Quase sete em cada dez dos que trabalham a partir de casa têm contrato sem termo

Do milhão de pessoas que trabalharam a partir de casa em Portugal no terceiro trimestre, quase 739 mil tinham o ensino superior completo. Contrato sem termo e tempo inteiro também predominam.

Nos quadros das empresas para as quais trabalham, qualificados e residentes na Grande Lisboa e no norte do país. É assim que se caracterizam os empregados que, no terceiro trimestre do ano, trabalharam a partir de casa (sempre ou apenas alguns dias por semana) em Portugal. Os dados divulgados esta semana pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que cerca de um quinto da população empregada nacional exerceu as suas funções à distância, entre julho e setembro.

Comecemos pelo retrato global. Das 5,1 milhões de pessoas empregadas em Portugal, cerca de um milhão indicam ter trabalhado a partir de casa no terceiro trimestre. É o equivalente a 19,8% da população empregada, sendo que nem todos exerceram o mesmo regime.

Mais de um terço (377,7 mil pessoas) praticou regularmente um regime híbrido, que concilia o trabalho presencial e em casa, enquanto apenas 15,5% (158,1 mil pessoas) trabalharam à distância pontualmente. Já 25,4% dos que trabalharam a partir de casa (259,4 mil pessoas) fizeram-no sempre.

O regime híbrido tem ganhado terreno há vários meses em Portugal, e os especialistas ouvidos recentemente ouvidos pelo ECO estimam que, no futuro, continuará a ser mais popular que o trabalho 100% remoto, uma vez que permite conciliar a flexibilidade do teletrabalho com as vantagens (nomeadamente, de criação de cultura) do trabalho presencial.

Já quanto à caracterização de quem trabalha a partir de casa, os dados do INE permitem perceber que cerca de 67% têm contratos sem termo. Em causa estão 688,3 mil trabalhadores, que comparam com 77,8 mil contratados a prazo que, no terceiro trimestre, exerceram as suas funções à distância. Há 20 mil que têm outro tipo de contrato de trabalho.

No que diz respeito às qualificações, fica claro a ligação entre as qualificações e o trabalho remoto: do milhão de pessoas que trabalham a partir de casa, 738,5 mil têm o ensino superior. Em contraste, “só” 212,9 mil pessoas com o ensino secundário e pós-secundário e 68,7 mil pessoas com o ensino básico estão nessa situação.

Ensino superior predomina entre trabalho remoto

Fonte: INE

Por outro lado, é de notar que há uma distribuição relativamente equilibrada entre géneros (516,5 mil homens e 503,6 mil mulheres), ao contrário do que acontece entre as regiões do país, verificando-se diferenças relevantes.

Em concreto, na Grande Lisboa, 354,8 mil pessoas trabalharam a partir de casa no terceiro trimestre e no Norte 295,2 mil pessoas, mas nos Açores menos de dez mil pessoas estiveram nessa situação. Esta região autónoma é, aliás, a zona do país com menos trabalho remoto.

Quanto às profissões onde o trabalho à distância é mais popular, os especialistas das atividades intelectuais e científicas dominam, com quase 575 mil destes profissionais trabalharam a partir de casa.

Na situação oposta (ainda que sem surpresa) estão os operadores de instalações e máquinas e trabalhadores da montagem (5,3 mil pessoas), bem como os agricultores e trabalhadores qualificados da agricultura e da pesca (5,3 mil pessoas). Estas são as profissões que registam menos trabalho remoto, a par dos trabalhadores não qualificados (5,7 mil pessoas).

O Governo sinalizou que irá revisitar a lei laboral e as regras do teletrabalho deverão ser um dos assuntos em cima da mesa, de acordo com a ministra do Trabalho. Maria do Rosário Palma Ramalho não revelou o que poderá ser alterado, mas os advogados têm alertado que persistem dúvidas na forma como os empregadores devem calcular e pagar aos seus trabalhadores as despesas relacionadas com o teletrabalho.

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Investidores chumbam Planos Poupança-Reforma. Em apenas dois anos, subscrições caem 53%

As contribuições realizadas pelas famílias para os Planos Poupança-Reforma voltou a cair pelo segundo ano seguido para 1,7 mil milhões de euros. Trata-se do montante mais baixo dos últimos 10 anos.

Nos últimos 14 anos, os Planos Poupança-Reforma (PPR) perderam 28% dos investidores, passando de 2,9 milhões de subscritores em 2010 para 2,1 milhões no final do ano passado.

Os Planos Poupança-Reforma (PPR) têm sido um dos produtos financeiros preferidos dos portugueses ao longo dos anos. No entanto, os dados mais recentes da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) revelam uma mudança significativa na popularidade destes produtos junto das famílias e dos pequenos investidores.

Segundo a mais recente edição do “Relatório do Setor Segurador e dos Fundos de Pensões” da ASF, publicado a 4 de novembro, o montante de subscrições anuais caiu 53% nos últimos dois anos. Em 2023, registou-se inclusive o menor volume total de prémios e contribuições em PPR da última década, com os portugueses a investirem apenas 1.725 milhões de euros, menos de metade da média registada nos cinco anos anteriores.

“A movimentação adversa dos mercados financeiros e a menor capacidade de poupança, motivada pela diminuição do poder de compra, fruto da elevada inflação, resultou na diminuição expressiva da produção”, justifica a ASF no relatório.

