O dia em direto nos mercados e na economia – 3 de setembro

  • ECO
  • 3 Setembro 2025

Ao longo desta quarta-feira, 3 de setembro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Tecnológica envolvida na Operação Nexus declarada insolvente

Processo de insolvência da tecnológica investigada na operação Nexus foi entregue à administradora Helena Sofia Costa Marques Saraiva. Reunião de credores ficou agendada para dia 29 de outubro.

A tecnológica Decunify, que esteve no centro da Operação Nexus, uma investigação que revelou um alegado esquema para ganhar contratos públicos com várias entidades, entre elas o Banco de Portugal, vai avançar para a insolvência. Os credores da empresa, com sede no Porto e que empregava mais de uma centena de pessoas no final de 2024, dispõem agora de um mês para reclamar os seus créditos, antes da reunião de credores agendada para 29 de outubro.

A sentença de declaração de insolvência da Decunify – Soluções de Comunicações, SA, com sede na Avenida de França, N.º 893, Cedofeita, no Porto, foi proferida pelo Tribunal Judicial da Comarca do Porto, Juízo de Comércio de Vila Nova de Gaia, no dia 28 de agosto, de acordo com a documentação publicada no Citius, depois de a própria empresa ter apresentado o pedido de insolvência no dia 5 de agosto.

Segundo o mesmo documento, os credores dispõem de um prazo de 30 dias para reclamarem os seus créditos junto da administradora da insolvência, Helena Sofia Costa Marques Saraiva, assim como a “existência de quaisquer garantias reais de que beneficiem”. A reunião de credores para apreciação do relatório da administradora ficou marcada para dia 29 de outubro, pelas 09:15.

Entre a longa lista de credores citada no Citius surgem bancos como a Caixa Geral de Depósitos, Banco BPI, BIC, ou Bankinter. Há ainda credores individuais e empresas, como a Ana Aeroportos de Portugal, Bragaparques – Estacionamentos, DPD Portugal, a Fundação Calouste Gulbenkian, ou a Infraestruturas de Portugal, entre muitos outros.

O processo de insolvência da tecnológica surge depois de ter sido divulgado o envolvimento da empresa na Operação Nexus, que investigou um alegado esquema criminoso para obtenção de informação privilegiada em procedimentos de contratação pública e privada e que levou à detenção de seis indivíduos no passado mês de julho, na sequência de mais de uma centena de buscas realizadas pelas autoridades em todo o país. Quatro pertencem à Decunify.

Quase 55 milhões em projetos públicos desde 2020

Segundo a investigação, eram entregues “vantagens patrimoniais e não patrimoniais a funcionários” das entidades contratantes, “em subversão das regras da transparência, igualdade e concorrência do mercado e da boa aplicação de fundos públicos”. Assim, foi possível garantir “adjudicações no valor de, pelo menos, 20 milhões de euros”, de acordo com a PJ.

Apenas entre 2020 e 2025, a Decunify ganhou a adjudicação de 514 contratos públicos no valor de 54,9 milhões de euros, segundo os dados divulgados no Portal Base, onde são publicados os contratos públicos.

Destes contratos, 49, no valor de 2,5 milhões de euros, foram faturados no ano de 2025. 2022 foi o ano em que a tecnológica conseguiu o valor agregado de contratos mais valioso: 29,55 milhões de euros.

Os últimos resultados apresentados pela tecnológica dão conta de um resultado líquido de 1,01 milhões de euros em 2024, face aos 952 mil euros reportados um ano antes. Já o volume de negócios situou-se nos 26,6 milhões de euros, menos 14% que os 30,4 milhões registados em 2023.

A empresa, que empregava 111 colaboradores no final de 2024, fechou o ano passado com um ativo de 20,81 milhões de euros e um capital próprio de 4,50 milhões de euros, e um fundo de maneio de 2,12 milhões. Já a dívida superava os 13,2 milhões de euros.

Segundo o documento divulgado no Citius, constam como administradores da empresa Manuel Alberto Sequeira da Silva, Manuel Laurindo de Oliveira, Carlos Miguel da Silva Camelo e Luís Filipe da Fonseca Pereira dos Reis.

A Decunify apresenta-se, no seu site, como “uma empresa do Grupo Decsis“, que “serve os clientes mais exigentes com projetos à medida, utilizando tecnologias e serviços inovadores”.

“Desde a fase de projeto e implementação, à operação e manutenção, complementando com serviços técnicos qualificados e ferramentas avançadas garantimos um serviço completo para otimizar o seu negócio”, explica, acrescentando que mantém “sólidas parcerias com fabricantes nacionais e internacionais”.

Na lista de clientes identificada pela Decunify na sua página da Internet surgem entidades como o Banco de Portugal, o INEM, a Sonae, Brisa, Continental ou a Navigator.

Já o Grupo Decsis diz ter iniciado a atividade em julho de 1994, tendo “vindo a crescer de forma sustentada, diversificando o seu portefólio de serviços e inovando continuamente para responder às exigências de um mercado em constante evolução. “Ao longo do seu percurso, a DECSIS alcançou marcos importantes, entre os quais se destacam o projeto e construção do seu próprio data center“, informa no respetivo portal.

Caberá agora à administradora da insolvência preparar o plano de insolvência a levar aos credores. “Pode ser aprovado Plano de Insolvência, com vista ao pagamento dos créditos sobre a insolvência, a liquidação da massa e a sua repartição pelos titulares daqueles créditos e pelo devedor”, refere o documento publicado no Citius.

O ECO tentou contactar telefonicamente a empresa, sem sucesso.

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Portugal não está sozinho. Apenas sete países da UE nomearam regulador de IA

Bélgica, França, Alemanha e Itália são alguns dos países que também falharam prazo para nomear supervisor do AI Act. Pelo contrário, Espanha criou agência própria. AI Board adia reunião de setembro.

Portugal está atrasado na implementação das regras mais recentes do regulamento europeu da inteligência artificial (IA), mas não é o único. Dos 27 Estados-membros da União Europeia (UE), apenas sete já definiram qual é a respetiva autoridade responsável pela supervisão, mostra a lista oficial publicada pela Comissão Europeia.

Os países que já comunicaram oficialmente à Comissão Europeia o seu regulador de IA são Espanha (que criou mesmo uma autoridade de raiz, a AESIA – Agência Espanhola de Supervisão da Inteligência Artificial), Letónia, Eslovénia, Chipre, Lituânia, Luxemburgo e Irlanda. Pelo contrário, tal como Portugal, França, Itália, Alemanha e Bélgica estão entre os países que continuam sem ‘abrir o jogo’ sobre quem irá regular a IA nos seus territórios.

Os países da UE tinham até ao passado dia 2 de agosto para notificar a Comissão Europeia de qual a entidade nacional escolhida para desempenhar a função de autoridade de fiscalização do mercado no âmbito do Regulamento da Inteligência Artificial (IA). Mas, como noticiou o ECO na semana passada, Portugal não indicou uma entidade dentro do prazo, arriscando deste modo um processo de infração de Bruxelas que pode culminar em sanções.

