Fundo da Arrow chega a acordo com SC Investments para comprar Tróia Resort

SC Investments, 'holding' controlada pelos donos da Sonae, vendeu os ativos nesta zona de Grândola, depois de fazer um investimento total de 300 milhões de euros ao longo de 25 anos.

A sociedade SC Investments, que resultou da reestruturação da Sonae Capital, chegou oficialmente a acordo para a venda do conjunto dos ativos do Tróia Resort ao fundo ACO Cedar, gerido pelos britânicos do grupo Arrow Global.

A transação, cujo valor não foi publicado, envolve a gestão dos hotéis AqualuzTróia Mar & Rio e TheEditoryByTheSea e das operações do Troiaresort, o Troia Golf, a concessão da marina de Tróia, a Atlantic Ferries (concessão do serviço público de transporte fluvial entre Setúbal e Tróia), bem como um conjunto de ativos imobiliários.

“Temos procurado oportunidades de investimento em Portugal, que nos permitam continuar a crescer e a contribuir para o desenvolvimento da economia nacional. Este negócio reflete o interesse que a Arrow Global tem na região e no país”, explica o CEO da Arrow Global Portugal. Para João Bugalho, Tróia é um “destino único” e com “potencial de desenvolvimento e de criação de valor”.

A conclusão do negócio ainda está sujeita ao ‘ok’ da Autoridade da Concorrência, mas este acordo é um passo relevante após vários meses de negociações e dá por terminado o trabalho desenvolvido pela SC Investments na recuperação, planeamento e desenvolvimento da Península de Tróia, desde 1999, quando assumiu as rédeas do projeto. No total, a holding fez um investimento direto superior a 300 milhões de euros.

“É o culminar de um trabalho notável de 25 anos da SC Investments e do universo de empresas associadas na requalificação e valorização de Tróia. A aposta no desenvolvimento sustentável da Península permitiu criar um projeto turístico reconhecido em Portugal e na Europa, sendo um exemplo que cativou o interesse de investidores de todo o mundo”, comentou o COO da SC Investments, Pedro Bruno, citado num comunicado de imprensa.

Os novos donos consideram que o investimento da SC Investments foi capaz de recuperar o património arqueológico, permitiu demolir e reabilitar edifícios, fazer construção sustentável, desenvolver atividades turísticas e criar emprego nessa zona costeira.

“O plano de desenvolvimento da península manterá os critérios de excelência e preservação dos valores naturais, nomeadamente o seu enquadramento na Reserva Natural do Estuário do Sado e na Reserva Botânica de Tróia, que continuarão a ser os elementos diferenciadores na região”, garante.

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Pesca de polvo no Algarve vai ser interdita de 15 de setembro a 14 de outubro

  • Lusa
  • 26 Fevereiro 2025

Os polvos que sejam capturados têm de “ser de imediato devolvidos ao mar, entre 15 de setembro e 14 de outubro, de cada ano, na área correspondente a toda a extensão de costa do Algarve".

A pesca do polvo vai ter um período anual de defeso, no Algarve, entre 15 de setembro e 14 de outubro, estabelecido numa portaria publicada esta quarta-feira no Diário da República (DR) e que entra em vigor na quinta-feira.

A portaria n.º 55/2025/1 “delimita” o período em que vigora o defeso e a área em que “é proibida a captura, manutenção a bordo, desembarque e comercialização de polvo (Octopus Vulgaris)”, que corresponde a toda a costa algarvia, desde “o paralelo que passa pela ribeira de Seixe (Norte) até à foz do rio Guadiana (Este)”.

A medida inclui também “as áreas interiores não marinhas”, abrange toda a área que vai “até ao limite da Zona Económica Exclusiva (ZEE)” e impede a pesca durante o mês de defeso com “todas as artes de pesca comercial”, segundo a portaria, que entra em vigor no dia seguinte à sua publicação, na quinta-feira.

Os polvos que sejam capturados têm de “ser de imediato devolvidos ao mar, entre 15 de setembro e 14 de outubro, de cada ano, na área correspondente a toda a extensão de costa do Algarve”, determina a portaria.

“O Decreto-Lei n.º 73/2020, de 23 de setembro, prevê, através dos artigos 13.º a 18.º, a criação de comités de cogestão através dos quais se promove, mediante o princípio da máxima colaboração mútua, a gestão partilhada dos recursos vivos e dos meios necessários à sua captura e aproveitamento económico”, pode ler-se no Diário da República.

