Costa inicia hoje debate do Orçamento na generalidade

  • Lusa
  • 28 Abril 2022

Primeiro-ministro vai estar no Parlamento para dar início ao debate da proposta de Orçamento do Estado para 2022 na generalidade. Ao contrário da anterior, esta terá aprovação praticamente garantida.

O primeiro-ministro abre esta quinta-feira o debate parlamentar da proposta de Orçamento para 2022, em que a principal questão política relaciona-se com a amplitude das mudanças que a maioria absoluta socialista está disponível para introduzir na especialidade.

Ao contrário do que aconteceu nos anteriores sete orçamentos que António Costa apresentou na generalidade perante a Assembleia da República – o último, em outubro passado, foi rejeitado e abriu uma crise política -, desta vez, em consequência da vitória do PS com maioria absoluta nas eleições de 30 de janeiro, está praticamente assegurada a aprovação da proposta do Governo em votação final global no dia 27 de maio.

Por isso, a questão política coloca-se sobretudo no processo de especialidade, no sentido de saber que propostas de alteração a bancada socialista aceita introduzir no texto final do Orçamento.

O Orçamento do Estado para 2022 contém as principais medidas que faziam parte da proposta orçamental do Governo chumbada em outubro passado por PSD, Bloco, PCP, PEV, Chega e Iniciativa Liberal. E inclui medidas que o anterior executivo minoritário do PS tinha negociado com a bancada comunista, como o aumento extraordinário das pensões até 1108 euros.

As medidas de aumento extraordinário das pensões, de desdobramento dos terceiro e sexto escalões do IRS, o aumento dos abonos de família, ou a subida das deduções do IRS jovem terão efeitos retroativos a 1 de janeiro deste ano.

Mas a discussão do Orçamento vai ocorrer numa conjuntura de instabilidade económica e financeira internacional em consequência da intervenção militar russa na Ucrânia, que agravou uma tendência de subida da inflação que já se vinha registando desde o segundo semestre do ano passado.

Perante o aumento da inflação e a ausência de compensações em matéria salarial, o PSD concluiu que a proposta orçamental do Governo representa uma “austeridade encapotada”. O Bloco de Esquerda e o PCP têm exigido que seja reposto já o poder de compra dos trabalhadores da administração pública e dos pensionistas.

Confrontado com estas reivindicações de partidos da oposição, mas também de sindicatos, o primeiro-ministro tem argumentado que por essa via o país corre o risco de entrar numa “espiral inflacionista”.

Na resposta a estas pressões, António Costa invocou o que aconteceu ao país nos anos 70 e 80 do século passado para recusar um caminho em que as compensações salariais “seriam imediatamente consumidas por novos aumentos da inflação”. Em alternativa, o líder do executivo defendeu uma estratégia de ataque às causas do aumento dos preços, principalmente bens energéticos e agroalimentares, e diz acreditar que a atual trajetória de aumento da inflação é transitória.

No plano macroeconómico, a incerteza provocada pela guerra na Ucrânia levou o Governo a cortar o crescimento para 4,9% e a lançar medidas de 1.800 milhões de euros para mitigar a escalada de preços.

A equipa das Finanças, liderada por Fernando Medina, prevê uma redução da dívida pública para 120,7% do Produto Interno Bruto (PIB) face aos 127,4% registados em 2021 e uma descida do défice orçamental para 1,9% do PIB, uma revisão em baixa face aos 3,2% previstos em outubro.

A proposta orçamental mantém a estimativa de taxa de desemprego de 6% para este ano e que significou uma revisão em baixa face aos 6,5% previstos em outubro.

Na terça-feira, na audição na Comissão de Orçamento e Finanças (COF) que antecedeu o debate da proposta na generalidade, o ministro das Finanças defendeu que a proposta do Orçamento está baseada numa estratégia de consolidação das contas públicas e que isso representa o “melhor” escudo protetor perante a incerteza.

Perante as questões dos deputados sobre a previsão de redução do défice num ano em que a disciplina orçamental de Bruxelas ainda se mantém suspensa, Fernando Medina argumentou que “partir para este ano e para os próximos anos que se avizinham com um défice orçamental no limite do que está definido nas regras europeias e sem uma estratégia ativa e rigorosa de redução de dívida pública era colocar o país numa situação de risco”.

Medina sustentou que uma estratégia de consolidação irá permitir ganhar margem orçamental para numa situação de maior abrandamento da economia, caso se registe, o país não ser obrigado a políticas de austeridade.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Após escalada, preços do gás natural aliviam 5% na Europa

No rescaldo do corte no abastecimento a dois países europeus pela Gazprom, os preços do gás natural na Europa aliviam cerca de 5% esta quinta-feira.

Os preços do gás natural na Europa aliviam esta quinta-feira, no rescaldo da decisão da Gazprom de cortar o abastecimento à Polónia e à Bulgária. Depois de uma subida na quarta-feira, que chegou a superar os 20% ao início da manhã, os futuros de referência TTF para entrega em junho recuavam cerca de 5% às 7h20 desta quinta-feira, transacionando a 102,25 euros por MWh (megawatt-hora), segundo dados da Barchart.

