Estudantes desistem de pedir apoio ao alojamento porque senhorios não passam recibo

  • ECO
  • 22 Agosto 2024

A falta de contratos e recibos explica que, dos quase 26 mil estudantes bolseiros deslocados, mais de 15 mil não tenham solicitado os apoios existentes para suportar custos de alojamento.

No ano letivo passado havia 25.739 estudantes bolseiros identificados como deslocados, mas mais de 15 mil não pediram os apoios previstos para minorar as despesas com o alojamento, apesar dos custos elevados da habitação em Portugal. Os números são explicados pelo facto de muitos estarem a viver em quartos arrendados no mercado paralelo, em que os preços podem ser mais acessíveis mas os senhorios não assinam contratos nem passam recibos, denuncia esta quinta-feira o Público.

Essa é uma das obrigações do apoio que, em Lisboa, tem vindo a aumentar dos 264 euros pagos em 2020 para os 484 euros que serão pagos no próximo ano letivo, explica o diário. Ao jornal, Francisco Fernandes, presidente da Federação Académica do Porto (FAP), “o Ministério das Finanças sabe que a dotação [para esses apoios] é muito superior ao valor executado” porque “não existem quartos no mercado oficial”. Dando como exemplo o Porto, “há 24 mil estudantes deslocados e apenas 750 camas” no mercado onde se passam recibos.

O Público destaca ainda outro “efeito perverso” da situação no mercado habitacional em Portugal: dos 10.731 bolseiros que pediram e receberam o apoio ao alojamento no ano letivo anterior, 7.228 estavam alojados em residências estudantis dos serviços de ação social, onde pagavam cerca de 84 euros por mês, montante que o complemento de alojamento paga por inteiro. Em contrapartida, o preço médio de um quarto no mercado oficial em Lisboa ronda os 480 euros por mês e no Porto os 387, segundo os últimos dados do Observatório do Alojamento Estudantil citados pelo jornal.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 22 de agosto

  • ECO
  • 22 Agosto 2024

Ao longo desta quinta-feira, 22 de agosto, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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“Almofada” da Segurança Social já cobre dois anos de pensões

  • ECO
  • 22 Agosto 2024

Segundo o Governo, em julho, o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFFS) passou a ter capacidade suficiente para pagar dois anos de pensões, tendo por referência o ano de 2023.

Pela primeira vez, a “almofada” que vai servir para financiar o sistema de pensões quando este entrar em défice passou a ter capacidade de pagar “pelo menos” dois anos de pensões, tendo por referência o ano de 2023, como manda a lei de bases da Segurança Social. No final de julho, o valor do Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS) atingiu 34,675 mil milhões de euros.

A notícia foi avançada esta quinta-feira pelo Jornal de Negócios, que salienta a valorização de 800 milhões de euros do FEFSS entre junho e julho, mês em que apresentou uma rendibilidade homóloga de 8,21%, e com transferências “marginais”. Os 34,675 mil milhões de euros correspondem “à despesa, em 2024, com 24,04 meses de pensões do regime contributivo”, disse ao jornal fonte oficial do Ministério da Segurança Social.

Apesar do bom desempenho em julho, o ECO noticiou nesse mês que o só no primeiro semestre do ano esta reserva da Segurança Social recebeu uma injeção histórica de perto de 3,6 mil milhões de euros, a segunda maior transferência de recursos para o FEFFS pelo Estado nos seus 35 anos de existência, período no qual recebeu injeções que totalizam quase 24 mil milhões. Contudo, a gestão do fundo está bastante limitada na alocação deste capital e, no semestre, o fundo teve uma valorização de apenas 1,5%, perdendo para a inflação.

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#14 As férias de Vítor Ribeirinho. “Setembro é um mês de balanço da nossa performance”

  • ECO
  • 22 Agosto 2024

Após um ano "desafiante", o CEO da KPMG planeia praticar surf, ténis e padel com amigos e familiares nas férias, com também com devido tempo alocado ao descanso e dois livros.

  • Ao longo do mês de agosto, o ECO vai publicar a rubrica “Férias dos CEO”, onde questiona os gestores portugueses sobre como passam este momento de descanso e o que os espera no regresso.

Senior Partner e CEO desde outubro de 2021, Vítor Ribeirinho aponta para o mês de setembro como “muito importante na vida da KPMG”, com o fecho das contas anuais e o lançamento do Business Plan para três anos. Antes disso, um período de férias dedicadas à família, ao desporto, à leitura e ao descanso.

Que livros, séries e podcasts vai levar na bagagem e porquê?

Este foi um ano particularmente desafiante, em termos profissionais e em termos pessoais, pelo que o pouco tempo de férias que vou ter procurarei dedicar principalmente à família, bem como procurar fazer algumas coisas que durante o ano são mais complicadas de concretizar, como fazer surf (sou um amador, mas é uma atividade familiar que sempre nos diverte) ou jogar uma boa partida de ténis e/ou padel com os amigos.

