SNS vai chamar 265 mil utentes para atualizarem dados pessoais

Inscrição ativa nos centros de saúde exige todos os dados biográficos preenchidos no SNS. Há ainda 58 mil pessoas sem contacto nos ficheiros e que só serão abordadas numa fase posterior.

Existem 323 mil utentes com informação incompleta no Registo Nacional de Utentes (RNU) do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e que, por esse motivo, estão em risco de perderem a inscrição ativa nos centros de saúde e o acesso ao médico de família.

Para evitar ao máximo que isso aconteça, mais de 80% destas pessoas serão contactadas por SMS ou email a partir desta quarta-feira, para que se desloquem a uma unidade do SNS e atualizem os seus dados pessoais. Se não o fizerem, deixam de ter inscrição ativa nos cuidados de saúde primários.

A informação foi avançada na terça-feira pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) e representa uma segunda ‘limpeza’ da base de dados do SNS, depois da que foi iniciada no ano passado pelo anterior Governo e que conduziu a quase menos 300 mil inscritos nas listas dos centros de saúde.

A atualização que arranca esta quarta-feira vai decorrer de forma diferente da anterior. Dos 323 mil utentes identificados, cerca de 265 mil pessoas (82%) com contacto telefónico ou endereço de email identificados serão contactadas, alertando-as “para a necessidade de se dirigirem às respetivas unidades de saúde e completarem a informação em falta”.

O comunicado da ACSS não explica o que acontece aos restantes 58 mil sem contactos identificados. Mas o Público avança, citando uma fonte da ACSS, que estas pessoas serão abordadas numa segunda fase, num processo mais complexo e demorado e que implicará recorrer “a juntas de freguesia”, ou, no limite, bater à porta das pessoas.

Segundo a administração central, para se manterem ativamente inscritas nas listas dos centros de saúde, é obrigatório “o preenchimento completo dos dados biográficos do utente e a apresentação de documentação de identificação e residência”. “Para cidadãos estrangeiros, é necessária a apresentação de uma autorização de residência válida, exceto para menores de idade”, acrescenta ainda a ACSS.

O organismo estatal está ainda consciente de que o processo poderá suscitar “possíveis ideias de tentativas de fraude muitas vezes associadas a contactos por SMS e email”. Numa circular, apela, por isso, “à colaboração de todas as entidades no sentido da divulgação dos materiais de comunicação” nos respetivos sites e redes sociais.

De acordo com o Público, o número total de inscrições ativas no RNU ultrapassava os 10,4 milhões em julho, estando a registar novamente uma tendência de crescimento acentuado.

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Reclamações em seguros de Vida: CA a melhor, Ageas Vida a pior

Em 2023, houve 1.054 queixas de clientes de seguros de vida, revelou a ASF. Veja o ranking da melhor para a pior entre as 14 companhias analisadas.

A seguradora CA Vida foi, no ano passado, a companhia com menos reclamações por cada 1.000 apólices de seguros de Vida temporários sem participação nos resultados, como são exemplo os seguros de vida ligados ao crédito à habitação ou ao consumo.

Os dados relativos a todo o ano de 2023 foram divulgados no Relatório de Regulação e Supervisão da Conduta de Mercado 2023, recentemente publicado pela ASF, entidade supervisora dos seguros, que apurou um rácio médio do conjunto do mercado de 0,28 reclamações por cada 1.000 pessoas seguras, considerando o universo de 1.054 reclamações para uma média anual de cerca de 3,7 milhões de pessoas seguras.

A ASF salienta ter classificado os 14 maiores operadores deste tipo de seguro, o mais comum, não incluindo companhias de pequena dimensão na comercialização deste tipo de produto.

Dimensão e bancassurance podem fazer diferença

A CA Vida, liderada por António Castanho, foi a melhor nesta análise com apenas 19 reclamações em 261 mil apólices ativas a que corresponde um rácio de 0,07. Seguem-lhe a BPI Vida e Pensões com um rácio de 0,13 em 200 mil apólices, e a Generali Tranquilidade com o mesmo rácio em 243 mil seguros ativos em média.

O grupo Ageas apresenta a Ocidental Vida no quarto lugar deste ranking, com 0,16 de rácio para 637 mil apólices, mas também tem a Ageas Vida que foi colocada em último lugar com 44 queixas nas suas 26 mil apólices, um rácio de 1,68.

Melhor que a média ficaram ainda a Fidelidade (0,18 em 916 mil apólices), Mapfre Vida (0,2 – 49 mil), MetLife (0,25 – 390 mil), GamaLife (0,25 – 404 mil) e Asisa Vida (0,28 – 35 mil).

Logo abaixo da média ficou classificada a Real Vida com 0,31 de rácio para 202 mil apólices e depois Prévoir, Liberty e Santander, para além da Ageas Vida que encerra o ranking.

A dimensão parece ajudar no rácio e entre as companhias com maiores carteiras neste tipo de seguro e o e a venda essencialmente através de bancassurance também parece baixar o nível relativo de queixas como são exemplo a CA Vida (Crédito Agrícola como parceiro principal), BPI, Ocidental (Millennium bcp), Fidelidade (Caixa Geral de Depósitos), Mapfre Vida (Bankinter) e GamaLife (Novobanco).

Veja o ranking ASF das companhias com menos reclamações em relação ao número de apólices ativas:

 

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Hoje nas notícias: Saúde, Segurança Social e não executivos

  • ECO
  • 28 Agosto 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

São 323 mil os cidadãos que não têm a informação completa no Registo Nacional de Utentes, mas, na primeira fase da atualização da base de dados do SNS, serão notificados apenas os 265 mil que têm número de telemóvel ou e-mail nos registos. São já seis os novos diretores nos 18 centros distritais da Segurança Social. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta quarta-feira.