Na quarta-feira, a Gazprom, um grupo estatal russo, anunciou ter cortado o fornecimento aos dois países europeus por estes se recusarem a pagar o gás russo em rublos, uma exigência de Moscovo. O ultimato tinha sido feito pelo Presidente russo, Vladimir Putin, no final de março, mas a União Europeia recusa fazê-lo, dado que o pagamento em rublos esbarra nas sanções ocidentais contra o Kremlin, por causa da invasão à Ucrânia.

Para já, o corte no abastecimento estará limitado à Polónia e à Bulgária. A situação é mais preocupante neste último país, dado que 90% do gás que consome tem origem na Rússia. Ainda assim, de acordo com a Reuters, esta quinta-feira de manhã, a Rússia continuava a abastecer a Europa por gasoduto através da Ucrânia.

Apesar dos avisos dos governos europeus, algumas empresas do continente já terão cedido à exigência de Moscovo. A Bloomberg noticiou na quarta-feira que quatro empresas europeias pagaram gás russo em rublos e que, no total, pelo menos uma dezena de empresas já abriram conta no Gazprombank, o ramo financeiro do grupo Gazprom que é responsável pela conversão dos euros e dólares em rublos, antes da liquidação do pagamento.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

5 coisas que vão marcar o dia

Esta quinta-feira, o Parlamento vai debater o Orçamento do Estado. A marcar o dia está ainda a apresentação de resultados da Jerónimo Martins e os dados sobre o comércio internacional.

O Parlamento vai começar a debater na generalidade o Orçamento do Estado. A marcar o dia está ainda a apresentação de resultados referentes ao primeiro trimestre da Jerónimo Martins e a leitura da sentença do caso que ficou conhecido como o cartel da banca. Lá fora, a Comissão Europeia divulga os indicadores de Sentimento Económico e do Clima de Negócios.

Parlamento começa a debater Orçamento do Estado

Arranca a discussão na generalidade da proposta de Orçamento do Estado para 2022, na Assembleia da República. Esta discussão do documento por parte dos deputados segue-se às audições dos ministros das Finanças e do Trabalho, e culmina na votação da proposta na generalidade, esta sexta-feira.

Jerónimo Martins apresenta resultados

A Jerónimo Martins tem marcada para esta quinta-feira a apresentação dos resultados do primeiro trimestre, após o encerramento do mercado. No ano passado, a dona do Pingo Doce e da Biedronka viu o resultado líquido crescer 48,3%, para 463 milhões de euros. No ano anterior, o primeiro da pandemia, a retalhista alimentar tinha lucrado 312 milhões de euros.

É conhecida sentença no caso “cartel da banca”

Decorre esta quinta-feira a leitura da sentença do caso que ficou conhecido como o “cartel da banca”, no Tribunal da Concorrência em Santarém. Estão envolvidos neste processo 14 bancos, que enfrentam coimas da Autoridade da Concorrência que podem ascender a 225 milhões. Em causa estão práticas anticoncorrenciais no mercado de crédito que prejudicaram os consumidores durante 11 anos.

INE divulga evolução do comércio internacional

O Instituto Nacional de Estatística dá a conhecer as estimativas rápidas para as estatísticas do Comércio Internacional durante o primeiro trimestre deste ano. Os últimos dados, relativos ao mês de fevereiro, mostraram que as importações cresceram o dobro das exportações antes da guerra na Ucrânia.

Como está o sentimento económico na UE?

A Comissão Europeia publica o Indicador de Sentimento Económico, bem como o Indicador que mede o Clima de Negócios, referentes ao mês de abril. Dados surgem num contexto de inflação acelerante na maior parte das principais economias da União Europeia, com a saída da pandemia e o impacto da guerra na Ucrânia.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Lítio “desembarga” investimento da Aveleda em Ponte de Lima

Aveleda retoma plano de expansão na região dos Vinhos Verdes, que engloba mais 70 hectares e outros 3,5 milhões de euros, após Direção-Geral de Energia travar exploração de lítio na Serra d’Arga.

Em julho de 2018, a Aveleda começou a plantar na aldeia de Cabração, no concelho de Ponte de Lima, aquela que era anunciada como a futura maior vinha da região dos Vinhos Verdes, com um potencial de 200 hectares no total até 2020, fruto de um investimento avaliado em sete milhões de euros. No entanto, embora a empresa já tenha ali aquela que é a sua maior parcela de vinha, o projeto acabou por não passar dos 70 hectares, uma vez que, já depois da primeira plantação, essa zona no sopé da Serra D’Arga, a 19 quilómetros do Atlântico, acabou por ser identificada como uma das que teria potencial para a exploração de lítio, obrigando o grupo a suspender os planos de expansão.

Fevereiro de 2022: numa fase de transição governativa, já depois do PS assegurar uma maioria absoluta nas legislativas antecipadas, o Ministério do Ambiente e da Ação Climática informou que a Avaliação Ambiental Estratégica promovida pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) concluiu que na área da Serra d’Arga — abrange os concelhos de Caminha, Vila Nova de Cerveira, Viana do Castelo e Ponte de Lima, num total de dez mil hectares de área –, “as restrições ambientais inibem a prospeção e consequente exploração” de lítio, ficando assim esta zona fora do objeto do futuro concurso.