Ainda que o lazer seja o centro da minha atividade, procurarei ter algum tempo de descanso e de leitura que dedicarei a dois livros que levo na mala este ano:

i) 2030 do Mauro F. Guilén, que nos traz uma visão muito interessante e realista do que nos espera para os próximos 6 anos que nos falta percorrer até 2030 e sobretudo como poderemos enfrentar as consequências.

Este é um livro que considerei oportuno ler numa fase do ano em que necessariamente acabamos sempre por fazer uma introspeção pessoal sobre o ano que passou, mas também do que queremos avaliar e executar com as nossas equipas para o próximo ciclo;

ii) Business Model You, escrito pelo Tim Clark e pelo Bruce Hazen, e que propõem uma reflexão interessante sobre o trabalho que desempenhamos e como servimos as organizações.

Os autores apresentam o conceito de modelo de negócio numa ótica pessoal de carreira profissional em que é fundamental entender não só a nossa proposta de valor, mas todos os seus elementos como clientes, recursos, canais etc. É através deste mindset claro e estruturado que surge a proposta de como podemos reinventar-nos e fazermos crescer o nosso valor.

A escolha deste livro, que me foi recomendado por um membro da minha equipa, é para mim natural, sobretudo porque a reflexão que resulta da sua leitura é abrangente a qualquer profissional seja qual for a sua posição na organização,

Desliga totalmente ou mantém contacto com as equipas durante as férias?

Este é um momento que considero importante que cada membro das minhas equipas possa ter para si próprio e para as suas famílias. Tenho a melhor equipa que um líder pode desejar e gosto de pensar que a nossa relação e a nossa cumplicidade marcam o sucesso da minha organização, contudo, como qualquer relação precisamos de desligar e reenergizar para voltarmos mais fortes.

Sem prejuízo desta predisposição, o nosso propósito também passa pela excelência dos serviços que prestamos aos nossos clientes e da sua tempestividade, pelo que nos mantemos organizados para que possamos responder a qualquer uma das necessidades dos nossos clientes ou das nossas pessoas.

As férias são um momento para refletir sobre decisões estratégicas ou da carreira pessoal?

Numa organização como a KPMG, não existe espaço para individualidades, somos muito mais fortes em equipa, pelo que mesmo sobre as minhas reflexões procuro sempre passá-las e testá-las com os membros da minha Comissão Executiva. Neste período de férias não é diferente e por isso faço questão de as ir registando, para que na rentrée as possamos avaliar em grupo e complementá-las quando necessário.

Que temas vão marcar o seu setor na rentrée?

O mês de setembro é sempre muito importante na vida da KPMG, porque é o nosso mês 12, em que fechamos as nossas contas anuais, fazemos um balanço da nossa performance, lançamos o nosso Business Plan para os próximos três anos. Mas este é para mim um momento de grande satisfação enquanto líder da KPMG, porque é o mês em que retribuímos às nossas pessoas, através das promoções, atualizações salariais, bónus de desempenho, reuniões de feedback e de definição de objetivos de carreiras, tudo o que deram à KPMG ao longo dos últimos 12 meses.

Outro dos momentos que marcará sem dúvida a nossa rentrée é o ingresso de mais um grupo de ‘new graduates’, e que este ano ultrapassam os 200 e permitirão à KPMG pela primeira vez ultrapassar os 2.000 profissionais e as mais de 1.000 contratações em 3 anos.

Ao nível do nosso setor, naturalmente que não vivemos numa ilha e por isso o que afeta atualmente a conjuntura global é igualmente muito importante para a KPMG Portugal, que nos últimos anos é uma organização virada para o exterior (em 2023 desenvolvemos projetos em 23 geografias distintas).

Estaremos por isso particularmente atentos ao futuro do nosso país, sobretudo com a maior ou menor estabilidade política que o Orçamento do Estado para 2025 nos pode trazer, à continuidade ou agravamento do conflito a leste entre a Ucrânia e a Rússia, bem como o que está acontecer na faixa de gaza e o seu alargamento à escala global. Por último, e não menos importante, é incontornável, que os desfechos das eleições presidenciais dos EUA vão seguramente ter que ser considerados no nosso plano estratégico que cada vez mais são desenhados numa ‘nova normalidade’ de incerteza.

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Bloq.it conta superar 150 trabalhadores ainda este ano. Tem abertas 50 vagas

Tecnológica Bloq.it tem 50 vagas abertas para perfis júnior, intermédios e até sénior. O objetivo? Ultrapassar os 150 trabalhadores até ao fim do ano. Em 2025, a meta será chegar aos 200 empregados.

