Caso EDP. Defesa de Ricardo Salgado aponta vícios a perícia de Alzheimer

Advogados apontam o dedo à psicóloga que sugeriu que Salgado poderá ter exagerado ou "exacerbado os sintomas" da doença. Falam da falta de currículo da perita em idosos com Alzheimer.

Os advogados de defesa do ex-líder do BES querem que a perícia feita por técnicos independentes a Ricardo Salgado no caso EDP, relativamente à doença de Alzheimer, seja revista e que os respetivos peritos testemunhem em tribunal. No requerimento enviado ao tribunal na segunda-feira, a que o ECO/Advocatus teve acesso, é pedido que “seja realizada nova perícia ou renovada a perícia anterior a cargo de outro ou outros peritos”. Essa mesma renovação tem de incidir sobre os mesmos detalhes e pormenores e só pode ser realizada por outros médicos. Bem como é pedido que “antes da audiência para prestação dos esclarecimentos por parte dos peritos, estes procedam à junção de todos os testes, incluindo questões, respostas e resultados, que foram realizados ao arguido nesta perícia”.

Em janeiro, mais uma perícia independente – neste caso pedida pela juíza do caso EDP – confirmou que Ricardo Salgado sofre de doença de Alzheimer. O relatório foi assinado por uma neurologista, um psiquiatra e uma consultora de psicologia do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF). “A doença de Alzheimer é causa mais provável do quadro clínico do arguido”, diz a perícia médica de quase 50 páginas.

Porém, na conclusão da psicóloga Renata Benavente -uma das peritas – apesar de terem ficado apuradas “alterações significativas ao nível da orientação, atenção e memória – não orientado no tempo, incapaz de compreender algumas tarefas, atenção sustentada comprometida – e lentificação psicomotora”, esse relatório acrescenta que “na análise de eventual esforço insuficiente ou tentativa de simulação durante o processo de avaliação, o examinando efetua relatos de sintomas neurológicos ilógicos ou muito atípicos e sintomas relacionados com distúrbios de memória que são inconsistentes com padrões de comprometimento produzidos por disfunção ou dano cerebral real, sugestivos da tentativa de exacerbar dificuldades”. Ou seja, sugere que Ricardo Salgado poderá ter exagerado ou exacerbado os sintomas.

E é precisamente a esta consultora de psicologia que este requerimento – assinado por Francisco Proença de Carvalho e Adriano Squilacce – aponta o dedo. Os advogados admitem que “na verdade, a perícia do caso concreto implica que o perito seja especialista não apenas na área da neurologia, mas também tenha experiência adequada especificamente quanto à doença de Alzheimer, incluindo em idosos”.

Experiência que a profissional não tem, dizem os advogados, já que as intervenções públicas da perita “vão no sentido de a sua experiência profissional mais relevante ser focada em jovens, como ocorreu, por exemplo, quando respondeu a perguntas de jornalistas do Expresso sobre a saúde mental das crianças na pandemia ou comentou publicamente num canal de televisão a detenção de um jovem que estaria a planear um ataque numa universidade. O que, aliás, está em linha com o trabalho científico na área da delinquência juvenil já elaborado. Por último, a nota curricular da perita, que consta publicada em Diário da República também reforça a sua falta de especialidade na área de neuropsicologia, em particular a falta de experiência na avaliação de Doentes de Alzheimer”.

Renata Benavente é pós-graduada em proteção de menores (2007) e em Estudos e Intervenções com Famílias (2006). Foi psicóloga em Instituição Particular de Solidariedade Social, na Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Almada (1998/2005), técnica Superior na Equipa de Acompanhamento às Crianças e Jovens da Amadora e coordenadora da Equipa de Acompanhamento às Crianças e Jovens Amadora. É psicóloga forense no Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses desde 2011, coordenadora dos Grupos de Trabalho da OPP sobre a Intervenção do Psicólogo em Contexto de Violência Doméstica e Psicogerontologia desde 2017 e formadora de professores no âmbito da Indisciplina Escolar, Gestão de sala de Aula e Mediação Escolar, no Seixal.

Os advogados referem ainda a descrição que Renata Benavente faz do seu perfil e experiência profissionais na rede social LinkedIn, não se refere a conhecimentos especializados em Doença de Alzheimer (ver abaixo). Por tudo isto, “afigura-se evidente que a capacidade técnica da senhora perita é – pelo menos – duvidosa especificamente quanto ao objeto da perícia em causa neste caso concreto, o que inquina a perícia realizada”.

Como psicóloga, dediquei a maior parte da minha carreira a investigar e intervir em grupos de alto risco. Tenho particular interesse nos efeitos dos maus-tratos e da negligência na vinculação das representações das crianças. Os fatores que contribuem para a estabilidade ou a mudança da vinculação entre as idades pré-escolar e a infância e outras áreas de interesse. Também desenvolvi capacidades de intervenção e investigação em outras matérias, tais como: medidas de avaliação de abusos de crianças e negligência de crianças, o desenvolvimento de programas de intervenção para famílias de alto risco e o impacto de conflitos parentais após a separação no desenvolvimento da criança”

Renata Benavente, psicóloga que fez perícia a Salgado

 

Quais as razões apontadas pela defesa?

