Rui Rio declara fim da sua vida política. “Ponto final parágrafo”

  • Lusa
  • 28 Maio 2022

“O meu futuro político acabou aqui. Ponto final parágrafo”, afirmou o líder do PSD após ter exercido o seu direito de voto nas eleições diretas do partido.

O presidente do PSD, Rui Rio, revelou hoje, no Porto, que a sua vida política acaba com a eleição do novo presidente do partido, para a qual votou na sede da distrital.

“O meu futuro político acabou aqui. Ponto final parágrafo”, respondeu o líder social-democrata após ter exercido o seu direito de voto na eleição que decidirá quem será o seu sucessor, se Luís Montenegro ou Jorge Moreira da Silva.

Garantindo estar “bastante mais tranquilo do que noutras ocasiões”, Rui Rio anunciou que “daqui por um mês” se libertará “completamente de uma série de responsabilidades” e que sai de “consciência tranquila”.

Questionado sobre se, neste tempo que falta até cessar funções, vai conseguir conciliar o descanso com o trabalho, respondeu afirmativamente, precisando que o “mais desgastante não era ser deputado, mas ser presidente do partido” e que o será por “pouco mais tempo”.

Rui Rio contornou a pergunta sobre a falta de um debate político entre os dois candidatos à liderança do partido, preferindo esperar que o PSD “continue a crescer” após o resultado eleitoral de hoje.

Até às 17:00, segundo informação do partido, tinham votado “cerca de 30% dos 1.074 militantes do Porto inscritos”.

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Montenegro diz que o PSD vai “reencontrar-se com os portugueses”

  • Lusa
  • 28 Maio 2022

O candidato à liderança dos sociais-democratas promete um "PSD diferente", "mais coeso e unido" caso vença as diretas. E desvaloriza o facto de não ser deputado.

O candidato à liderança do PSD Luís Montenegro disse que o partido vai “reencontrar-se com os portugueses” e sair “mais unido” das eleições de hoje, apontando ainda ao eleitorado desiludido com o PS, à direita e aos abstencionistas.

“O PSD vai sair mais coeso, mais unido destas eleições e vai conseguir reencontrar-se com os portugueses, reconquistando a confiança deles ao longo dos próximos anos”, disse hoje aos jornalistas o antigo líder parlamentar do partido.

Luís Montenegro votou hoje às 16:08 na Junta de Freguesia de Espinho, naquele concelho homónimo do distrito de Aveiro, onde é residente.

Questionado sobre a inexistência de debates entre os candidatos, Montenegro considerou que a campanha que o opôs ao ex-ministro do Ambiente Jorge Moreira da Silva “decorreu com elevação, com a tranquilidade necessária”.

“O nosso adversário neste momento é o Partido Socialista, que governa Portugal há seis anos e que infelizmente tem transportado o país para uma fase em empobrecimento”, considerou.

Caso vença, Luís Montenegro prometeu “um PSD diferente, e numa nova fase, no início de uma legislatura que é uma legislatura de maioria absoluta, onde podemos programar as coisas para quatro anos”.

Sobre se estará disponível para uma coligação com o Chega nas próximas legislativas, previsivelmente em 2026, Luís Montenegro respondeu estar disponível “para fazer do PSD um partido vencedor e maioritário em Portugal”, em caso de vitória nas eleições de hoje.

“O PSD liderado por mim vai tentar atrair para a nossa base de apoio pessoas que se abstiveram nas últimas eleições, pessoas que votaram no Partido Socialista e que, entretanto, se dececionaram, desiludiram e frustraram”, adiantou, referindo ainda as pessoas que votaram à direita do PSD.

O candidato, que não é deputado, garantiu ainda que caso seja eleito líder estará no parlamento “muitas vezes”, sendo que estar fora da Assembleia da República (AR) lhe vai permitir “que ande muito pelo país”, disse.

O antigo líder parlamentar do PSD Luís Montenegro e o antigo vice-presidente Jorge Moreira da Silva disputam hoje a presidência do partido. De acordo com o site do PSD, o universo eleitoral para as 11.ªs eleições diretas do partido ronda os 44.300 militantes, aqueles que têm as quotas em dia para poder votar e que irão escolher o 19.º presidente do partido.

A eleição decorre em todo o país entre as 14:00 e as 20:00 e, a partir do fecho das urnas, a secretaria-geral do PSD irá disponibilizar a evolução dos resultados das eleições em tempo real no site https://resultados.psd.pt, assim como o histórico das eleições anteriores.

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Moreira da Silva “muito confiante” apela à adesão dos militantes do PSD

  • Lusa
  • 28 Maio 2022

“Faço um balanço muito positivo da minha candidatura e estou muito confiante nos resultados", afirmou o candidato à liderança do PSD após votar nas eleições diretas.