Desde o início do ano, a tecnológica portuguesa Bloq.it já mais do que duplicou o número de trabalhadores que tem ao seu serviço, contando agora com mais de 100 empregados. E está a planear superar a fasquia dos 150 profissionais até ao final de 2024, avança Solange Alvito, em conversa com o ECO. A head of talent explica que o regime flexível, as oportunidades de progressão, as lideranças experientes e o salário acima do mercado têm facilitado o recrutamento.

Solange Alvito é head of talent da Bloq.it

“No início de 2024, éramos cerca de 50 pessoas. Neste momento, já somos cerca de 120, entre Portugal, França, Itália e nómadas digitais“, avança a responsável de recursos humanos desta empresa portuguesa que desenvolve tecnologia para cacifos inteligentes.

Neste momento, a Bloq.it tem abertas cerca de 50 vagas de emprego, das quais, pelo menos, seis em Lisboa. O objetivo é, portanto, ultrapassar a barreira dos 150 empregados ainda este ano, sendo que Solange Alvito garante que há uma série de fatores que têm facilitado o recrutamento, numa altura em que tantas empresas se têm queixado da escassez de talento e de dificuldades nas contratações.

“Temos conseguido fechar bastantes vagas ao longo deste ano, acima de tudo porque há alguns fatores que nos distinguem. Um deles tem que ver com a própria equipa que faz o recrutamento. A equipa de recrutadores é composta por pessoas que estão habituadas a recrutar há muitos anos. Isso facilita imenso, nomeadamente, a encontrar o perfil certo“, salienta a head of talent.

Por outro lado, os processos de recrutamento desta tecnológica contam, regra geral, com a participação também dos líderes que vão estar próximos dos potenciais trabalhadores, o que é uma mais-valia, defende Solange Alvito. “Grande parte dos nossos líderes são pessoas altamente experientes. Aportamos muito conhecimento técnico e isso faz com que quem está a fazer o processo de entrevista se sinta confiante ao dar este passo“, detalha a responsável.

Há também a destacar, afirma a head of talent, o salário acima da média do mercado, a possibilidade de criar um impacto no negócio — o que é mais raro numa empresa já “altamente estruturada”, em contraste com o momento de expansão da Bloq.it — e o próprio regime de trabalho, que se caracteriza pela sua flexibilidade em termos de horários e de local de trabalho.

“Trabalhamos onde quisemos, mas temos um modelo híbrido, no sentido em que há alguns momentos em que gostamos de ter as pessoas no escritório. Por exemplo, na partilha dos resultados e do que as equipas estão a fazer”, explica a head of talent.

E acrescenta: “Somos uma empresa jovem. Temos muitos pais e mães de primeira viagem. Por isso, temos um horário flexível para ajudar ao equilíbrio entre a vida pessoal e profissional”.

A propósito, Solange Alvito avança que a equipa de liderança é composta por pessoas com 35 anos a 47 anos, com dez ou 15 anos de experiência. Já as demais posições são ocupadas por profissionais, regra geral, mais jovens.

Vagas tanto para funções sénior como júnior

Bloq.it já tem empregados em França e Itália, além de Portugal.

Na meia centena de vagas que estão, neste momento, abertas na Bloq.it, há posições de entrada, mas também cargos intermédios e até funções sénior.

A responsável pelo talento pormenoriza, em conversa com o ECO: “temos funções de alto nível — por exemplo, temos vaga para um VP de engenharia de software e outra para um VP de engenharia de hardware –, mas também funções mais intermédias ou júnior. Aí temos desde funções em front-end, back-end ou cibersegurança”.

Solange Alvito esclarece que é “mais difícil” recrutar para os cargos de liderança, já que tendencialmente não são os profissionais que se candidatam. Ao invés, são os recrutadores que entram em contacto com os profissionais. “Acaba por fazer com que os processos sejam mais demorados e que seja mais difícil encontrar o perfil certo que procuramos”, argumenta a responsável.

Já nos perfis intermédios ou júnior, a quantidade de candidaturas é o principal desafio, aponta a mesma. “Na semana passada, abri uma vaga para a minha equipa na sexta-feira, e na segunda-feira já tinha 100 candidaturas. Era para um perfil intermédio. Isto não acontece nas lideranças”, avança a head of talent.

Portugal tem muitas pessoas talentosas. Tendencialmente, procuramos em Portugal. Mas há certas funções em que é preciso procurar localmente.

Solange Alvito

Head of talent da Bloq.it

Solange Alvito acrescenta que, neste momento, o grande foco é recrutar para a área tecnológica, mas há oportunidades de emprego em todos os departamentos, para acompanhar o crescimento do negócio (em 2023, esta empresa viu as suas receitas crescerem 500% e conseguiu mais de 17 milhões de euros em vendas).

“Portugal tem muitas pessoas talentosas. Temos pessoas com muito boas capacidades técnicas, mas também de soft skills. Tendencialmente, procuramos em Portugal. Mas há certas funções em que é preciso procurar localmente, para satisfazer as necessidades locais dos nossos clientes”, nota ainda a mesma responsável.

