Lucros dos bancos privados crescem 11% para 2,5 mil milhões mesmo com juros a descerem

BCP, Santander Totta, BPI e Novobanco lucraram 2,5 mil milhões de euros nos primeiros nove meses do ano. O motor da margem financeira continuou bem oleada, mas já começou a emperrar.

Os bancos já estão a sentir o impacto da descida das taxas de juro, que será mais intenso nos próximos trimestres. Mas, para já, continuam com os resultados em forte alta: os quatro maiores privados em Portugal viram os lucros crescerem quase 11% para 2,5 mil milhões de euros nos primeiros nove meses do ano.

A margem financeira – que corresponde à diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos – continuou a puxar pelos resultados de BCP, Santander Totta, BPI e Novobanco, tendo subido 7% para 4,1 mil milhões de euros entre janeiro e setembro.

No caso do BCP, contudo, registou uma descida de 8,6% da margem do negócio doméstico – decréscimo que foi compensado pelas operações lá fora, nomeadamente na Polónia.

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Desde há um ano que as taxas de mercado estão em queda perante o aliviar da política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que chegou verão passado. Os banqueiros afirmam por isso que a margem vai continuar a comprimir daqui para a frente. “Vamos continuar a assistir a uma redução da margem e a única resposta possível é aumentar o volume de negócios e operações que fazemos com os clientes. Não há espaço para aumento das comissões”, referiu esta quinta-feira o CEO do BPI.

No que toca às comissões, as receitas dos quatro maiores bancos privados atingiram os 1,26 mil milhões de euros, subindo 5,27% em comparação com o mesmo período do ano passado.

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Para compensar a redução da margem os bancos contam não só fazer mais negócio, como tirar partido de estruturas de custo menos onerosas.

O rácio cost to income destes quatro bancos situou-se entre 24% (Santander) e 37% (Novobanco) e estão entre os mais eficientes na Europa em relação aos proveitos que conseguem gerar. Os custos operacionais subiram mais de 6% para 2,1 mil milhões.

Em relação ao crédito, a carteira de BCP, Santander, BPI e Novobanco cresceu mais de 2% para 145,6 mil milhões de euros no mercado português. O Santander notou que a descida dos juros travou as amortizações antecipadas nos empréstimos da casa, o que ajudou a manter o stock.

Já os depósitos subiram 5% para perto de 150 mil milhões de euros. Mas também aqui, por conta da redução das taxas, os bancos estão a assistir ao desvio de poupanças para recursos de fora do balanço, como fundos de investimento e seguros de capitalização.

Dos cinco maiores bancos em Portugal falta apenas a Caixa Geral de Depósitos (CGD), o banco público, prestar contas relativas aos primeiros nove meses do ano.

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Sindicato preocupado com “incerteza” sobre futuro da Tupperware em Constância

  • Lusa
  • 31 Outubro 2024

O SITE-CSRA manifestou preocupação com a incerteza sobre o futuro dos 200 trabalhadores da Tupperware em Constância, criticando a "falta de informação" sobre o processo de falência da multinacional.

O SITE-CSRA manifestou hoje preocupação com a incerteza sobre o futuro dos 200 trabalhadores da fábrica da Tupperware em Montalvo (Constância), tendo criticado a “falta de informação” sobre o processo de falência da multinacional.

“O sindicato olha com grande preocupação para a questão dos trabalhadores da Tupperware e reconhecemos que os trabalhadores neste momento estão num impasse”, disse hoje à Lusa Ricardo Rodrigues, do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Centro-Sul e Regiões Autónomas (SITE-CSRA).

A fábrica da Tupperware em Portugal, a funcionar desde 1980 em Montalvo, Constância (Santarém), depende a 100% da casa-mãe norte-americana, com o anúncio do pedido de declaração de insolvência a poder ter consequências na unidade portuguesa, que tem hoje cerca de 200 trabalhadores efetivos.

“Face às notícias recentes que dão conta de intenção da empresa de declarar falência, o SITE-CSRA afirma que a grande prioridade deve ser garantir a manutenção dos postos de trabalho, melhorar os direitos dos trabalhadores, aumentando salários e acabando com os vínculos precários, e tomar medidas para garantir a estabilidade financeira da empresa”, declarou Ricardo Rodrigues, que esteve hoje com os trabalhadores da fábrica da Tupperware.

Segundo o dirigente sindical, “o encerramento da Tupperware, caso se concretizasse, significaria um drama para as centenas de trabalhadores” e “seria igualmente desastroso para o concelho de Constância, para a região e para o país”, tendo defendido que o problema “deve merecer a maior atenção e tomada de medidas por parte do Estado e, em particular, do Governo”.

“Temos que perceber em concreto quais são as verdadeiras intenções da Tupperware no que diz respeito ao encerramento da fábrica ou não”, vincou.

Contactado pela Lusa, o presidente da Câmara de Constância disse hoje que os trabalhadores vivem desde setembro numa “incerteza angustiante, sem certezas do futuro”, tendo indicado ter uma conversa agendada para a próxima semana com o diretor de operação para a Europa da Tupperware “para perceber se há desenvolvimentos” sobre o processo.

“Os salários estão em dia, não houve despedimentos, e à data de hoje não há novidades sobre o futuro, sendo que a produção está parada e os trabalhadores vão para a fábrica fazer outros trabalhos, ao nível de limpezas e arrumações”, declarou Sérgio Oliveira.