  • A existência de dúvida sobre a capacidade técnica de uma das peritas, a psicóloga Renata Benavente relativamente à avaliação da doença de Alzheimer e seus efeitos em pessoas idosas. “Verifica-se a existência de dúvida sobre a capacidade técnica da consultora de Psicologia relativamente à avaliação da patologia específica da Doença de Alzheimer e seus efeitos em pessoas idosas”, diz o requerimento.
  • O Instituto Nacional de Medicina Legal faz uma referência expressa à necessidade de realizar uma “avaliação neuropsicológica”. Renata Benavente “não tem a especialidade avançada de neuropsicologia, conforme resulta da sua própria página profissional do LinkedIn mas sim especialidade avançada em Psicologia da Justiça e em Psicologia Comunitária”.
  • A descrição que a a própria faz do seu perfil e experiência profissionais não se refere a conhecimentos especializados em doença de Alzheimer.
  • A perícia do caso concreto implica que o perito seja especialista não apenas na área da neurologia, mas também tenha experiência adequada especificamente quanto à doença de Alzheimer, incluindo em idosos;
  • A indevida elaboração de diferentes relatórios periciais, sendo que um deles nem sequer enunciou, de forma objetiva, os quesitos;
  • Existem insuficiências, incoerências e contradições nos relatórios periciais (plural), o que, aliás, também resulta, entre outros aspetos, de terem sido indevidamente produzidos distintos relatórios. “A avaliação médica em causa na perícia dos presentes autos enferma de insuficiência, porquanto a leitura dos dois relatórios periciais permite verificar que a perícia foi realizada sem que os peritos dispusessem de todos os elementos relevantes dos presentes autos para este efeito”;
  • Há também contradição e inconsistência entre o relatório pericial de psiquiatria e o relatório pericial de psicologia, porquanto o relatório pericial de psiquiatria afirma que “em relação à função cognitiva, estava orientado na pessoa, no espaço e parcialmente no tempo”, mas o relatório de psicologia refere, expressamente, o seguinte: “não orientado no tempo” e “à data da avaliação apuram-se alterações significativas ao nível da orientação, atenção e memória (e.g. não orientado no tempo, incapaz de compreender algumas tarefas, atenção sustentada comprometida)”. É, pois, evidente e “manifesta a contradição e inconsistência da perícia realizada nos presentes autos, o que também é o resultado de terem sido produzidos, indevidamente, dois relatórios autónomos”.
  • A perícia incorreu ainda em vício de insuficiência por não ter realizado todos os exames médicos relevantes ao arguido, de forma atualizada, nomeadamente um exame PET, tendo apenas feito referência ao exame PET realizado em 2021 que foi junto aos autos pela defesa, o qual foi realizado há mais de dois anos e meio;
  • E relembra que existem peritos que “detêm conhecimentos e meios adequados que suplantem a dúvida sobre a (falta) de capacidade técnica de Renata da Silva Benavente, desde logo, porque existem psicólogos com especialidade avançada em psiconeurologia, tal como reconhecido pela Ordem dos Psicólogos ou, pelo menos, com vasta experiência na avaliação e tratamento da Doença de Alzheimer”;
  • O arguido é um paciente real com a Doença de Alzheimer, “embora o relatório de psicologia tenha evitado afirmar isto, pelas suas próprias palavras, a todo o custo”;
  • A defesa faz inclusive a comparação com a perícia realizada no processo cível de Cascais em que interveio um neuropsicólogo, ao contrário desta. “Afigura-se notória a diferença entre a objetividade e a suficiência entre o relatório pericial produzido nesse processo e a insuficiência e falta de rigor técnico da perícia realizada nos presentes autos”. Recordando que “estamos perante perícias realizadas quase em simultâneo, relativas ao mesmo arguido e à mesma doença…”;

Já em outubro, a perícia neurológica realizada no âmbito do processo cível que corre no Tribunal de Cascais, feita pelo Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF) confirmou que Ricardo Salgado sofre de Alzheimer, estando atualmente no segundo grau mais grave da doença, com “dependência de terceiros para algumas atividades básicas”. Depois desta fase, passará para a “dependência total”.

Esta seria a perícia perícia independente a confirmar o que, até agora, foi alegado pela defesa de Ricardo Salgado nos diversos processos pendentes – como a Operação Marquês, caso BES e o processo EDP – e conclui que as declarações que Salgado possa fazer em tribunal estão comprometidas. A avaliação “neuropsicológica realizada no examinando é compatível e concorda com a que nos foi facultada e está enquanto prova documental junto aos autos”, dizem os peritos, referindo-se ao relatório feito pelo neurologista de Salgado, Joaquim Ferreira, pedido pela defesa e que foi junto aos vários processos do arguido.

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Ranking seguros 2023: Fidelidade mantém liderança, Tranquilidade ganha mercado

A quebra na venda de seguros do ramo Vida provocou mexidas nas posições dos 37 grupos seguradores que operam em Portugal através de 61 companhias. Veja o ranking completo.

Os três principais grupos seguradores mantiveram as suas posições relativas no ranking 2023 dos maiores de Portugal, num ano de decrescimento quase generalizado do negócio das seguradoras vida e de um crescimento das seguradoras de ramos Não Vida ou gerais.

No top 3 do ranking segurador em Portugal no ano passado, a Tranquilidade/Generali aumentou para 11,5% a sua quota de mercado português mantendo 3º lugar, enquanto a Fidelidade manteve a liderança de mercado com 29,6% de quota, acompanhando o mercado numa quebra total de -2% de produção. A Ageas Seguros, que cresceu 13% o valor dos prémios vendidos, não conseguiu evitar uma baixa para 15,2% de quota geral do Grupo Ageas Portugal, dada a quebra de 21,5% na Ocidental Vida.

Os primeiros números do mercado completo de 2023, foram já divulgados, mas com o aviso de serem provisórios, pela ASF, entidade supervisora do setor. Todo o mercado sofreu uma quebra de 2% em 2023, resultado de uma descida das vendas do ramo Vida, não compensado totalmente pelo crescimento de produção dos ramos Não Vida, que foi de 11%, impulsionado essencialmente pelos seguros de saúde, mas também pelos seguros obrigatórios Acidentes de Trabalho e Automóvel e pelos seguros multirriscos habitação.

Apesar da quebra dos ramos Vida o grupo Santander Totta conseguiu crescer 27%, subindo dois lugares no ranking, enquanto a GamaLife subiu três lugares ao faturar mais 45% em prémios. A Allianz atingiu a 4ª posição na lista enquanto a Zurich se manteve na 6ª posição. A Lusitania manteve a 8ª posição, após crescer 2% este ano.

Em relação a subidas de ranking, destaque ainda para a Asisa que subiu 4 lugares e a Caravela que está agora em 14º lugar no ranking, embora apenas opere em ramos Não Vida em que subiu 19% atingindo os 150 milhões de euros em prémios. Subida relevante igualmente para a Real Vida que trepa 2 lugares no ranking crescendo prémios em 29% para 187 milhões de euros embora opere essencialmente no ramo Vida.

Planicare, Mapfre e a seguradora de crédito Coface também subiram lugares no ranking, enquanto no lado das descidas se destacaram a quebra da AXA e da UNA (-4 posições), Bankinter e VidaCaixa/BPI Vida e Pensões (-3) a CESCE (-2) e baixando uma posição o grupo CA, Liberty, Hiscox e Mútua dos Pescadores.

