Lucros da Navigator crescem 20% para 241,4 milhões até setembro

Papeleira lançou apoios para os produtores afetados pelos incêndios. Vai continuar a pagar madeira a preço de mercado e a usar como fonte de biomassa triturada a que não possa ser usada na indústria.

A Navigator fechou os primeiros nove meses com um resultado líquido de 241,4 milhões de euros, o que representa uma subida de 20,3% face aos lucros obtidos em igual período do ano passado. A empresa lançou ainda um conjunto de apoios aos produtores florestais afetados pelos incêndios, garantindo que vai dar apoios para selecionar e segregar a madeira sem quaisquer vestígios de carvão, continuando a pagar a madeira destas regiões a preços de mercado e “combaterá assim qualquer eventual tentativa de aproveitamento especulativo.”

O EBITDA atingiu os 431,3 milhões de euros, nos primeiros nove meses do ano, um aumento de 14,5% face ao período homólogo de 2023, enquanto a margem EBITDA subiu 1,7 pontos percentuais para 27,5%, adianta a empresa em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

O volume de negócios subiu 7,4% para 1.569 milhões de euros, face aos primeiros nove meses de 2023. Olhando para os vários segmentos de negócio, as vendas de papel de impressão e embalagem da Navigator cresceram 17% nos primeiros nove meses do ano face ao período homólogo, com o valor das vendas a crescer 7%. No tissue, o volume de vendas registou um aumento de 53% para 155 mil toneladas, com um crescimento do valor de vendas de cerca de 48%, face ao período homólogo.

“Estes resultados são fruto da resiliência da Navigator perante a volatilidade do mercado, da sua eficiência na gestão do mix de negócios, da estratégia comercial e do controlo de custos”, refere a empresa em comunicado, acrescentando que, “em termos comerciais, a robustez dos preços de papel de impressão, de embalagem e de tissue e o maior peso dos novos segmentos de negócio, tissue e packaging, garantiram os bons resultados registados.

A papeleira, que esta semana anunciou que já arrancou a produção na nova fábrica de embalagens de celulose moldada em Aveiro, destaca ainda o foco”na eficiência e gestão de custos, permitiu nova redução significativa de cash costs entre 4% e 12%, face ao período homólogo, em todos os segmentos de pasta e papel (impressão e escrita, tissue e packaging)” e uma redução de custos entre 20 e 30%, desde o valor máximo atingido em finais de 2022.

Apoio a fornecedores afetados pelos incêndios

A companhia adiantou ainda que lançou ações para apoiar fornecedores e produtores florestais afetados pelos incêndios de setembro.

A empresa compromete-se a implementar meios de apoio para que seja possível selecionar e segregar a madeira sem quaisquer vestígios de carvão, assim como continuar a pagar a madeira das regiões afetadas pelos incêndios a preço de mercado, “assumindo ainda um premium de preço para apoiar o seu descasque que elimine qualquer eventual vestígio de carvão, de forma a cumprir os exigentes critérios de qualidade definidos nas condições de receção das nossas fábricas e permitir o seu aproveitamento para produção de celulose – o uso industrial que mais a valoriza”.

Entre as medidas anunciadas inclui-se ainda um reforço das ajudas à aquisição de equipamentos florestais e disponibilizados adiantamentos de tesouraria aos nossos fornecedores e parceiros atingidos por este flagelo e, “para a madeira queimada ou com vestígios de carvão que não venha a ser possível valorizar para fins industriais, será aceite a sua utilização como fonte de biomassa triturada para produção de energia renovável, sendo igualmente paga a preços de mercado.”

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Preço das casas vai continuar a subir em 2025, prevê Paulo Macedo

  • Lusa
  • 24 Outubro 2024

Aumento dos preços na habitação deve-se a uma “oferta insuficiente”, ao “aumento da procura”, sem que haja uma “reposição da capacidade produtiva de empresas com oferta de casas a preços acessíveis”.

A CGD prevê que em 2025 o preço da habitação continue a aumentar, porque a procura de casas vai continuar a ser muito superior à oferta, afirmou esta quinta-feira o presidente executivo, Paulo Macedo. “Nós vemos um continuar do aumento dos preços [em 2025], porque não vemos que vá haver oferta” suficiente para a procura, disse Paulo Macedo na sessão de abertura da conferência “Encontro Fora da Caixa” que se realizou em Faro, com o tema “A importância da gestão dos recursos naturais para o futuro do país”.

O CEO referiu que o aumento dos preços na habitação, que a CGD espera para o próximo ano, deve-se a uma “oferta insuficiente”, ao “aumento da procura”, sem que haja uma “reposição da capacidade produtiva de empresas com oferta de casas a preços acessíveis”.

