Alta-Comissária para as Migrações só soube do que se passava em Setúbal pelos media

  • Lusa
  • 10 Maio 2022

A Alta-Comissária para as Migrações contrariou declarações feitas pelo presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal que disse ter vindo a alertar a entidade para este tipo de situações em 2011.

A Alta-Comissária para as Migrações (ACM) garantiu esta terça-feira que só teve conhecimento do facto de uma associação russa estar envolvida no acolhimento de refugiados ucranianos em Setúbal quando o caso foi denunciado na comunicação social.

A ser ouvida na comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, Sónia Pereira contrariou declarações feitas horas antes pelo presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal, Pavlo Sadhoka, que disse ter vindo a alertar o ACM para este tipo de situações desde 2011.

“Aquilo que foi noticiado foi aquilo que o ACM teve conhecimento, nesse momento em que saiu na imprensa”, afirmou a responsável, que está a ser ouvida pelos deputados a propósito do acolhimento de refugiados ucranianos em Portugal, na sequência da invasão da Rússia, a 24 de fevereiro.

Especificamente, Sónia Pereira foi chamada ao parlamento para ser questionada sobre a receção a refugiados ucranianos na Câmara Municipal de Setúbal por funcionários alegadamente pertencentes a associações próximas do regime do presidente russo, Vladimir Putin.

De acordo com a ACM, assim que o organismo teve conhecimento, pela imprensa, do que se estava a passar na autarquia de Setúbal, entrou em contacto com os “parceiros privilegiados”. “Contactámos os centros locais de apoio ao imigrante em Setúbal, para perceber o conhecimento que tinham da situação, de que forma estavam a acompanhar, que atendimentos têm realizado com cidadãos deslocados da Ucrânia”, explicou Sónia Pereira.

A responsável esclareceu ainda que a autarquia de Setúbal não tem protocolo com o ACM nem centro local de integração de imigrantes, além de “nunca” ter pedido reunião com o ACM para gerir ou organizar o acolhimento de pessoas refugiadas vindas da Ucrânia.

Horas antes, numa audição também na mesma comissão, o presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal afirmou que fez uma denúncia às secretas portuguesas em relação a russos pró-Putin no acolhimento de refugiados após anos de alertas ao Alto Comissariado das Migrações.

Pavlo Sadoka reiterou que após o início da invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro, a Associação dos Ucranianos em Portugal começou a receber denúncias de que “organizações que o Alto Comissariado reconhece como de ucranianos”, mas que são de facto defensoras do regime do presidente russo, Vladmir Putin, estavam a receber refugiados, a quem pediam informações pessoais e relacionadas com familiares que ficaram na Ucrânia.

A associação pediu então uma reunião ao Alto Comissariado das Migrações para denunciar a situação, que ocorreu “no início de abril”, segundo Pavlo Sadoka.

Ministra dos Assuntos Parlamentares considera caso de Setúbal inaceitável

A ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares considerou ainda que o caso do acolhimento de refugiados ucranianos por cidadãos russos na Câmara de Setúbal “é inaceitável” e deve ser investigado. “Lamento pela situação que considero inaceitável, seja pela irresponsabilidade ou por excesso de voluntarismo que baixou, ou terá baixado, os níveis de alerta para questões de privacidade que não poderiam acontecer em matéria de acolhimento de refugiados”, afirmou Ana Catarina Mendes.

A governante falava numa audição na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, sobre o acolhimento de refugiados em Portugal, em que também marca presença a secretária de Estado da Igualdade e das Migrações, Isabel Almeida Rodrigues.

Abordando as audições que tiveram lugar esta tarde, no parlamento, Ana Catarina Mendes frisou que, segundo o que tem ouvido e “a confirmarem-se as notícias que têm vindo a público, Setúbal é um caso isolado”, mas “tem de ser investigado”.

“Por isso, o senhor ministro da Administração Interna pediu que a Comissão Nacional de Proteção de Dados faça um inquérito para perceber o que aconteceu com os dados pessoais que, dizem as notícias, de algumas pessoas possam ter sido tratados”, disse.

A ministra afirmou que, pelas audições desta tarde, contrariamente ao que terá sido veiculado pelas notícias, “não há certeza de que esses dados possam ter sido enviados para qualquer organismo externo”. “Ainda assim, eu julgo que, havendo suspeita, tem que haver uma investigação e tem que haver resposta a esta matéria”, frisou.