Mais de 300 mil utentes em risco de serem retirados das listas dos centros de saúde

Arranca esta quarta-feira uma nova atualização da base de dados do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Numa primeira fase, os cidadãos com informação incompleta nos centros de saúde vão ser contactados pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) para se deslocarem às suas unidades e preencherem os dados em falta, evitando, assim, que fiquem sem médico de família. No total, 323 mil pessoas não têm os dados completos no Registo Nacional de Utentes (RNU), mas por enquanto serão notificadas as 265 mil que têm número de telemóvel ou e-mail nos registos. Os restantes 58 mil sem contactos nos ficheiros serão contactados mais tarde, o que implicará recorrer “a juntas de freguesia e, eventualmente, in extremis, ir bater à porta das pessoas”, segundo uma fonte da ACSS. O regulamento do RNU exige que os utentes tenham todos os dados biográficos preenchidos e a apresentem identificação e o registo de residência nacional.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Governo está a substituir diretores distritais da Segurança Social

Por todo o país, o Governo está a substituir diretores dos centros distritais do Instituto da Segurança Social (ISS). Até agora, foram publicadas cinco nomeações em Diário da República e pelo menos duas foram noticiadas pela imprensa local, ainda que uma delas seja uma recondução e outra seja uma nomeação por ausência prolongada. Significa que já foram substituídos seis dos 18 dirigentes dos centros distritais. Cinco dos novos nomes têm ligações claras ao PSD e os escolhidos nem sempre têm currículo na área da Segurança Social.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Não executivos passam pouco tempo nos bancos

Um estudo publicado esta semana pelo Banco de Portugal (BdP) concluiu que os administradores não executivos dos bancos dedicam, em média, 15 horas semanais e 74 dias por ano às funções que aí desempenham. Já os vogais não executivos dedicam 51,7 dias anuais ao desempenho dos seus cargos, o que corresponde a uma média de 10,5 horas semanais. O supervisor bancário fala numa “tendência de as instituições e os candidatos propostos para as funções de membro não executivo — seja em órgão de administração ou em órgão de fiscalização — subestimarem o tempo necessário ao exercício efetivo das tarefas inerentes ao cargo”.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (ligação indisponível).

Governo mantém ex-presidente da Parpública na administração da Estamo

José Realinho de Matos presidia à Parpública desde que foi nomeado em novembro do ano passado para o mandato de 2023-2025, mas, na semana passada, o Governo decidiu mudar a administração da holding do Estado que detém participações em empresas e nomear Joaquim Cadete para o lugar. No entanto, José Realinho de Matos vai manter-se como vogal do conselho de administração da Estamo, detida a 100% pela Parpública, até ao fim do mandato, que deverá acabar no final deste ano.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago).

Quatro em cada dez concelhos ganharam crianças

Portugal fechou 2023 com mais 2.296 crianças até aos 14 anos, um crescimento que se verificou em 43% do território nacional. Ao todo, 132 concelhos registaram um aumento de residentes até aos 14 anos, de acordo com as estimativas de população do Instituto Nacional de Estatística (INE). No “top 10”, tirando Porto e Torres Vedras, todos os outros integram a Área Metropolitana de Lisboa (AML), enquanto imediatamente a seguir surge Portimão e Albufeira.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago).

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O dia em direto nos mercados e na economia – 28 de agosto

  • ECO
  • 28 Agosto 2024

Ao longo desta quarta-feira, 28 de agosto, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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PortAventura World apresenta uma nova passagem de terror para a época do Halloween

  • Servimedia
  • 28 Agosto 2024

A campanha “mais assustadora” é prolongada de 21 de setembro a 10 de novembro.

O PortAventura World anunciou esta quarta-feira as datas para a temporada de Halloween de 2024, que terá início a 21 de setembro e se prolongará até 10 de novembro. No total, serão mais de 50 dias de abertura, tendo como grande novidade uma nova passagem de terror.

A nova experiência chama-se “A Lenda do Rei Canibal”, uma viagem ao ar livre localizada na atração Angkor. Ao longo de seis cenários diferentes, os visitantes serão guiados até ao templo de Angkor pela agência de viagens clandestina “Oriental Adventure Expeditions”, especializada em expedições aos locais mais perigosos e proibidos.

De acordo com o parque temático num comunicado de imprensa, um guia turístico acompanhá-los-á a este templo amaldiçoado, onde os participantes terão de ultrapassar várias provações e sustos até encontrarem a saída do Reino de Angkor e, assim, a segurança do temido Rei Canibal e do seu exército de macacos.

Entre as novidades, destaca-se ainda a apresentação de “Hysteria in Boothill”, a primeira experiência imersiva de Realidade Mista (RM) num parque temático. Esta experiência revolucionária, desenvolvida em colaboração com a Spatial Voyagers, mergulha os visitantes numa experiência paranormal única onde elementos reais e virtuais se fundem em tempo real.

Esta tecnologia permite-lhes ver o seu ambiente real completo com personagens e efeitos virtuais. Para além disso, “Hysteria in Boothill” decorre num espaço de 200 metros quadrados totalmente temático, onde os participantes encontrarão várias salas ambientadas numa antiga casa de faroeste.

De acordo com o diretor-geral do PortAventura World, David García, “temos o prazer de anunciar uma temporada de Halloween ainda mais impressionante, consolidando esta festividade como um pilar fundamental na nossa estratégia de dessazonalização e de atração de novos segmentos de clientes”.

García também destacou o seu compromisso de oferecer ao público “um equilíbrio perfeito entre a inovação e a continuidade de espetáculos e passagens que se somam a todas as nossas atrações emblemáticas, garantindo assim uma temporada inesquecível e cheia de emoções para toda a família”.

O cartaz de espectáculos desta temporada inclui “Fábrica de Halloween”, “Frenesi de Sangue do Oeste”, “Horror no Lago” e “Dia dos Mortos”. Trick-or-Treat”, a primeira atração de Halloween para crianças, também estará disponível, juntamente com a zona de susto ‘The Emperor’s Curse’. Quanto às atracções de terror, destacam-se “La Isla Maldita”, “REC Experience” e “La Muerte Viva”.

 

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Política de transferências para o fundo de reserva da Segurança Social “em análise” pelo Governo

A "almofada" da Segurança Social passou a ter em julho recursos suficientes para pagar dois anos de pensões. O Governo admite agora que a política de transferências está "em análise".

A política de transferências para o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS), a reserva que assegurará o pagamento das pensões quando o sistema ficar deficitário, está “em análise” pelo Governo e será apreciada em conjunto por todo o Executivo, revelou ao ECO fonte oficial da tutela.

Em julho, o FEFSS passou a dispor de recursos suficientes para pagar as pensões durante dois anos, tendo por referência o ano de 2023, existindo, doravante, interpretações diferentes do que diz a lei sobre a obrigatoriedade, ou falta dela, de se fazerem algumas ou todas as transferências para o fundo. Desde a sua constituição em 1989 que o Estado já transferiu para este mealheiro uma soma equivalente a cerca de 24 mil milhões de euros.

À luz deste marco histórico, que nunca antes tinha sido atingido pelo fundo, o ECO contactou o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social para saber se o Governo pretende mexer na política de transferências para o FEFSS, visto que já foi alcançada a meta de recursos suficientes para o pagamento das pensões durante dois anos, como surge referido na lei de bases da Segurança Social e no regulamento do fundo. A resposta da tutela não afasta eventuais alterações no futuro.

Quando questionada sobre “se o Governo prevê fazer alguma alteração na política de transferências para o fundo que tem vindo a ser seguida até aqui”, fonte oficial diz que “o assunto está em análise”.

