Governo propõe seis pórticos à entrada da VCI no Porto para inibir pesados

  • Lusa
  • 4 Abril 2025

O Governo propôs a colocação de seis pórticos à sua entrada para inibir a circulação de pesados, segundo publicação na rede social Instagram, entretanto apagada.

O Governo propôs como solução para mitigar o tráfego na Via de Cintura Interna (VCI), no Porto, a colocação de seis pórticos à sua entrada para inibir a circulação de pesados, segundo publicação na rede social Instagram entretanto apagada.

De acordo com uma publicação do Ministério das Infraestruturas de uma fotografia na rede social Instagram feita na quinta-feira, e que foi entretanto apagada após questões da Lusa, era visível um diapositivo de uma apresentação feita pelo ministro Miguel Pinto Luz aos autarcas da Área Metropolitana do Porto (AMP) na reunião sobre o tema, que decorreu na sede da AMP.

No ‘slide’, com o título “solução proposta”, esta implica a instalação de “seis pórticos nas vias de acesso à VCI”, dos quais dois a sul, na “Ponte da Arrábida e Ponte do Freixo”, e quatro a norte: “[Autoestrada] A28, EN13 [Estrada Nacional 13], A3 E A43”.

De acordo com o mapa da apresentação, os pórticos a norte localizar-se-iam nas referidas vias ainda antes das saídas para a Estrada da Circunvalação, ou seja, ainda fora dos limites do município do Porto.

Era também possível ler que é sugerida, quanto à VCI, a “aplicação [de uma] taxa [de] atravessamento em determinados períodos + isenção [de] portagem [na] CREP [Circular Regional Exterior do Porto, também denominada A41] durante o mesmo período”.

A proposta também “não penaliza movimentos [com] origem/destino [na] cidade [do] Porto”.

Em resposta à Lusa, o ministério respondeu que “neste momento” é “precoce definir qualquer proposta como definitiva”.

“Como foi referido após a reunião, será criado um Grupo de Trabalho, coordenado pelo secretário de Estado das Infraestruturas e que contará com representantes do IMT e da Infraestruturas de Portugal, para avaliar várias propostas apresentadas pela tutela e pelos próprios municípios com vista a melhorar a circulação da VCI”, disse fonte oficial do Ministério das Infraestruturas e Habitação à Lusa.

Na quinta-feira, Miguel Pinto Luz já tinha dito aos jornalistas que o grupo de trabalho também iria “começar a definir todas as medidas mitigadoras” que podem ser tomadas para “dissuadir o tráfego de passagem por dentro da VCI e por dentro da cidade do Porto”, de sul para norte e de norte para sul.

O ministro disse ainda que atualmente as medidas “ainda não estão consensualizadas nem fechadas”, dando seis meses ao grupo de trabalho “paritário” para tomar decisões acordadas entre o ministério e os municípios.

Na mesma ocasião, Miguel Pinto Luz e o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, disseram que a autoestrada A41/CREP deverá ser “tendencialmente gratuita” para pesados, nomeadamente de mercadorias, para tentar reduzir o tráfego na VCI.

“O Governo irá encetar todos os esforços para, no prazo de quatro ou cinco meses, implementar uma redução das tarifas das portagens na CREP, tendencialmente gratuitas para todos os veículos pesados”, disse Pinto Luz aos jornalistas.

Questionado sobre quando poderia entrar em vigor a redução do tarifário, Miguel Pinto Luz afirmou que o objetivo era que entrasse em vigor “em janeiro do próximo ano”.

Já Rui Moreira explicou que o conceito de “tendencialmente gratuito” se refere quer à diferenciação entre pesados de mercadorias e de passageiros, quer à passagem em certas horas do dia.

Rui Moreira entende que “se calhar não” vale a pena aplicar uma isenção “para um veículo que passa entre as 03:00 e 04:00” na VCI, vincando que “não faz sentido fazer gratuito” tal tráfego na via interna do Porto.

Miguel Pinto Luz estima que esta alteração “poderá reduzir de 16% a 20% o tráfego de veículos pesados na VCI“, falando ainda “na dissuasão de tráfego na VCI durante alguns períodos do dia”, algo que “será implementado nos próximos meses”.

Ao jornal Público, o presidente da AMP, Eduardo Vítor Rodrigues, admitiu a instalação de portagens na VCI para aplicar a camiões ou uma proibição de circulação nas horas de ponta, quatro horas de manhã e outras quatro de tarde.

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Benfica SAD paga 4,5% por empréstimo obrigacionista de 40 milhões de euros a quatro anos

Os 40 milhões captados com esta operação serão utilizados principalmente para refinanciar parte das obrigações "Benfica SAD 2022-2025" que vencem em junho e têm um saldo-vivo de 60 milhões de euros.

A Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD (Benfica SAD) prepara-se para realizar uma nova emissão obrigacionista no valor de até 40 milhões de euros, através de uma oferta pública de subscrição (OPS) das obrigações “Benfica SAD 2025-2029” e de uma oferta pública de troca (OPT) com as obrigações “Benfica SAD 2022-2025”.

Este movimento surge num momento em que a SAD enfrenta o reembolso de 60 milhões de euros das obrigações emitidas em 2022, com vencimento agendado para junho deste ano.

A emissão das novas obrigações terá início a 9 de abril e decorrerá até 24 de abril de 2025, segundo o prospeto publicado esta sexta-feira na CMVM. A taxa de cupão destas obrigações é fixa em 4,5% ao ano, com pagamento semestral dos juros em abril e outubro.

