Ministro da Educação escreve aos professores com promessa de valorização da carreira

  • Lusa
  • 10 Setembro 2024

Fernando Alexandre revelou que as negociações para a revisão do Estatuto da Carreira Docente arrancam em 21 de outubro, esperando que o processo esteja concluído no prazo de um ano.

O ministro da Educação, Ciência e Inovação escreveu aos professores em vésperas do regresso às aulas para desejar um “excelente ano letivo” com a promessa de valorização da carreira docente. “As aulas estão quase a começar. Os seus alunos contam consigo. Eu conto consigo. E peço-lhe que conte também com a minha equipa para, através da ação do nosso Ministério, contribuirmos para uma educação de qualidade para todos“, escreveu Fernando Alexandre.

Na carta, que começou a ser enviada ao final da tarde de segunda-feira para todos os professores, o ministro da Educação sublinha a desvalorização da profissão “ao longo das últimas décadas”, mas promete uma revisão do Estatuto da Carreira Docente.

No próximo mês de outubro iremos iniciar o processo de revisão do Estatuto da Carreira Docente. Para dar aos professores a importância que merecem, temos de tornar a carreira mais atrativa”, escreve o governante.

As negociações para a revisão do Estatuto da Carreira Docente vão arrancar a partir de 21 de outubro e o ministro espera que o processo esteja concluído no prazo de um ano.

Na carta, Fernando Alexandre reconhece ainda os desafios associados ao início do ano letivo e pede motivação aos milhares de docentes que, a partir de quinta-feira, começam a regressar às aulas.

“Desejo-lhe um excelente ano letivo, ao longo do qual, aluno a aluno, consigamos demonstrar o poder transformador da educação, cumprindo as expectativas que as famílias e o país nela depositam”, termina a carta.

As aulas começam entre os dias 12 e 16 de setembro num novo ano letivo que o ministro da Educação já admitiu que vai arrancar com “milhares de alunos sem aulas”.

O Governo aprovou, para este ano, um conjunto de medidas para tentar responder à falta de professores nas escolas, que passam pela possibilidade de contratar professores aposentados com uma remuneração extra ou de bolseiros de doutoramento.

Além do plano “+ Aulas + Sucesso”, o Governo vai criar um apoio a professores deslocados colocados em escolas para onde é difícil contratar docentes e vai realizar, ainda durante o 1.º período, um novo concurso de vinculação extraordinária para as escolas mais carenciadas.

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Hoje nas notícias: Efacec, professores e despesa pública

  • ECO
  • 10 Setembro 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O ex-ministro da Economia António Costa e Silva diz, em entrevista, que “será muito difícil o Estado recuperar a totalidade” do dinheiro injetado na Efacec. Quando faltam dois dias para o início do ano letivo, o número de professores sem escola atribuída aumentou para cerca de 21 mil. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta terça-feira.

Costa e Silva diz que “será muito difícil” Estado recuperar todo o dinheiro injetado na Efacec

O antigo ministro da Economia António Costa e Silva, que conduziu o processo de reprivatização da Efacec que culminou na venda ao fundo alemão Mutares, admite que a possibilidade de o Estado português recuperar por completo a injeção de dinheiro público na Efacec é remota. “Acho que na totalidade será muito difícil, por causa das contingências da economia e o desenvolvimento de tudo o que se passa na envolvente externa da Efacec”, afirma. Em entrevista, o ex-governante reconhece que parte das conclusões do Tribunal de Contas faz sentido e atira responsabilidade pela fiscalização da empresa para a Parpública.

Leia a entrevista completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Número de professores sem escola sobe para mais de 20 mil

A dois dias do arranque do ano letivo, o número de professores sem escola atribuída aumentou para cerca de 21 mil quando, no final de agosto, eram 19.382, segundo cálculos do Público feitos com base nas listas da segunda reserva de recrutamento de 2024/2025, cujos resultados foram divulgados nesta segunda-feira. Esta subida pode ser justificada pela necessidade de substituir os professores que, entretanto, se reformaram (458 em setembro), aqueles que já entraram em baixa médica e ainda os que recusaram a colocação que lhe foi atribuída.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Limites de despesa apresentados pelo Governo “não são interpretáveis”

O Quadro Plurianual das despesas públicas entregue na sexta-feira pelo Governo ao Parlamento foi apresentado com dados não consolidados o que não permite tirar conclusões sobre o ritmo de crescimento da despesa e da receita que está a ser preparado no Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) e também não ajuda a impor limites à política orçamental dos próximos anos. Assim, os limites publicados pelo Ministério das Finanças “não são interpretáveis” e são “inúteis”, defendem especialistas em finanças públicas.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Portugueses aprovam imposto sobre grandes fortunas

Mais de três quartos dos portugueses (76,7%) são favoráveis à criação de um imposto sobre as grandes fortunas, revela uma sondagem da Intercampus para o Correio da Manhã. Apenas 14,6% dos inquiridos discordam da ideia. Estima-se que a introdução de um imposto sobre os 0,5% mais ricos de Portugal, cerca de 42 mil, renderia aos cofres públicos 3,589 mil milhões de euros, o equivalente a 6,6% do total da receita fiscal arrecadada pelo Estado português.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

AIMA muda atendimentos

Entre as mudanças inauguradas na segunda-feira relativamente ao funcionamento da AIMA, com o objetivo de melhorar o atendimento aos imigrantes, está o Centro Nacional de Apoio ao Imigrante (CNAIM), nos Anjos, passar a ser apenas para dar informações às pessoas, sem necessidade de agendamento. É aqui que o fluxo tem sido maior e, embora a agência alerte que o atendimento depende “da capacidade diária”, há relatos de pessoas que conseguiram ser atendidas mas que ficaram na mesma situação. Os imigrantes são orientados a ligar pelo telefone ou a enviar um e-mail, procedimento que já fizeram diversas vezes antes de tentar a sorte presencialmente.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

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Uma linha vermelha atravessa o Hospital Universitário de La Paz para incentivar a prevenção secundária do enfarte do miocárdio

  • Servimedia
  • 10 Setembro 2024

O Hospital Universitário La Paz, a Cardioalianza e a Novartis apresentaram a campanha “Tu Línea Roja 55” para sensibilizar os doentes que sofreram um enfarte do miocárdio.

Um em cada quatro doentes que sofreram um enfarte do miocárdio irá sofrer outro evento cardiovascular no prazo de dois anos e um em cada dez doentes morre no mesmo período após um ataque cardíaco ou um acidente vascular cerebral.

De acordo com a Dra. Sandra Rosillo, especialista do Departamento de Cardiologia do Hospital Universitário La Paz, “só no Departamento de Cardiologia de La Paz são hospitalizados mais de 3.000 pacientes por ano. A doença coronária, cuja expressão mais grave é o enfarte agudo do miocárdio, é o motivo mais frequente de hospitalização nestes serviços e os níveis elevados de colesterol são uma das causas mais importantes”.