O ranking por grupos ou seguradoras independentes, agrupa o volume de prémios obtido 61 companhias que estiveram no mercado em 2023, agregados por ECOseguros em 37 grupos. São descriminadas as seguradoras que fazem parte de cada grupo e a sua posição no ranking geral das 61 seguradoras listadas pela ASF.

Veja aqui o ranking:

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Ministros de Costa são pontas de lança de Pedro Nuno Santos para o desafio de 10 de março. Veja a equipa

Seis governantes do último mandato do costismo encabeçam listas de deputados para as legislativas como Vieira da Silva, Mendes Godinho ou Marina Gonçalves. Medina vai em terceiro lugar por Lisboa.

O PS já tem a equipa de jogadores fechada para as eleições legislativas de 10 de março. Para pontas de lança, o novo líder socialista, Pedro Nuno Santos, que se mantém como número um por Aveiro, escolheu seis ministros de António Costa, segundo as listas aprovadas esta terça-feira à noite pela comissão política nacional do PS. Há ainda cabeças de lista da ala de José Luís Carneiro, mais moderada. Mas esta desejada união entre diferentes fações não convenceu todas as distritais.

Meia dúzia de governantes saem diretamente do último mandato do costismo, interrompido intempestivamente com a demissão do chefe do Executivo por causa da Operação Influencer, para cabeças de lista de deputados à Assembleia da República. É o caso da ainda ministra da Presidência e número dois de António Costa, Mariana Vieira da Silva, que lidera os candidatos por Lisboa.

Secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos COELHO/LUSA JOSÉ COELHO/LUSA

 

Pelo círculo da capital, vão ainda, em posições elegíveis, o ainda ministro das Finanças, Fernando Medina, em terceiro lugar e, em quarto, a ex-ministra da Saúde, Marta Temido, putativa candidata do PS a presidente da Câmara de Lisboa, nas autárquicas de 2025.

A ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, lidera a lista pela Guarda, repetindo assim a primeira posição que já tinha ocupado nas eleições legislativas de 2022.

Ana Abrunhosa, ministra da Coesão Territorial, que tinha concorrido por Castelo Branco, segue agora como número um por Coimbra. Antes de ser governante nos dois últimos executivos liderados por António Costa, Abrunhosa foi presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Centro entre 2014 e 2019 e é professora na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.

Em lugares elegíveis pelo distrito do Académica, estão o ex-presidente da federação, Pedro Coimbra, em segundo, os deputados Ricardo Lino e Raquel Ferreira, em terceiro e quarto lugares, respetivamente.

A ministra da Habitação, Marina Gonçalves, muito próxima de Pedro Nuno, encabeça a lista de Viana do Castelo, cujo número um, em 2022, foi o ex-ministro da Educação Tiago Brandão Rodrigues.

A ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, é número um pelo distrito de Setúbal, repetindo assim a posição das últimas legislativas. O seu irmão e atual secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, António Mendonça Mendes, que é líder da federação distrital, vai em terceiro lugar.

Por fim, José Luís Carneiro, ainda ministro da Administração Interna e adversário de Pedro Nuno nas eleições diretas, vai mesmo ser o cabeça de lista por Braga, depois da contestação interna, na distrital. O facto de apoiantes do então candidato a líder do PS, como Luís Soares e Palmira Maciel, terem sido afastados das listas de deputados levou os carneiristas a pedir a José Luís para desistir de ser o número um.

Mas, depois de uma negociação intensa, Carneiro decidiu entrar na equipa de avançados de Pedro Nuno Santos. “José Luís Carneiro foi convidado para cabeça de lista por Braga. Não decidiu antes de saber como estavam a ser incluídos vários nomes com qualidade política em várias regiões do país. Quis também garantir que o esforço conjunto para a elaboração do programa se mantém intacto. Depois de vários esforços desenvolvidos de parte a parte, há condições para aceitar o convite para encabeçar a lista por Braga“, revelou ao ECO fonte próxima do ainda governante.

Lídia Leão

 

Contra a tradição, Pedro Nuno mantém-se como cabeça de lista por Aveiro

Contra a tradição de que o candidato a primeiro-ministro vai por Lisboa, Pedro Nuno Santos decidiu manter-se como número um por Aveiro, o distrito de onde é natural, uma vez que as suas raízes estão em S. João da Madeira. Desta forma, tentou rebater a jogada de Luís Montenegro, natural de Espinho, do mesmo distrito de Aveiro, e que decidiu preterir aquele círculo, pelo qual sempre se candidatou, pelo da capital.

“Eu nunca abandonaria o meu distrito”, afirmou Pedro Nuno Santos, na semana passada, criticando o líder do PSD por ter trocado Aveiro por Lisboa.

Alexandra Leitão, ministra da Administração Pública no segundo Governo de António Costa (2019-2022), ainda suportado pela geringonça, e coordenadora do programa eleitoral do PS, será novamente cabeça de lista por Santarém.

No Porto, o primeiro lugar vai para Francisco Assis, presidente do Conselho Económico e Social e apoiante de Pedro Nuno Santos nas eleições internas, ainda que represente a ala mais à direita do PS. O atual diretor de campanha de Pedro Nuno e ex-secretário-geral adjunto, João Torres, segue em número dois. E Tiago Barbosa Ribeiro, deputado próximo do atual líder, e que estava em oitavo lugar, em 2022, vai subir algumas posições. Recorde-se que, no último embate eleitoral, Alexandre Quintanilha encabeçou a lista pelo distrito do Porto.

Tentativa de união entre pedro nunistas e carneiristas

O líder parlamentar socialista, Eurico Brilhante Dias, que apoiou José Luís Carneiro nas diretas do partido, vai ser cabeça de lista do PS em Leiria. O ex-secretário de Estado para a Internacionalização já tinha sido candidato pelo mesmo círculo eleitoral nas legislativas de 2022, mas em número dois. Em primeiro, foi, na altura, o ex-secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales.

Augusto Santos Silva, também carneirista, já tinha sinalizado que queria continuar como Presidente da Assembleia da República – e para isso tem de, primeiro, ser eleito, deputado. Por isso, vai voltar a encabeçar a lista no círculo Fora da Europa. Paulo Pisco, presidente da subcomissão das Diásporas da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, mantém-se como número um pelo círculo da Europa.