No dia 25 de setembro, em comunicado, o autarca disse que o vice-presidente da Tupperware Europa disse não saber o futuro da empresa, que estava “em fase de negociação com os investidores” e a “trabalhar para criar uma estratégia para que empresa seja mais atrativa”.

Acrescentou ainda ter sido informado que “pararam a produção na Tupperware Portugal, Bélgica e África do Sul, porque têm muito stock”.

Em 18 de setembro, a Lusa solicitou esclarecimentos por escrito à empresa, não tendo obtido resposta até ao momento.

A Tupperware Brands iniciou voluntariamente o processo do Capítulo 11 no Tribunal de Falências de Delaware, e terá conseguido a aprovação do tribunal para continuar a operar e facilitar um processo de venda para proteger a marca.

Segundo a AP, um juiz de falências dos EUA aprovou a venda da Tupperware Brands, abrindo caminho para que a empresa saia em breve da proteção do Capítulo 11 e continue a oferecer os seus produtos enquanto passa por uma reestruturação.

A venda está ainda sujeita a condições de fecho. Segundo os termos do acordo, um grupo de credores está a comprar a marca Tupperware e vários ativos operacionais por 23,5 milhões de dólares em dinheiro e mais de 63 milhões de dólares em redução da dívida.

A Tupperware concordou com a aquisição do credor na semana passada, e disse que espera operar como The New Tupperware Co. após a conclusão do negócio.

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Metro Mondego conta alienar imóveis na Baixa de Coimbra ainda na sua posse

  • Lusa
  • 31 Outubro 2024

Metro Mondego tem, neste momento, um terreno para construção junto à Via Central e frações de dois edifícios que não são abrangidos por acordos indemnizatórios.

A Metro Mondego, empresa que irá assegurar a operação do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM), espera alienar imóveis na Baixa de Coimbra que ainda tem na sua posse entre este e o próximo ano.

A Metro Mondego conta, neste momento, com um terreno para construção junto à Via Central e frações de dois edifícios que não são abrangidos por acordos indemnizatórios, um dos quais o edifício ponte, por onde irão passar os autocarros articulados elétricos do SMM, junto à praça 8 de Maio, afirmou a empresa, em resposta à agência Lusa, referindo ainda que, além destes, a Metro Mondego tem ainda os imóveis que integram a estação de Sobral de Ceira.

Questionada sobre o futuro que será dado a esses imóveis, a Metro Mondego referiu que o terreno junto à Via Central e as frações não abrangidas por acordos indemnizatórios dos dois edifícios (edifício ponte e outro que tem origem em três prédios e que se situa na rua Nova, paralela à via Central) serão “para alienar”.

Em resposta à Lusa, a empresa esclareceu que as frações a alienar nos edifícios incluem quatro apartamentos (três com tipologia T2 e um T3), já o terreno para construção tem uma área de 290 metros quadrados e uma capacidade construtiva de 1.160 metros quadrados. A Metro Mondego referiu que os imóveis serão para alienar “entre este ano e o próximo”.

Questionada sobre a possibilidade de estes imóveis poderem manter-se na esfera pública, nomeadamente através de projetos de habitação a custos controlados, a Metro Mondego afirmou que “todo o património público com potencial para habitação é sujeito a uma análise prévia pelo Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana para aferir da verificação dos requisitos” para a sua integração na bolsa de imóveis do Estado.

“Esse processo está a decorrer no caso dos quatro apartamentos referidos”, acrescentou. Sobre a possibilidade de a Metro Mondego participar no fundo Coimbra Viva, a empresa esclareceu que vendeu um terreno àquela entidade este ano, por 80 mil euros, mas que não vai participar naquele fundo imobiliário.

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Portugal Tech Week vai levar mais de 250 eventos a 19 cidades

  • ECO
  • 31 Outubro 2024

A terceira edição do Portugal Tech Week decorrerá em 19 cidades, de Faro a Viana do Castelo, passando por Madeira e Açores. A iniciativa vai unir empresas e investidores.

A Portugal Tech Week (PTW) vai contar com mais de 250 eventos distribuídos por 19 cidades. A terceira edição do evento decorrerá entre 8 a 18 de novembro e deverá receber mais de 18 mil pessoas.

A iniciativa pretende reunir startups, investidores e comunidades de negócios, e traz a debate temas como a inteligência artificial, a sustentabilidade e o futuro do trabalho.

“A Portugal Tech Week é um evento que celebra o ecossistema empreendedor vibrante de Portugal, reunindo startups, investidores e comunidades de negócios. Em 2024, expande-se para 19 cidades, com os Tech Days a trazerem uma abordagem descentralizada, promovendo a inovação, a colaboração e a valorização da cultura e do turismo local“, destaca a 351 Associação Portuguesa de Startups, organizadora da iniciativa, ao ECO/Local Online.

Além dos Tech Days, os eventos destacados pela organização ao são o Viana Tech Day, o Madeira Blockchain Conference e o Elétrico Pitch em Lisboa.

O Viana Tech Day, realiza-se no primeiro dia da semana tecnológica, a 8 de novembro, e conta com visitas guiadas a empresas locais, palestras e pitches de startups.

Já a Madeira Blockchain Conference ocorrerá a 18 e 19 de novembro, nos dias de encerramento da Portugal Tech Week. Realizada no Centro Cultural e de Investigação do Funchal, conta com palestras, debates e workshops sobre o futuro da inovação digital. Será um ponto de encontro entre especialistas das áreas de blockchain e inteligência artificial, por exemplo. O evento é organizado pela Yacooba Labs e conta com painéis sobre a regulação de criptomoedas, identidade digital e a adoção de Web3, entre outros temas.