Jorge Moreira da Silva, candidato à liderança do PSD, manifestou-se hoje “muito confiante” no resultado das diretas que hoje se realizam e apelou a uma adesão “muito significativa” dos militantes, para dar um sinal da vitalidade do partido.

Em Vila Nova de Famalicão, concelho de onde é natural e onde exerceu o seu direito de voto, Jorge Moreira da Silva escusou-se a fazer qualquer declaração “de cariz partidário ou político”, por estar a decorrer o ato eleitoral.

“Faço um balanço muito positivo da minha candidatura e estou muito confiante nos resultados, muito animado pelas reações que fui tendo por parte dos militantes. Isso dá-me uma confiança no resultado. Se se vai verificar ou não, veremos”, referiu.

Disse esperar que as suas ideias tenham sido “suficientemente claras” durante toda a candidatura, vincando que apontou alto.

“Eu apontei alto, apontei para a refundação do partido e para o lançamento de uma nova vaga de reformas estruturais que reconquistem o nosso direito ao futuro”, acrescentou.

O antigo ministro do Ambiente preferiu pôr a tónica no apelo a uma participação “muito significativa” no ato eleitoral de hoje, para dar um sinal de vitalidade do PSD.

“É importante que os militantes participem de uma forma muito ativa e se dê um sinal de grande vitalidade do PSD”, sublinhando que quanto mais dinâmico e ativo estiver o partido, “melhor para Portugal”.

Questionado sobre se o partido sairá mais unido destas eleições e se a partir de agora todos passarão a estar no mesmo barco, o candidato não se quis pronunciar.

“Não vou fazer nenhuma declaração que possa ser mal interpretada, estamos em pleno ato eleitoral, não me sinto confortável em fazer declarações de cariz partidário ou político”, disse.

Nas eleições de hoje para a presidência do PSD, os candidatos são Jorge Moreira da Silva e Luís Montenegro.

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FACE apela à necessidade de mais produtos sem glúten

  • Servimedia
  • 28 Maio 2022

A Federação Espanhola de Associações de Celíacos apelou para a necessidade crescente de mais produtos seguros, de qualidade e sem glúten, de forma a garantir as melhores condições alimentares.

A Federação Espanhola de Associações de Celíacos (FACE) tem vindo a apelar ao crescimento de produtos alimentares aptos para celíacos, que cumpram todos os requisitos de qualidade e segurança, noticia a Servimedia.

Promover medidas que garantam o fornecimento de massas 100% sem glúten de qualidade e confecionadas segundo processos que certifiquem a segurança do seu consumo é, segundo a FACE, muito importante.

A Federação salientou que nem sempre é possível garantir estas qualidades em todos os produtos sem glúten, dado que, na maioria dos casos, são fabricados em fábricas que não os produzem exclusivamente e, portanto, correm o risco de contaminação.

Segundo Ana Campos, chefe de Certificação da FACE, “os consumidores com doença celíaca precisam de ter a garantia de que serão capazes de seguir uma dieta sem glúten, razão pela qual procuram e exigem produtos 100% seguros sem glúten, uma vez que a sua saúde depende disso”.

Com este objetivo em mente, a marca Gallo relatou ter reforçado as suas relações institucionais com a FACE depois de se ter reunido com os representantes da Federação na sua fábrica especializada em massas sem glúten, em Esparraguera (Barcelona).

O facto de o grupo Gallo ter uma fábrica que produz exclusivamente produtos sem glúten faz com que os produtos que saem destas instalações não corram o risco de serem contaminados por vestígios de outros alimentos não aptos para celíacos, o que vai de encontro ao pedido da Federação Espanhola de Associações de Celíacos.

Neste encontro, o grupo Gallo doou uma tonelada de Gallo Nature 100% Legumbre, a nova gama de Pastas Gallo feitas exclusivamente com farinha de leguminosas e 100% livres de quaisquer vestígios contaminantes de glúten, à FACE.

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Espanha: lojas obrigadas a aceitar pagamentos em numerário

  • Servimedia
  • 28 Maio 2022

Os estabelecimentos espanhóis passaram a ficar obrigados a aceitar pagamentos em numerário. Este dever surge depois da entrada em vigor da Lei Geral de Defesa dos Consumidores e Utilizadores.

Todos os estabelecimentos espanhóis ficam obrigados, a partir deste sábado, a aceitar pagamentos em numerário depois da entrada em vigor da reforma da Lei Geral de Defesa dos Consumidores e Utilizadores, incluída no Real Decreto-Lei 24/2021, noticia a Servimedia.

O objetivo desta lei é fazer com que seja garantido aos consumidores o direito de poderem escolher livremente a forma de pagamento mais conveniente com base nas suas preferências e situação pessoal. Caso este direito não lhes seja concedido por algum estabelecimento, este último será submetido a sanções.