O prazo do investimento será de quatro anos, com vencimento a 30 de abril de 2029, e cada obrigação terá um valor nominal unitário de cinco euros. O montante mínimo para subscrição será de 500 obrigações, equivalentes a um investimento inicial mínimo de 2.500 euros.

Enquanto a OPS será destinada ao público em geral, com um montante global inicial até 40 milhões de euros, a OPT será direcionada aos titulares das obrigações “Benfica SAD 2022-2025”, permitindo a troca pelas novas obrigações com vencimento em 2029, com cada obrigação antiga a ser trocada por uma nova, acrescida dos juros corridos até à data da emissão.

De acordo com o prospeto da operação, os fundos captados por via da OPS serão utilizados principalmente para refinanciar parte do empréstimo obrigacionista “Benfica SAD 2022-2025”, cujo montante total é de 60 milhões de euros. O remanescente será aplicado no desenvolvimento da atividade corrente da Benfica SAD, diversificação das fontes de financiamento e reforço da liquidez, refere a SAD benfiquista em comunicado.

Já a OPT “visa permitir à Benfica SAD substituir parte da sua dívida com vencimento em 2025 por dívida com vencimento em 2029”, permitindo à SAD liderada por Rui Costa gerir melhor os seus compromissos financeiros futuros.

No documento publicado no site do regulador, a Benfica SAD alerta ainda para vários riscos associados à emissão. Entre os principais estão:

  • Risco financeiro: O pagamento dos juros e reembolso do capital depende da capacidade económico-financeira da Benfica SAD. A SAD do clube da Luz refere que a empresa apresenta uma dívida financeira líquida que ascendia a 201,8 milhões de euros no final do exercício fiscal de junho de 2024, um aumento homólogo de 43,3%, e que, à data do prospeto, nem o património nem as receitas da SAD foram dados como garantia para este empréstimo.
  • Dependência desportiva: Os resultados financeiros estão fortemente ligados ao desempenho desportivo, particularmente à participação na UEFA Champions League. “Na eventualidade de o SL Benfica não poder aceder à UEFA Champions League na época 2025/2026, não terá direito às receitas inerentes à participação nessa prova, o que poderá ter um impacto financeiro adverso no Emitente e Oferente”, destaca a Benfica SAD.
  • Risco relacionado com transações de jogadores: As vendas de direitos desportivos representaram 49,6% dos rendimentos operacionais no primeiro semestre do exercício 2024/2025. “Uma eventual variação negativa dos rendimentos obtidos com transações de direitos de atletas poderá afetar significativamente a atividade da Benfica SAD”, lê-se no prospeto.
  • Liquidez reduzida no mercado secundário: Apesar da admissão à negociação na Euronext Lisbon, não há garantias quanto à liquidez das obrigações no mercado regulado, o que poderá dificultar a venda destes títulos.

Nos últimos resultados anuais (exercício encerrado a junho de 2024), a Benfica SAD apresentou um prejuízo líquido consolidado de 31,4 milhões de euros, contrastando com um lucro líquido no ano anterior. Já no primeiro semestre do exercício atual (até dezembro de 2024), registou-se uma recuperação significativa com lucros líquidos na ordem dos 40,3 milhões de euros.

As receitas operacionais (excluindo transações de jogadores) atingiram os 105,7 milhões no mesmo período, ligeiramente abaixo do período homólogo anterior (-0,7%). Contudo, o elevado peso das transações desportivas nas receitas totais continua a evidenciar a dependência deste segmento na operação da empresa.

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Continental em Famalicão garante que trabalhadores “afetados serão recolocados”

A fábrica de Lousado, em Famalicão, vai descontinuar o negócio dos pneus agrícolas até ao final do ano, mas garante que os trabalhadores serão recolocados.

A Continental Mabor, anunciou esta sexta-feira que vai deixar de produzir pneus agrícolas até ao final do ano na fábrica em Lousado, em Vila Nova de Famalicão, mas afasta despedimentos. A empresa liderada por Pedro Carreira garante que os trabalhadores vão ser recolados em outras áreas da empresa.

“Os colaboradores afetados serão recolocados noutras áreas da empresa em Lousado“, assegura Pedro Carreira, CEO da Continental Mabor, em declarações ao ECO.

A produção de pneus agrícolas em Lousado arrancou em 2017 com o objetivo de se dedicar ao segmento premium. No entanto, o líder da empresa justifica que a decisão “de descontinuar este negócio até final do ano” deve-se essencialmente a “um mercado em declínio acentuado e sem perspetivas de retoma”.

Produzimos mais de 18 milhões de pneus ligeiros, pelo que continuamos com o nosso papel importante dentro do Grupo Continental.

Pedro Carreira

CEO da Continental Mabor

Produzimos mais de 18 milhões de pneus ligeiros, pelo que continuamos com o nosso papel importante dentro do Grupo Continental”, refere Pedro Carreira, recordando que “foram feitos investimentos significativos nos últimos anos”, reforça.

A gigante alemã explica em comunicado que esta “decisão afeta principalmente a fábrica de Lousado” e que passará a concentrar o seu negócio na produção de pneus comerciais especiais para movimentação de materiais, terraplanagem e operações portuárias”.

