Rick R. Suárez é nomeado presidente do AstraZeneca Global Hub de Barcelona

  • Servimedia
  • 24 Janeiro 2024

O presidente da AstraZeneca em Espanha, Rick R. Suárez, foi nomeado presidente do AstraZeneca Global Hub de Barcelona, o centro internacional de inovação científica.

Este centro internacional de inovação científica tem como objetivo acelerar a chegada da nova geração de tratamentos nas cinco áreas terapêuticas-chave da empresa: Oncologia, Doenças Raras, Cardiovascular, Renal e Metabolismo, Respiratório e Imunologia e Vacinas e Imunoterapias.

Suárez é presidente da empresa na Espanha desde 2020 e, com essa nomeação, adiciona à sua posição a liderança da estratégia do AstraZeneca Global Hub de Barcelona com o propósito de torná-lo um dos maiores centros de excelência e inovação clínica na Europa e fortalecer o papel da Espanha como referência em pesquisa científica a nível mundial.

Nas palavras de Rick R. Suárez, presidente da AstraZeneca na Espanha, “A Espanha é um país estratégico para a pesquisa a nível mundial e para a AstraZeneca. O alto nível de talento científico e infraestrutura representam pilares cruciais dentro da nossa missão de desafiar os limites da ciência para transformar a vida das pessoas e contribuir com valor aos sistemas de saúde. Através do AstraZeneca Global Hub de Barcelona, queremos maximizar nossa contribuição aos pacientes e à sociedade impulsionando a inovação em áreas onde existem grandes necessidades não atendidas, como o câncer ou as doenças raras”.

A AstraZeneca tem intensificado significativamente seu apoio a Espanha como país prioritário na sua estratégia de crescimento global, sendo o país europeu com o maior número de ensaios clínicos e o segundo no mundo, atrás apenas da China. O AstraZeneca Global Hub de Barcelona foi inaugurado em março de 2023 com o objetivo de ser referência em inovação científica na Europa.

A AstraZeneca tem prevista a contratação de 1.000 funcionários até 2025 no AstraZeneca Global Hub de Barcelona. O centro se tornou um importante gerador de empregos qualificados na região, contando atualmente com mais de 500 profissionais de 33 nacionalidades diferentes, sendo 60% mulheres.

“Espanha e Barcelona consolidaram-se como centros nevrálgicos no campo da inovação e ciências da vida. O seu ecossistema biomédico oferece grandes oportunidades de colaboração, tanto com o setor público quanto com o privado, para impulsionar nosso compromisso com o desenvolvimento de estratégias disruptivas, como genómica ou terapia celular, e com a transformação digital e ciência de dados”.

A AstraZeneca está a fortalecer a colaboração público-privada na sua relação com o Governo da Espanha, bem como com a Generalitat de Catalunya e a Prefeitura de Barcelona. Por isso, a empresa transferirá a sua sede para o prédio Estel no início de 2025, promovendo assim o papel de liderança da cidade e do país na área da saúde.

Rick R. Suárez é formado em Química e Sociologia pela Universidade de N. Alabama. Possui mais de 20 anos de experiência na AstraZeneca, principalmente nos Estados Unidos, onde liderou equipas de Vendas, Marketing, Médica e Acesso ao Mercado, adquirindo um conhecimento abrangente da empresa e da indústria farmacêutica. Antes de chegar a Espanha em 2020, ocupou o cargo de vice-presidente sénior de Acesso ao Mercado nos Estados Unidos e membro do Comité Executivo, aprofundando o desenvolvimento e implementação de modelos inovadores para acelerar a chegada de avanços científicos aos pacientes e contribuir para a sustentabilidade do sistema de saúde.

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CIP prevê crescimento económico até 0,5% no último trimestre

  • Lusa
  • 24 Janeiro 2024

Economia cresceu entre 0,3% e 0,5% no último trimestre de 2023, mas a produção industrial continuou em queda, segundo dados Confederação Empresarial de Portugal.

A atividade económica cresceu entre 0,3% e 0,5% no último trimestre de 2023, mas a produção industrial continuou em queda, segundo dados divulgados esta quarta-feira pela Confederação Empresarial de Portugal (CIP).

“Com base nos indicadores analisados, o Barómetro da Conjuntura Económica CIP/ISEG aponta para uma melhoria da atividade económica no último trimestre de 2023, recuperando da queda observada no trimestre anterior. O crescimento em cadeia terá sido um pouco mais forte que o projetado em dezembro pelo Banco de Portugal, admitindo-se que se tenha situado entre 0,3% e 0,5%”, avançou em comunicado. Esta evolução foi sustentada pelo consumo privado e pela procura externa líquida.

Segundo a confederação, se estes valores se verificarem, confirma-se a previsão do barómetro para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2023 em 2,2%.

Pela negativa destacaram-se, em dezembro, a deterioração do indicador de confiança das empresas industriais e o decréscimo da produção industrial.

No anterior relatório foi adiantada uma previsão de crescimento para a economia portuguesa entre 1% e 2% em 2024. Porém, o barómetro concluiu que esta é agora “relativamente incerta e muito condicionada pela evolução económica na área do euro e pela evolução das atuais tensões geopolíticas internacionais”.

Citado na mesma nota, o diretor-geral da CIP, Rafael Alves Rocha, afirmou que o último trimestre correu melhor do que o que se esperava, mas ressalvou que “muitas dúvidas” pairam sobre o novo ano.

“Para complicar, temos agora a crise no Mar vermelho a entupir as cadeias de abastecimento. Se o problema se mantiver, os efeitos na inflação serão mais do que certos, o que fará adiar a redução das taxas de juro, um bálsamo que as empresas e famílias anseiam. Com o país em suspenso até à posse do novo Governo, 2024 parece cada vez mais um ano economicamente em risco”, assinalou.

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A escassez de talento coloca a atração, fidelização, experiência do funcionário e liderança como prioridades para 2024

  • Servimedia
  • 24 Janeiro 2024

O Conselho da Fundação maisHumano partilhou num novo encontro anual a sua visão estratégica sobre as perspectivas económicas, sociais e tecnológicas que marcarão as agendas empresariais.

Como em todos os inícios de ano, a Fundação maisHumano reuniu especialistas de alto nível que compõem o seu Conselho para analisar e prever o atual contexto (económico, social, tecnológico) em que as empresas devem operar nos próximos meses, já que isso terá um impacto direto nos seus planos estratégicos e políticas de gestão de pessoas. Através de duas mesas de discussão, especialistas compartilharam uma visão estratégica, com um olhar humanista, sobre o futuro e a sustentabilidade das organizações.

O evento da Fundação maisHumano, realizado na sede do escritório de advocacia Sagardoy, contou com a participação de Íñigo Sagardoy, presidente da Fundação maisHumano e do escritório Sagardoy; Rafael Doménech, responsável pela análise económica do BBVA Research; Laura González-Molero, presidente da APD e conselheira de diversas empresas de capital aberto; Ana Argelich, presidente e diretora geral da MSD na Espanha; e Plácido Fajardo, diretor associado da Leaderland e executivo sénior de recursos humanos e liderança. O evento foi moderado por Beatriz Sánchez Guitián, diretora geral da Fundação maisHumano, e Tomás Pereda, subdiretor geral.

