O dia em direto nos mercados e na economia – 2 de janeiro

  • ECO
  • 2 Janeiro 2024

Ao longo desta terça-feira-feira, 2 de janeiro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Hoje nas notícias: correios, ADSE e Jornada Mundial da Juventude

  • ECO
  • 2 Janeiro 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Entre 2020 e 2021, o Governo deu instruções à Parpública para comprar ações dos CTT. A marcar a atualidade nacional está ainda a notícia de que a ADSE passa a assumir as despesas de saúde de 226 mil trabalhadores das autarquias e que um consórcio reclama quase um milhão de euros à JMJ. Já o barómetro da Intercampus revela que os portugueses estão divididos quanto a um eventual regresso de António Costa à política. Conheça estas e outras notícias nas manchetes nacionais.

Parpública comprou ações dos CTT por ordem do Governo

A Parpública mantém uma participação “secreta” nos CTT, que nunca foi comunicada ao mercado nem referida nos relatórios anuais. O Governo deu instruções à holding do setor empresarial do Estado para comprar ações numa altura em que o PS precisava do apoio do BE para aprovar o Orçamento do Estado de 2021. Com a queda do Governo, no final desse ano, foi colocado um ponto final na operação, mas o Estado ainda detém uma pequena posição acionista na empresa.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago).

ADSE assume despesas de saúde de 226 mil trabalhadores das autarquias

A partir do início deste ano, as câmaras municipais deixam de financiar os cuidados de saúde dos seus trabalhadores e familiares, passando esse encargo a ser suportado pela ADSE. Em causa estão cerca de 226 mil beneficiários e uma despesa a rondar os 60 milhões de euros que, até aqui, eram uma responsabilidade dos organismos da administração local.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Fornecedor reclama quase um milhão de euros à Fundação JMJ

O consórcio formado pelas empresas Street Food Portugal e Galáxia Gulosa, responsável pela exploração da zona de comida e bebida do Parque Tejo nos dias 5 e 6 de agosto do ano passado, reclama quase um milhão de euros à Fundação Jornada Mundial da Juventude (JMJ) devido aos prejuízos causados pelo número de visitantes que ficou aquém do esperado e às alterações de última hora que terão comprometido as vendas naquele espaço.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Portugueses divididos sobre eventual regresso de Costa à política

Sete em cada dez portugueses (70%) acreditam que António Costa será ilibado no processo-crime autónomo que decorre no Supremo Tribunal de Justiça, na sequência da Operação Influencer, de acordo com o barómetro da Intercampus para o Correio da Manhã, CMTV e Jornal de Negócios. No entanto, os inquiridos estão divididos quanto a um eventual regresso de Costa à política: 43,4% consideram que Costa deve prosseguir a sua carreira política, enquanto 42,9% indicam que não o deveria fazer.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Consumo de tabaco cresce à boleia de novos produtos

As vendas de cigarros tradicionais estão a cair, mas o consumo de tabaco tem aumentado à boleia das cigarrilhas e dos cigarros eletrónicos. Até novembro de 2023 tinham sido vendidos 8,473 mil milhões de cigarros (o equivalente a cerca de 424 milhões de maços), o que representa uma quebra de 0,89% face ao período homólogo. No entanto, os dados da Autoridade Tributária apontam para uma subida de 3,77% no consumo de cigarrilhas, para 335 milhões de unidades. Por sua vez, no tabaco eletrónico foram consumidos 12,5 milhões de mililitros até novembro, o que correspondia à quase totalidade de 2021 e 2022.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso condicionado).

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A 37ª Copa América e as Olimpíadas lideram um ano repleto de grandes eventos desportivos

  • Servimedia
  • 2 Janeiro 2024

Também serão disputados o Europeu na Alemanha e a Copa América de futebol nos Estados Unidos.

Este ano de 2024 está repleto de eventos desportivos imperdíveis para os fãs. Em Espanha, há um evento destacado para os amantes da vela, pois os “barcos mais rápidos do mundo” poderão ser vistos nas águas de Barcelona para a 37ª edição da Copa América, a competição mais importante dessa modalidade, que retornará à Europa depois de 14 anos, num evento que contará com todos “os grandes nomes do panorama internacional”.

A Copa América será disputada integralmente nas águas de Barcelona. Como aperitivo, no final de agosto, os fãs dessa modalidade poderão desfrutar da terceira e última regata preliminar, na qual poderão ver os ‘AC75’ em ação pela primeira vez. Em seguida, começará a competição para descobrir qual equipe enfrentará a ‘Emirates Team New Zealand’ na ‘Louis Vuitton Cup’, a regata que serve para escolher o desafiante, que começará em 29 de agosto e durará até 7 de outubro.

Essa edição será marcada pela inauguração da Puig Women’s America’s Cup, que começará junto com a Youth America’s Cup de 26 de setembro a 16 de outubro. O evento terá uma última fase para conhecer o campeão da competição na 37ª Louis Vuitton America’s Cup Match, que será disputada de 12 a 20 de outubro e colocará frente a frente a ‘Emirates Team New Zealand’, atual detentor do título, e o desafiante vitorioso da Louis Vuitton Cup Challenger Selection Series.

AS OLIMPÍADAS DE PARIS, UM EVENTO IMPORTANTE

Os amantes do desporto poderão desfrutar de outros eventos que ocorrem a cada quatro anos, como os Jogos Olímpicos de Paris, que colocarão os holofotes na capital francesa de 26 de julho a 11 de agosto. Paris também será a sede dos Jogos Paralímpicos, que começarão em 28 de agosto e terminarão em 8 de setembro.