Com mais de 2.700 empregados — grande parte dos 3.700 que a Continental tem em Portugal –, a fábrica de Lousado tem intensificado o investimento em novas máquinas e na maior automatização. Fundada em 1871, a Continental tem atualmente cerca de 200 mil trabalhadores em 56 países e gerou vendas de 41,4 mil milhões de euros no ano fiscal de 2023.

(Notícia atualizada às 17h56 com mais informação)

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Grande Reserva 2019 da Quinta da Vacaria. O brinde ao Schistó sob a mestria do chef Vítor Matos

A Quinta da Vacaria lança o Grande Reserva Tinto 2019 com brinde à abertura novo restaurante Schistó, sob a mestria do chef com mais estrelas Michelin de Portugal: Vítor Matos.

Situado entre as margens dos rios Douro e Corgo, e socalcos de vinhas, o boutique hotel de 5 estrelas — o Torel Quinta da Vacaria — já nos leva por uma viagem sensorial a par da beleza da paisagem com o rio Douro aos pés, como um retiro de excelência num edifício do século XVII que foi recuperado e manteve a traça original, no Peso da Régua, na região vinhateira. Acresce nesta experiência a estrela do dia: a apresentação do Quinta da Vacaria Grande Reserva Tinto 2019 que no nariz é uma descoberta pela fruta preta madura e notas balsâmicas; e no paladar ainda mais: encorpado e com bom final de boca com presença de tanino.

Tem tudo para ser um dos melhores vinhos e um dos grandes clássicos da Quinta da Vacaria”, começa por notar o enólogo João Menezes enquanto fazemos a prova do Grande Reserva 2019, produzido a partir das castas Touriga Nacional e Touriga Franca, em solo xistoso nas vinhas desta propriedade vinícola que é uma das mais antigas da Região Demarcada do Douro.

“É um vinho com uma autenticidade incrível, produzido apenas em anos vitivinícolas de excelência, e com um verdadeiro sentido de lugar. A influência do terroir é total”, detalha João Menezes. Apresenta-se com uma “matriz bastante sólida”; é elegante, complexo e de caráter único.

A nova referência acaba de chegar ao mercado, em vários formatos, a partir dos 100 euros; esteve 12 meses a estagiar em barricas novas de carvalho francês. A revelação é feita no novo restaurante da Quinta da Vacaria: o Schistó, um fine-dinning, elevado pela mestria do chef Vítor Matos; o mesmo espaço que se desvenda depois de corrida uma cortina aveludada, prestando homenagem à pedra tradicional desta região – o xisto.

A experiência sensorial continua neste espaço conduzido pelo engenho e astúcia do chef com mais estrelas Michelin em Portugal (cinco), apoiado nesta arte da alta cozinha pelo chef Vitor Gomes e da sous-chef Carolina Columbano. Embarcamos numa viagem de degustação a que não ficamos indiferentes, com um menu preparado com toda a delicadeza e pormenor, e combinado com o vinho revelação do dia, produzido a partir das “melhores uvas da colheita de 2019″, que combina tão bem com a alta gastronomia portuguesa. Acresce a prova dos mais recentes monocastas brancos: Rabigato, Gouveio e Viosinho.

O Schistó

Restaurante de fine dining, o Schistó conduz-nos a um ambiente intimista, sofisticado e com um toque q.b de glamour, com a assinatura da designer de interiores Joana Astolfi. É na antiga casa principal da Quinta da Vacaria, propriedade datada de 1616, no Peso da Régua, no Douro, que o Schistó se apresenta.

Com lugares distribuídos por pequenas mesas redondas que circundam as duas ilhas centrais, onde o mestre e a equipa dão asas à imaginação, somos depois surpreendidos nesta viagem gastronómica pelos ingredientes da região. Alguns deles são produzidos na horta da Quinta da Vacaria, que abastece o restaurante com frutas e ervas aromáticas; outros provenientes da Quinta da Gregoça, propriedade a poucos quilómetros de distância.

Neste ambiente tranquilo pretende-se que “as pessoas se sintam na sala da sua casa, onde têm a cozinha aberta”, começa por dizer o chef, natural de Trás-os-Montes, que promete “uma cozinha moderna portuguesa e delicada, sem perder o foco na horta, nos vegetais”.

Para degustação o Lúcio-Perca pescado no rio Douro ou o Borrego de Resende e a Truta do Rio Corgo, por exemplo, e todos eles harmonizados pelos vinhos da Quinta da Vacaria selecionados por Carlos Eduardo, o sommelier do Schistó.

O chef Vítor Matos soma 5 estrelas Michelin: duas pelo restaurante Antiqvvm, uma pelo 2Monkeys, outra estrela pelo Blind e mais uma pelo Oculto. E não esconde o desejo de levar mais uma para o Schistó. Em breve terá também a seu cargo um novo restaurante na quinta, o Fumus, no edifício que alberga a adega e o museu interativo. Será um restaurante de comida tradicional portuguesa, com capacidade para 125 pessoas, que tem igualmente as águas do rio como pano de fundo.

Em pleno Património Mundial da Unesco, este hotel 5 estrelas resulta de um investimento na ordem dos 10 milhões de euros do Grupo Marec, e que engloba ainda a construção da nova adega, embutida na encosta, do museu interativo, da icónica da sala vintage e do futuro restaurante Fumus que deverá abrir em breve.