Com relação à economia espanhola e ao mundo empresarial, Rafael Doménech compartilhou as últimas previsões macroeconómicas da BBVA Research, destacando o aumento significativo da imigração na Espanha nos últimos tempos, o que compensa o praticamente estagnado crescimento da população espanhola. Esse fator pode ser determinante diante da atual problemática de preenchimento de vagas em determinados cargos, da mesma forma que aproveitar o potencial do talento sénior.

Além disso, para melhorar as taxas de desemprego jovem, feminino e de pessoas acima de 50 anos, Doménech afirmou que “há uma grande falta de capital humano com a habilidade necessária em alguns setores, aliada a um problema de renovação geracional”. Por isso, “é necessário avançar na flexibilização do mercado de trabalho e ativar políticas ativas que impulsionem o mercado de trabalho, a fim de identificar quais são as necessidades do nosso tecido produtivo e identificar as deficiências das pessoas dispostas a trabalhar. Isso implica ativar planos de treinamento, reskilling e upskilling”.

Por sua vez, Laura González-Molero previu um ano marcado por volatilidade, riscos geopolíticos, desafios tecnológicos, como cibersegurança e inteligência artificial, e aspetos climáticos. Nesse sentido, ela destacou a necessidade de os mapas de riscos serem incluídos nas agendas de todas as organizações, independentemente do seu tamanho ou setor. Além disso, ela mencionou que as empresas serão impactadas pela escassez de talento qualificado, pela fuga de talentos jovens e pelas crescentes exigências regulatórias ambientais.

Diante desse cenário complexo, González-Molero quis transmitir uma mensagem otimista, pois “o importante é ter um diagnóstico correto e aproveitar as fortalezas da nossa indústria, como inteligência, criatividade ou resiliência, para superar os obstáculos”. Além disso, ela enfatizou a crescente importância dos aspetos ESG (ambiental, social e de governança) e que toda organização possa contar com uma boa governança corporativa, pois “é o melhor instrumento para tomar as decisões adequadas de maneira ágil, combinando viabilidade e sustentabilidade”.

Nesse sentido, ela também ressaltou o papel relevante dos aspetos sociais, especialmente os relacionados à atração e fidelização de um talento escasso, apontando que “é necessário analisar como podemos agregar valor às comunidades onde estamos presentes e à sociedade, cumprindo todas as regulamentações salariais e de igualdade, algo cada vez mais regulamentado e presente na pauta dos conselhos de administração”.

A aceleração do mundo em que vivemos, sem dúvida, também impacta a área de recursos humanos e talento. Íñigo Sagardoy expressou isso dizendo que, com base em diferentes estudos e fóruns, identificou quais serão as prioridades em 2024 para as áreas de gestão de pessoas.

“Além dos temas tradicionais”, ele disse, “como a política de remuneração e a jornada de trabalho, preocupam aspetos relacionados à capacidade de liderança para navegar em um mundo de gestão de riscos; como avançar em novas formas de trabalho e modelos híbridos, conectando equipes com a cultura e propósito empresarial; quais são as ferramentas tecnológicas e de inteligência artificial adequadas para otimizar a função de RH; como a transformação contínua afeta o engajamento dos funcionários; como implementar com sucesso programas de desenvolvimento profissional; e como lidar com os múltiplos riscos e desafios da Inteligência Artificial, que, de acordo com vários relatórios, parece que, no campo de RH, será uma ferramenta de auxílio à produtividade, não de substituição”.

Sagardoy também destacou cinco tendências que afetarão o campo de trabalho, como uma maior regulamentação, a importância da jurisprudência decorrente de litígios que surgirão ao interpretar uma legislação inovadora, a proteção dos direitos fundamentais dos funcionários e da negociação coletiva, e o papel da empresa como colaboradora das políticas públicas. “Todos esses aspetos fazem com que a função de Recursos Humanos e relações trabalhistas tenha cada vez mais peso estratégico”, concluiu.

Ana Argelich destacou o papel protagonista da ciência, especialmente em função da pandemia, valorizando os grandes avanços na pesquisa e as importantes oportunidades de emprego que ela oferece. No entanto, embora a Espanha seja um dos principais centros de investimento e pesquisa clínica, Argelich apontou que o setor enfrenta a rigidez do mercado de trabalho para atrair ou fidelizar o talento de que precisa.

“É difícil encontrar profissionais com talento e desenvolvimento, e além disso, muitos acabam partindo. É necessário implementar medidas para atrair e fidelizar esse talento”. A especialista também destacou como a tecnologia está ajudando a indústria a se tornar mais eficiente e ecológica, e de que forma a inteligência artificial e o manejo de dados de forma controlada podem ajudar no avanço da pesquisa. Como encerramento da sua intervenção, ela fez referência a aspetos sociais, onde “cada vez mais se percebe um esforço maior por parte das empresas em questões de inclusão, equidade e diversidade, assim como em promover o desenvolvimento e formação das pessoas”, explicou.

Por último, Plácido Fajardo falou sobre as oportunidades e riscos da Inteligência Artificial, mencionando grandes momentos de crescimento tecnológico como os anos 90 e 2000, quando causaram uma aceleração na contratação de determinados perfis, mas também vieram acompanhados de importantes reduções de quadro de funcionários.

“Os avanços tecnológicos”, afirmou, “sempre impactaram a sociedade, o emprego e o mundo do trabalho. Eles sempre tiveram um lado positivo e um lado negativo e isso ocorre ainda mais agora”. Assim, sobre o avanço frenético das inteligências artificiais, o especialista em talento e liderança destacou suas enormes vantagens, ao mesmo tempo em que confessou sentir uma certa sensação de assédio diante da assunção por parte dessa tecnologia de cada vez mais habilidades tradicionalmente humanas, para o qual recomendou “nos concentrarmos precisamente nesses atributos que nos permitem conectar com outros seres humanos de uma forma que nenhuma máquina pode fazer: liderar, inspirar, emocionar ou tomar decisões baseadas na ética e na consciência”.

Por outro lado, enfatizou que a inteligência humana foi capaz de superar múltiplos obstáculos ao longo da história, destacando a necessidade de valorizar o humano e os atributos que nos fazem atrair o interesse e o afeto dos outros, também no mundo empresarial, pois “o mundo corporativo também é feito de afetos, interesses e afinidades, algo que a IA ainda não é capaz de alcançar”.

Por fim, sobre quais qualidades serão necessárias para que a Inteligência Artificial avance em uma velocidade ou outra, ele identificou a confiança que essa tecnologia nos gera como um aspeto fundamental, acrescentando que “A confiança é um atributo essencialmente humano que temos nas pessoas, que se constrói ao longo dos anos e que se destrói em minutos”.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 24 de janeiro

  • ECO
  • 24 Janeiro 2024

Ao longo desta quarta-feira, 24 de janeiro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Novos cursos para revitalizar a população rural de Aragão

  • Servimedia
  • 24 Janeiro 2024

A Coremsa Formação oferece cursos subsidiados pelo Instituto Aragonês do Emprego e o Governo de Aragão para trabalhadoras das áreas rurais de Zaragoza.

