Privados questionam publicidade na RTP, presidente da RTP defende ajudas para os privados

A publicidade na RTP ocupou grande parte do painel dedicado ao Estado da Nação dos Media, que juntou os CEO da Media Capital, Medialivre e Impresa e o presidente da RTP.

A discussão sobre o financiamento da RTP ocupou grande parte do Estado da Nação dos Media, debate organizado pela APCD no âmbito do 33.º Congresso das Comunicações. No painel que juntou os CEO dos operadores privados e o presidente da RTP, os primeiros três defenderam o fim ou redução da publicidade na RTP, enquanto Nicolau Santos, presidente do operador público, apontou a necessidade de os poderes públicos apoiarem os operadores privados, tal como aconteceu durante a pandemia.

Vivendo o setor dos media uma “grave crise de sustentabilidade e ameaças várias que podem colocar ainda mais em causa essa sustentabilidade”, se for entendido que a informação “é fundamental e um dos pilares da democracia portuguesa, então o Estado deve apoiar o setor privado”, afirmou o presidente da RTP.

O tema do financiamento da RTP foi puxado por Nicolau Santos na sua primeira intervenção. “O financiamento da RTP, que tanto incomoda muitos analistas do setor, está congelado desde 2016 e a RTP tem uma missão de serviço público que contempla a existência de oito canais de televisão e sete canais de rádio”, lembrou.

Referindo que a publicidade representa cerca de 20 milhões do orçamento total, que “no cabo quase não tem publicidade”, Nicolau Santos defendeu que se o operador público fosse “impedido de conquistar” publicidade, “não era seguro” que os 20 milhões de euros fossem repartidos pelos restantes operadores.

Opinião diferente foi manifestada pelos operadores privados. Luís Santana, CEO da Medialivre, pela primeira vez com assento neste painel, apontou uma “unanimidade” na ideia de que não faz sentido uma entidade que tem financiamento público estar a discutir o financiamento com privados.

“Existe uma opinião unânime sobre a RTP, uma entidade que tem um financiamento público substancial estar a concorrer com canais privados. Tem de se avaliar o número de canais disponíveis no TDT, perceber se há sobreposições e redundâncias, e se o valor de financiamento não deve sofrer uma otimização dos custos”, afirmou o CEO da empresa que no próximo dia 17 de junho vai lançar o Now, um novo canal de informação.

“Fazemos o negócio dos media à imagem da realidade do mercado que temos, e não tenho visto uma otimização dos custos da RTP, ajustada a esta mesma realidade”, acrescentou.

Francisco Pedro Balsemão, CEO da Impresa, defendeu uma “redução substancial” do tempo de publicidade da RTP, referindo que o facto de poder ter também publicidade no digital “prejudica os privados”. “Desde 2016 que temos sido coerentes. Devia haver eliminação ou redução substancial do tempo de publicidade reservado à RTP, para uma concorrência mais leal, à semelhança do que se faz noutros países“, sustentou.

Pedro Morais Leitão, CEO da Media Capital, acrescentou que se é entendido que todos os canais fazem serviço público, “o financiamento devia ser repartido por todos”. “Quando discutimos as receitas de publicidade e de financiamento publico, estamos a discutir como se pagam os custos operacionais. Mas o nosso desafio para o futuro é como é que se pagam as plataformas digitais”, alertou o responsável pelo grupo que detém a TVI e a CNN Portugal.

O lançamento do novo canal de Medialivre serviu de pontapé de saída para o debate, com Luís Santana a referir que “não será a entrada de um novo canal que vai causar distúrbio” no mercado. “Se há algo que está a distorcer o mercado é a publicidade digital e as plataformas digitais que está a comer um valor desproporcionado”, ponto que recolheu a concordância de todos os presentes.

O negócio da publicidade é um negócio secundário para os novos projetos. Quem decide são os operadores, que partilham entre si o mercado de tv paga”, apontou por seu turno Pedro Morais Leitão.

“O mercado da publicidade, neste momento, não chega para ninguém. 2024 será o ano em que as plataformas digitais vão ultrapassar as televisões de sinal aberto em receitas. O mercado digital está a crescer a dois dígitos”, acrescentou o responsável da Media Capital.