Prémio para quem indicar candidatos

Além dos fatores já referidos que têm sido críticos na atração de talento, há também um programa interno que está a facilitar o recrutamento: o sistema de referenciação.

“É um sistema muito forte. Cada vez que um colaborador referencia e tem sucesso na referenciação fazemos a atribuição de um valor, que é muito atrativo. Tem sido uma forma de fechar muitas vagas, incluindo lideranças”, declara Solange Alvito, que sublinha que, ao abrigo deste programa, o candidato “já chega a saber que empresa é, qual o produto e como funciona“.

Questionada, a head of talent não revela, contudo, o valor do prémio atribuído ao trabalhador que referencia o novo empregado, justificando-o com a revisão em curso do montante. Indica, porém, que se trata de um valor fixo, que é pago em duas tranches: no momento da entrada do novo trabalhar e após seis meses.

Além deste sistema, a Bloq.it tem apostado na ligação à academia para preencher as suas vagas, nomeadamente através de feiras de emprego. “Tudo o que seja uma oportunidade pata dar a conhecer o nosso produto. Temos também algumas pessoas da liderança, para que os jovens possam saber com quem vão trabalhar”, salienta a responsável.

“Já estamos a fazer a nossa listagem dos eventos em que queremos participar. Faz parte das nossas estratégias”, garante a mesma.

Além de atrair, é preciso reter talento

Bloq.it já tem parcerias com empresas de topo da área da logística, como como a DHL eCommerce e a Vinted Go.

Num mercado marcado por uma “guerra pelo talento”, não importa só atrair profissionais. Também há que os reter. E a Bloq.it está a conseguir fazê-lo, garante Solange Alvito.

“Confesso que temos números baixos de rotatividade. É algo que me surpreendeu, quando entrei. Normalmente, nas startups há muita rotatividade, principalmente nos perfis mais jovens. Neste caso, a rotatividade é muito baixa. No trimestre passado, tivemos duas pessoas que saíram“, adianta a head of talent.

E o que explica esse sucesso? Primeiro, as lideranças experientes. Depois, as oportunidades de progressão não só verticais, mas também horizontais, identifica a responsável.

Há também a realçar, diz, o regime flexível de trabalho, o salário, a possibilidade de “deixar uma pegada” e ainda a formação. “Tentamos estabelecer processos de formação que sejam especializados por área, mas também que sejam transversais a qualquer área, como as soft skills e as funções de liderança”, detalha Solange Alvito.

Este crescimento traz algumas dores e é algo em que estamos a trabalhar, para que não se vá perdendo a identidade e a cultura.

Solange Alvito

Head of talent da Bloq.it

Já de olhos em 2025, a head of talent arrisca prever que esta tecnológica portuguesa ultrapassará os 200 trabalhadores.

“O nosso objetivo não é crescer a equipa só por crescer. É ter a equipa a crescer de forma sustentável e preparada para o futuro. Este crescimento traz algumas dores e é algo em que estamos a trabalhar, para que não se vá perdendo a identidade e a cultura. Por isso é que fazemos um encontro todos os meses. Estamos todos no mesmo barco e sabemos para onde vamos, embora as responsabilidades sejam diferentes“, remata a responsável.

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BdP deverá obrigar bancos a devolver cobranças indevidas no cancelamento de créditos da casa

BdP detetou indícios de infração sobre os limites à cobrança de despesas adicionais no cancelamento de hipotecas e aponta como "provável" novas medidas de supervisão para corrigir irregularidades.

O Banco de Portugal (BdP) detetou, durante uma inspeção junto dos bancos, casos com indícios de infração sobre o cumprimento dos limites à cobrança de despesas adicionais associadas ao cancelamento de hipotecas, sendo “provável” que as instituições financeiras tenham de devolver aos clientes os encargos indevidamente recebidos.

A posição da entidade liderada por Mário Centeno consta de um parecer enviado ao parlamento, após a deputada comunista Paula Santos ter questionado o regulador, depois do partido ter recebido relatos de situações em que alegadamente os bancos estavam a cobrar “ilegalmente” valores correspondentes ao cancelamento de hipotecas.

A partir de 1 de janeiro de 2021, as instituições de crédito passaram a estar obrigadas a emitir e disponibilizar aos mutuários, no prazo de 14 dias úteis após o termo do contrato, e de forma gratuita, o documento de cancelamento de hipoteca. Contudo, a lei sofreu alterações a partir de junho de 2023 e as instituições passaram a só poder cobrar as despesas adicionais associadas à emissão do distrate quando “prestem o consentimento para o cancelamento do registo de hipoteca por via eletrónica” ou quando subscrevam o documento de cancelamento de registo de hipoteca na presença de funcionário do serviço de registo quando é feito esse pedido. Tal como já tinha sinalizado, o supervisor bancário entende “que a lei não proíbe que as instituições de crédito imputem aos clientes bancários as despesas em que incorram referentes ao reconhecimento de assinaturas no documento de cancelamento da hipoteca”.