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Entre os mais penalizados estão os PPR sob a forma de fundos de investimento que, nos últimos dois anos até 2023, registaram uma queda de 76% do volume de subscrições anuais, passando de 1.623 milhões de euros em 2021 para 384 milhões de euros em 2023, o valor mais baixo desde 2018.

Mas os seguros PPR, que representam mais de 70% do mercado dos Planos Poupança-Reforma, não estão muito melhores. Apesar de terem registado uma queda inferior (de 35%) do volume de subscrições por parte das famílias entre 2021 e 2023, os seguros PPR encerraram o último ano com apenas 1.225 milhões de euros de novos investimentos, o valor mais baixo desde 2012.

Nem mesmo a subida homóloga de 60% nos primeiros 9 meses do ano face ao mesmo período de 2023 para 1.148 milhões de euros, segundo dados avançados pela ASF ao Diário de Notícias são suficientes para quebrar esta tendência de queda.

O chumbo dos investidores aos PPR, que existem desde 1989, é também espelhado pela queda consecutiva do número de subscritores destes produtos. Segundo dados da ASF, desde 2011 que não para de diminuir o número de investidores de PPR. O ano passado não foi diferente, com o número de subscritores a cair 4,8% para cerca de 2,1 milhões de investidores, o valor mais baixo desde 2017.

A fuga de investidores de PPR é particularmente visível junto dos seguros PPR: não só há quatro anos consecutivos que registam uma queda de subscritores como, no ano passado, tiveram “a maior diminuição registada desde 2020”, com o número de investidores a baixar 6,8% para 1,6 milhões de investidores, é o valor mais baixo desde pelo menos 2015 (primeiro ano que existem dados detalhados do número de subscritores por tipo de PPR).

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O fraco desempenho da generalidade dos PPR não ajuda

Um dos principais motivos para o cartão vermelho dado pelos investidores aos Planos Poupança-Reforma está também relacionado com os baixos níveis de rendibilidade oferecidos por estes produtos – e apesar dos benefícios fiscais que oferecem.

Segundo cálculos do ECO, a rendibilidade dos PPR tem constantemente ficado abaixo da inflação. Desde pelo menos 2014 que é assim. Nos últimos cinco e dez anos, apenas um em cada 10 fundos PPR conseguiu bater o seu índice de referência, oferecendo aos seus subscritores uma rendibilidade média anual de apenas 0,88% e 1,3%, respetivamente, que em termos reais se traduziu em perdas na carteira dos investidores, porque esses ganhos ficaram abaixo da taxa de inflação.

E estes números não têm sequer em conta as comissões de subscrição, de reembolso e de transferência que alguns PPR ainda cobram; nem o desempenho dos PPR sob a forma de seguros (historicamente menos rentáveis e mais caros que os fundos PPR), porque a ASF, ao contrário do que está definido pelos seus próprios estatutos, desde o ano passado que não divulga as rendibilidades e tabelas de comissionamento dos PPR comercializados pelas gestoras por si regulados.

O fraco desempenho da generalidade dos PPR não é algo novo. Tem sido uma história recorrente. Entre 1990 e 2009, as duas primeiras décadas de vida dos PPR, a rendibilidade média real dos 613 PPR ativos no mercado nessa altura foi de 1,54% por ano, revelam Joaquim Madrinha e David Almas no livro “Como Salvar a Minha Reforma”. Nesse mesmo período, a rendibilidade real dos Certificados de Aforro, um produto financeiro de poupança de risco virtualmente nulo por serem garantidos pelo Estado, foi de 1,82%.

Ainda recentemente, a Casa de Investimentos, uma sociedade gestora de ativos que é também responsável pela gestão do PPR Save & Grow, revelou um estudo com base em 2.683 transferências de PPR recebidas de outras instituições financeiras entre janeiro de 2021 e setembro de 2024 que aponta para que cerca de um em cada três PPR perdem dinheiro.

Este mau desempenho da generalidade dos PPR é também visível na evolução dos ativos sob gestão dos PPR, com 2023 a marcar o segundo ano consecutivo de correção do património dos PPR e o valor mais baixo desde 2017.

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Segundo os dados do “Relatório do Setor Segurador e dos Fundos de Pensões” da ASF, o montante aplicado em PPR era de 17.427 milhões de euros em 2023, menos 7,8% face a 2022. No ano anterior, os ativos sob gestão tinham caído 11,6%, passando de 21.366 milhões em 2021 para 18.892 milhões de euros em 2022.

“Observou-se uma descida nos montantes investidos em PPR, na ordem dos 7,8%, o que conduziu a um novo mínimo em 2023”, refere a ASF no relatório, justificando ainda que “esta diminuição resultou da redução de 11,8% nos seguros de vida, que também atingiram o valor mais baixo dos últimos cinco anos.”

A esta tendência não é alheia a medida extraordinária que o Governo aprovou em 2023 e prorrogou em 2024 de permitir o resgate dos PPR sem penalização fiscal para efeitos de pagamento do crédito à habitação e para outras situações, mediante uma limitação de valores, para as famílias minguarem o efeito do custo de vida gerado pela subida de inflação e das taxas de juro nos últimos anos.