Schistó
Hotel Torel Quinta da Vacaria, Peso da Régua
Tel.: 254 247 228

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Hospitais públicos asseguram 80% das urgências e mais de 70% de internamentos e cirurgias

  • Lusa
  • 4 Abril 2025

O número de hospitais do setor público em funcionamento tem permanecido relativamente estável desde 2016, mas houve uma diminuição de 15 hospitais face a 2010, segundo INE.

Os hospitais públicos ou em parceria público-privada mantiveram-se em 2023 como os principais prestadores de serviços de saúde, assegurando 80,8% dos atendimentos em urgências e mais de 70% dos internamentos e cirurgias, segundo dados do INE divulgados esta sexta-feira.

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), os hospitais do setor público também asseguraram a maioria das consultas médicas, “mas esta é a componente de atividade em que os hospitais privados comseguiram atingir o peso mais expressivo, representando 39,2% do total”.

Os dados da publicação “Estatísticas da Saúde”, divulgada por ocasião do Dia Mundial de Saúde, que se assinala em 7 de abril, referem que em 2023 existiam 242 hospitais em Portugal, 112 dos quais do Serviço Nacional de Saúde. “O número de hospitais do setor público em funcionamento tem permanecido relativamente estável desde 2016, mas houve uma diminuição de 15 hospitais em relação a 2010″, assinala o INE.

Relativamente aos hospitais privados, o INE adianta que 130 estavam em funcionamento, mais 28 do que em 2010, sublinhando que a sua “predominância numérica” se iniciou em 2016 e abrange todo o país. Em 2023, existiam nos hospitais 35,7 mil camas disponíveis e apetrechadas para internamento imediato, menos 211 do que em 2022, correspondente a 3,4 camas de internamento por 1.000 habitantes.

Do total de camas, 67,9% estavam em hospitais públicos ou em parceria público-privada. Em relação ao início da série estatística, em 1999, assistiu-se a uma redução de 2,5 mil camas de internamento (menos 6,7%) causada principalmente pela evolução nos hospitais públicos ou em parceria público-privada (menos 5,5 mil camas, o equivalente a menos 18,4%).

Em contrapartida, entre 1999 e 2023 registou-se um acréscimo de 2,9 mil camas de internamento nos hospitais privados (mais 34,4%).

Relativamente aos internamentos, os dados indicam que, depois de em 2020 terem sido registados os valores mais baixos da série iniciada em 1999, o número de internamentos em 2023 voltou a ultrapassar um milhão, totalizando cerca de 1,1 milhões, e o número de dias de internamento os 10 milhões, tendo ocorrido mais 27,5 mil internamentos (2,5%) e menos cerca de 36.200 dias de internamento face a 2022 (0,4%).

“Os hospitais públicos ou em parceria público-privada asseguraram cerca de 828 mil internamentos (73% do total) e 7,3 milhões de dias de internamento (71,9% do total)”, o que significa um reforço de aproximadamente três mil internamentos e menos 123 mil dias de internamento relativamente a 2022.

No ano de 2023, os doentes permaneceram internados nos hospitais públicos e em parceria público-privada, em média 8,9 dias (8,8 em 2022), enquanto nos hospitais privados o tempo médio de internamento foi de nove dias (10,1 dias em 2022). Em 2023, realizaram-se cerca de 8,1 milhões de atendimentos nos serviços de urgência dos hospitais portugueses, mais cerca de 48.100 do que em 2022 (+0,6%).

Nos hospitais do setor público, realizaram-se 6,5 milhões de atendimentos em 2023, menos 0,6% comparativamente a 2022, e nos hospitais privados 1,5 milhões, (mais 5,8%), o número mais elevado desde 1999. Em 2023, existiam em Portugal 62.132 médicos e 83.538 enfermeiros, respetivamente mais 2,9% e 2,1% do que em 2022.

O número de médicos por mil habitantes era mais elevado na região da Grande Lisboa (8,2) e mais baixo na região Oeste e Vale do Tejo (2,5), enquanto o número de enfermeiros por mil habitantes era mais elevado na Madeira e nos Açores (10,3 e 10,0, respetivamente) e menor na região Oeste e Vale do Tejo (5).

Entre 2000 e 2023, o número de especialistas em Medicina Geral e Familiar quase duplicou e o número de especialistas em Pediatria aumentou 82,6% (respetivamente, 3,0% e 2,9% em média ao ano). Em 2023, 40,3% (25.016) do total de médicos trabalhavam num hospital, menos 0,9 pontos percentuais que em 2022, refere o INE, notando que “a proporção de médicos a trabalhar nos hospitais tem vindo a diminuir nos últimos 24 anos: em 1999 representavam 61,2%”.

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Powell avisa que tarifas de Trump vão acelerar inflação e travar economia

"CORTA AS TAXAS DE JURO, JEROME", instou Donald Trump. Mas o presidente da Fed avisa que as tarifas vão causar uma inflação mais persistente e que o rumo da política monetária é incerto neste momento.

O presidente da Reserva Federal americana, Jerome Powell, alertou esta sexta-feira que as tarifas anunciadas por Trump são “significativamente maiores do que o esperado” e que irão acelerar a inflação e travar a economia, criando incerteza sobre o rumo das taxas de juro.

“É demasiado cedo para dizer qual será o caminho apropriado para a política monetária”, avisou Powell. Porém, sabe já que as tarifas anunciadas por Trump superaram largamente as expectativas e “o mesmo será verdade para os efeitos económicos, que inclui inflação mais elevada e um crescimento mais lento“, acrescentou.