Em declarações ao ECO, o co-CEO e administrador da Aveleda, Martim Guedes, confirma que a segunda parte do investimento, avaliada em perto de 3,5 milhões de euros, está “em condições” de ser retomada depois desta clarificação, nos moldes em que tinha sido planeada inicialmente. “Vamos retomar a plantação dos outros 70 hectares de vinha. Dá-nos essa previsibilidade de que a vinha não vai ser expropriada para ali fazer minas de lítio. Foram notícias excelentes para nós, por podermos avançar com o investimento, e pela própria Serra d’Arga, que, de facto, tem um valor ambiental e de biodiversidade extraordinário. Falo até pessoalmente: ia-me custar imenso ver aquilo transformado numa mina a céu aberto”, sublinha o empresário.

Vamos retomar a plantação dos outros 70 hectares de vinha. Dá-nos essa previsibilidade de que a vinha não vai ser expropriada para ali fazer minas de lítio.

Martim Guedes

Co-CEO da Aveleda

O grupo fundado em 1870 e sediado em Penafiel, que tem também presença no Douro, na Bairrada e no Algarve, estabeleceu no plano estratégico desenhado em 2014 o objetivo de triplicar para 600 hectares a área de vinha nos Verdes, em que é o maior produtor e em que se destaca com a marca Casal Garcia, passando a ser “largamente” o maior proprietário nessa região. Martim, que partilha a liderança executiva com o primo António, ambos da quinta geração da família Guedes, justifica essa aposta “não só por uma questão de redução da dependência económica de fornecedores, mas sobretudo por uma questão de qualidade, para [conseguir] controlar a qualidade de uma maior percentagem do vinho que [vende]”.

Em 2021, a Aveleda atingiu um novo recorde de vendas, no valor de 44 milhões de euros, com um crescimento homólogo de 8%. E no orçamento para este ano tem previsto um aumento da faturação para 47 milhões de euros, mantendo nesta fase o “otimismo” quanto ao cumprimento dessa meta. No último exercício, que terminou com um total de 173 colaboradores, mais 21 do que no último, contabilizou 21,5 milhões de garrafas produzidas nas linhas de enchimento do grupo.

Polónia a emergir, Rússia a imergir

Do Minho ao Algarve, outro grande investimento está em curso no projeto Villa Alvor, aos pés da Serra de Monchique, onde em 2019 adquiriu metade da antiga Quinta do Morgadio da Torre e tem “um plano muito faseado de aumentar entre 5 a 10 hectares de vinha todos os anos”, planeando chegar a 30 hectares. Já a outra componente do projeto, que engloba aquela que ambiciona vir a ser a maior unidade de enoturismo algarvia e que inclui a construção de uma nova adega, está a “demorar mais um bocadinho”.

“Tivemos mais dificuldades ao nível das aprovações e também tivemos algumas surpresas nos estudos técnicos. O projeto está a demorar mais um bocadinho, mas vamos avançar. Estamos nesta fase a submeter o projeto de arquitetura. Não desistimos dessa ambição de criar a maior unidade de enoturismo do Algarve. Qual o novo prazo? É difícil responder, depende das aprovações. Mas se conseguirmos começar a construir daqui a um ano seria bom”, aponta Martim Guedes.

Já incluído no planeamento, outro “investimento significativo” será feito na Quinta Vale D. Maria, no Douro, que o grupo comprou em 2017 ao primo Cristiano van Zeller. Por um lado, envolverá a área produtiva, ao nível de linhas de enchimento e das estruturas de vinificação; por outro lado, incluirá uma vertente imobiliária, com a reconstrução e requalificação de algumas casas degradadas que pertencem a esta conhecida propriedade localizada no vale do Rio Torto.

A Aveleda, que já admitiu que irá voltar a subir os preços dos vinhos em 2022, exporta 70% da produção, com Estados Unidos, Alemanha e Brasil a figurarem como os três maiores mercados externos. Um dos mercados com maior crescimento no ano passado, onde encaixou mais de um milhão de euros, foi a Polónia, que ajudou a dar “mais alguma diversificação” no negócio internacional. Questionado sobre se a instabilidade provocada pela guerra no Leste europeu poder afetar o comportamento de consumo, admite que já se nota “alguma retração e mais algum receio por parte dos clientes, como é natural”.

E a Rússia? “Tentámos durante muitos anos. No ano passado, finalmente conseguimos ter uma trajetória de sucesso e faturámos praticamente 200 mil euros no mercado russo. Estava a começar a despertar e agora teve aqui um revés muito grande. Para a Ucrânia nunca vendemos nada de significativo, por isso em termos de volume de negócio não tem impacto direto. Tem [um efeito] indireto, por tudo o que se passa no mundo”, contextualizou Martim Guedes.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

App 29k da Fundação José Neves quer ajudar jovens a lidar com stress. Já tem 25 mil utilizadores

A app adicionou novas ferramentas para ajudar os jovens dos 15 aos 20 anos a lidarem com as adversidades e o stress, de forma a melhorarem o seu bem-estar e saúde mental.

