Ganhar um emprego numa aposta de 50 euros, Telma Marques, da Solverde.pt, na primeira pessoa

Uma "aposta" de 50 euros valeu a entrada de Telma Marques para o mundo do marketing no setor das apostas. Agora, na Solverde.pt, é entre a performance e a criatividade que encontra o seu "sweet spot".

Foi precisamente através de uma aposta que Telma Marques se iniciou no marketing, na área do gambling. Naquele que viria a ser o seu primeiro emprego nas apostas desportivas, a atual diretora de marketing da Solverde.pt fez uma aposta em como a empresa não se iria arrepender caso a contratasse.

Quando soube que estavam à procura de uma estagiária, disseram-me que já tinham selecionado uma pessoa mas para eu enviar na mesma uma carta de apresentação e currículo. Na carta eu disse que apostava 50 euros em como não se arrependiam de me contratar. Acho que chamei à atenção por causa disso e fui contratada. Mais tarde a outra pessoa que já estava selecionada também entrou, portanto ninguém ficou prejudicado”, diz Telma Marques em conversa com o +M, onde adianta que considera que a aposta que fez foi ganha, até porque passados uns meses foi promovida e aumentada.

Na verdade, embora esteja impossibilitada de apostar, tendo em conta a regulamentação em vigor, Telma Marque gosta e tem um “bichinho” pela área das apostas, principalmente devido ao “entretenimento que está muito associado” a esta atividade.

Considerando que a área do jogo online é muito apaixonante, a diretora de marketing de 38 anos entende que, há muitos anos, na área do marketing, pouco se falava sobre dados, data science ou data business, mas que a área das apostas sempre foi muito analítica e sempre teve muitos dados para trabalhar, mesmo na performance da publicidade. “E a ligação que sempre existe entre performance e criatividade é mesmo o sweet spot em que gosto de trabalhar“, afirma.

Falando em marketing e em apostas, Telma Marques entende que no marketing é preciso arriscar. “Aliás, hoje em dia, jogar pelo seguro é arriscar, porque uma marca pára se não arriscar um pouco. Obviamente com riscos controlados, mas para evoluir precisamos de ir dando passos, experimentar mercado e inovar“, diz.

Chegada há sete anos à Solverde.pt, Telma Marques entrou na empresa na mesma altura em que foi lançado o projeto digital de apostas do grupo de hotéis e casinos Solverde, pelo que foram crescendo em conjunto.

“Tem sido um grande desafio. Quando cheguei há sete anos, o site ainda não estava lançado, estávamos a preparar o lançamento e havia também a necessidade de preparar tudo do ponto de vista do marketing e nessa altura eu era toda a equipa de marketing digital”, recorda Telma Marques, que agora lidera uma equipa de cerca de 15 pessoas.

“A partir daí fomos construindo a marca, os produtos foram crescendo progressivamente, fomos também formando a equipa, começando pela área das ativações de marca – que é muito importante para nós, pela estratégia de proximidade que tivemos desde o início – e neste momento já temos uma equipa com várias pessoas em diversas valências que permite um trabalho mais focado em resultados e que consigamos dar largas à criatividade, trazer projetos de conteúdos para cima da mesa, e trabalhar bastante na construção de marca de uma forma consistente e que tem estado a evoluir bastante nos últimos anos”, acrescenta.

Foi precisamente o trabalho na Solverde.pt que a levou a mudar-se para Espinho, onde acabou por ficar a residir com o companheiro, naquela que é uma cidade “super agradável para viver, junto ao mar e com qualidade de vida”, dispondo também do “privilégio muito grande” de morar perto do trabalho, o que ajuda a equilibrar a vida profissional e pessoal.

Oriunda de Leiria, e com uma passagem por Lisboa onde estudou Publicidade e Marketing na Escola Superior de Comunicação Social e deu os primeiros passos profissionais, Telma Marques encontrou em Espinho um maior sentido de comunidade, sendo esse o fator mais diferenciador que encontrou por terras mais a norte.

O que sinto aqui é que há um sentido de comunidade muito grande, tanto profissionalmente como a nível pessoal, acho que há um sentido de comunidade maior nesta zona do que propriamente quando estive em Lisboa e até mesmo em Leiria“, diz.

Para lá da paixão que é o marketing – razão pela qual adora o que faz e não odeia segundas-feiras –, Telma Marques gosta imenso de ler, pelo que “devora” livros. Uma vez que seria “muito cruel ter de escolher” um livro que tenha marcado a sua vida, a diretora de marketing da Solverde.pt destaca a literatura brasileira, tendo lido recentemente “É sempre a hora da nossa morte amém”, de Mariana Salomão Carrara, um livro “curto, espetacular”. Já a nível nacional refere “O Lugar das Árvores Tristes”, de Lénia Rufino, uma obra “fabulosa” que leu há pouco tempo.

Para lá da leitura, gosta muito de viajar. “Sou muito pragmática e prática, mas depois de viajar, perder os padrões, experimentar coisas novas e até de criar um bocadinho de desconforto para vivenciar essas novas experiências. É uma das minhas coisas favoritas”, diz, exemplificando com a viagem que fez no início do ano à Malásia, onde teve contacto com uma cultura “completamente diferente”. Uma das coisas que mais estranhou no país asiático foi a de ir a um restaurante onde comeu a refeição com as mãos, incluindo o arroz com molho.