O Now, recorde-se, vai ocupar a posição nove da Meo, Nos e Vodafone, que viabilizaram o projeto, surgindo a seguir à CMTV — as grelhas dos operadores são temáticas, comentou a propósito Luís Santana, apontado até a posição cinco, a da SIC Notícias, como a ideal para a CMTV, canal generalista.

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PSD desce mais o IRS do 3.º e 4.º escalões e iguala propostas de PS e Chega

O líder da bancada laranja, Hugo Soares, anunciou que o partido entregou um projeto que reduz as taxas em 0,5 pontos, mas baixa menos o imposto do 6.º escalão para não violar a norma-travão.

O grupo parlamentar do PSD comprometeu-se a reduzir ainda mais as taxas dos 3.º e 4.º escalões do IRS, isto é, de quem recebe entre 1.100 e 1.800 euros mensais, de forma a “igualar a proposta do Chega e do PS”, anunciou esta quarta-feira o líder da bancada social-democrata, Hugo Soares, durante o debate quinzenal, depois de ter sido desafiado pelo líder do Chega, André Ventura.

A proposta do Governo prevê uma diminuição da taxa do 3.º escalão, entre 11.623 e 16.472 rendimentos brutos anuais, em 0,5 pontos percentuais (p.p.), de 23% para 22,50%. Ora o projeto do PSD visa baixar mais 0,5 p.p. para 22%.

No 4º escalão, entre 16.472 e 21.750 euros anuais, o Executivo pretendia diminuir a taxa em 0,5 p.p., de 26% par 25,50%. Os sociais-democratas propõem agora recuar o imposto mais 0,5 p.p. para 25%. Desta feita, o grupo parlamentar equipara a proposta do PS e do Chega.

Como contrapartida, e para “não violar a norma-travão”, o PSD foi “ao encontro do PS e aproximou-se do 6.º escalão”, baixando menos a taxa deste intervalo de rendimentos, revelou ainda Hugo Soares. Isto significa que a taxa deste patamar de retribuições, entre 27.146 e 39.791 euros brutos anuais ou de entre 2.200 e 3.100 euros mensais, em vez de baixar 3 p.p., de 37% para 34%, deverá ter uma redução menor, de 1 p.p., para 36%, em linha com o que propõe o PS.

“Não há razões para dizer que não negociámos. Desta vez vamos ver se o Chega se chega mais ao PS ou se o PS vai dar colo ao Chega”, atirou o líder da bancada laranja. No final de debate quinzenal, o primeiro-ministro deu respaldo às palavras de Hugo Soares, afirmando que, durante a discussão, na especialidade, das várias propostas de alteração do IRS, “será a ocasião para ver se o Chega e o PS têm ou não predisposição para o diálogo político”.

“Reclamar diálogo do Governo tem de ter o reverso da medalha. Vamos aguardar com expectativa para ver se quem não rejeitou o programa do Governo se quer dar ao Governo as condições para executar a nossa política”, atirou Luís Montenegro, referindo-se quer ao Chega quer ao PS. O primeiro votou contra as duas moções de rejeição, apresentadas por PCP e BE, e o segundo absteve-se.

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Encargos com PPP caíram 8% em 2023. ANA partilha receitas pela primeira vez

A ANA - Aeroportos de Portugal partilhou as receitas com o Estado pela primeira vez, entregando 8,5 milhões de euros ao longo de 2023. 

O custo das parcerias público-privadas (PPP) para o Estado caiu 8% em 2023, para 1.224,2 milhões de euros, de acordo com o boletim trimestral publicado pela Unidade Técnica de Acompanhamento de Projetos (UTAP) este mês. O ano passado foi o primeiro em que a ANA – Aeroportos de Portugal partilhou as receitas com o Estado, tendo entregue 8,5 milhões de euros.

“Os encargos líquidos acumulados do setor público com as PPP no 4.º trimestre de 2023 ascenderam a 1.224,2 milhões de euros, valor inferior em 8% (-101,7M€) face ao período homólogo e 1% abaixo do montante orçamentado (-16,5M€)”, indica a UTAP. Os setores com mais peso nas PPP e por isso responsáveis por estas variações são o rodoviário e a saúde.

No setor rodoviário, verificou-se um decréscimo nos encargos líquidos (-58,4M€) devido ao “efeito conjunto entre a diminuição dos encargos brutos (-21,7M€) e o aumento das receitas (+36,7M€)”.