“A dimensão e a duração destes efeitos permanecem incertas. As tarifas muito provavelmente irão gerar uma subida temporária da inflação, mas é também possível que os efeitos sejam mais persistentes“, admitiu.

"A dimensão e a duração destes efeitos permanecem incertas. As tarifas muito provavelmente irão gerar uma subida temporária da inflação, mas é também possível que os efeitos sejam mais persistentes.”

Jerome Powell

Presidente da Fed

“CORTA AS TAXAS DE JURO, JEROME”

Momentos antes da intervenção do líder da Fed, o Presidente americano instou Powell a agir imediatamente. “É a altura perfeita para o presidente da Fed Jerome Powell cortar as taxas de juro. Está sempre ‘atrasado’, mas poderá agora mudar a sua imagem, e rapidamente”, escreveu Trump na sua rede social, acrescentando: “CORTA AS TAXAS DE JURO, JEROME, E PARA DE BRINCAR À POLÍTICA”.

Nós tentamos ficar o mais longe possível do processo político“, atirou Jerome Powell na sua intervenção num evento com jornalistas económicos, em Arlington, nos EUA.

Nesse sentido, enquanto assume que a economia se apresenta numa boa base, assegurou que a Fed vai manter-se focada em manter a inflação sob controlo. “A nossa obrigação é manter as expectativas de inflação a longo prazo ancoradas e garantir que um único aumento do nível de preços não se torne num problema de inflação contínuo”.

Estamos bem posicionados para esperar por um maior clareza antes de considerar qualquer ajustamento da nossa postura de política“, adiantou.

Wall Street agrava perdas

Após as declarações de Powell, Wall Street, que está a reagir em choque ao anúncio das tarifas e contra tarifas dos parceiros comerciais (como a China), agravou as perdas, com o S&P 500 a ceder quase 4% e o Nasdaq a afundar perto de 5%.

Os bancos americanos estão a ser particularmente castigados na sessão desta sexta-feira: Morgan Stanley, Goldman Sachs e JPMorgan Chase afundam mais de 7%.

O setor da tecnologia é novamente arrastado, com a Apple a desvalorizar mais de 5%, a Nvidia a tombar quase 8% e a Tesla a afundar 10%.

(Notícia atualizada às 17h30)

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Bolsa de Lisboa afunda quase 5% e vive pior sessão desde a pandemia em dia negro nas bolsas mundiais

Todas as cotadas do índice de referência português fecharam no vermelho, com a EDPR e o BCP a tombarem 9,5%, numa sessão em que as grandes praças mundiais negoceiam sob forte pressão.

A bolsa portuguesa viveu, esta sexta-feira, a pior sessão desde a pandemia da covid-19. O índice PSI fechou a tombar perto de 5%, a sucumbir à onda vendedora que está a pressionar os mercados financeiros mundiais, depois de a China ter retaliado as tarifas impostas pelos EUA esta semana. EDP Renováveis e BCP protagonizaram os maiores trambolhões, com as ações de ambas as cotadas a perderem cerca de 9,5%.

O índice PSI terminou a sessão a desvalorizar 4,75% para 6.635,79 pontos, num dia em que nenhuma das 16 cotadas da bolsa escapou ao pessimismo que marcou a negociação. É preciso recuar ao dia 18 de março de 2020, quando o índice caiu mais de 5%, para ver uma queda tão acentuada da bolsa lisboeta. Estávamos em pleno período de covid-19 e começavam a surgir as ordens de confinamento.

Cinco anos depois, não é um vírus desconhecido que está a afundar as ações, mas sim os receios de uma guerra comercial, com impacto na economia, nos negócios e nos consumidores, depois de os EUA terem anunciado um conjunto de tarifas recíprocas para todos os países do mundo e de a China ter retaliado, esta sexta-feira, na mesma moeda.

A bolsa portuguesa está a acompanhar o desaire registado pelas praças europeias e pelos EUA. O índice pan-europeu Stoxx 600 esteve a cair mais de 5%, elevando para cerca de 12% a desvalorização acumulada desde o máximo de 3 de março, o que coloca o índice em território de correção, uma vez que desce mais de 10% desde o último máximo.

Também nos EUA, as bolsas negoceiam com fortes quedas, com os três índices – S&P 500, Nasdaq e Dow Jones – a intensificarem as quedas da abertura para seguirem a descer mais de 3%. O tecnológico Nasdaq é o que mais cai, ao perder cerca de 3,7%, e prepara-se para fechar a sessão em terreno de bear market, uma vez que já cai mais de 20% desde o último máximo, de dezembro.

Em Lisboa, o cenário foi igualmente desolador, num dia em que nenhuma cotada caiu menos de 1%: a Jerónimo Martins foi o melhor desempenho, com uma queda de 1,25%.

Em sentido oposto, a EDP Renováveis afundou 9,58% para 7,365 euros, protagonizando o pior comportamento na praça lisboeta.

Outra ação em forte queda foi o BCP. O banco português acompanhou o selloff do setor bancário europeu e terminou o dia com uma descida de 9,43% para 49 cêntimos, depois de ter chegado a tombar um máximo de 10,44% para 48,45 cêntimos, a maior queda desde março de 2020.