O diploma assinala também que a “publicação da Portaria n.º 84/2024/1, de 6 de março, criou o Comité de Cogestão para a Pesca do Polvo (Octopus vulgaris) no Algarve, estabelecendo a pescaria e a área a que o mesmo se aplica, aprovando os estatutos pelos quais se rege”.

“Considerando os dados científicos disponíveis, foi incluído no Plano de Gestão para a Pesca do Polvo no Algarve uma proposta de defeso para o polvo (Octopus vulgaris) no Algarve, que pretende assegurar a proteção da espécie na área em causa, durante o período definido, de todas as atividades de pesca, incluído a exercida com artes de pesca comercial não abrangidas pelo Comité de Cogestão do Polvo e no âmbito da pesca lúdica”, justifica.

Com base nesta legislação, o Governo, através da secretária de Estado das Pescas, Cláudia Monteiro de Aguiar, aprovou em 21 de fevereiro a portaria, que estabelece o defeso para a captura do polvo no Algarve. A proibição de captura de polvo abrange também a pesca lúdica em toda a área geográfica delimitada na portaria, refere o articulado, que interdita também a venda de polvo fresco nos postos de venda de pescado da Docapesca no Algarve.

O período de defeso pode vir a ser “antecipado ou adiado” com base em “fundamentação científica adequada” e “através de decisão por consenso da Assembleia Geral do Comité de Cogestão da Pesca do Polvo no Algarve”, estabelece também a portaria. A decisão de antecipação ou adiamento “deverá ser conhecida com uma antecedência mínima de dois meses em relação à data de início do período de defeso proposto”, frisou.

“Qualquer alteração ao período de defeso estabelecido no ponto 1 apenas se tornará efetiva mediante a divulgação através da página oficial da DGRM [Direção-Geral de Recursos Naturais], devendo ainda ser divulgada através da Autoridade Marítima com jurisdição na área e, existindo, da página oficial do Comité de Cogestão da Pesca do Polvo”, estipula ainda o diploma publicado hoje.

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Presidente ucraniano confirma visita à Casa Branca na sexta-feira

  • Lusa
  • 26 Fevereiro 2025

"A minha pergunta [a Donald Trump] será bastante direta: os EUA vão parar o apoio ou não? Podemos comprar armas e obter mais ajuda?", antecipou o líder ucraniano.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, confirmou esta quarta-feira que vai reunir-se com o homólogo norte-americano, Donald Trump, em Washington, na sexta-feira, para finalizar um acordo sobre a exploração de minerais ucranianos.

Há uma data de trabalho (…) sexta-feira”, confirmou Zelensky durante uma conferência de imprensa em Kiev, depois de essa informação já ter sido adiantada pela Casa Branca.

Nas últimas semanas, Donald Trump exigiu o acesso a minerais estratégicos ucranianos para compensar os milhares de milhões de dólares pagos a Kiev durante a administração do ex-Presidente Joe Biden em ajuda militar.

“A minha pergunta (a Donald Trump) será bastante direta: os Estados Unidos vão parar o apoio ou não? Podemos comprar armas e obter mais ajuda?”, explicou o líder ucraniano depois, falando em inglês e referindo-se ao apoio à resistência à invasão russa iniciada em fevereiro de 2022.

Na terça-feira, um alto funcionário ucraniano já informara que Kiev tinha aceitado os termos do acordo que permite que os Estados Unidos explorem os recursos minerais da Ucrânia, e que Zelensky poderá assinar esse acordo em Washington na sexta-feira.

“Isto é apenas um começo, mas pode ser um grande sucesso. O sucesso dependerá da nossa conversa com o Presidente Trump”, acrescentou Zelensky durante a conferência de imprensa, dizendo que, no acordo, Kiev e Washington “poderão falar sobre garantias de segurança e quantidades específicas”.

Zelensky explicou que as receitas do acordo de recursos serão depositadas num fundo conjunto EUA-Ucrânia e que a Ucrânia não será “devedora” da ajuda prestada durante a presidência de Biden (2021-2025).

Kiev espera que o acordo melhore as suas relações com o atual Governo dos EUA, que se deterioraram após violentos ataques verbais do Presidente Trump ao seu homólogo ucraniano nas últimas semanas.

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Lagos contrai empréstimo de 25 milhões para construir habitação a custos controlados

  • Lusa
  • 26 Fevereiro 2025

A autarquia optou por recorrer a um empréstimo bancário de médio e longo prazo, uma vez que ainda não viu aprovados os investimentos da candidatura a fundos do PRR.

A Assembleia Municipal de Lagos aprovou na quarta-feira a proposta da Câmara para a contratação de um empréstimo de 25 milhões de euros, destinado ao financiamento da construção de habitação a custos controlados.

