Pololikashvili vai candidatar-se à reeleição como Secretário-Geral do Turismo da ONU para o mandato 2026-2029

  • Servimedia
  • 6 Dezembro 2024

Pololikashvili está a receber apoio de diferentes países “graças ao seu trabalho desde 2018”, sublinha a sua comitiva.

O georgiano Zurab Pololikashvili, atual secretário-geral da ONU Turismo, cuja sede mundial é em Madrid, vai candidatar-se à reeleição para um novo mandato para o período 2026-2029, segundo fontes próximas confirmaram à Servimedia.

“Ele quer continuar, pretende candidatar-se, com o apoio de diferentes países, e está a conseguir isso graças ao trabalho de todo o seu mandato”, confirmaram a esta agência pessoas próximas de Zurab Pololikashvili. Destacam o seu conhecimento, com dois mandatos à frente do Secretariado Geral do Turismo da ONU, e a capacidade do georgiano de reunir apoios, como na última eleição, quando obteve 87 votos.

O Conselho Executivo do Turismo da ONU para eleger os candidatos realizar-se-á entre 28 e 30 de maio de 2025. O Conselho Executivo recomendará então à Assembleia Geral a pessoa que assumirá o Secretariado-Geral em novembro de 2025, na Arábia Saudita. O novo mandato decorrerá de 2026 a 2029.

Pololikashvili viu em primeira mão a recuperação do turismo após a covid-19. Este ano, foi alcançada uma taxa de recuperação de 95%, comparando os níveis atuais com os de 2019, o ano com o maior número de turistas da história. Esta recuperação do setor do turismo foi ajudada pela abertura da China, um dos maiores mercados turísticos do mundo.

Pololikashvili confirmou a decisão de anunciar a sua candidatura depois de regressar de uma viagem a Pequim (China), onde participou no Fórum Económico Mundial do Turismo (GTEF 2024), e manteve várias reuniões com altos responsáveis mundiais, como o ministro chinês do Turismo e da Cultura, o que vem juntar-se à intensa agenda de trabalho e de reuniões dos últimos meses, com o objetivo de conquistar o apoio de diferentes países do mundo.

Pololikashvili é secretário-geral do Turismo da ONU desde 2018 e quer agora candidatar-se à reeleição para tentar implementar medidas favoráveis ao desenvolvimento sustentável, impulsionar novas áreas de desenvolvimento e promover o turismo num “momento desafiante”, segundo a sua comitiva.

“O nosso setor dá-lhes a oportunidade de ganhar a vida. E de ganhar não só um salário, mas também dignidade e igualdade. Os empregos no setor do turismo também capacitam as pessoas e dão-lhes a oportunidade de encontrarem o seu lugar nas suas próprias sociedades, muitas vezes pela primeira vez”, afirma.

Zurab Pololiskashvili é Secretário-Geral da ONU Turismo desde janeiro de 2018. Anteriormente, ocupou vários cargos superiores nos setores público e privado. Depois de se formar em banca, adquiriu uma vasta experiência no setor privado, ocupando uma posição proeminente num dos maiores bancos da Geórgia e como diretor executivo da principal equipa de futebol do país, o FC Dinamo Tbilisi.

 

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Estado garante mesmas condições da Lone Star na venda do Novobanco

Ministério das Finanças negociou acordo com Fundo de Resolução e Lone Star para salvaguardar interesses do Estado na venda do Novobanco. Nomeadamente garante que vende ao mesmo preço dos americanos.

O mecanismo de capital contingente (CCA) tem os dias contados e vai abrir caminho à venda do Novobanco. Para acautelar os interesses do Estado neste processo, o Ministério das Finanças negociou um projeto de acordo com a Lone Star e o Fundo de Resolução (os outros dois acionistas) que, segundo apurou o ECO junto de fonte governamental, estabelece que todos terão as mesmas condições (incluindo preço) na operação de venda do banco, que deverá arrancar previsivelmente na primeira metade do próximo ano.

Este side agreement foi negociado entre as três partes nas últimas semanas no contexto do fim antecipado do CCA, que vai projetar o Novobanco para uma nova fase da sua vida, nomeadamente ao abrir a porta ao fundo americano para que possa finalmente avançar com a venda da sua participação de 75%.

O Ministério das Finanças já enviou a carta ao Fundo de Resolução a dar “luz verde” ao termo do CCA antes do tempo previsto. O banco irá realizar, de resto, uma assembleia geral extraordinária nos próximos dias para os acionistas colocarem um ponto final definitivo nesse contrato e vão aprovar ainda o novo acordo parassocial, de acordo com as informações recolhidas pelo ECO.

Lone Star e Fundo de Resolução já tinham um acordo (desde 2017) que regulava vários aspetos da vida do banco, incluindo quanto a uma venda direta ou a uma oferta pública inicial (IPO) da instituição financeira.

O novo contrato entre os acionistas vem, na prática, definir que os direitos e obrigações que são atualmente reconhecidos ao Fundo de Resolução se estendem ao Estado, que passou a deter, entretanto, uma participação de 11,46% no Novobanco por conta do regime de ativos por impostos diferidos (DTA). O que está em causa?

