Barragem do Pisão assegura crescimento do orçamento da CIM do Alto Alentejo para 85,5 milhões de euros

  • Lusa
  • 22 Outubro 2024

A CIMAA conta com um orçamento para 2025 de 85,5 milhões de euros, mais 35,9 milhões de euros em relação ao deste ano, revelou hoje o presidente daquela entidade.

A Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo (CIMAA) conta com um orçamento para 2025 de 85,5 milhões de euros, mais 35,9 milhões de euros em relação ao deste ano, revelou hoje o presidente daquela entidade.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da CIMAA, Hugo Hilário, explicou que este é o orçamento “mais alto de sempre” na história daquela comunidade intermunicipal, que agrega os 15 concelhos que constituem o distrito de Portalegre.

De acordo com o presidente da CIMAA, que também lidera a Câmara de Ponte de Sor, o orçamento foi aprovado “por unanimidade e aclamação” na mais recente reunião do conselho intermunicipal daquela comunidade intermunicipal, na semana passada.

A “maior fatia” do orçamento, segundo Hugo Hilário, vai para a construção da rede de infraestruturas primárias do Empreendimento de Aproveitamento Hidráulico de Fins Múltiplos (EAHFM) do Crato, também conhecido como Barragem do Pisão.

Um consórcio de empresas espanholas venceu, no início deste mês, o concurso para a construção da rede de infraestruturas primárias daquela barragem, por quase 65 milhões de euros.

O orçamento da CIMAA para o próximo ano contempla também verbas para a área da descentralização de competências e espera dar resposta à estratégia de promoção e planeamento do desenvolvimento económico-social e ambiental do Alto Alentejo.

“Continuamos a operacionalizar o pacto para o desenvolvimento e coesão territorial, o quadro comunitário Portugal 2030, com ações que permitirão concretizar a Barragem do Pisão”, disse Hugo Hilário.

A CIMAA considera ainda “previsível” que o concurso público internacional para a contratualização do serviço público de transporte de passageiros seja lançado em 2025 e adjudicado em “meados de 2026”.

Este serviço pretende garantir a continuidade do funcionamento da rede de transportes públicos da região, uma vez que a atual concessão termina a 31 de agosto de 2026.

A comunidade intermunicipal, nos “próximos meses”, vai desenvolver o trabalho prévio para a elaboração do caderno de encargos que definirá os termos, a forma e o custo da rede a contratualizar, não estando assim ainda definida uma verba para o concurso a lançar.

De acordo com o orçamento, a CIMAA pretende ainda prosseguir “atividades conjuntas de interesse intermunicipal”, esperando também “fortalecer” o papel das brigadas sapadores florestais intermunicipais e “impulsionar” a estratégia do conselho intermunicipal, entre outras vertentes.

A CIMAA é responsável pela execução do projeto da Barragem do Pisão, no âmbito do qual vai ser inundada uma área de 726 hectares.

Com uma altura máxima de 54 metros, a barragem, que prevê um investimento de 141 milhões de euros, inscritos no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), vai ter uma capacidade de armazenamento de 118,2 hectómetros cúbicos de água.

A rede de rega vai abranger 5. 494 hectares, distribuídos por três blocos: Alter do Chão (3.145 hectares), Fronteira e Avis (1.695 hectares) e Crato (654 hectares).

O projeto prevê ainda uma central fotovoltaica terrestre com 77 Megawatts-pico (MWp), numa primeira fase, e mais 51 MWp, na segunda fase, assim como uma central fotovoltaica flutuante, com 10 MWp, envolvendo um investimento total superior a 132 milhões de euros, verba que não está inscrita no PRR.

Segundo o cronograma submetido pela CIMAA à Comissão Europeia, as obras de construção da barragem estão previstas estar terminadas no final de 2026.

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Governo avança com Parque Humberto Delgado de olho no investimento estrangeiro

Ministro da Economia diz que Luís Montenegro quer criar escala para atrair investimento para a região de Lisboa. Governo tenta tranquilizar autarcas, após anúncio do primeiro-ministro.

A área do imobiliário em Portugal está a atrair a atenção de investidores internacionais, interessados na participar em grandes operações de reabilitação. A manifestação de interesses chega, por exemplo, de “países do Golfo”. A afirmação foi feita pelo ministro da Economia, Pedro Reis, nesta terça-feira, durante a abertura do Congresso dos gestores portugueses, dois dias após o primeiro-ministro, Luís Montenegro, ter anunciado, no discurso de encerramento do congresso do PSD, a criação de uma grande área urbanística que inclui ambos os lados do Tejo na Área Metropolitana de Lisboa.