Em comunicado, o município do distrito de Faro refere que a decisão de contrair o empréstimo visa “assegurar fontes alternativas de financiamento para a continuidade” da Estratégia Local de Habitação (ELH), enquanto aguarda pela aprovação das candidaturas submetidas no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Aprovada em 2021, a Estratégia Local de Habitação de Lagos prevê a construção de 267 fogos municipais e a reabilitação do parque habitacional municipal, num investimento global de 48,1 milhões de euros.

Para a concretização do projeto, foi assinado entre o município e o Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) um acordo de colaboração para o financiamento de 34 milhões, dos quais 15 milhões a fundo perdido e 19 milhões em empréstimo bonificado, especifica a autarquia.

“No entanto, até à data, o município ainda não viu aprovados os investimentos da candidatura que submeteu ao financiamento integral […], pelo que os projetos e as empreitadas têm estado a ser suportados inteiramente pelo orçamento municipal”, lê-se no documento. Face a esta situação, adianta, “existe a necessidade de procurar fontes de financiamento alternativas”.

Como o município “possui capacidade de endividamento”, a Câmara optou por recorrer a um empréstimo bancário de médio e longo prazo, no valor de 25 milhões, a aplicar nos próximos três anos para a execução dos projetos previstos na ELH, conclui a nota.

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Bruxelas encolhe lista de empresas abrangidas pelo reporte ESG. E adia obrigação por dois anos

A Comissão Europeia apresentou, esta quarta-feira, as medidas para simplificar as normas europeias de sustentabilidade. No reporte, cortou a abrangência e adiou os prazos.

O número de empresas abrangidas pela Diretiva de Relatórios de Sustentabilidade Corporativa vai encolher em 80%, no âmbito do pacote de simplificação lançado esta quarta-feira pela Comissão Europeia, o Omnibus. A aplicação das exigências também é adiada em dois anos.

São alterados três diplomas: a Diretiva de Relatórios de Sustentabilidade Corporativa (CSRD), que obriga as empresas a divulgarem informações sobre o impacto das suas atividades nas questões ambientais, sociais e de governança (ESG); a Diretiva de Devida Diligência em Sustentabilidade Corporativa (CSDDD), a qual exige que as empresas identifiquem e mitiguem impactos adversos nos direitos humanos e no meio ambiente ao longo das suas cadeias de valor; e, finalmente, a Taxonomia Europeia, que contém os princípios para identificação de atividades económicas sustentáveis.

No que diz respeito à diretiva de reporte, reduz-se o grupo de empresas que são abrangidas – o número vai cair em 80%. Agora, as exigências de reporte recaem sobre empresas com mais de 1000 trabalhadores e receitas acima de 50 milhões ou um lucro de mais de 25 milhões de euros. Antes, a fasquia do número de trabalhadores estava nos 250 e a diretiva de reporte aplicava-se também às pequenas e médias empresas cotadas.

“Muitos negócios e associações industriais sugeriram que a Comissão deveria rever o âmbito, excluindo empresas mais pequenas”, ao mesmo tempo que o Relatório de Mario Draghi sobre a competitividade também sublinhou que estas regras “iriam impor um fardo elevado desproporcional sobre as PME e mid-caps“.

Para as empresas que ficam de fora destes requisitos, a Comissão vai adotar, através de um ato delegado, critérios voluntários de reporte, baseados nas exigências para pequenas e médias empresas. Este enquadramento “será como um escudo” que limitará a informação que outras empresas ou bancos queiram requisitar, lê-se no comunicado divulgado pela instituição. Em paralelo, cai o desígnio de definir critérios específicos por setor.

Além disso, a proposta é que seja adiada em dois anos a aplicação das exigências de reporte “para as grandes empresas que ainda não iniciaram a implementação da CSRD e para pequenas e médias empresas cotadas”, isto “de forma a dar tempo para os colegisladores concordarem nas mudanças substanciais propostas pela Comissão”, informa o comunicado.

Os Critérios Europeus de Reporte de Sustentabilidade (ESRS) ficam por ajustar. A Comissão informa que irá rever o ato delegado que estabelece estes critérios, com o objetivo de reduzir o número de pontos abordados, clarificar e aumentar a consistência com outras peças legislativas.

As alterações nesta diretiva cruzam-se com aquelas previstas para a Taxonomia. Para as empresas abrangidas pela CSRD e que tenham receitas líquidas até 450 milhões, o reporte no âmbito da Taxonomia passa a ser voluntário, reduzindo o número de empresas com esta obrigação. Em paralelo, o ato delegado que define o que deve ser reportado no âmbito da Taxonomia vai ser alterado de forma a simplificar os quadros de reporte, levando a uma redução de 70% nos pontos previstos.