Mas acabo também por viajar imenso no nosso país, mesmo sem ser em férias. Quando vivia em Lisboa explorava muito o Alentejo, agora nesta fase exploro muito a zona do Douro, do Gerês e de todas as cidades aqui à volta”, diz.

Para estas férias de verão tinha planeado ficar por “casa”, mas acabou por ir para Peníscola, zona espanhola onde foram filmadas algumas cenas da série Guerra dos Tronos, a qual gostou imenso de ver. Além da série da HBO que fez furor entre milhões de espectadores, Telma Marques também se confessa fã de Breaking Bad, série também conceituada junto do público.

Considerando-se uma pessoa “muito prática e pragmática”, a responsável pelo marketing da Solverde.pt entende que ao mesmo tempo dá também “muito valor à arte e criatividade”.

Gosto de rotinas, mas por outro lado também gosto do desconforto que se cria com novas experiências. E diria que também sou um pouco assim no trabalho, sou prática e gosto das coisas bem organizadas, mas depois gosto de ver os ângulos diferentes. Dou muito valor à criatividade, sou crítica, mas ao mesmo tempo gosto de ver os lados todos das questões para entender mesmo aqueles com que não concordo, o que acaba por ser útil, até mesmo por uma relação com os colegas de equipa”, conclui.

Telma Marques em discurso direto

1. Que campanhas gostava de ter feito/aprovado? Porquê?

Internacionalmente, a campanha da Buick #seehergreatness. A campanha exibia grandes momentos do desporto feminino em que se ouvia o som, mas se via apenas uma fração mínima da imagem (em representação desses 10% de exposição). Falaram ao seu target, tiveram mais de sete biliões de interações com a campanha e criaram mudança: como resultado a ESPN mudou uma final feminina para prime time tornando-se um recorde de audiências.

Em termos de campanhas nacionais, há muito talento a destacar também, mas vou ao baú buscar a campanha da Sociedade Ponto Verde com o mítico Gervásio, para sensibilizar os portugueses para a importância da reciclagem, no ano 2000. Uma forma genial de transmitir a simplicidade da reciclagem e, também, na altura, arrojada. São mensagens que duram, pela forma como tocam o público e por dispensarem qualquer tipo de explicação adicional.

2. Qual é a decisão mais difícil para um marketeer?

Dispensar ideias geniais que não encaixam na identidade da marca. Consistência supera um momento breve de sucesso, no longo prazo. As marcas que duram trabalham de forma coerente e crescem de forma sustentável e progressiva, o que por vezes parece contrário à exposição que procuramos – mas não é.

3. No (seu) top of mind está sempre?

As pessoas. As pessoas que trabalham comigo e as pessoas para quem trabalhamos. No final do dia, o valor da marca não é senão aquilo que nós sentimos, transmitimos e apreendemos.

4. O briefing ideal deve…

Incluir os don’ts. Muito tempo se perde quando até somos objetivos no que queremos, damos liberdade criativa, mas não somos claros em relação aos limites da marca, da campanha, do projeto. Mesmo num contexto em que queremos ser desafiados e empurrar as barreiras, todas as marcas têm alguns pontos intocáveis, que devem ser claros desde o início.

5. E a agência ideal é aquela que…

É parceira. Que permite uma troca, porque entende que o cliente sabe mais de umas coisas e eles de outras – e que na combinação desses fatores, se encontra o ouro. Que ouve, conhece o seu cliente, mas também sabe desafiá-lo e criar desconforto, quando tem a certeza do caminho disruptivo que pode responder ao briefing.

6. Em publicidade é mais importante jogar pelo seguro ou arriscar?

Arriscar é jogar pelo seguro, no contexto atual. Uma marca não pode crescer sem criar risco calculado para si mesma. Dito isto, na área em que trabalho, o risco é sempre um salto criativo e nunca um contornar das regras, pois a confiança do jogador e a perceção do jogo online enquanto uma atividade de entretenimento segura, no mercado regulado, é fundamental.

7. O que faria se tivesse um orçamento ilimitado?

Temos muitos projetos a que queremos dar vida ou que gostaríamos de amplificar, muita criatividade dentro de portas e nas agências e parceiros com que trabalhamos que queremos que ganhe asas – e isso acontecerá, futuramente. Mas penso que o orçamento ilimitado seria inimigo do crescimento sustentável que preconizamos. Já tivemos diversas provas que nem sempre as ações de maior orçamento, fazem a maior diferença e as limitações obrigam-nos a um cuidado e otimização que têm sido essenciais na nossa estratégia. (Por favor não deixem o nosso departamento financeiro, ler isto).

8. A publicidade em Portugal, numa frase?

Talento contido.

9. Construção de marca é?

Um processo moroso, contínuo, complexo e muito compensador. Ter cada ponto de contacto a transmitir de alguma forma a identidade da marca exige todo o nosso foco e uma atuação fora da esfera do marketing também.

10. Que profissão teria, se não trabalhasse em marketing?

Qualquer uma que me permitisse viajar ou ler sem limites – não concordo com a teoria que se trabalharmos no que gostamos, não trabalharemos mais nenhum dia da nossa vida, por isso talvez ficasse só sem hobbies, mas não me oporia a experimentar.