“Trata-se de uma questão de políticas públicas que tem de ser apreciada transversalmente pelo Governo”, assumiu o gabinete da ministra Maria do Rosário Palma Ramalho, sem dar mais detalhes.

O assunto está em análise. Trata-se de uma questão de políticas públicas que tem de ser apreciada transversalmente pelo Governo.

Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social

Fonte oficial

A notícia de que o FEFSS passou a ter em julho recursos suficientes para pagar dois anos de pensões foi avançada a 21 de agosto pelo Jornal de Negócios. Fonte da tutela disse ao jornal que, nesse mês, “em julho de 2024, pela primeira vez, o FEFSS dá cumprimento ao estabelecido no artigo 91.º da Lei de Bases da Segurança Social, assegurando a cobertura das despesas previsíveis com pensões por um período mínimo de dois anos”.

A meta foi alcançada na sequência de uma valorização de 800 milhões de euros do património do fundo entre junho e julho, com o valor do portefólio a atingir 34,675 milhões de euros no final do sétimo mês do ano. Nesse mês, as transferências “foram marginais”, de acordo com a mesma publicação.

A partir daqui, a lei não é totalmente clara sobre se há uma obrigatoriedade de continuar a fazer todas ou algumas das transferências para o fundo, como notou em março o Conselho das Finanças Públicas (CFP), falando em “resultados algo incongruentes” do disposto nos vários instrumentos legislativos e na regulamentação em vigor.

Em primeiro lugar, a lei de bases da Segurança Social determina, no artigo 91.º, que reverte para o fundo uma parcela entre dois a quatro pontos percentuais do valor percentual correspondente às quotizações dos trabalhadores por conta de outrem, “até que aquele fundo assegure a cobertura das despesas previsíveis com pensões, por um período mínimo de dois anos”, salvo anos em que a conjuntura económica seja desfavorável.

Depois, o decreto-lei de 2007 que estabelece o quadro do financiamento do sistema de Segurança Social refere que o sistema “deve garantir, através de reservas acumuladas no FEFSS, um montante equivalente ao pagamento de pensões aos beneficiários por um período mínimo de dois anos”, explica o CFP. Já no regulamento do fundo surge determinado, de acordo com o Conselho, que se pretende “efetuar transferências para o FEFSS até que este fundo assegure a cobertura das despesas previsíveis com pensões, por um período mínimo de dois anos”.

Todavia, “se se olhar para o Relatório de Sustentabilidade da Segurança Social que é anualmente apresentado em anexo à proposta de lei do OE, o que se vê é que o decisor (o Governo) vai transferindo os saldos existentes previstos e não baliza as transferências com este objetivo, nem para a acumulação nem para a sua utilização. Ou seja, este objetivo ‘dos dois anos em pensões’ atualmente, na prática, não tem consequências”, ressalvou o CFP em março.

Conforme noticiou o ECO em julho, mais de 70% do património do FEFSS é constituído por transferências de capital feitas desde 1989 e menos de 30% foi gerado pela gestão do fundo, cuja equipa é atualmente liderada por José Vidrago.

Nos últimos anos, a base de financiamento do fundo tem-se alargado. Desde 2017 que lhe é afeta a receita anual do Adicional ao Imposto Municipal sobre Imóveis (AIMI), deduzida dos encargos de cobrança. A partir de 2018, passou a receber também uma parcela da receita de IRC. Em 2020, a receita do novo adicional de solidariedade sobre o setor bancário foi inteiramente consignada ao FEFSS. A partir de 2022, passou ainda a ser transferida para o fundo a receita do IRS correspondente ao englobamento obrigatório dos rendimentos de mais-valias mobiliárias, segundo o CFP.

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IA utilizada pela primeira vez para visualizar a carga emocional dos doentes com leucemia e do seu ambiente

  • Servimedia
  • 28 Agosto 2024

“Palavras que quebram fronteiras”, a primeira campanha criada para sensibilizar e quebrar as fronteiras emocionais que o cancro gera entre as pessoas e contribuir para o seu bem-estar mental.

Trata-se de uma iniciativa inédita que, pela primeira vez, coloca a inovação tecnológica, nomeadamente a Inteligência Artificial de ponta, ao serviço das pessoas para incentivar uma comunicação aberta e positiva entre os doentes com leucemia linfocítica crónica, as suas famílias e amigos, quebrando os tabus tradicionais gerados em torno do diagnóstico de cancro.

Esta doença é uma forma de cancro do sangue caracterizada por um excesso de glóbulos brancos chamados linfócitos, que se acumulam no sangue, nos tecidos e nos gânglios linfáticos. Embora não tenha cura, os avanços no tratamento permitiram grandes progressos num curto espaço de tempo. Só em Espanha, são diagnosticados anualmente entre quatro e cinco casos por cada 100.000 habitantes, o que se traduz em quase 3.000 novos casos por ano.

A prevalência é especialmente significativa nas zonas onde a população é mais idosa, uma vez que é diagnosticada por volta dos 70 anos. De facto, atualmente, 30% das leucemias em Espanha correspondem a esta doença, que é a mais comum nos países ocidentais.

De acordo com dados da Associação Espanhola de Pessoas Afetadas por Linfoma, Mieloma e Leucemia (AEAL), mais de 20% das pessoas afetadas por LLC podem sentir ansiedade e depressão e admitem um impacto considerável do diagnóstico na sua qualidade de vida. No entanto, a falta de informação sobre os cancros hematológicos torna muitas vezes os doentes invisíveis e dificulta a expressão de emoções sobre a doença por parte das pessoas que os rodeiam.

Esta é a realidade que levou a BeiGene, empresa global dedicada à oncologia, e a AEAL a lançar esta iniciativa. “Promover campanhas de conhecimento e sensibilização é importante para que a sociedade possa tomar consciência, em primeiro lugar, do que pensa o doente e, em segundo lugar, e também muito importante, do que pensam os cuidadores, que por vezes não se atrevem a falar com o próprio doente”, afirmou o diretor da AEAL, Marcos Martínez. “Embora por vezes as palavras não sejam necessárias, a relação entre eles é importante, para que possam exprimir livremente o que pensam e o que sentem em cada momento da doença.

Cristina García Medinilla, CEO da BeiGene Espanha e Portugal, afirmou que “o objetivo da campanha é ligar os doentes aos seus entes queridos através da inteligência artificial”. “Quando um doente é diagnosticado com LLC, a parte física é muito bem coberta pelos seus profissionais de saúde, que o acompanharão durante toda a fase de diagnóstico e tratamento. Mas o lado emocional é o mais negligenciado e nós, que colocamos sempre o doente em primeiro lugar em tudo o que fazemos, também queremos abordar este aspeto que é muito importante para eles e também para os seus entes queridos”.