Audição do Ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, no âmbito da apreciação, na especialidade, da Proposta de Lei n.º 26/XVI/1.ª (GOV) para o Orçamento do Estado para 2025Hugo Amaral/ECO

Estado assegura mesmo preço, Lone Star pode forçar venda

Entre outros aspetos, o projeto de acordo inclui os mecanismos de “tag along e drag along no caso de a Lone Star avançar para a venda de uma parte ou da totalidade das suas ações diretamente a um terceiro.

Embora o CEO Mark Bourke esteja a trabalhar no sentido de colocar o Novobanco em bolsa, como tem repetido publicamente, não se exclui a possibilidade de uma venda direta a um banco, se essa opção maximizar o encaixe financeiro para o fundo norte-americano. E há muito que se especula que bancos espanhóis como o Santander e o Caixabank (dono do BPI) e o BCP possam avançar para a operação.

Nessa situação, o Fundo de Resolução e o Estado devem ser notificados pela Lone Star, podendo ambos exercer a “tag option” para exigir ao fundo americano que sejam incluídos no negócio nas mesmas condições que acordar com o comprador, designadamente no que respeita ao preço da ação.

Em contrapartida, a Lone Star também poderá acionar a “drag option” que “arrasta” tanto o Fundo de Resolução como o Estado para o processo de venda. Ou seja, o fundo americano pode forçar os outros dois acionistas públicos a venderem a sua participação, mas apenas se alienar mais de 75% da sua posição.

Mark Bourke, CEO do Novo Banco, em entrevista ao ECO - 02FEV24
Mark Bourke, CEO do Novobanco.Hugo Amaral/ECO

Estado deve facilitar IPO, mas não é obrigado a vender

No caso de um IPO, que se assume como cenário base para a Lone Star, o Estado e o Fundo de Resolução devem facilitar a operação. As três partes ainda terão de negociar os termos para uma transição ordenada do Novobanco como empresa cotada no mercado, através de um “IPO agreement” a ser celebrado no futuro.

Se a bolsa de valores for a opção escolhida pelos americanos, o Estado não é obrigado a colocar as suas ações no mercado – não se aplicando neste caso a cláusula de tag along.

Mas se pretender participar no IPO, o Estado terá as mesmas condições dos outros dois acionistas, incluindo o preço.

Este acordo tripartido surge no âmbito do término antecipado do CCA, o mecanismo criado em 2017 com a venda do Novobanco à Lone Star e que funcionou como uma espécie de garantia pública para o banco manter os rácios protegidos face a perdas com um conjunto de ativos tóxicos. O Fundo de Resolução injetou 3,4 mil milhões de euros entre 2018 e 2021, mas o fim do acordo (que só aconteceria no final do próximo ano) extinguirá todas as contingências relacionadas com o mecanismo.

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Sete anos depois, quanto custou a venda do Novobanco?

Sete anos depois, o acordo de capital contingente vai finalmente fechar as contas. Novobanco deixa de receber dinheiro do Fundo de Resolução, que ainda vai encaixar dividendos e com a venda de ações.

Criado em 2017 aquando da venda do Novobanco ao fundo Lone Star, o acordo de capital contingente (CCA) vai finalmente ser fechado. O mecanismo injetou milhões e milhões de euros para garantir a sobrevivência do banco. Quanto custou? A fatura ascende a 3,5 mil milhões de euros. Mas o Fundo de Resolução ainda vai encaixar dinheiro com dividendos e a venda de ações.

3.890 milhões de euros

Era o limite contratual da “garantia pública” prestada pelo CCA, que obrigou o Fundo de Resolução a injetar dinheiro no Novobanco sempre que as perdas com um conjunto de ativos tóxicos obrigassem a repor o rácio de capital nos 12,5%.

3.405 milhões de euros

Foi o valor efetivamente injetado pelo Fundo de Resolução no Novobanco ao abrigo do CCA, entre 2018 e 2021, para cobrir as falhas de capital provocadas perdas com ativos problemáticos herdados do BES.

Fonte: Novobanco e Fundo de Resolução

485 milhões de euros

É o valor do CCA que não foi utilizado. O fim antecipado do mecanismo elimina o risco (que já era praticamente nulo) de o Fundo de Resolução ter de realizar novas injeções no Novobanco.

99 milhões de euros

Valor que o Fundo de Resolução pagou ao Novobanco por conta da disputa no tribunal arbitral no valor de 172 milhões de euros, resultando assim numa “poupança” de 73 milhões. O Fundo de Resolução pagou esta compensação com os fundos que foram recuperados de um antigo empréstimo concedido pelo BES ao BESA há mais de dez anos e que o Novobanco dava praticamente como perdido.

Contas feitas, a fatura do CCA ascendeu a 3,5 mil milhões.

Donald Quintin, senior managing director do Lone Star.Paula Nunes / ECO

124 milhões de euros

Valor de uma terceira arbitragem iniciada pelo Novobanco, à qual se acrescentariam juros de mora que poderiam superar os 30 milhões. O fim do CCA extingue esta responsabilidade contingente para o Fundo de Resolução.

1.000 milhões de euros

O termo antecipado do CCA desbloqueia dos dividendos. Como o ECO revelou, o Novobanco poderá libertar no imediato (e perante autorização do regulador) cerca de 1.000 milhões de euros para os acionistas. Cerca de 130 milhões irão para os cofres do Fundo de Resolução e outros 120 milhões para a Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF), cabendo a fatia de leão ao fundo Lone Star, que receberá 750 milhões.