No entanto, iniciou em 2023 uma ação de inspeção, ainda em curso, “para avaliar o cumprimento dos limites à cobrança de despesas adicionais associadas à emissão de distrate [documento de cancelamento dos créditos à habitação], resultantes da Lei nº 24/2023”. É nesta ação de inspeção que detetou sinais de que estavam a ser cobrados indevidamente encargos adicionais no cancelamento dos créditos da casa.

“No âmbito da ação inspetiva em curso, o Banco de Portugal identificou também indícios de infração ao quadro legal e regulamentar aplicável”, pode ler-se no parecer de resposta ao PCP. Neste sentido, considera como “provável a adoção, no final deste procedimento, de novas medidas de supervisão tendentes à retificação das situações irregulares detetadas”.

Em 2022, o BdP já tinha realizado uma inspeção para avaliar o cumprimento da proibição de cobrança de comissões associadas à emissão e disponibilização de distrate, tendo sido “detetadas várias situações irregulares relacionadas com a cobrança indevida de comissões”, o que levou “à emissão de determinações específicas dirigidas a 75 instituições de crédito, tendo culminado na devolução de 9.806,00 euros aos clientes”, conforme identificado no relatório de supervisão comportamental de 2023.

O supervisor revela ainda que recebeu, entre janeiro de 2021 e julho de 2024, 220 reclamações contra a banca relacionadas com comissões e encargos associados à emissão do documento de cancelamento de hipoteca. No entanto, “embora alguns reclamantes contestem a imputação de despesas relacionadas com a emissão e disponibilização do distrate, não foram até ao momento, identificados indícios de infração especificamente relacionados com estas práticas”.

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Banif vendeu banco no Brasil por cêntimos após “sacrifício” de 93 milhões

Ainda assim, a comissão liquidatária considera que valeu a pena o esforço financeiro pois a venda do banco brasileiro livra Portugal de uma “responsabilidade ilimitada” em caso de liquidação forçada.

O Banif Brasil foi finalmente vendido em julho do ano passado por um real (16 cêntimos, ao câmbio atual), mas manter o banco em atividade representou um “sacrifício” de 93 milhões de euros, de acordo com as contas da comissão liquidatária do Banif. Que considera, ainda assim, que o esforço valeu a pena porque a venda ao Banco Master libertou o Estado português de uma “responsabilidade ilimitada” em caso de liquidação forçada da instituição brasileira.

“Considerando todos os custos incorridos ao longo de 2023 relacionados com o Banco Banif Brasil verifica-se que cerca de 1,13 milhões de euros foram injetados naquela instituição, direta ou indiretamente, a juntar ao valor dos anteriores suprimentos e custos de vária índole e aos ativos carrilados para o Banif Brasil com o Plano de Solução, em fevereiro de 2017 (78,48 milhões de euros) e os custos assumidos para a resolução da contingência relativa ao caso Metrus , em abril de 2019 (cerca de 13,5 milhões de euros, acrescido de honorários e fees de sucesso), o que dá uma ideia do sacrifício feito para manter a subsidiária brasileira em atividade até à conclusão da sua venda”, indica o relatório e contas do Banif relativo a 2023 e consultado pelo ECO.

Um dos processos que ficou resolvido em 2023 dizia respeito à Postalis, uma instituição de segurança social dos Correios de São Paulo, “que tinha obtido uma condenação judicial do Banif Brasil, no valor de 40 milhões de reais, por uma fiança em tempos prestada”. Após negociações, as duas partes chegaram a um acordo em julho do ano passado para um pagamento à Postalis de 1,75 milhões de reais (cerca de 246 mil euros).

Apesar da fatura total de 93,11 milhões de euros, a comissão liquidatária liderada por José Bracinha Vieira não tem dúvidas de que as “vantagens da venda superavam largamente as responsabilidades (potenciais e limitadas) com que a liquidação ficou, nomeadamente porque a venda fez cessar a responsabilidade ilimitada do Estado português, enquanto entidade controladora última do Grupo Banif Brasil, por vários tipos de passivos deste, em caso de liquidação forçada por decisão do BACEN”.

A comissão liquidatária não refere os valores das responsabilidades que poderiam pender para os cofres dos contribuintes, usando apenas o termo “volumosas”.

O Banif Brasil, que se encontrava em liquidação ordenada, acabou por ser finalmente vendido no dia 2 de julho do ano passado, a um domingo, no seguimento de uma comunicação do Banco Master ao banco central do Brasil, colocando um ponto final a um processo que se arrastava desde 2017.

Prestes a fechar bancos nas Caimão e Malta

Com a venda do banco no Brasil, o Banif passou a ter apenas três sociedades nas Ilhas Caimão e em Malta, que herdou da resolução de dezembro de 2015. Duas delas estão prestes a fechar.