A despovoação nas áreas rurais da Espanha é um desafio que afeta não apenas a demografia, mas também o tecido social e económico dessas comunidades. Uma das abordagens chave para revitalizar essas regiões é promover a profissionalização das mulheres que procuram emprego em ambientes rurais. Nesse contexto, destaca-se a importância da formação em habilidades digitais como uma ferramenta crucial para melhorar a empregabilidade desse grupo.

Com o objetivo de impulsionar a profissionalização das mulheres em ambientes rurais, o Instituto Aragonês do Emprego (Inaem) e o Governo de Aragão disponibilizaram um subsídio para capacitar essa parcela da população em parceria com a Coremsa Formação. O grupo é responsável por ministrar essas ações formativas focadas na digitalização de forma presencial em Zaragoza. Esses cursos oferecem um conjunto diverso de habilidades necessárias para enfrentar os desafios do mundo do trabalho atual.

Entre os cursos disponíveis, destacam-se: Gestão de Compras Informatizada, Introdução à Criação de Páginas Web, Redes Sociais e Empresa, Resolução de Problemas no Ambiente Digital, Comércio Eletrónico, Introdução à Informática e Competências Digitais Básicas, e por último, Criação de Conteúdos Digitais.

Os cursos ministrados pela Coremsa têm como objetivo promover a empregabilidade e visam impulsionar as estudantes para que possam ter acesso a novas oportunidades e contribuir ativamente para o desenvolvimento das suas comunidades. Além disso, as instalações do centro de formação, localizadas no Parque Dinamiza, oferecem um ambiente acolhedor que facilita a aprendizagem e a troca de experiências entre as participantes, proporcionando um ambiente propício para a formação presencial.

A Coremsa Formação, que faz parte do Grupo Coremsa, valoriza a necessidade de formação de qualidade em todos os setores. Com sua ampla experiência em formação regulada e sua projeção internacional, é um ator-chave na melhoria da qualidade da força de trabalho no setor turístico e na formação profissional.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 24 Janeiro 2024

A AD dá a conhecer o seu programa económico e o IGCP regressa ao mercado com três leilões de dívida de obrigações do tesouro. Trabalhadores das empresas do grupo EDP fazem greve.

Esta quarta-feira a AD dá a conhecer o seu programa económico e o IGCP regressa ao mercado com três leilões de dívida de obrigações do tesouro. Os trabalhadores das empresas do grupo EDP fazem greve, com uma concentração nacional junto da sede da EDP. O dia fica ainda marcado pelo arranque da Feira Internacional de Turismo de Madrid, onde Portugal conta este ano com o maior stand de sempre.

AD apresenta programa económico

A Aliança Democrática (AD) apresenta o seu programa económico esta tarde no Centro de Congressos de Lisboa. No seu programa eleitoral, a coligação que junta PSD, CDS e PPM já apresentou medidas como a subida do salário mínimo dos atuais 820 para entre 1.000 a 1.100 euros, o aumento faseado do rendimento mínimo dos idosos para 820 euros até 2028, ou a redução progressiva do IRC de 21% para 15% até 2027. A AD também previu a economia a crescer 3,5%, a dívida pública inferior a 90% do PIB, um ligeiro excedente orçamental, o emprego a crescer acima de 1% e as exportações mais de 4% até ao final da legislatura.

IGCP realiza três leilões de dívida de obrigações do tesouro

É esta quarta-feira que a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) regressa ao mercado para um triplo leilão de obrigações do tesouro, com maturidades entre os quatro, 18 e 21 anos. O objetivo é levantar até 1.750 milhões de euros.

Apresentação do estudo sobre sustentabilidade da ADSE

Esta quarta-feira é também apresentado um estudo sobre a sustentabilidade da ADSE, realizado pelo PlanAPP – Centro de Competências de Planeamento, de Políticas e de Prospetiva da Administração Pública. Em 2022 – ano em que os beneficiários da ADSE, entre titulares e familiares, totalizavam 1.275.582 –, a despesa realizada pelos beneficiários da ADSE ascendeu a 580 milhões de euros, com mais de metade (53%) do valor situado no escalão etário dos mais de 65 anos de idade. Não era feita uma análise de sustentabilidade ao subsistema de saúde dos funcionários públicos desde 2018.

Trabalhadores das empresas do Grupo EDP fazem greve

Os trabalhadores das empresas do Grupo EDP estão em greve esta quarta-feira, numa ação organizada pela Fiequimetal (Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Eléctricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas) e com concentração nacional junto da sede da EDP. Segundo a CGTP, os trabalhadores pretendem demonstrar o seu descontentamento “perante a recusa patronal de valorização da experiência e das carreiras profissionais”.

Arranca a Feira Internacional de Turismo de Madrid

A 44.ª edição da Feira Internacional de Turismo de Madrid (FITUR) arranca esta quarta-feira, com 9.000 empresas de 152 países. Este ano Portugal marca presença com o maior stand de sempre (1.200 metros quadrados) onde participam 116 empresas, as sete regiões de turismo do país e 19 entidades municipais.

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Plano para terrenos da ex-refinaria da Galp atrasado mais de seis meses e sem nova data

O chamado "Masterplan" deveria ter sido divulgado em junho do ano passado, de acordo com as primeiras previsões da empresa. No entanto, ainda não foi apresentado, e é atirado para "momento oportuno".

O plano para o espaço onde operava a refinaria da Galp, em Matosinhos, ainda está por traçar, cerca de seis meses após a data para a qual estava marcada a sua divulgação. Para já, a petrolífera não adianta previsões de quando estará concluído o projeto.

Em junho de 2022, a Galp anunciava que a holandesa MVRDV, um gabinete de arquitetos “de referência mundial”, tinha ganho o concurso para desenvolver o Innovation District, o projeto que iria ocupar os terrenos da antiga refinaria da Galp em Matosinhos

Na mesma comunicação, datada de 17 de junho desse ano, a Galp avançava que uma equipa multidisciplinar com mais de 20 especialistas de seis empresas, liderados pela MVRDV, iriam elaborar o chamado “Masterplan”, o plano para os terrenos da refinaria. Este deveria ser divulgado nos 12 meses seguintes, isto é, até meados de junho de 2023.

Contudo, até ao momento, este plano ainda não é conhecido. Contactada pelo Eco/Capital Verde, a Galp afirma que “os moldes finais deste Masterplan serão divulgados em tempo oportuno”, sem adiantar nova data.

A petrolífera indica que “ao longo dos últimos dois anos, a Galp tem estado a trabalhar em simultâneo as várias dimensões dos projetos de desmantelamento e demolição da antiga Refinaria de Matosinhos, e a desenvolver a visão de futuro para os terrenos até agora ocupados por esta unidade industrial”.

Sobre o futuro uso dos terrenos, a Galp adianta que a Câmara Municipal de Matosinhos já definiu os princípios orientadores para o projeto de reconversão na área da antiga refinaria, “fundamentais para que a Galp possa estabelecer, em conjunto com o município, os termos de referência para o desenho do Masterplan”.