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Crédito Agrícola com aumento salarial de 0,9%

  • Lusa
  • 10 Maio 2022

A esta atualização acresce "o aumento do valor diário do subsídio de almoço para 9,90 euros”, adiantaram os sindicatos.

Os trabalhadores do Crédito Agrícola vão ter uma atualização salarial e das cláusulas de expressão pecuniária de 0,9%, no âmbito da revisão do Acordo Coletivo de Trabalho para 2021, indicaram esta terça-feira os sindicatos representativos.

“O Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) e o Sindicato Independente da Banca (SIB) conseguiram na revisão do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) do Crédito Agrícola para 2021 uma atualização salarial e das cláusulas com expressão pecuniária de 0,9%, ao que acresceu o aumento do valor diário do subsídio de almoço para 9,90 euros”, lê-se num comunicado conjunto das estruturas sindicais.

Citado no mesmo documento, o presidente do SNQTB, Paulo Gonçalves Marcos, defendeu que o Crédito Agrícola soube “perceber e reconhecer” o esforço dos seus trabalhadores, “em vez de manter uma proposta de aumentos indigna”.

Relativamente a 2022, os sindicatos consideraram ser evidente que a aceitação de uma atualização de 1,1%, no âmbito do ACT do setor bancário, foi uma “manifesta precipitação, lesiva dos interesses dos trabalhadores bancários”.

A este propósito, o SNQTB e o SIB sublinharam ainda que a inflação em Portugal aumentou para 7,2% em abril, o valor mais elevado dos últimos 29 anos.

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Fidelidade apoia 19 instituições com 750 mil euros

  • ECO Seguros
  • 10 Maio 2022

Em duas fases, a 4ª edição do Prémio Fidelidade Comunidade distinguiu 19 instituições sociais que trabalham áreas de envelhecimento, inclusão de pessoas deficientes e incapacitadas e prevenção saúde.

Realçando compromisso com objetivos de responsabilidade e sustentabilidade social, a seguradora anunciou resultados do Prémio Fidelidade Comunidade. Na sua 4ª edição anual e outra vez dividida em dois momentos, a iniciativa atribuiu prémio no valor total de 150 mil euros distinguindo, na 1ª fase, nove instituições sociais de todo o país, incluindo a Região Autónoma da Madeira. Na segunda fase, que acaba de concluir, foi destinado montante total de 600 mil euros a repartir entre 50 mil e 100 mil euros por projetos que promovam capacitação e sustentabilidade das organizações sociais.

“Com 328 candidaturas consideradas nesta fase, a maioria das instituições apresentou projetos na área do envelhecimento, seguindo-se a de inclusão social de pessoas com deficiência ou incapacidade e, em menor número, a área da prevenção em saúde. Os apoios mais solicitados ao Prémio Fidelidade Comunidade prendem-se com a contratação de recursos humanos, compra de viaturas, obras e certificações,” detalha a companhia listando, as 10 instituições premiadas em 2ª fase:

  • AMAR 21 – Associação de Apoio à Trissomia 21 e outras Perturbações do Neurodesenvolvimento (Barcelos_Braga)
  • Associação Sócio Terapêutica de Almeida, IPSS – ASTA (Guarda_Almeida)
  • Centro de Reabilitação e Integração de Fátima – CRIF (Santarém_Ourém)
  • CERCIZIMBRA, CRL – Cooperativa para a Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados de Sesimbra (Setúbal_Sesimbra)
  • CERCIMARANTE, CRL – Cooperativa para a Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados de Amarante (Porto_Amarante)
  • SUÃO – Associação de Desenvolvimento Comunitário (Évora)
  • APPACDM Braga – Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (Braga)
  • CENTRO SOCIAL E PAROQUIAL DE MEÃS DO CAMPO (Coimbra)
  • ALDEIAS HUMANITAR – Associação de Solidariedade Social (Viseu_Sernancelhe)
  • Associação Beira Aguieira de Apoio ao Deficiente Visual – ABBADV (Viseu_Mortágua)

“Porque ser Fidelidade pressupõe o envolvimento dos colaboradores e parceiros de negócio”, a companhia desafiou ambos a eleger dois, entre os projetos vencedores, aos quais cabe um “prémio especial, no valor de 3 mil euros cada” (Prémio Especial Colaboradores e Prémio Especial Parceiros de Negócio).