É importante dar escala aos projetos e escala ao licenciamento em grandes áreas de reabilitação e desenvolvimento da cidade e do país“, sublinhou Pedro Reis, recordando que foi precisamente esse o objetivo do primeiro-ministro quando em Braga anunciou a criação da Sociedade de Gestão Reabilitação e Promoção Urbana, a que o Governo dará o nome de Parque Humberto Delgado.

As palavras de Luís Montenegro em Braga surpreenderam os autarcas de Almada, Barreiro e Seixal, territórios do Arco Ribeirinho Sul, e também o presidente da Área Metropolitana de Lisboa e da câmara de Sintra, Basílio Horta.

Já nesta terça-feira, o autarca do Seixal afirmou ao ECO/Local Online ter sido contactado por Miguel Pinto Luz, ministro das Infraestruturas e Habitação, com a garantia de que nada será feito à margem dos presidentes dos municípios envolvidos neste projeto. Pinto Luz afirmou, relata Paulo Silva, que “foram apenas ideias que o primeiro-ministro apresentou e que [o ministro] vai ter reunião com os presidentes de câmara”.

Já o Ministério das Infraestruturas e Habitação referiu ao ECO/Local Online que “o Governo irá priorizar o contacto com os autarcas dos municípios envolvidos neste grande projeto de requalificação e renovação do tecido urbano. Os contributos que virão destes contactos serão importantes para enriquecer um projeto de larga escala que terá forte impacto na transformação urbana destes municípios. O objetivo é ouvir e envolver todos. Só depois de auscultar as entidades territoriais que serão parte integrante deste projeto, os pormenores da Parque Humberto Delgado serão divulgados”.

Recuperando o teor do discurso de Luís Montenegro, presidente do PSD e líder do Governo, no encerramento do congresso do PSD, o Ministério explica ainda que o futuro “Parque Humberto Delgado, anunciada pelo primeiro-ministro a 20 de outubro, terá três polos para erguer uma grande polis nas duas margens do rio Tejo: o primeiro será a regeneração do Arco Ribeirinho Sul, nos municípios de Almada, Barreiro e Seixal; o segundo será a sociedade Ocean Campus, que reabilitará o espaço entre o Vale do Jamor e Algés, nos municípios de Lisboa e Oeiras; o terceiro incide nos terrenos que serão libertados com o fim do aeroporto Humberto Delgado, nos municípios de Lisboa e Loures”.

Ainda na explicação sobre a conversa tida com o ministro das Infraestruturas e Habitação, o autarca do Seixal assegura que “o ministro prometeu que a reunião acontecerá muito rapidamente e não fará nada nas costas dos municípios”, pelo que deixa cair o pedido de reunião que previa pedir ao Governo.

Em função desse telefonema, falei com os colegas de Almada e Barreiro, porque tínhamos previsto um pedido de reunião ao primeiro-ministro”. Agora, aguardarão, assegura. “Estamos expectantes com reunião que vai haver para ver o que se pretende fazer. Estamos sempre do lado da solução e do desenvolvimento do território, e aceitamos propostas. Os terrenos nos concelhos do Arco Ribeirinho são muito importantes para o desenvolvimento da região, e está na altura de se passar das palavras aos atos”, insta, após década e meia de consecutivos anúncios e enunciação de intenções para esta vasta área de frente rio entre Barreiro e Almada.

Ainda assim, há uma condição imposta pelo seu concelho, anuncia Paulo Silva, que pretende para o Seixal um “polo de desenvolvimento económico para instalação de empresas. Não queremos habitação, ao contrário de outros concelhos, queremos instalação de mais empresas”. Este é, diz, um “território de excelência com vocação empresarial”.

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TAP reduz capital e vai emitir até 400 milhões em obrigações este ano

Operação vai reduzir capital em 666,4 milhões. Estado já não fará novo aumento de capital, mas entra com prestações acessórias. Impacto orçamental é neutro.

O Governo aprovou uma redução de capital da TAP, no montante de 666,4 milhões de euros, com o objetivo de criar as condições jurídicas para permitir que a companhia aérea vá ao mercado ainda este ano. Financiamento autorizado vai até aos 400 milhões de euros.

A Direção-Geral do Tesouro e Finanças, enquanto acionista única da TAP, aprovou “uma redução do capital social da TAP dos atuais €980.000.000 para €313.600.000 através da redução do valor nominal das ações dos atuais €5 por ação para €1,60”, informa a companhia aérea num comunicado aos investidores, divulgado esta terça-feira.

Parte da redução – 323,4 milhões de euros – destina-se à absorção de prejuízos passados, algo que a TAP fez repetidamente nos últimos anos. A outra, no montante de 343 milhões de euros, muda a forma como o Estado fará a derradeira injeção de capital na transportadora aérea, prevista para o final do ano.