Várias competições tiveram que ajustar seus calendários em relação aos Jogos Olímpicos de Paris, começando um pouco mais cedo e terminando a tempo para que os atletas possam se preparar para os Jogos que retornam à Europa após 12 anos.

OUTROS GRANDES EVENTOS DESPORTIVOS

As duas competições continentais mais importantes de seleções de futebol também serão disputadas neste mesmo verão. O Europeu será jogado na Alemanha de 14 de junho a 14 de julho e a Copa América, que reúne as melhores seleções da América do Sul junto com algumas poucas escolhidas do restante do continente, acontecerá nos Estados Unidos de 20 de junho a 15 de julho. A final da UEFA Champions League será disputada em Wembley no dia 1º de junho, enquanto a grande final da competição feminina será em 25 de maio em San Mamés.

A temporada da Fórmula 1 começará no icónico circuito de Bahrain a 19 de fevereiro, e o Campeonato Mundial de MotoGP começará em 10 de março no Catar. As 24 Horas de Le Mans serão realizadas entre 15 e 16 de junho. Os fãs de basquetebol têm o dia 6 de junho marcado em vermelho, pois é o início das finais da NBA.

As três grandes voltas do circuito internacional de ciclismo também têm datas confirmadas. O Giro d’Italia começará em 4 de maio e terminará em 26 de maio, o Tour de France será disputado de 29 de junho a 22 de julho, e a Vuelta a Espanha será de 17 de agosto a 8 de setembro.

Os fãs de ténis também já sabem quando os quatro Grand Slams serão disputados nesta nova temporada. Tudo começará com o Aberto da Austrália (14 a 28 de janeiro), depois seguirá com a terra batida de Roland Garros, em Paris (26 de maio a 9 de junho), Wimbledon (1º a 14 de julho) será disputado antes dos Jogos Olímpicos, e depois do evento em Paris será a vez do US Open (26 de agosto a 8 de setembro).

Outras datas importantes no calendário de 2024 são a luta entre Ilia Topuria e Alexander Volkanovski pelo cinturão peso-pluma no UFC (17 de fevereiro) e o Torneio das Seis Nações do rugby europeu, que será disputado de 2 a 16 de fevereiro.

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Ano arranca com “perturbações significativas” na circulação de comboios devido a greve na IP

  • Lusa
  • 2 Janeiro 2024

CP antecipa que paralisação dos trabalhadores da Infraestruturas de Portugal (IP) deverá provocar "perturbações significativas" na circulação dos comboios a nível nacional até sexta-feira.

Trabalhadores da Infraestruturas de Portugal (IP) cumprem esta terça-feira o primeiro de dois de greve intercalados que deverá provocar “perturbações significativas” na circulação dos comboios a nível nacional, antecipou a CP – Comboios de Portugal.

A paralisação, que abrange os trabalhadores de operação, comando, controlo, informação, gestão de circulação e conservação ferroviária da IP, está relacionada com as condições de trabalho e vencimentos da profissão, segundo explicou à Lusa, Adriano Filipe, presidente da Aprofer — Associação Sindical dos Profissionais do Comando e Controlo Ferroviário.

“Os motivos desta greve são os mesmos” da paralisação que tinha sido convocada para setembro de 2022, lembrou, indicando que a IP se tinha comprometido a negociar um acordo, mas isso não aconteceu desde então.

“O acordo seria fechar as negociações e compromisso de paz social até 31 de dezembro de 2023, mas face ao incumprimento por parte da IP, resolvemos decretar greve a partir do início de janeiro e será uma greve que, até que haja um acordo ou uma mudança de posição, irá continuar”, afirmou.

Estes trabalhadores, distribuídos essencialmente por centros de comando operacionais (CCO), que controlam todo a operação ferroviária a nível nacional, exigem a regularização da sua profissão.

“Há 17 anos que novos postos de trabalho carecem de uma regularização do funcionamento e, portanto, nós trabalhamos nos moldes ainda da antiga CP”, indicou, salientando que o trabalho é “num posto altamente tecnológico, que concentra a circulação e manutenção toda do país inteiro”.

“O que nós pedimos é uma diferença de remuneração em relação àquilo que se paga nas estações”, indicou, salientando que estes cerca de 300 trabalhadores têm “o mesmo escalão remuneratório dos trabalhadores das estações”.

“Só que o trabalhador está numa estação tem uma responsabilidade muito local. Nós temos a uma responsabilidade nacional”, apontou, indicando que “o grau de concentração” é muito elevado, com os trabalhadores a terem de gerir manobras, circulação, acidentes, avarias, entre outras tarefas.

A greve poderá também afetar a circulação dos comboios na quarta e na sexta-feira, esclareceu a CP, numa nota publicada no site.

Nos dias de greve, estão garantidos serviços mínimos, com a previsão de circulação do Alfa Pendular e Intercidades, Regional, InterRegional e Internacional, Comboios Urbanos do Porto, Comboios Urbanos de Coimbra e Comboios Urbanos de Lisboa.

Todas as informações sobre os serviços mínimos garantidos dos comboios podem ser consultadas no site da CP.

A CP refere ainda que, para os clientes que já adquiriram bilhetes para viajar nos serviços Alfa Pendular, Intercidades, Internacional, InterRegional e Regional, a empresa de transporte ferroviário procede ao reembolso total do valor do bilhete ou à sua troca gratuita para outro comboio da mesma categoria e classe.

O reembolso ou a troca podem ser realizados na plataforma myCP na área “Os seus bilhetes” (para bilhetes adquiridos ‘online’ e na app CP) até 15 minutos antes da partida do comboio da estação de origem do cliente, ou em qualquer bilheteira.