Para o ano existe a perspetiva de dividendos. E ainda a expectativa de um importante encaixe financeiro com a venda de ações do Novobanco. Dinheiro que vai reduzir a fatura do Fundo de Resolução com o banco.

Por outras palavras, dinheiro que vai reduzir a fatura dos bancos (que financiam o Fundo de Resolução) junto do Estado (que emprestou o dinheiro ao Fundo de Resolução para injetar no Novobanco).

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Sindicato Independente dos Médicos recusa aumento de 5% proposto pelo Governo

  • Lusa
  • 5 Dezembro 2024

O secretário-geral do SIM, que reivindica um aumento de 15%, adiantou que está agendada para segunda-feira uma nova reunião entre as duas partes "para manter essa dinâmica" das negociações.

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) rejeitou esta quinta-feira a proposta de aumento salarial de 5% apresentada pelo Ministério da Saúde, alegando que está a uma “distância muito considerável” dos 15% de acréscimo que reivindica.

Em declarações à Lusa após mais uma ronda negocial, o secretário-geral do SIM adiantou que está agendada para segunda-feira uma nova reunião entre as duas partes “para manter essa dinâmica” das negociações, uma vez que o protocolo negocial está previsto terminar no fim do ano.

“Vamos continuar a negociação já na segunda-feira e o Governo ficou de apresentar uma proposta melhorada”, referiu Nuno Rodrigues, ao salientar que a proposta de valorização salarial apresentada pelo ministério de Ana Paula Martins ficou ainda a uma “distância muito considerável” das pretensões do sindicato.

No final de 2023, o SIM chegou a um acordo intercalar com o anterior Governo para um aumento de 15% dos salários dos médicos para este ano, esperando que agora sejam cumpridos os restantes 15%. Nuno Rodrigues admitiu, porém, que esta percentagem pode ser repensada por parte do sindicato, caso seja possível alcançar um acordo global satisfatório para os médicos também nas outras matérias que estão em negociação.

“Se houver, em termos das condições de trabalho, muitas melhorias, nós poderemos repensar. Se não houver melhorias, a nossa posição é totalmente estática de nem menos um cêntimo”, assegurou o dirigente sindical. Nuno Rodrigues adiantou que mantém as expectativas sobre as soluções que o Governo vai apresentar no seu conjunto, referindo que “neste momento as propostas estão do lado” do ministério nas várias matérias que estão a ser negociadas.

“O processo negocial tem de estar concluído até final do ano e esperamos que dê um fortíssimo sinal aos médicos de que vale a pena ficar no Serviço Nacional de Saúde e que vão ter uma perspetiva de futuro. Nós não faremos nenhum acordo em que isso não esteja garantido”, afirmou o secretário-geral do SIM.

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Comissão de inquérito à Efacec aprovada. Só PS votou contra

A comissão parlamentar de inquérito vai tentar esclarecer quais serão, no total, os encargos para os contribuintes assumidos pelo Estado português com a Efacec.

A proposta da Iniciativa Liberal, de criar mais uma comissão parlamentar de inquérito (CPI), desta vez para investigar o que se passou na nacionalização e privatização da Efacec, foi aprovada esta quinta-feira. Só PS votou contra.

A proposta da Iniciativa Liberal pretende avaliar o exercício e as responsabilidades das tutelas políticas envolvidas na gestão Efacec e subsidiárias, quer seja no processo que levou à nacionalização da empresa em 2020, quer no processo depois de privatização.

Os liberais também querem escrutinar as decisões de gestão tomadas desde a nacionalização e de que forma essas decisões conduziram à queda de receitas, perda de fornecedores e quadros qualificados que ocorreram nesse período. Ou ainda esclarecer o envolvimento dos decisores públicos, como a Parpública e o Banco Português de Fomento, nas tomadas de decisão na Efacec.

O destino desta comissão de inquérito já estava traçado quando o PSD anunciou esta manhã que iria votar a favor. No dia anterior, quando a proposta foi debatida, o PSD teceu duras críticas à atuação do Governo anterior, mas não tinha deixado claro qual seria o seu sentido de voto.

O deputado social-democrata, Bruno Ventura, entreabriu a porta deixando o compromisso de “tudo fazer para apurar a legalidade deste processo”, mas não foi claro se vai viabilizar a comissão de inquérito proposta pela Iniciativa Liberal. Seja qual for o partido no poder, na visão do PSD, “o Estado é uma pessoas de bem que honrar os seus compromissos”, alertou, deixando assim implícito que o Governo não vai rasgar o contrato assinado com o fundo alemão Mutares.

Mais claros, Chega, CDS e PAN anunciaram logo na quarta-feira que iriam votar a favor. E o PS contra. A justificação foi avançada desde logo pelo deputado André Pinotes Batista. Os “objetivos [da privatização] foram total ou parcialmente cumpridos”, disse, contrariando aquela que é a avaliação do Tribunal de Contas que aponta precisamente o contrário – nenhum objetivo proposto foi alcançado. Também o facto “da atuação da tutela dos antigos governantes ser facilmente escrutinável” foi outra das razões apontadas para rejeitar a CPI.

“Nem tudo correu bem”, admitiu o deputado socialista, recordando que este processo de privatização “decorreu durante a maior pandemia do século”.