Vários países da UE estão atrasados na implementação da mais recente fase do AI ActEPA/OLIVIER HOSLET

Organismo que acompanha execução do regulamento adia reunião para outubro

O atraso na implementação desta importante etapa do AI Act — que tem associada a entrada em vigor das regras para empresas que fornecem modelos como os do ChatGPT — terá mesmo levado o conselho consultivo europeu, um organismo que acompanha este processo, e no qual entram representantes de todos os Estados-membros, incluindo de Portugal, a adiar para 24 de outubro a sua quinta reunião, que estava originalmente marcada para 18 de setembro, apurou o ECO.

“A reunião do AI Board – Comité Europeu para a Inteligência Artificial – foi adiada para outubro, uma vez que a maioria dos Estados-membros está atrasada na execução do regulamento”, avança fonte oficial do Ministério da Reforma do Estado, que tem a tutela da IA em Portugal. O ECO sabe que entre os pontos da agenda está, precisamente, uma avaliação ao processo de implementação do regulamento pelos vários Estados-membros.

O AI Board é um organismo criado pelo AI Act que acompanha a implementação da legislação e fornece orientações, pareceres e recomendações que ajudam a clarificar e operacionalizar as regras. Esta entidade contribui também para a definição de políticas de inovação, cooperação internacional e estratégias de desenvolvimento da IA, garantindo que a UE se mantém competitiva e que a IA é usada de forma segura, ética e em benefício de todos os cidadãos europeus.

O ECO contactou fonte oficial da Comissão Europeia acerca deste adiamento na terça-feira e encontra-se a aguardar resposta.

Aplicações como o ChatGPT acarretam outros desafios

Tendo entrado oficialmente em vigor a 1 de agosto de 2024, o AI Act é um diploma europeu pioneiro e abrangente que regula as tecnologias de IA na União Europeia. A lei veio estabelecer regras comuns para o desenvolvimento, comercialização e utilização de sistemas de IA em todos os Estados-membros, numa lógica baseada no risco: quanto maior o impacto potencial da tecnologia nos direitos fundamentais, na segurança ou na confiança dos consumidores, mais exigentes serão as obrigações impostas às empresas.

Sistemas de “alto risco”, como os usados em setores críticos — finanças, saúde, transportes ou recursos humanos — estão obrigados a cumprir requisitos rigorosos de transparência, governança de dados e supervisão humana. Já aplicações de risco mínimo, como filtros de spam, estão sujeitas a regras mais leves. O incumprimento poderá resultar em multas pesadas, semelhantes às aplicadas ao abrigo do Regulamento Geral da Proteção de Dados (RGPD).

Um dos pontos mais sensíveis do AI Act é a regulação da chamada general-purpose AI (IA de uso geral). São modelos capazes de desempenhar múltiplas funções em diferentes contextos, como os grandes modelos de linguagem (chatbots) ou sistemas de geração de imagens. Um dos exemplos mais proeminentes é a aplicação ChatGPT, desenvolvida pela empresa norte-americana OpenAI.

Por serem transversais a vários setores e de difícil monitorização, estes modelos terão exigências adicionais em matéria de documentação técnica, mitigação de riscos, transparência e cooperação com as autoridades de supervisão. A lei determina, porém, que os sistemas de uso geral que já estavam no mercado antes do dia 2 de agosto de 2025 só terão de respeitar as regras a partir do dia 2 de agosto de 2027.

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Hafesa nomeia Diego Guardamino como novo CEO do grupo para consolidar e impulsionar a sua expansão

  • Servimedia
  • 3 Setembro 2025

Assume também o cargo de administrador único de todas as sociedades.

A Hafesa promoveu o seu executivo Diego Guardamino a novo Diretor Executivo (CEO) e administrador único de todas as empresas que integram o grupo. Esta decisão estratégica reforça a estrutura organizacional da empresa, com o objetivo de garantir a «máxima segurança jurídica e operacional num momento crucial para a sua consolidação e expansão».

Segundo informou a empresa num comunicado, Guardamino (Bilbao, 1982) desempenhou um «papel fundamental» na evolução da Hafesa nos últimos anos. Como diretor-geral, liderou com sucesso a transformação do grupo para uma proposta multienergética, ampliando a sua rede de estações de serviço, consolidando a sua área de trading e contribuindo para o lançamento de novas unidades de negócio, como a Aletteo, a sua comercializadora de eletricidade.

Sob a sua direção, o grupo, que no exercício de 2024 atingiu um volume de negócios recorde de 1,5 mil milhões de euros, registou um crescimento sustentado, tanto em volume como em diversificação.

Esta nova etapa com Guardamino à frente da Hafesa vem acompanhada de um ambicioso plano de crescimento que visa a internacionalização da empresa, a consolidação das áreas de comercialização de combustíveis fósseis e biocombustíveis, a expansão da sua rede logística e de terminais energéticos com o objetivo de otimizar a cadeia de abastecimento e reforçar a sua posição estratégica no setor, a ampliação da sua rede de postos de abastecimento e o fortalecimento da Aletteo como um ator relevante no mercado de eletricidade e gás.

A mudança na direção da Hafesa responde também ao compromisso do grupo de agir com «total responsabilidade e transparência». Neste contexto, Alejandro Hamlyn, até agora administrador único do grupo, decidiu dar um passo de lado com o objetivo de «preservar a estabilidade e a reputação da empresa, evitando que questões pessoais externas à atividade da Hafesa possam interferir no seu desenvolvimento».

Com a incorporação de Diego Guardamino à frente do grupo, a Hafesa reafirma o seu «compromisso com o crescimento sustentável, a profissionalização da sua gestão e a consolidação da sua liderança como operador multienergético de referência», conforme destacado pela empresa.

A Hafesa é uma operadora multienergética do mercado espanhol, especializada no comércio de hidrocarbonetos e referência no armazenamento de combustíveis e derivados no sul da Europa. Está presente desde a importação de produtos, passando pelo seu armazenamento, transporte e distribuição, até à sua comercialização por grosso e a retalho em postos de abastecimento e centros de gás, abrangendo a cadeia midstream e downstream de hidrocarbonetos.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 3 Setembro 2025

Esta quarta-feira o Governo reúne-se com os partidos políticos e o Banco de Portugal vai dar a conhecer a evolução dos empréstimos e depósitos bancários.

O Governo reúne-se com partidos e a ministra do Trabalho recebe a CGTP. O Banco de Portugal vai dar a conhecer a evolução dos empréstimos e depósitos bancários. Destaque ainda para o início da greve de trabalhadores da Menzies.

Reunião do Governo com partidos

O Governo vai reunir-se esta quarta-feira com os partidos políticos com assento parlamentar. Orçamento do Estado para 2026 (OE2026), Lei de Estrangeiros, criação das novas freguesias e Palestina são os temas centrais deste encontro.

Banco de Portugal mede juros dos empréstimos e depósitos

O Banco de Portugal atualiza os dados relativos a julho sobre as taxas de juro e montantes de novos empréstimos e depósitos. Em junho, a taxa de juro média diminuiu pelo 18.º mês consecutivo, fixando-se em 1,43%, atingindo assim o valor mais baixo desde maio de 2023.