Em Lisboa, a 10 de novembro, , das 17h às 20h, acontece o Elétrico Pitch. Ali, 12 startups selecionadas vão apresentar pitches para investidores, e o melhor projeto será premiado com uma bolsa de cinco mil euros, além de o seu autor ter a oportunidade de reunir com potenciais investidores. Esta iniciativa é organizada pela 351 Startups e pela Carris, com apoio do MEO.

A semana dedicada à tecnologia vai ter ainda, em Lisboa, a Portugal Tech Week House. Durante 11 dias, esta iniciativa inserida na semana tecnológica, vai juntar startups, empreendedores e entusiastas da tecnologia. A programação conta com palestras, talks com especialistas da indústria, momentos de coworking, gravações de podcasts, mentorias personalizadas, streams ao vivo, workshops e sessões organizadas por várias empresas, designadamente a Google e a Adidas.

Entre as cidades que constam do mapa do Portugal Tech Week contam-se Angra do Heroísmo, Aveiro, Beja, Évora, Faro, Funchal, Guimarães, Leiria, Lisboa, Olhão, Quarteira, Porto, Viana do Castelo, Vila Real e Tavira. As restantes serão anunciadas oficialmente em breve, assegura a organização ao ECO/Local Online.

Dia da abertura conta com pitches no funicular de Viana do Castelo

O Viana Tech Day é um dos eventos de abertura da Portugal Tech Week. Coincidindo com o espírito que nesta semana tecnológica invadirá 19 cidades do país, a iniciativa tem como temas a inovação, o empreendedorismo e a tecnologia.

“Cada Tech Day é uma oportunidade única para participantes de todo o país se envolverem com o melhor do empreendedorismo, tecnologia e criatividade que cada região tem para oferecer”, explica a organização.

Os participantes vão poder visitar empresas tecnológicas locais para conhecerem as suas inovações e práticas adotadas. O roteiro tem três circuitos diferentes, de que fazem parte a CorPower Ocean, Sanitop, Xpand, Amadeus, Datacolab, Cooperativa, Atlanse, Untile e Sparkle IT.

Na programação, os participantes terão também acesso a palestras com especialistas da área da tecnologia no Dinamo10, um escritório compartilhado no município. O Viana Tech Day contará com oradores como David Carpe, fundador da Busfactor, Alexandre Mendes, responsável de investimentos da Subvisual, e Orlando Lopes, COO da Bizay.

Além das palestras, vão ser selecionadas startups para fazer pitches no Elevador de Santa Luzia, onde poderão apresentar os seus projetos a possíveis investidores. Este modelo de evento surge na sequência da iniciativa “Elétrico Pitch”, que decorre em Lisboa.

No final do dia, o evento contará com um cocktail de networking para promover a interação entre startups, empresas, investidores, profissionais e estudantes da área, estimulando novas oportunidades de negócio e o crescimento do setor.

O evento, de entrada gratuita, resulta de uma parceria entre a Dinamo10, a Untile, a Cooperativa e a Câmara Municipal de Viana do Castelo.

As inscrições podem ser feitas no site da Portugal Tech Week.

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Fitness Hut passa a VivaGym em transição acompanhada por nova identidade visual

  • + M
  • 31 Outubro 2024

O Fitness Hut Oeiras é o primeiro ginásio alvo do rebranding. O processo, que unifica a marca em Portugal e Espanha, será feito de forma faseada.

A cadeia de ginásios Fitness Hut vai, a partir do final de outubro, passar a operar sob a designação VivaGym. A mudança decorre até ao final do ano.

Desta forma, o Grupo VivaGym consolida-se numa única marca, que passa a ser a identidade de todos os ginásios na Península Ibérica. A alteração “reflete o crescimento e a expansão da marca em ambos os mercados”, refere-se em nota de imprensa.

Com a transformação do Fitness Hut em VivaGym, unificamos o mercado ibérico, criando uma identidade coesa e facilmente reconhecível em toda a Península Ibérica. Esta mudança está alinhada com o ambicioso plano de expansão do VivaGym, que visa alcançar 300 ginásios, fortalecendo a nossa presença e impacto no setor de fitness”, afirma Juan del Río, CEO do VivaGym, citado em comunicado.

O Fitness Hut Oeiras é o primeiro ginásio alvo do rebranding, processo que se vai alastrar ginásio a ginásio, de forma faseada, de modo a que seja garantida “uma transição suave”.

A transição para VivaGym é também acompanhada por uma nova identidade visual. “Esta alteração reforça o nosso compromisso de oferecer uma experiência ainda mais enriquecedora a todos os sócios, mantendo os padrões de qualidade, inovação e acessibilidade que nos caracterizam”, diz Juan del Río.

Acreditamos que esta unificação trará vantagens competitivas, permitindo-nos oferecer uma experiência consistente, inovadora e com ainda mais benefícios aos nossos clientes, seja em Portugal ou em Espanha. Continuaremos comprometidos com a qualidade e a acessibilidade que os nossos sócios esperam, agora sob o nome VivaGym”, acrescenta o CEO.