O objetivo é que o projeto permita atrair investimentos nacionais e internacionais que garantam emprego qualificado, nomeadamente através da configuração de um hub tecnológico, composto por um polo universitário, um parque tecnológico e centros empresariais, adianta agora a empresa, indo ao encontro do anunciado em 2022.

Em fevereiro desse ano, a Galp, a Câmara de Matosinhos e CCDR-N assinaram um acordo para assegurar o “enquadramento jurídico e económico” do projeto de reconversão dos 237 hectares pelos quais se estendem os terrenos da refinaria.

Nessa altura, falava-se de um Innovation District, o qual incluía comércio e serviços, hotelaria, restauração, indústria 4.0, habitação e equipamentos culturais e de lazer. O mesmo acordo previa a cedência de parcelas de terreno no perímetro da refinaria para a construção de um polo universitário. A autarquia defendia que ali se instalasse o Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR), ligado à Universidade do Porto.

Já nesse ano era relevada a componente ambiental. “Seremos capazes de criar um distrito de inovação de classe mundial, focado em energia sustentável e em tecnologias avançadas”, era citado o ex-CEO da Galp, Andy Brown, no comunicado de junho. Agora, a Galp acrescenta que espera que sejam aplicados princípios de cidade inteligente nos terrenos, nomeadamente no que diz respeito à mobilidade.

O processo, que a Galp classifica como “complexo e moroso”, deu em 2023 um passo “decisivo”, com o arranque das primeiras obras de demolição da refinaria, que irão durar aproximadamente dois anos e meio. O desmantelamento estará a decorrer de acordo com a calendarização prevista, assegura a empresa.

O encerramento da refinaria da Galp em Leça da Palmeira, em Matosinhos, foi anunciado a 21 de dezembro de 2020, quando a empresa decidiu concentrar as suas atividades de refinação no complexo de Sines. A iniciativa ditou o despedimento coletivo de 114 trabalhadores, de acordo com a Galp.

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Fosun tem estado a vender ações do BCP desde novembro e já lucrou 326 milhões de euros

Nos últimos dois meses, a Fosun vendeu 9,9% do capital do BCP. Numa primeira fase através da venda das ações em bolsa e, mais recentemente, através de uma operação privada junto de institucionais.

Desde 13 de novembro que os chineses da Fosun têm estado a reduzir a participação que detêm no BCP BCP 3,63% e com isso gerado lucros acima dos 326 milhões de euros, segundo cálculos do ECO.

Antes de anunciar na segunda-feira a alienação de 5,6% do capital do banco por meio de um processo de accelerated bookbuilding junto de investidores institucionais qualificados ao preço de 27,8 cêntimos por ação, a Fosun vendeu no mercado, entre 13 de novembro do ano passado e 9 de janeiro, cerca de 652 milhões de ações do BCP (4,31% do capital) a um preço médio de 30 cêntimos por título, segundo informação publicada na bolsa de Hong Kong, onde a Fosun está cotada.

Com as duas operações, a Fosun alienou 9,91% do capital do banco liderado por Miguel Maya nos últimos dois meses, diluindo assim a sua participação no BCP de 29,95% para os atuais 20,03% e encaixou 430,8 milhões de euros: 195,6 milhões de euros com a venda de 4,31% do capital no mercado e 235,2 milhões de euros com a alienação de 5,6% do capital do BCP no decorrer do processo de accelerated bookbuilding.

Subtraindo uma comissão de 1,18 milhões de euros paga à UBS pela operação de accelerated bookbuilding (cerca de 0,5% do valor do negócio) e os cerca de 103 milhões de euros que custaram as ações agora alienadas (que foram adquiridas no âmbito do aumento de capital de novembro de 2016), chega-se a um lucro acima de 326 milhões de euros — mais os dividendos concedidos por estes títulos em 2019 e 2022.

Para a Fosun, o investimento no BCP gerou, para já e excluindo o impacto dos dividendos, uma rendibilidade média anual de 19,9% desde 18 de novembro de 2016, quando se tornou acionista do banco, mediante uma participação de 16,7% no decorrer de uma operação de aumento de capital.

Segundo o comunicado publicado na bolsa de Hong Kong, a Fosun refere que “tenciona utilizar as receitas das transações para o fundo de maneio geral do grupo” e “demonstram igualmente os esforços contínuos do grupo para criar o máximo valor para os seus acionistas.”

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Fundos nacionais “deram” 30% dos vistos gold em 2023

Os fundos de investimento que investem maioritariamente em empresas nacionais concederam 352 vistos gold em 2023 por via da aplicação de mais de 125 milhões de euros por investidores estrangeiros.

Os fundos de investimento e de capital de risco que investem em empresas portuguesas registaram no ano passado uma avalanche de dinheiro por parte dos investidores que procuram obter vistos gold.

De acordo com dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), entre janeiro e setembro do ano passado foram canalizados mais de 125 milhões de euros para fundos de investimento ou fundos de capitais de risco vocacionados para a capitalização de empresas portuguesas por parte de investidores estrangeiros com o intuito de obterem Autorizações de Residência para Investimento (ARI).

Trata-se de um aumento de 45,4% face ao montante aplicado por estes investidores durante todo o ano de 2022 em fundos de investimento para terem direito a um visto gold; e 2,6 vezes mais que os recursos aplicados para o mesmo fim em 2019, 2020 e 2021 somados.

O impacto desta via de investimento para a obtenção de vistos gold ou golden visa foi de tal ordem significativa em 2023 que, somente nos primeiros nove meses de 2023, por cada 10 ARI concedidos, 3 tiveram origem através da aquisição de unidades de participação de fundos de investimento e de capital de risco em que pelo menos 60% da carteira está aplicado em ativos de sociedades comerciais sediadas em território nacional.

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Segundo Sara Sousa Rebolo, presidente da Associação Portuguesa de Imigração, Investimento e Realocação (PAIIR), não há uma preferência destacada por um tipo de fundo de investimento por parte dos investidores estrangeiros que procuram esta solução para “comprarem” uma ARI.

No entanto, considera que “os fundos de capital de risco têm-se posicionado, a nível de publicidade e oferta comercial, de forma bastante apelativa e ganhado uma tração significativa no momento da decisão pelo investidor, juntamente com uma tendência de diversificação, ou seja, perfazendo o investimento de 500 mil euros através de dois ou mais fundos diferentes.”

As alterações recentemente introduzidas ao programa ARI criaram perspetivas muito positivas para o potencial crescimento do segmento de fundos mobiliários abertos.

Mário Freitas

Diretor da IMGA

É isso que oferece, por exemplo, a Oxy Capital através dos seus três fundos orientados especificamente para os visa gold, ao canalizar os recursos dos investidores inteiramente para empresas nacionais, quer estas estejam cotadas na Euronext Lisboa ou não, através da compra de ações ou de títulos de dívida.

Como as soluções da Oxy Capital, há pelo menos mais quatro dezenas de outros fundos de capital de risco ou semelhantes com a mesma vertente e modelo de negócio. É isso que oferece, por exemplo, a sociedade gestora Indico de Stephan Morais através dos seus fundos.