As expectativas de um aumento da inflação, fruto da imposição de tarifas a nível global, está a levar os investidores a anteciparem uma reavaliação das decisões dos principais bancos centrais. O índice europeu da banca chegou a tombar mais de 10% e encerrou a cair 7,8%.

Entre as restantes cotadas do PSI, a Mota-Engil caiu cerca de 7,5% para 3,128 euros, no dia em que foi noticiado que perdeu a corrida à primeira PPP ferroviária na Colômbia.

Também a Galp fechou o dia com uma desvalorização acentuada. A petrolífera desceu mais de 5% para 14,405 euros, arrastada pelas fortes quedas do petróleo, que seguem a recuar quase 8%, penalizados pelos receios de uma escalada da guerra comercial.

(Notícia atualizada às 17h10)

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Avenida Marginal vai ter limite máximo de 50 km/h a partir de 18 de abril entre Lisboa e Cascais

Velocidade ao longo de 16 quilómetros será uniformizada a partir de 18 de abril. Atualmente, há troços com variações entre 50 km/h em zonas com radar fixo e semáforos, e 90 km/h.

Avenida MarginalLusa

A velocidade máxima na Estrada Nacional 6, conhecida por “Avenida Marginal”, vai baixar para 50 km/h em toda a extensão a cargo da Infraestruturas de Portugal (IP), confirmou o ECO/Local Online junto da entidade gestora da rodovia e ferrovia. No troço final, a oeste, a estrada é gerida pela câmara de Cascais.

Os trabalhos vão começar já esta segunda-feira, 7 de abril, e têm conclusão prevista para 18 de abril. O limite de 50 km/h será implementado à medida que a sinalização for sendo instalada, durante este período. Não serão, pelo menos para já, instalados radares fixos, indica a empresa pública.

A área de abrangência da medida inclui os concelhos de Oeiras e Cascais, entre o quilómetro zero, em Algés, e o quilómetro 15,7, no Estoril.

Segundo o comunicado da IP, partilhado no site da câmara de Oeiras, os trabalhos decorrerão entre as 9h00 e as 18h00, e, “para a sua execução, segurança dos trabalhadores da obra e dos utilizadores da via, ocorrerão constrangimentos à circulação rodoviária, com recurso a supressão de berma e/ou supressão de via”.

Segundo indicou a IP ao ECO/Local Online, a medida já estava prevista e tinha sido articulada com os municípios antes do acidente que envolveu uma viatura e três ciclistas em Carcavelos, na manhã de domingo, 30 de março. Contudo, admite a IP, a redução da velocidade, que, atualmente, ao longo destes cerca de 16 km, varia entre 50 km/h e 90 km/h, irá permitir uma convivência mais segura entre automóveis e ciclistas.

A eventual revisão da medida será avaliada no decurso da medida.

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O segredo por trás do melhor hambúrguer do mundo

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 4 Abril 2025

Burger Champ, fundado por Luís e Juan Castilho, revoluciona o conceito de hambúrguer gourmet, com ingredientes premium e uma experiência única. De Lisboa a Angola, o sucesso é global.

Quando a vontade de saborear um hambúrguer “daqueles como deve ser”, há um lugar em Lisboa que promete transformar esse desejo em uma experiência de luxo. O Burger Champ, comandado pelos irmãos Luís e Juan Castilho, recusa-se a ser mais uma hamburgueria em Lisboa (na verdade já são duas, no Campo Pequeno e em Miraflores, a juntar à casa-mãe, em Luanda) e assume-se como um templo dedicado à excelência gastronómica, onde cada ingrediente é escolhido com o máximo cuidado.

Desde a sua chegada a Lisboa, o Burger Champ conquistou rapidamente uma legião de fãs, incluindo figuras internacionais como o cantor The Weeknd, que, ao provar o “Glamorous Burger”, não hesitou em apelidá-lo de “o melhor hambúrguer do mundo”. E quem já passou por lá, sabe que não é exagero.

A chave para o sucesso está nos ingredientes premium e na técnica apurada de confeção, com carnes Black Angus maturadas, presunto pata negra, trufa e até folhas de ouro. Estes detalhes elevam o hambúrguer à categoria de arte culinária, sem nunca perder o toque acolhedor e informal de uma verdadeira comfort food.

O projeto nasceu da obsessão de Luís Castilho pelo hambúrguer perfeito. “Sempre fui um apaixonado por comida e, depois de muitas experiências pelo mundo, percebi que o smash burger tinha algo de especial. É a combinação entre a crocancia da carne bem selada e a suculência interior que faz toda a diferença”, explica o fundador.

Diferente dos hambúrgueres mais tradicionais, o smash burger caracteriza-se por uma técnica específica: a carne é prensada na chapa quente, criando uma crosta caramelizada irresistível. O segredo, segundo Castilho, está na escolha da carne e na técnica de prensagem, garantindo um equilíbrio perfeito entre sabor e textura.

No BurgerChamp, a filosofia é clara: poucos ingredientes, mas de qualidade excecional. O pão brioche é desenvolvido especialmente para o restaurante, garantindo a leveza e resistência perfeitas para acomodar o hambúrguer. A carne é uma mistura especial, selecionada para maximizar o sabor. O queijo derrete de forma uniforme, complementando a experiência sem sobrecarregar o paladar. “Menos é mais. Cada elemento tem que estar no seu melhor para que o conjunto funcione na perfeição”, afirma Castilho.