Após este prazo, e até 10 dias após o término da greve, o reembolso poderá ser solicitado através do preenchimento do formulário de contacto online na área “Reembolso por atraso ou supressão”, com a inclusão da digitalização do bilhete original, conclui a CP, na mesma nota.

Suprimidos 140 comboios até às 8h

A greve dos trabalhadores da Infraestruturas de Portugal (IP) levou à supressão de 140 comboios de 252 programados (55,6%) pela CP, entre as 00:00 e as 08:00, segundo dados da transportadora.

Nas ligações urbanas de Lisboa, dos 113 previstos foram suprimidos 73, e nos de longo curso estavam programados 13 e foram suprimidos oito.

Numa nota enviada à Lusa sobre os impactos desta greve na CP, a empresa precisa que dos 252 comboios programados, realizaram-se 112.

Em declarações hoje de manhã à Lusa, Adriano Filipe, presidente da Aprofer – Associação Sindical dos Profissionais do Comando e Controlo Ferroviário, disse que às 08:00 estavam a ser cumpridos os serviços mínimos.

(Notícia atualizada às 10h com número de comboios suprimidos)

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Chefes de equipa de Medicina Interna e diretor de Urgência do Hospital de Cascais demitem-se em bloco

  • Lusa
  • 2 Janeiro 2024

Cclínicos demissionários afirmam que "está em causa a qualidade da atividade assistencial prestada e a segurança dos doentes" da unidade hospitalar, que é gerida através do modelo de PPP.

Os chefes de equipa de Medicina Interna e o diretor de Urgência do Hospital de Cascais apresentaram a demissão, confirmou à agência Lusa a presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fnam). “Houve uma demissão de todos os chefes de equipa de Medicina Interna, do diretor de Urgência e de um chefe de Balcão”, adiantou Joana Bordalo e Sá.

O testemunho da dirigente sindical surge depois de a CNN Portugal ter noticiado durante a tarde de segunda-feira que os chefes de equipa de Medicina Interna e os Assistentes Hospitalares que desempenham funções de chefes de Balcão do Hospital de Cascais tinham apresentado a demissão em bloco numa carta enviada ao conselho de administração.

“O que eles [clínicos] estão ali a passar é uma situação muito difícil, muito dramática. O Hospital de Cascais (…) tem médicos que durante três anos só trabalham nas urgências. Fazem muitas noites — sempre 12 horas — torna o trabalho muito pesado e isto não garante a tratabilidade”, indicou.

“É um problema que não tem a ver com as escusas das 150 horas [extra]. É um problema crónico. Tendo em conta a grande afluência que há, os colegas estão absolutamente exaustos, não aguentam”, acrescentou.

De acordo com a carta, à qual CNN Portugal teve acesso, os clínicos demissionários afirmam que “está em causa a qualidade da atividade assistencial prestada e a segurança dos doentes” daquela unidade hospitalar, que é gerida através do modelo de Parceria Público-Privada (PPP).

Os signatários sublinham que o “rácio médico-doente” no Serviço de Observação é superior aos limites previstos nos regulamentos, destacando que têm assistido “de forma progressiva” à “degradação das condições de segurança dos doentes admitidos no Serviço de Urgência Geral”.

Num comunicado enviado às redações, a administração do Hospital de Cascais reconheceu haver “algum descontentamento dos seus profissionais de saúde”, sustentando que a “afluência aos serviços de urgência tem contribuído para uma sobrecarga”.

A unidade hospitalar justifica ainda que foi a única da “região de Lisboa a nunca ter fechado, o que acarreta as suas consequentes implicações”. Todavia, o hospital “reitera o seu total compromisso com os cuidados de saúde prestados à população que serve mantendo as urgências abertas (adultos, ginecologia-obstetrícia e pediatrica)”.

“Cumpre-nos informar que a administração do Hospital de Cascais, em conjunto com as autoridades competentes, mantém o firme compromisso de encontrar as soluções que minimizem os impactos decorrentes das pressões que o Sistema Nacional de Saúde, no seu conjunto, enfrenta”, frisou.

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A implementação da Superliga colocaria em risco mais de 194.000 empregos apenas em Espanha

  • Servimedia
  • 2 Janeiro 2024

A Superliga europeia, que está a ser promovida pela A22 Sports Management, poderia ameaçar os mais de 194.000 empregos gerados pelo futebol profissional espanhol, de acordo com estudo da KPMG.

Desse número, aproximadamente 66.541, cerca de 34% deles, seriam empregos diretos, enquanto outros 34%, mais de 65.400 empregos, seriam indiretos, e 32%, aproximadamente 62.350 empregos, seriam induzidos. O projeto da Superliga, que ameaça o ecossistema europeu e atualmente enfrenta rejeição por parte de todo o espetro do futebol europeu, também se torna um risco para a economia espanhola.

Em termos macroeconómicos, o futebol profissional espanhol durante a temporada 2021-2022 conseguiu gerar cerca de 18.350 milhões de euros, o que equivale a 1,44% do PIB da Espanha, um número que poderia abalar as contas do Estado se esta nova competição, que apenas Real Madrid e FC Barcelona apoiam, prosperar.

O mesmo relatório revela também que o futebol profissional na Espanha pagou às arcas públicas, durante a temporada 2021-2022, a quantia de 8.390 milhões de euros em diversos impostos, como o IVA, Imposto de Sociedades e contribuição à Segurança Social, entre outros.