“Com este regulamento, que foi criado com o objetivo de assegurar a proteção de grupos vulneráveis ou consumidores, é garantida a utilização de dinheiro, como elemento fundamental para proteger os seus direitos”, afirmou Bibiana Medialdea, diretora-geral para os Assuntos do Consumidor, durante a conferência “Acesso ao dinheiro, um direito universal e uma barreira à exclusão financeira”, organizada pela Denaria.

De acordo com dados do “Inquérito sobre a necessidade de permanência de numerário”, encomendado pela mesma Denaria ao GAD3, 90% dos espanhóis opõem-se claramente à substituição do numerário por outros métodos de pagamento, e até 87% acreditam que deve ser garantido aos consumidores o pagamento em numerário.

A entrada em vigor desta lei coincide com a avaliação da Comissão Europeia que diz que Espanha deve ser condenada pelos limites de pagamentos em dinheiro estabelecidos na Lei sobre Medidas de Prevenção e Combate à Fraude Fiscal, promovida pelo Ministério das Finanças.

De acordo com esta lei, em vigor desde julho passado, os pagamentos em dinheiro que ultrapassem os mil euros não podem ser efetuados no caso de transações que envolvam um empresário ou profissional. O Banco Central Europeu considera este limite “desproporcionado”.

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Conversas com Energia: José Eduardo Martins apela à mobilização pelo planeta

Da mobilização internacional dos países privilegiados à dos mais jovens com um simples apagar a luz, Eduardo Martins dá uma “aula” centrada no desafio de mudar os sistemas energéticos globais.

Nesta nova “aula” do programa “Conversas com Energia”, José Eduardo Martins, ex-secretário de Estado do Ambiente, dirigiu-se com boa disposição aos 31 alunos do 9.º ano do Agrupamento de Escolas D. Pedro I, em Vila Nova de Gaia, em parte por ter filhos na mesma faixa etária, confessa. O ex-secretário abre a sessão de maneira solene, alertando que os jovens “vão ter aos ombros mais responsabilidade” que as gerações anteriores.

Voltando atrás na história mundial, o ex-secretário comenta que há 200 anos não havia preocupação com temas como o bullying ou o abastecimento de energia, mas sim com necessidades básicas como a alimentação. Por sua vez, com o início da revolução industrial começou a usar-se energia fóssil para acelerar a produção e o conhecimento científico, esclarece. O resultado foi um período de “progresso” que parecia “não ter fim”, tal como aconteceu em paralelo com o crescimento global, “a vida nos primeiros anos do séc. XX parecia ser uma vida de progresso ilimitado”, esclarece.

“Há um momento que temos de assumir que a Terra é finita. E o planeta é só um”, diz Eduardo Martins. No início da aula o ex-secretário sublinhou que quando ele nasceu havia 3 mil milhões de pessoas no mundo, uma figura que duplicou face à geração em sua frente, mas este crescimento “que nem loucos” colocou imensas pressões sobre o clima, confessa.

Uma das grandes questões suscitadas pelo “professor” é “como é que se alimentam 9 mil milhões de pessoas em 2050 sem gastar muita energia”, e sem esta energia ter efeitos prejudiciais sobre o ambiente? A pergunta não tem uma resposta e a questão ganha novos contornos quando consideramos que a energia barata permitiu um nível de luxo que antes não era possível, desde a climatização interior das casas à produção industrial de materiais, até à plantação de fruta fora da respetiva época, admite Eduardo Martins.

Um mundo globalizado e o caminho para um novo sistema energético

Fazendo menção a um período onde o uso de CFC’s – um composto nocivo para a atmosfera e proibido em vários países – era comum, o ex-secretário revela que atualmente “cada tonelada de carbono na atmosfera corresponde a 24 mil toneladas de CFC”. Sendo que ainda existem “um conjunto de atividades” a usar este composto químico, além da “esmagadora maioria” da energia produzida não ser limpa, Eduardo Martins alerta que os jovens têm de ser “a mola que obriga os políticos a fazer as coisas de maneira diferente”.

Para o ex-secretário, quando se fala da tomada de decisões que envolvam mudança, “os políticos tomam-nas com dificuldade porque significa um sacrifício para as pessoas”, e como tal, “se não houver uma opinião pública muito forte”, a mudança não acontece. Apelando os jovens a rebelarem-se contra um futuro onde o planeta não seja como estes o conheceram, Eduardo Martins admite que as preocupações climáticas só suscitaram o interesse internacional há relativamente pouco tempo, 30 anos.

Transformando a conversa numa pequena aula de história, o “professor” menciona como desde a criação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas tem havido sucessivos acordos destinados a abordar a questão ambiental, mas de sucesso variável. Só recentemente, desde 2015, é que os países apresentaram metas até 2050 no âmbito de atingir o “sonho difícil” de criar um novo sistema energético; um sistema que não coloque em causa o conforto e o crescimento económico conseguido, mas que produza energia sem emissões de gases com efeito de estufa.