A ala mais à esquerda do Parlamento, Bloco e Livre tinham deixado em aberto se viabilizariam a comissão proposta pelos liberais, mas acabaram por o fazer. Tal como o PCP que viu também aprovado o seu aditamento – que pretendia ver introduzidas outras matérias a serem investigadas pela comissão –, com os votos a favor de todas as bancadas, exceto do PS que votou contra e da Iniciativa Liberal que se absteve. Uma votação que ocorreu antes mesmo da votação da própria comissão de inquérito e que permitiu desde logo perceber qual seria o sentido de voto dos partidos na votação seguinte.

Os comunistas propuseram que ao objeto de inquérito parlamentar fossem “aditados pontos como a real situação financeira do grupo aquando da intervenção do Estado, a responsabilidade dos acionistas privados, o papel da banca e de outros credores, acordos feitos com o comprador e consequências dessas decisões”. “Ou se esclarece isso ou corremos o risco de deitar poeira para os olhos e não esclarece nada”, disse o deputado António Filipe, no debate de quarta-feira.

O deputado Ricardo Araújo, do PSD, não participou nestas duas votações porque é quadro da Efacec.

(Notícia atualizada com mais informação)

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Infarmed precisa de mais quadros técnicos e vai ter novo estatuto em 2025, diz ministra

  • Lusa
  • 5 Dezembro 2024

Ana Paula Martins reconheceu, no parlamento, a necessidade de reforçar os quadros técnicos do Infarmed e também de dotar a Comissão de Ética para a Investigação Clínica de melhores condições.

A ministra da Saúde reconheceu esta quinta-feira que a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) precisa de reforçar os seus quadros técnicos e anunciou que esse organismo vai ter um novo estatuto no próximo ano.

“Não temos nenhuma dúvida da necessidade de reforçar os quadros técnicos do Infarmed e também de dotar a Comissão de Ética para a Investigação Clínica de melhores condições de trabalho”, afirmou Ana Paula Martins no parlamento durante o debate sobre duas propostas de lei do Governo sobre ensaios clínicos de medicamentos e dispositivos médicos, que pretendem regulamentar na lei portuguesa matérias já previstas em regulamentos comunitários há vários anos.

As iniciativas legislativas preveem a participação da Comissão de Ética para a Investigação Clínica, que os ensaios de medicamentos para uso humano estejam sujeitos a autorização prévia por parte do Infarmed, que a realização de ensaios clínicos em menores deve respeitar a sua vontade em participar e contraordenações para pessoas individuais e coletivas.

Depois de vários grupos parlamentares terem alertado, durante o debate, para a falta de recursos no Infarmed para garantir as suas atribuições de forma célere, Ana Paula Martins salientou que, nos últimos anos, o organismo foi reforçado na sua capacidade operacional, mas reconheceu não ter sido suficiente.

Durante 2023 e 2024, verificou-se a “reposição e o aumento do número de colaboradores, sobretudo, em funções técnicas, o que permitiu o reforço da capacidade operacional do Infarmed em várias áreas das suas atribuições e competências, com o enfoque particular para a avaliação de tecnologias da saúde”, salientou a ministra.

“Não é, efetivamente, o suficiente. Precisamos de um novo estatuto para o Infarmed e tencionamos fazê-lo durante o ano de 2025”, anunciou Ana Paula Martins, ao realçar que o Governo “está comprometido com a investigação clínica e com os ensaios clínicos” para permitir o acesso da população a tratamentos inovadores.

“Esta é também uma forma de garantir o acesso atempado a medicamentos inovadores, muitos deles para doenças incuráveis. Só assim colocaremos Portugal junto dos países de referência na Europa na área da investigação”, referiu a ministra. Afirmou ainda que as iniciativas legislativas em causa integravam a pasta de transição da anterior tutela, com o atual Governo a reconhecer a importância de adaptar o ordenamento jurídico nacional às regras aplicadas no contexto europeu.

“Não obstante os regulamentos serem obrigatórios e diretamente aplicáveis em todos os Estados-membros, torna-se necessário assegurar a sua execução na ordem jurídica interna, regulando as matérias em que os mesmos concedem margem de conformação”, referiu a ministra, apontado os exemplos da criação do registo nacional de estudos clínicos e a permissão para que os participantes possam continuar o tratamento com os medicamentos em causa após finalizado o respetivo ensaio.

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Sismo de magnitude 7 abala a Califórnia. Alerta de tsunami foi cancelado

  • Lusa e ECO
  • 5 Dezembro 2024

O sismo ocorreu a cerca de nove quilómetros a oeste de Ferndale, uma pequena cidade no condado costeiro de Humboldt e seguiram-se réplicas mais pequenas. Alerta de tsunami foi emitido.

Um forte sismo foi sentido esta quinta-feira no norte da Califórnia e as autoridades emitiram um alerta de tsunami, que entretanto foi cancelado.

O sismo ocorreu às 10:44 da manhã, 18:44 em Portugal, a cerca de nove quilómetros a oeste de Ferndale, uma pequena cidade no condado costeiro de Humboldt e seguiram-se réplicas mais pequenas, informou o serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS).

O sismo ocorreu a 10 quilómetros de profundidade, perto da pequena cidade de Eureka. O alerta de tsunami abrangeu uma grande parte da costa do Pacífico a norte de São Francisco.

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PSD de Lisboa pede nulidade de aprovação de referendo ao alojamento local

  • Lusa
  • 5 Dezembro 2024

PSD alega que das 6.528 assinaturas recolhidas para o referendo sobre alojamento local em Lisboa, apenas 4.863 eleitores se encontram “inscritos no recenseamento eleitoral" do munícipio.