Jamila Madeira, antiga secretária de Estado da Saúde e próxima da candidatura de Carneiro nas eleições internas do partido, voltará a encabeçar a lista por Faro.

Mudanças no Alentejo e nas ilhas

Por Portalegre, mantém-se na primeira posição o atual deputado Ricardo Pinheiro. Mas há duas renovações no Alentejo. Em Évora, Luís Dias, presidente da Câmara de Vendas Novas, passa a número um, substituindo o antigo ministro da Agricultura e eurodeputado, Luís Capoulas Santos, que liderou aquele círculo eleitoral nas legislativas de 2019 e de 2022. No final do ano passado, o deputado já tinha anunciado, no Parlamento, que se iria afastar da vida política: “Decidi não voltar a candidatar-me a deputado”.

Por Beja, também há uma troca. Pedro do Carmo, que presidiu à comissão organizadora do congresso do PS, desce de primeiro para segundo lugar da lista. E sobe, da segunda para a primeira posição, o líder da federação do PS do Baixo Alentejo, Nelson Brito, que foi presidente da Câmara de Aljustrel.

Nos Açores, mantém-se Francisco César como cabeça de lista, tal como nas legislativas anteriores. O deputado é filho do presidente do partido, Carlos César. Já na Madeira, há uma mudança. Paulo Cafôfo, eleito líder do PS Madeira, em dezembro do ano passado, com a maior votação de sempre, e ainda secretário de Estado das Comunidades, passa a número um, substituindo Carlos Pereira, vice-presidente do grupo parlamentar, que tem liderado este círculo eleitoral nas últimas três legislaturas.

Castelo Branco, que perdeu Ana Abrunhosa para Coimbra, vai ter o atual secretário de Estado do Turismo, Nuno Fazenda, como cabeça de lista. Nas legislativas de 2022, o ex-diretor dos programas comunitários do Turismo de Portugal foi em terceiro lugar.

Mal-estar em Vila Real, Braga, Bragança e Viseu

Mas, em algumas distritais, a escolha do ponta de lança não foi consensual entre as estruturas do partido e o líder do PS, que, de acordo com os estatutos, tem a prerrogativa de indicar os cabeças de lista e uma quota de até 30% para selecionar os lugares elegíveis.

Para liderar o círculo de Vila Real, Pedro Nuno Santos foi buscar o médico lisboeta Álvaro Beleza, que é presidente da Associação para o Desenvolvimento Económico e Social (SEDES). A decisão caiu mal junto do presidente da concelhia de Vila Real, José Silva, que considerou, “inaceitável” a imposição de um candidato de fora do distrito para encabeçar a lista.

Álvaro Beleza, que apoiou Pedro Nuno nas diretas, cedeu à pressão e acabou por desistir de ser cabeça de lista por Vila Real. “Se há pessoa que compreende isso sou eu, que, há 30 anos, luto pelos círculos uninominais e pela regionalização”, afirmando que estaria disponível “em Coimbra”, onde é “militante, em Leiria, em Lisboa”, onde vive, “em qualquer ponto do país.”

Ainda assim, sublinhou que tinha ligações ao distrito de Vila Real através do seu avô e bisavô, que era de Chaves.

Assim, passou a número um a deputada socialista Fátima Pinto, que é natural de Chaves. Na terceira posição, pelo mesmo círculo, lugar que os socialistas consideram elegível, entra o atual deputado Agostinho Santa.

Também houve uma contenda em Braga, como referido. Por terem sido afastados das listas pelas concelhias Luís Santos e Palmira Maciel, os apoiantes de Carneiro não queriam que o ex-adversário de Pedro Nuno e ainda ministro da Administração Interna liderasse a lista por aquele círculo. Mas José Luís Carneiro concluiu ter condições para aceitar o convite do líder do PS, depois de “vários esforços de parte a parte”.

Por Bragança, o deputado e ex-secretário de Estado da Ciência, João Sobrinho Teixeira, foi indicado pela federação distrital por unanimidade para cabeça de lista, mas o secretário-geral do PS optou por Isabel Ferreira, secretária de Estado do Desenvolvimento Regional.

A presidente da federação, Berta Nunes, afirmou ao ECO que reconhece “o grande trabalho de Isabel Ferreira”. Porém, ressalva que “houve uma grande unanimidade na comissão política distrital sobre Sobrinho Simões”, sublinhando que a quota de 30% reservada ao líder do partido em distritos com tão poucos eleitos – três, no total – “acaba por tirar representativa das gentes locais”.

Certa é a saída de Berta Nunes, que, nas legislativas anteriores, foi em segundo lugar. A deputada e ex-secretária das Comunidades Portuguesas revelou que, “por motivos pessoais prefere afastar-se”. “É preciso dar lugar a outros”, defendeu.

Em Viseu, Elza Pais, presidente das Mulheres Socialistas, vai liderar a lista de deputados à Assembleia da República, uma escolha de Pedro Nuno Santos que não agradou às estruturas locais, sabe o ECO.

(Notícia corrigida com a retirada de Daniel Adrião da lista por Coimbra, nome que acabou por ser vetado pelo secretariado nacional)

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PS tem um ciclo de governação a defender, diz Augusto Santos Silva

  • Lusa
  • 23 Janeiro 2024

Segundo o presidente da Assembleia da República, esta será "uma reunião muito tranquila para aprovar listas que são excelentes".

O presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, que encabeçará novamente a lista do PS no círculo de Fora da Europa, considerou esta terça-feira que o partido tem um ciclo de governação a defender nas legislativas. Augusto Santos Silva falava aos jornalistas à chegada à sede nacional do PS, em Lisboa, para participar na reunião da Comissão Política Nacional em que serão aprovadas as listas de candidatos às eleições legislativas antecipadas de 10 de março.

Interrogado se é mau ou bom para o PS apresentar-se às legislativas com seis atuais ministros como cabeças de lista, o presidente da Assembleia da República respondeu que “o PS tem um ciclo de governação a defender”. “Propõe-se continuá-lo, renovando, respondendo a novos desafios, resolvendo problemas que ficaram por resolver. Mas essa lógica de continuidade e de renovação é a lógica que preside quer à eleição de Pedro Nuno Santos como secretário-geral, quer agora à apresentação das listas, e presidirá também à apresentação do programa”, acrescentou.