Esta posição foi assumida numa parte da sua intervenção em que Paulo Macedo traçou o contexto macroeconómico que o banco que dirige espera em 2025, com a economia crescer, nomeadamente por via da subida do consumo, a influência do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) com uma “execução significativa”, uma baixa inflação e uma redução das taxas de juro.

“Vemos a economia a crescer, mas não tanto como gostaríamos, a uma taxa de 3%, uma meta dos economistas”, disse o banqueiro que avisou que estas perspetivas de curto prazo têm “algum risco”.

No que diz respeito aos particulares, Paulo Macedo refere que estão criadas as condições para haver uma melhor taxa de esforço, uma maior capacidade de endividamento, um aumento do investimento, do crédito ao consumo, e do crédito à habitação, mantendo-se o nível do emprego.

A CGD espera que o rendimento disponível aumente, com uma subida do rendimento real dos trabalhadores e dos pensionistas, uma baixa dos impostos, uma redução de taxas de juro e duma diminuição da inflação.

Quanto ao setor bancário, Paulo Macedo voltou a indicar que o setor terá “lucros máximos” em 2024, mas “menor margem” em 2025, o que trará uma redução dos lucros no ano que vem. “A banca este ano terá um bom ano, mas com a queda das margens os resultados da banca vão baixar em 2025”, disse o presidente executivo da CGD.

Paulo Macedo assegurou que “hoje a Caixa está bem, está num bom caminho” e traçou um futuro em que a empresa tomará cada vez mais atenção aos investimentos sustentáveis em setores como o do Mar, “geradores de benefícios económicos, sociais e ambientais”.

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António Horta Osório deixa vice-presidência do grupo Impresa. É substituído por Pedro Barreto

Pedro Barreto será administrador não-executivo da Impresa, em substituição de António Horta Osório, que deixa de desempenhar estas funções no grupo ao fim de dois anos.

António Horta Osório deixa no próximo dia 31 a vice-presidência do grupo Impresa. “Aceitei, com muito gosto, o convite que me foi lançado por Francisco Pinto Balsemão, uma pessoa por quem nutro uma grande estima, numa empresa tão relevante em Portugal. Ao longo deste período, tive a oportunidade de partilhar a minha visão sobre os desafios e oportunidades do setor dos media. No entanto, a minha atividade internacional impede-me de continuar a acompanhar com a mesma regularidade dos últimos anos a Impresa“, justifica António Horta Osório, citado em comunicado. O profissional continua a colaborar com o grupo, “como senior advisor sempre que necessário”, avança.

Francisco Pedro Balsemão explica que António Horta Osório transmitiu “a sua impossibilidade em desempenhar, com a regularidade e presença desejadas, as suas funções de vice-presidente”. “Percebemos a sua situação e tomámos esta decisão em conjunto, em benefício de ambas as partes“, conclui o CEO do grupo.

O também senior advisor da Cerberus, da Mediobanca, administrador da INPAR e senior advisor da Precision Capital (holding pessoal do Sheik Al- Thani) no Quatar e membro do conselho de administração da Teya será substituído por Pedro Barreto, que será administrador não-executivo e vice-presidente do grupo dono da SIC e do Expresso.

“Agradeço, em meu nome e em nome da Impresa, o apoio pessoal e profissional que António Horta Osório nos deu nestes dois anos e fico contente por poder continuar a beneficiar das suas opiniões enquanto senior advisor. Contamos agora com Pedro Barreto para trazer formalmente a sua visão e experiência para a área dos media”, sublinha Francisco Pedro Balsemão.

O novo vice-presidente do grupo conta com 36 anos de experiência no banco BPI, 20 dos quais como membro executivo do conselho de administração. Foi vice-presidente do BCI Moçambique durante mais de 10 anos e membro do conselho de administração da SIBS, Unicre e Allianz entre 2014 e 2017. É licenciado em Administração e Gestão de Empresas pela Universidade Católica Portuguesa, descreve a Impresa no mesmo comunicado.

“Foi um desafio que aceitei, naturalmente, com muito gosto. O setor dos media passa por um período de desafios relevantes, mas também há oportunidades a explorar. O papel da comunicação social, e em particular do Grupo Impresa, na sociedade portuguesa, é um fator determinante para encarar esta nova etapa com entusiasmo”, acrescenta o Pedro Barreto.

António Horta Osório integrou a administração da Impresa em julho de 2022, assumindo a função de vice-presidente. “António Horta Osório participará ativamente na definição da estratégia para o futuro da Impresa, em tempos de profundas mudanças para os meios de comunicação social. O Grupo beneficiará muito com a sua experiência internacional e com o seu conhecimento da realidade do nosso país”, sublinhava na altura Francisco Pedro Balsemão.