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Metro de Lisboa já reabriu estação de Telheiras e ligação do Campo Grande à Cidade Universitária

A obras na estação de Telheiras e na ligação do Campo Grande à Cidade Universitária terminaram um dia antes do previsto. Ligações foram restabelecidas esta segunda-feira.

Depois de cerca de 15 dias encerradas para obras, a estação do metro de Telheiras e a ligação do Campo Grande à Cidade Universitária, na linha Amarela, já estão a funcionar desde as 6h30 desta segunda-feira. O anúncio foi feito pelo Metropolitano de Lisboa, que concluiu os trabalhos um dia antes do previsto.

“Inicialmente esta reabertura estava prevista para amanhã [20 de agosto], mas as equipas da empresa, face ao seu empenho e dedicação, conseguiram concluir as obras mais cedo do que o previsto, com o objetivo de minimizar os impactos dos trabalhos juntos dos clientes“, informa o Metropolitano num comunicado.

As obras do projeto de expansão e modernização em curso decorreram entre 3 e 18 de agosto. Estes trabalhos inserem-se no âmbito da “Linha Circular”, ou seja, o prolongamento das linhas Amarela e Verde Rato/Cais do Sodré.

“O objetivo é assegurar um serviço cada vez mais moderno e mais rápido, através de um aumento significativo da frequência dos comboios e da redução dos tempos de espera”, refere a empresa.

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Hoje nas notícias: Taxa turística, imigração e urgências

  • ECO
  • 19 Agosto 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O número de municípios que aplicam taxa turística mais do que duplicou desde julho de 2023. O Chega vai propor ao Parlamento um referendo sobre a criação de quotas para imigrantes antes da discussão do Orçamento do Estado para 2025. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta segunda-feira.

Municípios que cobram taxa turística mais do que duplicaram num ano

O número de municípios que aplicam taxa turística mais que duplicou desde julho de 2023. Em agosto de 2023, apenas 15 concelhos cobravam esta contribuição e, atualmente, o número já subiu para 38 — os que cobram ou passarão a cobrar em outubro. Esta taxa é aplicada sobre as dormidas realizadas em estabelecimentos hoteleiros ou unidades de alojamento local situados em cada território num determinado período. O objetivo dos municípios é mitigar os efeitos da pressão turística.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Ventura quer referendo à imigração para negociar o Orçamento

O presidente do Chega vai propor ao Parlamento um referendo nacional sobre a criação de quotas para imigrantes antes da discussão do Orçamento do Estado para 2025. Segundo André Ventura, esse será “mais um elemento nas negociações” da proposta que pode definir o futuro do Governo, uma vez que poderá definir a posição de voto do seu partido. Com a viabilização do referendo, seria quase certo que o Chega votaria a favor o Orçamento, uma vez que a imigração é uma bandeira do partido, tendo já convocado uma manifestação para o próximo mês.

Leia a notícia completa no Expresso (acesso pago).

Cinco auditorias expõem falhas na gestão das férias dos médicos em 2022

Nove inspetores da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) deslocaram-se a cinco hospitais no verão de 2022 para averiguar se os constrangimentos verificados no serviço de urgência externa na área da ginecologia/obstetrícia, entre 10 e 19 de junho de 2022, resultaram de alguma deficiência no planeamento das férias dos médicos ou do incumprimento das regras aplicáveis. A conclusão foi a de que os problemas resultaram de falhas no “processo de planeamento, marcação, gozo do período de férias dos médicos que asseguram as escalas”. Ainda assim, o problema principal continua a ser, sobretudo, a escassez de médicos para garantir a constituição das equipas e a sua indisponibilidade para a realização do trabalho suplementar.

Leia a notícia completa no Observador (acesso pago).

Produtores de cortiça denunciam onda de roubos

A AFLOSOR – Associação de Produtores Agroflorestais da Região de Ponte Sor alertou que os roubos de cortiça estão a atingir uma “dimensão maior” este ano. Os roubos estão a ser feitos por grupos armados e organizados e muitos produtores já desistiram de apresentar queixa devido ao processo burocrático e à baixa perspetiva de recuperaram a cortiça roubada. Os assaltos são feitos durante a noite e, principalmente, diretamente dos sobreiros.

Leia a notícia completa na Renascença (acesso livre).

ACT avançou com participação crime contra a Easyjet

A Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) avançou com uma participação crime contra a companhia aérea Easyjet. Em causa está a alegada violação da lei em matéria de greve relativa à paralisação dos tripulantes de cabine realizada em julho de 2023. A informação foi avançada este mês ao Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), depois a autoridade ter realizado ações inspetivas de forma a verificar a existência de desconformidade legal.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

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O dia em direto nos mercados e na economia – 19 de agosto

  • ECO
  • 19 Agosto 2024

Ao longo desta segunda-feira, 19 de agosto, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Xiaomi estuda altura certa para introduzir carros elétricos na Europa

  • Lusa
  • 19 Agosto 2024

A empresa tecnológica chinesa está a estudar o momento certo para introduzir os seus veículos elétricos no mercado europeu, segundo o presidente da Xiaomi, Lu Weibing.