Jorge Magalhães Correia, Presidente do Conselho de Administração da Fidelidade e também membro do júri, afirma: “Prémio Fidelidade Comunidade designa a forma como a empresa estrutura a sua resposta às problemáticas da sociedade” e a iniciativa tem “como missão promover o fortalecimento do setor social”, investindo nas instituições que atuam na inclusão social de pessoas com deficiência ou incapacidade, prevenção em saúde e envelhecimento, “áreas que integram a essência dos impactos da atividade seguradora: a proteção das pessoas, do património e da atividade económica, no presente e no futuro”.

Alinhando estratégia de sustentabilidade e negócio da Seguradora, o Prémio Fidelidade Comunidade tem um júri independente, composto por personalidades “que refletem diferentes visões e experiências e têm vasto conhecimento da realidade social portuguesa, bem como sensibilidade para os assuntos relacionados com a sustentabilidade e responsabilidade social das empresas, nomeadamente: Maria de Belém Roseira, ex-ministra da Saúde e da Igualdade; Madalena Santos Ferreira, jurista; Isabel Capeloa Gil, Reitora da Universidade Católica Portuguesa; Filipe Almeida, Presidente da Estrutura de Missão Portugal Inovação Social.

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BCP paga dividendo a 3 de junho

  • Joana Abrantes Gomes
  • 10 Maio 2022

A distribuição de 13,6 milhões de euros aos acionistas resulta num dividendo de 0,0009 euros (0,09 cêntimos) por ação.

O Banco Comercial Português (BCP) vai pagar um dividendo de 0,0009 euros por ação a partir do dia 3 de junho, segundo um comunicado enviado esta terça-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

De acordo com o banco liderado por Miguel Maya, o valor corresponde a um dividendo líquido de 0,000648 euros ou 0,000675 euros por ação, tendo em conta uma taxa liberatória de 28% e 25%, respetivamente.

“O Banco Comercial Português, S.A. informa ainda que as ações representativas do seu capital social serão transacionadas em mercado regulamentado sem conferirem direito a dividendos a partir do dia 1 de junho de 2022 (inclusive)”, refere ainda o comunicado.

Em 2021, o BCP reportou um lucro individual de cerca de 90 milhões de euros, do qual resultou a proposta de distribuição de 13.602.590,96 euros aos acionistas, num dividendo de 0,09 cêntimos por ação.

No passado mês de fevereiro, o CEO do BCP, Miguel Maya, e o presidente do Conselho de Administração do banco, Nuno Amado, já tinham anunciado que o banco iria pagar um dividendo “bastante moderado”.

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Metros e Transtejo com procura até abril 28% abaixo do pré-pandemia

Metropolitano de Lisboa é o transporte público sob tutela do Ministério do Ambiente que tem maior desvio de passageiros entre os primeiros quatro meses de 2019 e de 2022.

A procura pelos metropolitanos e pelos barcos da Transtejo/Soflusa continua a recuperar mais ainda está distante dos números anteriores à pandemia. Nos primeiros quatro meses por ano, o número de passageiros transportados ficou 28% abaixo do período homólogo de 2019, segundo os dados revelados pelo Ministério do Ambiente e Ação Climática, que tutela estas empresas.

Entre janeiro e abril deste ano, foi registado um total de 62,228 milhões de validações no Metro de Lisboa, Metro do Porto e Transtejo/Soflusa. O número compara com os 85,865 milhões de validações verificados nos mesmos meios de transportes em igual período de 2019, antes da pandemia.

Se for contabilizado apenas abril de 2022 e o compararmos com o mesmo mês de 2019, houve menos 22% de passageiros transportados neste ano face ao último registo anterior à covid-19: 17,478 milhões de utentes em abril de 2022 face aos 22,268 milhões de utilizadores do mesmo mês de 2019.

Foi em abril de 2019 que arrancou o programa de apoio à redução das tarifas dos transportes públicos nas duas áreas metropolitanas. A partir desse mês, os utentes puderam comprar um passe mensal de transportes por 40 euros para circularem em toda a área metropolitana de Lisboa ou do Porto de transportes público; ou então um passe mensal de 30 euros para um dos municípios das duas regiões.

O Metro de Lisboa é a empresa que mais tarda em recuperar passageiros: houve menos 28% de validações no último mês (10,86 milhões) face ao período homólogo de 2019 (15,076 milhões). Em abril último houve três greves parciais nesta empresa, o que penaliza o número de validações diárias.

Sem paralisações, o Metro do Porto é a empresa mais próxima dos números pré-pandemia: houve menos 6% de validações entre abril de 2022 (5,269 milhões) e abril de 2019 (5,629 milhões).

Na travessia fluvial, Transtejo e Soflusa tiveram menos 14% de utilizadores entre abril de 2022 (1,35 milhões) e igual mês de 2019 (1,562 milhões).