Já na saúde registou-se uma “diminuição dos encargos brutos (-36,4M€) devido à ausência de certos pagamentos efetuados no ano anterior, como o da EGEst Loures para tratamentos de VIH/SIDA, com a referida queda atenuada pelo aumento nos pagamentos contratuais do novo contrato da EGEst Cascais”.

É de recordar que as PPP na saúde têm vindo a terminar, com a exceção do Hospital de Cascais, cuja gestão passou para as mãos dos espanhóis da Ribera Salud.

Entre os vários setores das PPP, destaca-se ainda a ANA. A UTAP indica que “os pagamentos acumulados realizados pela ANA ao parceiro público ascenderam a cerca de 8,5 milhões de euros no 4.º trimestre de 2023, cujo valor é referente ao pagamento das prestações devidas ao parceiro público a título de partilha de receitas”, tendo este sido o primeiro ano em que ocorreu esta partilha.

Este valor ficou bastante acima do orçamentado, que era de apenas 291 mil euros. Este desvio das receitas face ao valor orçamentado “é justificado pelo desempenho da concessão acima do previsto”, explica a UTAP.

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BCP disponível para financiar “oportunidades” do novo aeroporto de Lisboa

CEO do banco aplaudiu decisão de se avançar com o novo aeroporto de Lisboa e adiantou que vai estar “ativo” para ajudar os clientes a tirarem partido das oportunidades.

O BCP está disponível para financiar os seus clientes “nas oportunidades” que surgirem em torno do novo aeroporto de Lisboa. O CEO do banco aplaudiu a decisão anunciada esta terça-feira pelo Governo.

“Vemos com satisfação que se tenha tomada a decisão” do novo aeroporto de Lisboa, referiu Miguel Maya esta quarta-feira, durante a conferência de apresentação dos resultados do primeiro trimestre.

O gestor adiantou que o BCP “estará ativo em apoiar os seus clientes em todas as oportunidades relacionadas” com o projeto. “Quer procurar estar com os seus clientes para tirarem partido dessas oportunidades”, adiantou.

O banco registou lucros de 234,3 milhões de euros no primeiro trimestre, uma subida de 8,4% em comparação com o mesmo período do ano passado.

O Governo aprovou na terça, em Conselho de Ministros, o Campo de Tiro de Alcochete para a localização do novo aeroporto da região de Lisboa, e ainda a Terceira Travessia do Tejo e o projeto de Alta Velocidade que irá ligar Lisboa e Madrid.

(Notícia atualizada às 18h10)

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Fábrica Favir em leilão público por mais de 1,1 milhões

  • Lusa
  • 15 Maio 2024

O leilão decorrerá nas instalações da empresa insolvente, cujo passivo integra uma unidade industrial completa e operacional de produtos metálicos, avaliada na totalidade, em 1.331.230 euros.

A fábrica de esfregões Favir Lda, que fechou em 2023, em Santa Comba Dão, no distrito de Viseu, vai a leilão público no dia 27 por mais de 1,1 milhões de euros. Segundo a leiloeira, o leilão decorrerá nas instalações da empresa insolvente, cujo passivo integra uma unidade industrial completa e operacional de produtos metálicos, avaliada na totalidade, em 1.331.230 euros.

Os ativos em venda incluem um complexo industrial com quatro pavilhões e um posto de transformação, equipamentos e maquinaria para o fabrico de produtos metálicos, concretamente rolinhos de lã de aço, palha-de-aço, esfregões de arame e os famosos esfregões saponificados.

Entre os ativos estão também o “stock e matéria-prima, mobiliário de escritório e material informático, outro mobiliário e eletrodomésticos e a marca nacional Favir”, acrescentou. A Favir Lda começou por se dedicar à produção de plásticos, mas, desde 1964, fabricava “produtos de limpeza derivados do arame de aço, produzindo, inclusive, o célebre esfregão impregnado com sabão”.

“Esta marca identitária de Santa Comba Dão diferenciava no tecido industrial local, regional, nacional e internacional”, sublinhou. A leiloeira lembrou que a Favir exportava para praticamente todos os países europeus e africanos de língua oficial portuguesa a maior parte da sua produção de esfregões desengordurantes com sabão impregnado, de lã d’aço, de palha d’aço, de esfregões galvanizados, aço inoxidável e aço níquel.