O presidente da Xiaomi, Lu Weibing, afirmou que a empresa tecnológica chinesa está a estudar o momento certo para introduzir os seus veículos elétricos no mercado europeu, informou esta segunda-feira o portal de notícias local Sina.

Lu disse que a divisão automóvel do grupo está “a estudar a melhor altura para entrar no mercado europeu”, apesar de a Europa estar a fazer a transição para os veículos elétricos “mais lentamente” do que a China.

As declarações foram feitas durante uma transmissão ao vivo com o fundador e presidente executivo da Xiaomi, Lei Jun, após os dois terem feito uma viagem de negócios à Europa, onde tiveram reuniões com fabricantes de automóveis como a BMW, Ferrari e Lamborghini sobre potenciais parcerias.

No final de julho, a Xiaomi exibiu o primeiro carro elétrico, o SU7, num evento especial em Paris, o que levou a especulações sobre uma possível entrada no mercado europeu, após o que a empresa indicou que ainda não havia planos para vender carros no estrangeiro em breve.

No entanto, no mês passado, noutra conferência virtual, Lei indicou que o plano da Xiaomi é entrar no mercado automóvel europeu até 2030 e tornar-se uma das cinco maiores marcas de veículos do mundo dentro de 15 a 20 anos.

O SU7 marcou a entrada da empresa chinesa Xiaomi no setor automóvelLusa

O SU7, que marca a entrada da empresa chinesa no setor automóvel, foi apresentado a 28 de março com um preço inicial de 215.900 yuan (27.400 euros), tendo registado 50.000 reservas nos primeiros 27 minutos.

O veículo da Xiaomi, até agora conhecida sobretudo pelos telemóveis, possui os chamados motores elétricos de “superpotência”, um V6 ou V8 consoante o modelo, e oferece uma aceleração de 0-100 quilómetros por hora em 2,78 segundos, bem como uma velocidade máxima de 265 quilómetros por hora na sua gama mais elevada.

O fundador da Xiaomi estabeleceu um objetivo de mais de 100.000 entregas este ano e deixou claro que, nos próximos três anos, se iriam concentrar “a 100%” no mercado nacional.

“Fazemos negócios em mais de 100 países, temos uma presença global e uma base de fãs da Xiaomi. Quando estivermos prontos para dar o salto para o mercado internacional, será um passo natural”, explicou.

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UNEF lança o concurso Photovoltaic para sensibilizar para a integração ambiental da energia solar

  • Servimedia
  • 19 Agosto 2024

A União Fotovoltaica Espanhola lançou o IV Concurso Fotográfico PHOTOvoltaic com o objetivo de dar a conhecer, os elevados padrões de integração ambiental dos projetos fotovoltaicos em Espanha.

O concurso realiza-se por ocasião do 11.º Fórum Solar, que terá lugar nos dias 9 e 10 de outubro de 2024, e destina-se a particulares com um prémio de 600 euros.

Nesta quarta edição, qualquer pessoa pode participar com uma fotografia que ilustre a coexistência da biodiversidade com projetos de energia solar no terreno. Para o efeito, devem marcar a UNEF no Twitter e no Instagram com fotografias que tenham tirado de instalações fotovoltaicas. Além disso, devem enviar a fotografia para “[email protected]”, indicando o seu nome e apelido, localização e, se conhecido, o nome da instalação antes de 20 de setembro de 2024.

As centrais solares fotovoltaicas instaladas no solo são um dos pilares fundamentais para a descarbonização e a independência energética, graças à sua capacidade de gerar energia limpa e renovável a um custo muito baixo e à flexibilidade e rapidez com que podem ser implementadas.

Mesmo tendo em conta todas estas vantagens, para que a implantação de centrais solares resulte no máximo benefício para a sociedade e também para as comunidades solares em que são instaladas, a UNEF assegurou que “reforça os padrões de transparência, participação e sustentabilidade social e ambiental através do Selo de Excelência em Sustentabilidade”.

A União Fotovoltaica Espanhola (UNEF) é a associação setorial da energia solar fotovoltaica em Espanha. Composta por cerca de 800 empresas, entidades e grupos de toda a cadeia de valor da tecnologia, representa mais de 90% da atividade do setor em Espanha e reúne praticamente todos eles: produtores, instaladores, empresas de engenharia, fabricantes de matérias-primas, módulos e componentes, distribuidores e consultores.

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#11 As férias de Vasco Pedro. Uma mala cheia de livros e ‘insights’

  • ECO
  • 19 Agosto 2024

O CEO da Unbabel admite que nem sempre é possível desligar do trabalho mesmo em férias, mas impõe regras: tem horários específicos para responder a emergências.

  • Ao longo do mês de agosto, o ECO vai publicar a rubrica “As férias dos CEO”, onde questiona os gestores portugueses sobre como passam este momento de descanso e o que os espera no regresso.

A vida de CEO de uma scaleup em crescimento nem sempre permite desligar do trabalho durante as férias, mas em nome do equilíbrio vida-trabalho Vasco Pedro, da Unbabel, impõe regras. “Estabeleço horários específicos para responder a emergências. Acima de tudo, confio na competência da minha equipa e delego responsabilidades para minimizar a necessidade de intervenções frequentes”, diz.