A obrigação do Estado de colocar aquele montante através de um aumento de capital (subscrito em 27 de dezembro de 2022) é extinta, “em contrapartida da assunção da obrigação, pela mesma República Portuguesa, de, até ao dia 18 de dezembro de 2024, proceder ao pagamento de igual montante a título de prestações acessórias sujeitas ao regime das prestações suplementares de capital, no âmbito da operação de reforço do capital prevista anteriormente e sem que daí resulte qualquer responsabilidade adicional para o Estado”, diz o comunidado.

Do ponto de vista orçamental, esta alteração é neutra para o Estado, uma vez que os 343 milhões serão à mesma colocados na TAP. A diferença é que entra na forma de prestações acessórias, que embora sendo consideradas como capital no balanço, têm um estatuto próprio, que admite a sua devolução aos acionistas.

Na mesma missiva aos investidores, a TAP esclarece que a operação de redução de capital tem “o intuito de viabilizar o acesso aos mercados de capitais pela TAP e para esta poder proceder a uma emissão de obrigações ainda durante o exercício de 2024“.

O anúncio de emissão de obrigações, no montante de 400 milhões de euros, comunicado hoje pela TAP, demonstra que a Empresa está pronta para voltar aos mercados e refinanciar-se, por forma a fazer face a um pagamento de uma obrigação devida no início de dezembro.

Ministério das Finanças

A TAP arrancou no verão com os preparativos para realizar uma emissão de obrigações até ao final do ano, estando em diálogo com o Governo e a consultar os bancos de investimento, como avançou o ECO. Operação permitirá refinanciar uma linha de 375 milhões de euros que chega à maturidade em dezembro.

“O anúncio de emissão de obrigações, no montante de 400 milhões de euros, comunicado hoje pela TAP, demonstra que a Empresa está pronta para voltar aos mercados e refinanciar-se, por forma a fazer face a um pagamento de uma obrigação devida no início de dezembro”, salienta o Ministério das Finanças em nota enviada ao ECO.

“Esta operação permitirá à TAP cumprir um dos objetivos do seu plano de reestruturação um ano antes do previsto, já em 2024, quando a expectativa inicial seria realizar-se apenas em 2025”, acrescenta. As Finanças garantem que o ajustamento nos capitais próprios da companhia não põe em “causa a solidez dos mesmos nem resulta em “qualquer responsabilidade adicional para o Estado”.

(Notícia atualizada às 18h58 com nota do Ministério das Finanças)

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Decisões que rejeitam contratos a estafetas já são quase quatro vezes mais do que as que reconhecem

Das decisões dos tribunais de primeira estância que já são conhecidas, 53 não reconhecem contratos entre estafetas e plataformas, enquanto 14 admitem vínculos. Rejeições são quase quatro vezes mais.

Em pouco mais de um ano, os tribunais portugueses recusaram reconhecer contratos de trabalho entre 66 estafetas e as plataformas digitais. Ainda assim, 29 estafetas viram reconhecido um vínculo de trabalho, com base na lei que entrou em vigor em maio do ano passado. O balanço foi feito esta terça-feira pela inspetora-geral da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), entidade que ainda não conseguiu entregar ao Parlamento o relatório da fiscalização ao trabalho nas plataformas digitais.

“Fazendo uma nota daquilo que a ACT tem conhecimento, tivemos já 14 decisões de primeira instância com reconhecimento de contrato de trabalho e 53 não reconhecendo a existência de contrato de trabalho. As que não reconhecem abrangem 66 estafetas, que foram identificados pela ACT e foram participados ao Ministério Público. Das que reconhecem, são relativas a 29 estafetas“, indicou Maria Fernanda Campos, numa audição requerida pelo Bloco de Esquerda.

“É objetivo que a maioria das decisões não reconhece [os contratos]. Já a decisão dos tribunais superiores reconhece, com argumentos diferentes”, observou.

A propósito, a responsável acrescentou que, recentemente, foram conhecidos dois acórdãos do Tribunal da Relação de Guimarães, que reconhecem a existência de contrato de trabalho entre dois estafetas as plataformas, e dois acórdãos do Tribunal da Relação de Évora, dos quais um reconhece um vínculo de trabalho, enquanto outro descarta-o.

Importa explicar que na base destas decisões está a lei que veio alterar o Código do Trabalho em maio do ano passado, abrindo a porta a que os estafetas sejam considerados trabalhadores (dependentes) das plataformas, desde que haja indícios de subordinação, como a organização do tempo de trabalho e a estipulação das remunerações.