“Tudo leva a crer que até final do verão de 2024 se concluam os processos de liquidação das sociedades Banif Holding Malta e Banif International Holding, pelo que o ‘grupo’ ficará reduzido à sua participação de controlo no Banif Cayman LTD, o qual, se falharem as diligências em curso com o BNYM, terá de ser encaminhado para um processo de liquidação judicial junto do tribunal de Cayman”, adianta a comissão liquidatária no mesmo relatório.

Da lista inicial de sociedades detidas pelo Banif constavam ainda o Banco Cabo-Verdiano de Negócios (vendido em 2017), a Banif Brasil Ltd (vendida em 2020) e a Banif Securities Holding, Ltd (dissolvida em 2019).

Bracinha Vieira lidera comissão liquidatária do Banif.

2.200 impugnações à lista de credores já têm resposta

Para lá da venda ou encerramento das unidades que o Banif tinha em várias jurisdições, grande parte do trabalho da comissão de liquidação do Banif tem passado pelo processo relacionado com os credores do banco.

No início do ano passado foi apresentada lista de créditos reconhecidos com 3.510 credores a reclamarem de créditos de cerca de 950 milhões, incluindo o Fundo de Resolução, que tenta recuperar o empréstimo de 490 milhões que ajudou a suportar a resolução do final de 2015.

Até abril deste ano, a comissão de liquidação, com o apoio jurídico da sociedade de advogados Sérvulo, esteve a responder às quase 2.200 impugnações judiciais à lista de credores.

O banco em liquidação dispõe de um ativo de apenas 50 milhões de euros (que corresponde ao crédito fiscal que recebeu no ano passado), que será insuficiente para pagar a todos os credores. De acordo com um relatório independente, acionistas e credores com dívida subordinada não terão direito a qualquer compensação do Fundo de Resolução no âmbito do mecanismo “no creditor worse off”, enquanto os credores comuns conseguiriam receber 12,7% das suas aplicações em caso de liquidação imediata.

O processo de liquidação do Banif deverá terminar entre 2027 e 2028, de acordo com as últimas estimativas da comissão liquidatária.

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A melhoria dos ratings e o crescimento económico reforçam a confiança nas empresas espanholas

  • Servimedia
  • 22 Agosto 2024

Almirall, Enagás, IAG e Criteria Caixa destacam-se entre as empresas que viram as suas cotações melhoradas.

A situação financeira das empresas espanholas melhorou significativamente, impulsionada pela crescente confiança na sua solidez. Os balanços das empresas mostraram resiliência no contexto atual, o que reforçou a confiança dos investidores e se reflectiu em múltiplas subidas de rating por parte das agências de notação. Entre os casos mais notáveis contam-se a Almirall, a Enagás, o IAG e a Criteria Caixa.

Em junho, a Moody’s subiu a notação de crédito de longo prazo da Criteria Caixa de Baa2 para Baa1, na sequência da apresentação do seu plano estratégico até 2030. A agência manteve uma perspetiva positiva, destacando a forte governação da Criteria, a sua boa liquidez e a sua flexibilidade para rentabilizar os investimentos. Além disso, a agência considerou positivo o seu compromisso de moderar a alavancagem e o reinvestimento dos rendimentos financeiros residuais após o pagamento de dividendos. No entanto, a Moody’s observou também que as notações da Criteria são “algo limitadas” devido à concentração dos ativos e das atividades em Espanha.

A Moody’s também apoiou a estratégia da Almirall este mês, melhorando a sua notação de Ba3 para Ba2 e elevando a notação das suas obrigações sénior sem garantia. A agência prevê um forte crescimento para a Almirall, impulsionado pela sua carteira de produtos dermatológicos, refletindo o êxito da sua abordagem estratégica. A agência espera que as receitas da Almirall cresçam cerca de 10% ao ano em 2024-25, graças ao crescimento contínuo das vendas dos produtos biológicos Ebglyss – com receitas estimadas em mais de 100 milhões de euros em 2025 – e Ilumetri, que registou um crescimento de 25% no primeiro semestre de 2024 e atingiu vendas de 187 milhões de euros em 12 meses.

No caso da Enagás, a Moody’s elevou a sua perspetiva de estável para positiva na sequência da venda da sua participação na Tallgrass, que irá melhorar o seu perfil financeiro ao reduzir a dívida líquida em cerca de mil milhões de euros. No entanto, a agência advertiu que o aumento das despesas de capital a partir de 2027, principalmente devido ao desenvolvimento da espinha dorsal do hidrogénio, poderá afetar negativamente as suas métricas de crédito. Apesar disso, a liquidez da Enagás manter-se-á sólida nos próximos 24 meses, reforçada pelo produto desta venda.

A agência de notação de crédito Fitch Ratings também melhorou a notação da Enagás.