A campanha foi lançada no âmbito do Mês do Coração e coincidiu com a comemoração do 60.º aniversário do Hospital Universitário La Paz, com uma grande linha vermelha que circunda o hospital desde o exterior até um ponto de informação no hall do Hospital Geral, que estará disponível para os pacientes até sexta-feira, 13 de setembro.

Nas palavras do Dr. Rafael Pérez-Santamarina, Diretor-Geral do Hospital Universitário La Paz, “a prevenção é a chave da saúde, para um hospital como o nosso e, sobretudo, para os doentes. Como profissionais de saúde, é vital capacitar os nossos pacientes, fornecendo-lhes, tanto quanto possível, os conhecimentos que os podem ajudar a compreender e a gerir a sua saúde. É por isso que estas campanhas são absolutamente necessárias e uma prioridade máxima.

As doenças cardiovasculares são uma das principais causas de morte em Espanha. Das mortes por doença cardiovascular, a doença aterosclerótica (DAC) foi a causa mais comum de morte em 2023. Manter o colesterol LDL abaixo dos 55 mg/dL em doentes de muito alto risco é fundamental, tal como recomendado pelas diretrizes europeias, porque é a principal causa de ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais causados por AVD. No entanto, mais de 80% dos doentes europeus com doença cardiovascular estabelecida não atingem este objetivo, o que é relevante tendo em conta que é o principal fator modificável.

No stand de informação, os utilizadores podem aceder à plataforma interativa que fornece informações sobre o colesterol LDL e os riscos associados a níveis superiores a 55 mg/dl em doentes que já sofreram um enfarte do miocárdio, bem como a chaves de interpretação das análises, descarregando um guia. A campanha prevê visitar outros hospitais de referência em Espanha.

O Hospital Universitário La Paz é uma referência no país pelo seu serviço de Cardiologia. Desde 2006, dispõe de uma Unidade de Reabilitação Cardíaca, que já atendeu 5.000 pacientes e cujo trabalho é fundamental para reduzir o risco de eventos cardiovasculares recorrentes. Nestas unidades, 70% dos pacientes conseguem reduzir os seus níveis de colesterol e 90% conseguem controlar a hipertensão, a obesidade e abandonar maus hábitos como o tabagismo.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 10 de setembro

  • ECO
  • 10 Setembro 2024

Ao longo desta terça-feira, 10 de setembro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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AIP ensina a aplicar inteligência artificial aos negócios e emite certificados em NFT

AIP está a promover programa de formação sobre inteligência artificial aplicada aos negócios. Formandos receberão, no final, um certificado diferente do habitual: um NFT.

A Associação Industrial Portuguesa (AIP) está a dar formação sobre como aplicar a inteligência artificial aos negócios e, pela primeira vez, vai emitir os certificados em blockchain. O responsável, Jorge Gaspar, argumenta, em conversa com o ECO, que esta é uma iniciativa que vai “transformar a certificação da formação profissional em Portugal“.

A formação em causa arrancou esta segunda-feira e vai estender-se até quinta-feira. Ao longo destes quatro dias, 30 formandos (sobretudo, gestores e perfis técnicos, segundo Jorge Gaspar) vão aprender a usar a inteligência artificial nos seus negócios e a definir estratégias para implementar esta tecnologia.

No final, receberão, como é tradição, um certificado. Mas, desta vez, este terá uma natureza diferente: será um non-fungible token (NFT).

Embora tanto as criptomoedas como os NFT fiquem anotados em blockchain (uma espécie de livro de registos digitais não centralizado), as primeiras são tokens fungíveis. Isto é, à semelhança de uma nota de cinco euros, são divisíveis e permitem trocas diretas com ativos semelhantes). Já um NFT tem um valor que não é objetivamente divisível, como se se tratasse de uma carta colecionável.

Ora, os participantes do referido programa da AIP irão receber um NFT “especialmente desenhado para o efeito” como certificado. Ao ECO, Jorge Gaspar explica que o “poderão guardar nas suas carteiras digitais e apresentá-lo em qualquer lugar do mundo, sabendo que é seguro, universalmente verificável e resistente à falsificação“.

O responsável explica ainda que esta iniciativa faz parte de um projeto europeu, que está integrado na Next Generation Internet da Comissão Europeia.

A inscrição nesta formação também já tinha sido inovadora: em vez do método tradicional de candidatura, os formandos tiveram de interagir com um chatbot para garantir um lugar neste programa, que termina a 12 de setembro.

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“Ser líder é diferente de ser chefe, e isso é determinante para atrair talento”. Ouça o podcast “Trinta e oito vírgula quatro”

Os portugueses trabalham, em média, 38,4 anos. É esse o valor que dá título a este podcast, que se debruça, em entrevistas quinzenais, sobre os temas mais quentes do mundo do trabalho.

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Um bom líder acaba por ser “a ignição” para que a equipa funcione. Aliás, um bom líder “faz muitas vezes uma boa equipa“. As palavras são da CEO do Gato Preto, considerada uma das mulheres mais poderosas nos negócios em Portugal.

No primeiro episódio da nova temporada do podcast “Trinta e oito vírgula quatro”, Carolina Afonso explica como construir equipas que põem as mãos na massa e sobre como os líderes têm um papel determinante no sucesso das pessoas.

Também neste episódio, a professora Ana Sabino, do ISPA, vem dar dicas para criar um currículo de sucesso. Será que as cartas de motivação ainda são necessárias? E os currículos em vídeo são uma moda ultrapassada?

O “Trinta e oito vírgula quatro” é um podcast de entrevistas quinzenais sobre as tendências que estão a fazer mexer o mercado de trabalho.

Estamos a viver mais, mas, à boleia, também estamos a trabalhar durante mais tempo. Numa década, a duração média estimada da vida de trabalho dos portugueses cresceu dois anos para 38,4. É esse o valor que dá título a este podcast e torna obrigatória a pergunta: afinal, se empenhamos tanto do nosso tempo a trabalhar, como podemos fazê-lo melhor?

Neste mês de setembro vamos explorar essa questão do ponto de vista do recrutamento e da construção de equipas.

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Kamala “tem mais a provar” do que Trump no primeiro debate

  • Joana Abrantes Gomes
  • 10 Setembro 2024

A candidata democrata precisa de dar-se a conhecer ao eleitorado. Passado de Kamala Harris como procuradora pode ser crucial para o confronto com o ex-presidente republicano.

Na próxima madrugada, quando os relógios marcarem as 2 horas de quarta-feira em Portugal, os dois candidatos às eleições presidenciais norte-americanas sobem ao palco montado no National Constitution Center, em Filadélfia, para o primeiro e, pelo menos para já, único debate entre ambos.