Outro destaque é o molho exclusivo da casa, uma receita secreta que adiciona um toque único ao hambúrguer, sem ofuscar os restantes sabores. “Queremos que cada dentada seja memorável”, diz o fundador.

O Burger Champ de Miraflores, o mais recente a ser inaugurado, oferece uma experiência diferenciadora, misturando a qualidade dos seus hambúrgueres gourmet com um ambiente vibrante. Ao contrário da sua unidade em Campo Pequeno, o restaurante de Miraflores aposta também em cocktails exclusivos e música ao vivo, criando um clima descontraído ao fim-de-semana. “Queremos que as pessoas vivam uma experiência completa. Aqui, além de saborear um hambúrguer de luxo, podem aproveitar uma boa música e desfrutar de cocktails elaborados por mixologistas experientes. É o local perfeito para um jantar ou uma noite com amigos,” explica Luís Castilho.

Uma experiência pensada ao detalhe
O BurgerChamp quer oferecer uma experiência completa. O espaço foi desenhado para criar um ambiente descontraído, mas moderno, com uma decoração inspirada nos diners americanos, mas com um toque contemporâneo. O serviço rápido e eficiente garante que a qualidade não compromete a velocidade – essencial num conceito como o smash burger, que deve ser servido no ponto ideal.

Com a receção entusiástica dos clientes, Luís Castilho já pensa nos próximos passos. “Queremos consolidar-nos em Lisboa e depois, quem sabe, expandir para outras cidades. Mas o foco continua a ser sempre a qualidade – não queremos crescer à custa do que nos define”.

Para os apreciadores de hambúrgueres autênticos e bem executados, o BurgerChamp é um nome a ter debaixo de olho. Porque, afinal, um hambúrguer simples pode ser tudo menos banal – quando é feito com mestria.

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Ansiedade generalizada afeta 32% da população portuguesa

  • Lusa
  • 4 Abril 2025

Mais de 28% da população empregada registava em 2024 algum transtorno de ansiedade generalizada, o que compara com níveis de ansiedade mais elevados na população desempregada (41,9%).

Quase um terço da população portuguesa com 16 ou mais anos apresentava sintomas de ansiedade generalizada em 2024 e 10% tinham sintomas graves como ataques de pânico ou palpitações, revelam dados divulgados esta sexta-feira pelo INE.

Segundo os números do Instituto Nacional de Estatísticas, divulgados a propósito do Dia Mundial de Saúde, assinalado a 7 de abril, 32% da população apresentava sintomas de ansiedade, sendo as mulheres mais afetadas por essa condição do que os homens. Citando os resultados do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento (ICOR) de 2024, a condição de ansiedade generalizada foi referida por 38,2% das mulheres e por 24,7% dos homens.

A disparidade acentua-se para o nível mais grave do indicador: 14,1% de mulheres contra 6,2% de homens. “Em relação ao ano anterior, verifica-se um ligeiro decréscimo da prevalência destes sintomas, especialmente nos homens e na população com 65 ou mais anos”, apontam os dados divulgados na publicação “Estatísticas da Saúde”.

O indicador global de transtorno de ansiedade generalizada era também mais elevado no caso da população idosa, com mais 4,3 pontos percentuais, e mais 3,9 pontos percentuais considerando o critério de maior severidade.

Por nível de escolaridade, a proporção de pessoas com 16 ou mais anos com sintomas de ansiedade generalizada em 2024 era menor para as que detinham o ensino superior (26,5%) ou o ensino secundário (27,3%), por comparação com as que não tinham qualquer nível de escolaridade (50,2%) ou que tinham concluído apenas o ensino básico (35,7%).

A análise por condição perante o trabalho indica que 28,4% da população empregada registava no mesmo ano algum transtorno de ansiedade generalizada, o que compara com níveis de ansiedade mais elevados na população desempregada (41,9%), e na economicamente inativa (entre 34,5% nos reformados e 40,8% nos outros inativos).

Em 2024, também de acordo com os resultados do mesmo inquérito, o grau de satisfação com a vida em geral da população em análise registava uma média de 7,3, considerando uma escala de 0 a 10 (em que zero corresponde a nada satisfeito e 10 corresponde a totalmente satisfeito), um valor ligeiramente superior ao verificado no ano anterior (7,1).

O inquérito também revela que a avaliação que os respondentes fazem da sua vida era mais elevada na população com menos de 65 anos (com uma média de 7,4 que compara com 6,9 da média obtida para a população idosa), nos homens (7,4, comparativamente a 7,2 da média obtida para as mulheres), bem como na população com ensino superior (7,8) e empregada (7,6).

“Comparando com os resultados obtidos no ano anterior, observa-se um aumento transversal a todas as categorias em análise do grau de satisfação em que as pessoas avaliam a sua vida em geral”, salienta o INE.

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O que é o ACI, o instrumento de “último recurso” que a UE pode ativar contra as tarifas?

Caso falhem as negociações com os EUA sobre as tarifas, a UE poderá ativar o Instrumento de Anticoerção Económica (ACI), que chega a prever restrições nos serviços... além de mais tarifas.

A Comissão Europeia arranca esta sexta-feira as negociações com Washington sobre as tarifas alfandegárias que os Estados Unidos vão aplicar sobre as importações de produtos europeus, e todas as opções estão em cima da mesa. O executivo comunitário tem-se mostrado cauteloso na resposta e quer chegar a bom porto nas negociações, mas garante que não deixará de reagir caso não consiga chegar a acordo.