Esta jornada parecia estar em progresso, confessa Eduardo Martins, mas com a guerra na Ucrânia os esforços conseguidos estão a ser revertidos. Com a necessidade russa de se financiar através da venda de petróleo, existem países como a Índia e a China que aumentaram as suas compras energéticas, e sendo estes países os maiores emissores de gases para a atmosfera, isto coloca em causa os esforços mundiais, esclarece o ex-secretário.

“O que vai acontecer ao acordo de Paris e às alterações climáticas numa altura de maior escassez e inflação?”, questiona Eduardo Martins. O mesmo admite que vivemos atualmente “dias históricos”, marcados pela tentação de “encolher os ombros” dos principais emissores de CO2. Para evitar o agravamento deste cenário, o ex-secretário sublinha a importância do desafio de mudar o paradigma energético, para que deste modo não se perca o conforto, e para que a “desigualdade não dê cabo da paz”.

Concluindo com a ideia que os países privilegiados devem liderar pelo exemplo, e que o “procurar o conforto está certo, mas o desperdício é crime”, Eduardo Martins atenta também que os campeões da mudança não são os políticos, mas sim cada um de nós. Por este motivo, o ex-secretário encerra a aula com um apelo a gestos simples, como desligar a luz quando não é precisa, pois defende que quando se desperdiça recursos, alguém já com poucos fica ainda com menos.

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Estado negociará novo contrato com legítimo proprietário da Coleção Berardo, diz ministro

  • Lusa
  • 28 Maio 2022

O ministro da Cultura defendeu hoje que a denúncia do protocolo com Joe Berardo permite “defender o interesse público”, salvaguardando a exposição, preservação e conservação das obras da coleção.

O ministro da Cultura afirmou hoje que o Estado estará disponível para negociar os termos de um novo protocolo de comodato com quem os tribunais decidirem ser o legítimo proprietário da Coleção Berardo.

Questionado pelos jornalistas, no Algarve, à margem da inauguração dos Banhos Islâmicos de Loulé e da Casa Senhorial dos Barretos, Pedro Adão e Silva assegurou que a denúncia do protocolo foi comunicada a Joe Berardo de “forma natural” e vai permitir que o Estado “preserve” as obras de arte cedidas e que se encontram no Centro Cultural de Belém (CCB).

“Nós comunicámos por carta registada e com aviso de receção às várias partes envolvidas no protocolo a denúncia do protocolo. Acho que essa denúncia é muito importante, acho que é aquilo que defende o interesse público”, afirmou o governante depois de participar na cerimónia de inauguração do Banhos Islâmicos de Loulé, que remontam ao século XII e XIII e são dos mais bem preservados da Europa.

Pedro Adão e Silva considerou que, “neste momento, com tantos processos judiciais envolvendo o senhor Berardo e os bancos” sobre a posse das obras, que estão arrestadas por dívidas de créditos exigidos pela banca a Joe Berardo, “não fazia sentido renovar o protocolo”.

Desta forma, acrescentou, o Estado consegue “recuperar a gestão e o controlo do edifício do Centro Cultural de Belém” e dar a “garantia” a “todas as partes” de que o Estado assegurará “a preservação, a conservação e os seguros daquelas obras”.

“Quando os tribunais tomarem uma decisão sobre quem é o legítimo proprietário das obras, o Estado estará disponível para negociar os termos de um novo protocolo de comodato com quem seja o legítimo proprietário”, acrescentou.

Pedro Adão e Silva defendeu que o Estado está assim a “proteger o interesse público, porque a fruição pública das obras mantém-se”, mas também a proteção dos ativos, porque “enquanto não houver uma decisão dos tribunais, o Estado assegura a conservação, a preservação e os seguros, e mais, permite que todos os portugueses possam visitar aquela coleção única”.

“Mas há uma coisa que a 01 de janeiro vai acontecer, é que o espaço do Centro Cultural de Belém terá a coleção Berardo, terá a coleção Elipse, e isso ajudará a construir uma coleção de arte contemporânea em Belém”, afirmou ainda o governante.

Antes, o ministro assistiu à inauguração dos Banhos Islâmicos de Loulé e destacou a “importância” do edifício recuperado e musealizado, com um orçamento de cerca de um milhão de euros, para “recuperar a memória”.

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Abramovich despede-se do Chelsea, 19 anos depois de ter comprado o clube

  • Lusa
  • 28 Maio 2022

"O meu objetivo foi assegurar que o próximo dono tenha uma visão que permita o sucesso das equipas", diz o milionário. Compra pelo consórcio liderado por Todd Boehly deve estar concluída na segunda.

Roman Abramovich ‘despediu-se’ hoje do Chelsea, descrevendo como “a honra de uma vida” os seus tempos à frente do clube inglês de futebol, cuja compra pelo consórcio liderado pelo norte-americano Todd Boehly deve estar concluída na segunda-feira.