Cinco atuais ministras e um ministro deverão encabeçar listas do PS às legislativas: Mariana Vieira da Silva em Lisboa, Ana Catarina Mendes em Setúbal, Ana Abrunhosa em Coimbra, Ana Mendes Godinho na Guarda, Marina Gonçalves em Viana do Castelo e José Luís Carneiro em Braga.

Antes, Augusto Santos Silva confirmou que irá repetir o lugar de cabeça de lista do PS no círculo de Fora da Europa e relativizou a ocorrência de “algumas tensões” entre estruturas locais e a direção nacional na escolha dos candidatos a deputados. “Este é um processo em que é preciso compatibilizar decisões das estruturas locais com a orientação nacional. É um processo que tem sempre algumas tensões, mas que se resolveu muito tranquilamente, num espírito de integração e pluralidade que caracteriza o PS. Basta comparar com outras listas”, disse.

Segundo o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros, esta será “uma reunião muito tranquila para aprovar listas que são excelentes”.

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Maquinistas alemães começaram a que pode ser a maior greve na história do país

  • Lusa
  • 23 Janeiro 2024

A greve, que pode durar até à próxima segunda-feira, tem um custo estimado de até mil milhões de euros numa economia que já está em recessão.

Os maquinistas alemães começaram esta terça-feira a que pode ser a maior greve na história moderna do país, anunciada até segunda-feira, que vai começar por afetar o transporte de carga e depois, a partir da madrugada, o de passageiros. Esta é a quarta greve em três meses do sindicato GDL, no quadro de um conflito com a empresa ferroviária pública alemã (DB), a propósito de salários.

A empresa propôs um aumento de 4,8% do salário a partir de agosto de este ano e um segundo de cinco por cento, acrescidos de um pagamento único de 2.850 euros para compensar a inflação. Propôs ainda a redução do horário de trabalho, de 38 para 37 horas, a partir de 2026. O sindicato, por sua vez, reclama a redução do horário laboral para 35 horas, um aumento mensal de 555 euros e um pagamento único de três mil euros.

O Instituto da Economia Alemã (IW), de Colónia, calcula que a greve vai ter um custo de até mil milhões de euros, uma vez que várias empresas vão ser obrigadas a parar ou reduzir a produção, devido ao atraso na chegada de componentes. “A economia alemã está em plena recessão, que se pode agravar com a greve”, disse o diretor de estudos de conjuntura do IW, Michael Gromling.

Por seu lado, o ministro dos Transportes, Volker Wissing, disse que o conflito está a adquirir dimensões destrutivas. A greve deverá começar na quarta-feira às 02:00 (01:00 em Lisboa), no transporte de passageiros, enquanto no transporte de mercadorias a suspensão terá início às 18:00 de terça-feira (17:00 em Lisboa).

Esta greve, que deverá terminar na próxima segunda-feira às 18:00 (17:00 em Lisboa), será também a mais longa das quatro convocadas pelo GDL desde meados de novembro, altura em que os comboios alemães pararam de circular durante 20 horas. Num comunicado, o sindicato acusou a DB de “prosseguir incansavelmente a sua política de recusa e confronto”.

Já a empresa ferroviária pública acusou o GDL de “agir de forma absolutamente irresponsável” de usar a nova greve como forma de promoção do sindicato e não como um último recurso. Durante a última greve, que começou a 9 de janeiro e durou três dias, a DB admitiu “enormes perturbações” no tráfego ferroviário em toda a Alemanha.

O porta-voz da DB, Achim Stauß, especificou que, no tráfego de longa distância, circularam cerca de 20% dos comboios e que também nas ligações regionais houve “restrições maciças”. No ano passado, a empresa esteve também em colisão com o sindicato EVG, que representa cerca de 180 mil trabalhadores de outras profissões do setor ferroviário. Um acordo foi alcançado no final de agosto.

Durante o último ano, a Alemanha tem enfrentado um aumento dos conflitos sociais em diferentes setores profissionais, num contexto de aumentos de preços que estão a reduzir o poder de compra dos trabalhadores. Estas exigências também enfraquecem o governo de coligação liderado pelo social-democrata Olaf Scholz, cuja popularidade caiu para níveis mínimos históricos.

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Netanyahu quer “vitória completa” sobre o Hamas

  • Lusa
  • 23 Janeiro 2024

"É possível, é necessário e não temos outra opção: a vitória completa", afirmou o chefe do governo israelita.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse esta terça-feira que quer um “triunfo completo” sobre o Hamas, após a morte de 21 soldados israelitas num ataque e a intensificação do cerco a Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza. “A minha principal expectativa é um triunfo completo, não há substituto para a vitória”, declarou o primeiro-ministro israelita, enquanto as forças israelitas aprofundam a sua ofensiva terrestre na cidade de Khan Yunis.

Num encontro com soldados numa base das Forças de Defesa de Israel, Netanyahu criticou os que acreditam que uma vitória completa para exterminar o Hamas não é possível, enquanto Israel mantém a sua ofensiva terrestre sem alcançar os objetivos militares declarados.

“É possível, é necessário e não temos outra opção: a vitória completa”, afirmou o chefe do governo israelita, perante a diminuição da confiança da opinião pública na sua gestão da guerra e quando aumentam as críticas da oposição e a pressão das famílias dos reféns em posse do Hamas, que lhe pedem uma trégua que conduza à sua libertação.

Israel intensificou desde segunda-feira a sua ofensiva em zonas de Khan Yunis onde as suas tropas terrestres quase não tiveram presença, segundo a imprensa local, e onde tenta atacar e enfraquecer as milícias palestinianas. As tropas israelitas lançaram uma operação na zona ocidental da cidade e começaram a dirigir-se para o seu interior, uma etapa que deverá continuar nos próximos dias.

“Desmantelar a estrutura militar do Hamas na zona ocidental de Khan Yunis é o cerne da lógica desta operação”, afirmou o Exército num comunicado, no qual explica que a ação visa os centros de comando e controlo do grupo palestiniano, bem como túneis e infraestruturas.