(atualizada às 19h10)

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Especialistas admitem que IA vai criar empregos, mas alertam para risco de desigualdade

Num painel dedicado ao impacto da inteligência artificial no talento, especialistas sublinharam que a tecnologia vai criar mais empregos do que destruir, mas há risco de também agravar desigualdades.

A inteligência artificial, tal como as ferramentas tecnológicas que a precederam, vai eliminar certos empregos. Mas, em paralelo, vai criar novas posições, transformando a natureza do trabalho e as competências exigidas aos trabalhadores humanos. Foi esta a mensagem deixada esta quinta-feira pelos especialistas que participaram no painel das Conferências do Estoril dedicado ao impacto da inteligência artificial no talento. Ainda assim, admitiram que há risco de esta tecnologia agravar as desigualdades (entre géneros e até entre países).

Da esquerda para a direita, Francisco Veloso, dean da INSEAD, Rembrand M. Koning, professor associado da Harvard Business School, Matthew Prince, CEO da Cloudflare, e Nikolaj Malchow-Møller, diretor de recursos humanos da Deloitte Dinamarca (moderador), nas Conferências do Estoril.Hugo Amaral/ECO

A natureza do trabalho vai mudar. A inteligência artificial vai criar mais oportunidades do que eliminar“, sublinhou Francisco Veloso, português que é hoje diretor da INSEAD, no painel que teve lugar na Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa (Nova SBE).

O especialista admitiu que certos trabalhos serão, sim, afetados por esta tecnologia, mas outras funções irão aparecer, sendo que os primeiros trabalhadores a serem substituídos serão aqueles que recusam usar estas ferramentas (e, neste caso, as suas funções serão tomadas não por robôs, mas por outros humanos que sabem aproveitar o potencial tecnológico, avisou).

Por exemplo, na própria academia, o trabalho irá mudar, apontou Francisco Veloso. Os professores serão menos alguém que dita o conhecimento e mais alguém que faz curadoria e que supervisiona o trabalho dos estudantes, avançou.

A história mostra-nos que a tecnologia é mais uma criadora de empregos do que uma destruidora de postos de trabalho“, concordou Matthew Prince, CEO da tecnológica Cloudflare, que participou no mesmo painel das Conferências do Estoril.

O responsável aproveitou para o exemplo do trabalho na banca: as caixas automáticas não levaram à redução dos empregados neste setor. Antes, houve um crescimento, mas noutras funções.

Já Rembrand M. Koning, professor associado da Harvard Business School, mostrou-se preocupado com o impacto da inteligência artificial no emprego humano em certos setores, nomeadamente o dos call centers. Por exemplo, nas Filipinas, uma parte considerável da população empregada está concentrada nesse setores e o professor receia que não estejam criadas as condições necessárias para que esses trabalhadores sejam recolocados, quando as posições foram substituídas por máquinas.

Por outro lado, Rembrand M. Koning atirou que “o mais chocante” é a grande fatia de pessoas que continuam a não utilizar a inteligência artificial, mesmo tendo acesso, o que significa que estão a desperdiçar o seu potencial. “O que pode agravar as desigualdades”, projetou o professor. Por exemplo, as mulheres que estão a fazer programas MBA tendem a recorrer menos a ferramentas deste género do que os seus colegas, realçou.

Se quem conseguirá pagar mais é quem terá os modelos mais poderosos, então a inteligência artificial vai exacerbar a desigualdade.

Matthew Prince

CEO da Cloudflare

A propósito, Francisco Veloso deixou claro que “a curto prazo” a inteligência artificial vai criar desigualdades entre países e regiões, até pelo ritmo de adoção. Mas tudo vai depender dos modelos de negócio, disse.

Se quem conseguirá pagar mais é quem terá os modelos mais poderosos, então vai exacerbar a desigualdade“, afirmou, no mesmo sentido, o CEO da Cloudfare, que apelou a que os legisladores europeus criem regulação que não asfixie os desenvolvimentos tecnológicos, mas os incentive.

Na mesma linha, o professor Rembrand M. Koning assinalou que, se a inteligência artificial ficar concentrada em três ou quatro grandes empresas, o risco de desigualdades será maior do que se houver uma maior distribuição.

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Victoria Seguros ataca saúde mental e nutrição

  • ECO Seguros
  • 24 Outubro 2024

Com a solução 'PlenaMente' os clientes de seguros de vida e saúde passam a ter acesso aos serviços Médico 24', gratuito e disponível 24/7, através de e-mail, telefone ou aplicação.

A Victoria seguros anuncia a expansão da sua oferta de serviços médicos, disponíveis a toda a hora, às áreas de saúde mental e nutrição na sua nova solução ‘PlenaMente’.

