Portugal terá um milhão de isolados no dia das eleições e até 400 mil vão querer ir votar

  • Lusa
  • 24 Janeiro 2022

Estimativas do matemático Henrique Oliveira apontam para entre 350 mil a 400 mil eleitores isolados a quererem votar no domingo, num total de um milhão. Pico da quinta vaga passou para fevereiro.

Entre 350 mil a 400 mil eleitores que querem ir votar vão estar isolados devido à Covid-19 no domingo e o pico da atual vaga deverá acontecer nas primeiras duas semanas de fevereiro, estimou esta segunda-feira o matemático Henrique Oliveira.

No dia das eleições antecipadas para a Assembleia da República, Portugal deve ter cerca de um milhão de pessoas em confinamento e, desse total, entre “350 mil a 400 mil devem querer ir votar”, adiantou à Lusa o professor do departamento de matemática do Instituto Superior Técnico.

Esta estimativa é superior à anterior, que previa entre 180 a 250 mil eleitores isolados no dia das eleições, entre um universo total de cerca de 450 mil a 500 mil pessoas impedidas de sair de casa por estarem infetadas ou serem contactos de alto risco.

O Governo já recomendou aos eleitores que se encontram em confinamento obrigatório devido à Covid-19 para votarem no domingo entre as 18h00 e as 19h00, aconselhando os restantes cidadãos a fazê-lo entre as 8h00 e as 18h00.

O Conselho de Ministros aprovou na última quarta-feira uma norma que contempla uma exceção para as pessoas em situação de confinamento obrigatório poderem sair de casa no dia das eleições para votarem.

A norma de exceção foi aprovada após o parecer do conselho consultivo da Procuradoria-Geral da República (PGR) que concluiu que os eleitores sujeitos a confinamento obrigatório devido à Covid-19 podem votar presencialmente a 30 de janeiro para as eleições legislativas.

Segundo o especialista em sistemas dinâmicos, esta alteração do cenário do número de pessoas em confinamento deve-se à norma que prevê que o aparecimento de um caso positivo não obriga ao isolamento de toda a turma de uma escola, mas também ao efeito da campanha eleitoral.

É o efeito combinado das escolas e da campanha eleitoral. Mas a campanha eleitoral está a produzir uma subida muito surpreendente face aos modelos que nós tínhamos”, adiantou Henrique Oliveira, apontando a recente subida do índice de transmissibilidade (Rt) do coronavírus SARS-CoV-2.

De acordo com o matemático, o Rt – que estima o número de casos secundários de infeção resultantes de cada pessoa portadora do vírus — estava no domingo nos 1,16, mas era superior na região Centro (1,33) e no Norte (1,23).

Face a estas alterações, o pico da atual vaga da pandemia, que esteve previsto para ocorrer nos últimos dias, deverá agora acontecer entre o “início de fevereiro e até dia 12”, com o teto a atingir os 60 mil casos notificados em média a sete dias, mas com um máximo de infeções diárias de 130 mil.

Portugal ultrapassa “nível crítico” de gravidade da pandemia

Portugal ultrapassou o nível crítico no indicador de avaliação da pandemia do Instituto Superior Técnico e da Ordem dos Médicos, o que indica que a resposta de saúde a pessoas com outras doenças começa a ficar comprometida.

Segundo esta avaliação de risco, no domingo o país estava nos 102.14 pontos, acima dos 100 pontos definidos como o nível crítico neste indicador composto por cinco parâmetros: novos casos, óbitos, internados em enfermaria e cuidados intensivos, índice de transmissibilidade (Rt) e incidência de infeções pelo coronavírus SARS-CoV-2

Quando esta avaliação ultrapassa os 100 pontos, o “Serviço Nacional de Saúde tem de alocar mais recursos e começa a ter de passar os doentes que não têm Covid-19 para segundo plano. Há muitos tratamentos que começam a ser adiados”, adiantou esta segunda-feira à Lusa o matemático Henrique Oliveira, um dos responsáveis pela elaboração deste indicador da pandemia.

“O ideal era termos tido uma taxa de contágio que mantivesse a resposta dos serviços de saúde sem hipotecar os cuidados das outras doenças, o que está a começar a não acontecer. O indicador está a oscilar à volta dos 100”, avançou o especialista em sistemas dinâmicos.