O grupo do PSD na Assembleia Municipal de Lisboa (AML) pediu a nulidade da aprovação de um referendo sobre o alojamento local em Lisboa, perante a confirmação pelo Ministério da Administração Interna de apenas 4.863 assinaturas válidas de munícipes.

Segundo uma informação da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, datada de terça-feira, das 6.528 assinaturas de uma iniciativa popular para a realização de um referendo local sobre alojamento local em Lisboa, apenas 4.863 eleitores se encontram “inscritos no recenseamento eleitoral na respetiva área” do município.

Na verificação efetuada ao total de subscritores, o secretário-geral adjunto da Administração Eleitoral informou que foram ainda detetados 240 subscritores “em duplicado”, considerando-se apenas uma subscrição, 12 eliminados “por óbito”, 843 eleitores não inscritos em Lisboa e 570 com dados em que “não foi possível identificar os eleitores e, consequentemente, verificar a inscrição no recenseamento eleitoral”.

O secretário-geral adjunto concluiu que, “em relação aos números totais podem existir algumas divergências em virtude da inelegibilidade dos dados recolhidos (números de identificação civil e nomes)”.

O ofício, em resposta a uma solicitação da AML para a “verificação administrativa, por amostragem, da autenticidade das assinaturas e da identificação dos subscritores da iniciativa popular de referendo local”, foi recebido já após a aprovação, na terça-feira, da proposta para remeter ao Tribunal Constitucional a iniciativa popular para um referendo sobre o alojamento local em Lisboa.

A conversão da iniciativa popular para um referendo local sobre alojamento local em deliberação da AML foi aprovada com votos a favor de PS, Bloco de Esquerda, PEV, PAN, Livre e deputados não inscritos Miguel Graça e Daniela Serralha (Cidadãos por Lisboa), contra do PSD, CDS-PP, Iniciativa Liberal (IL), PPM, Aliança, Chega e deputada não inscrita Margarida Penedo, e abstenção do PCP e do MPT.

Em causa está a iniciativa popular promovida pelo Movimento Referendo pela Habitação (MRH), que propõe duas perguntas: Concorda em alterar o Regulamento Municipal do Alojamento Local no sentido de a Câmara Municipal de Lisboa, no prazo de 180 dias, ordenar o cancelamento dos alojamentos locais registados em imóveis destinados a habitação? Concorda em alterar o Regulamento Municipal do Alojamento Local para que deixem de ser permitidos alojamentos locais em imóveis destinados a habitação?

A proposta para um referendo ao alojamento local em Lisboa foi lançada em dezembro de 2022 e, na documentação entregue na AML, constava “um total de 6.550 cidadãos eleitores recenseados no município de Lisboa”, segundo o relatório da comissão eventual criada para apreciar a iniciativa popular de referendo local. Na sequência da votação de terça-feira, a AML vai remeter a deliberação para a realização do referendo ao Tribunal Constitucional, a quem competirá validar, ou não, a consulta popular.

O grupo municipal do PSD na AML entregou, entretanto, “um pedido de nulidade da votação” para a realização do referendo sobre o alojamento local.

Numa nota do PSD de Lisboa, com base na “verificação administrativa” da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, justifica-se o pedido de nulidade por as discrepâncias reduzirem “o número de assinaturas válidas para 4.863, abaixo do mínimo legal obrigatório de 5.000, logo, não reúne as condições estabelecidas na legislação” para as petições populares.

“Não questionando a validade desta petição, nem de qualquer outra, entendemos, no entanto, que é imperioso o cumprimento dos preceitos legais, tendo pedido, assim, a nulidade da votação efetuada” na anterior reunião da assembleia municipal, explica o líder de bancada do PSD, Luís Newton, citado na nota.

A Lusa contactou o gabinete da presidente da AML, Rosário Farmhouse (PS), mas ainda não foi possível obter um comentário ao pedido do PSD, nomeadamente quanto à ponderação que poderá ser feita em relação aos óbitos e não inscritos, tendo em conta o tempo decorrido do lançamento da petição, ou dos mais de meio milhar com dados não identificáveis.

Ainda assim, o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, garantiu esta quinta que o Governo “não teme” e respeita caso avance um referendo ao alojamento local (AL) em Lisboa, sublinhando que decisão deve ser “de base local”.

O governante, que respondia a questões após o Conselho de Ministros, no Campus XXI, em Lisboa, salientou que o Governo acredita na “livre iniciativa privada” de quem investiu na atividade, lembrando terem sido revogadas uma série de “limitações, proibições, tributações e expropriações legais aos títulos de AL”.

Não tememos a democracia, muito menos a democracia local”, sublinhou, justificando que o Governo considera que este tipo de decisões, nomeadamente permissibilidade, deve ser tomado ao nível local “com proporcionalidade e respeito entre habitantes e titulares de licenças de AL”.

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TAP vive “ano positivo” mas tem “desafios significativos pela frente”

Presidente executivo elencou cinco grandes desafios que a transportadora aérea enfrenta nos próximos anos. Vê também oportunidades, sobretudo na manutenção, cuja receita pretende quadruplicar.