Desde o mês passado que o Ministério do Ambiente e da Ação Climática começou a divulgar o número de passageiros transportados por mês nas empresas por si tuteladas, como Metro de Lisboa, Metro do Porto e Transtejo/Soflusa.

De fora destes números ficam as transportadoras rodoviárias privadas ou municipais e empresas de transporte ferroviárias de passageiros como a CP (sob tutela do Ministério das Infraestruturas) e a Fertagus (empresa privada).

(Notícia atualizada às 18h58 com mais informação)

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Dona do Facebook abre a sua primeira loja física

  • ECO
  • 10 Maio 2022

A Meta, dona do Facebook, abriu a sua primeira loja física em Silicon Valley, na Califórnia. Objetivo é atrair os consumidores para o "metaverso" e tem três produtos à venda. 

A Meta, dona do Facebook, já abriu a sua primeira loja física. Com pouco mais de 139 metros quadrados, a loja está localizada em Silicon Valley, na Califórnia. Objetivo é atrair os consumidores para o “metaverso” e tem três produtos à venda.

A abertura de portas aconteceu na segunda-feira e à disposição dos consumidores estão três dispositivos de hardware: os smart glasses que desenvolveu com a marca Ray Ban, os dispositivos Portal e auscultadores para os Oculus, bem como uns óculos de realidade virtual. “A loja foi criada para que sejamos mais um ponto de contacto com o consumidor”, explica Martin Gilliard, responsável pela Meta Store, em declarações à a CNBC (acesso livre, conteúdo em inglês), acrescentando que a ideia é também perceber como os consumidores interagem com os produtos.

A loja conta ainda com uma tela onde serão exibidos jogos de realidade virtual, bem como salas para testes, segundo a Reuters (acesso condicionado, conteúdo em inglês). A medida faz parte da mais recente aposta da tecnológica no “metaverso”, um termo utilizado para descrever mundos virtuais paralelos. Por enquanto, a empresa não tenciona abrir mais lojas.

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Quarta dose da vacina contra a Covid apenas para idosos e imunodeprimidos, defende OMS

  • Lusa
  • 10 Maio 2022

A quarta dose contra a Covid-19 deve ser dada apenas em idosos ou pessoas com o sistema imunitário fragilizado, defendeu a OMS, acrescentando que "não há dados específicos" para a população em geral.

A quarta dose contra a Covid-19 deve ser administrada apenas em idosos ou pessoas com o sistema imunitário fragilizado, defendeu esta terça-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS), reiterando como prioritária a vacinação primária a nível global.

“Não há dados específicos que justifiquem recomendar a quarta dose de forma mais generalizada”, adiantou a cientista chefe da OMS, Soumya Swaminathan, numa conferência de imprensa sobre a evolução da pandemia da covid-19 no mundo.

A especialista reiterou que a OMS recomenda um processo de vacinação contra o coronavírus SARS-CoV-2 composto por duas doses iniciais e uma de reforço, o que permite “uma resposta imunitária mais completa e forte”.

“Consideramos que a primeira fase de vacinação é composta por três doses”, explicou Soumya Swaminathan, ao reconhecer que uma “quarta dose pode ajudar” na imunização das pessoas com mais idade ou com doenças que afetam o sistema imunitário.

Segundo alegou, uma parte considerável da população mundial ainda não tem acesso a vacinas, como é o caso de África, continente onde apenas 15% da população total receberam as primeiras duas doses.

“Em África, apenas 26% da população com mais de 60 anos recebeu La politique zéro Covid de la Chine “n’est pas soutenable” (Tedros)duas doses e isso é muito preocupante porque em qualquer surto futuro, como o que estamos a ver em alguns países, esse grupo estará em risco de desenvolver doença grave”, alertou Soumya Swaminathan.

Recentemente, a ministra da Saúde, Marta Temido, anunciou que as pessoas com mais de 80 anos vão receber um novo reforço da vacina contra a covid-19 a partir do final de agosto ou início de setembro e que estava também a ser equacionado para as pessoas entre 60 e 80 anos.

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Laliga perdeu 892 milhões de euros na época 2020/2021

  • Servimedia
  • 10 Maio 2022

Durante a época 2020/2021, a temporada mais atingida pela Covid-19, a Laliga apresentou perdas de receita no valor de 892 milhões de euros. 60% deste prejuízo foi causado por apenas um clube.