Apesar das alterações, “as condições de adesão já conhecidas pelos clientes permanecerão as mesmas”, garante a marca, acrescentando que existe, no entanto, um trabalho em curso para “melhorar a experiência de treino, incluindo a criação de HIIT Boxes em alguns ginásios, a ampliação das áreas de treino e outras melhorias que serão implementadas nos últimos meses de 2024”.

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TAP aumenta emissão para 400 milhões de euros e fixa juro em 5,125%

A TAP colocou mais 50 milhões de euros do que o previsto na emissão de obrigações efetuada esta semana. O juro foi fixado em 5,125%.

A TAP colocou 400 milhões em obrigações, mais 50 milhões do que o previsto, respondendo às condições de mercado e ao interesse dos investidores institucionais. A taxa de juro foi fixada em 5,125%.

A companhia informa num comunicado aos investidores que “concluiu com sucesso o pricing de Senior Notes 5,125% com o valor nominal agregado de €400.000.000 e vencimento em 2029 através de uma oferta que representa um aumento de €50.000.000 face ao montante previamente anunciado”.

A liquidação da oferta, isto é, a entrega dos títulos aos investidores, está prevista ocorrer a 7 de novembro. A TAP acrescenta que as “receitas ilíquidas da oferta, em conjunto com as disponibilidades do seu balanço, serão utilizadas para reembolsar dívidas existentes e pagar os custos e despesas associados à Oferta”.

A companhia aérea anunciou na segunda-feira a intenção de emitir e vender títulos no montante global de 350 milhões de euros, com maturidade a cinco anos. O novo montante corresponde ao limite máximo de financiamento aprovado pela Direção-Geral do Tesouro e Fiananças há pouco mais de uma semana.

A Moody’s atribuiu um rating de Ba3 à emissão, a mesma já atribuída à companhia aérea.

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Nova estratégia atira BCP para os sete mil milhões de valor em bolsa

Ações do banco estão a disparar mais de 9% depois do BCP ter anunciado resultados acima do esperado e um plano estratégico do qual “não há nada a não gostar”, segundo os analistas.

O BCP BCP 0,61% está a brilhar na bolsa esta quinta-feira. As ações estão a disparar mais de 9% depois de o banco ter anunciado resultados acima do esperado e ainda um plano estratégico até 2028 “ambicioso” mas do qual “não há nada a não gostar”, segundo os analistas.

Miguel Maya destacou ontem que queria ter “acionistas satisfeitos” quando anunciou que a nova estratégia do banco passa por distribuir até 75% dos resultados nos próximos quatro anos em que perspetiva uma média de lucros de mil milhões de euros por ano.

“Depois de uma década em que os acionistas suportaram o banco, é tempo de retribuir a transformação do banco, mantendo sempre um banco muito robusto”, assinalou o CEO.

O plano – que foi divulgado após o banco anunciar lucros de 714 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano – inclui um payout de 50% e ainda uma recompra de ações até 25% do resultado, o qual está dependente de vários fatores e de aprovação dos reguladores.

Não há nada a não gostar da estratégia do BCP”, referiu Iñigo Veja, analista da Jefferies, numa nota citada pela agência Reuters, referindo que o que foi anunciado acrescenta 500 milhões de euros de distribuições de capital em relação àquilo que o mercado esperava.

“Os resultados superaram ligeiramente a expectativa. O rácio de capital muito forte nos 16,5%. Mas o destaque vai para as metas do plano estratégico que são melhores do que esperávamos”, apontam os analistas da Keefe, Bryuette & Woods, numa nota a que o ECO teve acesso. “É um plano ambicioso, mas o mercado vai gostar”.

Por seu turno, a agência S&P considera que os objetivos traçados pelo BCP parecem “realistas e alcançáveis de uma maneira geral”. “O plano foca-se na preservação da rentabilidade sólida nos próximos anos, apesar da descida das taxas de juro, embora mantendo disciplina no que toca aos custos e riscos. (…) Resultados fortes vão permitir distribuições elevadas aos acionistas”, referiu a agência de rating.

Em reação, as ações estão a valorizar 9,02% para 0,4604 euros e é um dos títulos que mais sobe na bolsa de Lisboa, a par da Jerónimo Martins. Este desempenho permite ao banco “engordar” cerca de 575 milhões de euros em market cap, marcando agora uma capitalização bolsista de sete mil milhões de euros.

Desde o início do ano, o BCP acumula uma valorização superior a 50%, isto depois de ter disparado 80% em 2023.

“Queremos ter uma relação com o mercado altamente positiva, que seja um título desejado para todos os portefólios de investimento”, afirmou Miguel Maya na apresentação da nova estratégia. Os investidores parecem gostar.

BCP dispara

Nota: A informação apresentada tem por base as notas emitidas pelos bancos de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

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Maioria das famílias deixa as poupanças paradas em depósitos

Os portugueses continuam a poupar muito menos que a média dos seus pares europeus também por conta de hábitos de poupança fortemente penalizados por uma elevada falta de literacia financeira.

A taxa de poupança das famílias portuguesas alcançou os 9,8% no segundo trimestre de 2024, renovando máximos desde o quarto trimestre de 2021, segundo os dados mais recentes divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Apesar desta recuperação, Portugal continua abaixo da média dos países da zona euro, em que a taxa de poupança se situou nos 15,3% no primeiro trimestre e de 15,7% no segundo trimestre, conforme os dados dos oito países que já publicaram esses números, segundo o Eurostat.

