorista.

Os parceiros e motoristas pedem igualmente o aumento da atual tarifa mínima ao cliente por viagem de 4,25 euros até três quilómetros, a redução da comissão das plataformas de 25% para 15%, a fiscalização das licenças do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) e que os motoristas façam exame nos centros de exame do IMT a nível nacional.

O grupo pretende ainda a revisão da lei 45/2018, lembrando Vítor Soares que a associação já está a ter reuniões com os partidos com assento parlamentar para apresentar as suas propostas de alteração.

Estão previstas manifestações em Lisboa, Coimbra, Porto, Faro e Leiria, sendo que na capital a concentração está marcada para as 7 horas na Avenida Dom João V, nas Amoreiras, indo depois até à Avenida da Liberdade, onde deverão permanecer até às 21 horas.

No Algarve, a concentração será entre as 8 horas e as 12 horas, junto ao aeroporto de Faro, e entre as 7h30 e as 12h30, junto ao Estádio do Algarve, enquanto no Porto o protesto está marcado para a Praça General Humberto Delgado, entre as 10 horas e as 14 horas.

Em Coimbra a concentração está agendada para as 16 horas na Praça da Canção, seguindo a pé, pelas 18 horas, até à Câmara Municipal. Já em Leiria, o protesto deverá decorrer entre as 14h30 e as 18h30, junto ao IMT.

Atualmente, a Associação Movimento Nacional — TVDE, que elegeu em março os novos órgãos sociais, conta com cerca de 200 associados, encontrando-se em processo de angariação de novos membros.

O número de certificados de motoristas TVDE registados em Portugal é, segundo o IMT, 68.068, de acordo com os dados mais recentes, relativos a 1 de abril.

São 13 os operadores de plataforma eletrónica de TVDE licenciados em Portugal, mas apenas dois (Bolt e Uber) estão em atividade, sendo os restantes Its My Ride, Vemja, Tazzi, Chofer, Klibber, Mobiz, Tarine, Ixat, Leb, Plink e Just Easy Mob!.

A revisão da lei que regula o TVDE, prevista para 2022, ainda não avançou, cinco anos após a sua entrada em vigor, em 1 de novembro de 2018.

Em 2023, o Governo PS liderado por António Costa adiou a revisão da lei que rege a atividade do setor, prevendo que estivesse concluída este ano, depois de conhecida a diretiva da União Europeia sobre o TVDE.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Só dez professores recebem apoio à renda criado pelo anterior Governo

  • ECO
  • 9 Maio 2024

Em vigor desde o final de 2023, a medida recebeu 49 candidaturas, das quais 39 não cumpriam os requisitos necessários, diz a tutela. Apoio pode chegar aos 200 euros mensais.

Somente dez professores estão a receber o apoio extraordinário à renda, que foi criado no final do ano passado pelo anterior Governo para compensar os custos elevados com a habitação nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo e Algarve, noticia esta quinta-feira o Público. A medida prevê um subsídio para contratos celebrados desde 1 de setembro de 2023 que pode chegar aos 200 euros mensais.

De acordo com o Ministério da Educação, Ciência e Inovação do atual Governo, houve 49 candidaturas em quase cinco meses desde a entrada em vigor da medida, mas 39 “foram consideradas inválidas por não cumprirem os requisitos necessários”. Este apoio destina-se aos educadores de infância e aos professores do ensino básico e secundário que tenham sido colocados a mais de 70 quilómetros de casa “em linha reta” nas duas regiões e necessitem de arrendar ou subarrendar uma segunda habitação na sua zona de colocação.

Para os sindicatos dos professores e os diretores escolares, a parca adesão a esta medida é justificada pela sua fraca divulgação e pelos critérios apertados, que deixam muitos docentes de fora. “A maior parte dos professores que estão deslocados — alguns estão em quartos e, por vezes, até partilhados — não atinge aquele mínimo [de valor], mas não estão a viver com condições dignas para trabalhar no dia-a-dia”, denuncia o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, observando ainda que “muitos destes professores são mais novos e não têm hipótese de ter a sua própria residência” para terem sequer uma segunda habitação.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Hoje nas notícias: AIMA, vistos gold e descida do IRS

  • ECO
  • 9 Maio 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

A AIMA está a solicitar a migrantes com pedidos pendentes de residência o pagamento de taxas muito superiores ao esperado. O fim dos vistos gold não travou a compra de casas por estrangeiros. O PSD vai apresentar uma nova proposta de alívio do IRS que prevê que a descida maior se concentre nos escalões mais baixos. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta quinta-feira.

Só dez professores recebem apoio à renda criado pelo anterior Governo

Quase cinco meses depois da entrada em vigor da medida, só dez professores estão a receber o apoio extraordinário à renda, criado no final do ano passado pelo anterior Governo para compensar os custos elevados com a habitação nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo e do Algarve. De acordo com o Ministério da Educação, Ciência e Inovação, houve 49 candidaturas ao subsídio que pode ascender a 200 euros mensais, o que significa que 39 “foram consideradas inválidas por não cumprirem os requisitos necessários”.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

AIMA pede a migrantes pagamento de taxas cinco vezes superiores ao esperado

A Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) começou a contactar, na quarta-feira, vários migrantes com pedidos pendentes de residência tendo em vista acelerar a sua regularização no país. Mas as taxas solicitadas a estas pessoas são cinco vezes superiores ao esperado, aproximando-se dos 400 euros, e o prazo para fazerem os pagamentos é muito curto, disseram alguns migrantes à Antena 1.

Leia a notícia completa na RTP (acesso livre).

Fim dos vistos gold não travou o investimento estrangeiro em casas

A concessão de vistos gold para fins imobiliários terminou em outubro do último ano, mas isso não travou o investimento estrangeiro em imóveis no país. O valor do edificado comprado por pessoas de outras nacionalidades bateu um novo recorde em 2023 e, só no quarto trimestre, já sem o programa em vigor, foram gastos 853 milhões de euros. O maior investimento veio de cidadãos britânicos, franceses e chineses.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago).

PSD admite calibrar redução do IRS e mexer nos escalões mais baixos

O PSD vai apresentar uma proposta alternativa que prevê que a descida maior de IRS se concentre nos escalões mais baixos, pressionando assim parte da oposição (sobretudo o PS) que tem exigido uma distribuição do peso da redução do imposto neste mesmo sentido. As negociações entre as bancadas parlamentares já arrancaram, com os socialistas a acreditarem que “haverá solução”.

Leia a notícia completa no Observador (acesso pago).

Santa Casa deu garantias superiores a 14 milhões para internacionalização

Entre o final de 2021 e o início do ano passado, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa emitiu três cartas de conforto num valor total de 14,1 milhões de euros para a Santa Casa Global. O objetivo era garantir financiamentos do BPI para o braço internacional da instituição, de acordo com dados divulgados recentemente pela Inspeção-Geral das Finanças. Todas foram decididas no mandato do ex-provedor Edmundo Martinho, tendo recebido, segundo a ex-vice-provedora, validação das direções jurídica e financeira.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.