“A venda da unidade industrial completa constitui uma vantagem de investimento, uma vez que permite ao investidor dar continuidade à atividade da empresa”, frisou. Em agosto de 2023, o PSD de Santa Comba Dão lamentou o encerramento da fábrica, que deixou mais de 30 pessoas desempregadas, quase todas mulheres.

“Foi com um misto de tristeza e preocupação que assistimos ao encerramento de mais uma empresa no nosso concelho, neste caso, a Favir. Fundada em 1961, a Favir não era só uma empresa do nosso concelho. Era, igualmente, uma marca identitária de Santa Comba Dão, nacional e internacionalmente”, considerou.

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Candidato da extrema-direita à Comissão Europeia excluído dos debates

Anders Vistisen alega "censura" por ter sido excluído do próximo debate entre os candidatos à presidência da Comissão Europeia. Transmissora argumenta que ID não nomeou um 'sptizenkandidat'.

O candidato pelo Identidade e Democracia (ID) – família europeia do Chega, do Reagrupamento Nacional, de França, a Lega, de Itália, e a Alternative für Deutschland, da Alemanha – foi impedido de participar nos debates entre os spitzenkandidat à presidência da Comissão Europeia.

A decisão foi anunciada pela União Europeia de Radiodifusão (EBU, na sigla em inglês), organizadora dos debates, que justifica a decisão por o ID não ter nomeado, oficialmente, um spitzenkandidat para a corrida, embora Anders Vistisen já tinha participado num primeiro debate, no início do mês, em representação da família partidária. A decisão foi comunicada ao partido esta semana, revela a Euronews.

Consideramos que existe censura por parte das emissoras públicas europeias“, afirmou Anders Vistisen, em declarações ao Politico.

Numa carta dirigida à Presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, a direção do grupo ID afirma que as regras da EBU são “incoerentes”, uma vez que existem outros grupos partidários que apresentaram mais do que um candidato na corrida a Bruxelas. O Renew Europe (futura família partidária da Iniciativa Liberal) será representado por três candidatos – o principal será agora Sandro Gozi, em substituição de Marie-Agnes Strack-Zimmermann – enquanto os Verdes nomearam dois spitzenkandidats: Bas Eickhout e Terry Reintke.

Segundo o ID, esta realidade também “vai contra” o princípio do spitzenkandidat e por isso pediu que Metsola que interviesse e instasse a EBU a recuar da decisão, de forma a que o eurodeputado Anders Vistisen, do Partido Popular Dinamarquês, de extrema-direita, participasse no debate de 23 de maio em nome do grupo.

O ID junta-se assim ao Partido Europeu dos Conservadores e Reformistas (ECR) que rejeitou não só participar nos debates como apresentar um candidato principal à corrida a Bruxelas, por considerar o processo de candidato partidário como “inútil”, depois do sucedido em 2019.

Além da exclusão do ID, o EBU também não convidou a Aliança Livre Europeia (ALE), que reúne os partidos regionalistas e separatistas da Europa, a participar no debate por alegar que o grupo tem atualmente representação no Parlamento Europeu ao abrigo da coligação com os Verdes. De acordo com as regras, apenas um candidato de cada um dos sete grupos políticos do Parlamento Europeu pode participar no debate.

“Em coordenação com o Parlamento Europeu, a UER convidou os partidos políticos do Parlamento Europeu a nomear um candidato principal de cada um dos sete grupos políticos oficiais representados”, cita a Euronews o comunicado da EBU a que teve acesso. “Os partidos desses grupos fizeram a seleção do candidato principal. Para o Grupo dos Verdes/Aliança Livre Europeia, o candidato principal apresentado foi Terry Reintke, do partido dos Verdes Europeus”, acrescenta.

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Entrada da Digi deverá provocar “reação criativa” das operadoras, diz presidente da Anacom

Sandra Maximiano afirmou que as operadoras têm algum receio da entrada da Digi nas receitas, mas salientou que a procura por conectividade está a crescer.

A entrada da Digi no mercado de telecomunicações deverá provocar reações criativas e (saudavelmente) competitivas por partes operadoras existentes, afirmou esta quarta-feira Sandra Maximiano, presidente da Anacom.