No setor da aviação, a IAG registou uma subida de 6,1% das suas ações após a subida da sua notação pela Moody’s, que colocou todas as notações do grupo em revisão para subida. A agência considera que o ambiente económico continua favorável, o que poderá permitir à IAG retomar o pagamento de dividendos a partir de 2025, num contexto de reservas e rendimentos mais elevados do que em 2023.

Além disso, a S&P Global melhorou a perspetiva da IAG de estável para positiva, devido à probabilidade de a notação e a dívida da empresa poderem ser melhoradas nos próximos 12 a 24 meses.

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Elisabeth Borne candidata-se à liderança do partido de Macron

  • Lusa
  • 21 Agosto 2024

Borne explicou que a atual "instabilidade" política, com uma Assembleia Nacional onde "ninguém" será capaz de aplicar o seu programa, obriga os partidos políticos a desenvolverem um projeto nacional.

A antiga primeira-ministra francesa Elisabeth Borne anunciou esta quarta-feira que se candidata à liderança do partido Renascimento, fundado pelo presidente Emmanuel Macron, com o objetivo de relançar o partido após o recente desastre eleitoral.

Em entrevista ao Le Parisien, Borne explicou que a atual “instabilidade” política, com uma Assembleia Nacional onde “ninguém” será capaz de aplicar o seu programa, obriga os partidos políticos a desenvolverem um projeto nacional que “dê esperança aos franceses”.

A agora deputada defendeu que o Renascimento não deve limitar-se apenas a apoiar Macron, que não poderá recandidatar-se em 2027, numa tentativa de dar à instituição uma personalidade própria, independente da figura presidencial. Borne, no entanto, não deve ser a única candidata no próximo congresso e continua provável a hipótese de o primeiro-ministro cessante, Gabriel Attal, vir a entrar na ‘corrida’.

Attal, que substituiu Borne como chefe do executivo no início deste ano, não descartou essa possibilidade após ser eleito líder do grupo parlamentar. Na sexta-feira, Macron vai iniciar uma ronda de contactos com os vários partidos para tentar aproximar posições e nomear brevemente um novo primeiro-ministro.

A Nova Frente Popular, coligação de esquerda que venceu as eleições em julho, propôs a economista Lucie Castets para o cargo.

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Rússia anuncia novos voos espaciais partilhados com EUA para 2025

  • Lusa
  • 21 Agosto 2024

A Roscosmos e a NASA, que mantêm a cooperação institucional apesar da guerra na Ucrânia concordaram em prolongar por mais um ano o acordo sobre voos partilhados. Europeia ESA suspendeu colaboração.

A Rússia anunciou esta quarta-feira novos voos espaciais partilhados com os Estados Unidos para 2025, ano em que um astronauta norte-americano seguirá para a Estação Espacial Internacional (EEI) numa nave Soyuz e um cosmonauta russo numa cápsula Crew Dragon. Segundo a agência espacial russa (Roscosmos), o cosmonauta Kirill Peskov voará em fevereiro como membro da missão Crew-10, operada pela empresa aeroespacial norte-americana SpaceX, do magnata Elon Musk.

Farão parte da mesma missão rumo à EEI as astronautas Anne McClain e Nichole Ayers, ambas da agência espacial norte-americana (NASA), e o astronauta japonês Takuya Onishi. Em março do próximo ano, o astronauta da NASA Jonathan Kim viajará para a EEI a bordo de uma nave russa Soyuz MS.

A Roscosmos e a NASA, que mantêm a cooperação institucional apesar da guerra na Ucrânia – que levou a congénere europeia ESA a suspender relações com a agência russa – concordaram em novembro prolongar por mais um ano o acordo sobre voos partilhados. O acordo, assinado em julho de 2022, cinco meses depois da invasão da Ucrânia pela Rússia, previa inicialmente o transporte de três cosmonautas russos em naves Crew Dragon e três astronautas norte-americanos em naves Soyuz MS entre 2022 e 2024.

A Roscosmos adiantou que enviará para o espaço em 2026, a bordo de uma Soyuz MS, três tripulantes, incluindo Anna Kíkina, a única mulher no corpo de cosmonautas da agência espacial russa. Em 2021, a Roscosmos tinha anunciado a intenção de abandonar a EEI, a “casa” e laboratório dos astronautas na órbita terrestre, a partir de 2025 e construir a sua própria estação espacial, uma nova, depois da Mir, que funcionou entre 1986 e 2001.

A Estação Espacial Internacional, que começou a funcionar em 2000, resulta de uma parceria entre as agências espaciais dos Estados Unidos, Rússia, Japão, Canadá e Europa. A sua operacionalidade foi estendida até 2030.

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Mediadores adiam negociações de trégua em Gaza “até novo aviso”

  • Lusa
  • 21 Agosto 2024

O adiamento desta nova ronda negocial ocorre num momento de tensão máxima, já que as conversações estão num impasse devido a novas exigências israelitas, que o Hamas rejeita.