No entanto, o progressivo afastamento das famílias dos PPR ao longo dos últimos anos evidencia a insatisfação com o parco desempenho apresentado pela maioria destes produtos. E nem mesmo os benefícios fiscais, quer à entrada quer à saída que os PPR proporcionam, têm sido argumentos convincentes para atrair novos subscritores ou para reter os atuais, especialmente no caso dos seguros PPR, que têm historicamente apresentado uma rentabilidade ainda mais modesta e comissões mais elevadas em comparação com os fundos PPR.

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Dona da Jerónimo Martins muda a sede para os Países Baixos

Sociedade Francisco Manuel dos Santos muda-se de Lisboa para Amesterdão, onde já está a participada que controla o Pingo Doce e tem “soluções jurídicas mais eficientes e flexíveis" do que em Portugal.

A Sociedade Francisco Manuel dos Santos SE (SFMS SE) prepara-se para transferir também a sede social para os Países Baixos. Constituída por membros dos vários ramos da família Santos, entre os quais a família Soares dos Santos, tem como único ativo a participação (99,99%) na neerlandesa SFMS BV, através da qual controla (56,136%) o capital da cotada Jerónimo Martins SGPS, dona do Pingo Doce e do Recheio em Portugal.

De acordo com o projeto, a que o ECO teve acesso, esta sociedade anónima europeia de direito português, instalada até agora no Largo Monterroio Mascarenhas, em Lisboa, pretende mudar a sede social para Amesterdão. O conselho de administração quer que o processo “fique concluído até ao final do ano de 2024, após o que será solicitado, logo que possível, o registo da nova sede nos Países Baixos e o consequente cancelamento do registo na Conservatória do Registo Comercial em Portugal”.

A proposta assinada por Maria de Lourdes Soares Alexandre dos Santos e José Manuel da Silveira e Castro Soares dos Santos, com data de 25 de setembro, vai ser votada na reunião da Assembleia Geral agendada para as 11 horas do dia 29 de novembro. Ponto único: “deliberar sobre a transferência da sede social para a Holanda, com a consequente alteração integral dos estatutos da sociedade e nomeação dos órgãos sociais, incluindo o órgão de administração”.

O movimento concretizado em 2012 procurou assegurar uma maior capacidade de investimento e acesso a mercados financeiros de maior dimensão, no contexto do crescimento da SFMS. Esta é mais uma fase que decorre do contexto de expansão internacional do grupo.

Fonte oficial da Sociedade Francisco Manuel dos Santos

Questionada pelo ECO, a Sociedade Francisco Manuel dos Santos justifica que “este movimento é a natural continuação da internacionalização e do crescimento” desta holding e garante que “não tem impacto na carga fiscal da sociedade e dos acionistas, nomeadamente na que incide sobre a distribuição de dividendos”. Realça ainda que “não há nenhuma implicação para a Jerónimo Martins SGPS”, sendo a empresa de distribuição cotada e sediada em Portugal, “enquanto a SFMS SE é uma sociedade privada”.

Foi em janeiro de 2012 que a Sociedade Francisco Manuel dos Santos anunciou a venda da participação à volta de 56% na Jerónimo Martins à subsidiária nos Países Baixos, que tem o mesmo nome que a empresa portuguesa e que foi criada em 2007 como veículo para os seus investimentos. Uma transferência de propriedade que gerou polémica, numa altura em que o país estava sob intervenção da troika, e que originou várias semanas de acesa discussão no meio político e nas redes sociais.

“O movimento concretizado em 2012 procurou assegurar uma maior capacidade de investimento e acesso a mercados financeiros de maior dimensão, no contexto do crescimento da SFMS. Esta é mais uma fase que decorre do contexto de expansão internacional do grupo”, sublinha agora, através de fonte oficial, a sociedade cuja origem remonta há 83 anos. Atualmente liderada por Pedro Soares dos Santos, que é também presidente e administrador da Jerónimo Martins, segundo dados da Informa D&B registou em 2023 lucros de 439,8 milhões de euros, 68% acima do ano anterior.

A SFMS BV tem participações em empresas com atividade “primordialmente” em Portugal, nos Países Baixos, Polónia, Colômbia, Eslováquia, EUA, Alemanha e Suíça – e “tem vindo a crescer, através das suas empresas participadas e aplicando os seus investimentos em diversos países”. Neste contexto, alega que “os Países Baixos disponibilizam soluções jurídicas para a expansão das empresas e para a organização efetiva dos acionistas que são mais eficientes e flexíveis do que os modelos existentes em Portugal”.

Esta é a segunda tentativa de transferir para Amesterdão a sede social da antiga SFMS SA – a sociedade com o nome do empresário que liderou a Jerónimo Martins entre 1921 e 1955 foi, entretanto, transformada em Sociedade Anónima Europeia (SE). Uma proposta semelhante tinha sido levada igualmente a deliberação da assembleia-geral em dezembro de 2016, mas acabou chumbada.

“Na altura, os acionistas entenderam não ser ainda necessário fazer esse movimento. Volvidos praticamente oito anos, o portefólio da SFMS cresceu e diversificou-se, voltando a fazer sentido a proposta de transferência”, esclarece a mesma fonte.

Pedro Soares dos Santos, presidente da Jerónimo Martins MANUEL DE ALMEIDA/LUSA 7 março, 2024

em julho deste ano foi realizado um aumento de capital nesta mesma sociedade no montante de 1.248 milhões de euros, para 1.257,6 milhões de euros, por incorporação de reservas existentes à data. Fonte oficial explica que esta operação concretizada no verão passado “é totalmente independente da proposta de mudança de sede”. “Trata-se meramente de uma operação contabilística que implica uma alteração de rubricas de capitais próprios, aumentando o compromisso acionista com a sociedade”, completa.