QUEBRAR FRONTEIRAS

Palavras que derrubam fronteiras” centra-se em três casos de LLC. Para levar a cabo a campanha, foi utilizado um software de reconhecimento facial de última geração, capaz de analisar em tempo real as expressões dos entes queridos de três doentes quando são submetidos a estímulos da sua relação com eles (vídeos, fotografias, memórias…).

A informação recolhida foi processada por um especialista em IA, que utilizou esta tecnologia para gerar três cartas personalizadas que refletem os sentimentos mais profundos e sinceros que os entes queridos não conseguem exprimir. O encerramento da campanha é feito pelos protagonistas, que partilham a leitura destas cartas, que exprimem o que os familiares sentem pelos seus entes queridos, criando um momento especial e único entre eles.

A campanha deixa claro que a inovação e a tecnologia não só ajudam a salvar vidas, como também podem melhorar a saúde mental e o bem-estar emocional das pessoas.

A psico-oncologista e coordenadora do departamento de psico-oncologia do Grupo Espanhol de Doentes Oncológicos, Isabel López, colaborou no projeto e considera que “enfrentar o diagnóstico de leucemia linfocítica crónica pode ser muito difícil porque, normalmente, ouvir o termo leucemia gera muito medo e, além disso, neste caso, é uma doença que não tem cura”.

Neste sentido, explicou como “a comunicação entre o doente e a família é essencial, pois permite que ambos expressem as suas necessidades, as suas dificuldades, as suas emoções e como se estão a sentir em relação ao processo”.

Todas as histórias da campanha são inspiradas em casos reais do programa “Conectados” da AEAL, que há mais de sete anos presta apoio integral a familiares, cuidadores e doentes afetados pela LLC, com enfoque na assistência psicológica.

ACOMPANHAR O DOENTE

A iniciativa contou com a participação dos especialistas Raúl Córdoba, coordenador da Unidade de Linfoma do Serviço de Hematologia do Hospital Universitário Fundación Jiménez Díaz, e Lucrecia Yáñez, do Serviço de Hematologia do Hospital Universitário Marqués de Valdecilla em Santander, dois reconhecidos hematologistas espanhóis.

Relativamente ao diagnóstico, a Dra. Córdoba afirma que “quando diagnosticamos uma doença como a LLC, o doente pensa que é a única pessoa no mundo que sofre desta doença e, por vezes, parece que o mundo pára”. “É importante fazer-lhes ver que é uma doença que existe, que há especialistas formados para tratar os doentes individualmente e, desta forma, gerar um sentido de comunidade.

Por seu lado, a Dra. Yáñez salienta que “do ponto de vista médico, é importante estar disponível para resolver todas as dúvidas e oferecer o apoio de outras pessoas ou de associações de doentes nas quais há pessoas que passaram ou têm esta doença e conhecem perfeitamente o processo”. “Para além disso, estas pessoas e associações disponibilizam ferramentas que podem ajudar os doentes a lidar muito melhor com a carga emocional desta doença hematológica”.

Estes dois hematologistas, reconhecidos pelo seu envolvimento com os doentes, partilham a importância de melhorar o bem-estar emocional dos doentes e dos seus entes queridos. O Dr. Yáñez sublinhou que “promover campanhas de informação é essencial e primordial para compreender melhor estas doenças hematológicas; e, para além de lhes dar visibilidade, fornecer ferramentas úteis ao doente irá ajudá-lo a lidar muito melhor com a carga emocional”.

Por último, a Dra. Córdoba salientou que “não devemos tratar todos da mesma forma e devemos perguntar ao doente como quer que tratemos a informação na consulta, no futuro, com ele e com o seu ambiente”. “O apoio é importante, mas sobretudo se o doente o pedir e precisar dele, porque nem todos têm as mesmas necessidades.

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Emilio Sánchez Vicario recorda os tempos de Murray na sua academia e elogia o seu legado, esforço e resiliência

  • Servimedia
  • 28 Agosto 2024

Emilio Sánchez Vicario destacou o legado de Andy Murray, um jogador que anunciou a sua retirada do ténis profissional nos últimos Jogos Olímpicos de Paris e que treinou na Academia Emilio Sánchez.

Num artigo publicado no blogue da conceituada academia, Sánchez Vicario descreve-o como “um exemplo, um espelho, um guia e uma ilusão para os miúdos que sabem que, se trabalharem arduamente, tornam-se tenistas e podem alcançar os seus sonhos, tal como o fez”.

O fundador da academia recorda os primeiros passos de Murray no centro e como rapidamente se convenceu de que o podiam ajudar e crescer juntos. “Aprendeste a ser resiliente, diferente, um lutador incansável, profissional, humilde e, acima de tudo, um defensor de causas perdidas, fazendo sempre a diferença com pequenos pormenores. Ver-te competir, seguir-te durante todos estes 20 anos encheu-me de inspiração, pois todos os esforços teus, da tua mãe e da nossa academia de ténis se refletiram nesses momentos de sucesso”, acrescentou Sánchez Vicario.

O tenista acredita que Murray é o número um em dar mais do que pode dar, recuperando de situações complexas devido a lesões, voltando sempre a competir ao mais alto nível.

No blogue, recorda quando, há dois anos, Andy Murray voltou a passar pela academia e foi homenageado com um campo com o seu nome: “E mais, ganhaste o título de aluno que chegou ao topo, a ser o número um do mundo, e que fez a diferença ao alcançar marcos incríveis”, diz Sánchez Vicario.

“Manteremos sempre viva a tua história, que é também a nossa. Obrigado Andy, quando quiseres, esta continua a ser a tua casa”, conclui o fundador da Academia Emilio Sánchez que, com 25 anos de experiência, se tornou uma academia de referência internacional, onde se formaram vencedores do Grand Slam e alunos com carreiras universitárias brilhantes.

 

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#26 As férias de António Lagartixo. Inteligência Artificial na pausa e na rentrée

  • ECO
  • 28 Agosto 2024

Na mala leva um livro sobre Inteligência Artificial e mercados de capitais. No regresso deverão ser os temas geopolíticos a dominar a atenção, nomeadamente guerras e eleições.

  • Ao longo do mês de agosto, o ECO vai publicar a rubrica “Férias dos CEO”, onde questiona os gestores portugueses sobre como passam este momento de descanso e o que os espera no regresso.

O CEO da Deloitte Portugal aproveita o tempo de qualidade que as férias proporcionam para refletir sobre temas estratégicos. Mantém contacto com algumas equipas, mas tenta limitar ao máximo. No regresso ao trabalho, o foco irá estar alinhado com os dos clientes, com destaque para a geopolítica.