Até há menos de dois meses, seria Joe Biden a enfrentar Donald Trump, mas, após um frente-a-frente que ficou marcado mais pela condição frágil e a falta de memória do primeiro do que pelas dezenas de mentiras ditas pelo segundo, o atual Presidente dos EUA desistiu da corrida para dar o lugar à sua número 2, que, na opinião dos analistas, tem muito mais a provar do que o rival republicano.

Ainda que sejam muito comuns noutras democracias além dos Estados Unidos, o debate desta noite, em particular, afigura-se decisivo para a corrida à Casa Branca. Em primeiro lugar, porque Kamala Harris só é candidata à presidência desde julho; em segundo, porque as sondagens mostram pouca diferença percentual entre as intenções de voto na democrata e em Trump, inclusive nos swing states; e, em terceiro, porque, como demonstrou o debate de 27 de junho, a imagem que ficar deste frente-a-frente pode ser mais importante do que o que é dito sobre determinados temas.

Por causa disso, Vasco Rato, que presidiu a Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) entre 2014 e 2020, considera que a campanha eleitoral, que historicamente arranca no feriado do Dia do Trabalhador (celebrado na primeira segunda-feira de setembro), “começa verdadeiramente com este debate”.

No entanto, os candidatos não partem do mesmo ponto de partida: enquanto Donald Trump beneficia do facto de já ter sido candidato e Presidente, além de estar na campanha há mais tempo, Kamala Harris é vice-presidente e menos conhecida em comparação com o seu adversário.

Kamala Harris e Donald Trump debatem esta noite no National Constitution Center, um centro educativo privado sem fins lucrativos e um museu dedicado à Constituição dos EUA, em Filadélfia.

“Há uma grande expectativa” em torno da prestação de Harris, pela sua capacidade de recuperar alguns votos para os democratas após a desistência de Biden, assinala Vasco Rato, em declarações ao ECO. Só que “agora as pessoas vão querer saber o que é que ela realmente quer, [porque] esta coisa da felicidade já não é suficiente“, acrescenta o também investigador no Instituto Português de Relações Internacionais da Universidade Nova de Lisboa (IPRI-UNL), que vê “algumas vulnerabilidades” na vice-presidente dos EUA.

Entre elas, explicita Vasco Rato, constam a “falta de substância e de clarificação” nas propostas que a candidata democrata tem apresentado, a par com “mudanças de posição” em algumas políticas, como por exemplo no que diz respeito ao fracking – um assunto importante para o eleitorado da Pensilvânia, o swing state com o maior número de grandes eleitores (19) no Colégio Eleitoral e onde Harris e Trump surgem empatados nas sondagens –, que terá de justificar no debate desta noite.

"O ponto fraco de Trump é [o facto de ser] impulsivo, portanto, será tentado a interromper a Kamala Harris, a mandar bocas. Por isso é que a equipa dele insistiu que os microfones estejam desligados durante o debate.”

Vasco Rato

Ex-presidente da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD)

Luís Tomé, professor catedrático e diretor do Departamento de Relações Internacionais da Universidade Autónoma de Lisboa (UAL), concorda que “Kamala Harris tem mais a provar e a demonstrar” do que o seu opositor, “precisamente porque o eleitorado está bastante mais familiarizado com o estilo e as ideias de Donald Trump e, por isso mesmo, este provoca tantos anticorpos e é tão polarizador”.

Isso mesmo indica a sondagem do New York Times e da Siena College publicada no último fim de semana: 28% dos eleitores prováveis dizem precisar de saber mais sobre o que defende Kamala Harris, uma percentagem que, relativamente a Donald Trump, é de apenas 9%.

Mas, embora o ex-presidente tenha uma “carapaça” que lhe será útil neste debate, também tem um ponto fraco: a impulsividade. “Trump será tentado a interromper e a mandar bocas a Kamala Harris. Por isso é que ele insistiu que os microfones estejam desligados enquanto fala o adversário”, uma regra já estabelecida quando ainda era Joe Biden o candidato democrata, aponta o ex-presidente da FLAD, notando que, nas suas últimas intervenções públicas, o republicano estava “mais controlado”.

“Por muita preparação dos dois lados e antecipação que possamos fazer, a imprevisibilidade de Trump é perigosa para ele e é arriscada também para Kamala Harris. Ninguém sabe, ninguém controla o que é que Donald Trump poderá fazer ou dizer num momento concreto e isso pode ser muito definidor do debate“, contrapõe, por seu lado, o investigador Luís Tomé.

Os microfones ligados permitiriam que os candidatos se desafiassem mutuamente, o que era preterido pela campanha de Kamala Harris, que, nesse cenário, esperava que o republicano pudesse fazer uma declaração controversa em plena televisão, num debate que se espera que chegue a mais pessoas do que aos 51,3 milhões de espetadores que assistiram ao debate de junho – longe, ainda assim, do recorde de audiência de 84 milhões no primeiro frente-a-frente entre Hillary Clinton e Trump em 2016, de acordo com a Associated Press.

Para o professor catedrático da UAL, o candidato republicano terá de fazer um “equilíbrio” entre não ser demasiado agressivo, não acentuar muito a tónica do género, sobretudo por estar a debater com uma mulher, e não denegrir as minorias, e, ao mesmo tempo, tentar manter a postura a que já habituou o eleitorado. Caso contrário, vai dizer-se que “está pouco enérgico” e que, como Biden, “está envelhecido”, realça.

Kamala Harris, por seu lado, “não pode cair na ratoeira de se pôr apenas a discutir frases, controvérsias e crimes de Donald Trump e de ter o mesmo tipo de linguagem que o adversário – algo que, por exemplo, sucedeu com Biden nos debates, ao referir-se a Trump nos termos em que este se referiu a ele”. Em vez disso, Luís Tomé acredita que a democrata vai procurar mostrar que “é uma mulher dura, que está à altura do lugar de presidente dos Estados Unidos, que está a lidar com Trump como lidou com criminosos enquanto procuradora”.

O debate entre os dois candidatos às eleições presidenciais de 5 de novembro decorre às 21 horas locais (2 horas de quarta-feira em Portugal) e terá a duração de 90 minutos, com dois intervalos publicitários, enquanto a moderação e a transmissão ficam a cargo da ABC News. Cada candidato terá dois minutos para responder a cada pergunta, tendo outros dois minutos para refutar uma resposta do adversário e um minuto adicional para um acompanhamento, esclarecimento ou resposta.

Kamala Harris tem mais a demonstrar, por um lado, porque as expectativas são muito altas, mas, por outro lado, porque o eleitorado está bastante mais familiarizado com o estilo e as ideias de Trump do que com as dela.