Esta área é “um ponto importante para a Brigada Khan Yunis do Hamas”, segundo o Exército, e o local onde se presume que se encontrem o líder do grupo islamita na Faixa de Gaza, Yahia Sinwar, e o chefe das suas milícias, Mohamed Deif, ambos naturais de Khan Yunis, e que estão no topo da lista dos homens mais procurados pelas tropas israelitas.

O Exército disse estar a combater “numa área densamente povoada de civis”, o que “exige métodos de ação muito específicos e operações precisas”, e onde existem centros de deslocados e hospitais onde afirma terem sido vistos combatentes do Hamas. As forças de Telavive alegam que há uma semana foi disparado um projétil do Hospital Nasser de Khan Yunis, onde assegura que há membros das milícias no seu interior e contra os quais foram preparadas “várias estratégias e uma série de métodos”.

Segundo a imprensa local de Gaza, o Exército sitiou o centro médico Naser em Khan Yunis, o principal da cidade e o maior ainda em funcionamento na Faixa de Gaza, onde grande parte dos centros de saúde está fora de serviço ou sem capacidade de atendimento. Desde segunda-feira têm havido fortes ataques nas áreas próximas daquele hospital, o que, segundo o Crescente Vermelho Palestiniano, também acontece junto do hospital Al-Amal.

De acordo com uma porta-voz da organização, registam-se “tiroteios contínuos e repetidos ataques contra deslocados” nas proximidades do Hospital de Al-Amal, “enquanto ambulâncias tentam abrir vias alternativas para facilitar” o transporte dos feridos. O cerco de Khan Yunis marca o 109.º dia de guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, num cenário de frio e falta de comida, água potável, recursos básicos ou eletricidade devido à falta de combustível, entre a devastação generalizada.

Por outro lado, segundo fontes de segurança egípcias, o Hamas rejeitou a proposta de trégua de Israel, que, segundo o jornal digital israelita Walla, oferecia uma pausa de dois meses na ofensiva pela libertação dos reféns e em troca de prisioneiros palestinianos. De acordo com um alto dirigente do Egito, país mediador das negociações, o Hamas recusa-se a libertar mais reféns até que a guerra termine completamente e as forças israelitas sejam completamente retiradas do enclave palestiniano.

Israel apenas ofereceu uma trégua temporária e uma retirada parcial das tropas em determinados pontos, mas sublinhou que quer manter o controlo de segurança sobre a Faixa de Gaza em qualquer cenário pós-guerra. O mais recente conflito entre Israel e o Hamas foi desencadeado pelo ataque sem precedentes do movimento islamita palestiniano em território israelita, massacrando 1.140 pessoas, na maioria civis, e levando mais de 200 reféns, segundo números oficiais de Telavive.

Em retaliação, Israel, que prometeu eliminar o movimento palestiniano considerado, tal como o Hezbollah, terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, lançou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local, já foram mortas mais de 25.000 pessoas – na maioria mulheres, crianças e adolescentes.

O conflito provocou também cerca de 1,9 milhões de deslocados (cerca de 85% da população), segundo a ONU, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária.

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Parlamento turco dá luz verde à entrada da Suécia na NATO

A Suécia fica assim agora mais perto de se tornar o 32.º elemento da NATO, enquanto a Hungria deve permanecer como o único país que ainda trava a entrada do país nórdico na Aliança Atlântica.

Após meses de deliberações e de sucessivos adiamentos, o parlamento da Turquia aprovou esta terça-feira a adesão da Suécia à NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte). O presidente Recep Tayyip Erdogan deve ratificar a decisão ainda esta semana.

O voto favorável já era praticamente dado como garantido, tendo em conta que a candidatura sueca tinha sido aprovada pela Comissão dos Negócios Estrangeiros do parlamento turco em dezembro de 2023. A ratificação da candidatura foi aprovada por uma ampla maioria de 287 votos a favor, 55 contra e quatro abstenções.

O pedido da Suécia de adesão à NATO foi feito há um ano e oito meses, quando decidiu – a par da Finlândia – que essa seria a melhor forma de dissuadir uma eventual agressão por parte da Rússia, depois da invasão à Ucrânia. A Finlândia entrou na aliança militar em abril de 2023.

A Turquia mantinha resistências à adesão da Suécia, alegando que as suas autoridades não tomavam medidas suficientes contra militantes de movimentos curdos residentes no país.

A Suécia fica assim agora mais perto de se tornar o 32.º elemento da NATO, enquanto a Hungria deve permanecer como o único país que ainda trava a entrada do país nórdico na Aliança Atlântica.

O primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, já reagiu a esta aprovação do parlamento turco na rede social (ex-Twitter), referindo que o seu país está hoje “um passo mais perto” de se tornar um membro da NATO.

A Alemanha também já reagiu, referindo que o parlamento turco deu um “passo importante” e que abriu caminho para a adesão da Suécia à NATO, que tornará a organização “mais forte”. “Agora é tempo de a Hungria concluir os restantes passos para que possamos acolher os nossos amigos suecos na Aliança”, refere-se ainda no tweet.

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Mutualista SMABTP compra metade do capital da Woningborg

O diretor-geral da Woningborg diz que a parceria permite "tirar partido" da capacidade financeira da SMABTP "para oferecer soluções e serviços inovadoras".

A mutualista de seguros SMABTP adquiriu 50% do capital da holandesa Woningborg, na sequência de um aumento de capital próprio. Segundo a mutualista, a compra visa diversificar a oferta de seguros da seguradora holandesa e reforçar o seu futuro.

Jacques Chanut, presidente da SMABTP, considera que a aquisição “coloca a SMABTP no centro do ecossistema de construção neerlandês e revela o seu empenho em apoiar gradualmente o setor a nível europeu.”.

A Woningborg comercializa seguros de caução para construtores e compradores de novas habitações nos Países Baixos. Para o diretor-geral da seguradora, Wytzejan de Jong, a parceria formada com a mutualista irá permitir a empresa aliar os seus “pontos fortes com os de uma grande seguradora internacional e tirar partido da sua capacidade financeira para oferecer soluções e serviços inovadores que satisfação as exigências do setor de construção”.

De acordo com Jacques Chanut, presidente da SMABTP, “a aquisição de uma participação na Woningborg coloca a SMABTP no centro do ecossistema de construção neerlandês, revelando o seu empenho em apoiar gradualmente o setor a nível europeu. Temos a ambição de contribuir para o desenvolvimento do setor de construção europeu, apoiando e assegurando a sua atividade, como temos feito em França”.