Nos primeiros nove meses deste ano, os lucros da Jerónimo Martins baixaram 21,2% para 440 milhões de euros devido à descida dos preços alimentares, aliada a um aumento dos custos, o que se tem refletido numa “forte pressão sobre as margens”. Apesar da redução do resultado líquido, a faturação cresceu 10,3% até setembro, para 24,8 mil milhões, como reportou à CMVM o grupo de distribuição que detém também a retalhista alimentar Biedronka e as drugstores Hebe na Polónia – o principal mercado, com um peso de 70,5% nas vendas totais –, a cadeia de supermercados Ara na Colômbia e que está agora a lançar a operação na Eslováquia.

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1 500 líderes da economia tecnológica e de impacto participaram na Norrsken Impact/Week 2024 para encontrar soluções para os desafios globais

  • Servimedia
  • 8 Novembro 2024

O evento centrou-se na economia de impacto, que tem como objetivo responder aos principais desafios do nosso tempo, como as alterações climáticas, a desigualdade e a sustentabilidade.

A quinta edição da Impact/Week da Norrsken terminou depois de reunir em Barcelona vários dos maiores especialistas mundiais em economia de impacto e inovação tecnológica, que puderam partilhar as suas experiências empresariais com os participantes. Realizado na Norrsken House Barcelona, reuniu mais de 1 500 fundadores, investidores e empresários empenhados de 58 países.

Os organizadores sublinham que este evento posiciona Barcelona como uma cidade emergente no mundo do empreendedorismo de impacto, sendo esta a primeira edição a realizar-se na capital catalã, depois das quatro primeiras em Estocolmo. Participaram mais de 50 oradores, incluindo Niklas Adalberth, cofundador da Klarna e fundador da Fundação Norrsken, Chris Anderson, diretor da TED Talks, Taavet Hinrikus, cofundador e presidente da Wise, Sian Sutherland, cofundador da A Plastic Planet, Christian Kroll, fundador e CEO da Ecosia e Rob Cassedy, CEO da Wallapop, entre outros.

Durante o evento, os especialistas discutiram a forma como as inovações no domínio das alterações climáticas, das tecnologias da saúde e das tecnologias emergentes devem ser acompanhadas de capital para promover a escalabilidade das empresas e gerar um impacto significativo no planeta e na sociedade. Os membros do painel também destacaram o papel essencial dos fundos de investimento de capital de risco para continuar a impulsionar a economia de impacto a nível global e local.

Alguns dos principais oradores incluíram Anna Koivuniemi, Diretora do Impact Accelerator da Google DeepMind, que falou sobre o progresso e a importância de combinar o fator humano e a IA generativa para prever eficazmente as reações do ambiente natural e agir em conformidade. Rob Cassedy, CEO da Wallapop, destacou a mudança que o setor está a sofrer com alguns números alcançados pela sua empresa em 2023, onde o grupo poupou 2,5 mil milhões de euros aos seus utilizadores. Do ponto de vista ambiental, Cassedy comentou que em 2023 reduziram mais de 500.000 toneladas de emissões de dióxido de carbono, o que equivale a não conduzir carros a gasolina em Barcelona durante 200 dias. Por último, sublinhou que este tipo de dados positivos torna o impacto tangível e constitui um grande trunfo para os investidores.

Constantine Christopher, príncipe dos Países Baixos e figura-chave do empreendedorismo no seu país, juntamente com Funda Sezgi, co-CEO da Fundação Norrsken, proferiram uma palestra em que elogiaram o modelo neerlandês, que ocupa o quarto lugar na Europa em termos de capital investido em startups e é uma das regiões onde uma nova base Norrsken poderia potencialmente existir.

A parte final do evento consistiu numa conversa entre Chris Anderson, diretor da TED Talks, e Niklas Adalberth, fundador da Fundação Norrsken e cofundador da Klarna. O empresário unicórnio Adalberth explicou a mudança radical na sua vida profissional para se concentrar na Norrsken e Anderson refletiu sobre o conceito de “generosidade infecciosa” que relaciona com a fundação sueca: “É fenomenal que a Norrsken promova iniciativas que acabam por se tornar um movimento que leva as pessoas a sonhar em grande, a desenvolver as suas ideias e a ter um impacto real na sociedade”.

A Norrsken House Barcelona, que é atualmente o maior HUB de tecnologia e impacto da Europa, foi o local escolhido para esta quinta edição da Impact/Week. A aposta neste tipo de instalações reforça a atratividade da cidade para os empreendedores. Este espaço, que alberga mais de 250 startups nos seus 10.000 metros quadrados, tem-se revelado um motor fundamental de colaboração e inovação na capital catalã.

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5 coisas que vão marcar o dia

As audições sobre o OE2025 continuam esta sexta-feira. Luís Montenegro participa em reunião informal de chefes de Estado europeus e os trabalhadores do setor da saúde manifestam-se.

No mesmo dia em que o ministro da Presidência e a ministra do Ambiente e da Energia vão ao Parlamento defender a proposta orçamental, Luís Montenegro participa na reunião informal dos chefes de Estado europeus em Budapeste. Por cá é de destacar ainda a manifestação dos trabalhadores e dirigentes do setor da saúde junto ao Ministério que tutela o setor.