Com base nessa lei, a ACT lançou uma ação inspetiva (sobretudo entre junho e dezembro do ano passado, precisou a inspetora-geral esta terça-feira), que envolveu 403 inspetores do trabalho, e mais de três mil horas de formação.

A ACT foi para o terreno. Inicialmente em Lisboa e Porto, por serem os sítios com maior concentração de estafetas e, depois, à medida que fomos progredindo no conhecimento, fomos estendendo aos 32 serviços da ACT”, explicou Maria Fernanda Campos.

Nessas ações inspetivas, a ACT identificou um total de 2.798 estafetas, sendo que a maioria eram estrangeiros oriundos de países terceiros à União Europeia, observou a responsável. “Com 63% de nacionalidade brasileira. E Índia, Bangladesh e Paquistão com 31% dos trabalhadores”, detalhou a responsável, que notou, “por curiosidade”, que também foram identificados nacionais de Itália e Luxemburgo a trabalhar para plataformas em Portugal.

Na sequência dessa ação, foram abertos 1.765 processos inspetivos, que abrangeram 2.798 indivíduos e 139 entidades.

Maria Fernanda Campos

Inspetora-geral da ACT

“Na sequência dessa ação, foram abertos 1.765 processos inspetivos, que abrangeram 2.798 indivíduos e 139 entidades“, avançou ainda a inspetora-geral. E realçou que, dessas entidades, 16 eram plataformas, 50 eram intermediários formais e cerca de outros 70 eram angariadores e alugueres de contas.

“Formulámos 1.217 autos de notícia o e autos por inadequação do vínculo e fizemos as mesmas participações ao Ministério Público menos três, porque houve uma plataforma portuguesa que, perante o auto, voluntariamente assumiu os trabalhadores como tal, aplicando contrato de trabalho”, sublinhou ainda Maria Fernanda Campos.

Sobre a fiscalização do terreno, a inspetora-geral reconheceu ainda dificuldades. Por um lado, os inspetores encontraram “barreiras linguísticas” e tiveram de ter apoio na tradução. Por outro, depararam-se com a surpresa das plataformas, às quais tiveram de explicar como funcionaria o processo de inspeção.

A lei dita que a ACT tinha não só de fazer uma “uma campanha extraordinária e específica de fiscalização” do trabalho nas plataformas entre maio de 2023 e maio de 2024, como elaborar um relatório a ser entregue à Assembleia da República. Os deputados da Comissão do Trabalho pediram esse relatório, mas não o receberam, até ao momento.

A ACT, apesar do esforço, não conseguiu elaborar o relatório atempadamente. Está em tratamento e há de ser concluído, como determina a lei.

Maria Fernanda Campos

Inspetora-geral da ACT

“A ACT, apesar do esforço, não conseguiu elaborar o relatório atempadamente. Está em tratamento e há de ser concluído, como determina a lei”, salientou a inspetora-geral, que atirou também que há ainda um “longo trabalho pela frente” no que diz respeito à fiscalização das plataformas digitais.

A ministra do Trabalho, Maria do Rosário do Trabalho, já assinalou que o trabalho nas plataformas digitais será uma das matérias a revisitar, no âmbito da reavaliação das mudanças à lei do trabalho que foram feitas na primavera do ano passado.

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EUA preparam sanções a países que enviam equipamento militar para Rússia

  • Lusa
  • 22 Outubro 2024

"Já na próxima semana, vamos introduzir novas e fortes sanções contra aqueles que facilitam a máquina de guerra do Kremlin", disse a secretária norte-americana do Tesouro, Janet Yellen.

A secretária norte-americana do Tesouro, Janet Yellen, anunciou esta terça-feira que um novo pacote de sanções à Rússia terá como alvo países e empresas que facilitam o fornecimento a Moscovo de equipamento de uso militar.

Continuamos a agir contra a evasão às sanções russas e, já na próxima semana, vamos introduzir novas e fortes sanções contra aqueles que facilitam a máquina de guerra do Kremlin, incluindo intermediários em países terceiros que fornecem à Rússia materiais essenciais para as suas forças armadas”, afirmou Yellen.

Yellen falava à margem da reunião das reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BM), que congregam líderes de todo o mundo em Washington. Estas restrições fazem parte das novas medidas tomadas por Washington nos últimos meses para impedir às forças armadas russas o acesso a tecnologia e armamento para a guerra na Ucrânia, que começou em fevereiro de 2022.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Após a invasão, os EUA coordenaram com a União Europeia (UE) e países aliados, como o Canadá, a imposição de sanções destinadas a isolar a economia russa do mercado financeiro internacional, nomeadamente a exclusão dos bancos russos do sistema internacional de comunicação interbancária SWIFT e sanções contra o setor energético.