Luís Tomé

Professor catedrático e diretor do Departamento de Relações Internacionais da Universidade Autónoma de Lisboa (UAL)

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Inflação afasta portugueses do turismo “cá dentro” em julho

  • Joana Abrantes Gomes
  • 10 Setembro 2024

Associações do setor defendem que preços dos serviços, preferência por destinos internacionais ou redução do período de férias levaram à queda de 2,4% nas dormidas de residentes em julho.

As estatísticas definitivas da atividade turística em julho só serão conhecidas no final da semana, mas a estimativa rápida desse mês aponta para um decréscimo homólogo de 2,4% nas dormidas de turistas nacionais, invertendo a tendência de subida registada em maio e junho. Ao ECO, associações do setor justificam este cenário com a inflação e o preço dos serviços, incluindo do alojamento, que estão a influenciar as opções orçamentais das famílias portuguesas no momento de escolher o destino e o número de dias de férias. Não obstante, os números relativos a agosto, a ser divulgados no final deste mês, serão fundamentais para a análise do verão como um todo.

De acordo com os dados divulgados a 30 de agosto pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), apenas as regiões da Grande Lisboa e a Península de Setúbal registaram um aumento do número de dormidas de residentes em julho – de 2,7% e 1,8%, respetivamente –, tendo caído no resto do país, com destaque para a Madeira (-8,1%), seguida do Oeste e Vale do Tejo (-5,8%) e do Algarve (-4,2%). A descida de 2,4% no total das dormidas do mercado interno (2,7 milhões) traduziu-se, em números concretos, em menos 66.704 dormidas de turistas nacionais do que no mesmo mês do ano passado.

Para a secretária-geral da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), a inflação, que “tem vindo a impactar no orçamento das famílias há já algum tempo” e era, em julho, de 2,5%, é um dos motivos na base deste decréscimo. “Apesar de não ser um problema exclusivo dos portugueses, é um facto que no nosso país tem tido um impacto muito acentuado“, sustenta Ana Jacinto, em declarações ao ECO.

A esse fator somam-se os preços dos serviços turísticos, incluindo do alojamento, que, segundo a responsável da AHRESP, têm um “enorme peso na tomada de decisão dos turistas, em particular do nacional – que, na generalidade, terá menor poder de compra face a turistas de outros mercados“.

A Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo (APHORT) acrescenta que a escolha de “destinos estrangeiros” ou “a redução da duração de período de férias”, enquanto “opções orçamentais das famílias”, também podem estar na origem da queda nas dormidas de residentes em julho.

No entanto, ambas as associações sublinham a necessidade de conhecer as estatísticas referentes a agosto – cuja estimativa rápida será publicada a 30 de setembro – para poder traçar um retrato do setor no verão, visto ser o mês de eleição para as férias da maioria dos portugueses. Ana Jacinto antecipa, ainda assim, que “a procura terá melhorado face a julho“. “Do que sabemos por parte dos nossos empresários, (…) estamos confiantes que o setor continuará a crescer, tanto pela aposta na diversificação de mercados como na diversificação e qualificação da oferta que continuará a atrair turistas com diferentes motivações e origens”, afirma a responsável da AHRESP.

Com as dormidas de residentes em queda, o turismo em Portugal no mês de julho, em plena época alta para o setor, foi “compensado” pelo aumento de 4,2% das dormidas ao nível do mercado externo, para 6,3 milhões, mais 255.351 comparativamente a um ano antes. Ainda assim, este número denota um abrandamento face a junho, mês em que as dormidas de não residentes cresceram 5,5% em termos homólogos, num total de 5,6 milhões.

Dormidas mensais nos estabelecimentos de alojamento turístico

Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE)

Essa desaceleração verificou-se, também, nos dados totais da atividade turística em julho: os 3,2 milhões de hóspedes e os nove milhões de dormidas registados equivalem a crescimentos de 1,5% e 2,1%, respetivamente, em relação ao mesmo mês de 2023, mas, comparando com o ritmo de crescimento de junho, houve um abrandamento de 5,3 e 2,9 pontos percentuais, na mesma ordem.

Restauração e similares com “sinais mais preocupantes”

Ao ECO, Ana Jacinto realça que a AHRESP mantém debaixo de olho “a evolução do mercado e as constantes mudanças no perfil dos turistas”, tendências que “todos os agentes turísticos terão de acompanhar por forma a ajustar a sua oferta aos novos hábitos de consumo e às novas necessidades da procura”.

Porém, os “sinais são mais preocupantes” no que diz respeito ao setor da restauração e similares. “Pelo seu perfil, maioritariamente de micro dimensão, e pela maior dependência do mercado interno, algumas empresas têm demonstrado dificuldades, existindo algum desânimo e incerteza quanto aos próximos meses, com o término da época alta“, sustenta a responsável.

A associação aponta como “constrangimentos” à gestão dos negócios do setor a “elevada carga fiscal”, os “elevados custos operacionais” e os “encargos financeiros” decorrentes de empréstimos contraídos devido ao impacto da pandemia de Covid-19, necessários “para fazerem face a necessidades de investimento e adaptação dos seus estabelecimentos”.

Além disso, a “diminuição dos consumos por parte do mercado nacional, em particular, tem impactado de forma crescente a faturação e a performance de muitas empresas da restauração“, acrescenta a secretária-geral da AHRESP.

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A um mês da despedida, PGR terá prova de fogo perante os deputados

Lucília Gago vai ao Parlamento na quarta-feira falar do relatório síntese relativo à atividade do Ministério Público do ano passado. Mas polémicas do seu mandato serão também abordadas na audição.

Seis anos depois de ter iniciado o mandato e precisamente um mês antes de o terminar, a procuradora-geral da República Lucília Gago vai ao Parlamento na quarta-feira, pela primeira e última vez, falar do relatório síntese relativo à atividade do Ministério Público do ano passado.

Lucília Gago já tinha transmitido ao Parlamento a sua disponibilidade para aceitar o convite para a audição, depois de ter sido aprovado o pedido do Bloco de Esquerda (BE), com abstenção do Chega. O requerimento foi aprovado na primeira comissão por maioria, com os votos a favor do PS, PSD, CDS, IL, PAN e BE. O Livre e PCP não estavam presentes no momento da votação. A procuradora-geral da República sugeriu que a audição pudesse ocorrer após a conclusão da elaboração do relatório reportado a 2023, ou seja, depois das férias.

Mas a apresentação do relatório – divulgado no site da PGR a 5 de agosto, três meses depois do suposto – é apenas a versão oficial da razão da titular da investigação criminal ir explicar-se perante os deputados. A verdade é que a ida da PGR ao Parlamento surge depois de várias polémicas que colocaram Lucília Gago no olho do furacão.