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Pib Group compra três corretoras espanholas

  • ECO Seguros
  • 23 Janeiro 2024

A soma dos prémios intermediados pelas três corretoras adquiridas alcança os 300 milhões de euros com ganhos de 30 milhões em comissões.

O Grupo Pib Espanha que encerrou a compra das corretoras Aguirre Vila-Coro Correduría Seguros, Grupo IDDEAS e Javier Sánchez Consultores (JSC), por uma quantia não revelada, anunciou esta terça-feira a corretora num comunicado.

Martín Navaz, CEO do Grupo Pib Iberia, considera que 2023 foi um importante ano de expansão para o grupo e espera que 2024 seja ainda melhor.

Assim, o grupo dos fundos britânicos Apax y Carlyle, Pib Group, continua a sua expansão na Península Ibérica. O Pib Group passa a ter incorporado uma corretora especializada nas áreas de saúde e responsabilidade civil para clientes do setor imobiliário, financeiro e industrial, a AVC. O Grupo IDDEAS centra-se em seguros multirrisco, responsabilidade civil, Acidentes e de automóvel. A JSC disponibiliza seguros de crédito à indústria de cerâmica e de embalagem. A soma dos prémios intermediados pelas três corretoras alcança os 300 milhões de euros com ganhos de 30 milhões em comissões, avança o jornal Expansión.

Segundo o comunicado, as empresas vão beneficiar da rede internacional do grupo Pib “para prestar um serviço mais alargado aos clientes atuais e contribuir para o seu crescimento.”.

Estas aquisições fortalecem a presença do grupo na Europa, onde desde o ano passado finalizou 18 transações, estando presente em 8 mercados. Para Martín Navaz, CEO do Grupo Pib Iberia, 2023 foi um ano de “expansão” e as aquisições “assinalam marcos importantes” para o crescimento na região e tem esperança que este ano seja ainda mais “emocionante”.

Igualmente otimista está o CEO do Grupo Pib Europe, Onno Jansen: “Ao longo do ano, temos vindo a investir em algumas grandes empresas e a trabalhar arduamente para estabelecer a Pib na Europa como um especialista em seguros líder no mercado.”. “Estamos confiantes de que em 2024 assistiremos à expansão contínua do Grupo em toda a Europa.”, acrescenta.

O fundo que controla a corretora pretende aumentar a sua presença no setor, visto que o grupo tem 9 aquisições em due diligence que acumulam 170 milhões de euros em prémios intermediados e 17 milhões de euros em comissões. O objetivo do grupo é atingir 650 milhões de euros em prémios intermediados e ultrapassar os 80 milhões de euros em comissões, avança o jornal espanhol.

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Seis tendências de marketing de redes sociais para 2024

Uma aposta no comércio através das redes sociais, no uso de aplicações de mensagens e chatbots e na conjugação de vídeos de diferentes durações são algumas tendências previsíveis para o presente ano.

Um maior alinhamento entre as equipas de marketing e de apoio ao consumidor – suportado em grande medida pela tecnologia e, em particular, pela inteligência artificial – é uma das principais linhas orientadoras para o marketing de redes sociais em 2024, segundo as seis previsões divulgadas pela Emplifi, que se baseou em “insights de campanhas de redes sociais de milhares de marcas globais que usam o Emplifi Social Marketing Cloud”.

Uma aposta no comércio através das redes sociais – com informações sobre os produtos e uma agilização do processo de compra – e nas aplicações de mensagens e chatbots são outras das tendências previsíveis para o presente ano, ao longo do qual também deve ser registado um aumento do investimento em ferramentas de análise de redes sociais.

Crescimento dos negócios impulsionado nas redes sociais

O e-commerce envolvendo o uso de redes sociais vai ser essencial para as estratégias de negócios online das marcas, as quais pretendem agilizar cada vez mais o processo entre a descoberta e a compra de um produto.

Segundo a Emplifi, as marcas devem optar pela oferta de conteúdos que ajudem os consumidores a realizar compras informadas – como classificações, avaliações de produtos e conteúdo gerado pelo utilizador (UGC) em conjunto com uma experiência de compra intuitiva – na medida em que as redes sociais são usadas pelos consumidores para descobrir e aprender mais sobre os produtos mas também para efetuar as compras.

“Tendo em conta que perto de 90% dos consumidores referem que as classificações e críticas aos produtos influenciam em grande medida as suas decisões de compra, a integração de conteúdos autênticos com críticas reais aos produtos nas redes sociais com um link para a compra pode impulsionar significativamente as iniciativas comerciais das marcas”, refere a plataforma que tem como objetivo ajudar as empresas na gestão de experiência dos consumidores.

Adoção crescente de apps de mensagens e chatbots

As aplicações de mensagens e os chatbots devem registar uma utilização crescente, proporcionando canais de comunicação sempre disponíveis e eficientes às equipas de marketing e de apoio ao cliente. Segundo a Emplifi, à medida que o email é cada vez menos eficaz, os consumidores modernos encontram-se mais inclinados para interagir com marcas que utilizam de forma eficiente apps de mensagens para comunicar, seja na oferta de descontos e atualizações de produtos ou no atendimento e ajuda ao consumidor. Já os chatbots, que recorrem a tecnologia de inteligência artificial, permitem um envolvimento eficaz e em tempo real com o cliente.

O uso de chatbots por parte das marcas no atendimento ao cliente deve crescer em 2024.Pixabay

Inteligência artificial vai tornar-se “parte integral” do apoio ao cliente

As ferramentas alimentadas por inteligência artificial também vão tornar-se cada vez mais “parte integral” no apoio ao cliente, permitindo um aumento da produtividade da equipa de apoio ao consumidor. Estas ferramentas proporcionam uma grande eficiência no trabalho, permitindo que os responsáveis pelo atendimento ao cliente otimizem as suas interações com os clientes, automatizem tarefas de rotina e forneçam respostas extremamente rápidas às perguntas mais comuns dos clientes, pelo que a inteligência artificical vai permitir que as marcas estabeleçam conexões mais profundas com seus clientes.

Na verdade, os chatbots alimentados com inteligência artificial estão a oferecer taxas de correspondência de até 97% ao responder às dúvidas dos clientes, refere a Emplifi, pelo que a utilização destas ferramentas deve aumentar à medida que as mesmas também evoluírem.