Arranca a greve de trabalhadores da Menzies nos aeroportos

Esta quarta-feira arranca o início da greve dos trabalhadores da Menzies, antiga Groundforce. As paralisações vão estender-se até dia 2 de janeiro de 2026, abrangendo todos os aeroportos nacionais. Entre as reivindicações, o sindicato exige o fim de ordenados base abaixo do salário mínimo nacional, o pagamento das horas noturnas, a manutenção de direitos como o acesso ao estacionamento e o cumprimento do memorando de entendimento anteriormente assinado.

CGTP reúne-se com ministra do Trabalho

A ministra do Trabalho vai reunir-se às 15h com a Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) tendo em conta que está contra o anteprojeto de revisão da legislação laboral, apelando à mobilização dos trabalhadores contra o que diz ser “um assalto aos direitos” e uma “afronta à Constituição”.

Eurostat divulga índice de preços no produtor

O Eurostat vai divulgar esta quarta-feira o índice de preços no produtor industrial referente a julho deste ano. Em junho, os preços no produtor industrial aumentaram 0,8% na Zona Euro e 0,7% na UE.

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Aeronáutica e espaço foram o setor com maior reforço nas agendas do PRR

Apenas setor da energia reviu em baixa a sua ambição em 145 milhões. Agenda que propõe criar primeiro avião português teve reforço de 90 milhões e a dos satélites vai ter mais 279 milhões.

A reprogramação das agendas mobilizadoras resultou num reforço de 319 milhões de euros e foi no setor da aeronáutica e do espaço que esse reforço foi mais significativo – 369,94 milhões de euros.

Das 52 agendas mobilizadoras, 37 pediram para ser reprogramadas, um número que “surpreendeu” o presidente do IAPMEI pela sua dimensão. “Estávamos à espera de pequenos ajustes e alguns até em baixo, tendo em conta os desafios administrativos e de mercado com que as Agendas se estavam a confrontar e o que vimos foi uma grande ambição neste processo”.

E numa análise setorial apenas a área da energia reviu em baixa a sua ambição, num reflexo da evolução do mercado, mas continua a ser uma das áreas mais relevantes em termos de apoio (a terceira maior). “Um setor que apostou muito em novas tecnologias, em novas soluções energéticas, designadamente hidrogénio, e o que se verificou é que o mercado não está lá, as tecnologias não estão tão maduras e, do ponto de vista da boa gestão, fez-se uma reavaliação do investimento, optando por um ritmo mais seguro e sustentado”, sublinhou ao ECO o presidente do IAPMEI.

Foram 145 milhões de euros que as agendas deste setor libertaram e que puderam ser redistribuídos pelas restantes, que aumentaram os produtos e serviços que pretendem desenvolver. Houve um acréscimo de 203 novos produtos e serviços, que se somam aos 1.060 já previstos.

Neste ranking setorial que o IAPMEI cedeu ao ECO, o segundo lugar é ocupado pelas agendas na área das tecnologias de informação que teve nesta reprogramação um reforço de 19,03 milhões de euros (+11,8%) para um total de incentivo de 180,8 milhões (o quinto setor com mais apoios).

O terceiro lugar do pódio é ocupado pela área dos transportes e da logística que recebeu um reforço de 15,19 milhões de euros (+3,9%) para um incentivo total de 403,54 milhões. Este é o segundo setor mais relevante em termos de apoios, uma posição que já detinha antes da reprogramação.

O setor da aeronáutica e do espaço passou a ser o mais relevante em termos de apoios do PRR ao nível das agendas mobilizadoras, já que quase triplicou os incentivos recebidos (passou de 244 milhões para 613,3 milhões), ultrapassando as agendas da energia que inicialmente somavam um incentivo de 540,72 milhões de euros. A responsabilidade é de duas agendas em concreto: que se propõem criar o primeiro avião português e lançar sete satélites para o espaço.

Em causa estão mais 279 milhões de incentivo para o espaço e 90 milhões para o aeroespacial.

Com a reprogramação o avião passará a ter também uma versão militar, numa estratégia de dual use que tem orientados os investimentos que podem contribuir para o reforço da aposta na área da defesa. “Chegou-se à conclusão, nos tempos que vão correndo, que o mercado militar revelou ser uma oportunidade adequada às necessidades estratégicas, o que justificou a adaptação à utilização militar. Portanto, aproveitou-se para desenvolver, a partir da versão civil, uma versão militar, que é mais adequada às necessidades do país e que terá, seguramente, mais aceitação no mercado”, explicou José Pulido Valente, ao ECO.

“As agendas reprogramaram de acordo com a nova envolvente e as novas prioridades estratégicas. Houve um reforço muito significativo no número de satélites que vai permitir que o tempo de passagem passe de seis para duas horas e pouco, o que significa que vamos ter uma cobertura muito maior, com impactos desde logo, por exemplo, na prevenção de incêndios”, explicou o presidente do IAPMEI. “Vamos ter uma visão muito maior no controle da nossa zona marítima, que é muito extensa. Isso era muito importante para assegurarmos o controlo da zona exclusiva económica, mas também vai permitir a utilização para questões de defesa”, acrescentou.

Apesar de não ser uma das agendas com maior reforço em termos de verbas (+7,33 milhões de euros) as agendas da cerâmica e do vidro destacam-se por terem o terceiro maior aumento percentual (16%). Deste ponto de vista seguem-se as agendas do Turismo (9,4%) e do Habitat (9,3%) com taxas de variação mais significativas.

Entre as 37 agendas que solicitaram uma reprogramação, as que solicitaram um aumento de ambição somam 464,48 milhões de euros. Um aumento que foi compensado pelos 145,31 milhões que as agendas da energia libertaram. A dimensão do esforço acabou por ditar alguns atrasos na decisão da reprogramação já que era necessário reforçar a dotação de 2,85 mil milhões de euros que as agendas tinham. Um montante que em si já foi fruto da primeira reprogramação do PRR, em 2023, que aumentou as verbas das agendas face aos 930 milhões iniciais. Recorde-se que a agenda que tinha a Galp como líder para criar a cadeia de valor das baterias nunca chegou a ser assinada e, portanto, havia ainda essa margem de cerca de 112 milhões de euros.

“Este nível de ambição resultou em ter de encontrar fontes de financiamento, um processo naturalmente mais exigente do que a mera redistribuição de verbas”, explicou o presidente do IAPMEI.

Só os setores do têxtil e vestuário e da floresta não pediram qualquer revisão dos incentivos que já lhes foram acordados: 66,68 e 63,67 milhões de euros, respetivamente.

As agendas já foram todas notificadas da reprogramação. O passo seguinte é aceitarem os novos termos, ou seja o novo contrato, e a partir daí podem contar com o reforço de apoios.

Apesar do aumento de ambição das agendas, Pulido Valente diz estar “muito mais tranquilo do que antes da reprogramação” com a capacidade das agendas mobilizadoras concluírem os seus investimentos dentro do prazo limite definido no PRR – 30 de junho de 2026. “Quando se dá oportunidade aos consórcios para reverem a sua ambição, em vez de aproveitarem para reduzir em baixa, aumentam essa ambição e propõe-se fazer mais, os consórcios demonstraram profissionalismo e responsabilidade, pelo que a sua decisão de aumentar a ambição reflete confiança na execução”, explicou o presidente do IAPMEI.