Segundo disse, o aumento “muito grande dos internamentos” no domingo, dia em que se registou mais 192 pessoas internadas em enfermaria, para um total de 2.219, “torna-se muito evidente no indicador”.

Esta é a segunda vez em que Portugal ultrapassa o nível crítico nesta avaliação desde o início da pandemia, com a primeira a verificar-se entre o final de outubro de 2020 e fevereiro de 2021, quando se registou a maior pressão sobre os serviços de saúde.

Nesta altura, o número de doentes internados nos hospitais portugueses atingiu um máximo de 6.869, com mais de 900 pessoas em unidades de cuidados intensivos, registando-se ainda mais de 300 mortes em dois dias (28 e 31 de janeiro), números muito superiores aos atuais.

A Covid-19 provocou pelo menos 5,58 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência AFP. A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.

Uma nova variante, a Ómicron, classificada como preocupante e muito contagiosa pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral e, desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta em novembro, tornou-se dominante em vários países, incluindo em Portugal.

(Notícia atualizada com mais informação às 14h56)

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Carlos Moedas faz balanço “sobretudo positivo” dos primeiros 100 dias a governar Lisboa

  • Lusa
  • 24 Janeiro 2022

Presidente da CML Carlos Moedas, defende balanço positivo dos 100 dias de posse do atual executivo municipal ao avançar com “tantas propostas”. Oposição fala em “arrogância” e pede maior diálogo.

O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), afirma que o balanço dos 100 dias da posse do atual executivo municipal “é sobretudo positivo” na capacidade que a equipa teve de avançar com “tantas propostas”, inclusive no orçamento.

“Dentro daquilo que foram os primeiros 100 dias, conseguimos realmente fazer muita coisa, ter realmente aquilo que foram as promessas que fizemos durante a campanha [eleitoral], muitas delas alinhadas [com o anterior executivo], mas também muito respeito pela oposição”, refere Carlos Moedas, em declarações à agência Lusa.

Entre as principais medidas implementadas, o presidente da Câmara de Lisboa, que governa sem maioria absoluta, destaca a devolução aos lisboetas de 3% do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS), que foi viabilizada com a abstenção do PS, e as opções “cruciais” que constam da proposta de orçamento municipal para 2022, inclusive os transportes públicos gratuitos para residentes menores de 23 anos e maiores de 65 (12 milhões de euros), o plano de saúde gratuito para os mais carenciados com mais de 65 anos (dois milhões de euros) e o desconto de 50% no estacionamento da EMEL para residentes em toda a cidade (2,5 milhões de euros).

“Nestes 100 dias conseguimos realmente muito, dentro dos limites daquilo que se consegue numa situação em minoria dentro da câmara municipal”, reforça o autarca, lembrando o recente episódio de interrupção da reunião de câmara em que se iria votar o orçamento, após o PS ter alertado para “um erro de 40 milhões de euros” na distribuição das verbas, nomeadamente na habitação.

Carlos Moedas diz enfrentar “algumas dificuldades – dificuldades sobretudo políticas” – para conseguir liderar o executivo, o que acontece “quando não há da outra parte a capacidade de deixar governar quem ganhou”.

No âmbito da proposta de orçamento, que apresenta uma despesa total de 1,16 mil milhões de euros, e que se prevê viabilizada com a abstenção dos vereadores PS e os votos contra da restante oposição, realça a inclusão de “muito do que estava a ser feito pelo executivo anterior”.

“Tivemos um respeito enorme pelo executivo anterior em termos de compromissos, o mesmo já não se pode dizer do outro lado”, aponta.

O social-democrata considera que o balanço da governação da cidade “é sobretudo positivo na capacidade que a equipa teve de pôr já em proposta” algumas das promessas da coligação “Novos Tempos” (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança).

“É notável em 100 dias conseguir ter aqui propostas muito concretas, que podem arrancar com a aprovação do orçamento, e com a aprovação do orçamento tudo isso pode acelerar”, sublinha, assegurando que houve diálogo com a oposição.

Assumindo-se “institucionalista”, porque defende que se deve “manter os compromissos da instituição”, Carlos Moedas reforça que “o orçamento reflete essa capacidade de ouvir – mais do que isso, a capacidade do compromisso”. O documento resulta de “um esforço enorme”, pelo que agradece aos trabalhadores do município, inclusive à Direção Municipal de Finanças.