Nesse sentido, os clubes da LALIGA veriam uma significativa redução nas suas receitas se a Superliga superasse todos os procedimentos jurídicos e finalmente fosse aprovada. Em números, os clubes poderiam perder 55% das suas receitas, ao mesmo tempo em que, por exemplo, o Real Madrid e o FC Barcelona aumentariam sua capacidade comercial e, portanto, suas receitas, chegando a uma cifra próxima de 400 milhões de euros.

A situação decorrente do julgamento do TJUE (Tribunal de Justiça da União Europeia) e a nova proposta da Superliga têm gerado críticas no mundo do futebol, onde, por exemplo, a associação das ligas de futebol europeias, a European Leagues, afirmou em comunicado que “as ligas acreditam nos princípios fundamentais de abertura e classificação para as competições internacionais de clubes por meio dos resultados anuais das competições nacionais”, acrescentando que as competições nacionais fazem uma “inestimável contribuição às comunidades locais e à solidariedade em toda a pirâmide do futebol”.

Esse mesmo aspeto também foi apoiado pela LALIGA na Espanha, ressaltando que, mais uma vez, a “nova” Superliga “é uma competição muito similar e mais fechada àquela rejeitada pelo futebol europeu em 2019”.

As críticas também têm sido intensas no âmbito político. Uma das mais destacadas tem sido a de Margaritis Schinas, vice-presidente da Comissão Europeia, que declarou que “o princípio básico da Europa é a solidariedade. O nosso apoio constante a um modelo desportivo europeu baseado em valores não é negociável. O futebol europeu continuará sendo sempre um vetor de inclusão e coesão. Para todos. Não apenas para as elites”.

Além disso, a LALIGA juntou-se nos últimos dias às críticas feitas pela UEFA em relação à maneira como o TJUE anunciou o julgamento da Superliga na última quinta-feira. Nesse contexto, a associação do futebol espanhol pediu ao alto tribunal europeu que “revise a exatidão” do comunicado de imprensa que destacava os principais pontos da decisão, pois, segundo a LALIGA, “foram expressas conclusões sobre o julgamento que não correspondem à realidade”.

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5 coisas que vão marcar o dia

O BdP divulga a evolução da dívida pública e dos empréstimos bancários e o INE publica o indicador de clima económico. São conhecidos os índices da atividade industrial de EUA, Alemanha e China.

No primeiro dia útil do novo ano, o Banco de Portugal (BdP) mostra a evolução da dívida pública assim como dos empréstimos e depósitos bancários. O Banco Central Europeu (BCE) também publica a taxa de crescimento dos empréstimos bancários para o setor privado da Zona Euro. Já o Instituto Nacional de Estatística (INE) mostra os resultados do inquérito de conjuntura às empresas e consumidores. E termina uma greve de oito dias dos trabalhadores dos centros de contacto. Esta terça-feira, são ainda conhecidos os índices da atividade industrial dos EUA, Alemanha, Reino Unido e China.

Dívida pública, empréstimos e depósitos bancários

O Banco de Portugal publica a evolução da dívida pública relativa ao mês de novembro de 2023. Em outubro, a dívida pública na ótica de Maastricht – a que conta para o cumprimento das regras dos tratados europeus – desceu para 270,4 mil milhões de euros após amortização de obrigações emitidas durante o primeiro Governo Sócrates, o nível mais baixo em cerca de dois anos. As estatísticas divulgadas no início de dezembro do ano passado mostram que as dívidas das administrações públicas recuaram 9,5 mil milhões. A descida, explicou a instituição, “refletiu o decréscimo dos títulos de dívida (-9,1 mil milhões de euros), principalmente por via da amortização de uma obrigação do Tesouro, originalmente emitida em junho de 2008”. O Banco Central Europeu (BCE) também publica a taxa de crescimento dos empréstimos bancários para o setor privado na Zona Euro.

Empréstimos e depósitos bancários

O regulador da banca, liderado por Mário Centeno, divulga ainda a evolução dos empréstimos e depósitos bancários no mês de novembro do ano passado. No final de outubro, o montante total de empréstimos a particulares registou um decréscimo em termos anuais (-0,4%) pelo segundo mês consecutivo, segundo as estatísticas do Banco de Portugal publicadas no final de novembro. O valor global de empréstimos para habitação era de “99 mil milhões de euros, menos 0,2 mil milhões do que em setembro”, e menos 1% relativamente a outubro de 2022. O BdP justifica o decréscimo, por um lado, com o aumento das amortizações antecipadas e, por outro, com o abrandamento na procura de crédito à habitação. Já os depósitos a prazo registaram uma taxa de crescimento de 6,6%, relativamente a outubro de 2022, a mais elevada desde julho de 2012, indicou na altura o supervisor.

Inquérito de conjuntura às empresas e consumidores

O Instituto Nacional de Estatística (INE) publica esta terça-feira o inquérito de conjuntura às empresas e consumidores relativos ao mês de dezembro de 2023. Em novembro, o indicador de confiança dos serviços registou um aumento de -4,0 para 1,3 e o do comércio aumentou de -1,6 para -0,8. No mesmo período, o mesmo indicador para a indústria transformadora aumentou de -10,8 para -7,2 e a construção e obras públicas registou uma diminuição de -2,9 para -3,3. Já o indicador de confiança dos consumidores diminuiu para -30,8.

Termina a greve dos trabalhadores dos centros de contacto

Termina uma greve de oito dias dos trabalhadores em outsoursing das empresas de trabalho temporário dos centros de contacto convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisuais (SINTTAV). A paralisação, que decorreu nos dias 23, 24, 25 e 26, 30 e 31 de dezembro, a 1 de janeiro, e que irá acabar esta terça-feira, 2 de janeiro, foi convocada para exigir aumentos salariais.