Férias é também oportunidade para uma reflexão sobre “o meu próprio desenvolvimento e crescimento e perceber se estou alinhado com as minhas metas profissionais e pessoais. Este momento frequentemente traduz-se em insights inovadores que podem não surgir no dia a dia.”

Que livros, séries e podcasts vai “levar na bagagem de férias” e porquê?

Entre os livros, “The Age of AI: And Our Human Future” de Henry A. Kissinger, Eric Schmidt e Daniel Huttenlocher, que oferece uma análise profunda sobre o impacto da inteligência artificial na humanidade e o seu futuro. Outro livro essencial é “How Leaders Learn: Master the Habits of the World’s Most Successful People” de George Hallenbeck, uma leitura indispensável para compreender os hábitos que definem líderes bem-sucedidos, e “CEO Excellence: The Six Mindsets That Distinguish the Best Leaders From the Rest”, de Carolyn Dewar, Scott Keller e Vikram Malhotra, para entender as mentalidades que diferenciam os melhores líderes. Por fim, “Lifespan: Why We Age – and Why We Don’t Have To” de David A. Sinclair, que explora as possibilidades de aumentar a longevidade humana.

Em termos de séries, “Black Mirror” é uma escolha óbvia, já que explora as consequências éticas e sociais das tecnologias emergentes. Vou também levar “Silicon Valley”, que, apesar do tom humorístico, oferece uma visão perspicaz do ecossistema das startups tecnológicas. Nos podcasts, “The Knowledge Project” de Shane Parrish e “How I Built This”, de Guy Raz, que traz inspiração com histórias de empreendedores bem-sucedidos.

Desliga totalmente ou mantém contacto com as equipas durante as férias?

Embora a importância de um verdadeiro descanso seja indiscutível, nem sempre é viável desligar completamente, especialmente em posições de liderança. Durante as férias, adoto uma abordagem equilibrada e estabeleço horários específicos para responder a emergências. Acima de tudo, confio na competência da minha equipa e delego responsabilidades para minimizar a necessidade de intervenções frequentes.

As férias são um momento para refletir sobre decisões estratégicas ou da carreira pessoal?

Definitivamente. Afastado da rotina diária, é possível obter uma perspetiva mais clara e abrangente sobre os desafios e oportunidades e, durante este período, gosto de reavaliar os objetivos a longo prazo da empresa e considerar novas estratégias para os alcançar. Além disso, é uma oportunidade para refletir sobre o meu próprio desenvolvimento e crescimento e perceber se estou alinhado com as minhas metas profissionais e pessoais. Este momento frequentemente traduz-se em insights inovadores que podem não surgir no dia a dia.

Que temas vão marcar o seu setor na rentrée?

Para o futuro próximo, vários temas emergem como cruciais para o setor da tecnologia e da inteligência artificial. A evolução contínua da IA e da aprendizagem de máquinas vai trazer avanços significativos na precisão e eficiência das soluções automatizadas. A ética e a transparência no uso da IA serão fundamentais, à medida que a sociedade exige maior responsabilidade das empresas tecnológicas.

Além disso, a integração da IA com outras tecnologias emergentes, como blockchain, e a realidade aumentada vão, sem dúvida, transformar o setor. Também a globalização e a crescente necessidade de comunicação multilingue em ambientes corporativos e sociais exigirão soluções mais sofisticadas e personalizadas. Resumidamente, acredito que o cruzamento entre inovação tecnológica, responsabilidade ética e procura global vai delinear o rumo do setor na próxima temporada.

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Despedimentos coletivos aumentam mais de 30% nos primeiros seis meses do ano

Em seis meses deram entrada 250 processos de despedimento coletivo. São mais 60 do que há um ano, o equivalente a um aumento de quase 32%. Abrandamento das economias ajuda a explicar este disparo.

O primeiro semestre do ano foi sinónimo de um aumento dos despedimentos coletivos, tanto em comparação com os seis meses anteriores, como face ao registado há um ano. De janeiro a junho, deram entrada 250 processos deste tipo, sendo que há quatro anos que não se registavam tantos despedimentos coletivos num primeiro semestre.

De acordo com os dados disponibilizados pela Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT), só em junho foram comunicados 41 despedimentos coletivos, o que levou o total registado nos primeiros seis meses do ano a chegar aos 250 processos.

Destes, a maioria diz respeito a pequenas empresas (112) e a microempresas (79), como já vem sendo “tradição” no mercado de trabalho português. Já entre as médias empresas, foram comunicados 39 processos deste tipo. E entre as grandes empresas, 24.

Em comparação, há um ano tinham sido registados 190 despedimentos coletivos entre janeiro e junho, como mostra o gráfico abaixo.

Há quatro anos que um primeiro semestre não trazia tantos despedimentos coletivos

Fonte: DGERT

Resultado: a primeira metade de 2024 ficou marcada por um disparo homólogo de quase 32% destes processos, de acordo com as contas do ECO.

É mesmo preciso recuar a 2020 para encontrar um primeiro semestre com mais despedimentos coletivos, sendo que esse ano ficou marcado por um enquadramento muito excecional: a pandemia.