Ao ponto de, em julho, pela primeira vez ter quebrado o silêncio ao dar a sua primeira entrevista. Em entrevista à RTP, Lucília Gago assumiu que autorizou o comunicado e que ela própria escreveu o “famoso” parágrafo que levou António Costa apresentar a demissão, revelou que o inquérito do ex-primeiro-ministro ainda decorre, garantiu que Marcelo Rebelo de Sousa não acrescentou “nem uma vírgula” e ainda criticou a postura da ministra da Justiça.

Os deputados querem que a PGR explique as acusações de que existe uma campanha contra o Ministério Público, na sequência da entrevista. “A senhora procuradora virá ao Parlamento apresentar o relatório de atividades anual do Ministério Público”, afirmou na altura o líder parlamentar do CDS, Paulo Núncio, sublinhando que será “uma boa altura para que a procurador se explique perante os deputados”. “A procuradora referiu pessoas que fazem essa campanha contra o Ministério Público e nós gostaríamos de saber a que pessoas se refere”, sublinhou.

Uma entrevista que surgia duas semanas depois da titular da pasta da Justiça ter admitido querer que o próximo procurador-geral da República tenha um perfil de liderança, que seja comunicativo e que “ponha ordem na casa”. Disse ainda que deve ajudar a pôr fim a uma “certa descredibilização” do Ministério Público (MP), sublinhando que o Governo quer iniciar “uma nova era”. Horas depois, na rede social X, insistiu: “o novo PGR terá de ser alguém que reúna as condições técnicas necessárias, mas sobretudo com boa capacidade de liderança, de organização, de gestão de equipas e de comunicação. Deve ser alguém que tenha a capacidade de inaugurar uma nova era na relação com os cidadãos”.

António Costa e Lucília Gago

Lucília Gago, que em seis anos nunca concedeu uma única entrevista a um órgão de comunicação social, tem-se escudado em comunicados pontuais através do seu gabinete de imprensa.

Mais ainda quando, quase um ano depois, o ex-líder socialista não foi constituído arguido, o juiz de instrução já veio dizer que não vê relevância criminal nesta investigação e o país tem vindo a assistir à divulgação constantes de escutas telefónicas com conversas de Costa, numa clara violação do segredo de Justiça. Essas mesmas escutas – que chegaram a gravar uma conversa com António Costa a falar sobre a demissão da presidente da TAP passaram por pelo menos 16 juízes – não foram sequer destruídas, segundo explicou a revista Visão. Além disso, durante mais de três anos, o telemóvel do ex-ministro João Galamba esteve a ser escutado e foram ouvidas conversas com Presidentes da Assembleia da República, ministros e autarcas.

Não veio ajudar o Manifesto dos 50, divulgado em abril. O Manifesto dos 50 foi conhecido em finais de abril, com um grupo de 50 personalidades a assinarem o documento em defesa de um “sobressalto cívico” que acabe com a “preocupante inércia” dos agentes políticos relativamente à reforma da Justiça, num apelo ao Presidente da República, Governo e parlamento.

Uma “verdadeira reforma da Justiça”, com a recondução do MP a uma estrutura hierárquica para evitar o que chamam de atual “poder sem controlo” do mesmo, um escrutínio externo e avaliação independente aos tribunais e magistrados. Estas são algumas das ideias e conclusões do manifesto assinado por 50 nomes sonantes da sociedade civil.

Desde então, quer partidos quer a sociedade civil tem alertado para a necessidade da PGR ir dar explicações aos deputados, não só pela violação do segredo de Justiça com a divulgação das escutas como para explicar a falta de resultados, até agora, na investigação que teve consequências políticas relevantes para o país.

O polémico parágrafo do comunicado

O polémico parágrafo do comunicado relativo à Operação Influencer e que levou à demissão de António Costa foi um dos pontos que levou a sociedade civil e política a tecer duras críticas a Lucília Gago. Na entrevista, a procuradora assumiu que escreveu e autorizou o parágrafo e que, por “razões de transparência”, não poderia ter agido de outra forma.

“Esse parágrafo foi concebido conjuntamente entre mim e o gabinete de imprensa. Acontece que em todas as situações, não só essa, em que os temas são particularmente sensíveis, relevantes, há um acompanhamento muito próximo sobre o que é dito. A inclusão desse parágrafo é da minha inteira responsabilidade. Não o escondo. Aliás, já o assumi publicamente”, assumiu Lucília Gago, que acrescentou ainda que também a divulgação do mesmo foi da sua “inteira responsabilidade”.

Para a procuradora não seria admissível a omissão a essa referência – a das suspeitas à intervenção do na altura primeiro-ministro António Costa. “Ninguém iria perceber que devesse ser omitida essa referência. Pelo contrário, teria havido uma tentativa de branquear ou de proteger. Não acho que, por razões de transparência, devesse ser omitida a referência”, acrescentou.

Consciente que o “famoso” parágrafo poderia desencadear uma “reação forte ao seu conteúdo”, Lucília Gago assumiu que a avaliação feita por António Costa é “pessoal” e “política” — e que culminou na sua demissão do cargo de primeiro-ministro — e que não cabe ao Ministério Público fazer.

“O Ministério Público fez o seu trabalho. Com transparência, revelou o que tinha de revelar e não tem mais que se preocupar, não deve fazê-lo, com as consequências que daí advêm para o próprio, se ele quiser optar por determinada solução. Volto a dizer: é uma decisão que tomou, pessoal e politicamente”, disse, dando exemplos de outros casos políticos na Europa.

Sobre a instauração do inquérito, assume que decorreu da “singela circunstância de o Ministério Público estar obrigado, por razões de legalidade, a dar essa sequência”. “A mera alusão à prática de um crime obriga o Ministério Público à instauração de inquérito. Não se pode ter dois pesos e duas medidas. Não se pode dizer que todos os cidadãos são iguais perante a lei e depois querer dar um tratamento diferenciado à figura de um primeiro-ministro. Todos os cidadãos têm de ter um tratamento igual”, notou.

O inquérito a Costa ainda decorre

Depois de explicar que a certidão dos autos da Operação Influencer chegou à Procuradoria-Geral da República (PGR) e foi reencaminhada para o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) com a sua “chancela”, Lucília Gago confirmou que o inquérito que visa António Costa ainda decorre. Agora, dois meses depois, ainda muito pouco se sabe desta investigação a não ser que Costa foi ouvido pelo DCIAP.

“Coisa que ainda se está a apurar no inquérito que ainda está pendente. Ou seja, o senhor primeiro-ministro à data foi ouvido nesse inquérito, a seu pedido. Na altura, o magistrado que procedeu à audição entendeu que não havia indícios fortes da prática de ilícitos, logo não o constituiu como arguido. Foi ouvido como testemunha naquele momento. O inquérito ainda corre. Não sei, nem poderia saber, se vai haver encerramento de inquérito a breve trecho, quanto tempo vai demorar essa investigação”, revelou.