Outras das medidas que integram o orçamento para 2022 são o programa Recuperar+, com 13 milhões de euros para apoio a fundo perdido para relançar a economia, e a Fábrica de Empresas, também designada como Fábrica de Unicórnios, ideia promovida durante a cimeira tecnológica Web Summit e que será concretizada no Hub Criativo do Beato, para que este seja um polo de crescimento de ‘startups’ de base tecnológica, com o investimento de mais um milhão de euros.

No atual mandato (2021-2025), o executivo municipal de Lisboa, que tomou posse em 18 de outubro e cumpre na terça-feira, 25 de janeiro, 100 dias no exercício de funções, é composto por sete eleitos pela coligação “Novos Tempos” (três do PSD, dois do CDS-PP e duas independentes), que são os únicos com pelouros atribuídos, sete pela coligação “Mais Lisboa” (cinco do PS, um do Livre e uma independente), dois da coligação PCP/PEV (ambos do PCP) e uma do BE.

A distribuição de pelouros aconteceu quase três semanas após a tomada de posse e trouxe como novidade a criação do pelouro de Transparência e Combate à Corrupção, atribuído à também vereadora do Urbanismo, Joana Almeida (independente eleita pela “Novos Tempos”), mas ficou por concretizar a intenção de Carlos Moedas de criar e assumir o pelouro da Transição Energética e Alterações Climáticas.

Antes da proposta de orçamento, a governação foi também marcada pela discordância com os vereadores da oposição em matérias como a concentração da vacinação contra a Covid-19 no Parque das Nações, a alteração de critérios para candidaturas ao Programa de Renda Acessível – iniciativa que foi rejeitada –, a alteração das regras para testes gratuitos à Covid-19 nas farmácias e o encerramentos de centros de acolhimento de emergência de pessoas em condição de sem-abrigo.

Entre as propostas que a oposição conseguiu aprovar, com os votos contra dos eleitos da coligação “Novos Tempos”, destaca-se a “suspensão imediata” de novos registos de alojamento local em Lisboa, apresentada pelo PS.

“A democracia está sempre à frente […]. Portanto, eu vou respeitar a vontade da oposição quando leva à câmara algo que vai até contra aquilo que eu quero, agora também pedia que a oposição respeitasse o facto de eu ter ganho as eleições”, diz Carlos Moedas.

No seu entender, a opção de suspender novos registos de alojamento local “está erradíssima”, ainda mais numa altura de recuperação económica na sequência da pandemia, pelo que “é uma loucura” e “não tem lógica”.

“A mesma coisa em relação à Renda Acessível, em que propúnhamos apenas um critério que vinha dar alguma prioridade àqueles que vivem em Lisboa ou que já viveram em Lisboa, porque senão é um totoloto e o próprio mecanismo não funciona, mas respeitámos aquela que é a vontade da oposição”, indica, reiterando o pedido para que a oposição também respeite a vontade da coligação “Novos Tempos”.

Considerando que, “com compromisso e inteligência”, se consegue “fazer muitas coisas” nos próximos quatro anos de mandato, Carlos Moedas realça: “Eu estarei aqui, estarei com os lisboetas, estarei sempre a lutar, não tenho qualquer mágoa pessoal, não tenho aqui qualquer problema. Percebo que aqueles que estão do outro lado ainda não perceberam que perderam as eleições, mas isso é algo que eu penso que com o tempo ou o tempo resolverá.”

Esta é a primeira experiência do ex-comissário europeu enquanto autarca. “Está a ser o momento profissional talvez mais extraordinário da minha vida”, afirma, sentindo-se “completamente preparado” para o desafio e considerando que o seu percurso profissional enquanto político “traz um valor muito grande à cidade”.

“Quando olho para aquilo que é a preparação dos presidentes anteriores, eu tenho realmente uma preparação internacional muito boa, mas depois tenho algo que é: gosto genuinamente de resolver os problemas às pessoas […]. Estou a sentir que consigo resolver problemas que não conseguia nem no Governo nacional, nem num supranacional como a Comissão Europeia”, conclui.

Tem sido, para mim, uma experiência extraordinária e vai continuar a ser, vamos continuar a fazer muitas coisas para mudar a cidade e torná-la cada vez melhor”, promete.

Nas autárquicas de 26 de setembro de 2021, a coligação “Novos Tempos” conseguiu 34,25% dos votos, retirando a autarquia ao PS (33,3% dos votos), que liderou o executivo nos anteriores 14 anos.