A aplicação portuguesa 29k da Fundação José Neves (FJN) adicionou novas ferramentas para ajudar os jovens dos 15 aos 20 anos a lidarem com as adversidades e o stress, de forma a melhorarem o seu bem-estar e saúde mental. A cantora Nenny, o bailarino António Casalinho são os novos embaixadores da 29k. A app já alcançou os 25 mil utilizadores registados.

A aposta da app nos mais jovens é “mais um passo importante para que o programa de desenvolvimento pessoal da FJN possa chegar a todos os portugueses”, começa por dizer Carlos Oliveira, presidente executivo da Fundação José Neves.

“Existe um problema de saúde mental nas faixas etárias mais jovens que não pode ser ignorado. A juventude é uma fase desafiante, na qual as mudanças físicas, emocionais e sociais tornam os jovens particularmente vulneráveis ao desenvolvimento de problemas de saúde mental. A app 29k FJN é uma ferramenta que os pode ajudar a lidar com os seus problemas e frustrações. Está comprovado que quando bem utilizada pode gerar um impacto duradouro e muito positivo”, acrescenta, em comunicado.

Carlos Oliveira, presidente executivo da Fundação José NevesRicardo Castelo

Dados da Organização Mundial da Saúde demonstram que, a nível mundial, a prevalência de jovens com é doença mental é de cerca de 20%, e continua a crescer. Atualmente, estima-se que um em cada sete jovens (entre os 10-19 anos) tem problemas de saúde mental e que o suicídio é a quarta principal causa da morte de jovens dos 15 aos 29 anos.

“A adolescência é uma fase de transformação das nossas emoções, em que muitas vezes experienciamos períodos de sofrimento e em que existe o risco de podermos desenvolver problemas de saúde mental. Acreditamos que através do desenvolvimento pessoal podemos promover um melhor bem-estar e uma melhor saúde mental”, explica Pedro Morgado, vice-presidente da Escola de Medicina da Universidade do Minho e coordenador científico da aplicação 29k FJN.

“A aplicação 29k FJN desenvolveu cursos dedicado aos jovens dos 15 aos 20 anos porque acreditamos que se promovermos a saúde mental e o desenvolvimento pessoal nesta faixa etária podemos verdadeiramente construir um futuro mais saudável e um futuro mais feliz”, salienta.

Os três cursos direcionados para os mais jovens — “Lidar com o stress”, “Construir relações” e “Sê teu amigo” — têm como embaixadores vários jovens portugueses, entre os quais a cantora Nenny, o bailarino António Casalinho.

Veja aqui os vídeos com as declarações dos embaixadores jovens.

A app da Fundação José Neves é gratuita, está disponível para iOS e Android e pode ser descarregada através deste link.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Bruxelas anuncia fim da fase de emergência do combate à pandemia de Covid-19

  • Joana Abrantes Gomes
  • 27 Abril 2022

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que os Estados-membros estão a "entrar numa nova fase da pandemia" numa transição para uma "gestão mais sustentável" da doença.

A União Europeia (UE) anunciou esta quarta-feira a saída da fase de emergência da pandemia de Covid-19, numa altura em que diminui a pressão sobre os sistemas de saúde, assim como as restrições nos Estados-membros.

“Estamos a entrar numa nova fase da pandemia, à medida que passamos do modo de emergência para uma gestão mais sustentável da Covid-19”, apontou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

A decisão ocorre na sequência da diminuição significativa no número de mortes e hospitalizações em toda a UE devido à prevalência da variante Ómicron que, embora mais contagiosa, é menos grave, juntamente com altas taxas de imunização. Cerca de três quartos dos cidadãos europeus estão totalmente vacinados, sendo que mais de metade recebeu uma dose de reforço.

No entanto, a líder do Executivo comunitário sublinhou a necessidade de “permanecer vigilantes”. “Os números de infeções ainda são altos na UE e ainda há muitas pessoas que estão a morrer da Covid-19. Adicionalmente, novas variantes podem emergir e podem circular rapidamente”, acrescentou.

Von der Leyen apelou, nesse sentido, a que os Estados-membros mantenham vários cuidados de combate à pandemia e que comecem já a preparar a próxima fase. “Precisamos de intensificar ainda mais a vacinação“, disse, pedindo que os 27 implementem sistemas de vigilância para identificar novas variantes da Covid-19.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Argélia ameaça romper contrato de gás com Espanha

  • Lusa
  • 27 Abril 2022

Se o gás argelino exportado para Espanha for reenviado para Marrocos pode haver "uma violação dos compromissos contratuais" e razões para rescindir o contrato entre a Sonatrach e clientes espanhóis.

A Argélia advertiu esta quarta-feira Espanha que qualquer desvio do gás exportado, “cujo destino não seja outro do que o previsto no contrato”, significará uma violação contratual, segundo o Ministério das Minas e Energia argelino. A informação foi adiantada pela agência oficial do país do norte de África.

O ministro das Minas e Energia argelino, Mohamed Arkab, referiu num comunicado que foi esta quarta notificado “por mensagem eletrónica, pela sua homóloga espanhola, Teresa Ribera, da decisão de Espanha de autorizar a exploração, em fluxo inverso, do Gasoduto Magrebe-Europa (GME)”.