EUA, Alemanha e China divulgam os índices da atividade industrial

As grandes potências mundiais divulgam esta terça-feira os indicadores da atividade industrial. EUA e França publicam o IGC Industrial Markit referente a dezembro 2023, Alemanha, Reino Unido e Itália e Espanha revelam o PMI Industrial Markit e China mostra o clima do setor industrial através do IGC de Fabricação do Caixin.

 

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Os preços das casas vão cair em 2024?

  • Ana Petronilho
  • 2 Janeiro 2024

A permanência de um forte desequilíbrio entre a procura e a oferta é apontado pelos especialistas do setor como a principal razão para que os preços da habitação não sofram correções em 2024.

No início de um ano que se prevê pleno de incertezas, o ECO vai divulgar nos próximos dias 6 trabalhos que tentam responder a questões que mais irão afetar a economia e os mercados, tanto a nível nacional como internacional. Os preços das casas, as descidas nas taxas de juro, o peso do abrandamento externo na economia portuguesa, a evolução dos preços do petróleo, onde investir o seu dinheiro e, claro, o impacto da instabilidade política no país são os temas que serão abordados.

 

Há mais de dez anos que o preço das casas tem subido e assim deverá continuar a suceder em 2024, antecipam ao ECO, em uníssono, os promotores, as consultoras e os agentes imobiliários. Apesar de preverem um abrandamento da procura e do ritmo de vendas, os especialistas ouvidos pelo ECO não veem, num horizonte a médio prazo, uma descida dos preços da habitação.

Os dados provisórios avançados pela JLL apontam para que, este ano, o mercado feche em baixa com menos 20% de casas vendidas, atingindo as 133 mil transações (168 mil em 2022) e com um volume de negócios a cair “cerca de 16%”, para os 27 mil milhões de euros, sendo que, no ano passado, atingiu 32 mil milhões.

Mas, mesmo com a quebra no mercado, ninguém aponta para uma descida dos preços no próximo ano. “É natural que haja um abrandamento do crescimento [em 2024], mas não uma descida generalizada dos preços, porque o desequilíbrio entre oferta e procura continua a ser elevado”, avisa Patrícia Barão, head of residential da JLL, sublinhando que a “retração” nas vendas que deverá continuar em 2024, devido à “subida da inflação e das taxas de juro”.

A mesma opinião é partilhada por Hugo Santos Ferreira, presidente da Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários (APPII). “Não se prevê que o preço das casas desça” em 2024, mesmo com o “ligeiro abrandamento da procura nacional e internacional”, porque, segundo Hugo Santos Ferreira, perante uma oferta “tão escassa” a quebra na procura continua acima.

Para o segmento de luxo (prime), tanto os promotores como as consultoras apontam para um aumento de 2% dos preços em 2024, tendo em conta a “escassez de oferta” na habitação de luxo somada à “grande resiliência” deste segmento.

A previsão de uma subida continuada dos preços das casas no próximo ano é também partilhada por Paulo Caiado, presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária (APEMIP). Apesar de considerar que o ritmo de concretização da venda de um imóvel possa abrandar e o número de transações cair, “todos os dados apontam para que não conheçamos nenhum incremento significativo na oferta [em 2024], suscetível de impactar em descida os preços das casas”, diz.

Para o segmento de luxo (prime), tanto os promotores como as consultoras apontam para um aumento de 2% dos preços em 2024, tendo em conta a “escassez de oferta” na habitação de luxo somada à “grande resiliência” deste segmento, porque “existe uma maior proporção de liquidez por parte dos compradores” sem necessidade de recurso a crédito, refere Miguel Lacerda, Lisbon residential director da Savills Portugal.

No segundo trimestre deste ano, segundo os dados mais recentes do INE, o índice de preços da habitação em Portugal cresceu 8,7% face ao período homólogo, sendo que, neste período, “os preços das habitações existentes aumentaram a um ritmo superior ao das habitações novas, 9% e 8%, respetivamente”, especifica ainda o INE.

O mesmo movimento de subida é espelhado pelos dados do Eurostat, que apontam para que, entre 2010 e o segundo trimestre de 2023, em Portugal, os preços das casas tenham disparado 93% (cerca de 5,4% por ano) e as rendas aumentado 33% (2,3% por ano).

Estes números colocam Portugal na sétima posição entre os países da Zona Euro com maior aumento do preço das casas desde 2010 e na décima posição do ranking dos países do euro com maior aumento das rendas. Este cenário está a impedir, sobretudo famílias jovens (abaixo dos 35 anos), de comprar casa, avisa o Banco de Portugal.

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Nova Coelima veste pijamas e aguenta 200 postos de trabalho após a falência

A histórica Coelima, comprada em 2021 pelo Grupo Mabera, vai terminar o ano com uma quebra de 25% no volume de negócios, arrastada pela crise no setor.

A Coelima, têxtil centenária de Guimarães comprada pela Mabera em 2021, no âmbito do processo de insolvência, está a apostar na criação de novos produtos, que inclui a confeção de pijamas e outros produtos de underwear, para revitalizar o negócio depois de a empresa ter sido salva há dois anos e meio pela terceira vez na sua história. Após encerrar 2023 com uma quebra de faturação de 25%, a companhia afasta despedimentos e garante que os cerca de 200 postos de trabalho são para manter.