O Relatório Económico da liga espanhola para a época completa de 2020/21 mostra, pela primeira vez nos últimos anos, perdas de receitas no valor de 892 milhões de euros. Estas perdas coincidem com a fase mais aguda da pandemia, noticia a Servimedia.

Apesar do prejuízo, a LaLiga reconhece que o impacto só não foi maior devido à força financeira da competição e à responsabilidade dos clubes, e acredita, por isso, que vão conseguir uma sólida recuperação nas próximas épocas.

No seu conjunto, os clubes que compõem a liga espanhola alcançaram um rendimento total de 3818 milhões de euros na época 20/21, menos 24,1% do que em 19/20, com quedas nos ‘Matchday’ (-53%) e nos preços de venda para transferências de jogadores (-52%), que tiveram o maior impacto nas receitas.

Ainda assim, as perdas são substancialmente inferiores às previstas pela PwC no relatório de previsão Covid-19 de janeiro de 2021 e correspondem a uma redução mais ligeira do que a verificada pelo futebol profissional europeu como um todo.

De acordo com a UEFA, o declínio do volume de negócios normal ascendeu a sete mil milhões de euros ao longo das duas épocas com Covid-19. Com as receitas das transferências de jogadores, o gasto total das receitas no futebol profissional europeu ascendeu a mais de 10 mil milhões de euros.

No caso da LaLiga, existe um único clube que concentra 58% das perdas em termos de EBIT, 56% das perdas em termos de resultado líquido e 26% da dívida financeira bruta (DFB). Contudo, do total das perdas registadas por esta entidade, cerca de 50% correspondem a convenções contabilísticas associadas à amortização extraordinária do seu balanço, sem impacto financeiro imediato.

Clubes conseguem reduzir a dívida no meio da crise

Embora 71% dos clubes tenha um resultado líquido negativo, a verdade é que a maioria deles tem um Ebitda positivo (62%) e, mesmo nos piores momentos de crise, ainda conseguiram reduzir o seu nível de DFB (55% dos clubes).

Dentro de todas as despesas que uma competição implica, os maiores gastos são com o pessoal desportivo (46%), seguido da amortização do jogador (16%). No entanto, pela primeira vez, as despesas diminuíram -5,4%, fruto do esforço operacional feito pela maioria dos clubes, onde se destaca a amortização de jogadores (-6,6%) e a diminuição de outras despesas operacionais (-13,4%).

Para além da contenção no nível de despesas correntes, vale a pena destacar a ativação efetiva de um ‘estabilizador automático’, derivado do Controlo Económico da LaLiga, nomeadamente o abrandamento do nível de investimento no plantel de jogadores (assinaturas), o que preservou os balanços dos clubes.

No entanto, em termos de resultados, o efeito não é simétrico. As vendas mais baixas têm um impacto negativo direto e imediato nos resultados da época, enquanto as compras só o farão gradualmente nos próximos anos devido às amortizações. Mas, em termos de consumo de liquidez e pressão sobre o endividamento, ou seja, em termos de dinheiro, o saldo já foi sentido de uma forma muito positiva.

No que diz respeito ao grau de capitalização, os acionistas dos clubes têm demonstrado um forte empenho ao subscreverem aumentos de capital de cerca de 215 milhões de euros. Sem considerar o impacto negativo associado à deterioração do capital próprio da liga espanhola (com um património líquido de cerca de -450 milhões de euros), o Rácio de Capital Próprio agregado da LaLiga seria de 28,8%.

Durante a época 2020/21, e para fazer face à crise, a liga espanhola promoveu vários acordos transformacionais (alguns formalizados na atual época 21/22) – entre os quais se destaca o Plano Impulso, a LaLiga Tech, as extensões de joint ventures internacionais, a venda de direitos audiovisuais e os patrocínios fechados durante a pandemia – que permitem ao futebol profissional espanhol avançar de uma só vez o que normalmente só seria possível em 20/30 anos.

A LaLiga espera, por isso, que este seja o ano em que a recuperação terá início, com receitas a ultrapassar, mais uma vez, a barreira dos quatro mil milhões, bem como um aumento previsto de +180% em Ebitda e de +66% em termos de EBIT e de resultados líquidos.

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Caso Berardo: BCP diz que faz os esforços “adequados” para recuperar dívidas

Sem comentar o processo de Berardo, o BCP diz que defende sempre os seus interesses numa situação de incumprimento de uma dívida e que faz os "esforços adequados" para recuperar o que lhe é devido.