Temos dezenas de investidores golden visa nos nossos fundos e muitos já obtiveram o seu golden visa. Estamos agora a aceitar investidores para um novo fundo compatível com o golden visa – o Indico VCII”, que investe em startups com uma forte base em Portugal e Espanha ou nas suas diásporas, refere a Indico no seu site.

Bolsa nacional com muitos golden visa

Os números do SEF espelham bem o crescente interesse dos investidores estrangeiros pelos fundos nacionais. Ao longo dos últimos cinco anos, esta via de investimento para a obtenção de vistos gold originou a entrega de 723 ARI e a entrada de quase 261 milhões de euros na indústria de fundos de investimento.

No entanto, mais de 48% dos vistos gold e da totalidade de recursos por si gerados foram garantidos entre janeiro e setembro de 2023. E isso é bem visível na composição dos subscritores dos fundos de ações portuguesas.

O IMGA Ações Portugal, gerido por David Afonso, contava no final do ano passado com 373 subscritores oriundos de 36 nacionalidades, das quais se destacam o Reino Unido, EUA e Brasil.

Desde a alteração da Lei em outubro que houve uma travagem significativa no volume de investimentos, até porque, as alterações introduzidas criaram algumas dúvidas relativamente aos conceitos utilizados.

Sara Sousa Rebolo

Presidente da PAIIR

Com 208 milhões de ativos sob gestão, o IMGA Ações Portugal é o maior fundo de ações portuguesas, sendo que “186,5 milhões de euros são oriundos do programa ARI, ou seja, aproximadamente 90% do valor global do fundo”, refere Mário Freitas, diretor da IMGA ao ECO.

Em 2022, os subscritores do IMGA Ações Portugal para efeitos da obtenção de vistos gold representavam cerca de 80% dos ativos sob gestão e em 2020 não iam além de uma quota de 11%, refere o responsável da sociedade gestora.

A mesma realidade é também visível em fundos de ações portuguesas mais recentes e de menor dimensão, como o Optimize Portugal Golden Opportunities, criado em 2022 e que contava no final do ano passado com cerca de 10 milhões de euros sob gestão.

“O fundo fechou o ano com cerca de 70 subscritores. Destes, cerca de 30% é com o interesse de obterem o visto gold“, e “cerca de 88% do montante sob gestão é relativo a clientes que têm interesse no visto gold“, refere Nuno Santos, administrador executivo da Optimize.

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Empurrão dos visa gold para os fundos

A sustentar a preponderância dos investidores estrangeiros nos fundos de investimento de ações nacionais no último ano deve-se a um conjunto de alterações na lei que rege os vistos gold em 2023.

Desde outubro de 2023 que a lei para a obtenção de ARI mudou. A proposta de lei aprovada no ano passado ditou o fim dos golden visa para as modalidades de transferência de capitais de 1,5 milhões de euros e de aquisição de bens imóveis com valores de 500 mil euros e de 350 mil euros sujeita à realização de obras de reabilitação.

No entanto, manteve disponível a obtenção de ARI através de transferências de capitais de 500 mil euros para a subscrição de unidades de participação em organismos de investimento coletivo (maioritariamente fundos de investimento) com pelo menos 60% da carteira investida em empresas sediadas em Portugal e em que a maturidade, no momento do investimento, seja de, pelo menos, cinco anos.

Além disso, foi ainda mantido a possibilidade de obter golden visa mediante outras quatro vias de investimento, embora sem expressão significativa entre os investidores: criação de postos de trabalho, doação ou investimento cultural, investimento direto em empresas portuguesas ou investimento em investigação científica.

As alterações recentemente introduzidas ao programa ARI criaram perspetivas muito positivas para o potencial crescimento do segmento de fundos mobiliários abertos, os quais, caso se continue a verificar um clima de estabilidade e crescimento económico de Portugal, deverão funcionar como alternativa às anteriores soluções ARI com base em ativos imobiliários”, refere Mário Freitas.

É nesse sentido que a IMGA reforçou recentemente a sua oferta neste segmento, com o lançamento de dois fundos que estão já em comercialização, o IMGA Portuguese Corporate Debt e o IMGA PME Flex.

Apesar desta realidade, Sara Sousa Rebolo considera que “desde a alteração da lei em outubro que houve uma travagem significativa no volume de investimentos, até porque, as alterações introduzidas criaram algumas dúvidas relativamente aos conceitos utilizados.”

Segundo dados do SEF, desde outubro de 2012, quando foi introduzido o regime de obtenção de vistos gold, foram concedidas 12.718 ARI através da realização de mais de 7,3 mil milhões de euros em investimentos.

A maioria dos cidadãos estrangeiros que obtiveram os golden visa são naturais da China, Brasil e EUA, e a maioria do dinheiro canalizado por estes investidores foi aplicado no setor imobiliário.

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Caso EDP. Defesa de Ricardo Salgado aponta vícios a perícia de Alzheimer

Advogados apontam o dedo à psicóloga que sugeriu que Salgado poderá ter exagerado ou "exacerbado os sintomas" da doença. Falam da falta de currículo da perita em idosos com Alzheimer.

Os advogados de defesa do ex-líder do BES querem que a perícia feita por técnicos independentes a Ricardo Salgado no caso EDP, relativamente à doença de Alzheimer, seja revista e que os respetivos peritos testemunhem em tribunal. No requerimento enviado ao tribunal na segunda-feira, a que o ECO/Advocatus teve acesso, é pedido que “seja realizada nova perícia ou renovada a perícia anterior a cargo de outro ou outros peritos”. Essa mesma renovação tem de incidir sobre os mesmos detalhes e pormenores e só pode ser realizada por outros médicos. Bem como é pedido que “antes da audiência para prestação dos esclarecimentos por parte dos peritos, estes procedam à junção de todos os testes, incluindo questões, respostas e resultados, que foram realizados ao arguido nesta perícia”.

Em janeiro, mais uma perícia independente – neste caso pedida pela juíza do caso EDP – confirmou que Ricardo Salgado sofre de doença de Alzheimer. O relatório foi assinado por uma neurologista, um psiquiatra e uma consultora de psicologia do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF). “A doença de Alzheimer é causa mais provável do quadro clínico do arguido”, diz a perícia médica de quase 50 páginas.

Porém, na conclusão da psicóloga Renata Benavente -uma das peritas – apesar de terem ficado apuradas “alterações significativas ao nível da orientação, atenção e memória – não orientado no tempo, incapaz de compreender algumas tarefas, atenção sustentada comprometida – e lentificação psicomotora”, esse relatório acrescenta que “na análise de eventual esforço insuficiente ou tentativa de simulação durante o processo de avaliação, o examinando efetua relatos de sintomas neurológicos ilógicos ou muito atípicos e sintomas relacionados com distúrbios de memória que são inconsistentes com padrões de comprometimento produzidos por disfunção ou dano cerebral real, sugestivos da tentativa de exacerbar dificuldades”. Ou seja, sugere que Ricardo Salgado poderá ter exagerado ou exacerbado os sintomas.

E é precisamente a esta consultora de psicologia que este requerimento – assinado por Francisco Proença de Carvalho e Adriano Squilacce – aponta o dedo. Os advogados admitem que “na verdade, a perícia do caso concreto implica que o perito seja especialista não apenas na área da neurologia, mas também tenha experiência adequada especificamente quanto à doença de Alzheimer, incluindo em idosos”.