Que livros, séries e podcasts vai levar na bagagem e porquê?

O livro que ando a tentar ler é o “Artificial Intelligence for Capital Markets” de Syed Hasan Jafar. Confesso que não levo nenhum podcast específico para ouvir.

Desliga totalmente ou mantém contacto com as equipas durante as férias?

Mantenho contacto com algumas equipas que têm em curso assuntos com eventos relevantes neste período, tentando limitar ao máximo esses contactos a assuntos realmente importantes.

As férias são um momento para refletir sobre decisões estratégicas ou da carreira pessoal?

Nas férias acabamos por ter algum tempo de qualidade que nos permite refletir sobre assuntos mais estratégicos ou de médio/ longo prazo, não sendo obviamente a única altura em que reflito sobre esses temas.

Que temas vão marcar o seu setor na rentrée?

No nosso setor (que acaba por abarcar diversas áreas de atividade), os temas relevantes acabam por ser os temas que possam influenciar os setores de atividade dos nossos clientes, pois será isso que poderá influenciar a existência de mais, ou menos, projetos e trabalhos nas áreas consultoria e auditoria.
Mas de maneira geral, teremos como fatores muito relevantes, o aumento da instabilidade geopolítica, nomeadamente na Ucrânia e Médio Oriente, as eleições norte americanas e a evolução que existir ao nível da aplicabilidade da inteligência artificial nos diversos setores e processos da empresas.

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Eólicas portuguesas para autoconsumo começam “a girar” em setembro

A WindCredible, uma startup portuguesa, vai iniciar em setembro uma fase piloto das suas eólicas para autoconsumo junto de grandes empresas, como a Nestlé e a Galp.

A Windcredible vai pôr a girar, num edifício da Nestlé em Portugal, uma eólica diferente: é mais pequena e destina-se especificamente ao autoconsumo. Até ao final do ano, outras dez estarão a girar em várias empresas, a testar diferentes desenhos, para perceber qual é o melhor modelo para escalar. O objetivo é produzir 50 turbinas em 2025.

Foi nas oficinas da Guarda Nacional Republicana, na Pontinha, que começaram a ser desenvolvidas as eólicas para autoconsumo que agora vão ser testadas na Nestlé, mas também, em breve, em empresas como a EDP, Galp e Prio.

O fundador da WindCredible, Filipe Reina Fernandes, capitão na unidade de intervenção da GNR, tinha como função reduzir os custos da eletricidade da sua unidade. Em parceria com António Santos, cabo especializado em eletrónica e transmissões, começou a experimentar ao fim de semana a construção de turbinas “muito arcaicas”, descreve, com material reaproveitado.

Entre experiências, foram apresentados àquele que veio a tornar-se seu sócio, Nelson Batista, especialista em aerodinâmica. “Juntou-se a nós e aportou muito conhecimento”, afirma Reina Fernandes que, apesar de não ter formação em engenharia, se considera um “engenheiro por solidariedade”. Sempre conviveu com esta realidade através do pai, que ensinava metalomecânica numa escola secundária do norte do país. Marvim Fernandes, o pai de Filipe Reina, acabou por também se juntar ao projeto. Depois de várias experiências, que decorriam desde o verão de 2022, em 2023 a empresa abriu atividade.

Esta é a turbina que vai ser instalada na Nestlé. O registo fotográfico foi captado durante um teste prévio feito no topo de um prédio, no qual a energia eólica alimentou as áreas comuns.

A nossa proposta de valor é um produto com muita tecnologia, que seja robusto, com pouca manutenção, com uma componente de software que permita boa gestão do equipamento, permitindo perceber realmente o que está a ser produzido”, explica o fundador, em declarações ao ECO/Capital Verde.

Apesar de estar a trabalhar três segmentos de negócio em simultâneo, a “aposta principal” da WindCredible é mesmo o modelo “urban” [urbano], vocacionado para o autoconsumo. São eólicas de 1 a 3 quilowatts de capacidade, com cerca de 2 metros e meio de altura e 125 quilos. Assim, apesar de o objetivo ser instalar estas eólicas em ambiente urbano ou empresarial, “não é qualquer telhado que aguenta”, explica o fundador. Têm de ser feitos estudos de engenharia para o assegurar. Se os telhados não forem robustos o suficiente, podem ser “plantadas” no solo, com uma pequena fundação e um poste a suportarem as pás.

Filipe Reina Fernandes, entre as pás de uma turbina do segmento “nano”.Hugo Amaral/ECO

As pás são muito diferentes do habitual “moinho” que se avista no alto dos parques eólicos tradicionais. Formam uma espécie de espiral, fabricada em fibra de vidro em Vila Franca de Xira, na Xiraplás. Contêm ainda componentes metálicos, oriundos da Póvoa do Varzim, enquanto a parte elétrica é importada da China. “Queremos ter um fornecedor mais próximo ou vir a desenvolvê-las”, partilha o gestor.

O caminho, acredita a WindCredible, é usar estas eólicas em complementaridade com o autoconsumo solar. A empresa calcula que seja possível uma poupança de 350 euros anuais unicamente com a instalação destas turbinas, sem contar com o eventual complemento da solução solar. Neste momento, o retorno para o investimento por parte do cliente está estimado entre os cinco e os 11 anos, mas o objetivo é baixar o intervalo para entre os três e os sete anos. As cidades do litoral são aquelas onde se esperam melhores resultados.

Para já, a empresa está a avançar com três versões diferentes do modelo urbano, que deverão ser trabalhadas ao longo dos próximos meses, enquanto decorrem os respetivos testes piloto. Os empreendedores querem identificar a melhor morfologia, os melhores componentes e ainda otimizar a cadeia de produção. A Nestlé é a primeira empresa a receber um protótipo, e em setembro a instalação deverá estar concluída. A turbina vai erguer-se ser na cobertura do restaurante. Foi feito um estudo para aferir a resistência do local e criada uma base de apoio onde será instalado o poste e a turbina.

As restantes nove eólicas que serão testadas deverão ser distribuídas até ao final do ano por clientes tão diferentes como a Galp, EDP, Prio, Allprocare e Porto de Lisboa. A duração prevista para os testes é de um ano, para perceber o desempenho ao longo das diferentes estações. “Algumas destas empresas têm projetos de inovação colaborativa, procuram trabalhar com startups. O objetivo é apresentar a inovação e procurar um caminho conjunto”, explica Filipe Reina, garantindo que “em Portugal não há outra empresa a produzir turbinas desta escala”.

"Se nós não conseguirmos entregar, alguém o irá fazer. Tem de se desenvolver isto com alguma celeridade e colocar no mercado o quanto antes.”