Esta evolução recente da poupança das famílias em Portugal reflete uma trajetória marcada por altos e baixos nos últimos anos, que ficou marcada pela taxa de poupança mais elevada desde 2003, quando no final de 2021 atingiu 11,87%, mas também pela taxa de poupança mais baixa desde pelo menos 1953 (início da série do Banco de Portugal), quando em 2022 e 2023 bateu nos 6,3%.

Esta montanha-russa da taxa de poupança está intrinsecamente ligada à evolução da taxa de inflação e às taxas de juros, e isso é novamente visível nos últimos trimestres, em que com o abrandamento da taxa de inflação, particularmente após o início de 2023, tem-se assistido a uma recuperação da taxa de poupança desde o segundo trimestre de 2023.

Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

Todavia, é incontornável a linha de tendência de longo prazo de queda da taxa de poupança em Portugal. Como destaca o estudo “A Poupança em Portugal”, publicado em 2011 e feito por Fernando Alexandre (atual ministro da Educação), Luís Aguiar-Conraria, Pedro Bação e Miguel Portela do Núcleo de Investigação em Políticas Económicas da Universidade do Minho, “a taxa de poupança das famílias em Portugal tem diminuído de forma acentuada desde meados da década de 1980, tendo atingido valores historicamente baixos nos últimos anos”.

Esta queda acentuada da taxa de poupança a partir de meados da década de 1980 está associada a vários fatores estruturais que marcaram a economia portuguesa nas últimas décadas:

  1. Liberalização financeira: O processo de liberalização do setor financeiro português, iniciado em meados dos anos da década de 1980, levou a um aumento da concorrência nos mercados financeiros e a uma maior inovação e acesso das famílias a novos produtos financeiros. Como refere o estudo da Universidade do Minho, “a liberalização financeira e a maior facilidade de acesso ao crédito permitiram às famílias antecipar consumo, reduzindo assim a necessidade de poupança prévia”.
  2. A entrada de Portugal na então Comunidade Económica Europeia em 1986 e a posterior adesão ao euro trouxeram um período de convergência económica e de taxas de juro historicamente baixas. Isto permitiu às famílias aumentarem o seu endividamento e reduzirem a poupança. “A liberalização do setor financeiro e a maior estabilidade nominal traduziram-se num acesso mais alargado ao crédito por parte das famílias, implicando uma redução das restrições de liquidez para alguns agentes” arrastando a uma queda da poupança das famílias, destacam Nuno Alves e Fátima Cardoso no estudo “A poupança das famílias em Portugal: evidência micro e macroeconómica” do Banco de Portugal, publicado em 2010.
  3. Efeito riqueza: O aumento significativo do valor dos ativos, nomeadamente imobiliários, durante várias décadas levou muitas famílias a sentirem-se mais ricas e, consequentemente, a pouparem menos.
  4. Expectativas de rendimento futuro: O período de crescimento económico e de convergência com a Europa alimentou expectativas otimistas sobre rendimentos futuros, levando muitas famílias a anteciparem consumo.
  5. Sistema de Segurança Social: O desenvolvimento do sistema de Segurança Social português reduziu a necessidade percebida de poupança privada para a reforma, incutindo ainda mais a ideia de não ser necessário poupar para a reforma por o Estado ser visto como garante da velhice, como explica Francisca Guedes de Oliveira, administrador do Banco de Portugal, num debate promovido pelo ECO com os três reguladores financeiros.

O estudo da Universidade do Minho destaca ainda que “a queda da taxa de poupança das famílias em Portugal foi mais acentuada do que na generalidade dos países da OCDE, tendo sido particularmente pronunciada no período que antecedeu a adesão ao euro.”

O estudo do Banco de Portugal destaca também que “a evolução da taxa de poupança em Portugal é captada de forma assinalável por um modelo em forma de mecanismo corretor do erro estimado para o período 1985-2009. Neste modelo, a taxa de poupança encontra-se positivamente relacionada no longo prazo com a taxa de juro nominal e com o crescimento do PIB, e negativamente com o saldo orçamental”.

A pouca proatividade na aplicação da poupança em produtos financeiros é, aliás, outro resultado menos positivo do inquérito [4.º Inquérito à Literacia Financeira da População Portuguesa], com a maioria dos entrevistados a referir que deixa as suas poupanças na conta de depósito à ordem.

Conselho Nacional de Supervisores Financeiros

4.º Inquérito à Literacia Financeira da População Portuguesa

Esta relação entre a taxa de poupança e variáveis macroeconómicas ajuda a explicar algumas flutuações observadas ao longo das últimas décadas. Por exemplo, períodos de maior crescimento económico ou de taxas de juro mais elevadas tendem a estar associados a um aumento da poupança. Por outro lado, períodos de deterioração das contas públicas podem levar a um aumento da poupança privada, numa lógica de “equivalência ricardiana”.

Esta evolução da taxa de poupança tem implicações importantes para a economia portuguesa. Como refere o estudo da Universidade do Minho, “a baixa taxa de poupança das famílias tem contribuído para o persistente défice externo da economia portuguesa e para a acumulação de dívida externa”.

Portugueses poupam pouco e com pouca orientação

Apesar da recente recuperação da taxa de poupança, os hábitos de poupança dos portugueses continuam a revelar algumas fragilidades. O 4.º Inquérito à Literacia Financeira da População Portuguesa, realizado em 2023 pelo Conselho Nacional de Supervisores Financeiro no âmbito do Plano Nacional de Formação Financeira, revela que apenas 53,9% dos entrevistados afirmam ter poupado no último ano, uma percentagem inferior às registadas em 2020 (65%) e 2015 (68,3%).