Experiência que a profissional não tem, dizem os advogados, já que as intervenções públicas da perita “vão no sentido de a sua experiência profissional mais relevante ser focada em jovens, como ocorreu, por exemplo, quando respondeu a perguntas de jornalistas do Expresso sobre a saúde mental das crianças na pandemia ou comentou publicamente num canal de televisão a detenção de um jovem que estaria a planear um ataque numa universidade. O que, aliás, está em linha com o trabalho científico na área da delinquência juvenil já elaborado. Por último, a nota curricular da perita, que consta publicada em Diário da República também reforça a sua falta de especialidade na área de neuropsicologia, em particular a falta de experiência na avaliação de Doentes de Alzheimer”.

Renata Benavente é pós-graduada em proteção de menores (2007) e em Estudos e Intervenções com Famílias (2006). Foi psicóloga em Instituição Particular de Solidariedade Social, na Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Almada (1998/2005), técnica Superior na Equipa de Acompanhamento às Crianças e Jovens da Amadora e coordenadora da Equipa de Acompanhamento às Crianças e Jovens Amadora. É psicóloga forense no Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses desde 2011, coordenadora dos Grupos de Trabalho da OPP sobre a Intervenção do Psicólogo em Contexto de Violência Doméstica e Psicogerontologia desde 2017 e formadora de professores no âmbito da Indisciplina Escolar, Gestão de sala de Aula e Mediação Escolar, no Seixal.

Os advogados referem ainda a descrição que Renata Benavente faz do seu perfil e experiência profissionais na rede social LinkedIn, não se refere a conhecimentos especializados em Doença de Alzheimer (ver abaixo). Por tudo isto, “afigura-se evidente que a capacidade técnica da senhora perita é – pelo menos – duvidosa especificamente quanto ao objeto da perícia em causa neste caso concreto, o que inquina a perícia realizada”.

Como psicóloga, dediquei a maior parte da minha carreira a investigar e intervir em grupos de alto risco. Tenho particular interesse nos efeitos dos maus-tratos e da negligência na vinculação das representações das crianças. Os fatores que contribuem para a estabilidade ou a mudança da vinculação entre as idades pré-escolar e a infância e outras áreas de interesse. Também desenvolvi capacidades de intervenção e investigação em outras matérias, tais como: medidas de avaliação de abusos de crianças e negligência de crianças, o desenvolvimento de programas de intervenção para famílias de alto risco e o impacto de conflitos parentais após a separação no desenvolvimento da criança”

Renata Benavente, psicóloga que fez perícia a Salgado

 

Quais as razões apontadas pela defesa?

  • A existência de dúvida sobre a capacidade técnica de uma das peritas, a psicóloga Renata Benavente relativamente à avaliação da doença de Alzheimer e seus efeitos em pessoas idosas. “Verifica-se a existência de dúvida sobre a capacidade técnica da consultora de Psicologia relativamente à avaliação da patologia específica da Doença de Alzheimer e seus efeitos em pessoas idosas”, diz o requerimento.
  • O Instituto Nacional de Medicina Legal faz uma referência expressa à necessidade de realizar uma “avaliação neuropsicológica”. Renata Benavente “não tem a especialidade avançada de neuropsicologia, conforme resulta da sua própria página profissional do LinkedIn mas sim especialidade avançada em Psicologia da Justiça e em Psicologia Comunitária”.
  • A descrição que a a própria faz do seu perfil e experiência profissionais não se refere a conhecimentos especializados em doença de Alzheimer.
  • A perícia do caso concreto implica que o perito seja especialista não apenas na área da neurologia, mas também tenha experiência adequada especificamente quanto à doença de Alzheimer, incluindo em idosos;
  • A indevida elaboração de diferentes relatórios periciais, sendo que um deles nem sequer enunciou, de forma objetiva, os quesitos;
  • Existem insuficiências, incoerências e contradições nos relatórios periciais (plural), o que, aliás, também resulta, entre outros aspetos, de terem sido indevidamente produzidos distintos relatórios. “A avaliação médica em causa na perícia dos presentes autos enferma de insuficiência, porquanto a leitura dos dois relatórios periciais permite verificar que a perícia foi realizada sem que os peritos dispusessem de todos os elementos relevantes dos presentes autos para este efeito”;
  • Há também contradição e inconsistência entre o relatório pericial de psiquiatria e o relatório pericial de psicologia, porquanto o relatório pericial de psiquiatria afirma que “em relação à função cognitiva, estava orientado na pessoa, no espaço e parcialmente no tempo”, mas o relatório de psicologia refere, expressamente, o seguinte: “não orientado no tempo” e “à data da avaliação apuram-se alterações significativas ao nível da orientação, atenção e memória (e.g. não orientado no tempo, incapaz de compreender algumas tarefas, atenção sustentada comprometida)”. É, pois, evidente e “manifesta a contradição e inconsistência da perícia realizada nos presentes autos, o que também é o resultado de terem sido produzidos, indevidamente, dois relatórios autónomos”.
  • A perícia incorreu ainda em vício de insuficiência por não ter realizado todos os exames médicos relevantes ao arguido, de forma atualizada, nomeadamente um exame PET, tendo apenas feito referência ao exame PET realizado em 2021 que foi junto aos autos pela defesa, o qual foi realizado há mais de dois anos e meio;
  • E relembra que existem peritos que “detêm conhecimentos e meios adequados que suplantem a dúvida sobre a (falta) de capacidade técnica de Renata da Silva Benavente, desde logo, porque existem psicólogos com especialidade avançada em psiconeurologia, tal como reconhecido pela Ordem dos Psicólogos ou, pelo menos, com vasta experiência na avaliação e tratamento da Doença de Alzheimer”;
  • O arguido é um paciente real com a Doença de Alzheimer, “embora o relatório de psicologia tenha evitado afirmar isto, pelas suas próprias palavras, a todo o custo”;
  • A defesa faz inclusive a comparação com a perícia realizada no processo cível de Cascais em que interveio um neuropsicólogo, ao contrário desta. “Afigura-se notória a diferença entre a objetividade e a suficiência entre o relatório pericial produzido nesse processo e a insuficiência e falta de rigor técnico da perícia realizada nos presentes autos”. Recordando que “estamos perante perícias realizadas quase em simultâneo, relativas ao mesmo arguido e à mesma doença…”;

Já em outubro, a perícia neurológica realizada no âmbito do processo cível que corre no Tribunal de Cascais, feita pelo Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF) confirmou que Ricardo Salgado sofre de Alzheimer, estando atualmente no segundo grau mais grave da doença, com “dependência de terceiros para algumas atividades básicas”. Depois desta fase, passará para a “dependência total”.

Esta seria a perícia perícia independente a confirmar o que, até agora, foi alegado pela defesa de Ricardo Salgado nos diversos processos pendentes – como a Operação Marquês, caso BES e o processo EDP – e conclui que as declarações que Salgado possa fazer em tribunal estão comprometidas. A avaliação “neuropsicológica realizada no examinando é compatível e concorda com a que nos foi facultada e está enquanto prova documental junto aos autos”, dizem os peritos, referindo-se ao relatório feito pelo neurologista de Salgado, Joaquim Ferreira, pedido pela defesa e que foi junto aos vários processos do arguido.