Filipe Reina Fernandes

Cofundador da WindCredible

Já no panorama europeu avistam-se potenciais concorrentes. “Existem outras empresas que estão a desenvolver este tipo de tecnologia. Não há nenhuma com repercussão mundial, mas é uma questão de tempo. Se nós não conseguirmos entregar, alguém o irá fazer. Tem de se desenvolver isto com alguma celeridade e colocá-la no mercado o quanto antes”, assevera.

A comercialização está planeada para 2025, à escala de 50 turbinas. Nessa fase, a WindCredible espera contar com distribuidores de soluções de autoconsumo que integrem estas turbinas nas respetivas soluções, permitindo que parte das 50 novas turbinas cheguem às casas dos portugueses. Mas está tudo dependente dos resultados dos pilotos.

Para completar a próxima etapa, o fundador espera angariar um financiamento de 2 milhões de euros, junto de entidades focadas em capital de risco, uma quantia que se junta aos 300.000 euros que sustentaram, até agora, o projeto. Até agora, a lista de invesidores é composta pelo investidor-anjo Simão Calado, a Portugal Ventures e a Techstars. O modelo urbano de eólica deverá absorver um terço do novo financiamento, cabendo outro terço a um modelo mais potente, o farm (apresentado abaixo), enquanto o restante destina-se aos recursos humanos. A equipa para já conta com cinco pessoas, mas quer acrescentar perfis técnicos especializados em áreas com o a eletrónica de potência, estruturas, mecânica e aeroespacial.

Das caravanas aos parques eólicos offshore

A empresa quer avançar em três frentes: o já falado segmento urbano, mas também o “nano” e o “farm”. O modelo urbano é de dimensão intermédia, enquanto o nano fica abaixo desta fasquia, servindo consumos tão pequenos como os de uma caravana ou pequenas casas modulares – tem uma potência de 500 watts. Há um cliente, precisamente fabricante de casas modulares, já interessado nem receber esta tecnologia. Mas este segmento “não é o foco de momento”. Já foram produzidas três turbinas e também vão iniciar-se os testes “mas em segundo plano”, comparativamente ao desenvolvimento do modelo urbano. “Quanto mais pequeno o equipamento mais difícil o breakeven, a escala é fundamental”, explica Filipe Reina.

Sobre o modelo “farm”, que tem maior capacidade e adequa-se mais à implementação em parques eólicos, numa lógica de complementaridade com as eólicas tradicionais, afastados das cidades. E são turbinas que podem chegar a “plantar-se” nos parques eólicos offshore. Mas este tipo de aplicação vai exigir mais estudos, esclarece o fundador. A ideia é alimentar unidades de aquacultura, culturas de algas marinhas ou carregamento de embarcações elétricas, anexos à produção de energia eólica offshore.

As eólicas farm deverão ter cerca de 50 metros de altura, bastante menos – cerca de um terço – da altura das eólicas de maior capacidade existentes no mercado. “São uns monstros comparados com as nossas”, afirma o fundador da Windcredible. Uma vez que as turbinas da startup conseguem produzir energia com vento que sopre a velocidades inferiores, podem ser um bom complemento às tradicionais. E têm outras vantagens: a produção de menos ruído e menos necessidade de manutenção, já que dispensam algumas das componentes das turbinas tradicionais. Deverão por isso ter menos impacto em termos ambientais, em particular na fauna.

Neste segmento, adianta Filipe Reina, os maiores concorrentes são empresas dos países nórdicos, que já estão a trabalhar com o mesmo tipo de tecnologia. Este segmento é contudo o que está menos avançado, ainda em fase de desenvolvimento.

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55% dos estágios apoiados pelo IEFP terminam em contratos de trabalho

Em três anos e meio, foram apoiados mais de 71 mil estágios pelo IEFP, dos quais 55% terminaram com contratos de trabalho. Balanço é avançado ao ECO, no mês em que o Governo decidiu rever o programa.

Um “passeio” rápido pelas páginas que agregam as ofertas de emprego disponíveis em Portugal deixa perceber que há várias oportunidades de estágios. Mas já se perguntou quantas delas acabam em contratações? Os dados avançados ao ECO pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) mostram que 55% dos estágios apoiados desde 2021 resultaram em contratos de trabalho. Em causa estão mais de 39 mil trabalhadores em três anos e meio.

“Considerando o número de estágios concluídos no âmbito do programa Ativar.pt, em média, 55% dos estagiários são contratados pela entidade logo após a conclusão do estágio, o que corresponde a 39.088 estagiários colocados na mesma entidade de realização do estágio, face a um total de 71.499 estágios concluídos. Estes são dados de 2021 ao primeiro semestre de 2024″, adianta fonte oficial do IEFP, numa resposta enviada ao ECO.

Ativar.pt em números (de 2021 a junho de 2024)
71.499 estágios apoiados concluídos
39.088 estagiários colocados na mesma entidade de realização do estágio

O programa Ativar.pt, convém explicar, foi criada pelo Governo anterior em substituição do programa de estágios profissionais até aí em vigor, com o objetivo de promover a criação de postos de trabalho.

Ao abrigo deste programa, têm sido apoiados estágios com a duração de nove meses, estando prevista a atribuição de uma bolsa que varia em função do nível de qualificações do estagiário (entre 662 euros e 1.273 euros).

Além disso, as entidades empregadoras que, após este programa, celebrem um contrato sem termo com o estagiário têm tido direito a um prémio equivalente a duas vezes a retribuição base mensal oferecida ao novo trabalhador, até ao limite de 2.546,30 euros.

Desde 2021, 17.064 contratos de trabalho mereceram este prémio, de acordo com o IEFP. Ou seja, ainda que o instituto indique ao ECO que não tem dados sobre o tipo de contrato oferecido aos estagiários que foram integrados nas empresas após o estágio, este número de contratos “premiados” permite perceber que, pelo menos, 44% foram vínculos permanentes.

Foram apoiados 17.064 contratos no âmbito do Prémio ao Emprego, destinado às entidades que celebrem com o estagiário um contrato de trabalho sem termo, no prazo máximo de 20 dias úteis a contar da data de conclusão do estágio.

Fonte oficial do IEFP

Quanto aos setores onde mais estágios foram convertidos em contratos de trabalho, as atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares destacam-se, com 9.478 colocados na entidade após o fim do estágio. É o corresponde a quase um quarto de todos os estágios apoiados que terminaram em contratos.

No topo da tabela, estão também o setor do comércio (por grosso e a retalho, reparação de veículos automóveis e motociclos), com 5.747 colocados (o correspondente a 14,7% dos estágios convertidos em contratos), as atividades de informação e comunicação, com 5.345 colocados (13,7%), e as indústrias transformadoras, com 4.927 colocados (12,6%).