“Passaram-se quase três meses desde que anunciei a minha intenção de vender o Chelsea. Durante esse tempo, uma equipa trabalhou arduamente para encontrar o dono certo para o Chelsea, que pudesse conduzir com sucesso o clube no seu próximo capítulo”, começa por referir o ainda dono dos ‘blues’, numa nota publicada no sítio oficial do clube na Internet.

Roman Abramovich, cidadão russo com passaporte português, prossegue realçando que “a posse deste clube vem com uma grande responsabilidade”. “Desde que cheguei ao Chelsea, há quase 20 anos, testemunhei na primeira pessoa aquilo que este clube pode alcançar. O meu objetivo foi assegurar que o próximo dono tenha uma visão que permita o sucesso das equipas masculina e feminina, assim como a continuação do desenvolvimento de outros aspetos-chave no clube, como a Academia ou o trabalho fundamental da Fundação Chelsea”, notou.

Horas depois de o Chelsea anunciar que “um acordo final e definitivo para vender o clube ao consórcio Todd Boehly/Clearlake foi celebrado na última noite” e que “é expectável que a transação seja completada na segunda-feira”, Abramovich congratulou-se por “a procura” por um novo dono ter chegado agora “a uma conclusão bem-sucedida”.

“Tem sido a honra de uma vida fazer parte deste clube. Queria agradecer a todos os antigos e atuais jogadores, ‘staff’, e, obviamente, aos adeptos por estes anos incríveis”, finalizou.

A venda do Chelsea, ainda detido por Abramovich e alvo de sanções ligadas à invasão da Ucrânia pela Rússia, a um consórcio liderado pelo bilionário norte-americano Todd Boehly por 4,25 mil milhões de libras (4,9 mil milhões de euros), tinha sido comunicada no dia 07 de maio, e foi aprovada pela Liga inglesa de futebol na terça-feira.

Nessa mesma noite, Portugal recebeu uma carta do russo Roman Abramovich, que tem passaporte português, pedindo autorização para a venda do clube, que recebeu ‘luz verde’ na quinta-feira.

Em comunicado, o gabinete do ministro dos Negócios Estrangeiros explicou que as duas autoridades nacionais competentes – Ministério dos Negócios Estrangeiros e Ministério das Finanças – autorizaram o pedido recebido da parte de Roman Abramovich “para uma derrogação humanitária, permitindo que o clube inglês seja transacionado”.

“A autorização portuguesa decorre da garantia dada pelas autoridades britânicas de que as receitas da venda serão utilizadas para fins humanitários, não beneficiando direta ou indiretamente o proprietário do clube, que consta da lista de sanções da União Europeia”, acrescentava-se na nota.

A posição do Governo português conta com a concordância da Comissão Europeia, adiantava o Ministério dos Negócios Estrangeiros.

O clube britânico, terceiro colocado na última edição da Premier League, atuou ao longo da última fase da temporada com algumas limitações precisamente por causa das sanções impostas a Abramovich.

Neste momento, o Chelsea opera com uma autorização especial que expira em 31 de maio e que lhe permite realizar determinadas operações, como receber dinheiro por direitos televisivos e vender ingressos para determinadas partidas.

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Os melhores momentos dos IRGAwards da Deloitte em 60 imagens

A Deloitte voltou a premiar quem mais contribuiu para o desenvolvimento do mercado de capitais em Portugal. Veja os melhores momentos da edição 2022 dos Investor Relations & Governance Awards.

Convocar as organizações e os seus líderes para “antecipar os principais desafios da nova ordem mundial emergente” e, simultaneamente, “responder aos estímulos de transformação e sustentabilidade dos mercados, conectando os seus modelos de governance à sociedade e ao planeta”. Este é o mote da 34ª edição dos IRGAwards – Investor Relations and Governance Awards, gala da Deloitte realizada no Convento do Beato.

A iniciativa, promovida pela consultora há mais de 30 anos, premiou uma vez mais os intervenientes que tenham contribuído para que o mercado de capitais seja um fator de relevância na economia e sociedade portuguesas durante o último ano. Miguel Stilwell d’Andrade da EDP, Ana Luísa Virgínia da Jerónimo Martins, Nuno Vieira dos CTT, António Pontes Correia, a Sogrape, a Caetano Bus e a Caixa Geral de Depósitos foram os distinguidos.

A gala dos IRGAwards 2022 contou com um momento de debate protagonizado por Carl Bildt, antigo primeiro-ministro da Suécia e co-chair do European Council of Foreign Relations, e Pedro Siza Vieira, antigo ministro da Economia e da Transição Digital.

Veja abaixo, a fotogaleria dos melhores momentos.