Além disto, a Comissão propõe emendas a alguns indicadores de desempenho como é o caso do GAR – Green Asset Ratio, aplicável aos bancos. As instituições bancárias vão poder excluir do denominador deste indicador a exposição a empresas que não serão abrangidas pela CSRD.

No âmbito da Diretiva de Devida Diligência em Sustentabilidade Corporativa (CSDDD), a Comissão decidiu dar às empresas mais tempo para se prepararem, adiando, por um ano, o prazo da transposição, que se estenderá até 26 de julho de 2027, assim como a primeira fase de aplicação que recai sobre as grandes empresas, a qual resvala para 26 de julho de 2028. Até julho de 2026, a CE vai lançar linhas guia em relação às melhores práticas. Os intervalos entre as avaliações periódicas e respetiva comunicação são alargados de um para cinco anos e é removida a obrigação de terminar a relação comercial como uma medida de último recurso.

As alterações à CSRD e aos ESRS “vão gerar poupanças significativas para as empresas e deverão aumentar a competitividade da Europa”, estando estimadas em 4,4 mil milhões de euros anuais. Deste bolo, uma fatia de 0,8 mil milhões corresponde à limitação do âmbito da Taxonomia. Há ainda poupanças que não se repetem no tempo mas deverão somar 1,6 mil milhões de euros em relação à CSRD e ESRS, e 0,9 mil milhões relativos à Taxonomia. No caso da CSDDD, a estimativa de poupança ascende aos 320 milhões de euros anuais.

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Governo chega a acordo com oficiais de justiça num reforço de 18 milhões de euros

A produção de efeitos deste acordo tem efeitos a 1 de janeiro de 2025 e torna a carreira mais simples e atrativa, segundo a ministra da tutela.

O Governo anunciou esta quarta-feira ter chegado a um acordo que valoriza os oficiais de Justiça, ao mesmo tempo que torna a carreira mais simples e atrativa, de acordo com a ministra da Justiça. O acordo produz efeitos retroativos ao início do ano.

“Na abertura do ano judicial, reforcei que os oficiais de Justiça podem ver no Ministério da Justiça verdadeiros aliados que reconhecem o papel fundamental que desempenham no nosso sistema. Com este acordo, tornamos mais atrativa a carreira dos oficiais de Justiça. Vão passar para nível 3, vamos simplificar carreiras (duas categorias e não sete), proceder à integração do suplemento de recuperação processual e definimos uma forma de regular o pagamento do trabalho suplementar”, afirmou a ministra Rita Alarcão Júdice, que avançou a informação numa conferência de imprensa.

Com efeitos a partir de 1 de janeiro de 2025, a ministra da Justiça anunciou que o acordo chegou a bom porto com os dois sindicatos dos funcionários judiciais: o Sindicato dos Funcionários Judiciais e o Sindicato dos Oficiais de Justiça.

Este entendimento, negociado do lado do Governo pela secretária de Estado Adjunta e da Justiça, Maria Clara Figueiredo, e pela secretária de Estado da Administração Pública, Marisa Garrido, traduz-se numa “simplificação da carreira, numa valorização das remunerações e numa revisão do conteúdo funcional”, segundo um comunicado do gabinete de Rita Júdice. Esta revisão da carreira dos oficias de Justiça implica um esforço adicional de até 18 milhões de euros, acrescendo ao custo decorrente da revisão do Suplemento de Recuperação Processual, acordada em junho 2024.

O Ministério da Justiça considera que “é urgente atrair uma nova geração de profissionais, a tempo de poderem beneficiar da experiência e da convivência com os funcionários mais antigos, que se aproximam da idade da aposentação”, explica o comunicado. O quadro de oficiais de Justiça conta com cerca de 7.700 profissionais, que, até agora, estavam distribuídos por sete categorias. Estavam em curso vários protestos laborais há vários anos, incluindo o relativo às horas extraordinárias que dura desde 1999 e que tinha um impacto relevante no funcionamento dos tribunais e do Ministério Público.

O que prevê este acordo?