Não têm sido fáceis os primeiros anos da Coelima, by Mabera, a nova marca após a aquisição. Depois de um primeiro ano marcado por um esforço para reconquistar a confiança de fornecedores e clientes, a crise do setor em 2023 ditou um arrefecimento nos negócios, que já começavam a dar sinais de recuperação. “O primeiro ano foi um ano de regresso, recuperar confiança de alguns clientes e fornecedores, 2022 já conseguimos ver algumas coisas desse trabalho. Recuperamos confiança de fornecedores, conseguimos manter clientes, crescer nalguns e angariar novos clientes”, sintetiza Rui Pereira, diretor-geral da nova Coelima, em entrevista ao ECO.

Com a guerra e o arrefecimento da economia, 2023 trouxe “um decréscimo de encomendas”, com a companhia a estimar fechar o ano com “uma quebra de 25% do volume de negócios face a 2022”, uma contração da qual espera recuperar já em 2024.

“Temos já uma visão do primeiro trimestre, em que vamos recuperar 20% face ao período homólogo e a nossa coleção de mercado interno cresceu para o dobro da previsão de vendas”, refere Rui Pereira.

Da roupa de cama aos pijamas e ao ninho para o cão

A trabalhar na sexta coleção desde que foi adquirida pelos novos donos e sem novo investimento em máquinas, a fábrica está a focar os seus esforços na criação de novas áreas de negócio e a recorrer à subcontratação para realizar algumas tarefas, como os acabamentos, uma área alienada há alguns anos pela empresa. Uma das grandes apostas é o sleepwear, que inclui produtos como pijamas, robes e mantas.

Esta é “uma marca recente, trabalhada pela equipa que cá temos”, explica Rui Pereira. “Tínhamos alguns modelos e fazíamos fora. [Na fábrica] só fazíamos roupa de cama. Foi das primeiras decisões que tomamos quando cá chegámos, foi trazer para dentro e dar formação às pessoas para fazer sleepwear cá dentro”, realça.

O sleepwear é uma marca recente, trabalhada pela equipa que cá temos. Só fazíamos roupa de cama.

Rui Pereira

Diretor-geral da Coelima

Apesar desta não ser a principal área de negócio – a Coelima é conhecida pela sua roupa de cama – , a empresa tem conseguido bons resultados com a venda destes produtos nos Estados Unidos e, no ano passado, já conseguiram “colocar esse produto em Inglaterra e Irlanda”.

Na lista de novos produtos constam ainda produtos para animais, toalhas de mesa e produtos sustentáveis, produzidos com corantes naturais, produtos orgânicos, fibras sustentáveis, como cânhamo ou linho.

Outra aposta recente é o lançamento do site, onde a companhia espera chegar a novos clientes, nomeadamente através da venda de produtos mais sustentáveis. “Vendemos muito na loja tradicional, apesar de estar presente no Corte Inglés”, refere o mesmo responsável, adiantando que a fábrica está a explorar ainda em “novos canais de distribuição”.

EUA e Espanha pesam 60%

Olhando para 2024, a Coelima espera continuar a crescer nos mercados onde está presente. Com 96% das vendas realizadas na exportação, os Estados Unidos e o mercado espanhol, onde está presente com a marca Nicoleta, são os países que mais contribuem para o volume de negócios da empresa.

Além destes dois países, a Coelima vende os seus produtos para países como o Canadá, Finlândia, Irlanda, Inglaterra, Suécia ou Suíça. Estão, contudo, fora da Alemanha, um mercado que consideram muito “difícil”.

As indicações que temos do investidor [Mabera] é que os postos de trabalho são para manter

Rui Pereira

Diretor-geral da Coelima

Sem querer divulgar números da atividade, Rui Pereira reconhece que ainda é preciso fazer mais para “ter uma margem de lucro confortável para o investidor”, o grupo famalicense que salvou a empresa da falência em 2021.

“Precisamos ter um volume de negócios em que a nossa estrutura não consuma mais que 12% do negócio. Isto consegue-se de duas formas: aumentar volume de negócios ou diminuir a estrutura, ou reestruturar a estrutura”, conclui. Mas reestruturar a estrutura está, segundo o diretor-geral da Coelima, fora das cartas.

“As indicações que temos do investidor [Mabera] é que os postos de trabalho são para manter”, afiança, adiantando que a garantia deixada pelo administrador José Dâmaso Lobo é que o objetivo é “crescer”.

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Estrangeiros que venham trabalhar para Portugal também podem pedir devolução das propinas

Prémio salarial de valorização da qualificação foi anunciado como forma de devolver propinas e fixar jovens. Mas estrangeiros que trabalhem cá e não tenham estudado em Portugal também têm direito.

Os jovens estrangeiros que venham trabalhar para Portugal também vão poder pedir o prémio criado pelo Governo para devolver as propinas pagas no ensino superior, mesmo que não tenham estudado no país. Basta que sejam residentes em território nacional e que declaram por cá rendimentos para terem acesso ao apoio, que tem um limite de 1.500 euros por ano.

A medida foi anunciada por António Costa na rentrée do PS para fixar os jovens qualificados no país, mitigando a fuga de talento. Em cada ano de trabalho, as propinas que foram pagas no ensino superior serão devolvidas, num apoio que varia entre 697 euros por ano para os licenciados e 1.500 euros para os mestres.

“No primeiro ano de trabalho, cada jovem que trabalha e apresenta a sua declaração de IRS receberá, líquido, os 697 euros do seu primeiro ano da faculdade. Se o curso for de três anos, receberá no primeiro, no segundo e no terceiro ano. Se o curso for de quatro anos, receberá no primeiro, no segundo, no terceiro e no quarto ano”, disse o primeiro-ministro, agora demissionário.