Sem responder às acusações de que é alvo por parte de Joe Berardo, que acabou de colocar um processo de indemnização de 900 milhões de euros contra a banca, o BCP diz que está a defender os seus direitos em relação ao incumprimento de crédito e que está a realizar os “esforços adequados” para recuperar as dívidas. Já a Caixa não faz qualquer comentário nesta altura.

“O banco não comenta casos em concreto. Em todas as situações de incumprimento o banco defende os seus direitos e envida os adequados esforços para recuperar o que lhe é devido”, adiantou fonte oficial do BCP, depois de questionado pelo ECO sobre a ação interposta esta segunda-feira pelo empresário madeirense e pela Fundação José Berardo, e que tem ainda como alvos a Caixa Geral de Depósitos (CGD), Novobanco e BES.

Neste processo, que surge depois de uma bateria de ações que os bancos colocaram nos últimos anos contra o empresário madeirense por causa de dívidas de cerca de mil milhões de euros, Joe Berardo reclama 900 milhões de euros, dos quais 800 milhões se destinam a compensar a fundação por se ter visto “despojada” do seu património para cobrir as dívidas contraídas junto dos bancos, enquanto outros 100 milhões visam para ressarcir o comendador por danos morais, de acordo com o Diário de Notícias, que avançou inicialmente com a notícia.

Em relação ao BCP, que é um dos principais visados na ação, Joe Berardo alega que foi aliciado pela administração do banco a comprar uma participação qualificada na instituição em 2007, mas não foi informado sobre o risco e a situação financeira do banco. Nomeadamente, não foi informado “das fragilidades do BCP, como a real escassez de capitais próprios e as operações de gestão imprudentes realizadas com avultados prejuízos, que o tornam pouco resiliente a uma possível crise financeira e dos mercados”, defende-se o comendador.

Era um gigante com pés de barro e não estava minimamente em condições de resistir à mais pequena crise, pois afinal tinha sido gerido imprudentemente, em sucessivas fugas para diante”, acusa Joe Berardo.

O mesmo se passava com a Caixa e o BES, outros dois financiadores de Berardo com “pés de barro” e que integravam um sistema financeiro que era “sufragado” pelo Banco de Portugal.

Assim, foi neste “quadro de engano” que, configurando numa situação de “dolo”, Berardo diz ter sido incentivado a financiar-se junto da banca para comprar ações do BCP e, mais tarde, quando se começaram a verificar situações de incumprimento dos rácios mínimos de cobertura devido à desvalorização das ações do BCP, em 2008, a renegociar as dívidas, tendo entregado, de resto, os títulos de participação da Associação Coleção Berardo, em 2012, como penhor como mera formalidade.

Berardo diz que aceitou as reestruturações (incluindo o acordo quadro de 2012, sobre a associação) por confiar na palavra dos bancos de que a desvalorização das ações seria transitória e derivada de fatores externos (crise financeira). Mas eram na verdade fatores endógenos (problemas internos dos bancos) que estavam a pressionar o valor das ações de forma mais estrutural e que as instituições, sabendo disso, deveriam ter executado a venda das ações na altura devida, assim que os contratos entraram em incumprimento dos rácios mínimos de cobertura.

Berardo diz que se soubesse da verdadeira situação dos bancos, logo que se iniciou a desvalorização das ações, teria “certamente resolvido fazer com que os bancos vendessem as ações empenhadas, em execução do mandato que lhes tinha para tanto conferido, pagando-se dos seus créditos até ao montante dos preços de venda, com o que Joe Berardo, a Fundação José Berardo e a Metalgest teriam limitado grandemente o prejuízo ou nem teriam tido prejuízo”.

Os bancos não só não executaram as ações como estas viriam a perder ainda mais valor nos anos seguintes, dando origem ao buraco que uma parte e outra se acusam mutuamente de terem criado.

Para lá dos 100 milhões relativos a danos morais, Berardo e a sua fundação exigem 800 milhões aos bancos que correspondem ao montante a partir da diferença entre o preço pelo qual as ações teriam sido vendidas nas datas de incumprimento dos rácios de cobertura e o preço pelo qual vieram a ser efetivamente alienadas, acrescido de juros e demais encargos dos empréstimos a partir daquelas datas.

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UE condena expulsão de mais de mil palestinianos de terrenos para uso militar em Israel

  • Lusa
  • 10 Maio 2022

Esta iniciativa “ameaça gravemente a solução de dois Estados e apenas irá agravar um ambiente já de si tenso", refere a diplomacia da UE, uma semana depois da decisão do tribunal israelita.