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Ranking seguros 2023: Fidelidade mantém liderança, Tranquilidade ganha mercado

A quebra na venda de seguros do ramo Vida provocou mexidas nas posições dos 37 grupos seguradores que operam em Portugal através de 61 companhias. Veja o ranking completo.

Os três principais grupos seguradores mantiveram as suas posições relativas no ranking 2023 dos maiores de Portugal, num ano de decrescimento quase generalizado do negócio das seguradoras vida e de um crescimento das seguradoras de ramos Não Vida ou gerais.

No top 3 do ranking segurador em Portugal no ano passado, a Tranquilidade/Generali aumentou para 11,5% a sua quota de mercado português mantendo 3º lugar, enquanto a Fidelidade manteve a liderança de mercado com 29,6% de quota, acompanhando o mercado numa quebra total de -2% de produção. A Ageas Seguros, que cresceu 13% o valor dos prémios vendidos, não conseguiu evitar uma baixa para 15,2% de quota geral do Grupo Ageas Portugal, dada a quebra de 21,5% na Ocidental Vida.

Os primeiros números do mercado completo de 2023, foram já divulgados, mas com o aviso de serem provisórios, pela ASF, entidade supervisora do setor. Todo o mercado sofreu uma quebra de 2% em 2023, resultado de uma descida das vendas do ramo Vida, não compensado totalmente pelo crescimento de produção dos ramos Não Vida, que foi de 11%, impulsionado essencialmente pelos seguros de saúde, mas também pelos seguros obrigatórios Acidentes de Trabalho e Automóvel e pelos seguros multirriscos habitação.

Apesar da quebra dos ramos Vida o grupo Santander Totta conseguiu crescer 27%, subindo dois lugares no ranking, enquanto a GamaLife subiu três lugares ao faturar mais 45% em prémios. A Allianz atingiu a 4ª posição na lista enquanto a Zurich se manteve na 6ª posição. A Lusitania manteve a 8ª posição, após crescer 2% este ano.

Em relação a subidas de ranking, destaque ainda para a Asisa que subiu 4 lugares e a Caravela que está agora em 14º lugar no ranking, embora apenas opere em ramos Não Vida em que subiu 19% atingindo os 150 milhões de euros em prémios. Subida relevante igualmente para a Real Vida que trepa 2 lugares no ranking crescendo prémios em 29% para 187 milhões de euros embora opere essencialmente no ramo Vida.

Planicare, Mapfre e a seguradora de crédito Coface também subiram lugares no ranking, enquanto no lado das descidas se destacaram a quebra da AXA e da UNA (-4 posições), Bankinter e VidaCaixa/BPI Vida e Pensões (-3) a CESCE (-2) e baixando uma posição o grupo CA, Liberty, Hiscox e Mútua dos Pescadores.

O ranking por grupos ou seguradoras independentes, agrupa o volume de prémios obtido 61 companhias que estiveram no mercado em 2023, agregados por ECOseguros em 37 grupos. São descriminadas as seguradoras que fazem parte de cada grupo e a sua posição no ranking geral das 61 seguradoras listadas pela ASF.

Veja aqui o ranking:

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Ministros de Costa são pontas de lança de Pedro Nuno Santos para o desafio de 10 de março. Veja a equipa

Seis governantes do último mandato do costismo encabeçam listas de deputados para as legislativas como Vieira da Silva, Mendes Godinho ou Marina Gonçalves. Medina vai em terceiro lugar por Lisboa.

O PS já tem a equipa de jogadores fechada para as eleições legislativas de 10 de março. Para pontas de lança, o novo líder socialista, Pedro Nuno Santos, que se mantém como número um por Aveiro, escolheu seis ministros de António Costa, segundo as listas aprovadas esta terça-feira à noite pela comissão política nacional do PS. Há ainda cabeças de lista da ala de José Luís Carneiro, mais moderada. Mas esta desejada união entre diferentes fações não convenceu todas as distritais.

Meia dúzia de governantes saem diretamente do último mandato do costismo, interrompido intempestivamente com a demissão do chefe do Executivo por causa da Operação Influencer, para cabeças de lista de deputados à Assembleia da República. É o caso da ainda ministra da Presidência e número dois de António Costa, Mariana Vieira da Silva, que lidera os candidatos por Lisboa.

Secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos COELHO/LUSA JOSÉ COELHO/LUSA

 

Pelo círculo da capital, vão ainda, em posições elegíveis, o ainda ministro das Finanças, Fernando Medina, em terceiro lugar e, em quarto, a ex-ministra da Saúde, Marta Temido, putativa candidata do PS a presidente da Câmara de Lisboa, nas autárquicas de 2025.

A ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, lidera a lista pela Guarda, repetindo assim a primeira posição que já tinha ocupado nas eleições legislativas de 2022.

Ana Abrunhosa, ministra da Coesão Territorial, que tinha concorrido por Castelo Branco, segue agora como número um por Coimbra. Antes de ser governante nos dois últimos executivos liderados por António Costa, Abrunhosa foi presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Centro entre 2014 e 2019 e é professora na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.

Em lugares elegíveis pelo distrito do Académica, estão o ex-presidente da federação, Pedro Coimbra, em segundo, os deputados Ricardo Lino e Raquel Ferreira, em terceiro e quarto lugares, respetivamente.

A ministra da Habitação, Marina Gonçalves, muito próxima de Pedro Nuno, encabeça a lista de Viana do Castelo, cujo número um, em 2022, foi o ex-ministro da Educação Tiago Brandão Rodrigues.

A ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, é número um pelo distrito de Setúbal, repetindo assim a posição das últimas legislativas. O seu irmão e atual secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, António Mendonça Mendes, que é líder da federação distrital, vai em terceiro lugar.

Por fim, José Luís Carneiro, ainda ministro da Administração Interna e adversário de Pedro Nuno nas eleições diretas, vai mesmo ser o cabeça de lista por Braga, depois da contestação interna, na distrital. O facto de apoiantes do então candidato a líder do PS, como Luís Soares e Palmira Maciel, terem sido afastados das listas de deputados levou os carneiristas a pedir a José Luís para desistir de ser o número um.

Mas, depois de uma negociação intensa, Carneiro decidiu entrar na equipa de avançados de Pedro Nuno Santos. “José Luís Carneiro foi convidado para cabeça de lista por Braga. Não decidiu antes de saber como estavam a ser incluídos vários nomes com qualidade política em várias regiões do país. Quis também garantir que o esforço conjunto para a elaboração do programa se mantém intacto. Depois de vários esforços desenvolvidos de parte a parte, há condições para aceitar o convite para encabeçar a lista por Braga“, revelou ao ECO fonte próxima do ainda governante.

Lídia Leão

 

Contra a tradição, Pedro Nuno mantém-se como cabeça de lista por Aveiro

Contra a tradição de que o candidato a primeiro-ministro vai por Lisboa, Pedro Nuno Santos decidiu manter-se como número um por Aveiro, o distrito de onde é natural, uma vez que as suas raízes estão em S. João da Madeira. Desta forma, tentou rebater a jogada de Luís Montenegro, natural de Espinho, do mesmo distrito de Aveiro, e que decidiu preterir aquele círculo, pelo qual sempre se candidatou, pelo da capital.