As regras da medida, que deverá custar aos cofres do Estado 215 milhões de euros só no próximo ano, foram publicadas recentemente e permitem perceber, contudo, que não é preciso ser português, ou ter estudado em Portugal, para se ter acesso a este apoio.

“Para que um jovem seja elegível para beneficiar das medidas previstas neste decreto-lei não é relevante se é de nacionalidade portuguesa ou estrangeira“, sublinham os advogados Ana Luísa Ferreira e João Nobre Garcia, da Abreu Advogados, em declarações ao ECO.

Os advogados realçam que, em contraste, o que importa é que o domicílio fiscal desse jovem seja em Portugal e que este cumpra os demais critérios, nomeadamente: “seja titular de grau académico de licenciado ou mestre ou de grau académico estrangeiro reconhecido, tenha auferido rendimentos da categoria A ou B do IRS, tenha até 35 anos de idade e tenha a situação tributária e contributiva regularizada perante a Autoridade Tributária e a Segurança Social”.

Assim, Ana Luísa Ferreira e João Nobre Garcia entendem que “um estrangeiro que seja residente em Portugal poderá beneficiar das medidas previstas no diploma, contando que cumpra os demais requisitos previstos no diploma”.

Também Patrícia Cabriz, da CCA Law Firm, faz a mesma interpretação do diploma do Governo publicado há poucos dias. E Luís Leon, fiscalista que ajudou a fundar a consultora ILYA, salienta que a medida, como está, não é um reembolso das propinas, uma vez que não se aplica só a quem estudou em Portugal e optou por ficar no país.

É para quem estudou e venha ser residente cá e trabalhar. Basta que seja residente fiscal e trabalhe cá“, assegura o especialista. Tanto que o decreto-lei não tem em conta apenas os graus académicos feitos em Portugal como também os estrangeiros reconhecidos com “o nível, objetivos e natureza idêntico aos graus portugueses de licenciado e mestre”.

Mas a atribuição deste apoio não será automática, o que significa que os jovens, estrangeiros ou portugueses, terão de preencher um formulário eletrónico para terem acesso ao pagamento dos 697 a 1.500 euros euros por ano.

Os detalhes desse procedimento ainda não são conhecidos, uma vez que dependem de uma portaria que o Ministério das Finanças ainda tem de publicar. Por isso, ainda que este apoio já esteja em vigor, não é possível pedi-lo de momento.

Convém notar que mesmo os jovens que acabaram o curso antes do ano de 2023 podem ter direito a este subsídio, “desde que o número de anos subsequente à atribuição daquele grau académico seja inferior ao número de anos equivalentes ao ciclo de estudos respetivo”. Ou seja, desde que não tenham passado mais de três anos, no caso de um jovem que tenha feito uma licenciatura com essa duração. Nestes casos, os beneficiários podem receber o prémio salarial pelo número de anos remanescente.

Assim, um licenciado estrangeiro de 25 anos que tenha concluído um curso superior de três anos em 2022 numa universidade fora de Portugal, e tenha, entretanto, vindo trabalhar para Portugal, poderá também pedir ao Estado luso o apoio de 697 euros durante um ano. Basta que seja residente, declare ao Fisco rendimentos por conta de outrem ou em recibos verdes, e não tenha dívidas perante o Estado.

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Marcelo fixa agenda política para 2024

A caminho de umas eleições antecipadas, o Presidente da República apontou ainda as falhas do atual Executivo, alertando que "crescimento sem justiça social não é sustentável".

Na mensagem de Ano Novo, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recordou o que afirmou há um ano e concluiu que, “afinal 2024, será mais decisivo do que 2023” face a umas eleições legislativas antecipadas marcadas para 10 de março na sequência da demissão do primeiro-ministro, António Costa, “o mais longo chefe de Governo em democracia”. “E todos desejamos que possa ser diferente de 2020 e 2021, com a pandemia, e de 2022 e 2023, com as guerras”, disse a partir do Palácio de Belém, num discurso de cerca de sete minutos.

O Chefe do Estado apontou as falhas do atual Executivo na habitação, na saúde, no combate às desigualdades e à pobreza e defendeu que, a 10 de março tal como “desde 1974, é o povo e só o povo quem mais ordena”.

Caderno de encargos para o futuro Governo: “Crescimento sem justiça social não é sustentável”

“Em Portugal, contas certas, maior crescimento, emprego qualificação das pessoas, investimento, exportações são essenciais, mas também ficou claro que crescimento sem justiça social, sem redução da pobreza, e das desigualdades entre pessoas e territórios não é sustentável”, vincou Marcelo, num alerta também ao futuro Executivo que resultar da ida às urnas de 10 de março.

Por isso, um “efetivo acesso à saúde, à educação, à solidariedade social é uma peça chave para que haja justiça social e crescimento”. Além disso, o Chefe do Estado apelou a “uma administração pública e justiça que possam fazer a diferença nos anos que dispomos de fundos europeus, irrepetíveis e de uso urgente”.

É este o caderno de encargos para o próximo Executivo, liderado pelo socialista Pedro Nuno Santos ou pelo social-democrata Luís Montenegro.

Independentemente dos resultados das legislativas, Marcelo defende que todos os portugueses devem “estar atentos e motivados para para as eleições de março”, sublinhando que “2023 acabou com mais desafio e mais difícil do que aquele com que havíamos começado”.