Audição de Leitão Amaro e Maria da Graça Carvalho

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, e a ministra do Ambiente e da Energia, Maria da Graça Carvalho, são ouvidos na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública, na Assembleia da República, no âmbito da apreciação, na especialidade, do Orçamento de Estado 2025 (OE2025).

Concentração de trabalhadores e dirigentes do setor da saúde

A valorização e dignificação das carreiras, e a resolução do processo de transição para a carreira de técnico auxiliar de saúde são algumas das reivindicações dos trabalhadores, dirigentes, delegados e ativistas sindicais do setor da saúde que se concentram pelas 12h30 junto ao Ministério da Saúde. Numa ação organizada pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, os trabalhadores exigem ainda a negociação da melhoria das suas condições de trabalho.

INE publica custos da construção

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga as estatísticas do comércio internacional e os dados dos custos de construção de habitação nova referentes a setembro deste ano. Nesta sexta-feira são igualmente publicados os índices do volume de negócios, emprego e horas trabalhadas na indústria relativas ao mesmo mês.

Montenegro na cimeira europeia em Budapeste

O primeiro-ministro Luís Montenegro marca presença esta sexta-feira na reunião informal do Conselho Europeu, em Budapeste, Hungria. No primeiro encontro após Donald Trump ser eleito presidente do EUA, os 27 líderes europeus vão debater o novo acordo de competitividade para a Europa.

Congresso Nacional da Administração Pública

O ministro das Finanças Joaquim Miranda Sarmento e o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, encerram o 13.º Congresso Nacional da Administração Pública que acontece esta sexta-feira, na Culturgest, em Lisboa. Esta quinta-feira o Presidente da República referiu, durante o evento, que os ciclos políticos estão a provocar decisões focadas no curto prazo e que receia que isso impeça reformas globais da Administração Pública.

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Patek Philippe abre em Lisboa primeira loja da Península Ibérica (e pode visitar-se sem marcação)

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 8 Novembro 2024

A marca suíça de alta-relojoaria inaugurou uma boutique em Lisboa, na artéria onde se concentra o luxo. Nesta boutique de 200 metros quadrados, pode conhecer os modelos icónicos e raros da marca.

“Nautilus”, “Calatrava” e “Aquanaut” são alguns dos modelos mais conhecidos da Patek Philippe que, neste novo espaço, se juntam às cobiçadas “Grandes Complicações” da marca, relógios raros cujo valor pode ascender a um milhão de euros. Esta abertura, feita em parceria com a David Rosas, representante exclusiva da Patek Philippe em Portugal há 40 anos, é a primeira da Península Ibérica. Seguem-se Madrid e Barcelona.

O edifício Liberdade 12, que recebeu agora a boutique da renomada manufatura de Genebra – fundada em 1839 e que é a única que se mantém independente e com gestão familiar –, será mais um ponto de referência da alta-joalharia e alta-relojoaria de Lisboa onde, ao contrário da maioria das boutiques da Patek Philippe no mundo, é possível entrar sem marcação prévia e admirar de perto estes relógios de culto. Distribuída por um piso único, este novo espaço de luxo e exclusividade – onde se evidenciam materiais como o mármore, a madeira e o metal – aloja uma zona de exposição e atendimento, salas privadas e um bar, para diferenciar a experiência do cliente.

“Com esta boutique pretendemos elevar a imagem e visibilidade da Patek Philippe a novos patamares de excelência no nosso mercado. Apenas um grupo muito restrito de cidades a nível mundial terão a possibilidade de ter uma boutique da marca e estamos extremamente entusiasmados e honrados pelo facto de Lisboa ter sido uma das escolhidas”, contou à Fora de Série Pedro Rosas, CEO da David Rosas, sem no entanto revelar os valores investidos nesta abertura.

“A Patek Philippe decidiu reestruturar a sua rede de distribuição mundial, reduzindo-a em cerca de um terço, apostando numa rede menor mas com mais visibilidade. Tendo em conta a ligação da Patek a Portugal, nossa parceira há 40 anos, e o forte potencial do mercado relojoeiro português, Lisboa foi eleita para receber uma boutique exclusiva Patek Philippe, num espaço com dimensão, que permite uma muito mais profunda experiência de marca, com maior foco na personalização e com a presença de uma equipa dedicada, conhecedora e especializada”.

Neste espaço, encontramos raridades apaixonantes como estes dois incríveis modelos que aqui mostramos: a Grande Complicação (Ref. 5520RG-001), novidade deste ano, com caixa em ouro rosa e branco e pulseira em pele. O movimento automático vem equipado com alarme, indicação de segundo fuso horário e 24 horas; ou o Nautilus (Ref. 5719/10G-010), com caixa de 40 mm em ouro branco de 18 kt revestida com 390 diamantes (~7.57 ct) combinados com mostrador e bracelete, também em ouro branco com 953 diamantes (~11.07 ct).