O GME, que fornecia gás argelino a Espanha e Portugal através do território marroquino, foi encerrado em outubro de 2021, quando expirou o contrato de 25 anos, em plena tensão entre Argélia e Marrocos. A Argélia adiantou que a “operação (solicitada pela Espanha para o uso do GME) vai ser realizada hoje ou amanhã [sexta-feira]”.

“As quantidades de gás natural argelino entregues a Espanha, cujo destino não seja outro do que o previsto nos contratos, vão ser consideradas uma violação dos compromissos contratuais e, portanto, poderão levar ao incumprimento do contrato que vincula a Sonatrach [empresa petrolífera estatal da Argélia] aos seus clientes espanhóis”, acrescentou.

A Argélia é o principal fornecedor de gás a Espanha, uma fonte de energia fundamental num momento em que a crise do conflito russo-ucraniano levou a União Europeia (UE) a considerar suspender as suas compras de gás à Rússia.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Wall Street fecha em alta à boleia da Microsoft

  • Joana Abrantes Gomes
  • 27 Abril 2022

Depois de uma forte queda na terça-feira, a bolsa de Nova Iorque encerrou no 'verde', numa semana em que várias empresas divulgam resultados trimestrais.

Wall Street fechou em terreno positivo na sessão desta quarta-feira, após uma queda acentuada no dia anterior, graças aos resultados trimestrais da Microsoft e da Visa que aliviaram as preocupações dos investidores em torno do aumento das taxas de juro e do abrandamento do crescimento económico global.

Enquanto o índice industrial Dow Jones fechou a subir 0,23%, para 33.314,98 pontos, e o S&P 500 encerrou a avançar 0,25%, para 4.185,80 pontos, o Nasdaq teve ganhos ligeiros de 0,03%, para 12.486,60 pontos.

A Microsoft subiu 4,81%, um dia após ter anunciado um resultado líquido de 16,72 mil milhões de dólares entre janeiro e março, superando assim as projeções de lucros. O salto da rede de pagamentos Visa foi ainda maior, de 6,47%, depois de divulgar receitas acima dos níveis pré-pandémicos.

Já a “dona” do Facebook recuou 3,32% antes de anunciar os seus resultados do trimestre, que se espera que registe um crescimento mais lento, enquanto a Tesla avançou 0,58% depois de uma queda de 12% na terça-feira, devido a preocupações de que o chefe executivo, Elon Musk, possa ter de vender ações para financiar a sua compra do Twitter.

Quase um terço das empresas do S&P 500 comunicaram resultados esta semana. Globalmente, quase 80% das empresas que compõem o S&P 500 superaram as expectativas dos analistas de Wall Street.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

EUA exigem fim “imediato” do bloqueio petrolífero na Líbia

  • Lusa
  • 27 Abril 2022

A produção do país tem-se situado nos 600.000 barris diários, metade dos 1,2 milhões que atingiu nos últimos meses.

Os Estados Unidos, através da embaixada norte-americana em Tripoli, pediram esta quarta-feira aos líderes líbios o fim “imediato” dos recentes encerramentos de poços e portos petrolíferos que travaram a produção de crude no país, com elevadas perdas.

A embaixada norte-americana manifestou-se “profundamente preocupada” pelo contínuo bloqueio do setor, que na sua perspetiva “priva os líbios de grandes rendimentos, contribuiu para o aumento dos preços e poderá provocar cortes de energia e problemas de abastecimento de água e escassez de combustível”.

A produção do país tem-se situado nos 600.000 barris diários, metade dos 1,2 milhões que atingiu nos últimos meses, o que implica uma perda de mais de 60 milhões de dólares (56,6 milhões de euros) por dia, segundo os dados oficiais.

O setor petrolífero está afetado de novo pela instabilidade política, após grupos tribais e manifestantes terem forçado o encerramento de terminais para exigir ao Governo de Unidade Nacional (GUN), em Tripoli, que ceda o poder ao Executivo paralelo designado pelo Parlamento de Tobruk.

O encerramento das infraestruturas petrolíferas “pode afetar a capacidade do país de beneficiar desta infraestrutura no futuro para alcançar o seu pleno potencial produtivo”, indicou a embaixada em comunicado. Nesse sentido, Washington recordou aos líderes líbios as diversas resoluções do Conselho de Segurança da ONU que protegem a Companhia Nacional de Petróleo (NOC), e reiterou o seu compromisso de fomentar um mecanismo de distribuição dos lucros deste setor.

O Executivo paralelo de Fathi Bashagha, designado pelo Parlamento, também pediu o fim do bloqueio das operações petrolíferas e a retoma das exportações. A NOC (sigla em inglês) anunciou na semana passada o encerramento de vários campos petrolíferos, incluindo o El Sharara, o mais importante do país, para além da suspensão da exportação em pelo menos três portos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

PSD quer ouvir ministro do Ambiente e outras entidades sobre acordo no preço do gás

  • Lusa
  • 27 Abril 2022

Para o PSD, a proposta "não é inteiramente clara no seu alcance e nos benefícios gerados, podendo traduzir-se em distorções e em custos escondidos que terão impacto mais adiante no tempo".