Nos últimos meses, Washington e os seus aliados intensificaram as sanções contra a “máquina de guerra” russa, com restrições, por exemplo, à exportação de bens que podem ser utilizados tanto para fins civis como militares. Para contornar as sanções ocidentais, a Rússia encontrou novas maneiras de ganhar acesso a essas matérias-primas, através de países como a China, a Índia, a Malásia e a Tailândia.

Para comprar armamento, munições e drones, o Kremlin recorre a países como a Coreia do Norte e o Irão, de acordo com Washington.

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Primeiro-ministro pede responsabilidade e gestão racional da água

  • Lusa
  • 22 Outubro 2024

O contrato de adjudicação da futura dessalinizadora do Algarve, que representa um investimento de cerca de 108 milhões de euros, está integrado no Plano Regional de Eficiência Hídrica da região.

O primeiro-ministro apelou esta terça-feira em Albufeira à responsabilidade e a uma gestão racional do consumo de água, durante a assinatura do contrato de construção da futura dessalinizadora do Algarve, que deverá estar construída até finais de 2026.

“Nunca podemos perder o foco na responsabilização. Nunca podemos perder o foco na responsabilidade. Nunca podemos perder o foco em evitar qualquer sensação de que os problemas estão resolvidos”, disse Luís Montenegro na sessão de assinatura do contrato de conceção, construção e exploração da futura central produtora de água doce a partir de água salgada.

Na sessão, realizada em Albufeira, onde ficará instalada a central dessalinizadora, o chefe do Governo classificou a construção da infraestrutura como “um momento histórico para o país e para a região”. O projeto de construção de uma dessalinizadora em Albufeira, no distrito de Faro, é uma das medidas de resposta à seca que afeta a região mais a sul de Portugal continental, integrada num pacote de medidas lançado pelo anterior Governo e que tiveram continuidade no atual executivo.

O contrato de adjudicação, que representa um investimento de cerca de 108 milhões de euros, está integrado no Plano Regional de Eficiência Hídrica do Algarve, enquadrado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

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PGR defende recondução do diretor nacional da PJ

O mandato de Luís Neves à frente da Polícia Judiciária já terminou em junho, mas o diretor nacional ainda continua em funções, sem o Governo ter, até agora, esclarecido se este será reconduzido.

O novo procurador-geral da República, Amadeu Guerra, defendeu, esta terça-feira, a recondução do diretor nacional da Polícia Judiciária (PJ), Luís Neves.

O mandato de Luís Neves à frente da Polícia Judiciária já terminou em junho, mas o diretor nacional ainda continua em funções, sem o Governo ter, até agora, esclarecido se este será reconduzido ou se deverá abandonar o cargo.

“Eu já trabalhei com o doutor Luís Neves. Acho que é uma pessoa dinâmica. Se for essa a escolha do Governo, por mim está tudo bem”, afirmou o procurador-geral da República, esta terça-feira, em declarações aos jornalistas, quando questionado sobre a recondução do diretor nacional da PJ.

“A decisão está tomada”, disse na tsegunda-feira o primeiro-ministro, à entrada da sessão comemorativa do 79.º Aniversário da Polícia Judiciária e na inauguração do Laboratório Digital Forense. Mas não adiantou quando é que esse nome iria ser revelado.

A ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, já tinha avisado que a decisão sobre a renovação de mandato ou nomeação de um novo diretor nacional da Polícia Judiciária (PJ) seria tomada em breve, logo após a tomada de posse do Procurador-Geral da República (PGR), que decorreu no sábado, dia 12. Na passada quarta-feira, assumiu que essa escolha está quase fechada. “Em breve vai ser tomada uma decisão sobre o novo diretor da PJ. Estamos a fechar o processo e muito em breve terei novidades para dar”, disse a ministra da Justiça esta quarta-feira, à margem do 13.º Encontro Nacional da Sociedade de Advogados de Portugal (ASAP), no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

O atual diretor Luís Neves tomou posse a 18 de junho de 2018 pela mão da então ministra Francisca Van Dunem e foi reconduzido pela primeira vez em maio de 2021 pela mesma ministra do Governo socialista. Agora, está em gestão desde junho, estando agora limitado para tomar decisões de fundo no órgão de polícia criminal que lidera.

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Obras do metro de Lisboa com desvio de 500 milhões e atraso entre 18 e 30 meses, admite Governo

  • Lusa
  • 22 Outubro 2024

A secretária de Estado começou por reconhecer, na audição no Parlamento, que as notícias que tinha para dar aos deputados “não são boas, mas não são novidades”.