E também em cadeia houve um aumento dos despedimentos coletivos, ainda que bem menos significativo. Na segunda metade de 2023, tinham sido comunicados 241 despedimentos coletivos. Ou seja, o primeiro semestre de 2024 trouxe um agravamento em cadeia de 3,7% destes processos.

Quanto aos setores mais afetados, a DGERT não analisa os dados semestrais, mas os relatórios trimestrais permitem perceber que as indústrias transformadoras e o comércio (por grosso e a retalho) têm sido as atividades mais afetadas.

Tal não é de estranhar já que os economistas têm argumentado que este aumento dos despedimentos coletivos está ligado ao abrandamento das economias e ao consequente impacto nas exportações e no consumo.

Os especialistas acreditam, por isso, que a aceleração económica esperada para o segundo semestre trará consigo uma melhoria deste cenário, que consideram não ser um sinal de alerta (pelo menos, para já).

2.906 já despedidos

Photographer: Udit Kulshrestha/Bloomberg

Os relatórios publicados pela DGERT permitem também perceber, em concreto, quantos trabalhadores estão a ser prejudicados por este aumento dos despedimentos coletivos. Até junho, 2.906 tinham sido já despedidos. E 3.123 trabalhadores a despedir, no âmbito destes processos. Face há um ano, estão em causa aumentos, respetivamente, de 55% e 56%.

Só em junho, foram despedidos 254 trabalhadores, dos quais 151 eram mulheres. Mais uma vez, as indústrias transformadoras estão em destaque, com 153 desses trabalhadores despedidos.

Já quanto aos motivos que levaram a esses despedimentos no sexto mês do ano, a redução de pessoal é a causa mais frequente (206 dos 254 trabalhadores despedidos, o correspondente a 81%), seguindo-se o encerramento de uma ou várias secções (10%) e o encerramento definitivo (9%).

Convém explicar que o trabalhador que seja abrangido por um processo de despedimento coletivo tem direito a uma compensação que é equivalente a 12 dias de retribuição base e diuturnidades por cada ano completo de antiguidade.

No entanto, na primavera do ano passado, entraram em vigor alterações ao Código do Trabalho que elevaram para 14 dias essas compensações, ainda que com efeitos apenas a partir de 1 de maio de 2023.

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As empresas são atualmente responsáveis por dois em cada três euros de investimento em I&D na Catalunha

  • Servimedia
  • 19 Agosto 2024

As empresas catalãs ultrapassaram os 3.000 milhões de euros de investimento em I&D pela primeira vez, liderando o aumento do investimento nesta área na Catalunha para mais de 4.800 milhões de euros.

Assim, quase dois em cada três euros investidos em I&D na região (63%) provêm do setor empresarial, o valor mais elevado desde 2006 e mais de 4 pontos percentuais acima dos níveis de cinco anos antes, de acordo com dados de 2022, o último ano com dados disponíveis.

Dentro do mundo empresarial, as grandes empresas são as que concentram os maiores investimentos no domínio da I&D, o que coloca alguns dos seus centros de inovação de referência na Catalunha.

Dois dos exemplos mais recentes são a IAG e a Sony, que anunciaram recentemente a abertura de centros de desenvolvimento na região, em ambos os casos ligados à Inteligência Artificial (IA). A companhia aérea anunciou em junho que vai abrir um laboratório de IA em Barcelona com 150 trabalhadores. Este centro já está operacional em Viladecans, começará com 70 trabalhadores e trabalhará para todo o grupo, desenvolvendo soluções e ferramentas para melhorar a eficiência das operações da empresa.

A Sony vai também abrir um novo centro de desenvolvimento de IA em Barcelona, o segundo na Europa, anunciou o departamento empresarial do governo catalão. O novo centro funcionará como o centro de IA da Sony na região e centrar-se-á no desenvolvimento de sistemas de inteligência artificial que apoiem os cientistas em investigações complexas para acelerar novas descobertas.

Para além dos centros centrados na IA, várias empresas com capacidade industrial redobraram o seu empenho na investigação na Catalunha nos últimos anos.

A Europastry anunciou no início deste ano que investiu 6,5 milhões de euros num novo centro em Barberà, com uma área total de 2 500 metros quadrados e quatro linhas de produção para desenvolver produtos em pequena escala que podem ser extrapolados para linhas de produção maiores, se forem bem sucedidos.

O espaço emprega 90 pessoas, incluindo profissionais de I&D, engenheiros e padeiros, que projectam e concebem futuros produtos utilizando os últimos avanços tecnológicos e matérias-primas da mais alta qualidade. Este é o segundo centro aberto pela empresa em Barcelona, juntamente com o que foi inaugurado em 2016 em Sant Joan Despí, que se tornou o primeiro do género no setor a nível mundial.

Outra empresa líder neste domínio na região é a Fluidra, líder mundial em equipamentos de piscina e bem-estar e soluções conectadas. A empresa lançou a primeira fase do seu novo centro de I&D&I para a região EMEA (Europa, Médio Oriente e África) em Polinyà, cujo projeto de construção teve início no último trimestre de 2021.

A empresa explicou em comunicado que concentrar a I&D num único local é uma vantagem em termos de eficiência de recursos, comunicação mais fluida, um foco estratégico mais claro, melhor controlo de qualidade e uma resposta mais rápida às mudanças, entre outras vantagens.