“A dinâmica do mercado português das comunicações eletrónicas nos últimos anos tem mostrado que existe uma oferta de serviços de grande qualidade, mas que existe uma prevalência de ofertas em pacotes, cada vez mais homogéneas, levando a uma perceção de falta de concorrência no setor, o que justifica também a falta de mobilidade dos consumidores mesmo após o período de fidelização”, disse Maximiano, num discurso no 33º Congresso da APDC.

Adiantou que, com vista à promoção da concorrência, a Anacom tem promovido medidas do lado da oferta. “Destaco primeiro o reforço das condições para que as empresas possam entrar e competir ativamente no mercado”, disse. “Em breve um novo operador, a Digi, entrará no mercado português, o que levará, esperemos, a uma reação criativa e saudavelmente competitiva dos operadores”, vincou.

“Sei que existe algum receio por parte destes, sobre o impacto do novo operador nas suas receitas, mas ao contrário [do que acontece nos] media, com a redução de audiência nos media tradicionais, a procura por conectividade está em expansão”.

A Digi confirmou no início de março que vai lançar as primeiras ofertas de telecomunicações em Portugal durante este ano. A operadora de origem romena também revelou que pretende disponibilizar em simultâneo serviços fixos e móveis, nomeadamente, ofertas de fibra ótica e 5G.

A economista Sandra Maximiano, especializada na análise do comportamento dos agentes económicos, era professora associada no ISEG antes de em dezembro ter sido nomeada para suceder a João Cadete de Matos na liderança da Anacom.

(Em atualização)

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Governo propõe novo suplemento de missão para PSP e GNR entre os 521 e os 730 euros

  • Lusa
  • 15 Maio 2024

Os oficiais passariam, com esta proposta, a ter um suplemento de missão de 14% da remuneração base do comandante da GNR, que é de 5.216,23 euros.

O Governo apresentou esta quarta-feira uma nova proposta às associações socioprofissionais da GNR, de atribuição de um suplemento de missão entre os 521 e os 730 euros e o fim do atual suplemento por serviço e risco. Segundo a proposta, a que Lusa teve acesso, o novo suplemento missão tem como referência o vencimento base do comandante-geral da GNR e substitui o atual suplemento por serviço e risco nas forças de segurança.

Com esta nova proposta, os oficiais passariam a ter um suplemento de missão de 14% da remuneração base do comandante da GNR, que é de 5.216,23 euros, enquanto a percentagem para os sargentos da GNR é de 12% e para os guardas 10%. O atual suplemento pago a estas forças de segurança inclui uma componente fixa de 100 euros e uma variável de 20% do salário base.

Esta proposta está a ser apresentada na reunião que está a decorrer esta tarde entre a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, e as cinco associações socioprofissionais da GNR, seguindo-se o encontro com os sindicatos da PSP.

Na reunião de 02 de maio, o Ministério da Administração Interna tinha proposto um suplemento de missão para os elementos da PSP e da GNR de entre 365,13 e 625,94 euros.

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Emissora das Beiras comprada por grupo de comunicação social

  • Lusa
  • 15 Maio 2024

A partir de 1 de junho e até que seja feita a transição para o novo grupo de comunicação social, a rádio do concelho de Tondela, distrito de Viseu, funcionará num formato de "serviços mínimos".

A Emissora das Beiras, que emite há 85 anos a partir do Caramulo, no concelho de Tondela, vai ser comprada por um grupo de comunicação social.

A rádio, tal como a conhecemos agora, vai deixar de existir muito em breve“, referiu fonte da administração, acrescentando que, a partir de 1 de junho, deixará de ter “os serviços habituais, com locutores e jornalistas”.

A mesma fonte escusou-se a avançar informações sobre o negócio, uma vez que aguarda a publicação da deliberação da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC).

A partir de 1 de junho e até que seja feita a transição para o novo grupo de comunicação social, a rádio do concelho de Tondela, distrito de Viseu, funcionará num formato de “serviços mínimos”.

Os programas que durante décadas caracterizaram a Emissora das Beiras já não se irão ouvir, explicou a mesma fonte, acrescentando que, neste momento, a prioridade é informar os clientes e os ouvintes sobre a nova situação.