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Tiago Venâncio: “Queremos manter rentabilidade dos acionistas acima de 40%”

Tiago Venâncio, CEO das seguradoras Aegon Santander, quer manter crescimento e lucros numa altura em que "a proteção financeira e familiar voltou a ser prioridade para muitas famílias portuguesas".

Tiago do Couto Venâncio, CEO das seguradoras Aegon Santander: “Só em 2024, patrocinámos 33 milhões de euros em atos médicos sobre as cerca de 300 mil pessoas seguras”.

A parceria em Portugal do grupo holandês Aegon e do Banco Santander está a fazer 10 anos com Tiago do Couto Venâncio como seu CEO desde o começo, quando eram 16 pessoas, hoje são 113 para gerir um negócio de seguros de Vida e de seguros Não Vida com um canal de distribuição único: O Banco Santander com a sua rede física e digital.

Utilizando o Banco para comercializar os seus seguros, as companhias portuguesas Aegon Santander, em que a primeira detém 51% do capital, tratam de todos os produtos Não Vida e Vida Risco, ficando para a seguradora Santander Totta Vida a exploração dos seguros financeiros.

As seguradoras estão no top 10 das seguradoras nacionais Não Vida e Vida por volume de prémios, mas também atingem rentabilidades muito elevadas para os acionistas. Tiago do Couto Venâncio explica a estratégia e a gestão do crescimento.

A que se deveu o aumento de 90 para 113 colaboradores no ano passado?

Este crescimento é reflexo da nossa estratégia de diferenciação e compromisso com a excelência. Reforçámos equipas nas áreas de data science, tecnologia e customer experience, como parte da transformação que nos vale o reconhecimento contínuo dos nossos clientes com o prémio 5 estrelas nos últimos 5 anos, bem como sermos uma das 25 melhores empresas para trabalhar em Portugal, intersetores. Há 10 anos, iniciámos o projeto da Aegon Santander com uma equipa de 16 pessoas altamente motivadas e entusiasmadas e uma ambição clara: construir do zero uma Seguradora Vida e uma Seguradora Não Vida, capazes de liderar o mercado em eficiência, rentabilidade e serviço ao cliente. Hoje, somos mais de uma centena, mas mantemos o mesmo ADN, o reforço da equipa é um passo natural para dar continuidade à transformação e escalar o modelo de sucesso que construímos.

O novo seguro de saúde lançado com o Banco Santander está a evoluir bem?

Para além de satisfeitos, estamos orgulhosos com a aceitação do nosso seguro de saúde, que rapidamente se tornou uma referência de inovação e confiança no mercado. O produto foi desenhado com base em escuta ativa aos clientes e análise de dados de utilização, e a adesão tem cumprido as expectativas iniciais. Hoje, observamos excelentes níveis de retenção, o que confirma que as coberturas e serviços disponibilizados são realmente relevantes e valorizadas pelos nossos clientes. Este nosso seguro de saúde foi destacado no Relatório de Regulação e Supervisão da Conduta de Mercado, emitido pela ASF, relativo ao ano de 2024, como o seguro de saúde com menos reclamações per capita de todo o mercado português o que valoriza a operação executada no serviço pós-venda e a eficiência da nossa operação. Num contexto em que, só em 2024, patrocinámos 33 milhões de euros em atos médicos sobre as cerca de 300 mil pessoas seguras.

Qual a evolução possível para os seguros de saúde?

Estamos agora a dar um passo maior com a marca OneCare, que será uma referência em Portugal, não apenas pela abrangência e flexibilidade das coberturas ou pelo acesso garantido a qualquer idade das pessoas seguras, mas sobretudo pela qualidade do serviço e por coberturas realmente diferenciadoras. Em apenas 5 anos conquistámos relevância no mercado de saúde, os próximos 3 anos serão transformadores. Com a marca OneCare, queremos mais do que duplicar a nossa quota de mercado neste período. Estamos preparados para liderar a próxima geração de seguros de saúde em Portugal, sustentado em dois eixos estratégicos: proposta de valor centrada no cliente e um serviço de excelência.

O crescimento é ainda mais significativo em Multirriscos Habitação, impulsionado por novas adesões no contexto do crédito à habitação e Saúde

Como foram as vendas, resultados e número de apólices no 1.º semestre do ano?

Executámos muitos investimentos com foco em servir cada vez melhor os nossos clientes e o primeiro semestre de 2025 foi marcado por um crescimento expressivo, com subidas a dois dígitos em todas as principais linhas de negócio, refletindo a força da nossa proposta de valor e a confiança crescente dos nossos clientes. Em Vida Risco, estamos a crescer a dois dígitos face a 2024, o que nos permite consolidar a nossa posição no top 3 do mercado nacional, mantendo um perfil de rentabilidade técnica sólido e uma carteira cada vez mais diversificada. No segmento de Não Vida, o crescimento é ainda mais significativo, tanto em Multirriscos Habitação, impulsionado por novas adesões no contexto do crédito à habitação e em venda autónoma, como em Saúde, onde temos vindo a afirmar de forma clara a nossa posição estratégica.

Há explicação para esse crescimento?

Também resulta da maior integração com os canais do Banco Santander, da melhoria na agilidade de subscrição e da nossa capacidade de responder com produtos simples e relevantes, num contexto económico onde a proteção financeira e familiar voltou a ser prioridade para muitas famílias portuguesas.

O contrato de distribuição com o Santander mantém-se até 2039?

Sim, o contrato de distribuição com o Banco Santander mantém-se e continua a ser um pilar estratégico do nosso modelo de negócio. Esta parceria de longo prazo é uma das bases do nosso crescimento, permitindo-nos escalar com eficiência e chegar a milhões de clientes com soluções ajustadas às suas necessidades reais de proteção. Estamos a aprofundar cada vez mais a integração digital com o ecossistema do Banco Santander, com foco na experiência omnicanal, na personalização da oferta e numa abordagem de relacionamento contínuo que reforça valor para o cliente.

Há interesse em crescer a oferta para seguros financeiros?

Embora os seguros financeiros estejam excluídos do nosso acordo de distribuição com o Banco Santander, acreditamos que há sempre espaço para desenvolver ofertas complementares ou cruzadas, que acrescentem valor ao cliente final e promovam uma visão integrada de proteção e planeamento financeiro. O nosso foco está em desenhar soluções de proteção simples, digitais e transparentes, que respondam a necessidades reais dos clientes em diferentes momentos da sua vida. A abordagem é clara: complementar o que já existe no mercado bancário com produtos que protejam rendimentos, planos de vida e património, dentro daquilo que está previsto no nosso modelo de parceria. E fazê-lo com a eficiência, qualidade de serviço e simplicidade que nos distingue.

A distribuição de dividendos continua a ser fundamental na gestão?