Já na educação pouco mais de mil estágios transformaram-se em contratos de trabalho, como mostra a tabela abaixo, que foi enviada pelo IEFP ao ECO.

Estes dados são particularmente pertinentes, considerando que recentemente, para estimular o emprego jovem, o Governo aprovou uma reformulação dos programas de apoio aos estágios.

Nas palavras da ministra do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho, “contrariamente ao que sucedia“, os apoios aos estágios profissionais passam a ser dirigidos a jovens que têm, pelo menos, o ensino secundário ou pós-secundário concluído.

“Significa que a medida é mais estreita do ponto de vida do âmbito da aplicação, mas é também mais eficaz”, explicou a governante. Além disso, passam a ser apoiados estágios com a duração de seis meses, e não de nove meses como até aqui.

E para os jovens “mais talentosos, que costumam ‘fugir’ do país à procura de melhores condições de vida e de trabalho”, passa a estar disponível uma bolsa que cobrirá 65% do valor dos estágios profissionais com duração de seis meses, com os seguintes montantes: 1.120 euros para licenciados, 1.222 euros para mestrados e 1.324 euros para doutorados.

Tais valores representam um reforço de cerca de 100 euros face ao que estava em vigor com o já referido Ativar.pt (hoje os licenciados recebem 1.018,52 euros, os mestrados 1.120,37 euros e os doutorados 1.273,15 euros).

O desemprego registado no mercado de trabalho global tem estado próximo de mínimos históricos, mas no que diz respeito aos jovens há motivos para preocupação, conforme já realçou a ministra do Trabalho.

Hoje os estágios estão muito voltados para o ensino superior. Grande parte dos apoios está a ser canalizada para jovens já com o ensino superior. Provavelmente, teremos de ser mais abrangentes.

João Cerejeira

Professor da Universidade do Minho

Os economistas ouvidos pelo ECO tinham recomendado, perante este cenário, nomeadamente, um reforço dos estágios, mas no sentido inverso do escolhido pelo Governo. Os especialistas apelaram a que o foco dos estágios fosse alargado, em vez de se centrar tanto nos jovens com qualificações superiores. Isto de modo a não deixar para trás aqueles que não prosseguem estudo.

Estágios são porta de entrada nas empresas

Com ou sem apoio do IEFP, os estágios não são uma novidade para as empresas portuguesas, sendo cada vez mais vistos comum uma forma de atrair talento, numa altura em que escasseiam mãos. Há quem se queixe, contudo, dos prazos de resposta do IEFP, preferindo dispensar os apoios já mencionados.

Por exemplo, a MC (dona do Continente) já vai na 39.ª edição do seu programa de estágios profissionais, explica fonte oficial ao ECO. A retalhista oferece também estágios curriculares ao longo do ano, para aproximar os alunos do mundo do trabalho. E dispõe ainda de um programa mais virado para os meses do verão.

“Todos os nossos programas para trainees têm uma bolsa associada. O valor dependerá sempre da sua tipologia”, detalha a MC, que diz “não estar dependente de apoios externos como os do IEFP“, mas admite que, sempre que possível, “estabelece parcerias”.

Quanto à conversão dos estágios em contratos, fonte oficial atira: “todos os nossos programas são perspetivados como porta de entrada para as gerações mais jovens, e são diversos os casos em que os nossos trainees preenchem lugares nas equipas da MC”.

Noutro setor, a Mota-Engil vai mais longe: “uma parte importante dos estagiários que integraram a primeira edição do programa (ou seja, há 15 anos) assumem hoje posições de direção de topo, de gestão de áreas ou contratos de complexidade elevada”, adianta Luís Monteiro, diretor corporativo de recursos humanos da construtora.

No caso desta empresa, o programa de estágios arrancou em 2009 e irá para a sua 11.ª edição já em outubro. Em média, são disponibilizadas 200 vagas por ano, sendo que este ano estão abertos cerca de 270 lugares, conforme já escreveu o ECO.

Desses estágios, cerca de 90% terminam em contratos de trabalho, assinala o responsável, que adianta que a Mota-Engil recorre ao apoio do IEFP “sempre que é exequível”. “No entanto, dada a amplitude do programa, timings de resposta e requisitos definidos pelo IEFP, nem sempre tem sido possível recorrermos a este apoio“, ressalva Luís Monteiro, para o qual os estágios servem para “atrair e preparar a futura geração de líderes“.

No entanto, dada a amplitude do programa, timings de resposta e requisitos definidos pelo IEFP, nem sempre tem sido possível recorrermos a este apoio.

Luís Monteiro

Diretor corporativo de recursos humanos da Mota-Engil

Da construção para o turismo, a coordenadora de recursos humanos do Vila Galé, Joana Ferreira, explica que, por ano, são abertas 250 a 300 vagas de estágios, que têm diversas tipologias: tanto há oportunidades para os que estão a começar a jornada no mundo do trabalho (tem a duração de um a três meses e chega com uma bolsa de 400 euros mensais), como para recém-licenciados que têm a ambição de estar próximos das lideranças (dura um ano e está associado a uma bolsa de 800 euros mensais).

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A responsável explica que, por vezes, o Vila Galé recorre aos apoios do IEFP, “mas a maioria dos estágios são estabelecidos através de protocolos com estabelecimentos de ensino“. “O tempo de resposta do IEFP nem sempre é tão célere quanto o que precisamos e, por vezes, os candidatos acabam por aceitar outras propostas. Esta condicionante faz com que não consigamos recorrer ao apoio tantas vezes quanto gostaríamos”, sublinha, ecoando o comentário da Mota-Engil.

Já no setor financeiro, a diretora de recursos humanos do BNP Paribas Portugal, Sylvie Le Pottier, conta que, por ano, são acolhidos, em média 450 estagiários, sendo o apoio do IEFP “apenas residual” (1%). Adianta também que 67,5% dos seus estágios são convertidos em contratos de trabalho permanentes. “É uma forma de encontrar talento. De facto, o crescimento do BNP Paribas em Portugal tem permitido converter os estágios em contratação permanente, oferecendo perspetivas de carreira às pessoas, desde o primeiro momento”, salienta a responsável.

É uma forma de encontrar talento. De facto, o crescimento do BNP Paribas em Portugal tem permitido converter os estágios em contratação permanente, oferecendo perspetivas de carreira às pessoas, desde o primeiro momento.

Sylvie Le Pottier

Diretora de recursos humanos do BNP Paribas Portugal

Da banca para a farmacêutica, fonte oficial da AstraZeneca revela que, por ano, esta empresa abre, em média, dez a 20 vagas de estágios em Portugal, sem apoio do IEFP.