As obras do Metropolitano de Lisboa estão com atrasos entre 18 e 30 meses e um desvio financeiro de cerca de 500 milhões de euros, admitiu esta terça-feira a secretária de Estado da Mobilidade, garantindo, porém, a sua execução. Cristina Pinto Dias falava numa audição na comissão de Economia, Obras Públicas e Habitação da Assembleia da República, em Lisboa, a requerimento do PS, sobre “atrasos nas obras do metro de Lisboa”.

Na audição, a secretária de Estado começou por reconhecer que as notícias que tinha para dar aos deputados “não são boas, mas não são novidades”, garantindo, no entanto, que “não há reversões”, nem tão pouco haveria “utilização política dos dossiês”. “Todos os projetos que recebemos nesta pasta de transição são para executar […] e não tencionamos fazer política com o assunto. Mas, à data da tomada de posse deste Governo, os atrasos verificados nas obras são um desafio para o cumprimento do calendário de financiamento comunitário. Esta é a realidade”, afirmou.

De acordo com a responsável, os atrasos nos prazos de concretização das três linhas em questão, Amarela/Verde, Vermelha e Violeta, variam entre os 18 e os 30 meses e os desvios orçamentais estão próximos dos 500 milhões de euros, com risco de comprometer fontes de financiamento comunitário, “se nada fosse feito”.

A obra de expansão da linha Vermelha do Metropolitano de Lisboa abrange uma extensão de cerca de quatro quilómetros e quatro novas estações: Campolide/Amoreiras, Campo de Ourique, Infante Santo e Alcântara – e o prazo de execução da obra, com uma extensão de cerca de quatro quilómetros, que está definido em contrato é o final de 2026.

A estação de Alcântara fará a ligação à futura Linha Intermodal Sustentável, promovendo a ligação ao concelho de Oeiras (LIOS Ocidental). Em julho, o ministro das Infraestruturas disse, no parlamento, que o metro de Lisboa podia vir a falhar nos prazos para o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), mas que mesmo assim seria mantida a prioridade na expansão da linha vermelha.

Em audição na comissão de Economia, Obras Públicas e Habitação, Miguel Pinto Luz disse que “o metro de Lisboa tem sido um desafio enorme” e que assumia “a possibilidade de falhar no PRR”, no recebimento de fundos europeus. Já anteriormente, o governante tinha dito que a litigância pode levar a que o metro de Lisboa falhe os prazos do PRR.

No início de agosto, o secretário de Estado do Planeamento e Desenvolvimento Regional, Hélder Reis, adiantou que o Governo iria reapreciar projetos em risco de não serem concluídos no prazo estimado de forma a não serem perdidas as verbas do PRR. O financiamento do PRR prevê um investimento no metro de Lisboa de 400 milhões de euros para a expansão da Linha Vermelha, de São Sebastião até Alcântara, e 250 milhões de euros para a nova Linha Violeta (metro ligeiro de superfície), que ligará o Hospital Beatriz Ângelo por Odivelas a Loures, num total de 650 milhões de euros.

Já a linha Circular, prevista inaugurar no segundo semestre de 2025, vai ligar a estação do Rato ao Cais do Sodré, numa extensão de mais dois quilómetros de rede e duas novas estações (Estrela e Santos), unindo as linhas Amarela e Verde num novo anel circular no centro de Lisboa. Além da construção de duas novas estações será remodelada a estação existente no Cais do Sodré. O investimento previsto na construção desta linha é de 331 milhões de euros.

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A melhor publicidade de Cannes começa a ‘rodar’ nos ecrãs da MOP

  • + M
  • 22 Outubro 2024

“O objetivo é levar para as ruas o melhor da publicidade mundial, mostrando que a criatividade pode transformar marcas e inspirar pessoas”, adianta Ana Paula Costa, representante Lions Festivals.

As campanhas premiadas na categoria Outdoor do Festival Cannes Lions vão começar, a partir desta semana, a ‘rodar’ em todos os ecrãs digitais da MOP, representante em Portugal dos festivais do Lions Festivals (Cannes Lions e Eurobest).

Sinceramente é uma ideia que já deveríamos ter realizado há mais tempo mas a verdade é que, com o surgimento dos formatos digitais, tudo se torna mais fácil”, refere Vasco Perestrelo, CEO da MOP, citado em comunicado.

A MOP vai começar por divulgar os trabalhos da edição do Cannes Lions deste ano, mas o objetivo é criar um ciclo contínuo de exibição, dando destaque às melhores criações logo após ocorrerem os festivais Cannes Lions e Eurobest, explica a empresa.

As campanhas serão integradas numa moldura especial, que terá informações sobre o festival correspondente, destacando as peças e o contexto do prémio conquistado.

O objetivo é levar para as ruas o melhor da publicidade mundial, mostrando que a criatividade pode transformar marcas e inspirar pessoas”, adianta Ana Paula Costa, representante Lions Festivals.