O socialista Fernando Medina tinha-se recandidatado pela coligação “Mais Lisboa” (PS/Livre), mas falhou a reeleição e acabou por renunciar ao cargo de vereador.

Oposição na Câmara de Lisboa queixa-se da falta de diálogo com Carlos Moedas

A completarem-se 100 dias da posse do atual executivo municipal de Lisboa, a oposição queixa-se, quase em uníssono, da falta de diálogo com o presidente da câmara, Carlos Moedas (PSD), uma afirmação que o autarca diz não ser verdade.

Em declarações à agência Lusa, o PS fala em “sinais de arrogância e prepotência política”, o BE diz que a disponibilidade para ouvir a oposição “é meramente retórica”, o Livre refere que é preciso “um esforço para manter o diálogo” e a vereadora independente Paula Marques (eleita pela coligação PS/Livre) recorda que “o governo da cidade é feito com todas as pessoas que estão eleitas”.

Já o PCP afirma ter um posicionamento ideológico “bastante distante” da governação PSD/CDS-PP, o que dificulta consensos, mas assegura que tem “a maior abertura para o diálogo possível”, uma vez que faz parte de “um executivo plural”.

Em resposta, o presidente diz ter “muito respeito pela oposição” e garante que a acusação de falta de diálogo “não é verdade, até porque houve muitas reuniões, até porque muito daquilo que está no orçamento mostra exatamente esse sentido de compromisso”.

“Se a oposição dissesse ‘Carlos Moedas fez um orçamento que não teve em conta tudo o que nós estávamos a fazer’, então era porque não os tinha ouvido. Foi exatamente por ouvi-los que mantive muitos dos projetos anteriores, que eram projetos do executivo anterior […]. A prova que foram ouvidos está no orçamento”, garante.

No atual mandato (2021-2025), o executivo municipal, que tomou posse em 18 de outubro e cumpre na terça-feira, 25 de janeiro, 100 dias de exercício de funções, é composto por sete eleitos pela coligação “Novos Tempos” (três do PSD, dois do CDS-PP e duas independentes), que são os únicos com pelouros atribuídos, sete pela coligação “Mais Lisboa” (cinco do PS, um do Livre e uma independente), dois da coligação PCP/PEV (ambos do PCP) e uma do BE.

No discurso de tomada de posse, Carlos Moedas comprometeu-se a trabalhar “de forma incansável” para gerar consensos, com a obrigação de respeitar a legitimidade de cada vereador e o direito de exigir o respeito pelo mandato.

A vereadora do PS Inês Drummond diz, contudo, que “Carlos Moedas começa a dar preocupantes sinais de arrogância e prepotência política, numa tentativa de impor o seu programa, sem qualquer negociação ou diálogo com as outras forças políticas, criando depois sucessivos números políticos para se vitimizar — qual Calimero — a cada crítica da oposição”.

Tem passado muito tempo a criticar a oposição, dizendo que ganhou as eleições e que não percebemos que ganhou as eleições e que não o deixamos governar, mas curiosamente o PS é o único partido que lhe tem criado condições de governabilidade, até com a viabilização do orçamento, e com quem ele não tenho tido qualquer tipo de diálogo”, indica Inês Drummond, referindo que, ao longo destes 100 dias, a liderança apresentou 170 propostas e o PS votou apenas contra uma, votou a favor de 160 e absteve-se em nove.

A socialista defende que a narrativa de Moedas de que não o deixam governar “tem de parar” e é preciso que se centre na governação, “com credibilidade, seriedade, verdade, diálogo e bom senso”, em vez de “estar sempre à procura de holofotes, com jogos políticos e numa estratégia de vitimização”.

“O balanço que fazemos da liderança de Carlos Moedas nestes primeiros 100 dias deixa o PS intranquilo”, realça Inês Drummond. O autarca, acrescenta, tem optado por ser “o principal foco de instabilidade”, mas o PS continua disponível para dialogar sobre o futuro, para que “não perca o que está a perder nestes últimos tempos”.

Na perspetiva da vereadora do BE, Beatriz Gomes Dias, tem havido “um desinteresse” do presidente em conversar com a oposição, inclusive para o orçamento, em que “a única consulta que aconteceu foi no âmbito do direito de oposição”.