  • A simplificação passa pela criação de uma nova carreira com apenas duas categorias – Escrivão e Técnico de Justiça – substituindo as anteriores sete categorias. É também criado um cargo de chefia, o de Secretário de Justiça, nomeado após concurso e em regime de comissão de serviço.
  • Uma carreira de grau de complexidade funcional 3, com a posição inicial no nível remuneratório 18 da Tabela Remuneratória Única da Administração Pública (1 547,83 euros);
  • Integração do Suplemento de Recuperação Processual na remuneração base, em resposta às expectativas dos trabalhadores;
  • Criação de um suplemento de disponibilidade de montante fixo, que abrange trabalho prestado para além do período normal de trabalho, até 24 horas de trabalho mensais, com limite de duas horas diárias, cujo valor é pago faseadamente,
    perfazendo 180 euros em 2026;
  • A produção de efeitos deste acordo tem efeitos a 1 de janeiro de 2025. Os novos 570 oficiais de Justiça, que apostaram nesta carreira no último concurso de admissão, vão beneficiar do novo Estatuto.

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Football Leaks: Benfica sofreu ataque informático antes de divulgações no Porto Canal

  • Lusa
  • 26 Fevereiro 2025

O diretor de tecnologia do Benfica em 2017 confirmou que o sistema informático do clube foi alvo de acessos indevidos pouco antes de serem divulgadas informações confidenciais no Porto Canal.

O diretor de tecnologia do Benfica em 2017 confirmou esta quarta-feira, durante o julgamento do criador do Football Leaks, que o sistema informático do clube foi alvo de acessos indevidos pouco antes de serem divulgadas informações confidenciais no Porto Canal.

Identificámos o acesso a diversos ficheiros internos de dados, bem como várias campanhas de phishing“, afirmou José Ribeiro na sessão desta quarta-feira, do processo em que Rui Pinto responde por um total de 241 crimes de acesso ilegítimo qualificado, violação de correspondência agravados, e de dano informático.

Segundo a testemunha, os acessos indevidos “ocorreram em horas noturnas”, alguns tinha origem em países estrangeiros, “com um IP húngaro e outro francês”, e foram “anteriores às divulgações feitas no Porto Cabal e no blogue mercado Benfica”.

José Ribeiro explicou que os utilizadores das contas do domínio do ‘slbenfica.pt’, que rondavam os 1.400, “não se aperceberam de acessos indevidos às suas contas”, garantindo que os mesmos “foram feitos por alguém com conhecimentos informáticos acima da média” e através de contas com privilégios de administrador.

O responsável de tecnologia confirmou o acesso indevido a contas profissionais de várias figuras do Benfica, entre as quais Rui Costa, atual presidente, Luís Filipe Vieira, antigo líder encarnado, e Domingos Soares de Oliveira, administrador da Benfica SAD à data dos factos, e indicou a recolha indiscriminada de dados.

“A informação não foi recolhida de forma seletiva, mas depois o que era divulgado no Porto Canal, nomeadamente valores de transações de jogadores e informação sobre atividade de gestão desportiva, era escolhido”, afirmou.

José Ribeiro assegurou que depois de terem sido detetados os acessos indevidos, em meados de 2017, foram feitas “várias diligências” em termos de segurança.

Rui Pinto responde em julgamento por um total de 241 crimes: 201 de acesso ilegítimo qualificado, 22 de violação de correspondência agravados e 18 de dano informático.

Além do Benfica, entre as figuras e instituições visadas encontram-se também outros clubes, Liga, empresas, sociedades de advogados, juízes, procuradores, Autoridade Tributária e Rede Nacional de Segurança Interna.

O criador do Football Leaks foi pronunciado para julgamento em março passado, com o Tribunal Central de Instrução Criminal a amnistiá-lo de 134 crimes de violação de correspondência, com base na aplicação da lei da amnistia aprovada em 2023, durante as Jornadas Mundiais da Juventude, uma vez que os crimes que são imputados foram alegadamente praticados antes de ter completado 30 anos.

Rui Pinto foi condenado no caso ‘Football Leaks’, em setembro de 2023, pelo Juízo Central Criminal de Lisboa, a quatro anos de prisão com pena suspensa, por crimes de extorsão na forma tentada, violação de correspondência agravado e acesso ilegítimo.

Em novembro de 2023, foi também condenado a seis meses de prisão em França, igualmente com pena suspensa, por aceder ilegalmente a emails do Paris Saint-Germain.

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Ligações ferroviárias Porto-Vigo e Lisboa-Madrid com melhorias antes da alta velocidade

  • Lusa
  • 26 Fevereiro 2025

Atuais ligações ferroviárias entre Porto e Vigo e entre Lisboa e Madrid devem ter melhorias antes de estarem concluídas as ligações de alta velocidade, em 2032 e 2034, respetivamente, diz Governo.

As atuais ligações ferroviárias entre Porto e Vigo e entre Lisboa e Madrid devem ter melhorias antes de estarem concluídas as ligações de alta velocidade, em 2032 e 2034, respetivamente, disse esta quarta-feira o ministro das Infraestruturas.