Ana Aragão, diretora técnica de pessoais da Victoria Seguros acredita que “o bem-estar pleno só é alcançado entre o corpo e mente”.

O serviço ‘Médico 24’ é gratuito para os clientes de seguros de vida e saúde disponível 24/7, através de e-mail, telefone ou aplicação, que “tem por objetivo facilitar o acesso a cuidados médicos e evitar deslocações desnecessárias a serviços médicos ou urgências”, lê-se no comunicado enviado pela seguradora.

“Com o lançamento da solução PlenaMente, reforçamos o nosso compromisso de apoiar os nossos clientes de forma integral, proporcionando serviços que vão ao encontro das suas necessidades de saúde física e mental”, assinalou a diretora técnica de seguros pessoais da Victoria. Segundo Ana Aragão, a seguradora expandiu a cobertura por acreditar que “o bem-estar pleno só é alcançado entre o corpo e mente”.

Os novos serviços incluem consultas de nutrição, com oferta de planos alimentares à medida das necessidades do cliente, seja para perda de peso até à preparação de desafios desportivos. Também inclui consulta de nutrição pediátrica, consultas com orientação especializada à dieta vegetariana, consulta de alimentação equilibrada (para aconselhar acerca de como fazer escolhas alimentares que promovam o bem-estar) e também consulta para perda de peso.

No âmbito da saúde mental disponibiliza consultas de psicologia, de parentalidade positiva, para dormir melhor, de gestão de stress e ansiedade e consulta para cuidadores e familiares de pessoas que precisam de assistência.

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Banco de Fomento vai pagar a consultoras para arranjarem projetos

"Este mecanismo visa acelerar a execução dos investimentos", afirma o BPF. Banco vai pagar dez mil euros por projeto às consultoras a que acresce uma remuneração de 1,5% do valor investido.

O Banco Português de Fomento vai pagar, pelo menos, dez mil euros por projeto a consultoras para ajudar as empresas a candidatarem-se aos programas de coinvestimento direto – Programa de Recapitalização Estratégica e Programa de Coinvestimento Deal-by-Deal – e assim acelerar a execução dos mesmos O Fundo de Capitalização e Resiliência (FdCR) pagou cerca de 103 milhões de euros às empresas. A este valor acresce uma remuneração dependente do montante investido.

O “recurso a consultoras especializadas e com capacidade para identificar oportunidades de investimento permitirá incrementar a qualidade e quantidade das candidaturas submetidas à aprovação do BPF, sem custos para as empresas”, justifica o banco em comunicado. “Este mecanismo visa acelerar a execução dos investimentos e garantir que mais empresas, incluindo startups, possam beneficiar dos fundos disponíveis de forma mais rápida e eficaz”, acrescenta a mesma nota.

“Para facilitar este processo, o BPF irá remunerar consultoras especializadas, que assegurem a apresentação de candidaturas completas“, lê-se no comunicado. Em causa está “um valor fixo de dez mil euros por projeto/empresa, a liquidar após a confirmação de receção de uma candidatura considerada completa pelo banco”. A estes dez mil euros acresce ainda “um valor variável de 1,5% sobre o valor investido pelo FdCR, a liquidar no momento do desembolso financeiro ao beneficiário final”.

O banco explica que “este modelo visa aumentar e qualificar o volume de candidaturas aos instrumentos”. De acordo com o BPF, o Programa de Recapitalização Estratégica, que tem uma dotação de 200 milhões de euros, aprovou 16 operações, num montante de 92,38 milhões, mas apenas 13 estão contratadas, às quais já foram pagos 84,68 milhões de euros (execução de 42,3%).

Já ao nível do Deal-by-Deal aprovou quatro candidaturas e contratou três num montante global de 20,44 mil milhões de euros, ou seja, 10,2% da dotação global de 200 milhões. Neste caso a execução é de 9,3% já que o banco pagou aos beneficiários finais 18,66 milhões. Recorde-se que em causa estão fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que, neste caso, têm de estar executados até ao final 2025.

Fonte: Banco de Fomento Nota: n.a. significa não se aplica

O Banco de Fomento revela que vai contratar “todas as consultoras que pretendam aderir a este mecanismo e que cumpram os critérios de elegibilidade” através de “um processo de contratação aberto (open-house). As consultoras podem candidatar-se à prestação de serviços de consultoria até 1 de setembro de 2025.

Como condicionante, as consultoras têm de ter um volume de negócios mínimo de um milhão de euros (comprovado no relatório e contas auditado de 2023) para pode concorrer e não ter dívidas ao Fisco ou Segurança Social, nem constar de listas oficiais relacionadas com prevenção de branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo.