A distribuição de dividendos mantém-se como um pilar importante da nossa gestão financeira, refletindo a solidez do nosso modelo de negócio e a nossa capacidade consistente de gerar resultados. Temos um histórico de rentabilidade robusta, que nos permite remunerar os acionistas de forma responsável e previsível, e pretendemos manter a tendência de um ROE (retorno de capitais próprios) acima de 40%, assegurando uma gestão eficiente do capital e um retorno atrativo, num quadro de crescimento controlado e sustentável. Em simultâneo, mantemos uma postura estratégica equilibrada, onde o reforço do investimento é continuamente direcionado para inovação, transformação tecnológica e excelência operacional. É esta combinação que nos permite crescer, com foco no futuro e na criação de valor duradouro para todos os stakeholders.

O modelo da Aegon Santander, eficaz, digital e centrado no cliente, é naturalmente atrativo para grandes mediadores, pela simplicidade de soluções, integração tecnológica e modelo de remuneração

Quais os objetivos principais quantificáveis para este ano?

Este ano definimos metas ambiciosas, mas realistas, que refletem não apenas o nosso foco no crescimento, mas também na qualidade da experiência do cliente e na solidez da carteira. Em termos de crescimento, o objetivo é alcançar um aumento de 15% em prémios brutos emitidos, impulsionado pelas nossas principais linhas: Vida, Lar, Saúde e Acidentes. Do lado da experiência do cliente, temos como prioridade alcançar um NPS superior a 60 pontos na gestão de sinistros, especialmente em Multirriscos Habitação e Saúde, produtos que concentram um elevado número de interações ao longo do ano e onde a excelência operacional tem impacto direto na perceção de valor por parte do cliente. Quanto à carteira, a redução do churn é uma prioridade transversal a Vida, Lar e Saúde. Nos últimos anos, investimos na construção de modelos preditivos baseados em dados, que nos têm permitido antecipar comportamentos de saída e atuar de forma segmentada e proativa. Essa capacidade analítica tem sido determinante para mantermos uma performance sólida de retenção, mesmo num contexto mais competitivo.

Que novos produtos se esperam?

No curto prazo, o nosso foco estará na consolidação da oferta recentemente lançada, com especial destaque para o seguro de saúde OneCare, que tem vindo a ganhar escala e importância na nossa rede comercial. Queremos garantir que este produto atinge todo o seu potencial, otimizando a experiência de venda, pós-venda e acompanhamento. Em paralelo, temos em desenvolvimento um conjunto de soluções complementares, que estão a ser desenhadas para responder a necessidades específicas de distintos segmentos de clientes. Estamos também a estudar novos produtos que possam ser integrados nas jornadas de cliente do Banco, sempre com foco na personalização, simplicidade e conveniência para o Cliente. Vamos procurar segmentos onde entendemos que podemos acrescentar um valor diferenciador mantendo a nossa visão: crescer com uma oferta cada vez mais próxima do contexto do cliente, ajustada e integrada com os seus objetivos de vida.

Que novos canais de distribuição se esperam para além de bancassurance?

A abertura de novos canais está sempre sujeita a validação estratégica conjunta entre os dois acionistas, o Grupo Santander e o Grupo Aegon, e atualmente não temos nenhuma decisão tomada nesse sentido. Dito isto, reconheço que o modelo da Aegon Santander, eficaz, digital e centrado no cliente, é naturalmente atrativo para grandes mediadores, pela simplicidade de soluções, integração tecnológica e modelo de remuneração. Temos que manter o foco no crescimento, mas onde ele gera retorno e onde existam oportunidades para poder crescer. Como primeiro passo, estamos a considerar a abertura dos nossos canais digitais, assegurando coerência com o posicionamento da marca, consistência na experiência e complementaridade com o canal existente.

O que pensa do projeto de governo em regular o bundling (venda de produtos aproveitando as relações bancárias) que pode ter efeitos negativos no bancassurance, principalmente em Vida Risco e Multirriscos Habitação?

Acreditamos profundamente na liberdade de escolha e na transparência para o consumidor, princípios que sempre pautaram a nossa atuação. Os clientes devem ter acesso a informação clara, comparável e tomar decisões com base no que melhor responde às suas necessidades, esta liberdade deve ser garantida por todos os operadores do mercado. Importa também clarificar que, no modelo de distribuição onde operamos, não são oferecidos benefícios associados à contratação conjunta de seguros com o crédito habitação. A nossa proposta de valor é clara e consistente: produtos sólidos, serviço de excelência e preço competitivo, sem práticas que comprometam a transparência ou o alinhamento com o melhor interesse do cliente.

A diferença de preços de prémios entre o oferecido pelos bancos e outros seguradores tem sido questionada?

O preço não é tudo. A procura cega por propostas mais baratas, sem a devida literacia financeira, pode deixar os clientes desprotegidos. Em seguros de Vida associados ao crédito habitação que são, por natureza, compromissos de longo prazo, a manutenção de uma relação estável, Cliente – Seguradora, é essencial para garantir cobertura contínua. À medida que envelhecemos, cresce o número de situações clínicas que podem limitar a elegibilidade ou cobertura em novas apólices. A contratação sucessiva de novos seguros pode levar à exclusão de condições médicas pre-existentes, deixando o cliente exposto precisamente quando mais precisa de proteção. Neste contexto, é importante reforçar o papel do supervisor no acompanhamento da atuação dos operadores, promovendo práticas comerciais sustentáveis que assegurem a proteção efetiva dos clientes e a resiliência do setor.

Temos conseguido manter uma taxa de retenção sólida, mesmo num contexto de maior mobilidade no mercado, impulsionada pela digitalização e por campanhas comerciais competitivas.

O churn (troca para um concorrente) para outras seguradoras, nomeadamente em Vida Risco, tem sido significativo?

O churn tem sido estável e alinhado com os nossos objetivos. Temos conseguido manter uma taxa de retenção sólida, mesmo num contexto de maior mobilidade no mercado, impulsionada pela digitalização e por campanhas comerciais competitivas. Este desempenho resulta de uma estratégia clara de fidelização baseada na experiência do cliente e na proposta de valor percebida. Como referi, nos últimos anos, investimos no desenvolvimento de modelos preditivos baseados em dados, que nos permitem antecipar sinais de saída e atuar proativamente, seja através de intervenções comerciais segmentadas, seja pelo reforço da relação com o cliente em momentos críticos do ciclo de vida da apólice. Trabalhamos para reter por valor e os resultados mostram que este caminho, baseado em dados, serviço e proximidade tem sido eficaz.

Qual a visão que tem para o mercado segurador este ano em Vida e Não Vida?

Em 2025, vemos um mercado cada vez mais polarizado entre operadores transacionais e operadores com uma proposta de valor sustentada, centrada na proteção, na confiança e na relação de longo prazo com o cliente. No ramo Vida, acreditamos que o foco estará cada vez mais na proteção de rendimento e estabilidade familiar, sobretudo num contexto de taxas de juro estabilizadas e crescente consciencialização sobre riscos de saúde, longevidade e invalidez. Produtos como Vida Risco e Poupança Reforma vão continuar a crescer em pertinência e será cada vez mais diferenciador o operador que conseguir combinar simplicidade na oferta, estabilidade contratual e uma experiência pós-venda que faça realmente a diferença positiva na vida das pessoas. Em Não Vida, antevemos crescimento em áreas como Multirriscos Habitação, beneficiando do mercado de habitação, e Saúde, onde se acentuam as tendências de procura por serviços de proximidade, coberturas flexíveis e soluções integradas com tecnologia e bem-estar. O cliente não quer apenas uma proteção, quer acesso, fluidez e confiança quando precisa de utilizar o seguro.