A procuradora frisou que não se sente responsável pela demissão do ex-primeiro-ministro. “Não me sinto responsável pela demissão do primeiro-ministro. O primeiro-ministro fez uma avaliação pessoal e política. Poderia ter continuado a exercer as suas funções. Ursula von der Leyen permaneceu em funções. Como aqui ao lado em Espanha, Pedro Sánchez tem a sua mulher alvo de uma investigação. Portanto, não é de modo algum automática”, sublinhou.

Marcelo não acrescentou “nem uma vírgula” ao comunicado

Na entrevista dada à RTP, Lucília Gago garantiu que Marcelo Rebelo de Sousa não teve influência na introdução do parágrafo no comunicado. “Quando fui à Presidência da República, o comunicado estava já preparado, com aquele parágrafo”, disse.

O Chefe de Estado não acrescentou “nem uma vírgula”, assegurou a procuradora-geral da República. “O que acontece é que não podíamos revelar aquele comunicado antes do início da audiência porque ainda estava uma detenção por concretizar”, revelou.

Sobre a acusação feita por Marcelo Rebelo de Sousa, que a acusou de “maquiavelismo” por ter instaurado o inquérito do caso das gémeas no mesmo dia das buscas do caso Influencer, a procuradora assume que as palavras causaram alguma “perplexidade”, “desconforto” e “surpresa” e garante que não existiu um “esforço” para alinhar as diligências.

“Tive de ouvir sucessivas alusões a essas frases. Provocaram até, naquele específico contexto, umas gargalhadas que eram audíveis no registo áudio. Isso criou a ideia de que houve um esforço de serem alinhadas datas para aquelas diligências. Não fui eu que instaurei o inquérito e não sabia dessa data no momento em que fui à Presidência da República. Quis o destino que tivesse assim ocorrido”, disse.

Criticas à ministra da Justiça

A procuradora confessou que ficou “incrédula” e “perplexa” e classificou as declarações de Rita Júdice como “indecifráveis” e “graves”.

“Indecifráveis porque se o diagnóstico está feito, não revelou qual fosse, e também não o disse numa audiência que lhe pedi, que me concedeu e que durou três horas. Se havia qualquer elemento relevante que quisesse apontar, seria uma ocasião ótima para o fazer”, explicou.

Lucília Gago considera também as declarações “graves” por afirmar que o Ministério Público tem uma situação de “falta de liderança”, de “falta de capacidade de comunicação”, e que “tem de arrumar a casa” e haver uma “restituição da confiança”. “Ou seja, dizendo ou querendo dizer implicitamente que nos últimos tempos houve uma perda de confiança imputável ao Ministério Público e à liderança da procuradora-geral. A minha conclusão é a de que estas declarações, que se juntam a muitas outras, imputam ao Ministério Público a exclusiva responsabilidade pelas coisas más que acontecem na Justiça, coisa que eu rejeito em absoluto”, sublinhou.

PGR garante que nunca ponderou demitir-se

Outro dos “pontos-chave” na entrevista dada pela procuradora-geral da República foi se ponderou ou não demitir-se do cargo. Lucília Gago garantiu que não e que está consciente da “campanha orquestrada” para esse efeito.

“Não, nunca ponderei demitir-me. Não coloquei nunca essa questão, porque encaro o meu mandato como sendo um mandato que leva um cunho de rigor, de objetividade e de isenção. Estou perfeitamente consciente de que há uma campanha orquestrada por parte de pessoas que não deviam. Campanha orquestrada na qual se inscrevem um conjunto alargado de pessoas que têm ou tiveram no passado responsabilidades de relevo na vida da nação”, disse.

Desde então, quer partidos quer a sociedade civil têm alertado para a necessidade da procuradora-geral da República dar explicações aos deputados, não só pela violação do segredo de Justiça com a divulgação das escutas, como para explicar a falta de resultados, até agora, na investigação da Operação Influencer que teve consequências políticas relevantes para o país. Na semana passada, Lucília Gago transmitiu ao Parlamento “a disponibilidade para aceitar o convite para a audição que aquela lhe endereçou.

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Partidos vão às reuniões do OE à espera do cenário para 2025

O Governo não informou os grupos parlamentares sobre a folga que terá para acomodar medidas da oposição. Ministro Leitão Amaro insiste que remeteu "toda a informação" necessária para negociar OE.

A primeira reunião com os partidos sobre o Orçamento do Estado para 2025 decorreu a 19 de julho. Do Governo foi uma comitiva com o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, e o ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte.

Os partidos com assento parlamentar retomam, esta terça-feira, as negociações com o Governo para o Orçamento do Estado de 2025 (OE) ainda à espera dos dados sobre o cenário macroeconómico para 2025 e a margem orçamental que o Governo definiu para acomodar medidas da oposição, uma informação que foi solicitada pelo PS há mais de um mês. Até ao final do dia desta segunda-feira, as bancadas não receberam nova documentação do Governo, confirmou o ECO junto de todos os partidos.

Regra geral, o cenário macroeconómico tem sido apresentado aos partidos nas reuniões prévias à entrega da proposta de Orçamento do Estado no Parlamento, mas numa fase mais próxima da entrega do documento, este ano a 10 de outubro próximo. Contudo, os socialistas têm feito este ano pressão para conhecer as previsões macroeconómicas com maior antecedência de forma a calcular o espaço orçamental para acomodar novas medidas. O PS e os partidos da oposição já têm, de qualquer forma, o Quadro Plurianual da despesa e o Quadro de Políticas Invariantes com impacto orçamental das principais medidas no orçamento de 2025.

Apesar das críticas do PS sobre o não envio das informações consideradas relevantes pelos socialistas, o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, garantiu, na segunda-feira, em plena véspera das reuniões, que o Governo remeteu “toda a informação solicitada” e disponível para, “no plano informativo, manter o maior esforço de transparência com os partidos, que jamais foi feito por qualquer Governo”.

Para o PS, “o Governo não enviou mais informação do que outros governos”, indicaram ao ECO fontes socialistas. “A informação enviada, na sexta-feira passada, com o Quadro Plurianual de Despesas Públicas (QPDP) decorre da lei, vem com atraso e está incompleta, porque não tem o saldo estrutural nem discrimina, nas fontes de financiamento, a parte que diz respeito à contrapartida nacional”, detalharam.

O secretário-geral do PS definiu duas linhas vermelhas para viabilizar o Orçamento: Alterações às medidas de redução do IRC e IRS Jovem apresentadas sob a forma de pedido de autorização legislativa. Se o Governo tem ou não folga para acomodar outras propostas do PS ainda vai depender do fecho de contas deste ano e de reajustes a iniciativas suas com impacto orçamental, designadamente a redução de impostos. O ECO questionou o Ministério das Finanças sobre o montante que poderá destinar a projetos de outros partidos a incluir no Orçamento do Estado e até à publicação desta notícia não recebeu qualquer resposta.