“As consultoras especializadas desempenharão um papel importante na identificação e submissão de candidaturas robustas e de qualidade. Esta medida pretende não só acelerar o acesso ao financiamento, mas também reforçar a qualidade e a viabilidade das candidaturas, permitindo que mais empresas possam aceder aos programas de coinvestimento”, afirma o banco no mesmo comunicado.

O Banco de Fomento explica que depois de contratada a prestação de serviços, “as consultoras podem apresentar candidaturas de empresas e respetivos coinvestidores até 1 de setembro de 2025”. Caberá depois ao banco proceder à análise da candidatura, “verificando as condições de elegibilidade e viabilidade financeira, avaliando o mérito e o risco da operação”.

Para operações cujo montante investido pelo FdCR seja igual ou superior a dois milhões de euros, será necessário um parecer prévio da comissão técnica de investimento. As candidaturas terão de obter uma pontuação mínima de 1,7 de acordo com a matriz de avaliação de cada programa”.

(Notícia atualizada pela última vez às 19h14)

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Marsh regista primeira queda trimestral dos preços de seguros em sete anos

  • ECO Seguros
  • 24 Outubro 2024

Três das quatro principais linhas de produtos registaram diminuição nos prémios de seguro e registaram-se diferenças regionais.

No terceiro semestre de 2024 o portefólio de clientes da Marsh registou o primeiro decréscimo trimestral dos preços dos seguros em sete anos, tendo cedido 1% face ao trimestre anterior. “No terceiro trimestre, pela primeira vez em sete anos, assistimos ao declínio da taxa global composta, com três das quatro principais linhas de produtos a registarem uma diminuição, o que é um desenvolvimento positivo para os nossos clientes”, afirma em comunicado António Morna, diretor de placement da Marsh Portugal.

António Morna, diretor de placement da Marsh Portugal, assinala uma contínua tendência de moderação dos prémios de seguro que está a ser significativamente impulsionada pelo aumento da concorrência entre seguradoras do mercado mundial de seguros de danos materiais.

Segundo o ‘Global Insurance Market Index‘ divulgado pela Marsh esta quinta-feira, a queda surge em consequência da contínua tendência de moderação dos prémios de seguro, “que está a ser significativamente impulsionada pelo aumento da concorrência entre seguradoras do mercado mundial de seguros de danos materiais.”, lê-se no documento.

Enquanto na Europa os preços se mantiveram estáveis, na região do Pacífico subiram em média 6%, no Reino Unido, 5%, na Ásia, 4%, no Canada, 3%, e na índia, Médio Oriente e África, 2%. No sentido inverso, os preços aumentaram 3% nos Estados Unidos da América (EUA) e na região da América Latina e das Caraíbas (ALC).

Quanto ao comportamento dos preços nos produtos de seguro, o relatório revela que os prémios de seguros de danos materiais caíram 2% a nível mundial, depois de se terem mantido estáveis no segundo trimestre do ano e de terem registado um aumento de 3% no primeiro trimestre. Houve variação regional, no último trimestre os prémios aumentaram na Europa e na região da América Latina e Caraíbas e diminuíram nos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Ásia, Pacífico e EMEA.

“Os segurados com ativos concentrados em zonas de catástrofe, como o Golfo do México, a costa atlântica dos Estados Unidos ou a Califórnia, bem como os que tinham sofrido recentemente aumentos de taxas superiores à média, registaram, em geral, reduções das taxas acima da média. No entanto, isto aconteceu antes dos recentes furacões do Golfo.”, realça o estudo.

Os prémios de seguros de responsabilidades aumentaram 6% a nível global, tendo subido 3% em cada um dos sete trimestres anteriores, sobretudo devido a preocupações relativas à litigância e às grandes indemnizações definidas pelos tribunais dos Estados Unidos.

Já os preços das linhas financeiras e profissionais diminuíram 7% globalmente – nono trimestre consecutivo de decréscimo – com descidas registadas em todas as regiões.

Também as taxas do seguro de cyber diminuíram 6% a nível mundial – mantendo-se a taxa de descida dos dois trimestres anteriores –, com descidas em todas as regiões. “Um maior número de apólices não ligadas à cyber continha exclusões de riscos cibernéticos, o que levou a um maior enfoque nas formas de resolver potenciais lacunas de cobertura para danos materiais ou corporais causados por um evento cibernético“, indica a Marsh.

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Casa Trévidic lança a marca Hommage, a sua primeira coleção de vinhos

A primeira marca a chegar ao mercado é uma coleção de três vinhos da região de Lisboa. A identidade é assinada pela Label e a comunicação será sobretudo digital.