A diplomacia da União Europeia (UE) condenou esta terça-feira as “demolições e expulsões ilegais” de cerca de 1.200 palestinianos nas colinas do sul de Hebron, na Cisjordânia, decretada pelo Supremo Tribunal israelita para uso desses terrenos para treino militar.

“A expansão de povoações, demolições e expulsões são ilegais ao abrigo do direito internacional. A UE condena tais possíveis planos e insta Israel a cessar as demolições e despejos, em conformidade com as suas obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional e do direito internacional dos direitos humanos”, salienta em comunicado o porta-voz do Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança.

E vinca: “O estabelecimento de uma zona de tiro não pode ser considerado uma razão militar imperativa para retirar a população”.

Na posição, divulgada uma semana depois da decisão do Supremo Tribunal israelita, a diplomacia da UE aponta ainda que esta iniciativa “ameaça gravemente a solução de dois Estados e apenas irá agravar um ambiente já de si tenso do qual ninguém pode verdadeiramente beneficiar”. Além disso, “apenas deteriora ainda mais a situação no terreno para os cidadãos de ambos os lados”, adianta.

Na semana passada, o Supremo Tribunal de Israel decidiu que o exército israelita poderá desalojar cerca de 1.200 palestinianos que vivem em oito aldeias nas colinas do sul de Hebron, na Cisjordânia, para usar esses terrenos como zona de treino militar. Com a decisão, o tribunal encerrou uma batalha jurídica que durou mais de 20 anos e que implica a deslocação forçada de milhares de palestinianos da área conhecida como Masafer Yatta.

A decisão judicial, adotada por unanimidade, indica que os queixosos palestinianos não conseguiram provar que residiam permanentemente nessas aldeias antes de o exército declarar aquela área como zona de treino de tiro, conhecida como Zona 918, em princípios da década de 1980.

Durante o julgamento, os palestinianos asseveraram que a sua presença nessas aldeias remonta há décadas, ao passo que o exército argumentou que eles apenas ocupavam aquelas terras de forma ocasional durante as migrações dos seus povos nómadas, o que significa que não tinham direitos sobre a terra.

Desde o início desta disputa nos tribunais israelitas, em 1999, os palestinianos da Zona 918 viveram sempre em condições precárias, já que as autoridades sistematicamente ordenaram a demolição de qualquer casa que fosse construída na área, assim como de instalações de redes de eletricidade e de saneamento.

Depois de uma operação de demolições em massa, os residentes palestinianos recorreram aos tribunais, num longo processo judicial que se prolongou até agora. mA área, que ocupa 3.300 hectares, é formada por colinas e encostas junto à cidade palestiniana de Yatta, próxima de Hebron, onde nos últimos anos proliferaram vários colonatos judeus e postos militares israelitas.

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Tesouro dos EUA alerta que retrocesso no aborto prejudicará economia do país

  • Lusa
  • 10 Maio 2022

"Eliminar os direitos das mulheres de tomar decisões sobre quando e se querem ter filhos teria efeitos muito prejudiciais na economia e atrasaria as mulheres décadas", disse Janet Yellen.

Um retrocesso no direito ao aborto nos Estados Unidos teria “efeitos muito prejudiciais na economia”, impedindo as mulheres de continuar a estudar, aumentando as possibilidades de caírem na pobreza, alertou esta terça-feira a secretária do Tesouro norte-americana.

“Acredito que eliminar os direitos das mulheres de tomar decisões sobre quando e se querem ter filhos teria efeitos muito prejudiciais na economia e atrasaria as mulheres décadas”, declarou Janet Yellen, durante uma audiência no Senado. A secretária do Tesouro do Governo de Joe Biden observou que “negar às mulheres o acesso ao aborto aumenta as suas probabilidades de viver na pobreza ou precisar de assistência pública”.

“Eliminar um direito que existe há meio século, especialmente para mulheres de baixos rendimentos e minorias, que já suportaram grande parte do fardo da pandemia de covid-19, seria um desastre”, alertou.

A decisão “Roe V. Wade” do Supremo Tribunal norte-americano, tomada em 1973 e que fundou o direito ao aborto nos Estados Unidos, “contribuiu para aumentar a participação [das mulheres] no mercado de trabalho”, lembrou Janet Yellen.

Isso “permitiu que muitas mulheres concluíssem os seus estudos, o que aumentou as suas oportunidades de ganhar dinheiro” e que “planeassem e equilibrassem as suas famílias e carreiras”, acrescentou Janet Yellen.