O sucesso da Patek Philippe é global e universal. “Os verdadeiros apreciadores de alta-relojoaria sabem que com esta marca estão a adquirir objetos de arte que incorporam tradição, um trabalho manual raro e excecional, exclusividade e uma grande carga de valor histórico, de um know-how passado de geração em geração. É uma marca que comunica, como nenhuma outra, a sua essência. O slogan da marca, que diz que ‘nunca somos verdadeiramente donos de um Patek Philippe, apenas tomamos conta dele até à geração seguinte’ é a melhor forma de a definir, seja qual for a idade, os valores, as preocupações”, refere Pedro Rosas.

As novidades não terminam aqui. O mesmo espaço da boutique Patek, o edifício Liberdade 12, irá receber, no final de 2025, a nova loja David Rosas (atualmente com espaço aberto na Avenida da Liberdade, no número 69A) que integrará ainda uma boutique da joalheira parisiense Chaumet e da portuguesa Luísa Rosas.

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MP abre inquérito à morte de mulher não socorrida pelo INEM em Almada

  • Lusa
  • 7 Novembro 2024

A Procuradoria-Geral da República confirma e a instauração de inquérito e o pedido da "realização de autópsia médico-legal" à morte de uma mulher no Hospital Garcia de Orta, em Almada.

O Ministério Público anunciou esta quinta-feira que abriu um inquérito à morte de uma mulher no Hospital Garcia de Orta, em Almada, para onde foi transportada na segunda-feira pela PSP, após o INEM não responder ao pedido de socorro. “Em aditamento à informação prestada ontem [quarta-feira], e que diz respeito ao caso de Almada, confirma-se a instauração de inquérito, tendo o Ministério Público ordenado a realização de autópsia médico-legal”, respondeu a Procuradoria-Geral da República (PGR) a uma questão da agência Lusa.

Na quarta-feira, a PGR, também em resposta à Lusa, explicou que, na passada segunda-feira, uma mulher “que se encontrava nas instalações do Ministério Público de Almada sofreu um mal-estar súbito” e que “após terem sido tentados os habituais contactos de emergência, sem resultado positivo, a referida senhora foi transportada pela PSP para o Hospital Garcia de Orta”, onde acabou por morrer.

“Entretanto, tendo chegado ao conhecimento do Ministério Público que o corpo havia sido entregue à família, o MP ordenou que o corpo regressasse às instalações do hospital, com vista à realização de autópsia médico-legal”, adiantou a PGR na mesma resposta. As falhas ou os atrasos na resposta do serviço 112 e no encaminhamento para Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), devido à greve dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar têm levantado forte polémica e já terão levado à morte de pelo menos seis pessoas.

Os técnicos de emergência pré-hospitalar estão em greve às horas extraordinárias para pedir a revisão da carreira e melhores condições salariais, desde 30 de outubro, paralisação que foi esta quinta suspensa depois do sindicato ter assinado um protocolo negocial com o Ministério da Saúde. A situação tem estado a criar vários problemas no sistema pré-hospitalar e na linha de emergência 112.

Na segunda-feira, a greve dos técnicos de emergência pré-hospitalar obrigou à paragem de 44 meios de socorro no país durante o turno da tarde, agravando-se os atrasos no atendimento da linha 112. Pelo menos seis pessoas terão morrido na última semana em consequência dos atrasos no atendimento na linha 112, tendo o INEM já confirmado o impacto da greve.

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Morreu Elidérico Viegas, ex-presidente da associação hoteleira AHETA

  • Lusa
  • 7 Novembro 2024

Elidérico Viegas, 74 anos, liderou a associação empresarial algarvia durante mais de duas décadas.

O antigo presidente da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve Elidérico Viegas, morreu esta quinta-feira, aos 74 anos, informou a associação empresarial algarvia, que liderou por 26 anos.

A AHETA e os seus Associados manifestam o profundo pesar pelo falecimento do fundador e presidente da AHETA durante 26 anos, Elidérico Viegas”, expressou a associação num comunicado, destacando o “legado e dedicação” do seu ex-presidente durante as mais de duas décadas à frente da entidade. O contributo de Elidérico Viegas à “associação e à comunidade são imensuráveis e serão lembrados com carinho e gratidão por todos”, considerou a AHETA.

A associação informou ainda que o funeral será realizado na sexta-feira, às 10:00, na Igreja de São Luís, em Faro. “Os corpos sociais da AHETA manifestam o seu enorme pesar e expressam as mais sentidas condolências à família e amigos”, foram os votos da associação ao círculo mais próximo de Elidérico Veigas.

Fundador da AHETA e presidente durante 26 anos, Elidérico Viegas deixou a liderança da maior associação hoteleira algarvia no início de 2022, após perder as eleições para o atual presidente, Hélder Martins.

Elidérico Viegas tinha pedido em março de 2021 a exoneração do cargo, alegando “falta de solidariedade institucional” da restante direção, após uma polémica entrevista na qual se debruçou sobre temas como a vacinação à covid-19, as dificuldades do setor, a falta de apoio à região ou a forma de atribuição dos prémios sobre turismo.

Após aspirar à reeleição e perder as eleições da AHETA para Hélder Martins, em janeiro de 2022, Elidérico Viegas deixou o cargo que ocupava desde a criação da associação.

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Powell diz que políticas de “qualquer administração” podem ter “efeitos importantes” para metas da Fed

A curto prazo, a eleição de Trump não terá impacto na política monetária, diz o presidente da Fed. Mas num horizonte mais longo, admite, decisões da Casa Branca podem afetar o caminho para as metas.