“No ano passado, 67% dos nossos estagiários ficaram a trabalhar na AstraZeneca”, adianta a gigante, para a qual “o estágio permite a atração de talento jovem, a inovação e a diversidade de pensamento“. “Fazemos sempre questão que os estagiários façam parte de projetos importantes e tenham autonomia”, revela fonte oficial.

Já na tecnologia, a gestora das operações de pessoas da Critical Manufacturing, Liliana Macedo, destaca o programa de estágios de verão desta empresa, que arrancou em 2013. Este ano, além das vagas na área de engenharia informática, pela primeira vez também há oportunidades no departamento de marketing, destaca.

Regra geral, estes estágios não têm em vista a contratação dos jovens, mas Liliana Macedo lembra que já houve situações de “alunos que se destacaram bastante pelas suas capacidades técnicas, resolução de problemas, capacidade de integração e trabalho em equipa, e que foram integrados de imediato, em regime de trabalho parcial, permitindo aliar os estudos” ao trabalho.

Num outro setor, o direito, a sociedade Dower Law Firm, pela voz do sócio Miguel Cunha Machado, avança ao ECO que abre 14 vagas de estágio por ano, sendo uma “excelente forma de identificar e desenvolver o talento”. “A título exemplificativo, uma das estagiárias de verão do ano de 2023 foi integrada na Dower Law Firm, encontrando-se a realizar o estágio da Ordem dos Advogados, precisamente no departamento de Direito Laboral”, conta o advogado.

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Rentabilidade deverá gerar “forte interesse” no banco angolano do BPI

Ofertas públicas iniciais do BFA e da Unitel vão ser um "bom teste" para Angola avaliar o apetite dos investidores por outros ativos públicos. Analistas esperam que operações sejam bem-sucedidas.

Os analistas acreditam que a oferta pública inicial (IPO) do Banco de Fomento Angola (BFA), detido em 48,1% pelo banco português BPI, irá gerar forte interesse junto dos investidores. E que, juntamente a venda parcial da Unitel na bolsa de Luanda, também já decretada pelo Presidente João Lourenço, representará um “bom teste” para as futuras privatizações que serão lançadas pelo Governo angolano nos próximos anos.

“São duas operações bastante interessantes para o mercado de capitais angolanos”, destaca Tiago Bossa Dionísio, head of research da Eaglestone Advisory, com foco na África Subsariana.

“O BFA e a Unitel são duas empresas de referência e líderes nos respetivos setores. São empresas rentáveis, com um bom track record e que, dependendo do preço de venda no IPO, poderão oferecer um potencial de valorização interessante para os investidores”, acrescenta.

Salim Valimamade, professor da Universidade Católica de Luanda, concorda com a ideia e considera que se pode tomar como “boa referência” o IPO do Banco Angolano de Investimento (BAI), que há dois anos se tornou na primeira empresa angolana a cotar na Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA).

Na altura, o banco vendeu 10% das ações (detidas pela Sonangol e Endiama), permitindo um encaixe de 80 milhões de euros, com a procura a superar 1,5 vezes a oferta.

“A perspetiva é de que os investidores se comportem de forma análoga nas operações do BFA e da Unitel”, frisa o docente universitário.

O BFA e a Unitel são duas empresas de referência e líderes nos respetivos setores. São empresas rentáveis, com um bom track record e que, dependendo do preço de venda no IPO, poderão oferecer um potencial de valorização interessante para os investidores.

Tiago Bossa Dionísio

Head of research da Eaglestone Advisory

João Lourenço assinou na semana passada os decretos que determinam a venda de 15% das ações do BFA (através da Unitel) e de 15% da Unitel na bolsa no âmbito do Programa de Privatizações para o período entre 2023 e 2026.

No caso do banco angolano, também o BPI irá vender 15% no IPO para responder às exigências do supervisor europeu, num negócio que poderá representar um encaixa superior a 100 milhões de euros.

Institucionais e pequenos investidores de olho

Para Salim Valimamade, os IPO do BFA e da Unitel são interessantes para quem quer diversificar os seus investimentos num mercado que oferece poucas alternativas aos investidores.

“As iniciativas deverão atrair investidores institucionais como fundos de pensões, instituições financeiras como seguradoras, e também particulares, face à falta de outras opções de investimento no mercado angolano”, refere o docente universitário.

“É do nosso conhecimento que existe um forte interesse de investidores particulares angolanos nestas duas operações de IPO”, revela Tiago Bossa Dionísio.

"As iniciativas deverão atrair investidores institucionais como fundos de pensões, instituições financeiras como seguradoras, e também particulares, face à falta de outras opções de investimento no mercado angolano.”

Salim Valimamade

Professor da Universidade Católica de Luanda

Grupos económicos locais com capacidade financeira também poderão estar interessados. No ano passado, os grupos Carrinho e Gemcorp tentaram comprar a participação detida pelo BPI, mas a operação foi suspensa pelo banco português devido à forte depreciação do kwanza.

“Estes investidores poderão voltar a tentar comprar uma participação relevante no banco. E outros grandes grupos angolanos poderão estar interessados nestas participações tanto do BFA como da Unitel”, afirma o analista da Eaglestone, que junta fundos de private equity à lista de potenciais interessados.

Salim Valimamade refere que fatores como as restrições de capital e o risco cambial poderão afastar investidores internacionais.

Unitel e BFA podem abrir a porta a mais IPO

Criada em 2014, a BODIVA conta atualmente com apenas duas empresas com ações cotadas: o BAI e a Caixa Angola, que também tem 10% das ações dispersas em bolsa desde setembro de 2022 e é controlada em 51% pela Caixa Geral de Depósitos (CGD).

“Ainda é um mercado em desenvolvimento, tem pouca liquidez, mas é um processo. O programa de privatizações poderá trazer um maior dinamismo à bolsa”, contextualiza Salim Valimamade.

A lista de cotadas irá aumentar com o BFA e a Unitel e, possivelmente, com mais empresas públicas caso estes IPO sejam bem-sucedidos, considera Tiago Bossa Dionísio. “Dada a dimensão e relevância do BFA e da Unitel, estas operações serão um bom teste à capacidade das autoridades angolanas em montarem as referidas operações e ao apetite dos investidores em dois dos principais ativos do Propriv”, conta o analista.

O plano de privatizações registou atrasos devido ao enquadramento económico desfavorável, o que também foi impactado pela pandemia de Covid em 2020. Para este ano Angola tinha 31 ativos para privatizar. A petrolífera estatal Sonangol deverá entrar neste processo mais tarde.

“Fatores macroeconómicos e relacionados com o contexto global irão influenciar estes processos”, sublinha o docente da Universidade Católica de Luanda.

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