“A democracia não tem medo de dar a palavra ao povo”, frisou. “Sabemos que o voto não é tudo”, sinalizando que poderá, mais uma vez, haver necessidade de entendimentos de incidência parlamentar para viabilizar um Governo à esquerda ou à direita. “Mas sem voto não há liberdade”, repetiu, admitindo que “todas as democracias são inacabadas, imperfeitas, desiguais, deveria ser menos pobreza, menos injustiça, menos corrupção, menos desigualdades”.

“Os tempos serão e serão sempre mais rápidos, mais exigentes, mais difíceis e o começo desses mais de 50 anos do 25 de abril está hoje, está já na vossa decisão sobre o rumo que quereis para Portugal”, mas também para os Açores, que vai a votos a 2 de fevereiro e para as eleições europeias de 9 de junho.

Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que 2024 é “o ano de meio século da democracia em Portugal”, que se celebra a 25 de abril. E apesar das falhas que apontou ao atual Governo, concluiu que agora estamos melhor do que em ditadura: “A 1 de janeiro de 1974, as contas não eram certas, o primeiro choque petrolífero abanava a economia, a situação em África degradava-se e os que imigravam ultrapassavam um milhão, há meio século não era possível votar livremente”.

Atenção ao fechamento da UE e às eleições dos EUA

Há um ano, o Presidente da República defendia a importância da estabilidade política e, considerava que, perante uma maioria absoluta socialista, “2023 iria ser decisivo no mundo, na Europa e em Portugal”. Mas o tempo provou o contrário: “Ficou claro que a guerra na Ucrânia está para durar, que o antigo conflito entre dois povos ambos querendo a mesma terra se convertia novamente em guerra aberta, a inflação descia mas o crescimento não subia”. “E, enquanto durarem as guerras, a recuperação económica será mais lenta” e pesará mais “sobre os que mais sofrem, os pobres”.

A nível internacional, Marcelo considera que “devemos estar atentos às eleições norte-americanas de novembro, ao impacto das guerras na economia europeia, em que o crescimento marca passo mesmo nas sociedades mais fortes”.

Assim como também “devemos estar atentos às eleições europeias para percebermos como vai ser no tempo imediato, a abertura ao mundo e a recuperação económica”. A este respeito, o Chefe do Estado sinalizou “o fechamento e a precipitação com a segurança numa União Europeia fortaleza distante do resto do mundo e até do resto da Europa”.

“2024 irá ser largamente aquilo que os votantes, em democracia, o quiserem. Em Portugal, em março; na Europa, em junho; na maior potência do mundo, em novembro; e antes disso, em fevereiro, nos Açores. Um ano, afinal, ainda mais decisivo do que o ano de 2023”, sublinhou.

(Notícia atualizada às 20h47)

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Navio de guerra iraniano Alboroz entrou no Mar Vermelho

  • Lusa
  • 1 Janeiro 2024

O Irão é acusado de ajudar os rebeldes a levar a cabo estes ataques contra navios ligados a Israel, mas a República Islâmica sempre negou ter-lhes fornecido equipamento militar.

O navio de guerra iraniano Alborz entrou esta segunda-feira no Mar Vermelho pelo estreito de Bab el-Mandeb, onde se vivem momentos de tensão com ataques a navios por parte dos rebeldes Houthis do Iémen, noticia a Agência France Presse (AFP).

Segundo aquela agência de notícias, que cita meios de comunicação locais, não foi explicado o motivo pelo qual o contratorpedeiro Albatroz entrou no Mar Vermelho por aquele estreito que separa a Península Arábica de África.

A frota iraniana opera na zona “desde 2009, para proteger as rotas marítimas e repelir os piratas, entre outras coisas”, segundo informações veiculadas pela agência noticiosa do Irão Tasnim e citadas pela AFP.

Desde o início da guerra entre Israel e o Hamas em Gaza, a 7 de outubro, os Houthis, que controlam uma grande parte do Iémen e são próximos do Irão, intensificaram os ataques no Mar Vermelho contra navios que consideram “ligados a Israel”, em solidariedade com o território palestiniano, bombardeado e sitiado por Israel.

O Irão é acusado de ajudar os rebeldes a levar a cabo estes ataques contra Israel, mas a República Islâmica sempre negou ter-lhes fornecido equipamento militar.

Os Estados Unidos, aliados de Israel, estão a patrulhar a zona com outros países no âmbito de uma coligação internacional para proteger o tráfego marítimo dos ataques dos Houthi.

No domingo, o exército americano anunciou ter afundado três navios rebeldes após ataques a um navio porta-contentores pertencente à transportadora dinamarquesa Maersk, matando dez rebeldes.

No domingo, o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, David Cameron, disse ter falado com o seu homólogo iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, sobre os ataques dos Houthi “que ameaçam vidas inocentes e a economia internacional”.

“Deixei claro que o Irão tem a sua quota-parte de responsabilidade na prevenção destes ataques, dado o seu apoio de longa data aos Houthis”, escreveu Cameron no X (antigo Twitter), citado pela AFP.

Esta segunda-feira, o secretário da Defesa britânico, Grant Shapps, disse que estava pronto para tomar “ação direta” contra os Houthis.

O ministro iraniano, em comunicado, criticou a “linguagem dupla” de alguns países ocidentais, afirmando que “não se pode permitir que o regime israelita ponha a região a arder e a sangrar” com a guerra em Gaza.

Em 2021, o Alborz repeliu um ataque de piratas a dois petroleiros no Golfo de Aden e em 2015 foi um dos dois navios de guerra iranianos enviados para o estreito “para garantir a segurança dos navios comerciais”, o que foi visto na altura como um sinal de tensão com a Arábia Saudita.

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