Este inquérito revela ainda que, entre os que poupam, a maioria (84%) deixa o dinheiro na conta à ordem e 7,7% referem que guardaram o dinheiro em casa — ambas as opções são práticas que não maximizam em nada o retorno da poupança por não terem qualquer remuneração associada.

Em oposição, apenas 33,9% dos entrevistados aplicam o dinheiro em depósitos a prazo e somente 5,2% investem em ações, obrigações ou fundos de investimento, ativos esses que tendem a valorizar mais no longo prazo.

Estes dados sugerem uma falta de proatividade na gestão da poupança por parte de muitas famílias. Como destacam os membros do Conselho Nacional de Supervisores Financeiros no relatório, “a pouca proatividade na aplicação da poupança em produtos financeiros é, aliás, outro resultado menos positivo do inquérito, com a maioria dos entrevistados a referir que deixa as suas poupanças na conta de depósito à ordem.”

Esta tendência é particularmente preocupante num contexto de baixas taxas de juro reais, onde a não aplicação das poupanças em produtos financeiros mais rentáveis pode levar a uma erosão do valor real da poupança ao longo do tempo.

Outro aspeto relevante é o desequilíbrio na alocação do património das famílias portuguesas. Segundo dados do Banco Central Europeu, os portugueses continuam a ter uma fixação por betão, alocando mais de dois terços da sua riqueza a ativos imobiliários (muito por conta do crédito à habitação).

A forte concentração do património em imobiliário não é uma particularidade dos portugueses. A média das famílias europeias partilha do mesmo “síndrome”. No entanto, ao contrário da média europeia, as famílias portuguesas deixam grande parte da sua riqueza financeira (extra ativos imobiliários) literalmente parada, sem render qualquer euro.

Desde 2020 que os depósitos representam mais de 50% dos ativos financeiros dos agregados familiares, apesar de, até dezembro de 2022, a taxa de juro dos novos depósitos ter sido inferior a 0,5%, segundo dados do Banco de Portugal.

Esta concentração excessiva no “betão” e em depósitos bancários sugere que a poupança de longo prazo e a diversificação de investimentos são frequentemente relegadas para segundo plano. A excessiva concentração da riqueza num único ativo torna as famílias mais vulneráveis a choques no mercado imobiliário e limita a liquidez e flexibilidade financeira.

Além disso, a baixa proporção de ativos financeiros no património das famílias portuguesas pode estar a limitar o potencial de crescimento da poupança a longo prazo. Instrumentos financeiros como fundos de investimento, ações ou obrigações, apesar de apresentarem maior volatilidade no curto prazo, tendem a oferecer retornos superiores no longo prazo.

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A importância de apostar-se cada vez mais na literacia financeira

O 4.º Inquérito à Literacia Financeira da População Portuguesa revela também algumas lacunas importantes nos conhecimentos financeiros dos portugueses. Por exemplo, “menos de metade dos inquiridos (39,1%) calcula corretamente juros simples e apenas cerca de um quarto (24,2%) responde corretamente às questões sobre juros simples e juros compostos”, lê-se no relatório. Estas lacunas podem estar a limitar a capacidade das famílias de tomarem decisões informadas sobre poupança e investimento.

Outro dado preocupante é que apenas 47,3% dos entrevistados se mostram confiantes no seu planeamento da reforma. Isto sugere que muitas famílias portuguesas podem não estar a poupar o suficiente para garantir um nível de vida adequado quando os “Anos Dourados” chegarem, especialmente num contexto de pressões crescentes sobre o sistema público de pensões.

A evolução recente da taxa de poupança das famílias portuguesas, embora positiva, deve ser vista com cautela. O aumento para 9,8% no segundo trimestre de 2024 é um sinal encorajador, mas continua abaixo da média da Zona Euro e dos níveis históricos de poupança registados em Portugal no passado.

Para reverter a tendência de longo prazo de declínio da poupança e promover uma cultura de poupança mais robusta, serão necessárias ações em várias frentes:

  1. Educação financeira: Reforçar os programas de literacia financeira para dotar as famílias de conhecimentos e ferramentas para gerir melhor as suas finanças e tomar decisões informadas sobre poupança e investimento.
  2. Incentivos fiscais: Considerar a introdução ou reforço de incentivos fiscais à poupança de médio e longo prazo, especialmente para a reforma.
  3. Diversificação de investimentos: Promover uma maior diversificação do património das famílias, incentivando o investimento em ativos financeiros além do imobiliário.
  4. Produtos financeiros adequados: Desenvolver e promover produtos financeiros que atendam às necessidades específicas das famílias portuguesas, combinando segurança e potencial de retorno.
  5. Planeamento da reforma: Sensibilizar para a importância do planeamento financeiro a longo prazo, especialmente para a reforma, face aos desafios demográficos e pressões sobre o sistema de segurança social.

Embora a recente recuperação da taxa de poupança das famílias seja um sinal positivo, há ainda um longo caminho a percorrer para consolidar hábitos de poupança saudáveis e sustentáveis.

A combinação de educação financeira, políticas públicas adequadas e um setor financeiro inovador será crucial para promover uma cultura de poupança que contribua para a resiliência financeira das famílias e para o crescimento sustentável da economia nacional.