O resultado das eleições nos Estados Unidos não vai no curto prazo ter qualquer efeito nas decisões da Reserva Federal (Fed), garantiu esta quinta-feira Jerome Powell. O presidente do banco central admitiu, contudo, que as políticas de qualquer administração podem ter efeitos económicos importantes para como a Fed persegue os objetivos em relação aos preços e ao mercado laboral.

“A curto prazo, as eleições não terão qualquer efeito nas nossas decisões políticas”, disse Powell, em conferência de imprensa após a reunião de política monetária. “Como sabem, há muitas, muitas coisas que afetam a economia e qualquer pessoa que escreva previsões no seu trabalho dir-vos-á que a economia é bastante difícil de prever a muito curto prazo.”.

A Fed cortou esta quinta-feira as taxas de juro em 25 pontos base (pb), indo ao encontro das expectativas da grande maioria dos economistas e investidores. A descida é a segunda seguida. A 18 de setembro o banco central liderado por Jerome Powell interrompeu uma pausa de um ano nas taxas de juro com um corte ‘jumbo’ de 50 pontos base.

“Neste caso, não sabemos qual será o calendário e a substância de quaisquer alterações políticas“, referindo-se ao regresso do republicano Donald Trump à Casa Branca. “Por conseguinte, não sabemos quais serão os seus efeitos na economia”.

Em que medida essas políticas seriam importantes para os objetivos de emprego máximo e estabilidade de preços? “Não adivinhamos, não especulamos e não assumimos”, respondeu.

Sublinhou, no entanto, que: “Em princípio, é possível que as políticas de qualquer administração, ou as políticas postas em prática pelo Congresso, possam ter efeitos económicos que, ao longo do tempo, seriam importantes para a prossecução dos nossos objetivos de duplo mandato“.

“Não é permitido por lei”

No primeiro mandato na presidência dos Estados Unidos, Donald Trump nomeou Jerome Powell em 2018, mas rapidamente começou a criticar o presidente da Fed porque resistiu aos seus apelos para baixar drasticamente as taxas de juro. O republicano considerou demitir ou despromover Powell, mas sua equipa concluiu que isso seria legalmente complicado.

Questionado esta quinta-feira se se demitiria caso lhe fosse pedido por Trump, conforme tem sido sugerido por assessores do presidente-eleito, Powell foi direto: “Não”.

Foi igualmente telegráfico quando questionado se acredita que o Presidente tem o poder de o despedir ou despromover e se a Fed já determinou a legalidade de um presidente despromover à vontade qualquer um dos outros governadores com cargos de chefia, respondendo: “Não é permitido por lei”.

(Noticia atualizada às 20h17)

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BE quer que Governo português não reconheça resultados eleitorais em Moçambique

  • Lusa
  • 7 Novembro 2024

Os bloquistas lembram que o processo eleitoral moçambicano "tem sido ainda marcado pela violência política e a repressão policial contra a população".

O grupo parlamentar do Bloco de Esquerda (BE) apresentou esta quinta-feira um projeto de resolução em que recomenda ao Governo português que não reconheça os resultados das eleições de 9 de outubro em Moçambique. “Todo o processo eleitoral decorreu sob inúmeras acusações de falta de transparência e de falta de fiscalização, principalmente nos quinze dias que mediaram entre o dia da votação e o dia de anúncio dos resultados eleitorais”, salienta o BE.

Acresce que o processo eleitoral moçambicano “tem sido ainda marcado pela violência política e a repressão policial contra a população”, acrescenta. Na texto entregue no parlamento, o partido destaca também que observadores nacionais e internacionais, neste caso da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e da União Europeia, denunciaram situações de adulteração de cadernos eleitorais, falta de isenção dos órgãos eleitorais e “grandes disparidades” no número de delegados de partidos concorrentes, favorecendo o partido no poder, a Frelimo.

O BE cita igualmente as organizações não-governamentais Amnistia Internacional e Human Rights Watch, segundo as quais o atual momento em Moçambique é marcado pela “pior repressão dos últimos anos contra os protestos no país”, com o número de vítimas a aumentar diariamente, com “derramamento de sangue completamente desnecessário, uma vez que as autoridades tentaram parar um movimento de protesto pacífico com força letal”, além de terem reiteradamente cortado o acesso à Internet para “tentar silenciar o povo e impedir que o mundo saiba o que está a acontecer”.

“Perante as denúncias que apontam para várias irregularidades eleitorais, para a falta de transparência e de fiscalização do processo e dos resultados, e perante a intensificação da violência de estado e da repressão sobre a população, o Governo português não deve reconhecer os resultados eleitorais anunciados pela Comissão Nacional de Eleições moçambicana e deve condenar todas ações do governo e das autoridades moçambicanas que violam os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos e cidadãs daquele país”, recomenda.

O grupo parlamentar bloquista insta ainda o Governo português a condenar todas as ações governamentais moçambicanas “que violam os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos e cidadãs daquele país”, e que se deve empenhar “ativamente em todas as iniciativas diplomáticas que visam pôr termo à repressão de manifestações pacíficas, à violência política e a detenções arbitrárias motivadas politicamente”.

O anúncio pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique, em 24 de outubro, dos resultados das eleições de 09 de outubro, em que atribuiu a vitória a Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder desde 1975) na eleição a Presidente da República, com 70,67% dos votos, espoletou protestos populares, convocados pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane.