Outro exemplo é o da Danone, que anunciou a abertura de um novo centro tecnológico em Barcelona, em 2022, para desenvolver projetos de inovação e digitalização dos processos operacionais de negócio do grupo, com um total de 35 funcionários. A empresa afirmou que este centro permitirá à empresa “coordenar projetos digitais que serão escalados globalmente”.

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Modelo de financiamento da Aicep não vai contar com reembolsos de fundos europeus

Modelo de financiamento da Aicep já não faz sentido. Receitas próprias não cobrem custos de financiamento. Todos os anos há a discussão de como dotar a Aicep de verbas, dizem os especialistas ao ECO.

Desde que entrou em funções, a nova administração da Aicep tem duas tarefas atribuídas: rever os estatutos da agência e definir um novo modelo de financiamento. Cerca de dois meses depois, o Ministério da Economia considera que é prematuro avançar com detalhes sobre a forma de colmatar a ausência crónica de fontes de financiamento da agência, mas o ECO sabe que estará fora de questão recorrer aos reembolsos dos fundos europeus.

“Relativamente ao modelo de financiamento da Aicep estão atualmente em curso os trabalhos de preparação do Orçamento da Aicep para 2025, e neste momento é prematuro avançar com qualquer informação adicional”, disse ao ECO fonte oficial do Ministério da Economia.

Este novo modelo de financiamento visa “dar sustentabilidade, estabilidade e previsibilidade à gestão da Agência, bem como assegurar os recursos necessários à reorganização e reforço da sua rede externa e do regime contratual de investimento”, lê-se na Resolução de Conselho de Ministros publicada em Diário da República a 4 de junho.

Relativamente ao modelo de financiamento da Aicep estão atualmente em curso os trabalhos de preparação do Orçamento da Aicep para 2025, e neste momento é prematuro avançar com qualquer informação adicional.

Fonte oficial do Ministério da Economia

Presentemente, a Aicep é financiada pela comissão de gestão que recebe do Estado pelos serviços prestados: captação de investimento; aumento das exportações e promoção externa da economia. Assim, a comissão é calculada em função do “saldo do investimento acompanhado” pela agência, ou seja, “o somatório dos valores efetivamente investidos que hajam sido objeto de apoios e incentivos de qualquer natureza contratados, e que estejam em acompanhamento pela Aicep”, em função do aumento das exportações e dos custos de manutenção da rede externa.

As receitas da Aicep são ainda constituídas por juros, dividendos e remunerações de capital, dotações do Orçamento do Estado para projetos especiais a cargo da Aicep e remunerações por serviços especiais prestados às empresas e ainda rendimentos decorrentes da gestão do seu património (mobiliário e imobiliário), venda de publicações e empréstimos que seja autorizada a contrair.

Até hoje, estas receitas têm-se revelado insuficientes para assegurar a atividade da Aicep e por isso a nova administração foi incumbida de apresentar um novo modelo. O ECO falou com vários especialistas nesta área para tentar perceber que tipo de receitas adicionais poderia alimentar o orçamento da agência. Uma das possibilidades seria recorrer aos reembolsos dos fundos dos quadros comunitários anteriores, mas essa parece ser uma hipótese que o atual Executivo parece ter descartado à partida, ao que o ECO apurou.

Os reembolsos dos fundos também foram uma opção excluída para financiar o novo sistema de incentivos a “investimentos em setores estratégicos”, no âmbito do Regime Contratual de Investimento (RCI) e ao abrigo do Quadro Temporário de Crise e Transição, criado em março, com um “orçamento estimado de mil milhões de euros”. Um montante que será suportado pelo Orçamento do Estado, receitas próprias da Aicep e saldos de receitas próprias dos organismos da área governativa da economia, “exceto os provenientes de saldos de reembolsos de beneficiários de fundos europeus, bem como em fundos europeus, em função da sua elegibilidade e da natureza dos investimentos”.

Há um problema de sustentabilidade financeira. As receitas próprias não cobrem os custos de financiamento e todos os anos há a discussão de como dotar a Aicep de receitas”, contou ao ECO uma fonte conhecedora do dossier. No passado já foi o IAPMEI o organismo que tinha por responsabilidade suprir a Aicep, mas desde que deixou de ter acesso às verbas dos reembolsos do QREN passaria a ser a Direção Geral do Tesouro e Finanças (DGTF), mas isso, devido às regras contabilísticas, tornava a Aicep deficitária.

Uma das soluções poderia passar por usar o fundo de modernização do comércio que está constituído e tem receita ou criar um novo fundo que, para não ter problemas de sustentabilidade, tem de ter fontes de receita que o alimente, caso contrário esgotar-se-á rapidamente. Mas este fundo teria de ter uma dotação de milhões de euros, explicou o especialista.

O modelo de financiamento da Aicep já não faz sentido tendo em conta que foi desenhado num contexto muito distinto”, sublinhou outra fonte. “Os recursos são insuficientes para captar investimento estrangeiro e promover as exportações, um esforço que é muito diferente face há 20 anos”, acrescentou. Por isso, o primeiro passo é “clarificar o papel da Aicep”, depois “clarificar os seus recursos para que seja mais forte e introduza previsibilidade”, recursos que, no entender deste especialista, devem ser assegurados pelo Orçamento do Estado.