Christine Trévidic e João Trévidic lançaram esta quinta-feira a Hommage, a primeira marca de vinho da Casa Trévidic, empresa fundada em 2022 pela então diretora de marketing do Dom Pedro Hotels & Golf Collection e pelo seu primo, CEO da Tecnitema. Criada com o propósito de homenagear a família, de origem bretã, mas em Portugal desde 1910, a ambição dos fundadores é “não só consolidar-se como uma referência na produção de vinhos premium em Portugal, mas também levar a identidade singular da marca a apreciadores em todo o mundo”, aponta a profissional.

A primeira marca a chegar ao mercado surge como uma coleção de três vinhos da região de Lisboa, criação dedicada a Jean-Pierre e a João Paulo, pais dos fundadores, e “que homenageia a família e unifica o legado”, prossegue. “O enólogo Nuno Martins da Silva, amigo dos produtores há mais de 35 anos, assina esta coleção.

A escolha da rolha – de cortiça natural, com tecnologia NDtech extra –, a garrafa Bourgogne Terroir de 75 cl, uma opção “que não foi apenas estética, mas também funcional, reforçando o caráter distinto dos vinhos Hommage e realçando a importância do ‘terroir’ na sua produção” ou a opção de selar manualmente as garrafa com lacre são detalhes que a co-fundadora da marca realça como distintivos da marca.

Assinada pela Label, em termos de identidade a marca pretende refletir, de forma clara, a mesma premissa do produto: vinhos autênticos, que são verdadeiras homenagens à nossa herança, mas que olham para o futuro, tanto na sua conceção quanto na sua apresentação”, prossegue a profissional de comunicação e marketing.

“O consumidor dos vinhos Hommage será, eventualmente, um colecionador, um especialista, ainda que não seja um enólogo ou sommelier, será com certeza alguém com um grande conhecimento sobre vinhos, disposto a envolver-se cada vez mais neste universo”, aponta a responsável. Comercializada de início na loja online da marca – as três garrafas por 220 euros –, o objetivo é alargar a distribuição a lojas especializadas e restaurantes selecionados.

Sendo “um projeto é de cariz nómada queremos decidir a região em função da afinidade e do alinhamento de valores com a nossa família, mas também do potencial de crescimento e da atratividade para o mercado nacional e internacional”, diz Christine Trévidic, quanto a futuros lançamentos. “A região de Lisboa está a ter excelente aceitação nos mercados lá fora, esse foi um dos principais drivers“, acrescenta.

Muita comunicação digital, até porque um dos nossos principais canais de venda será online, ações e eventos com críticos de vinhos e com garrafeiras potenciais clientes e, eventualmente, associação a marcas com as quais faça sentido em termos de posicionamento (high-end)” são as apostas em termos de comunicação.

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Medialivre vai lançar a CM Rádio a 11 de novembro

  • Lusa e + M
  • 24 Outubro 2024

A CMR resulta da fusão da SBSR e da Rádio Festival, assegurando uma cobertura através de frequência radioelétrica nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, complementada por uma emissão digital.

A Medialivre anunciou que vai lançar a CM Rádio (CMR) até final do ano, com a cobertura através de frequência radioelétrica nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto e no restante território através do digital. A data escolhida é 11 de novembro, anunciou Carlos Rodrigues.

O grupo, que detém o Correio da Manhã, entre outros títulos, apresentou esta quinta-feira, em Lisboa, o Universo CM, que inclui papel, televisão, rádio e digital.

A rádio era o pilar que faltava para assegurar a presença nas diversas plataformas, ficando completo com o lançamento da CM Rádio (CMR)“, adianta a Medialivre, em comunicado.

A CMR “resulta da fusão da SBSR e da Rádio Festival, assegurando uma cobertura através de frequência radioelétrica nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, complementando o restante território com a sua emissão digital”.

A estação de rádio terá como diretor Carlos Rodrigues e como diretor executivo Pedro Carreira, num projeto de implementação que está a ser liderado por Francisco Penim.

Da SBSR e da Rádio Festival transitam 17 profissionais para a rádio que a Media Livre vai lançar, aos quais se juntam mais dez colaboradores, estando previsto que o projeto tenha uma equipa de 27 profissionais, já tinha Carlos Rodrigues avançado ao +M.

A nova estação de rádio “deverá ir para o ar até ao final de 2024, além de reforçar o ADN da Medialivre enquanto ‘casa das notícias’ e produtores de conteúdos, reforçando a sua presença a nível nacional, consolida também a posição de liderança do grupo na informação“, adianta o grupo.

“Quando em maio apresentamos o nosso último projeto – o canal Now – anunciamos que até ao final do ano iríamos apresentar outros. Esse anúncio materializa-se agora com a CM Rádio, que permite construir o Universo CM”, afirma o presidente executivo (CEO), Luís Santana, citado em comunicado.