“As duas [ligações] estão a ser trabalhadas para melhorarmos a ligação entre os dois países. Acreditamos que vamos conseguir trazer melhorias antes [da alta velocidade], não só nesta ligação a Norte mas também na ligação a Madrid”, afirmou Miguel Pinto Luz, em Vigo, na Galiza, Espanha, em declarações à agência Lusa e ao jornal Faro de Vigo no âmbito do encontro Conectando el Noroeste, promovido pela Confederação Empresarial de Pontevedra.

Questionado sobre a ligação do comboio Celta, que liga o Porto a Vigo em cerca de duas horas e meia, o governante observou que “tem havido muito diálogo”, entre a CP — Comboios de Portugal e a congénere espanhola, a Renfe.

“A CP e a Renfe têm de trabalhar cada vez mais em conjunto, ainda para mais quando ligarmos os dois países de forma mais direta”, observou Miguel Pinto Luz, numa referência às ligações de alta velocidade previstas entre os dois países.

Com partidas diárias, o comboio Celta, que é operado pela CP em conjunto com a Renfe, iniciou a atividade em julho de 2013, ligando Vigo ao Porto com paragens em Valença, Viana do Castelo e Nine.

Ligação Porto-Vigo em alta velocidade concluída em 2032

A ligação ferroviária de alta velocidade entre Porto e Vigo, em Espanha, fica concluída em 2032, fazendo com que o Norte de Portugal e a Galiza fiquem com “uma posição geoestratégica única”, assegurou ainda o governante.

“Porto-Vigo [por alta velocidade] não é um estudo. É uma concretização. Vamos fazer o investimento e vamos concluir em 2032. E acreditamos que Espanha tenha então concluído o investimento do lado espanhol”, afirmou o ministro Miguel Pinto Luz, em Vigo, onde participou no encontro Conectando el Noroeste, promovido pel Confederação Empresarial de Pontevedra, e na qual participou também o Presidente da Xunta de Galícia, Alfonso Rueda Valenzuela.

Com a conclusão da ligação de alta velocidade, o Norte de Portugal e a Galiza ficarão com uma “posição geoestratégica única”, acrescentou.

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Ucrânia confirma acordo com EUA mas só assina com garantias de segurança

  • Lusa
  • 26 Fevereiro 2025

Kiev confirmou ter chegado a um acordo preliminar com os EUA para criar um fundo de investimento com a exploração dos recursos naturais ucranianos, mas insistiu na exigência de garantias de segurança.

A Ucrânia confirmou ter chegado a um acordo preliminar com os EUA para criar um fundo de investimento com a exploração dos recursos naturais ucranianos, mas insistiu na exigência de garantias de segurança.

“Não pensamos assinar qualquer acordo sem garantias de segurança”, disse o primeiro-ministro da Ucrânia, Denis Shmigal à televisão ucraniana, citado pela agência noticiosa estatal local Ukrinform.

O chefe do governo ucraniano disse que as duas partes chegaram a acordo sobre “uma variante final” do documento.

“A partir de hoje, o acordo chama-se ‘Acordo sobre o estabelecimento de regras e condições para o investimento num fundo de reconstrução ucraniano'”, afirmou, segundo a agência espanhola EFE.

Shmigal disse tratar-se de um acordo preliminar que “determina as ações legais para a futura criação de um fundo de investimento para a reconstrução da Ucrânia”.

O primeiro-ministro afirmou que a Ucrânia e os EUA terão direitos e obrigações iguais no fundo, tanto na tomada de decisões como na contribuição de capital.

“O ponto 10 (…) também refere que o acordo sobre o fundo é um elemento integrante da arquitetura dos acordos bilaterais e multilaterais, bem como as medidas concretas para alcançar uma paz duradoura e reforçar a estabilidade económica e de segurança”, acrescentou.

Fontes oficiais ucranianas disseram a vários meios de comunicação social na terça-feira à noite que tinha sido alcançado um acordo com os EUA.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, confirmou a iminência do acordo e disse que o homólogo ucraniano, Volodymir Zelenski, irá a Washington na sexta-feira para o assinar.

Segundo a versão final a que os meios de comunicação social tiveram acesso, o acordo não inclui as garantias de segurança dos EUA que Shmigal voltou a exigir hoje, acrescentou a EFE.

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Vanguard Properties aposta na golfista Inês Belchior para embaixadora

  • + M
  • 26 Fevereiro 2025

Inês Belchior torna-se embaixadora dos campos de golfe da marca Dunas Golf Course e Torre Golf Course, juntando-se ao jogador de golfe Pedro 'Figgy' Figueiredo, que já era embaixador da marca.