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Ministro do Ambiente promete reforço de trabalhadores no Metro de Lisboa

  • Lusa
  • 28 Maio 2022

“É inevitável o aumento dos recursos humanos, nomeadamente de maquinistas no metro, e nós sabemos que temos de o fazer”, disse o ministro durante uma visita ao estaleiro das obras de expansão da rede.

O ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, admitiu hoje que o Metropolitano de Lisboa precisa de mais trabalhadores e disse que até ao final do mês de junho serão iniciados os procedimentos para essas contratações.

Numa visita ao estaleiro das obras de expansão da rede de metro de Lisboa, no troço compreendido entre o Rato e a Estrela, Duarte Cordeiro disse ter “plena consciência” de que é preciso reforçar o número de trabalhadores da empresa Metropolitano de Lisboa de modo a garantir, não só a oferta atual, mas também o aumento expectável na sequência da expansão da rede.

Em causa, salientou, está a expansão do metro na linha circular, que une as Linhas Amarela e Verde – Rato/Cais do Sodré, mas também a expansão da Linha Vermelha, que já está em discussão pública, e o que venha a ser o reforço entre Loures e Odivelas.

“É inevitável o aumento dos recursos humanos, nomeadamente de maquinistas no metro, e nós sabemos que temos de o fazer”, disse o ministro, em declarações aos jornalistas, no final da visita, que incluiu fazer a pé o trajeto pelo túnel entre a Estrela e o Rato, no caso até ao Liceu Pedro Nunes.

De acordo com o governante, da parte dos sindicatos há pedidos para um reforço imediato de 30 maquinistas e Duarte Cordeiro garantiu estar a “trabalhar para durante este semestre poder confirmar o reforço dos trabalhadores e fazer o que é a necessária progressão interna para a carreira de maquinista”.

O ministro explicou que os trabalhadores que venham a ser contratados não entram no imediato para a função de maquinista e que há também a possibilidade de ser aberto concurso interno dentro do Metro de Lisboa especificamente para essa função. “Procuraremos no primeiro semestre deste ano dar nota de qual é o prazo em que vamos abrir esses concursos”, acrescentou.

Duarte Cordeiro frisou que irá “procurar contabilizar o que são no imediato medidas que permitam melhorar as condições de trabalho e ao mesmo tempo desbloquear aquilo que é a greve ao trabalho suplementar, que também afeta aquilo que é a atividade do metropolitano de Lisboa”. Segundo o ministro, esse trabalho vai continuar a ser feito “durante esta semana” e Duarte Cordeiro disse acreditar que é possível “chegar a bom porto” nas negociações com os sindicatos.

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Da indecisão nas máscaras às cercas sanitárias, as falhas na gestão da pandemia aos olhos dos peritos

O primeiro-ministro admitiu que nem todas as medidas tomadas durante a gestão da pandemia "foram sempre coerentes". O ECO foi ouvir os especialistas sobre as falhas e as lições a tirar sobre a Covid.

A pandemia veio trocar as voltas à forma como vivemos, trabalhamos e até como nos relacionamos uns com os outros. Levou a economia cair a pique, na sequência dos impactos económicos associados à imposição de confinamentos e outras medidas restritivas, forçando o Governo a tomar medidas sob um elevado contexto de incerteza, dado que principalmente numa fase inicial a doença era praticamente desconhecida.

As decisões políticas foram tomadas com o suporte de especialistas, mas nem sempre houve consensos, mesmo dentro da comunidade médica e científica, pelo que estas nem sempre foram consideradas adequadas ou proporcionais às circunstâncias. Volvidos mais de dois anos e com maior conhecimento da doença, o próprio primeiro-ministro veio admitir que nem todas as medidas tomadas durante a gestão da pandemia “foram sempre coerentes, mas procuraram ter um racional”. Mas, afinal, quais foram as falhas mais prementes nesta gestão? O ECO foi ouvir os especialistas.

Durante algum tempo não era ainda recomendado o uso de máscara e havia algumas indicações meio contraditórias sobre se devia ou não usar máscara. Aí penso que foi um erro não se ter avançado para as máscaras mais cedo”, sinaliza Miguel Prudêncio, investigador do Instituto de Medicina Molecular (iMM), sublinhando, no entanto, que mesmo nessa altura “a própria Organização Mundial da Saúde não estava a ser clara a esse respeito e, portanto, nem isso era consensual”.

A opinião é corroborada por Gustavo Tato Borges, que relembra que “houve situações em que foi permitido, que, por exemplo, os políticos na Assembleia da República não tivessem que usar máscara, enquanto que nas catedrais, nas igrejas ou noutros locais de templo toda a gente tinha que usar máscara”. Para o presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública (ANMSP) este é um dos claros exemplos onde foram “dadas mensagens contraditórias” que não eram “adequadas”.

“As crianças foram uma das grandes vítimas desta pandemia (..) [A necessidade de] garantir o acesso a todas as crianças aos meios necessários para ter aulas remotas não foi acautelada com a devida antecedência e com a devida eficácia.