O CEO da TAP, Luís Rodrigues, afirma que 2024 foi um ano “extremamente positivo”, mas que a companhia aérea que o Governo quer privatizar no próximo ano, “tem um conjunto significativo de desafios pela frente”, que vão da instabilidade geopolítica à capacidade de resposta dos aeroportos. Em preparação está um plano para multiplicar por quatro as receitas da manutenção.

“O primeiro [desafio] é talvez a instabilidade geopolítica, que agora se junta à instabilidade meteorológica. Acho que não é errado dizer que desde a Segunda Guerra Mundial nunca enfrentámos um momento na história do mundo onde tivéssemos tantos conflitos armados e tão severos”, afirmou esta quinta-feira o presidente executivo da transportadora aérea, num encontro com jornalistas.

Condiciona a aviação tremendamente e a TAP também“, afirmou Luís Rodrigues. Cria “ansiedade na procura”, porque “há muita gente que altera os seus voos, os seus planos de férias”, mas também “condiciona a oferta, porque nós temos de ser extremamente cautelosos com os sítios para onde vamos e as análises de risco que fazemos, e isso gera obviamente mais custos”, alertou. Por fim, “condiciona a cadeia de abastecimento” no fornecimento de peças para aviões.

Há cada vez mais regras a cumprir e o custo de fazer o negócio está a tornar-se cada vez mais insuportável.

Luís Rodrigues

CEO da TAP

Outro desafio referido por Luís Rodrigues é o “aumento do contexto da pressão regulatória, que grande parte vem em função de blocos e países que protegem-se criando regulações”. “Há cada vez mais regras a cumprir e o custo de fazer o negócio está a se tornar cada vez mais insuportável”, referiu.

O terceiro grande desafio é a questão da infraestrutura, e nem sequer estamos a falar do aeroporto de Lisboa, que já é uma história sobejamente conhecida; estamos a falar dos aeroportos na Europa, na generalidade, onde o número de regras é cada vez maior”, afirmou Luís Rodrigues. “Mas estamos a falar também da gestão do espaço aéreo na Europa, que está muito difícil“, acrescentou ainda.

O presidente da TAP referiu ainda os desafios colocados pelas regras ligadas à sustentabilidade. A partir de janeiro as companhias aéreas serão obrigadas a incluir 2% de combustíveis sustentáveis, mais caros, que Luís Rodrigues admite poderem vir a levar a um aumento dos preços. “Finalmente temos um desafio adicional, que é da mão de obra qualificada, que é cada vez mais difícil”, concluiu.

Multiplicar por quatro as receitas da manutenção

O gestor afirmou que o atual contexto também oferece oportunidades, nomeadamente na área comercial. “Temos que fazer um esforço para vender cada vez mais e melhor, com ferramentas novas, com know-how novo, e esse trabalho está a ser feito”, garantiu, acrescentando que também está a ser feito um caminho de melhora “na área de serviço a cliente”.

A TAP registou um lucro de 118,2 milhões de euros nos primeiros nove meses, encaminhando-se para o terceiro ano consecutivo com resultados positivos, beneficiando do aumento das receitas da manutenção e engenharia, que a atual administração pretende levar ainda mais longe.

Vamos atrás de mil milhões de euros só na manutenção, que seria criar em Portugal um polo de aviação extraordinário que acho que temos toda a capacidade para fazer.

Luís Rodrigues

CEO da TAP

Na manutenção vende-se por ano cerca de 250 milhões de euros e ontem discutimos um plano para quadruplicar. Vamos atrás de mil milhões de euros só na manutenção, que seria criar em Portugal um polo de aviação extraordinário que acho que temos toda a capacidade para fazer”, afirmou o CEO da TAP.

O plano não tem prazo para implementar e o objetivo é apresentá-lo ao futuro vencedor da reprivatização que o Governo vai relançar no próximo ano. “É um projeto que queremos deixar para os potenciais compradores como uma grande oportunidade que, obviamente, vai ser valorizada pela companhia e pelo seu acionista como refletindo-se nas condições pelas quais a privatização poderá vir a ser feita”, disse o presidente executivo.

Luís Rodrigues está à frente da TAP desde abril de 2023 e termina o mandato no final do ano. Questionado sobre a sua manutenção no cargo, preferiu não fazer qualquer comentários, sendo uma decisão que cabe ao acionista.

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Parlamento vai aprovar fim da lei de inspeção e universalização de acesso de motociclos às faixas Bus

  • Lusa
  • 5 Dezembro 2024

PS vai viabilizar as iniciativa do PSD para retirar a lei da inspeção a motociclos e universalizar o acesso destes veículos às faixas Bus.

O PS e o Chega anunciaram esta quinta-feira no debate parlamentar em plenário que vão viabilizar as iniciativa do PSD para, entre outros, retirar a lei da inspeção a motociclos e universalizar o acesso destes veículos às faixas Bus.

As posições foram assumidas pelos grupos parlamentares do PS e do Chega – as duas bancadas, além do PSD, com capacidade de formar maiorias parlamentares – num debate marcado de forma potestativa pelos sociais-democratas para discutir cinco iniciativas, entre projetos-lei e recomendações ao Governo, sobre motociclos.

O PSD abriu a discussão com o deputado Miguel Santos a lamentar a falha na execução da chamada ‘lei dos rails‘ – que prevê a proteção destas estruturas nas estradas para maior segurança dos motociclistas – e o que diz ter sido a falta de atenção do Estado a estes condutores desde a aprovação dessa lei há 20 anos.