E qual será a grande transformação do setor?

A grande transformação do setor passará pela capacidade de criar ecossistemas centrados no cliente, onde os seguros deixem de ser meros produtos financeiros e passem a ser experiências contínuas, com valor ao longo da relação. É essa a visão que temos vindo a implementar com o Seguro de Saúde OneCare. O futuro irá pertencer a quem conseguir transformar e inovar continuamente e potenciar a tecnologia que nos aproxima, com um serviço e relevância com solidez técnica e responsabilidade social. Sentimos que estamos particularmente bem posicionados.

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Perspetivas para as eólicas arrefecem. Associação europeia não conta que Portugal instale offshore até 2030

A associação europeia da indústria eólica WindEurope regista um aumento desta energia na Europa, mas a um ritmo mais modesto que previsto. Em Portugal, não prevê novo eólico offshore até 2030.

A Europa vai continuar a assistir a uma expansão dos parques eólicos, embora menor do que aquilo que era estimado anteriormente por uma associação europeia da indústria, a WindEurope. Atrasos no licenciamento e na expansão da rede elétrica são dois dos motivos apontados. Contudo, há exemplos de aceleração como a Alemanha. Em Portugal, a associação prevê um aumento das instalações de energia eólica em terra, mas não conta que o país aumente a capacidade de eólico offshore até ao final da década.

A Europa ergueu 6,8 gigawatts (GW) de nova capacidade eólica na primeira metade de 2025, dos quais 89% foram instalados em terra (energia eólica onshore) e o restante no mar (energia eólica offshore). Assim, a Europa passou a contar 291 gigawatts de capacidade eólica, 254 GW em terra e 37 GW no mar, indica a WindEurope, num relatório em que faz o balanço da indústria com os dados recolhidos na primeira metade deste ano.

A energia eólica onshore deverá constituir a maioria das instalações até 2030“, lê-se no relatório. A associação espera que sejam instalados 135 gigawatts desta energia entre este ano e 2030. Isto significaria que, tendo em conta parques que estão em final de vida, a Europa chegará a 2030 com 441 gigawatts.

A WindEurope é uma associação que representa a indústria eólica a nível europeu, e que conta mais de 600 membros com sede em cerca de 35 países, os quais vão desde empresas de toda a cadeia de valor até ao setor financeiro e segurador.

Atrasos com licenciamento e nas redes elétricas são particularmente desafiantes.

WindEurope

Relatório de balanço dos primeiros seis meses de 2025

No panorama geral, “atrasos com licenciamento e nas redes elétricas são particularmente desafiantes” para a indústria, assim como uma taxa de eletrificação abaixo do esperado, aponta a associação. “Isto levou a uma revisão em baixa das perspetivas para a energia eólica onshore e offshore até 2030“, escreve a associação. A expectativa de 22,5 GW em 2025, avançada pela WindEurope no início do ano, reduziu-se para 19 GW.

Menos capacidade eólica são más notícias para a competitividade da Europa“, remata o CEO da WindEurope, Giles Dickson. Ainda assim, a associação indica que as decisões finais de investimento na primeira metade de 2025 superaram o total do ano de 2024, atingindo os 34 mil milhões de euros, dos quais 22 mil milhões de euros referem-se a projetos offshores.

Alemanha em destaque. Portugal escorrega no offshore

O cenário difere consoante a geografia. Na Alemanha, destacada como caso positivo, as perspetivas melhoraram sobretudo dada a “atividade forte de licenciamento”, com as licenças a serem atribuídas dentro de 18 meses. Este país deverá contribuir com a instalação de 43 gigawatts até 2030. No comunicado que acompanha o balanço, a WindEurope salienta que o motor económico da Europa deverá erguer um total de 5 gigawatts só este ano, “mais do que o que foi construído nos últimos cinco anos” neste país.

Em oposição, as expectativas da associação em relação a Espanha, França, Suécia, Dinamarca e Itália arrefeceram. No caso de Espanha e Dinamarca, a ausência de leilões e os preços baixos de eletricidade decorrentes da larga instalação de potência solar, estão a afastar o potencial para a energia eólica. Também os preços baixos da eletricidade parecem estar a travar o investimento em energia eólica na Suécia, assim como taxas mais elevadas para o uso da rede. Em França, a ascensão das forças de extrema direita no Parlamento justificam atrasos e entraves, escreve a WindEurope.

Olhando a Portugal, a WindEurope prevê que, até 2030, sejam instalados um total de 2.340 megawatts, todos onshore. Assim, o país deverá atingir um total de 6.650 megawatts de capacidade eólica em terra, mantendo cerca de 25 megawatts no mar — o projeto da EDP ao largo de Viana do Castelo, em operação desde 2020, tem um total de 25 megawatts. No entanto, no primeiro semestre deste ano, terão sido instalados apenas 2 megawatts no país, indica o relatório.

Offshore treme, mas ainda cresce

As eólicas no mar têm-se deparado com alguns percalços, mas a tendência é ainda assim de crescimento, assinala a WindEurope. Nos cinco anos até 2030, a expectativa é que sejam instalados 43 gigawatts de capacidade, o que eleva a capacidade instalada de eólico offshore até ao final da década para um total de 80 GW. Uma grande parte da nova capacidade — 35 GW — diz respeito a projetos vencedores de leilões, os quais têm decisões de investimento já tomadas e contratos de construção e investimento fechados, pelo que a associação conta que estejam de pé nos prazos indicados. Outros 7 GW deverão ir a leilão nos próximos anos, indica a WindEurope.

Os governos europeus apontavam, no início de 2021, para uma meta de instalação de eólicas offshore de 114 GW, no conjunto da Europa. No final de 2022, reviram em alta o objetivo, para 158 GW. “Desde este pico, muitos governos nacionais têm recuado nos objetivos para 2030“, lê-se no relatório.

Isto porque, indica o texto, os governos precisam de mais tempo para estabelecer as linhas guia na regulação, melhorar o acesso à rede elétrica e desenvolver cadeias de fornecimento locais. A diminuição da procura por hidrogénio verde também terá prejudicado no caso de um projeto holandês. No Reino Unido, um projeto foi cancelado dadas as condições de financiamento “difíceis”, desafios logísticos e custos crescentes.

A associação faz ainda um levantamento dos leilões previstos entre 2025 e início de 2026, não fazendo qualquer menção ao leilão português. Alemanha, Reino Unido, França, Polónia, Dinamarca, Países Baixos e Lituânia são os países destacados pela WindEurope como tendo leilões previstos até ao final de 2025. Bélgica e Itália surgem como exemplos para 2026.