Segundo a CNE, Mondlane ficou em segundo lugar, com 20,32%, mas este afirmou não reconhecer os resultados, que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional. Após protestos nas ruas que paralisaram o país, Mondlane convocou novamente a população para uma paralisação geral de sete dias, desde 31 de outubro, com protestos nacionais e uma manifestação concentrada em Maputo convocada para hoje.

Esta quinta-feira cumpre-se o oitavo dia de paralisação e manifestações em todo o país, com a generalidade a levar à intervenção da polícia, que dispersa com tiros e gás lacrimogéneo, enquanto os manifestantes cortam avenidas, atiram pedras e incendeiam equipamentos públicos e privados.

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Galp reduz capital social para 753 milhões após recompra de ações

  • Lusa
  • 7 Novembro 2024

A empresa de anunciou que o Conselho de Administração tinha aprovado a redução do capital social de 773.082.725 euros a 753.495.159 euros.

A Galp reduziu o capital social de 773 milhões de euros para 753 milhões, após concluir um programa de recompra de ações, adiantou esta quinta-feira em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A petrolífera portuguesa já tinha referido que concluiu no passado dia 9 de outubro o programa de recompra de ações no montante de 350 milhões de euros, com o objetivo de reduzir o capital social da empresa.

Agora, “após a conclusão do programa de recompra de ações de 350 milhões de euros para redução de capital da empresa, a Galp informa que o Conselho de Administração aprovou a redução do seu capital social de 773.082.725 euros a 753.495.159 euros, representados por 753.495.159 ações, na sequência da extinção de 19.587.566 ações próprias”, lê-se no comunicado enviado à CMVM.

Além disso, a Galp informou também os mercados de que nomeou João Gonçalves Pereira para ser o novo representante para as relações com o mercado e com a CMVM, tendo assumido funções em 1 de novembro.

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📈 Lucros recorde, travão na margem financeira e custos controlados: assim foram os nove meses na banca em Portugal

Cinco gráficos que mostram a evolução dos resultados da banca até setembro: lucros continuam em forte alta, mas travou a fundo (assim como a margem); há mais crédito e depósitos e capital em excesso.

Os lucros dos cinco principais bancos em Portugal subiram 20% para um novo nível histórico acima dos 3,9 mil milhões de euros nos primeiros nove meses do ano. Nem tudo foi positivo: a margem financeira está a abrandar significativamente (deverá cair no próximo ano perante a descida das taxas de juro). Mas as notícias são boas no geral: o setor está mais eficiente do que nunca, há mais crédito e depósitos e regista uma situação de excesso de capital. Como mostram estes cinco gráficos.

Lucros históricos de 3,9 mil milhões

Os cinco maiores em Portugal registaram lucros de 3,9 mil milhões de euros entre janeiro e setembro, mais 19% em comparação com o mesmo período do ano passado. Há um ano os resultados estavam a subir 75% e estão agora a caminho de uma tendência de “normalização”. A Caixa registou o lucro mais elevado: 1,369 mil milhões de euros, mais 38,7% em termos homólogos. Mas o campeão da rentabilidade é o Santander Totta, com um ROE de 23,9%.

Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

Margem ainda engorda, mas trava a fundo

A margem financeira mantém-se como o principal motor dos lucros dos bancos. No seu conjunto, Caixa, BCP, Santander Totta, BPI e Novobanco registaram ganhos com juros na ordem dos 5,9 mil milhões de euros com a atividade doméstica. Trata-se de uma subida de 5,2% em termos homólogos, representando um claro abrandamento face ao que acontecia há um ano, em que a margem estava a disparar 60%. No caso do BCP esta rubrica já apresenta uma variação negativa (compensado com o negócio na Polónia). E o próximo ano será de queda perante o alívio dos juros do Banco Central Europeu (BCE).

Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

Custos controlados

Os custos subiram, mas a um rimo inferior ao aumento dos proveitos, o que levou a uma melhoria geral da eficiência dos bancos. Na sua atividade doméstica, os cinco grandes bancos tiveram faturas de 1,6 mil milhões de euros com pessoal, gastos administrativos, entre outros, subindo 3,35% em termos homólogos. Mas o rácio cost-to-income melhorou e posicionam o setor português (rácio abaixo dos 40%) entre os que têm as estruturas mais otimizadas no panorama europeu (60% no final de 2023). Uma parte do impacto da baixa de juros vai ser mitigada justamente por aqui.

Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

Mais crédito e depósitos

A descida das taxas de juro está a ter impacto no balanço dos bancos. Por um lado, a carteira de crédito aumentou cerca de 2% com a retoma da procura e também com o facto de menos famílias estarem a amortizar antecipadamente os seus empréstimos. A base de depósitos cresceu 5%, mas também aqui os bancos estão a assistir a um incremento nos recursos fora de balanço (fundos de investimento, seguros de capitalização, etc) devido às taxas de juro menos atrativas nos depósitos.

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Balanços bem capitalizados

Fruto da acumulação de lucros, os bancos reforçaram e bem os seus rácios de solvência. Caixa e Novobanco apresentam rácios de Capital Tier 1 (os primeiros a serem usados em caso de perdas) acima dos 20%, colocando ambos em situação de excesso de capital face aos riscos dos seus balanços. Apenas o BPI viu o rácio baixar, mas mantém uma boa margem face às exigências regulamentares.

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