Miguel Prudêncio

investigador do Instituto de Medicina Molecular

Ao ECO, o responsável elenca ainda a polémica da Festa do Avante em 2020, que foi permitida pela DGS por ser considerada um evento de natureza política, quando “não foi permitido a nenhum outro festival de música poder avançar” ou os “festejos do dia 1 de maio também terem sido permitidos, mas o dia 13 de maio em Fátima foi aconselhado que não fosse realizado”.

Por outro lado, e ainda sobre as máscaras, o investigador Miguel Prudêncio considera ainda que as regras de utilização das mesmas nas escolas podiam ter sido revistas mais cedo. “As crianças foram uma das grandes vítimas desta pandemia”, assinala, acrescentando que no plano escolar “houve outras coisas que não correram bem”, como a preparação das aulas remotas. “[A necessidade de] garantir o acesso a todas as crianças aos meios necessários para ter aulas remotas não foi acautelada com a devida antecedência e com a devida eficácia”, lamenta. Também o primeiro-ministro elencou o encerramento das escolas como “a decisão mais difícil”.

Ao mesmo tempo, e apesar de admitir que não coloca esta falha “no mesmo patamar”, Bernardo Gomes lamenta que a comunicação sobre o fim da obrigatoriedade na generalidade dos espaços fechados, em finais de abril deste ano, “não tenha sido acompanhada por um discursos de cautela e de recomendação de uso de máscara em espaços não devidamente ventilados”. Por outro lado, defende ainda que regras de isolamento deviam ter sido revistas mais cedo. “Passámos muito tempo com 14 dias de isolamento quando isso era claramente excessivo do ponto de vista estatístico”, afirma o médico de Saúde Pública e investigador do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP).

Do “milagre português” ao Natal de 2020

Para lá das “mensagens contraditórias” sobre as medidas não farmacológicas ou outros eventos pontuais, os especialistas criticam ainda algumas decisões tomadas em momentos em que a pandemia estava a acelerar. Para Bernardo Gomes, um dos mais “graves” sucedeu em maio de 2020 quando foi transmitido que “tinha sido conseguido o “milagre português”, aponta o perito aludindo às declarações do Presidente da República, aquando da segunda renovação do Estado de Emergência. “Na verdade estava à vista que íamos ter uma situação em Lisboa e Vale do Tejo que estava por controlar”.

A par de Bernardo Gomes, também Gustavo Tato Borges faz referência à situação de Lisboa para criticar a “mini cerca sanitária” imposta na Área Metropolitana de Lisboa em junho de 2020, onde não era permitir sair desta zona durante o fim de semana. “Foi uma medida que acabou por não ter impacto no controlo da disseminação do vírus”, aponta o presidente da ANMSP. O responsável elenca ainda a cerca sanitária imposta em março de 2020 em Ovar, referindo que poderá também ter sido “um momento mais duro do combate à pandemia”.

Ao mesmo tempo, os dois médicos de Saúde Pública criticam ainda a atuação do Executivo no Natal de 2020, que culminou na terceira vaga da pandemia, considerada a mais mortífera e que levou a uma elevada pressão nos hospitais. “Estava à vista que era preciso tomar medidas adicionais e demorou-se muito tempo”, sublinha Bernardo Gomes, referindo que “coisas tão simples como reconfigurar o calendário escolar como foi feito este ano podia ter sido suficiente para salvar muitas vidas”. Por outro lado, e para além destas decisões que “pecaram por defeito e por excesso”, o investigador do ISPUP considera que na sequência disso demorou-se muito tempo a levantar as medidas. “Fechámos tarde e abrimos tarde em fevereiro e março de 2021”.

As lições que ficam da gestão da pandemia

Apesar de as decisões nem terem gerado consensos, os especialistas ouvidos pelo ECO consideram que há lições a tirar da gestão da pandemia, não apenas para preparar o próximo outono/inverno, mas também a longo-prazo. “Por muitas críticas que sejam levantadas à DGS, pouco se fala dos poucos recursos e da pouca capacidade que tem de fixar profissionais. Há sérias limitações neste aspeto”, sinaliza Bernardo Gomes, ao ECO, acrescentando que “a dotação de quadros técnicos dedicados, a estas situações tem que entrar na equação assim como a reforma nos serviços de saúde pública como um todo, sejam eles nacionais, regionais ou locais“.

[Deve haver um] posicionamento no sentido de termos uma separação mais clara daquilo que é técnico e aquilo que é político. Em várias circunstâncias ao longo deste tempo houve uma mistura das duas circunstâncias o que não ajuda.