Os mediadores do Egito, Qatar e Estados Unidos adiaram, “até novo aviso”, a ronda de negociações para um cessar-fogo em Gaza que começaria na quarta-feira no Cairo com a participação de Israel, segundo fonte próxima do processo. A mesma fonte, citada pela agência de notícias espanhola Efe, indicou que “as negociações foram adiadas para uma data não especificada”, acrescentando que as equipas de negociação dos Estados Unidos, do Qatar e de Israel não se encontram na capital egípcia.

Não foram indicados os motivos desta decisão, que surge depois de o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, ter esta madrugada abandonado Doha, a última paragem do seu nono périplo pelo Médio Oriente que o levou a Israel, Egito e Qatar, para pressionar o grupo islamita palestiniano Hamas a aceitar a proposta dos mediadores, apresentada na semana passada na capital qatari.

Antes de deixar Doha, Blinken afirmou que fará “tudo o que for possível” para que o Hamas aceite o último projeto de cessar-fogo que, segundo o responsável norte-americano, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanhayu, já aceitou. O adiamento desta nova ronda negocial ocorre num momento de tensão máxima, já que as conversações estão num impasse devido a novas exigências israelitas, que o Hamas rejeita, apesar de as partes mediadoras insistirem que estão a avançar no sentido de colmatar as lacunas existentes e alcançar uma trégua no enclave palestiniano.

Nos termos da mais recente proposta, como revelou uma fonte do Hamas citada pela Efe, Israel manteria uma “presença reduzida” no corredor de Filadélfia – que liga o Egito a Gaza – e não retiraria desse local nem de Netzarim, que divide o território palestiniano em dois. Com as novas exigências, Israel quer impedir que o grupo islamita reponha o seu arsenal de armas através de túneis de contrabando e que os combatentes do Hamas regressem ao norte do enclave, segundo a mesma fonte.

Nessa proposta de acordo, também não se refere claramente um cessar-fogo permanente na Faixa de Gaza, uma reivindicação do movimento palestiniano. Por todas estas razões, o Hamas mantém a sua rejeição da atual proposta em cima da mesa, considerando que altera substancialmente as bases anunciadas em maio pelo Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e que apenas satisfaz as exigências de Israel.

Israel declarou a 7 de outubro do ano passado uma guerra na Faixa de Gaza para “erradicar” o Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando 1.194 pessoas, na maioria civis. Desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) fez também nesse dia 251 reféns, 111 dos quais permanecem em cativeiro e 41 morreram entretanto, segundo o mais recente balanço do Exército israelita.

A guerra, que hoje entrou no 320.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza pelo menos 40.223 mortos (quase 2% da população) e 92.981 feridos, além de mais de 10.000 desaparecidos, na maioria civis, presumivelmente soterrados nos escombros após mais de dez meses de guerra, de acordo com números atualizados das autoridades locais.

O conflito causou também cerca de 1,9 milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa “situação de fome catastrófica” que está a fazer vítimas – “o número mais elevado alguma vez registado” pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.

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Governo vai ativar Mecanismo Europeu para envio de dois canadair para a Madeira

  • Lusa
  • 21 Agosto 2024

Na próxima hora vai ser reativado o "Mecanismo Europeu de Proteção Civil de forma a que possam vir dois aviões canadair com tipologia própria para atuar na Madeira".

O Governo vai ativar “na próxima hora” o Mecanismo Europeu de Proteção Civil para que possam ser enviados “dois aviões canadair” para ajudar no combate ao incêndio que lavra há oito dias na Madeira, disse fonte do executivo. “Vai ser ativado na próxima hora o Mecanismo Europeu de Proteção Civil de forma a que possam vir dois aviões canadair com tipologia própria para atuar na Madeira”, indicou à Lusa fonte do Governo da República.

O incêndio rural na ilha da Madeira deflagrou há uma semana, dia 14 de agosto, nas serras do município da Ribeira Brava, propagando-se progressivamente aos concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e, através do Pico Ruivo, Santana. Nestes oito dias, as autoridades deram indicação a perto de 200 pessoas para saírem das suas habitações por precaução e disponibilizaram equipamentos públicos de acolhimento, mas muitos moradores já regressaram, à exceção da Fajã das Galinhas, em Câmara de Lobos.

O combate às chamas tem sido dificultado pelo vento, agora mais reduzido, e pelas temperaturas elevadas, mas não há registo de destruição de casas e infraestruturas essenciais. Alguns bombeiros receberam assistência por exaustão ou ferimentos ligeiros, não havendo mais feridos.

Dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais, indicados pelo presidente do Serviço Regional de Proteção Civil, António Nunes, apontam para perto de 4.393 hectares de área ardida até às 12:00 de terça-feira. A Polícia Judiciária está a investigar as causas do incêndio, mas o presidente do executivo madeirense, Miguel Albuquerque, já disse tratar-se de fogo posto.

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