O PSD quer ouvir o ministro do Ambiente, o presidente da ERSE e outras entidades sobre o acordo entre os governos de Portugal e Espanha e a Comissão Europeia para um mecanismo temporário de fixação do preço médio de gás.

Num requerimento enviado esta quarta-feira ao presidente da Comissão de Ambiente e Energia, os deputados do PSD salientam que a alta de preços no setor da energia já se registava no último trimestre de 2021, “tendo-se acentuado a volatilidade e a incerteza neste domínio” com a guerra da Ucrânia.

Na terça-feira, os governos de Portugal e Espanha chegaram a um acordo político com a Comissão Europeia para o estabelecimento de um mecanismo temporário que permitirá fixar o preço médio do gás nos 50 euros por MWh.

O compromisso anunciado em Bruxelas terá uma duração de cerca de 12 meses e permitirá fixar o preço médio de gás em cerca de 50 euros por megawatt, contra o atual preço de referência no mercado de 90 euros, sendo que o preço começará nos 40 euros, assim que o acordo político alcançado for formalizado, o que deverá suceder ainda esta semana.

Para o PSD, “esta proposta não é inteiramente clara no seu alcance e nos benefícios gerados, podendo traduzir-se em distorções e em custos escondidos que terão impacto mais adiante no tempo”.

Há ainda o risco de o mecanismo proporcionar uma subsidiação da produção de eletricidade a partir de combustíveis fósseis em Espanha (por exemplo a partir do carvão), o que seria negativo tendo em conta as prioridades nacionais em matéria de descarbonização e de combate às alterações climáticas”, referem.

Para prestar esclarecimentos ao parlamento sobre este tema, os deputados do Grupo Parlamentar do PSD requereram a audição do ministro do Ministro do Ambiente e Ação Climática (MAAC), Duarte Cordeiro, e dos presidentes da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), da Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN) e do OMIP SGMR (mercado a prazo) e do OMIE (mercado spot).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Qual o “plano B” dos países da UE face a um corte de gás russo?

  • Joana Abrantes Gomes
  • 27 Abril 2022

Com a ameaça de corte de gás russo, aumenta o risco de apagões e, numa altura em que os países tentam mudar para outras fontes energéticas, as opções são limitadas. Quais as alternativas dos países?

A possibilidade de a União Europeia (UE) deixar de receber gás proveniente da Rússia está a começar a tornar-se real, após a petrolífera estatal russa Gazprom anunciar a suspensão das entregas de gás à Bulgária e à Polónia a partir desta quarta-feira. O Kremlin ameaçou que o corte pode ser alargado a mais países da UE caso se recusem a fazer o pagamento em rublos, mas a presidente da Comissão Europeia já garantiu que o bloco comunitário “está preparado” para o corte de gás russo”. Diante deste cenário, qual o “plano B dos Estados-membros?

Para a Alemanha, a maior dependente do gás russo na UE, a solução pode estar na queima de carvão de lignite. Segundo a agência noticiosa alemã DPA, já há planos para ampliar uma mina de carvão na aldeia de Luetzerath, enquanto funcionários do Governo alemão apontam ainda a mina a céu aberto de Garzweiler, no estado da Renânia do Norte-Vestefália, como alternativa para reduzir as importações de combustíveis fósseis russos. Porém, esta fonte de energia pode tornar a região ainda mais poluente.

Por outro lado, a ameaça russa de só aceitar pagamentos em rublos fez soar os alarmes em Berlim ainda no final de março, altura em que o Governo alemão declarou a fase de alerta precoce do plano de emergência de gás. Trata-se da primeira de três fases possíveis, que consiste na monitorização para a qual foi convocada uma equipa de crise para se reunir diariamente, ao mesmo tempo que o regulador energético alemão está a fazer um levantamento junto das empresas sobre a sua utilização de gás para ajudar a determinar a distribuição de fornecimentos.

Além dessa medida preventiva, o ministro da Economia da Alemanha, Robert Habeck, apelou aos consumidores e às empresas do país para reduzir o consumo, frisando que “qualquer kilowatt por hora conta”. Ainda assim, perante um corte no fornecimento de gás russo, os consumidores seriam protegidos pelo maior tempo possível, o que implicaria que a indústria, sobretudo química e metalúrgica, suportasse o peso de um plano de racionamento.

Menos exposta que a Alemanha, a França teria primeiro de interromper as grandes centrais elétricas alimentadas a gás no caso de uma suspensão do abastecimento russo. Num país onde o combustível russo tem um peso de cerca de 17% no consumo de gás, este seria depois interrompido para as grandes indústrias químicas, refinarias de petróleo, centros comerciais e estádios, enquanto os fornecimentos para edifícios residenciais e pequenas empresas seriam cortados em último recurso, de acordo com a principal operadora de rede de transmissão de gás francesa, a GRTgaz.