Na caixa de ferramentas, a União Europeia tem ao dispor o Instrumento de Anticoerção Económica, desenhado em 2021 após as restrições comerciais que a China impôs à Lituânia depois de o país anunciar uma melhoria das relações comerciais com Taiwan e disponível na legislação europeia desde dezembro de 2023.

O Instrumento de Anticoerção, conhecido pela sigla ACI, é uma ferramenta específica criada para lidar com a coerção económica. Esta é definida, na regulamentação comunitária, como “uma situação em que um país terceiro tenta pressionar a UE ou um Estado-membro a fazer uma escolha específica aplicando, ou ameaçando aplicar, medidas que afetam o comércio ou o investimento contra a UE ou um Estado-membro“.

A ativação do ACI permite à UE avançar com contramedidas, que incluem a imposição de tarifas, restrições ao comércio de serviços e aspetos relacionados com o comércio de direitos de propriedade intelectual, e restrições ao acesso a investimento estrangeiro direto e compras públicas.

O regulamento prevê ainda que “as medidas de resposta da UE estão disponíveis apenas como último recurso e sujeitas a uma série de condições – mas podem ser implantadas rapidamente, se necessário”. Estas “devem ser proporcionais” e “direcionadas e temporárias (ou seja, aplicar-se somente enquanto a violação se aplicar”.

O presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou na quarta-feira taxas aduaneiras mínimas adicionais de 10% sobre todas as importações norte-americanas a partir de 5 de abril e sobretaxas para países que considera particularmente hostis ao comércio, como por exemplo a União Europeia (20%) e a China (34%), a partir de 9 de abril.

No dia seguinte, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, garantiu que o bloco está “pronto para responder” à imposição de tarifas por parte dos Estados Unidos e está a trabalhar em novas medidas de retaliação.

“Já estamos a finalizar o primeiro pacote de contramedidas em resposta às tarifas do aço e estamos agora a preparar outras medidas para proteger os nossos interesses e negócios, se as negociações falharem”, disse a dirigente.

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Apresentada primeira ação judicial contra tarifas de Trump

  • Lusa
  • 4 Abril 2025

A organização New Civil Liberties Aliance contesta as tarifas de 10% impostas aos produtos chineses a partir de 1 de fevereiro, duplicadas um mês depois.

A organização New Civil Liberties Aliance (NCLA) divulgou que apresentou na quinta-feira “a primeira queixa” em tribunal nos Estados Unidos contra as taxas alfandegárias impostas por Washington à China.

A organização contesta as tarifas de 10% impostas aos produtos chineses a partir de 1 de fevereiro, duplicadas um mês depois, antes da grande ofensiva comercial global anunciada na quarta-feira pelo Presidente norte-americano, Donald Trump.

Citada pela agência noticiosa francesa AFP, a organização considera que, ao impor estas tarifas à China, Trump não teve o direito de invocar uma lei de 1977, a “International Economic Emergency Power Act” (IEPA), na sigla inglesa), que confere ao Presidente poderes alargados para regular o comércio em caso de emergência nacional.

“O Congresso aprovou a IEEPA para fazer face a ameaças externas, não para passar um cheque em branco aos presidentes para que pudessem decidir as suas políticas económicas internas”, lê-se na queixa.

Em fevereiro, Donald Trump justificou a utilização da lei de 1977 para impor tarifas à China, bem como ao Canadá e ao México, citando “a grande ameaça representada pelos migrantes ilegais” e também pelas “drogas mortais” que ameaçam a vida dos cidadãos norte-americanos.

Segundo argumenta Trump, a China exporta para o México ingredientes ativos que permitem aos cartéis mexicanos fabricar fentanil, que é depois vendido do outro lado da fronteira, nos Estados Unidos. “Em quase 50 anos de história, nenhum outro Presidente utilizou a IEEPA para impor direitos aduaneiros”, salienta a NCLA na sua queixa.

A organização jurídica sem fins lucrativos intentou a ação em nome da Simplified, uma empresa da Florida que vende produtos importados da China. Na quarta-feira, alguns senadores republicanos também se demarcaram de Donald Trump e juntaram-se aos democratas para adotar uma medida simbólica contra as tarifas de 25% impostas às importações canadianas.

Por 51 votos a favor e 48 contra, o Senado (câmara alta do Congresso) rejeitou a emergência nacional declarada na fronteira pelo Presidente, um argumento que este utiliza para justificar estas tarifas. Esta rejeição é meramente simbólica, uma vez que o texto precisa de ser aprovado pela Câmara dos Representantes para se tornar lei, e Mike Johnson, líder republicano da câmara baixa, já anunciou que vai bloquear a votação do texto.

A NCLA, com sede em Washington, foi fundada em 2017 por um professor de Direito da Universidade de Columbia, Philip Hamburger, com o objetivo de escrutinar e desafiar usos impróprios ou ilegais do poder administrativo dos Estados Unidos. No passado, a organização também interpôs um processo judicial num tribunal federal contra a administração Biden, ao considerar como ilegal a proposta do antigo Presidente democrata de perdoar os empréstimos para propinas nas universidades.

A medida foi bloqueada temporariamente pelo Supremo Tribunal em 2023 e no passado mês de fevereiro um tribunal de recurso deu razão a sete estados conservadores que agiram judicialmente contra a medida, considerando que Joe Biden não tinha autoridade para implementar o programa.

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