Questionado sobre a ausência de referência a Portugal, porta-voz da WindEurope afirma que a associação não crê que o leilão português vá acontecer ainda este ano, e acrescenta que, ainda que este avançasse até dezembro, seria improvável que os projetos vencedores estivessem construídos antes de 2030, o que justifica a ausência de estimativas para a instalação de capacidade eólica offshore nos próximos cinco anos. Na última versão do Plano Nacional de Energia e Clima, apresentada em meados do ano passado, o Governo comprometia-se a atingir uma capacidade de 2 gigawatts de eólico offshore até 2030.

No passado mês de abril, foi publicado em Diário da República um despacho no qual o Governo previa que as regras para o leilão de eólicas no mar português fossem definidas no prazo de seis meses, isto é, até outubro.

O Ministério do Ambiente e Energia afirma que os prazos definidos estão a ser cumpridos. “Até ao prazo estabelecido, serão divulgadas novidades sobre os princípios-base do leilão para o desenvolvimento da produção de energia eólica offshore, garante ainda a tutela. Numa fase posterior, com base nos trabalhos realizados, proceder-se-á à elaboração das peças do procedimento concorrencial.

O presidente da APREN — Associação Portuguesa de Energias Renováveis, Pedro Amaral Jorge, reconhece em declaração ao ECO/Capital Verde que, uma vez que os projetos de eólico offshore têm geralmente uma maturidade de entre 7 a 9 anos, “não é expectável” que Portugal consiga atingir a meta de 2 gigawatts até 2030. Contudo, “o importante é que mesmo que nos desviemos do prazo, não nos desviemos da meta”, acredita, ao mesmo tempo que apela a que se criem as condições de mercado e de licenciamento.

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Tribunal dos EUA decide que Google pode manter Chrome

  • ECO
  • 2 Setembro 2025

Google já não terá de se desfazer do seu browser, o Chrome, como pedia o governo norte-americano. Ações disparam mais de 5% após o fecho de Wall Street.

Um juiz federal dos EUA decidiu esta terça-feira que a Google pode manter o seu browser Chrome, mas está proibida de celebrar contratos exclusivos para pesquisas na internet e terá de partilhar dados com os concorrentes.

A Google, que já anunciou que vai recorrer da decisão, evita assim um dos remédios mais severos que o Governo americano pedia, depois de o tribunal ter concluído há um ano que a gigante tecnológica detinha um monopólio ilegal no mercado de pesquisas online.

“A Google não será obrigada a alienar o Chrome; nem o tribunal incluirá uma venda contingente do sistema operativo Android na sentença final”, refere a decisão do juiz Amit Mehta. “Os autores excederam-se ao procurar a venda forçada destes ativos essenciais, que a Google não utilizou para efetuar quaisquer restrições ilegais”, justifica.

As ações da Alphabet, dona da Google, estão a subir mais de 5% após o fecho de Wall Street. O juiz também não proibiu a Google de fazer pagamentos a terceiros para tornar o seu motor de busca como o padrão, tal como acontece com a Apple – as ações da fabricante do iPhone somam mais de 4%.

“Cortar os pagamentos da Google irá quase certamente impor danos substanciais — em alguns casos, paralisantes — aos parceiros de distribuição, aos mercados relacionados e aos consumidores, o que desaconselha uma proibição ampla dos pagamentos”, escreveu o juiz.

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Empresas já pagam (ou vão pagar) mais pelos seguros de saúde

Com a subida dos preços na saúde, o envelhecimento da população e o maior recurso aos seguros, as seguradoras veem a conta a aumentar - e parte vai para as mãos dos clientes.

Em 2025, as empresas deverão pagar em média mais 10,3% pelos seguros de saúde dos trabalhadores, revela o estudo “Custo dos Seguros de Saúde para as Empresas em Portugal” da Coverflex.

O aumento é ligeiramente superior ao de 2024 (9,9%), confirmando a tendência de alta nos custos de saúde, indica o estudo. A fatura sobe impulsionada pela inflação médica, pelo envelhecimento demográfico e pelo crescimento das expectativas dos beneficiários.

Além da subida dos preços dos serviços de saúde – como consultas e tratamentos – a inflação médica resulta também do maior poder negocial que advém da concentração do setor em grandes grupos hospitalares como a CUF, Luz e Lusíadas, indica a Coverflex.

Também pesa nas contas das seguradoras – e consequentemente, no aumento dos preços dos seguros – a maior utilização dos seguros de saúde, que se traduz em maiores custos com sinistros. Este crescimento é impulsionado pelas dificuldades do Serviços Nacional de Saúde, que levaram mais pessoas a adquirir seguro de saúde: já são 4 milhões e o número pode chegar aos 5 milhões nos próximos três anos.

O envelhecimento da população e a crescente prevalência de doenças crónicas aumentam a procura por cuidados continuados. A par disso, surgem novas tecnologias médicas — mais eficazes, mas também mais dispendiosas.

Tríade de poupança: Inovar para reduzir custos

Para manter rácios de sinistralidade compatíveis com a viabilidade dos produtos e assegurar a sustentabilidade técnica, as seguradoras têm adotado medidas de contingência já tradicionais, como a revisão de copagamentos e franquias, a renegociação de tabelas de preços e a criação de novos modelos de rede de prestadores. Mas começam também a explorar novas oportunidades de redução de custos, avança a Coverflex.

Entre estas estão a digitalização e o uso de dados, a aposta na prevenção e os modelos híbridos. Cada vez mais, as seguradoras recorrem à telemedicina, à triagem clínica online e à análise avançada de dados. Ferramentas de business intelligence e inteligência artificial permitem uma gestão da sinistralidade quase em tempo real, identificando padrões de utilização e prestadores com custos acima da média.

A prevenção também ganha espaço: ao integrar rastreios, nutrição, atividade física e apoio psicológico nos produtos, reduz-se a incidência de sinistros a médio e longo prazo.

Outra tendência é a oferta de uma cobertura base com possibilidade de upgrades voluntários financiados pelos próprios colaboradores.

As estimativas resultam das respostas de seis seguradoras que, em conjunto, representam 87% do mercado de seguros de saúde para empresas em Portugal. Os dados foram recolhidos através de questionários e ponderados pela quota de mercado de cada participante.

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Donald Trump diz estar “muito dececionado” com Putin

  • Lusa
  • 2 Setembro 2025

Presidente dos EUA também disse "não estar preocupado com uma potencial aliança entre a Rússia e a China, pouco depois de um encontro entre Vladimir Putin e Xi Jinping, em Pequim".

O presidente americano Donald Trump disse esta terça-feira estar “muito dececionado” com o seu homólogo russo Vladimir Putin, depois do encontro entre ambos no Alasca não ter resultado num progresso substancial sobre uma solução para a guerra na Ucrânia.

“Tínhamos uma relação excelente”, afirmou Donald Trump, durante uma entrevista na rádio com o apresentador Scott Jennings, acrescentando: “Estou muito dececionado com o presidente Putin. (…) Milhares de pessoas estão a morrer, é uma guerra que não faz sentido”, afirmou o presidente dos EUA, depois, em conferência de imprensa na Casa Branca.