 

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EDP aposta em tecnologia para reduzir tempo de instalação de parques solares em 50%

  • ECO
  • 22 Outubro 2024

O projeto-piloto AutoPV pretende reduzir em metade o tempo de montagem de parques solares. Depois do teste em Espanha, o objetivo é alargar a tecnologia a outras fronteiras.

A EDP apresentou esta terça-feira uma tecnologia de automação de painéis solares no parque fotovoltaico de Peñaflor, em Valladolid. Esta tecnologia insere-se no projeto-piloto AutoPV e reduz em 50% o tempo de instalação dos painéis fotovoltaicos.

O investimento feito na operação robotizada é de 350 mil euros, como explicou a EDP ao ECO/Capital Verde. A tecnologia ficará encarregue de instalar 3 megawatts de capacidade dos totais 122 MW que estão previstos para o parque fotovoltaico, que entrará em operação no segundo semestre de 2025.

“Tratando-se de um piloto, o investimento nesta fase não é significativo. Significativo será o que esta tecnologia poderá representar para o desenvolvimento de renováveis”, indica a energética, que ambiciona “escalar” esta tecnologia para a “construção de parques solares a nível global”.

O projeto-piloto, desenvolvido pela EDP, utiliza a tecnologia de automação da empresa italiana Comau que se concretiza em duas fases. A primeira fase, denominada de hyperflex, composta por uma estação de pré-montagem dos painéis solares. A segunda fase consiste no transporte dos painéis por um veículo automatizado rover que posiciona as estruturas pré-montadas nos locais finais.

Segundo a energética portuguesa, esta tecnologia permite construir em metade do tempo as estruturas fotovoltaicas, diminui o risco de fraturas nas estruturas e nos painéis solares, o que evita custos elevados de reparação, substituição e manutenção. Além disso, esta tecnologia realiza as tarefas pesadas, como a elevação de tubos de torque com cerca de 90 quilos ou a elevação de painéis solares com cerca de 27 quilos cada.

A EDP explica que decidiu apostar nesta tecnologia uma vez que a montagem manual dos painéis tende a ser mais demorada e, assim, os operadores passam a realizar tarefas qualificadas e de precisão que exigem menos esforço físico, nomeadamente “programação, ajuste fino da estação” de montagem e operações manuais como o “aperto de parafusos [e] ajustes finais”, realizados por mecânicos.

Para além da Comau, em Espanha, a EDP investiu também na americana Terabase, uma tecnológica sediada em Berkley, na Califórnia, que permite da mesma forma automatizar a montagem de painéis solares. Desta forma, “a EDP tem acesso a várias soluções tanto na Europa quanto nos EUA”, explica a empresa.

Nos Estados Unidos, a aplicação desta tecnologia materializou-se através de um projeto-piloto realizado no Arizona, o único desta natureza “até à data”, explica a EDP. No total, foram instalados 17 MW de montagem de estruturas solares fotovoltaicas.

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Centro aprova mais 41,8 milhões de euros para reabilitar escolas

CCDR Centro diz que "já foram pagos 13 milhões de euros aos beneficiários municipais, o que significa que quase 10% do valor aprovado foi pago". 

A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) aprovou mais seis candidaturas no valor de 41,8 milhões de euros para a reabilitação ou modernização de escolas dos 2.º e 3.º ciclos e secundário, no âmbito do processo de descentralização de competências. Ao todo, 36 escolas da região já têm luz verde para intervenções ao abrigo do aviso de concurso do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), perfazendo um investimento total de 191 milhões de euros.

Segundo a CCDRC, “já foram pagos 13 milhões de euros aos beneficiários municipais, o que significa que quase 10% do valor aprovado já foi pago”.

Isabel Damasceno, na liderança desta comissão, considera que “a aprovação destas escolas vem reforçar a prioridade que a região atribui aos investimentos em educação”. Aliás, sustenta, “estas candidaturas respondem ao desafio lançado pelo nosso Governo de aprovar projetos com maior estado de maturidade”.

O Programa Escolas visa promover a construção, recuperação e reabilitação de 451 escolas dos 2.º e 3.º ciclos de todo o país até 2033, no âmbito do acordo setorial assinado entre o Governo e a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) para a descentralização de competências da Administração Central para as autarquias.

A aprovação destas escolas vem reforçar a prioridade que a região atribui aos investimentos em educação.

Isabel Damasceno

Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional Centro (CCDRC)

As obras nas 451 escolas transferidas para os municípios do país deverão ser executadas até 2033, com fundos europeus e sem qualquer tipo de encargo para as autarquias. Segundo a CCDRC, “todos os investimentos a realizar deverão implementar medidas de eficiência energética, assegurando uma redução do consumo de energia primária em, pelo menos, 30%, cumprindo assim os compromissos assumidos de descarbonização e sustentabilidade”.