Fonte oficial do gabinete de Joaquim Miranda Sarmento adiantou, contudo, que mantém a previsão de excedente para este ano e o próximo. “Como anteriormente referido, a estimativa do Governo é de um saldo orçamental, em 2024 e 2025, entre 0,2% e 0,3% do PIB“. Se o PIB, no final deste ano, rondar os 280 mil milhões de euros, à cabeça, o Executivo tem logo uma almofada entre 560 milhões e 840 milhões de euros, respetivamente, este ano, e montantes idênticos, em 2025.

A convicção dentro do Governo é que essa almofada poderá ainda ser alargada desde que o PS se sente à mesa para conversar com o Executivo. “Se o Governo modelar as suas propostas, reduzindo o seu impacto na despesa e na receita, haverá margem orçamental”, afirmou ao ECO o vice-presidente do grupo parlamentar do PSD, Hugo Carneiro. Leitão Amaro corroborou essa tese esta segunda-feira: Isso significa relativamente a várias preocupações, visões de vários partidos incluindo sobre propostas fundamentais que o Governo já fez sobre o IRS Jovem e o IRC uma disponibilidade sincera para chegar a compromissos”.

O Governo remeteu na sexta-feira passada ao Parlamento o Quadro Plurianual de Despesas Públicas (QPDP), documento que indica os limites da despesa para quatro anos e a estimativa das fontes de financiamento da receita, e que deve integrar as Grandes Opções do Plano (GOP), entregues em abril. Após insistências dos partidos, o quadro foi disponibilizado pelas Finanças e indica as prioridades políticas do Executivo no próximo ano: trabalho e segurança social, administração interna e saúde, uma vez que são estes os programas orçamentais com a maior despesa prevista.

Os dados do QPDP não estão consolidados e integram despesa efetiva e não efetiva, pelo que as estimativas inscritas têm uma leitura limitada sobre as previsões do Governo para a despesa e receita da Administração Pública no próximo ano. Ainda assim, as Finanças esclareceram que o crescimento da despesa pública “deverá, em sede orçamental, crescer num valor próximo” de 4,1% (a projeção inscrita no documento para a Administração Central, descontando a gestão da dívida pública”.

Entre os principais indicadores, já revelados pelo Governo, destacam-se a evolução do PIB, da dívida, do saldo orçamental e da inflação. No Programa de Estabilidade, num cenário de políticas invariantes, o Governo estima um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,5% este ano e 1,9% no próximo. Após tomar posse o Executivo mostrou-se mais otimista e tem vindo a apontar para uma expansão de 2% este ano. Uma estimativa em linha com a do Banco de Portugal, mas acima próxima da perspetiva da Comissão Europeia e do Fundo Monetário Internacional, de 1,7%, e do Conselho das Finanças Públicas e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), de 1,6%.

O PAN será o primeiro partido a ser recebido e o PS o último

No dia em que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, volta a dispor de plenos poderes para dissolver o Parlamento, o Governo e os partidos políticos regressam às negociações sobre o tema que pode precisamente pôr em causa a estabilidade da Assembleia: o Orçamento do Estado para 2025 (OE2025).

É num ambiente crispado que o Governo convidou os partidos para uma segunda ronda de reuniões, mais uma vez sem a presença do primeiro-ministro, Luís Montenegro, depois da ausência nos encontros de julho por motivos de saúde. A leva desta terça-feira tem lugar no Parlamento e conta novamente com a presença do ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, do ministro da Presidência, António Leitão Amaro, e do ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte.

As reuniões arrancam às 10 horas, por ordem crescente de representação parlamentar. Isto significa que o PAN será o primeiro partido a ser recebido, às 10h, de seguida será o Livre, às 11h, e o PCP, às 12h. Após uma hora de pausa para almoço, os encontros são retomados às 14h com o BE. A IL reúne às 15h e, às 16h, é recebida uma comitiva do PS com a líder parlamentar, Alexandra Leitão, e três vice-presidentes: António Mendonça Mendes, Carlos Pereira e Marina Gonçalves. Uma vez que o primeiro-ministro não vai comparecer, o secretário-geral do PS também não estará presente.

O Governo prescindiu dos encontro com o PSD e CDS, uma vez que são os partidos que suportam o Governo e, como tal, já estão envolvidos no processo orçamental, explicou ao ECO fonte do gabinete do ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte.

O Chega já se demarcou das negociações, mas anunciou, esta segunda-feira, que irá reunir com o Executivo a fim de conhecer o cenário orçamental para 2025. Como, esta terça-feira, terminam as jornadas parlamentares do partido, em Castelo Branco, André Ventura indicou que três deputados do Chega irão sentar-se à mesa com o Governo na quarta-feira.

Sem uma maioria confortável no Parlamento, o Governo precisa ou da abstenção do PS ou do voto favorável do Chega. Tendo em conta que Ventura bateu com a porta e que, “com toda a probabilidade, votará contra”, resta a Luís Montenegro agarrar-se ao PS para ter efetivamente um Orçamento viabilizado.

A tensão entre o Executivo e os socialistas tem estado alta, levando o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a pressionar publicamente para a viabilização da proposta orçamental. “Se o Governo é minoritário, precisa de dialogar senão não passa. A oposição também não tem condições para ser maioritária também precisa de dialogar, a menos que queira que haja uma crise”, afirmou na sexta-feira passada em declarações aos jornalistas.

Paralelamente, o Chefe de Estado convocou uma reunião do Conselho de Estado para 1 de outubro “para analisar a situação económica e financeira internacional e nacional” e uma outra reunião para após a entrega do documento e que servirão para erguer pontes de entendimento entre o primeiro-ministro e o secretário-geral do PS com vista à viabilização do Orçamento do Estado para 2025.

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Lufthansa avalia TAP pelo valor mais baixo do mercado

Quanto vale a TAP? Avaliações do mercado apontam para valores muito díspares. Poderá valer até três mil milhões. Ou apenas mil milhões, que é por quanto a avaliam os alemães.

A privatização da TAP descolou nos últimos dias com a manifestação de interesse da Lufthansa junto do Governo português. Embora os alemães não tenham confirmado a oferta, em cima da mesa estará uma proposta de cerca de 200 milhões de euros por uma participação de 19% na transportadora portuguesa, segundo o jornal italiano Corriere della Serra. Ou seja, a oferta germânica avaliará a TAP em cerca de mil milhões de euros, valor que se situa na parte inferior do intervalo de avaliações que poderá ter em comparação com as outras companhias, incluindo a própria Lufthansa.

É possível calcular o valor de uma empresa comparando-a com empresas do mesmo setor, usando os chamados múltiplos. É um exercício simplista, que deixa de fora importantes variáveis, mas permite estimar valores de referência de mercado.