Bernardo Gomes

médico de Saúde Pública e investigador do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto

Por outro lado, e também tendo em vista a preparação de situações a longo prazo, o médico de Saúde Pública defende que é necessário fazer uma “reforma” de vários organismos que apoiam o Governo, como é o caso do Conselho Nacional de Saúde Pública. “Acaba por haver necessidade de fazer um outsourcing e uma escolha de aconselhamento específico fora dos tramites institucionais”, afirma Bernardo Gomes, alertando ainda que isso permitiria um “posicionamento” com o intuito de haver “uma separação mais clara daquilo que é técnico e aquilo que é político”. “Em várias circunstâncias ao longo deste tempo houve uma mistura das duas circunstâncias o que não ajuda”.

Por outro lado, e numa altura em que o Executivo já enviou o anteprojeto de lei de proteção em emergência de saúde pública à Assembleia da República, aos governos regionais e às associações de municípios e de freguesias, o responsável pede que seja criado um “sistema que mais ágil, menos burocrático e mais transparente”, para acautelar futuras epidemias.

Por outro lado, o investigador Miguel Prudêncio destaca que há hábitos adquiridos que podem ficar para lá da pandemia, como é o caso “da utilização da máscara obrigatória em contexto hospitalares” ou da sua utilização sempre que tenhamos sintomas de infeção respiratória, e sobretudo, quando estivermos na presença de pessoas mais idosas ou vulneráveis. Ao mesmo tempo, Gustavo Tato Borges considera fundamental “ouvir os profissionais”, para que se consiga fornecer “uma resposta adequada” e ter uma melhor “organização dos serviços” e “uma melhor capacidade de resposta em situações futuras”.

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Aprovação do Orçamento de Estado abre “nova fase” de “governação em pleno”, diz António Costa

  • Lusa
  • 28 Maio 2022

“É uma nova página onde temos todos de estar juntos num contexto difícil e incerto", apelou o primeiro-ministro na abertura do XVIII Congresso Regional do PS/Açores.

O secretário-geral do PS, António Costa, afirmou hoje que a aprovação do orçamento para 2022 abriu “uma nova fase”, de “governação em pleno”, na qual todos têm de “estar juntos” num “contexto difícil e incerto” devido à guerra na Europa.

“É uma nova página onde temos todos de estar juntos num contexto difícil e incerto. Tal como o fizemos nestes dois anos, quando tivemos de enfrentar a pandemia. Temos de, agora, continuar a fazer, nesta situação que as nossas gerações pensaram que já não voltariam a ver, de uma guerra tão bárbara no continente Europeu”, afirmou António Costa, na mensagem em vídeo transmitida na sessão de abertura do XVIII Congresso Regional do PS/Açores, que se realizada na cidade da Horta, ilha do Faial.

Com a aprovação do Orçamento do Estado para 2022, depois das eleições antecipadas que deram maioria absoluta ao PS na Assembleia da República, “abre-se uma nova fase” na qual se pode “iniciar uma governação em pleno”, acrescentou António Costa. “Uma nova fase que iniciaremos, desde já, com a aprovação da Agenda do Trabalho Digno”, descreveu.

Esse trabalho prosseguirá “com a resolução de problemas que estão hoje a asfixiar a Economia, como a carência de recursos humanos, agilizando a mobilidade, desde logo no espaço da CPLP”.

Por outro lado, serão feitos também avanços “para a criação de melhores condições para as empresas poderem investir, desbloqueando e eliminando muita da burocracia que entrava as perspetivas de desenvolvimento”. “É uma nova página”, frisou.

“Na sexta-feira, encerrámos um capítulo difícil na vida do país, com a aprovação final do Orçamento do Estado. Foi um Orçamento do Estado que permite responder aquilo que são as necessidades urgentes de melhoria de rendimentos, de criação de condições para o investimento e para a recuperação económica do país”, acrescentou.

O Orçamento, disse, “cumpre escrupulosamente a Lei das Finanças Regionais e permite responder a problemas concretos das Regiões como, por exemplo, na Horta, as obras do aeroporto”.

Costa defendeu também que Portugal tem de “continuar a afirmar a sua voz” na Europa, elogiando o papel que o líder do PS/Açores, Vasco Cordeiro, terá como presidente do Comité das Regiões.

“A Europa é algo em que Portugal tem de continuar a afirmar a sua voz, com uma presença cada vez mais forte. E uma Europa que não se limita ao território continental, mas que se estende pelas suas Regiões Ultraperiféricas, que projetam a Europa num mundo global”, referiu.

Entre as instituições da União Europeia “há uma fundamental, que é o Comité das Regiões, onde têm, representação os municípios e as Regiões, onde têm representação todos os diferentes níveis de poder: Regional e Local”, acrescentou Costa.

“É para mim um grande orgulho, e estou certo de que é um grande orgulho para todos os socialistas, que o candidato do Grupo Socialista no Comité das Regiões a presidente do Comité durante o próximo mandato seja Vasco Cordeiro. Desejo-lhe a ele uma excelente eleição no final de junho e a todas e a todos, um ótimo Congresso”, disse.

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