A decisão, difícil de tomar, acontece porque, na verdade, nada dura para sempre, chegando assim a hora de darmos a voz a outras pessoas e a novos projetos“, pode ler-se num comunicado colocado na página da Emissora das Beiras, que completou 85 anos na segunda-feira.

Assim, deixará de se ouvir a voz de Maria Helena Rodrigues, que chegou a esta rádio em abril de 1966, com apenas 13 anos. Começou por fazer trabalhos administrativos e arrumar os discos na discoteca até que, em janeiro de 1970, se estreou como locutora.

O marido de Maria Helena, Lopes da Rosa, que começou a dedicar-se à rádio em 1976 por carolice e depois foi seu gerente e diretor de programas, faleceu em agosto de 2023.

“Com ele, partiu também parte da alma desta rádio que foi, durante 85 anos, o orgulho de todos os beirões e que, a partir do próximo mês de junho, deverá seguir um novo rumo”, refere o comunicado.

Joaquim António Seabra foi quem deu início ao projeto radiofónico – na altura com o nome de Emissora das Beiras/Rádio Pólo Norte – em 1939, num quarto de um sanatório.

“Quando foi apanhado por essa terrível doença que era a tuberculose, veio curar-se para a estância sanatorial do Caramulo. Aqui, encontrou outras gentes ligadas à radiodifusão e foi daí que surgiu o projeto, inicialmente para entreter os doentes”, contou à agência Lusa Lopes da Rosa, no âmbito de uma reportagem realizada há dez anos.

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ERC diz que jornalismo vive um dos momentos mais críticos da sua história

  • Lusa
  • 15 Maio 2024

Na palavra de Carla Martins, membro do Conselho Regulador da ERC, o Estado tem um "papel crucial" nesta matéria, defendendo também um modelo de financiamento "equilibrado".

A Entidade Reguladora da Comunicação (ERC) afirma que o jornalismo vive um dos momentos mais críticos da sua história e defende ser prioritária a atualização dos meios legais e a adaptação da lei de imprensa.

Carla Martins, membro do Conselho Regulador da ERC, assume que o setor enfrenta “grandes dificuldades e desafios” acrescentado que a “evolução da tecnologia é acelerada” e que as entidades de comunicação social se adaptam ao “paradigma digital” a diferentes velocidades.

Acredita também que o Estado tem um “papel crucial”, defendendo um modelo de financiamento “equilibrado”, dado que os modelos de negócio tradicionais não são suficientes mediante a migração da publicidade para os meios digitais.

Segundo Carla Martins, presente no 33.º Congresso da APDC, vive-se agora um “novo ecossistema de comunicação e informação” onde as plataformas digitais lucram com o conteúdo jornalístico criado pelos órgãos de comunicação social.

A responsável da ERC diz que a “abordagem reguladora tem que assentar no diálogo” e admite que não é possível “uma regulação eficiente de costas voltadas para o setor”, acrescentando que os media “são um bem público”.

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Lucro do BCP sobe 8% para 234,3 milhões no primeiro trimestre

Escalada dos juros continua a impulsionar resultados do banco liderado por Miguel Maya. Margem financeira disparou mais de 30%. Custos também aceleraram quase 15%.

O BCP registou lucros de 234,3 milhões de euros no primeiro trimestre, o que corresponde a uma subida de 8,4% em comparação com o mesmo período do ano passado e a uma rentabilidade dos capitais próprios de 15%.

A escalada das taxas de juro continua a impulsionar os resultados do banco liderado por Miguel Maya, com a margem financeira – diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos – a subir quase 5% para 696,2 milhões de euros neste período. “Foi mais um bom trimestre do banco”, referiu o CEO na apresentação dos resultados.

Em Portugal, o resultado ascendeu a 203,5 milhões de euros, mais 18,5% em termos homólogos. O banco continua com o seu desempenho condicionado pela operação na Polónia, onde o Bank Millenium registou lucros de 29,7 milhões de euros, apesar dos encargos de 190,9 milhões de euros associados à carteira de créditos hipotecários em francos suíços (dos quais 117,42
milhões de provisões), referiu Miguel Maya. As provisões acumuladas para o caso “Frankowicze” superam os 1,6 mil milhões de euros. O banco moçambicano BIM lucrou 22,6 milhões.