“Contudo, em tal situação, [a França] deveria preparar-se para reduções no consumo, em particular no caso de um inverno frio ou de uma interrupção durante o inverno”, alertou a GRTgaz, numa declaração na passada sexta-feira. É por isso que Paris procura fontes alternativas de abastecimento de gás, estando já a aumentar a capacidade de importação de gás natural liquefeito e a considerar a possibilidade de construir um terminal flutuante para receber gás dos EUA.

De acordo com um decreto do Governo francês publicado na sexta-feira, em cenário de escassez, as empresas francesas que consomem mais de 5 gigawatt/hora (GWh) de gás por ano serão as primeiras a enfrentar restrições. Nesse caso, a GRTgaz e outros distribuidores serão autorizados a pedir aos grandes utilizadores que reduzam ou cortem o consumo no prazo de duas horas, e o Governo poderá impor multas àqueles que ignorem o pedido dos operadores de rede.

A Itália, por sua vez, maximizará a produção de carvão ou de óleo combustível. A 28 de fevereiro, quatro dias após o início da invasão russa da Ucrânia, o Governo liderado por Mario Draghi adotou medidas que permitirão aumentar a oferta ou reduzir a procura de gás, se necessário.

A energia gerada pelas centrais alimentadas a gás será substituída pela maximização da produção de outras fontes, como de carvão ou óleo combustível, enquanto a contribuição para o cabaz energético italiano de fontes renováveis permanecerá inalterada.

Adicionalmente, o primeiro-ministro italiano referiu que a reabertura de algumas centrais de carvão fechadas pode ser uma opção em cima de mesa, por forma a ajudar a colmatar o seu défice de fornecimento de energia e reduzir a dependência do gás russo, que atualmente representa cerca de 40% das suas importações.

“A Itália não tem problemas de abastecimento a curto prazo”, disse o ministro italiano da Transição Ecológica, Roberto Cingolani, após uma reunião com os seus homólogos europeus em Bruxelas, citado pela agência noticiosa Ansa. “Temos de pensar em reabastecer as reservas a partir do próximo ano, mas temos uma estratégia a curto, médio e longo prazo para acabar com a dependência do gás russo”, sublinhou.

Na sequência da decisão da Gazprom, a ministra do Ambiente da Polónia, Anna Moskwa, assegurou na terça-feira que as reservas de gás natural do país se encontram nos 76% e que a segurança energética do país não está em causa, enquanto a empresa de gás polaca PGNiG afirmou em comunicado que a situação “não afeta o fornecimento atual aos [seus] clientes que estão a receber combustível conforme solicitado”.

Quer a Polónia, quer a Bulgária, que não aceitaram pagar o gás em rublos, disseram não ter intenção de renovar os contratos estabelecidos com a Gazprom, ao mesmo tempo que acusam a energética russa de violar os contratos em vigor, que expiram no final deste ano. “Uma vez que todas as obrigações legais e comerciais estão a ser cumpridas, é evidente que, neste momento, o gás natural está a ser usado como uma arma económica e política na guerra atual“, declarou o ministro da Energia da Bulgária, Alexander Nikolov, citado pela Reuters.

A estas consequências poderão seguir-se outras, já que há gasodutos na Polónia e na Bulgária que fornecem a Alemanha, a Hungria e a Sérvia, e a Gazprom avisou que o transporte de gás através dos dois países também será cortado se o combustível for transportado “ilegalmente”. “Os pagamentos pelo gás fornecido desde 1 de abril têm de ser feitos em rublos, usando os novos detalhes de pagamento, sobre os quais os compradores foram informados atempadamente“, reiterou a empresa.

Ainda esta quarta-feira, fonte da energética russa citada pela Bloomberg disse que dos 10 compradores europeus de gás russo que abriram contas no Gazprombank, quatro já pagaram fornecimentos na moeda russa, o que, segundo Ursula von der Leyn, significa violar as sanções impostas por Bruxelas. Pagar em rublos, se isso não estiver previsto no contrato, é uma violação das nossas sanções”, sublinhou a presidente do Executivo comunitário, detalhando que “cerca de 97% dos contratos estipulam explicitamente que os pagamentos sejam feitos em euros ou em dólares”.

Para fazer face à decisão da Rússia, a Comissão Europeia iniciou um plano composto por duas etapas. “Primeiro, vamos assegurar que a decisão da Gazprom tem o menor impacto possível nos consumidores europeus. Hoje, os Estados-membros reuniram-se no grupo de coordenação do gás, a Polónia e a Bulgária atualizaram-nos sobre a situação e ambos estão a receber gás dos seus vizinhos da UE, o que mostra a solidariedade mas, também, a eficácia de investimentos passados, por exemplo, em conectividade e em infraestruturas de gás”, explicou Von der Leyen.

Ainda nesta primeira fase, Bruxelas vai “intensificar o trabalho com os grupos regionais dos Estados-membros, que poderão providenciar a mais imediata solidariedade uns aos outros, se necessário”, o que “irá mitigar qualquer impacto decorrente de possíveis disrupções no fornecimento de gás”.