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Número de vítimas mortais nas inundações em Espanha sobe para 158

  • Lusa
  • 31 Outubro 2024

Do total, 155 vítimas foram registadas na região mais atingida, em Valência, tendo ocorrido outras duas mortes na região vizinha de Castela-La Mancha e uma na Andaluzia.

O número provisório de mortos nas inundações que devastaram o sudeste de Espanha subiu esta quinta-feira para 158, segundo um comunicado oficial dos serviços de emergência publicado na rede X, atualizando o anterior balanço de 140. Do total, 155 vítimas foram registadas na região mais atingida, em Valência, tendo ocorrido outras duas mortes na região vizinha de Castela-La Mancha e uma na Andaluzia.

O comunicado de imprensa não especificou o número de pessoas que ainda estão desaparecidas. Várias regiões de Espanha estão desde terça-feira sob a influência de uma “depressão isolada em níveis altos”, um fenómeno meteorológico conhecido como DANA em espanhol (DINA em português).

O fenómeno causou chuvas torrenciais e ocorrências em diversos pontos de Espanha, sobretudo na costa do Mediterrâneo. A região mais afetada foi a Comunidade Valenciana, no leste do país, com chuvas com níveis inéditos, que fizeram acionar os alertas e avisos mais graves da proteção civil e da meteorologia na terça-feira à noite.

Trata-se de uma das catástrofes naturais mais graves dos últimos 75 anos em Espanha, ultrapassando as inundações de Biescas (Huesca) em 1996, com 87 mortos, e as inundações de Turia em 1957, em que morreram entre 80 e 100 pessoas.

(atualizado às 16h30)

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Obrigatório declarar ao Fisco transporte de dinheiro a partir de 10.000 euros

  • Lusa
  • 31 Outubro 2024

As pessoas que, à entrada ou saída de Portugal, de ou com destino a um território fora da UE, transportem 10.000 euros ou mais, ficam obrigadas a declarar ao Fisco e a disponibilizar para controlo.

“Qualquer transportador que, à entrada ou saída do território nacional, proveniente ou com destino a um território não pertencente à União Europeia, leve consigo uma soma de dinheiro líquido igual ou superior a 10.000 euros deve declarar essa soma de dinheiro líquido à AT [Autoridade Tributária] e colocá-la à sua disposição para controlo”, lê-se num diploma esta quinta-feira publicado em Diário da República.

Esta é uma das medidas do executivo, em linha com Bruxelas, que tem em vista travar o financiamento de atividades ilícitas, através do desvio de dinheiro e da sua reintrodução na economia.

No caso de o dinheiro não estar a ser transportado pela pessoa que o quer enviar, a AT pode exigir que o expedidor ou o destinatário faça uma declaração de divulgação, no prazo de 30 dias. Para verificar o cumprimento da declaração do dinheiro líquido, o Fisco pode proceder ao controlo das pessoas, das suas bagagens e dos seus meios de transporte.

No caso do dinheiro líquido não acompanhado, a AT pode controlar remessas e recetáculos, como encomendas postais, envios de correio rápido, bagagem não acompanhada, carga contentorizada ou meios de transporte que possam conter dinheiro. Se a declaração do dinheiro não for cumprida, cabe à AT elaborar uma declaração oficiosa.

Apesar de a barreira ter sido colocada em 10.000 euros, se existirem indícios de que alguém transporta uma quantia de dinheiro inferior, relacionada com atividade criminosa, a AT deve registar essa informação.

A AT pode reter, temporariamente, o dinheiro, sendo esta uma decisão que pode sofrer recurso. Isto pode acontecer caso a declaração do dinheiro não seja realizada ou se existirem indícios de que o dinheiro, independentemente do valor, está relacionado com atividades criminosas.

O prazo de retenção deve ser limitado ao tempo necessário e não superior a 30 dias, mas pode ser prorrogado, em casos específicos, devidamente avaliados, e sempre em obediência aos princípios da necessidade e da proporcionalidade, até um máximo de 90 dias, designadamente, quando a AT encontre dificuldades na obtenção de informações sobre uma eventual atividade criminosa”, ressalvou.

A AT deve ainda comunicar às autoridades competentes de todos os Estados-membros as declarações oficiosas ou sempre que existam indícios de que o dinheiro está relacionado com atividades criminosas.

Neste último caso, as informações devem também ser remetidas à Comissão Europeia, Procuradora Europeia e à Europol (Agência da União Europeia para a Cooperação Policial).

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Angola na lista cinzenta do GAFI “vai condicionar” venda do BFA

Angola voltou à lista de países com problemas no combate à lavagem de dinheiro do GAFI, decisão que vai "reduzir significativamente espectro de investidores" interessados no BFA, admite BPI.

O CEO do BPI lamentou a inclusão de Angola na lista cinzenta de países com dificuldades em combater a lavagem de dinheiro, afirmando que a decisão do GAFI vai “reduzir significativamente o espetro de investidores” que poderiam participar no IPO do Banco Fomento de Angola (BFA).

“Preocupa-nos alguns acontecimentos, nomeadamente a inclusão de Angola na lista cinzenta do GAFI, será uma condicionante relativamente a este processo”, afirmou João Pedro Oliveira e Costa esta quinta-feira na apresentação dos resultados dos primeiros nove meses do ano do BPI.

“O mercado africano já é complexo na atração de investimentos nomeadamente para setores muito regulados como é o caso da banca. Vejo com dificuldade aparecerem internacionais do mesmo setor entrarem no mercado com estas condições. (…) Condiciona o espetro de investidores, reduz de forma significativa o espectro de investidores”, explicou.