Além disso, frisou a secretária do Tesouro, investigações “mostram também que teve um impacto favorável no bem-estar (…) das crianças”.

Na semana passada, o portal de notícias norte-americano Politico publicou um projeto de decisão do Supremo que, se adotado, significará um retrocesso de 50 anos nos Estados Unidos da América, quando cada estado era livre para proibir ou permitir o aborto.

Esta informação causou uma forte movimentação na opinião pública e, do lado dos democratas, foram agendadas várias manifestações, particularmente em Washington e em Nova Iorque, para defender o direito ao aborto.

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Empresa deslocaliza fábrica de ‘tuk-tuks’ elétricos da Tailândia para Santo Tirso

  • Lusa
  • 10 Maio 2022

A fábrica vai gerir a produção total dos veículos elétricos, estando prevista a produção de 500 unidades até ao final deste ano, 1.200 unidades em 2023 e 2.000 unidades em 2024.

E-Tuk Factory, uma empresa dos Países Baixos que fabrica ‘tuk-tuks’ elétricos e derivados, vai deslocalizar-se da Tailândia para Santo Tirso, no distrito do Porto, num investimento superior a um milhão de euros que empregará 60 pessoas. “Se olharmos para a zona à volta do Porto, a infraestrutura já estava lá, e a boa ajuda da região ajudou-nos a decidir e apostar nesta região”, disse esta terça-feira à Lusa Maarten Lijftogt, o diretor de desenvolvimento de negócios da E-Tuk.

De acordo com o responsável, a opção de Lisboa também esteve em cima da mesa, já que a empresa conta com 600 veículos na capital, mas a escolha acabou por recair em Santo Tirso, numa fábrica com mais de seis mil metros quadrados, que será inaugurada na quinta-feira.

“Creio que o importante foi o trabalho qualificado que há no vosso país e o vosso futuro no lítio também é interessante”, adiantou o responsável. O objetivo da empresa, segundo o diretor, é construir um veículo 100% europeu e ter a produção de volta ao continente, já que ter a fábrica na Tailândia acarretava custos elevados de transporte.

No passado pagávamos 1.600 dólares [cerca de 1.517 euros] por um contentor, e agora paga-se 2.100 dólares [1.990 euros], portanto penso que o preço é um fator importante”, apontou o diretor da empresa, mencionando também que “se se transportar todas as partes de um veículo e os veículos, há muita poluição envolvida”.

Maarten Lijftogt referiu ainda o tempo, já que “a produção combinada com o transporte no mar demora demasiado”. “Queremos ser diretos com os nossos clientes”, apontou, lembrando que a empresa trabalha “com muitos fornecedores portugueses”, como por exemplo a Sunviauto, a Fibrauto e a AF Azevedos, como indica um comunicado da empresa.

O texto indica também que 80% dos componentes dos veículos são atualmente europeus, “porém o objetivo é chegar a 100%, e com isso atingir um estatuto de segurança e qualidade característico de marcas e produtos ‘premium'”. O departamento de desenvolvimento permanece nos Países Baixos e Banguecoque, capital tailandesa, será o centro de baterias para os negócios no mercado asiático.

Já a “fábrica portuguesa vai gerir a produção total dos veículos elétricos, incluindo as partes da carroçaria, a montagem das baterias e a integração com o seu sistema de telemática, estando prevista a produção de 500 unidades até ao final deste ano, 1.200 unidades em 2023 e 2.000 unidades em 2024″, refere a E-tuk Factory no comunicado.

A empresa afirma ser a primeira em Portugal “a assegurar o fabrico de ‘tuk-tuks’ elétricos juntamente com a montagem das respetivas baterias de lítio na mesma unidade de produção”.

Segundo Maarten Lijftogt, a E-tuk exporta para países como França, Alemanha, Itália e Reino Unido, sobretudo para mercado turístico, mas também já está a entrar na distribuição. “Durante o período da covid-19 o nosso mercado esteve um pouco fechado, porque estávamos no turismo. Como tínhamos conhecimento no setor elétrico, e também nas baterias, vimos que seria importante perceber o que o mercado precisava”, apontou, lançando-se na distribução ‘last mile’, ou seja, no último ponto da cadeia.

O responsável afirmou que, em Portugal, a E-tuk tem “contactos próximos” incluindo com “empresas maiores”, não só no turismo mas também na carga. A inauguração da fábrica está marcada para as 14:00 de quinta-feira em Santo Tirso, estando prevista a presença do presidente da Câmara de Santo Tirso, Alberto Costa, além de uma centena de convidados nacionais e internacionais.

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