O presidente, de 79 anos, não especificou, no entanto, se aquela deceção se poderia traduzir em consequências para a Rússia, apesar do seu ultimato de duas semanas dado a Moscovo, que deve chegar ao fim esta semana. Mas, declarou também não estar preocupado com uma potencial aliança entre a Rússia e a China, pouco depois de um encontro entre Vladimir Putin e Xi Jinping, em Pequim, véspera de um desfile militar gigante.

“Não estou preocupado de maneira nenhuma”, afirmou Donald Trump. “Temos as forças militares mais poderosas do mundo, de longe, e eles nunca usariam as suas forças militares contra nós. Acredite, seria a pior coisa que eles poderiam fazer”, acrescentou. O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, defendeu na segunda-feira a ofensiva militar russa na Ucrânia, acusando o Ocidente de ter desencadeado o conflito, durante uma cimeira sobre segurança organizada no nordeste da China.

“Esta crise não foi desencadeada pelo ataque da Rússia à Ucrânia. É o resultado de um golpe de Estado na Ucrânia, que foi apoiado e provocado pelo Ocidente”, afirmou Putin, durante a reunião da Organização de Cooperação de Xangai (SCO, na sigla em inglês).

Trump confirmou ainda que as forças americanas dispararam contra um “barco que transportava droga” e acabara de sair da Venezuela, enquanto os EUA realizavam um desdobramento militar na região das caraíbas, um ataque denunciado por Caracas.

“Literalmente destruímos um barco, um barco que transportava drogas, muita droga. E vocês verão e lerão sobre isso. Aconteceu há alguns momentos”, afirmou o presidente à imprensa durante uma intervenção no Salão Oval, antes de acrescentar que “estas [drogas]provêm da Venezuela”.

Porém, o Donald Trump não deu mais detalhes sobre uma suposta operação militar nas costas do país sul-americano, onde a Marinha dos Estados Unidos posicionou vários navios de guerra. Trump elogiou o “incrível” chefe do Estado-Maior Conjunto, Dan Caine, que o manteve informado sobre o ataque ao suposto navio venezuelano, um movimento confirmado pouco depois pelo secretário de Estado, Marco Rubio, através de uma mensagem na rede social X.

“Temos uma grande quantidade de drogas que chegam ao nosso país há muito tempo, e estas provêm da Venezuela. Saem em grandes quantidades da Venezuela. Muitas coisas estão a sair da Venezuela, então o eliminámos (o barco)”, acrescentou o mandatário. O republicano adiantou que se saberia mais “depois da reunião” no Salão Oval, avançando a possibilidade de um comunicado da Administração norte-americana com mais detalhes sobre o ataque.

Os EUA deslocaram oito navios militares com mísseis e um submarino de propulsão nuclear para áreas de mar próximo das costas da Venezuela para combater o tráfico de drogas, que “contaminam” as ruas do país norte-americano. Em resposta, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, advertiu esta segunda-feira que o seu país enfrenta o que considera a “maior ameaça que se viu” na América “nos últimos cem anos” e assegurou que a sua nação se declararia “em armas” se “fosse agredida”.

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+M

Assembleia de credores da dona da Visão realiza-se em 22 de setembro

  • Lusa
  • 2 Setembro 2025

Os credores vão avaliar um "eventual plano de recuperação global, que permita a continuidade da atividade da insolvente, e o ressarcimento dos credores" até à venda definitiva da dona da Visão.

A assembleia de credores da Trust in News (TiN), dona da Visão, entre outros títulos, foi marcada para 22 de setembro, de acordo com despacho do tribunal a que agência Lusa teve acesso esta terça-feira.

A realização da assembleia de credores visa a discussão e votação da “tramitação subsequente associada à liquidação do património da insolvente já apresentada no plano de liquidação (…), assim como um eventual plano de recuperação global que permita a continuidade da atividade da insolvente e o ressarcimento dos credores por via dos rendimentos gerados por essa atividade, até à venda definitiva do estabelecimento”, lê-se no documento datado de 1 de setembro.

A assembleia de credores terá lugar pelas 10:00 de 22 de setembro no tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste. O tribunal também admitiu o recurso interposto pela TiN do despacho de homologação do plano de insolvência. “Por ser legal, tempestivo e ter sido interposto por quem para tal tem legitimidade, admito o recurso apresentado” pela devedora Trust in News “do despacho de não homologação (oficiosa) do plano de insolvência, proferido em 18/07/2025, recurso que sobe imediatamente e em separado”, refere o despacho.

O tribunal adianta que “os recursos interpostos no processo de insolvência têm sempre efeito meramente devolutivo”, ou seja, não têm efeito suspensivo, e notificou a TiN para, em cinco dias, indicar “as peças do processo de que pretende certidão para instruir o recurso ora admitido”.

“Encontra-se esgotado o poder jurisdicional deste tribunal no que concerne à não homologação do plano de insolvência apresentado pela devedora, inexistindo fundamento legal para que tal homologação possa agora ocorrer com exclusão da cláusula considerada ilegal em assembleia de credores, sem prejuízo, naturalmente, do que venha a ser decidido no âmbito do recurso de apelação que se encontra pendente”, acrescenta o tribunal.

No dia 8 de agosto, o tribunal suspendeu a comunicação oficiosa do encerramento da atividade da TiN, que tinha sido pedido pelo administrador de insolvência, aguardando informação efetiva deste ou uma eventual deliberação de assembleia de credores.

Em 28 de julho, André Pais requereu a suspensão temporária até o mais tardar 8 de outubro da decisão de encerrar a atividade da dona da Visão, entre outros títulos, depois de, em 18 de julho, o tribunal ter decidido não homologar o plano de recuperação e ter determinado a apreensão e liquidação do ativo, bem como o encerramento da atividade.

Onze trabalhadores da Visão, incluindo o diretor, pediram ao tribunal para convocar uma nova assembleia de credores da Trust in News com dois pontos, entre os quais que a revista continue em funções até à sua venda. De acordo com o requerimento, a que Lusa teve acesso, o grupo de jornalistas considera que, segundo a avaliação que fazem, “justifica que o tribunal possa – e deva – convocar uma nova assembleia de credores”, tendo em vista dois pontos.

O primeiro é a “possibilidade de o plano de insolvência ser homologado, dele se excluindo a cláusula” que o tribunal “considerou ilegal”.

Em alternativa, “mesmo que essa possibilidade não seja viável, a autorização para que, até à venda do título da Visão, a revista se possa manter em funções, sob a égide do administrador de insolvência, considerando o plano que nesta data lhe foi entregue para apreciação, com as demais condições que venham a ser aprovadas nessa assembleia de credores”, lê-se no documento.

Paralelamente, o grupo de jornalistas admitia estar a analisar a possibilidade de poder ficar com a revista. Entretanto, Luís Delgado, acionista único da TiN, recorreu da decisão de não homologação do plano de insolvência da empresa. Fundada em 2017, a Trust in News é detentora de 16 órgãos de comunicação social, em papel e plataformas digitais, como a Exame, Caras, Courrier Internacional, Jornal de Letras, Activa, Telenovelas, TV Mais, entre outros.

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