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Fogo mantém três frentes ativas na Madeira

  • Lusa
  • 18 Agosto 2024

O incêndio rural que lavra na Madeira desde quarta-feira mantém três frentes ativas, anunciou o presidente do Governo Regional, referindo que há 160 pessoas retiradas das suas casas por precaução.

O incêndio rural que lavra na Madeira desde quarta-feira mantém ao final da tarde de domingo três frentes ativas, anunciou o presidente do Governo Regional, referindo que há 160 pessoas em equipamentos públicos após terem sido retiradas das suas casas por precaução. Numa conferência de imprensa para balanço da situação pelas 19h00, Miguel Albuquerque disse que em causa estão as frentes da Serra de Água e Encumeada, no concelho da Ribeira Brava, e no Paul da Serra, já no município da Calheta.

As 160 pessoas retiradas das residências têm todas “condições mínimas de conforto e estão acompanhadas do ponto de vista médico e social“. “Foram retiradas tendo em vista razões de precaução, sobretudo para evitar a inalação de fumos”, afirmou o governante, sublinhando que “até agora não houve qualquer vítima a lamentar, não há qualquer habitação consumida pelo fogo, não houve qualquer destruição de infraestruturas essenciais”, inclusive a central elétrica da Serra de Água.

A prioridade no combate às chamas é “a salvaguarda de pessoas e bens”, tendo a situação mais grave sido registada à noite, no Curral das Freiras, concelho de Câmara de Lobos. Depois de deflagrar na quarta-feira na Serra de Água, na Ribeira Brava, foi a este município que as chamas alastraram primeiro.

Segundo Miguel Albuquerque, estão a ser feitas faixas e contenção do fogo no Paul da Serra e junto à Estalagem da Encumeada, sendo a previsão meteorológica para as próximas horas “mais favorável” às operações.

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Fogo perto de habitações na Serra de Água e estão a ser retirados moradores

  • Lusa
  • 18 Agosto 2024

O incêndio que atinge a Madeira desde quarta-feira está "próximo de habitações" na freguesia da Serra de Água, concelho da Ribeira Brava, indicou o presidente da Câmara. Há zonas evacuadas.

O incêndio que atinge a Madeira desde quarta-feira está “próximo de habitações” na freguesia da Serra de Água, concelho da Ribeira Brava, indicou este domingo o presidente da Câmara, referindo que algumas zonas já foram evacuadas. Em declarações à agência Lusa, Ricardo Nascimento disse que a situação mais preocupante neste momento no município é a registada na Serra de Água e que o fogo “está mesmo próximo das habitações”.

Estamos também apreensivos porque dá a sensação de que o lume se dirige para a zona da Furna, na freguesia da Ribeira Brava, a oeste da Serra de Água“, afirmou. “A ideia é mesmo evacuar, tentar resolver os incêndios e a seguir, se tiver as condições normais, as pessoas voltarem às habitações“, reforçou.

A presidente da Junta de Freguesia da Serra da Água disse que as pessoas estão a ser retiradas das casas “por precaução”. Albertina Ferreira, que tem estado no terreno e estava atarefada nesta ação, adiantou que esta tarde foram retiradas das suas habitações cerca de 20 pessoas, “sobretudo idosos e acamados” de diversos sítios da freguesia, nomeadamente do Pinheiro, Eira da Moura, Fajã dos Vinháticos.

A autarca realçou que a situação “piorou porque as montanhas estão ligadas umas às outras, o que permite a propagação do fogo” e o vento continua um fator que dificulta o combate ao incêndio. A responsável indicou, contudo, que o fogo ainda não estava a ameaçar casas”.

Até à manhã deste domingo não havia registo de habitações atingidas pelo incêndio, apenas palheiros ou “algum imóvel devoluto”, segundo o presidente da Câmara da Ribeira Brava, Ricardo Nascimento.

À Lusa, o autarca deu também conta de um outro incêndio que está ativo na zona do Lugar da Serra, na freguesia do Campanário, em área florestal, longe de habitações. Ricardo Nascimento diz que deverá tratar-se de um caso de fogo posto, independente do incêndio que lavra desde quarta-feira.

A Madeira está a ser atingida por um incêndio que deflagrou na manhã de quarta-feira na Serra de Água, numa zona de difícil acesso, e alastrou depois ao município vizinho de Câmara de Lobos.

Pelo menos 160 pessoas foram retiradas das suas habitações devido ao incêndio, nos dois concelhos, disse hoje à Lusa fonte da Secretaria Regional de Saúde e Proteção Civil da Madeira.

De acordo com o mais recente balanço divulgado pelo Serviço Regional de Proteção Civil, às 08h30, estavam ativas três frentes, nas áreas do Curral das Freiras e Fajã das Galinhas, no concelho de Câmara de Lobos, e na Serra de Água, no município contíguo a oeste, Ribeira Brava. A Proteção Civil voltará a fazer um balanço oficial às 19h00.

As chamas estavam de manhã a ser combatidas por 120 operacionais de todos os corpos de bombeiros da região, apoiados por 43 veículos e o meio aéreo que já iniciou as operações, sendo que o arquipélago conta a partir de hoje com o apoio dos 76 elementos da força conjunta da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.

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