Apesar da subida da margem e das comissões (+1% para 196,4 milhões de euros), o resultado operacional core baixou cerca de 1% para 584,6 milhões, em resultado de um aumento de 14,7% dos custos operacionais para 308,1 milhões de euros.

Nos outros proveitos, o banco nota que há um ano contabilizou um ganho extraordinário de 127 milhões de euros com a venda de 80% da seguradora na Polónia, ganho que já não registou este ano e que levou a uma descida de 20% do resultado bruto. Compensaram este efeito a descida dos encargos com as imparidades para crédito e com as provisões na Polónia.

Banco recupera da fuga de depósitos

Ao nível dos recursos de clientes, deu-se uma recuperação dos depósitos de clientes, depois da pressão causada pelos Certificados de Aforro há um ano. Desde março de 2023 os depósitos aumentaram mais de cinco mil milhões de euros, com o banco a guardar agora mais de 80 mil milhões. Tem menos depósitos à ordem (-5% para 44,5 mil milhões) e mais a prazo (+28,8% para 36,3 mil milhões)

Já a carteira de crédito sofreu uma redução de quase 1% para 56,82 mil milhões de euros. A contribuir para esta queda esteve a contração do stock de empréstimos às empresas para 21,78 mil milhões de euros. Habitação e empréstimos pessoais registaram aumentos.

Quanto à solvabilidade, Miguel Maya salientou que o banco apresenta uma “posição de capital muito forte e muito sólida” com um rácio de capital total superior a 20%. “Permite acomodar sem dificuldade” a reserva para riscos imobiliários que entrará em vigor em outubro, salientou o gestor.

(Notícia atualizada às 17h31)

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Trabalhadores da Valorsul em greve entre 22 e 26 de maio por melhores salários

  • Lusa
  • 15 Maio 2024

Os motivos para esta greve prendem-se, entre outras coisas, com o aumento dos salários e dos dias de férias, com a melhoria das condições de segurança e com a redução das horas de trabalho.

Os trabalhadores da Valorsul, empresa responsável pelos resíduos da região de Lisboa e Oeste, vão realizar uma greve entre os dias 22 e 26 de maio para reivindicar melhorias salariais e a redução do horário de trabalho. De acordo com o pré-aviso de greve, entregue pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Centro Sul e Regiões Autónomas, a paralisação afetará setores e infraestruturas diferentes, mediante o dia.

Os motivos para esta greve prendem-se, entre outras coisas, com o aumento dos salários e dos dias de férias, com a melhoria das condições de segurança e com a redução das horas de trabalho, segundo indicou à agência Lusa Mário Matos, da Comissão de Trabalhadores da Valorsul.

“Os motivos têm a ver com a empresa não fazer propostas que venham ao encontro daquilo que são as reivindicações dos trabalhadores. Em abril, formaram uma contraproposta que, para nós, é inaceitável, pois é uma moeda de troca”, apontou. Segundo Mário Matos, a Valorsul aceitou reduzir o horário de trabalho, “com contrapartida de os trabalhadores aceitarem abdicar de direitos inscritos no Acordo de Empresa”.

Um desses direitos, indicou o sindicalista, seria o horário de almoço estar incluído no horário de trabalho dos trabalhadores. “Para nós é inaceitável. Não aceitamos moedas de troca”, sublinhou. De acordo com a calendarização da greve, a Central de Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos (CTRSU) será a primeira a sofrer os efeitos, a partir das 00:00 do dia 22 de maio, onde serão feitas paralisações por turno.

Nos dias seguintes, a paralisação também afetará o serviço de manutenção, caracterização e recolha seletiva, o Aterro Sanitário de Mato da Cruz e Instalação de Valorização de Escórias (ASMC), o Centro Sanitário do Oeste, Triagem e Estações de Transferência, o Centro de Triagem e Ecocentro do Lumiar e a Estação de Valorização Orgânica.

A agência Lusa pediu uma reação à administração da Valorsul, mas não obteve resposta. A Valorsul, com cerca de 450 trabalhadores, é a empresa responsável pelo tratamento e valorização dos resíduos recicláveis e resíduos sólidos urbanos produzidos em 19 concelhos das regiões de Lisboa e Oeste.

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