Equipas de apoio ao cliente com foco crescente nas redes sociais

As equipas de apoio ao cliente estão a recorrer cada vez mais às redes sociais de forma a responderem às dúvidas e preocupações dos clientes, isto numa altura em que os consumidores esperam interagir com as marcas nas redes sociais de uma forma que vá para lá do marketing tradicional. As equipas de apoio ao cliente devem assim adaptar-se cada vez mais a essa realidade, empregando mais ferramentas de marketing nas redes sociais e dedicando mais tempo à ligação com os clientes através dessas plataformas.

Conjugação de vídeos curtos e longos gerará maior envolvimento

Segundo a Emplifi, as marcas que diversificam os seus conteúdos em vídeo de forma a incluir tanto formatos curtos como longos têm mais probabilidade de alcançar um maior envolvimento, isto numa altura em que a popularidade de redes sociais que dão prioridade ao vídeo continua a crescer, como o TikTok ou o Instagram (reels). “Embora o foco antes estivesse em vídeos curtos com duração de 1 a 13 segundos, as marcas agora estão agora a ganhar força com vídeos mais longos, que vão desde os 26 aos 90 segundos de duração”, pelo que as marcas devem experimentar diferentes durações, formatos e plataformas de vídeo, de forma a perceber quais funcionam melhor junto do seu público-alvo.

Maior importância da “social intelligence” para obter informações aprofundadas sobre os consumidores

À medida que as marcas dão cada vez mais prioridade à privacidade dos consumidores nas suas estratégias de marketing, a “social intelligence (análise de tendências e perfis da audiência, rastreamento de marca, análise da concorrência e gestão de crises) será cada vez mais essencial para obter informações aprofundadas sobre os consumidores. Prova disso é que 78% dos diretores de marketing atribuem um prioridade “crítica ou alta” ao investimento em tecnologia para obter insights sobre o cliente. O uso destas ferramentas de análise das redes sociais que oferecem recursos para analisar impressões, menções e interações nas redes sociais fornece às marcas uma visão mais abrangente dos seus consumidores e permite uma gestão mais eficaz da reputação da marca em tempo real, pelo que se espera um número cada vez maior de marcas a adotar este tipo de ferramentas nos próximos meses.

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José Luís Carneiro aceita ser cabeça de lista do PS por Braga

  • Lusa
  • 23 Janeiro 2024

José Luís Carneiro, ex-secretário-geral adjunto do PS, foi também cabeça de lista por Braga nas legislativas de janeiro de 2022.

José Luís Carneiro, principal adversário do atual secretário-geral, Pedro Nuno Santos, na corrida à liderança do PS, aceitou o convite da direção dos socialistas para encabeçar a lista de candidatos a deputado por Braga. Esta posição foi transmitida esta terça-feira à agência Lusa por fonte da ex-candidatura do atual ministro da Administração Interna.

José Luís Carneiro, ex-secretário-geral adjunto do PS, foi também cabeça de lista por Braga nas legislativas de janeiro de 2022.

José Luís Carneiro aceitou o convite que lhe foi feito há vários dias para ser novamente cabeça de lista por Braga. Fez depender a aceitação desta candidatura da realização de um conjunto de esforços, de diálogo e de concertação entre representantes das candidaturas, tendo em vista garantir a inclusão de quadros políticos com grande valor cívico e reconhecimento público”, declarou a mesma fonte socialista à agência Lusa.

“Pese embora haver questões para as quais não foi possível encontrar respostas antes da reunião do Secretariado Nacional [começou ao fim da tarde de hoje], é reconhecido esse esforço e pluralidade”, acrescentou.

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Presidente polaco indulta ex-ministros condenados por corrupção

  • Lusa
  • 23 Janeiro 2024

O chefe de Estado conservador, que diz que os ex-ministros são "prisioneiros políticos", tomou esta decisão apesar do parecer negativo formulado pela Procuradoria-Geral.

O Presidente da Polónia anunciou esta terça-feira que concedeu perdão a dois ex-deputados nacionalistas populistas, um dos quais o antigo ministro do Interior Mariusz Kaminski, condenado a dois anos de prisão, e que descreveu como “prisioneiros políticos”.

“A decisão sobre o direito ao perdão foi tomada. Eles estão perdoados”, disse Andrzej Duda numa declaração televisiva, pedindo a sua “libertação imediata”. O chefe de Estado conservador tomou esta decisão apesar do parecer negativo formulado pela Procuradoria-Geral.

Em dezembro, um tribunal polaco condenou o antigo ministro do Interior Mariusz Kaminski, e o seu colaborador próximo Maciej Wasik, duas figuras do partido populista nacionalista Lei e Justiça (PiS), a dois anos de prisão por terem excedido as suas funções num caso que remonta a 2007. Na altura, Kaminski era chefe do gabinete central anticorrupção e foi condenado por orquestrar um caso de falsa corrupção contra um responsável político.

O caso teve grande repercussão e criou mais uma linha divisória entre o novo governo polaco pró-europeu saído das eleições legislativas realizadas no passado dia 15 de outubro, e o PiS, que foi afastado do poder ao fim de oito anos consecutivos, com ambos os campos políticos a trocar acusações de violações do Estado de direito.

Os dois políticos foram detidos em 9 de janeiro no palácio presidencial, onde tinham passado o dia a convite do chefe de Estado, que é apoiado pelo PiS. Andrzej Duda descreveu então os dois homens como “os primeiros presos políticos desde 1989”, o ano da queda do regime comunista na Polónia, e alertou para “o terror do Estado de direito” no país.

Desde a sua prisão, os dois homens estão em greve de fome. Eleitos deputados nas eleições de outubro, perderam entretanto os seus mandatos parlamentares. O Presidente polaco já tinha perdoado os dois homens em 2015, mas este indulto foi posteriormente questionado pelo Supremo Tribunal por ter sido concedido antes de os tribunais decidirem sobre o recurso.

Desde a sua condenação em dezembro, Duda sempre afirmou que o seu indulto era legítimo e estava em vigor. A detenção dos dois homens provocou fortes protestos da atual oposição, que organizou manifestações em Varsóvia e em frente às prisões onde estavam em reclusão.

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