“Eu nunca abandonaria o meu distrito”, afirmou Pedro Nuno Santos, na semana passada, criticando o líder do PSD por ter trocado Aveiro por Lisboa.

Alexandra Leitão, ministra da Administração Pública no segundo Governo de António Costa (2019-2022), ainda suportado pela geringonça, e coordenadora do programa eleitoral do PS, será novamente cabeça de lista por Santarém.

No Porto, o primeiro lugar vai para Francisco Assis, presidente do Conselho Económico e Social e apoiante de Pedro Nuno Santos nas eleições internas, ainda que represente a ala mais à direita do PS. O atual diretor de campanha de Pedro Nuno e ex-secretário-geral adjunto, João Torres, segue em número dois. E Tiago Barbosa Ribeiro, deputado próximo do atual líder, e que estava em oitavo lugar, em 2022, vai subir algumas posições. Recorde-se que, no último embate eleitoral, Alexandre Quintanilha encabeçou a lista pelo distrito do Porto.

Tentativa de união entre pedro nunistas e carneiristas

O líder parlamentar socialista, Eurico Brilhante Dias, que apoiou José Luís Carneiro nas diretas do partido, vai ser cabeça de lista do PS em Leiria. O ex-secretário de Estado para a Internacionalização já tinha sido candidato pelo mesmo círculo eleitoral nas legislativas de 2022, mas em número dois. Em primeiro, foi, na altura, o ex-secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales.

Augusto Santos Silva, também carneirista, já tinha sinalizado que queria continuar como Presidente da Assembleia da República – e para isso tem de, primeiro, ser eleito, deputado. Por isso, vai voltar a encabeçar a lista no círculo Fora da Europa. Paulo Pisco, presidente da subcomissão das Diásporas da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, mantém-se como número um pelo círculo da Europa.

Jamila Madeira, antiga secretária de Estado da Saúde e próxima da candidatura de Carneiro nas eleições internas do partido, voltará a encabeçar a lista por Faro.

Mudanças no Alentejo e nas ilhas

Por Portalegre, mantém-se na primeira posição o atual deputado Ricardo Pinheiro. Mas há duas renovações no Alentejo. Em Évora, Luís Dias, presidente da Câmara de Vendas Novas, passa a número um, substituindo o antigo ministro da Agricultura e eurodeputado, Luís Capoulas Santos, que liderou aquele círculo eleitoral nas legislativas de 2019 e de 2022. No final do ano passado, o deputado já tinha anunciado, no Parlamento, que se iria afastar da vida política: “Decidi não voltar a candidatar-me a deputado”.

Por Beja, também há uma troca. Pedro do Carmo, que presidiu à comissão organizadora do congresso do PS, desce de primeiro para segundo lugar da lista. E sobe, da segunda para a primeira posição, o líder da federação do PS do Baixo Alentejo, Nelson Brito, que foi presidente da Câmara de Aljustrel.

Nos Açores, mantém-se Francisco César como cabeça de lista, tal como nas legislativas anteriores. O deputado é filho do presidente do partido, Carlos César. Já na Madeira, há uma mudança. Paulo Cafôfo, eleito líder do PS Madeira, em dezembro do ano passado, com a maior votação de sempre, e ainda secretário de Estado das Comunidades, passa a número um, substituindo Carlos Pereira, vice-presidente do grupo parlamentar, que tem liderado este círculo eleitoral nas últimas três legislaturas.

Castelo Branco, que perdeu Ana Abrunhosa para Coimbra, vai ter o atual secretário de Estado do Turismo, Nuno Fazenda, como cabeça de lista. Nas legislativas de 2022, o ex-diretor dos programas comunitários do Turismo de Portugal foi em terceiro lugar.

Mal-estar em Vila Real, Braga, Bragança e Viseu

Mas, em algumas distritais, a escolha do ponta de lança não foi consensual entre as estruturas do partido e o líder do PS, que, de acordo com os estatutos, tem a prerrogativa de indicar os cabeças de lista e uma quota de até 30% para selecionar os lugares elegíveis.

Para liderar o círculo de Vila Real, Pedro Nuno Santos foi buscar o médico lisboeta Álvaro Beleza, que é presidente da Associação para o Desenvolvimento Económico e Social (SEDES). A decisão caiu mal junto do presidente da concelhia de Vila Real, José Silva, que considerou, “inaceitável” a imposição de um candidato de fora do distrito para encabeçar a lista.

Álvaro Beleza, que apoiou Pedro Nuno nas diretas, cedeu à pressão e acabou por desistir de ser cabeça de lista por Vila Real. “Se há pessoa que compreende isso sou eu, que, há 30 anos, luto pelos círculos uninominais e pela regionalização”, afirmando que estaria disponível “em Coimbra”, onde é “militante, em Leiria, em Lisboa”, onde vive, “em qualquer ponto do país.”

Ainda assim, sublinhou que tinha ligações ao distrito de Vila Real através do seu avô e bisavô, que era de Chaves.

Assim, passou a número um a deputada socialista Fátima Pinto, que é natural de Chaves. Na terceira posição, pelo mesmo círculo, lugar que os socialistas consideram elegível, entra o atual deputado Agostinho Santa.

Também houve uma contenda em Braga, como referido. Por terem sido afastados das listas pelas concelhias Luís Santos e Palmira Maciel, os apoiantes de Carneiro não queriam que o ex-adversário de Pedro Nuno e ainda ministro da Administração Interna liderasse a lista por aquele círculo. Mas José Luís Carneiro concluiu ter condições para aceitar o convite do líder do PS, depois de “vários esforços de parte a parte”.

Por Bragança, o deputado e ex-secretário de Estado da Ciência, João Sobrinho Teixeira, foi indicado pela federação distrital por unanimidade para cabeça de lista, mas o secretário-geral do PS optou por Isabel Ferreira, secretária de Estado do Desenvolvimento Regional.

A presidente da federação, Berta Nunes, afirmou ao ECO que reconhece “o grande trabalho de Isabel Ferreira”. Porém, ressalva que “houve uma grande unanimidade na comissão política distrital sobre Sobrinho Simões”, sublinhando que a quota de 30% reservada ao líder do partido em distritos com tão poucos eleitos – três, no total – “acaba por tirar representativa das gentes locais”.

Certa é a saída de Berta Nunes, que, nas legislativas anteriores, foi em segundo lugar. A deputada e ex-secretária das Comunidades Portuguesas revelou que, “por motivos pessoais prefere afastar-se”. “É preciso dar lugar a outros”, defendeu.

Em Viseu, Elza Pais, presidente das Mulheres Socialistas, vai liderar a lista de deputados à Assembleia da República, uma escolha de Pedro Nuno Santos que não agradou às estruturas locais, sabe o ECO.

(Notícia corrigida com a retirada de Daniel Adrião da lista por Coimbra, nome que acabou por ser vetado pelo secretariado nacional)

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