“Na verdade, nos últimos 12 anos, a única questão, e na verdade a menos relevante para promover a segurança, sempre foi sobre as malfadadas inspeções”, disse, para depois argumentar que não há qualquer correlação entre as inspeções e a segurança rodoviária – um argumento repetido por diferentes forças partidárias ao longo do debate.

Na primeira intervenção socialista no debate, o deputado Carlos Brás assegurou que as propostas do PSD receberiam luz verde do seu partido, mas lamentou que o principal partido do Governo não tivesse permitido o arrastamento para a discussão dos diplomas de outras bancadas sobre a mesma matéria, defendendo que este não é um “tema que possa ser capturado por um ou outro partido”.

À intervenção de Carlos Brás, o deputado do PSD Cristóvão Norte respondeu afirmando que “fica mal” ao PS fazer esse tipo de apreciações sobre a questão dos arrastamentos depois de ter “apoiado um Governo que teve oito anos” para responder às questões em debate e não o fez.

A mesma crítica fez o deputado João Tilly, do Chega, que acusou o PS de nada fazer durante os oitos anos de governação e, além disso, atirou na direção da bancada social-democrata sublinhando que foi um Governo do PSD quem legislou no sentido de se fazerem inspeções periódicas obrigatórias aos motociclos. Mais tarde, a deputada Marta Silva, também do Chega, garantiu que o partido viabilizará as propostas do PSD.

Carlos Guimarães Pinto, da IL, frisou que o seu partido é a favor da proposta do PSD para pôr fim às inspeções nos motociclos e reiterou as críticas sobre o que diz terem sido oito anos de Governo do PS onde os socialistas, considerou, “não foram capazes de fazer absolutamente nada” nesta matéria.

Paulo Núncio, líder parlamentar do CDS-PP, sublinhou o apoio do partido às propostas sociais-democratas, defendendo a importância das motas “para resolver muitos problemas de hoje em dia de mobilidade, de transportes e de estacionamento”.

À esquerda, Joana Mortágua, deputada do BE, questionou o PSD sobre que medidas estão pensadas em alternativa às inspeções periódicas, sublinhou também a importância de responder ao “problema diário” da falta de estacionamento para motociclos e garantiu que os bloquistas acompanharão todas as propostas trazidas à discussão.

António Filipe, do PCP, anunciou que “no essencial” o PSD contará com o apoio dos comunistas nas suas propostas, mas reiterou as críticas ao partido do Governo, por ter sido responsável pela criação da lei para a inspeção dos motociclos, e ao PS, por não a ter revertido enquanto esteve no Governo.

O Livre, por Isabel Mendes Lopes, mostrou o seu desejo de que o debate fosse alargado à segurança na estradas e à mobilidade num sentido mais alargado, e saudou as iniciativas do PSD no sentido de “promover a segurança rodoviária e reduzir a sinistralidade”.

Do PAN, Inês de Sousa Real saudou e garantiu acompanhar as iniciativas sociais-democratas, mas lamentou que o PSD não permitisse o arrastamento de propostas de outros partidos para a discussão.

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Macron rejeita demitir-se e acusa extrema-direita de “escolher a desordem”

O presidente francês prometeu cumprir integralmente o mandato no Eliseu até 2027 e acusa os extremos, à direita e esquerda, de formarem uma frente "anti-republicana".

Apesar das pressões, o Presidente francês Emmanuel Macron afastou esta quinta-feira demitir-se, acusando a extrema-direita de “escolher a desordem e o caos” no país quando aprovou uma moção de censura para derrubar o governo de Michel Barnier.

“Cumprirei integralmente o meu mandato de presidente”, assegurou Macron, em declaração ao país transmitida pela televisão. “Se assumo todas as minhas responsabilidades não assumirei as responsabilidades de outros”, adiantando que nomeará nos próximos dias um novo primeiro-ministro. “Nomearei um novo primeiro-ministro nos próximos dias que irá formar um Governo de interesse nacional, que represente todas as forças políticas de um arco de governação ou, no mínimo, que se comprometam a não o censurar”, assinalou.

Macron atesta que “a prioridade continuará a ser o orçamento”. Por isso mesmo, o Presidente francês adiantou: “No início do próximo ano o novo Governo irá preparar um novo orçamento que é necessário para proteger os franceses de uma inflação mecânica, porque recuso que os franceses paguem a fatura. É necessário que a França possa investir”, dando enfoque às transições tecnológicas e ambientais.

Anunciou ainda que “será entregue uma lei especial antes de finais de dezembro, tal como está previsto pela Constituição, para a continuidade dos serviços públicos”.

Em cima da mesa para futuro primeiro-ministro estão vários nomes, entre os quais Bernard Cazeneuve, Sébastien Lecornu ou François Bayrou. Nos últimos dias, os media franceses indicaram que se saberia qual o sucessor de Michel Barnier até ao próximo sábado, dia 8 de dezembro, data da cerimónia oficial da inauguração da Catedral de Notre-Dame, onde vai receber, entre outras figuras, o Presidente eleito dos EUA, Donald Trump.

“A partir de hoje é uma época nova que se está a iniciar. Os desafios são numerosos e temos de ser ambiciosos para a França”, frisou, num discurso incisivo dirigido ao povo francês em que faz uma forte crítica à oposição por querer lançar a “desordem” e o “caos” no país. “Os partidos escolheram o caos, a única agenda que une as esquerdas e direita radicais”, notou Macron, afirmando que os dois blocos se juntaram “numa frente anti-republicana”.