Já a segunda parte do plano visa assegurar que há armazenamento e fornecimento de gás no médio prazo, acelerando a implementação do “Repower EU”, a estratégia delineada recentemente para reduzir a dependência europeia da energia russa “já este ano”. “Também chegámos a um acordo com os Estados Unidos para fazer mais importações este ano e nos seguintes e estamos a trabalhar com os Estados-membros para assegurar fornecedores de gás alternativos junto dos nossos parceiros”, apontou Von der Leyen, frisando ainda que “a era de combustíveis fósseis russos está a chegar ao fim”.

De momento, o mercado europeu do gás natural já está no limite, com preços cinco vezes superiores aos do mesmo período no ano passado. Esta quarta-feira, o anúncio da energética estatal russa fez disparar os preços do gás natural em 12,5%.

No ano de 2021, a UE comprou 155 mil milhões de metros cúbicos de gás à Rússia, o que equivale a 45% das importações e perto de 40% do consumo total conjunto dos 27 Estados-membros, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Emmanuel Macron procura primeiro-ministro de cariz “social e ambiental”

  • Lusa
  • 27 Abril 2022

"Vou nomear alguém que está ligado à questão social, à questão ambiental e à questão produtiva", disse o Presidente francês.

O Presidente francês reeleito, Emmanuel Macron, disse esta quarta-feira que o seu próximo primeiro-ministro será alguém com provas dadas no âmbito social e ambiental, enquanto a esquerda e a direita se organizam para as eleições legislativas em junho.

Na sua primeira visita pós-eleitoral, o Presidente francês foi esta quarta até à cidade de Cergy, perto a Paris, visitar um mercado junto a um bairro social. A visita não teve grande preparação, já que as redações só souberam esta manhã da deslocação improvisada do chefe de Estado, mas centenas de pessoas saíram à rua.

Após a eleição de domingo em que prometeu respostas para os franceses descontentes com a sua liderança, o Presidente prepara agora o seu próximo mandato e a prioridade é encontrar um novo primeiro-ministro que deverá conduzir a maioria do partido de Macron, República em Marcha, nas legislativas de 12 e 19 de junho.

“Vou nomear alguém que está ligado à questão social, à questão ambiental e à questão produtiva”, disse o Presidente respondendo aos jornalistas.

Entre as principais figuras apontadas para liderar o Governo até junho está a ministra do Trabalho, Elisabeth Borne, o ministro da Agricultura, Julien Denormandie, e o presidente da Assembleia Nacional, Richard Ferrand. Ao mesmo tempo, outras figuras ressurgem para este lugar, como a antiga ministra do Presidente Nicolas Sarkozy, Nathalie Kosciusko-Morizet, ou até mesmo o antigo autarca de Paris, o socialista Bertrand Delanoë.

Caso perca a maioria na Assembleia Nacional para outro partido, Macron será obrigado a governar em ‘coabitação’ com um primeiro-ministro de outra cor política. De forma a travar a renovação da maioria do Presidente, a oposição organiza-se agora à esquerda e à direita para constituir listas às eleições legislativas que lhes permitam enfrentar o candidato de Macron.

À esquerda, a França Insubmissa de Jean-Luc Mélenchon aceitou encontrar-se com o Partido Socialista para negociar eventuais apoios nas eleições, com os socialistas – que obtiveram menos de 2% nas eleições presidenciais – a mostrarem-se mais abertos do que a França Insubmissa, que alcançou quase 22%.

Segundo os dois partidos, as discussões “são sérias” e “construtivas”, embora não esteja prevista uma união. Os partidos parecem ter evoluído as suas posições, depois de entre as duas voltas o secretário-geral do PS, Olivier Faure, ter “estendido a mão” à extrema-esquerda e do outro lado ter havido “uma recusa categórica” de qualquer conversação.

Também os ecologistas estão a aproximar-se da França Insubmissa, com o candidato presidencial d’Os Verdes, Yannick Jadot, a dizer mesmo que quer uma coligação com Jean-Luc Mélenchon. A situação d’Os Verdes é atualmente precária já que ainda lhes falta arrecadar 2 milhões de euros de despesas que não vão ser reembolsadas pelo Estado por não terem conseguido mais de 5% nas urnas na primeira volta das eleições.

Já à direita, o ex-comentador político Eric Zémmour anunciou que não vai apresentar deputados nas circunscrições dos candidatos Marine Le Pen, Eric Ciotti e Nicolas Dupont-Aignan. Tanto Le Pen como Dupont-Aignan encabeçam partidos de extrema-direita, mas Ciotti integra o partido Os Republicanos, embora represente uma fação mais à direita do partido.

Este é um gesto na tentativa de alcançar uma união de direitas, muito desejada por Eric Zémmour, mas já rejeitada por Le Pen. Com a derrota no domingo, Marine Le Pen já está também a preparar as legislativas, voltando a ser candidata na região de Pas-de-Calais.

O Conselho Constitucional, órgão que fiscaliza o cumprimento da Constituição francesa, validou nesta quarta-feira a reeleição do presidente Emmanuel Macron nas eleições presidenciais francesas de 24 de abril. Conforme anunciado pelo presidente do Tribunal Constitucional, Laurent Fabius, o centrista Macron obteve 18.768.639 votos (58,54% do eleitorado registado), contra 13.288.686 de (41,46%) Marine Le Pen, candidata da extrema-direita.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.