A golfista Inês Belchior é agora embaixadora da Vanguard Properties, nomeadamente dos campos de golfe da marca Dunas Golf Course e Torre Golf Course, integrados no projeto Terras da Comporta.

Duarte Zoio, chiefcommunicationsofficer da Vanguard Properties, refere que “a diferença entre o comum e o excecional está nos detalhes que poucos valorizam”, filosofia que é aplicada em tudo o que a Vanguard Properties faz.

“Foi por isso que decidimos apoiar a Inês Belchior. Ela representa precisamente aquilo em que acreditamos: talento aliado a uma atenção meticulosa a cada jogada, a cada decisão. No golfe, como no imobiliário, o sucesso pertence aos que compreendem que a perfeição está nos detalhes“, acrescenta.

Inês Belchior junta-se assim ao jogador de golfe profissional Pedro ‘Figgy’ Figueiredo, o que “reforça a nossa visão de excelência e compromisso com a qualidade, levando o nome da Vanguard Properties e dos nossos campos, Dunas Golf Course e Torre Golf Course, para o mais alto nível”, diz ainda Duarte Zoio.

“Estou muito entusiasmada por me juntar à Vanguard Properties e por representar estes dois campos fantásticos. Tanto o Dunas como o Torre são projetos de classe mundial e é um privilégio poder associar-me a este compromisso com a excelência no golfe”, diz Inês Belchior, citada em comunicado.

Com 17 anos e ainda com o estatuto de amadora, Inês Belchior é atualmente Campeã Nacional Absoluta, título que conquistou em 2022 e repetiu em 2023, acumulando ainda os títulos de Campeã Nacional Amadora e de Sub-18. Foi também a primeira portuguesa a passar o ‘cut’ num torneio do Ladies European Tour, “um marco significativo para o golfe feminino nacional e um reflexo do talento e dedicação da atleta”, refere-se em nota de imprensa.

A Vanguard Properties conta ainda com os irmãos e jogadores de padel Miguel e Nuno Deus como embaixadores.

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Bruxelas quer baixar preços da energia com corte de impostos, mais escrutínio no gás e eficiência energética

A Comissão Europeia apresentou, esta quarta-feira, o Plano de Ação para uma Energia Acessível, que quer baixar os preços para consumidores domésticos e indústria.

A Comissão Europeia lançou esta quarta-feira um plano para “trazer alívio” aos consumidores domésticos e às indústrias “que se debatem com elevados custos de produção”. O esperado é que o plano leve a poupanças de 45 mil milhões já em 2025. A Comissão vai recomendar a redução de impostos sobre a energia, vai incentivar investimentos na eficiência energética com um programa de garantias e aumentar o escrutínio dos mercados de gás, nos quais aponta preços “demasiado elevados”.

A Comissão Europeia apresentou, esta quarta-feira, três pacotes relacionados com energia: o Ato da Indústria Limpa, o Plano de Ação para uma Energia Acessível e o Omnibus, que vai simplificar diplomas relacionados com sustentabilidade como a Diretiva de Reporte Corporativo de Sustentabilidade ou a Taxonomia Europeia.

O Plano de de Ação para uma Energia Acessível, que faz parte do Ato da Indústria Limpa, pretende avançar medidas de curto prazo para baixar os custos da energia, completar a União Energética e atrair investimentos. “Estamos a baixar os preços e a aumentar a competitividade”, afirma a presidente Ursula von der Leyen, citada na num comunicado lançado pela Comissão.

Numa introdução ao tema, em conferência de imprensa, o comissário europeu para a Ação Climática, Wopke Hoekstra, garantiu que seriam retirados os “entraves à redução dos preços energéticos”. Vai ser lançado o repto para que os Estados-membros reduzam os impostos sobre a eletricidade para indústrias que são grandes consumidoras de energia e para que sejam suprimidas “taxas adicionais que não tenham nada a ver com energia”. Em paralelo, vai ser permitido aos Estado membros que deem subsídios a estes “protagonistas industriais”, e que “relaxem os auxílios de Estado”.

No comunicado, a Comissão esclarece que o repto para que sejam reduzidos os impostos da eletricidade nos países europeus, será feito através de recomendação. De forma a reduzir os encargos com redes que são cobrados aos consumidores na fatura da luz, a Comissão vai propor uma metodologia que pretende garantir que estes valores refletem os custos do sistema, “incentivando um uso mais eficiente da rede”.