Macron alertou: “Eles [oposição] não querem construir. Não estão a pensar em vocês, nas vossas vidas. Só pensam nas presidenciais, para as precipitar, com cinismo e com desejo de caos”. A este propósito, o chefe de Estado não deixou dúvidas: “O mundo, a Europa avança e precisamos de um Governo que possa tomar as decisões; e o mandado que me foi entregue é de cinco anos; tenciono respeitá-lo até ao fim”.

Eles [oposição] não querem construir. Não estão a pensar em vocês, nas vossas vidas. Só pensam nas presidenciais, para as precipitar, com cinismo e com desejo de caos.

Emmanuel Macron

Presidente francês

O chefe de Estado fez questão de frisar que, até às presidenciais em 2027, restam 30 meses de mandato, para que “o Governo possa agir e fazer da França um país mais forte e mais justo”.

Conto com uma maioria para exercer no Parlamento. As nossas obrigações serão respeitadas”, apela.

No início do discurso, o chefe de Estado começou por afirmar: “Ontem a Assembleia Nacional votou, por maioria, a rejeição do orçamento da Segurança Social; uma censura ao Governo Michel Barnier”. E prosseguiu: “Hoje o primeiro-ministro entregou a demissão [Michel Barnier] e do seu Governo e eu aceitei”.

O chefe de Estado agradeceu publicamente a “Michel Barnier pelo seu trabalho desempenhado em prol do país, dedicação e tenacidade. Ele e os seus ministros estiveram à altura do momento quando outros não estiveram”, referindo-se aos partidos de oposição. E considerou que esta censura é um ato “inédito nos últimos 60 anos porque a extrema-direita e a extrema-esquerda se uniram numa frente anti-republicana”.

“Sei que muitos quererão tornar-me responsável; não irei assumir as responsabilidades dos outros e dos parlamentares que escolheram fazer cair o orçamento e o Governo a escassos dias das festas do Natal”, rematou.

Barnier apresentou esta quinta de manhã a sua demissão a Macron, que lhe pediu que continue a tratar dos assuntos correntes até que seja nomeado um substituto, segundo o Eliseu.

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IL admite chamar António Costa a responder no inquérito sobre a Efacec

  • Lusa
  • 5 Dezembro 2024

O liberal Carlos Guimarães Pinto afirmou que, durante a comissão parlamentar de inquérito, o seu partido pretenderá ouvir “todos os governantes” que contribuíram para a atual situação da empresa.

A Iniciativa Liberal admitiu esta quinta-feira chamar o ex-primeiro-ministro e atual presidente do Conselho Europeu, António Costa, para responder no âmbito da comissão parlamentar de inquérito sobre a gestão da tutela política na empresa Efacec.

A comissão parlamentar de inquérito proposta pela Iniciativa Liberal à tutela política da gestão da Efacec deverá ser esta tarde aprovada em plenário, depois de durante a manhã, o líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, ter declarado que a sua bancada irá votar a favor dessa iniciativa.

Perante os jornalistas, o deputado liberal Carlos Guimarães Pinto afirmou que, durante a comissão parlamentar de inquérito, o seu partido pretenderá ouvir “todos os governantes” que contribuíram para a atual situação da empresa, entre eles, “possivelmente”, António Costa.

Carlos Guimarães Pinto indicou que relatório do Tribunal de Contas (TdC) concluiu que houve “má gestão do Estado e má gestão do dinheiro dos contribuintes que foi injetado na Efacec após a nacionalização” da empresa. Segundo o deputado, terão sido perdidos “mais de 500 milhões de euros numa empresa que está depauperada, perdeu os seus melhores quadros, desceu bastante no número de encomendas e era símbolo da tecnologia”.

“Comparado com outras comissões parlamentares de inquérito, estamos neste caso a falar de um valor de perdas cinco vezes superior do que na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e de um valor de 140 vezes superior ao custo do tratamento das gémeas. É possivelmente o segundo maior caso a seguir à TAP de perda de dinheiro dos contribuintes nos últimos anos”, salientou Carlos Guimarães Pinto.

Uma auditoria do Tribunal de Contas (TdC), cujos resultados foram conhecidos no final de setembro, concluiu que a decisão do Estado em nacionalizar e depois reprivatizar a Efacec pode atingir um custo, em financiamento público, de 564 milhões de euros, sendo que os objetivos não foram alcançados.

Adicionalmente, o TdC considerou que a escolha da proposta vencedora da reprivatização da Efacec, da Mutares, aumentou o risco da operação e fez com que o Estado gastasse mais 271 milhões de euros. O Estado vendeu a totalidade da Efacec (nacionalizada em 2020) ao fundo de investimento alemão Mutares, que injetará 15 milhões de euros em capital e dará garantias para empréstimos no valor de 60 milhões de euros.

No âmbito da venda, o Estado acordou injetar 160 milhões de euros na empresa e o Banco de Fomento financia em mais 35 milhões de euros, através da compra de obrigações (convertíveis em capital). Estes valores somam-se aos 200 milhões de euros que o Estado já tinha injetado na empresa nos últimos 20 meses (para pagar custos fixos, desde logo salários). A Efacec, que tem sede em Matosinhos, conta com cerca de dois mil trabalhadores.

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