“Um universo que serve leitores, espetadores e ouvintes a todas as horas do dia e nas diversas plataformas. Acreditamos que os media são essenciais à democracia e continuaremos a aumentar as nossas equipas, de modo a cada momento melhor servir os nossos clientes e utilizadores”, remata.

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Associação de agências de viagens sai da BTL em 2025. Organização tornou-se “gulosa”, acusa APAVT

  • Lusa
  • 24 Outubro 2024

"Quando a BTL achou que o turismo estava forte e que a feira estava consolidada, decidiu empurrar-nos do comboio do sucesso, para nos substituir por mais e mais dinheiro", acusa a associação.

A Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo vai abandonar a BTL em 2025, acusando a organização da maior feira de turismo de Portugal de usar “o sucesso do setor para obter mais e mais dinheiro”. A decisão da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) de estar fora da Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL) no próximo ano já tinha sido avançada pela imprensa especializada, mas sem detalhes.

No discurso de abertura do 49.º Congresso APAVT, que se inicia esta quinta-feira em Huelva, na Andaluzia, em Espanha, o presidente da associação que representa as agências de viagens apontou as razões.

“Bem sabemos que o mercado há muito nos pede uma justificação para a saída da BTL, em 2025. Não vamos fugir a ela, evidentemente, começando por recordar um momento importante, quando, em 2020, uma BTL foi cancelada, devido à pandemia: o mundo tinha parado e tínhamos já pago verbas muito significativas à BTL, de acordo com o processo de contratação da feira desse ano. Na APAVT ninguém se esqueceu ainda que, a pedido dos representantes da feira, decidimos não exigir o reembolso das verbas entregues à entidade que gere a feira do turismo português, apesar de naturalmente termos devolvido todo o dinheiro que nos tinha sido pago pelos nossos associados”, começou por contar Pedro Costa Ferreira.

Por outras palavras, acrescentou, a APAVT “financiou a BTL, fragilizando a própria tesouraria com verbas muito significativas”, naquele que – reforça – “era um dos momentos mais críticos” da existência da associação. A BTL é organizada pela Fundação AIP, sendo Dália Palma a diretora da feira. Segundo o responsável, ultrapassada a pandemia, “estes mesmos parceiros […] fizeram exigências financeiras, “obrigando dezenas de associados” da APAVT a abandonar a feira.

Ainda assim, disse que “não é isso que está em causa”, mas sim o facto de considerar que a BTL, “enquanto necessitou da APAVT”, acordou um preço que, entre outras coisas, tornou o seu stand o maior dos privados da feira, bem como “o maior dinamizador” de alguns dos programas que a BTL promove.

“Na altura, não foi um preço baixo. Foi o investimento mais certeiro da BTL, com um retorno inimaginável há dez anos. E quando a BTL achou que o turismo estava forte e que a feira estava consolidada, decidiu empurrar-nos do comboio do sucesso, para nos substituir por mais e mais dinheiro”, reclamou. A APAVT refere-se a esta saída da BTL como o fecho de um ciclo de mais de dez anos, o qual “não tem regresso possível”.

“O que nos interessa […] é se temos uma feira para o Turismo, um evento que dinamiza, promove e consolida o nosso setor, ou se temos o Turismo para uma feira, uma organização que se tornou gulosa e que apenas usa o sucesso do setor para obter mais e mais dinheiro, sem a menor articulação, ou mesmo respeito, pelos diversos stakeholders [agentes]”, questionou Pedro Costa Ferreira.

Perante uma plateia com personalidades de várias atividades do setor turístico, Pedro Costa Ferreira lançou um desafio ao presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP).

“Há uns anos, em sede de CTP, estimulei o seu presidente a tomar politicamente conta da BTL, impedindo que o turismo fosse utilizado por um mero processo de recuperação empresarial. Hoje, Dr. Francisco Calheiros, reforço esta posição e lanço-lhe o desafio. Precisamos de uma feira que sirva o turismo e que se articule com os seus estrategas, decisores e protagonistas, não precisamos que o turismo seja unicamente fonte alimentadora de uma necessidade crescente de realizar receitas”.

O congresso da APAVT decorre até 26 de outubro, em Huelva, e conta com cerca de 750 congressistas.

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Compra centralizada de energia vai poupar 17 milhões em 2025, calcula o Governo

  • Lusa
  • 24 Outubro 2024

A aquisição conjunta de energia para várias entidades públicas integra as resoluções de aprovação de despesa que tiveram 'luz verde' nesta reunião do Conselho de Ministros.