Este programa, que conta com um investimento global de 1.730 milhões de euros, tem previstas diferentes formas de financiamento: PRR, Programas Regionais do Portugal 2030, um empréstimo-quadro do Banco Europeu de Investimento (BEI) e através do Orçamento do Estado, detalha esta comissão.

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Portugal tem intenções de investimento “muito interessantes”, diz ministro da Economia

A fiscalidade e o licenciamento são os dois "grandes temas necessários para desbloquear o investimento em Portugal", identifica o ministro da Economia.

Portugal tem um pipeline de intenções de investimento “muito interessante”, com algumas operações em estado “muito avançado”, revelou esta terça-feira o ministro da Economia, Pedro Reis, que sublinhou que a diplomacia económica está a trabalhar muito com a Alemanha, França e Reino Unido.

“Este é um momento interessante para captar investimento em Portugal”, disse Pedro Reis, na abertura do congresso dos gestores portugueses, na Gulbenkian. “Temos um mundo volátil e o investimento em busca de amarração”, acrescentou.

A estratégia seguida por Portugal é “escolher duas ou três cadeias de valor e depois é rolo compressor”. “É essa a minha estratégia nos conselhos de competitividade” da União Europeia, acrescentou. Mas para que esta estratégia tenha sucesso é fundamental que a própria União Europeia defina um mapa e, independentemente da concorrência interna, seja definida uma leitura transversal”. Pedro Reis defende que a Península Ibérica tem “condições seletivas” e “cadeias de valor mais densificadas”, nas quais a UE deveria apostar, nomeadamente a energia, deixando para a Alemanha outro tipo de investimentos.

“Há um pipeline de investimento muito interessante com operações identificadas muitas avançadas, algumas com sinalização e cartas de conforto do Estado português”, revelou o ministro da Economia, justificando com o facto de haver uma genuína intenção de investir em Portugal”. Os “argumentos que chamam a atenção para Portugal foram reforçados e a isso se juntou a segurança da decisão de investimento”, precisou. “A matriz de decisão dos investidores tem a ver com safe harbours e, em todas, vejo Portugal”, acrescentou.

Pedro Reis avança que vê “um interesse muito focado” no alinhamento e pipeline existente de intenções de investimentos, nos “clusters verde e azul”. “Se soubermos ser competitivos e ágeis, nomeadamente na área do shipping e retrofitting, gestão dos pavilhões, materialização dos formulários, comunicação entre navios, portos e autoridades marítimas”, exemplifica, “isso depois conta para ver se somos ou não atrativos para o investimento.

Pedro Reis sublinhou que um outro cluster, que está a atrair as atenções dos investidores, “tem a ver com centros de serviços partilhados, que vão muito além dos data centers”. “É através dos centros de competência que estamos a ir buscar a indústria novamente”, disse.

Já nos setores do imobiliário e real estate os “países do Golfo têm demonstrado interesse em projetos de dimensão”. “É importante dar escala aos projetos e escala ao licenciamento em grandes áreas de reabilitação e desenvolvimento da cidade e do país”, sublinhou, recordando que foi precisamente esse o objetivo do primeiro-ministro quando em Braga anunciou a criação da Sociedade de Gestão Reabilitação e Promoção Urbana, a que o Governo dará o nome de Parque Humberto Delgado, e que “será o instrumento para pensar, projetar e ordenar o Arco Ribeirinho Sul nos municípios de Almada, Barreiro e Seixal”.

Um segundo pólo, o Ocean Campus, será entre o vale do Jamor e Algés, nos municípios de Lisboa e Oeiras, e o terceiro irá aproveitar os terrenos que serão libertados com o fim do atual aeroporto Humberto Delgado, nos municípios de Lisboa e Loures.

Reconhecendo que a fiscalidade e o licenciamento são os dois “grandes temas necessários para desbloquear o investimento em Portugal” – “nas reuniões intergovernamentais analisamos como resolver os custos de contexto”, conta –, Pedro Reis defende que se fosse possível “aprovar um pré-financiamento, com a definição das condições de investimento, o país poderia “ir muito para além dos parâmetros normais”.

Pedro Reis considera que a linha de mil milhões de euros, que recebeu recentemente luz verde de Bruxelas, é fundamental para apoiar grandes projetos de descarbonização. “É o nosso IRA, à nossa escala”, brincou numa analogia com o pacote de investimentos aprovado pelo Governo norte-americano principalmente para a descarbonização da sua economia.

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