De acordo com o comunicado, a Comissão espera que este plano permita poupar 45 mil milhões já em 2025, 130 mil milhões de euros anuais até 2030 e que em 2040 a poupança anual possa atingir os 260 mil milhões de euros. Uma maior integração do mercado europeu poderá beneficiar os consumidores em 43 mil milhões de euros anuais adicionais já em 2030.

Os preços do gás estão demasiado altos e estão a afetar a competitividade da indústria europeia“, lê-se no comunicado. Nesse sentido, a comissão vai “reforçar o escrutínio dos mercados de gás da UE” com a ajuda da associação de reguladores de energia (ACER), da Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e dos Mercados (ESMA) e reguladores nacionais. Outro plano é agregar a procura das empresas europeias para o fornecimento de gás natural liquefeito.

Em paralelo, um quadro de garantias que está a ser negociado com o Banco Europeu de Investimento vai ajudar a diminuir o risco do investimento em eficiência energética, assim como facilitar o acesso a equipamentos mais eficientes e a produtos com uma maior durabilidade.

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Diretor da PJ diz que “aquilo que se fala não corresponde à verdade”

  • Lusa
  • 26 Fevereiro 2025

O diretor nacional da PJ alertou no parlamento que um estrangeiro detido "não é necessariamente um imigrante", exemplificando com os detidos nos aeroportos por tráfico de droga a nível internacional.

O diretor nacional da Polícia Judiciária (PJ) alertou, no Parlamento, que um estrangeiro detido “não é necessariamente um imigrante”, exemplificando com os detidos nos aeroportos por tráfico de droga a nível internacional.

Todos temos a obrigação de combater as fake news, o que se fala não é verdade, temos de evitar o caos e não podemos segmentar as pessoas. São pessoas, independentemente do credo, da orientação sexual, da nacionalidade”, disse Luís Neves, referindo-se às tentativas do Chega em criar perceções falsas quanto ao aumento da criminalidade em Portugal.

“Um imigrante é estrangeiro, mas um estrangeiro não é necessariamente um imigrante. As cadeias têm muita gente que é estrangeira, mas não é imigrante”, disse Luís Neves, que está a ser ouvido no Parlamento a propósito dos dados sobre criminalidade em Portugal.

Em audição na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, por requerimento da Iniciativa Liberal, que pediu “esclarecimentos sobre o real estado da criminalidade em Portugal”, Luís Neves disse também que a PJ tem dados sobre a nacionalidade de todos os detidos, mas a sua divulgação não é permitida.

“A PJ conhece a nacionalidade de todos os nossos detidos, mas não partilhamos [esses dados] porque não nos tem sido permitido partilhar”, explicou Luís Neves a propósito da questão da introdução da nacionalidade no Relatório Anual de Segurança Interna (RASI), que tem sido discutida nos últimos tempos.

Luís Neves destacou ainda os crimes de homicídio e de violência doméstica, que representam uma elevada percentagem do total de crimes cometidos. “Isto é uma vergonha nacional, estes crimes são cometidos na maioria das vezes por cidadãos nacionais”, acrescentou.

Na sua intervenção inicial, Luís Neves falou sobre alguns dos números relacionados com criminalidade violenta, referindo que “a partir de 2010 houve grandes picos de criminalidade violenta, que foram depois estabilizando até ao período da pandemia”.

Esta audição foi pedida depois de o diretor nacional da PJ ter dito, durante a conferência sobre os 160 anos do Diário de Notícias que aconteceu no passado mês de janeiro, que o sentimento de insegurança é gerado pela desinformação e que não se confirma.

Em relação às detenções, Luís Neves esclareceu que, atualmente, o crime mais comum é o de furto simples e qualificado, seguido da violência doméstica, recusando a ideia de que os estrangeiros sejam responsáveis por níveis relevantes de criminalidade.

“Em 2009 tínhamos 631 estrangeiros” num universo de 400 mil imigrantes e no ano passado, perante mais de um milhão de estrangeiros residentes em Portugal, o “rácio de detidos é o segundo mais baixo” desde que há este tipo de contabilidade, explicou.

Olhando para os detidos em Portugal, Luís Neves salientou que, excluindo os oriundos de países europeus, africanos e latino-americanos — que estão relacionados com crimes que nada têm a ver com imigrantes –, os valores são muito baixos. Nas prisões portuguesas há 120 pessoas de países asiáticos num universo de mais de 10 mil reclusos, explicou.

“Qualquer número de crime é um número preocupante e é um número que nos faz a todos pensar quais são os melhores modelos para mitigarmos” a criminalidade, em particular a criminalidade violenta, salientou ainda.

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