O Governo aprovou esta quinta-feira um diploma que prevê compras centralizadas, nomeadamente de energia para várias entidades públicas, estimando que esta medida resulte numa poupança de 17 milhões de euros em 2025.

“Ao fazer contratos de aquisição conjunta para largas dezenas de entidades da administração pública, através da ESPAP [Entidade de Serviços Partilhados da Administração Pública], de compras centralizadas, neste caso só naquele ano na compra de energia teremos uma poupança que estimamos em 17 milhões de euros”, referiu o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, no final da reunião do Conselho de Ministros.

A aquisição conjunta de energia integra as resoluções de aprovação de despesa que tiveram ‘luz verde’ nesta reunião do Conselho de Ministros.

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PS pede audição urgente do ministro da Agricultura sobre reprogramação da PEPAC

  • Lusa
  • 24 Outubro 2024

Reprogramação do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum “representa um corte brutal no investimento e na modernização da agricultura portuguesa, na floresta", segundo os socialistas.

O PS pediu esta quinta-feira a audição parlamentar urgente do ministro da Agricultura para explicar o “corte brutal” no investimento resultante da reprogramação do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC), criticando recentes declarações do governante sobre consumo de vinho.

Em declarações aos jornalistas no parlamento, o deputado do PS Luís Graça disse que os socialistas decidiram pedir a audição de José Manuel Fernandes na sequência da apresentação em Bruxelas, pelo Governo, da reprogramação do PEPAC, um documento que lhes merece “duas críticas”. De acordo com Luís Graça, esta reprogramação “representa um corte brutal no investimento e na modernização da agricultura portuguesa, na floresta, no apoio aos pequenos e médios agricultores à prevenção das catástrofes e o próprio apoio ao associativismo”.

Outra das críticas do PS prende-se com a forma como foi feito o documento. Segundo o deputado, as associações do setor transmitiram aos socialistas que foi elaborado de forma “unilateral e não houve um processo negocial”, que seria o que competiria ao Governo. “Pela primeira vez gerou-se um amplo consenso em todas as associações do setor agrícola e florestal, que não deram o seu voto favorável à proposta do Governo”, afirmou, acrescentando que “a esmagadora maioria” das associações que representam os agricultores e a produção florestal não viabilizaram, “e bem”, a proposta apresentada pelo Governo.

Segundo Luís Graça, José Manuel Fernandes “levou meses a protestar pelo Governo do PS ter colocado as florestas debaixo da alçada do Ministério do Ambiente”. “A primeira decisão que o ministro da Agricultura e Pescas da AD toma é cortar as verbas para apoiar o desenvolvimento da floresta em Portugal. É uma grave incoerência política”, acusou.

Questionado pelos jornalistas sobre as recentes declarações deste governante à TSF, quando referiu que “a longevidade é maior onde bebem tinto verde”, o deputado do PS manifestou preocupação com esta “ideia peregrina”. “O recurso as declarações sem fundamento científico vemos como muito perigoso e lamentemos profundamente. (…) Acho lamentáveis as declarações que o senhor ministro fez por serem profundamente falsas”, criticou.

Considerando que há “um problema grave no setor do vinho em Portugal” – motivo pelo qual o PS fez aprovar uma proposta para a criação de um grupo de trabalho –, Luís Graça afirmou que não se ajuda este setor “com declarações que não tem nenhuma base científica e que são negacionistas até” e que “não credibilizam um órgão de soberania como é o Governo”.

Em 11 de outubro, um grupo de entidades do setor agroalimentar e florestal mostrou-se contra a terceira reprogramação do PEPAC e pediu ao Governo uma revisão da estratégia de investimento. “As entidades Confagri [Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal], AJAP [Associação dos Jovens Agricultores de Portugal], CNA [Confederação Nacional da Agricultura], Forestis [Associação Florestal de Portugal], Baladi [Federação Nacional dos Baldios], Federação Minha Terra, ANEFA [Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente], Centro Pinus e Coligação Cívica ‘Participar no PEPAC’ unem-se no parecer desfavorável à proposta da terceira reprogramação do PEPAC”, lê-se num comunicado conjunto.

Na proposta de OE2025, entregue na véspera, o Governo PSD/CDS-PP defendeu que a terceira reprogramação deste plano, que está a ser negociada com Bruxelas, tem por objetivo aumentar o apoio ao rendimento agrícola, simplificar processo e renovar o setor. “O Governo encontra-se a negociar com a Comissão Europeia a terceira reprogramação do PEPAC, com um foco muito claro no aumento do apoio ao rendimento agrícola, na previsibilidade e simplificação de processos e na renovação geracional necessária para o setor”, lê-se no relatório que acompanha a proposta do OE2025.

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