Ainda assim, João Pedro Oliveira e Costa acredita que Angola poderá sair da lista cinzenta a “breve trecho”, pois já implementou 70 das 87 medidas identificadas pelo GAFI.

No âmbito do IPO do BFA, que deverá ocorrer durante o primeiro semestre do próximo ano, o Estado angolano e o BPI venderão, cada um, uma participação de 15%, conforme foi anunciado no verão.

João Pedro Oliveira e Costa revelou que os trabalhos com vista ao IPO já arrancaram juntamente com o IGAP, a entidade que gere as participações do Estado. “Estamos na fase de seleção dos advisors internacionais que nos vão apoiar na elaboração do caderno de IPO. Estamos crentes de que haverá investidores interessados”, disse ainda assim o CEO do BPI.

Adiantou ainda que seria negativo haver alteração ao processo de venda nesta altura, “porque é algo que o Estado angolano já anunciou que ia fazer, a credibilidade do país estaria em jogo”.

João Pedro Oliveira e Costa reforçou a ideia de que o BPI pretende vender toda a sua posição no BFA, que é de 49%. “O IPO é o caminho para sair da posição que temos. Faremos sempre de acordo com as regras do país soberano que é Angola, mantendo a estabilidade financeira do sistema angolano”, disse.

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Parlamento da Madeira aprova 5,5 milhões de euros para programa “+Energia”

  • Lusa
  • 31 Outubro 2024

O Governo da Madeira vai afetar 5,5 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência a um sistema de incentivos para a produção e armazenamento de energia a partir de fontes renováveis.

O Governo da Madeira vai afetar 5,5 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), até 2026, a um sistema de incentivos para a produção e armazenamento de energia a partir de fontes renováveis, foi hoje anunciado.

O programa denominado “+ Energia” vai “incluir incentivos substanciais para o armazenamento de energia elétrica, uma componente essencial para garantir a autonomia e a resiliência energética da região”, disse o secretário regional dos Equipamentos e Infraestruturas da Madeira, Pedro Fino, no plenário da Assembleia Legislativa, no Funchal.

O governante apresentou a proposta de decreto legislativo regional que cria o programa, com o objetivo de contribuir “para reduzir a dependência energética do exterior e fomentar práticas de consumo sustentável” do arquipélago.

O apoio financeiro não reembolsável às famílias, micro, pequenas e médias empresas pode ser na ordem dos 8.000 euros, ascendendo a 10 mil para as cooperativas, instituições particulares de solidariedade social, associações sem fins lucrativos e condomínios, especificou.

O “+ Energia” inclui também novos apoios para a instalação de sistemas de produção de água quente sanitária, utilizando bombas de calor e sistemas de biomassa, “indo além das medidas contempladas pelo PRIPAER RAM 2023 (Incentivo à produção e armazenamento de energia — fontes renováveis)”, acrescentou.

A iniciativa legislativa foi aprovada por unanimidade.

O secretário dos Equipamentos e Infraestruturas defendeu ainda uma outra proposta legislativa para a criação do Instituto de Mobilidade e Transportes.

O governante explicou que o instituto terá “poderes de regulação e supervisão no setor dos transportes” e terá por missão “regular, fiscalizar e exercer funções de coordenação e planeamento, bem como supervisionar e regulamentar as atividades desenvolvidas no setor das infraestruturas rodoviárias e no dos transportes terrestres e marítimos”.

Pedro Fino salientou que o objetivo é “satisfazer as necessidades de mobilidade de pessoas e bens, visando ainda a promoção da segurança, da qualidade e dos direitos dos utilizadores dos transportes terrestres e marítimos”.

“Todos os requisitos legais foram cumpridos, os estudos prévios e financeiros foram efetuados”, assegurou o governante respondendo à questão da eventual ilegalidade da proposta suscitada pela deputada do PS Sancha Campanela.

Hugo Nunes, do Chega, declarou que o partido recusa “dar um cheque em branco” ao Governo Regional (PSD) num projeto que pode constituir “um esquema para empregar amigos”, salientando que é recorrente a multiplicação de organismos que não resolvem os verdadeiros problemas. Apesar das críticas e acusações, o Chega acabou por votar favoravelmente a proposta.

Por seu turno, o líder parlamentar do JPP, Élvio Sousa, insistiu no incumprimento do programa do executivo madeirense de assegurar uma alternativa à ligação marítima com o Porto Santo em janeiro, altura em que o navio Lobo Marinho vai para a operação de manutenção anual.

A proposta foi aprovada com os votos favoráveis de PSD, Chega, CDS-PP, JPP e PAN, tendo o PS votado contra e o deputado único da IL optado pela abstenção.

A Assembleia Legislativa da Madeira aprovou também por unanimidade votos de congratulação pela atribuição do Prémio Sakarov à líder das forças democráticas da Venezuela, Maria Corina Machado, e o Presidente eleito Edmundo Goncález, da autoria da IL, PSD e CDS-PP.

Uma proposta do PSD para a majoração dos todos apoios da Segurança Social aos residentes na Madeira discutido quarta-feira foi igualmente aprovada por unanimidade.

Quanto ao projeto do PS que pretendia estabelecer o regime jurídico do inventário florestal da região debatido esta semana foi também aprovado, com os votos a favor do proponente, JPP, PAN, IL e Chega, contra do PSD e abstenção do CDS-PP.

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