Alguns dos múltiplos mais usados incluem o rácio do enterprise value (capitalização bolsista+dívida) sobre o EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ou sobre as vendas.

Lufthansa, IAG e Air France-KLM – os gigantes do setor europeu e que já anunciaram publicamente que estão interessados na companhia português – estão a transacionar com múltiplo médio de 2,49: ou seja, o seu enterprise value representa cerca de 2,5 vezes o EBITDA que conseguem gerar num ano.

Tendo em conta que nos últimos quatro trimestres a TAP registou um EBITDA de 831,8 milhões de euros, chegamos ao valor de referência de 2,63 mil milhões de euros para a transportadora nacional. Que baixa para os 2,36 mil milhões se descontarmos o valor da dívida líquida da TAP (266 milhões), tendo em conta que o preço a pagar pelo comprador não incluirá a dívida.

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Considerando o enterprise value sobre as vendas, o valor da TAP baixa para cerca de 1,6 mil milhões em comparação com as “big 3”. Com base nos dados da Lufthansa e Air France-KLM, e descontando a dívida da TAP, chegamos rapidamente a um valor de cerca de mil milhões de euros (excluindo dívida), próximo daquilo que os alemães alegadamente estão a oferecer.

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Um relatório da Air Control Tower, uma empresa de research especializada na indústria, aponta que as aquisições bem-sucedidas no setor foram feitas com um rácio entre 0,1 e 0,7 vezes as vendas. Que aplicando à faturação de 4,2 mil milhões da TAP nos últimos quatro trimestres apontariam um valor entre 400 milhões e 2,9 mil milhões para a companhia portuguesa.

Mais pequenas valem mais

Yi Zhong, analista da empresa de research francesa Alphavalue, alerta que pode não ser adequado comparar a transportadora portuguesa com as três gigantes dado que “a TAP opera uma frota muito mais pequena”. No final de 2023 totalizava 98 aeronaves.

“Sugeriria incluir alguns pares europeus mais pequenos para tornar a comparação mais fiável – pode produzir uma avaliação mais estreita e precisa”, acrescenta.

Aplicando os mesmos múltiplos a companhias mais pequenas cotadas na bolsa como a grega Aegean Airlines, a finlandesa Finnair ou norueguesa Norwegian Air Shuttle, a TAP valerá mais: entre dois mil milhões de euros e 2,9 mil milhões de euros.

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Também se pode incluir nesta análise operações de fusões e aquisições no setor nos últimos meses para testar o valor potencial da TAP.

Recentemente a Aegean comprou 21% da Volotea por 50 milhões com o negócio a ter implícito múltiplos de 1,7 vezes o EBITDA e de 0,42 vezes a vendas. E quando a Lufthansa comprou 41% da ITA Airways por 325 milhões, a operação teve um múltiplo de 2,26 vezes o EBITDA.

Aplicando estes rácios aos números apresentados pela TAP, estes dois negócios no setor dariam um valor potencial à companhia aérea nacional entre os mil milhões e os 1,9 mil milhões.

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O que fica de fora?

O valor da TAP será maior ou menor consoante as potenciais sinergias que representará para o comprador, considera Yi Zhong. “Especialmente considerando a quota de mercado de 8% do TAP nas rotas europeias da América Latina”, lembra a analista.

Para a IAG, por exemplo, a aquisição da TAP permitiria uma expansão para o mercado brasileiro, beneficiando largamente da quota de mercado da transportadora nacional nas rotas da Europa para o Brasil. “Um potencial acordo permitiria que a IAG estabelecesse outra estrutura de duplo hub de Madrid/Lisboa na Península Ibérica, como o modelo que têm para o duplo hub de Londres/Dublin”, explica Zhong.

Por outro lado, as contas finais também têm de ter em conta a opinião de Bruxelas e as concessões que o comprador terá de fazer para ficar com a TAP em termos de slots ou rotas, por exemplo. “A recente saída da IAG da corrida para a aquisição da Air Europa ilustra esta dinâmica”, destaca.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 10 Setembro 2024

O dia ficará marcado pela segunda ronda das negociações para o Orçamento do Estado para 2025, da qual o Chega estará ausente. Esta terça-feira, Kamala Harris e Donald Trump debatem pela primeira vez.

O dia ficará marcado pela segunda ronda das negociações para o Orçamento do Estado para 2025, da qual o Chega estará ausente. Lá fora, primeiro frente-a-frente entre Kamala Harris e Donald Trump estará no topo da agenda.

Negociações para o OE 2025

Esta terça-feira, o Governo e os partidos da oposição reúnem-se na Assembleia da República para uma segunda ronda das negociações para o Orçamento do Estado para 2025. As reuniões serão conduzidas por Joaquim Miranda Sarmento, ministro das Finanças, e o ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte e ditarão o início de um processo que deverá culminar na aprovação do documento. O OE 2025 será entregue no Parlamento no dia 10 de outubro. De todos os partidos, só o Chega deverá ausentar-se deste encontro, estando previsto uma reunião à parte no dia 11 de setembro.

Primeiro frente-a-frente entre Kamala e Trump

Kamala Harris e Donald Trump defrontam-se esta terça-feira pela primeira vez num debate presidencial, a menos de dois meses das eleições presidenciais. O momento será um dos mais importantes desta corrida à Casa Branca desde de que Joe Biden desistiu de ser candidato pelo partido democrata. O confronto terá a duração de 90 minutos e decorrerá no National Constitution Center, em Filadélfia, com início marcado para as 21h (hora local, 2h em Lisboa).

Tribunal de Justiça da UE pronuncia-se sobre processos da Google e Apple

O mais alto tribunal da União Europeia dará esta terça-feira o seu parecer sobre dois grandes litígios que marcarão a história do bloco: um sobre as ajudas de Estado da Irlanda à Apple, no valor de 13 mil milhões de euros; e outro relativo a uma multa anti-concorrencial de 2,4 mil milhões de euros aplicada à Google por abuso de posição dominante nos motores de busca. Os acórdãos ditarão o fim do mandato da Comissária Europeia para a Concorrência, Margrethe Vestager, que iniciou o seu mandato em Bruxelas com uma mão pesada sobre as multinacionais e que deverá passar o testemunho ao próximo comissário a partir de 1 de novembro.

OCDE faz um balanço sobre a educação

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) divulga esta terça-feira uma das mais relevantes fontes de informação sobre indicadores e dados estatísticos associados a processos formais de educação e formação, e respetivos resultados (educacionais, sociais e no mercado de trabalho).

Indicadores do dia

Como costuma ser habitual, a manhã ficará marcada pela divulgação de indicadores. O Eurostat dará conta da evolução do transporte aéreo comercial referente ao mês de agosto deste ano, enquanto o Instituto Nacional de Estatística publicará o índice de volume de negócios, emprego, remuneração e horas trabalhadas nos serviços, referente ao mês de julho.

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