“Esta disponibilidade para ouvir é meramente retórica, não há uma disponibilidade para ouvir os vereadores da oposição e para integrar o que são as propostas dos vereadores da oposição, portanto isso revela-nos que há uma convicção de que, tendo ganho a câmara, embora minoritário, não terá de dialogar com as forças dos outros partidos políticos para ver as suas medidas aprovadas, o que é extremamente perigoso e pouco democrático”, acusa a bloquista, defendendo que a legitimidade para a tomada de decisão é igual entre todos os eleitos.

Para a continuação do mandato, Beatriz Gomes Dias entende que Moedas terá de alterar a forma como está a conduzir o executivo, “criando canais de diálogo efetivo com os vereadores da oposição”.

Com disponibilidade para dialogar “no exercício de uma oposição, que é franca, leal e honesta”, e o compromisso de “julgar todas as decisões políticas pelos seus méritos”, o vereador do Livre, Rui Tavares, insiste que “é preciso que haja também do lado da direita [PSD/CDS-PP] um esforço para manter o diálogo”, o que não aconteceu com o orçamento para 2022.

Foi prometida uma atitude executiva de escuta e diálogo, não tivemos isso neste processo orçamental, que foi apresentado nas suas grandes linhas primeiro à imprensa e não à oposição. Tivemos uma primeira reunião muito genérica, introdutória, no início do processo, pedimos para ser incluídos em reuniões mais técnicas, não fomos, portanto esse é um défice que esperemos que venha a ser colmatado”, apela.

A vereadora independente Paula Marques (eleita pela coligação PS/Livre) reforça que PSD/CDS-PP governam sem maioria absoluta e que todos os eleitos têm legitimidade para defender opções políticas, porque “o governo da cidade é feito com todas as pessoas que estão eleitas”, pelo que “é preciso diálogo”, algo que considera não ter acontecido em relação ao orçamento.

Do PCP, a vereadora Ana Jara explica que, apesar de uma visão “muita distinta” do que está no programa de PSD/CDS-PP, os comunistas estão disponíveis para responder a qualquer repto da governação: “Fazemos parte de um executivo plural, portanto é ali que se tomam as decisões e nós temos, desde logo, a maior abertura para o diálogo possível”.

Nas autárquicas setembro de 2021, Carlos Moedas foi eleito presidente do município pela coligação “Novos Tempos” (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança), que conseguiu 34,25% dos votos, retirando a autarquia ao PS (33,3% dos votos), que liderou o executivo nos anteriores 14 anos.

Depois de “fazer história”, sem maioria absoluta mas em que considerou ter vencido “contra tudo e contra todos”, porque “a democracia não tem dono”, Moedas disse que contava “com todos os partidos” para governar a cidade, defendendo que é preciso “trabalhar em conjunto” e acabar com a “política da fricção”.

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Indico Blue Fund já angariou 36 milhões para investir na economia do mar em Portugal

  • Lusa
  • 24 Janeiro 2022

Com 50 milhões de euros, dos quais já foram angariados 36 milhões em apenas quatro meses de subscrição, será o primeiro fundo ativo em Portugal integralmente consagrado à economia do mar

O fundo de capital de risco Indico Blue Fund, de 50 milhões de euros, já angariou 36 milhões para investir na economia do mar em Portugal, podendo alocar entre 100 mil e 5 milhões de euros a ‘startups’ nacionais.

De acordo com um comunicado da Indico Capital Partners a que a Lusa teve acesso, o fundo de capital 100% privado, que será apresentado esta segunda-feira, está “vocacionado para startups e para PME [pequenas e médias empresas] exportadoras”.

“Com 50 milhões de euros, dos quais já foram angariados 36 milhões em apenas quatro meses de subscrição, será o primeiro fundo ativo em Portugal integralmente consagrado à economia do mar”, refere a Indico no texto.

De acordo com uma brochura de apresentação, o fundo “de ação climática focado em empresas da economia azul em estágios embrionários e em crescimento” tem como objetivo “primário, mas não exclusivo”, o investimento em empresas alinhadas com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas para a vida subaquática.

O objetivo é cobrir “todo o ciclo de vida das empresas”, com investimento em setores como o ‘oceano digital’, pescas sustentáveis, turismo costeiro, energia, construção e reparação de navios, serviços, aquacultura sustentável, biotecnologia ‘azul’, operações marítimas e resíduos e economia circular.

O Indico Blue Fund, refere a empresa, “estará não só orientado para a inovação, exportações e para o desenvolvimento tecnológico, mas também para a sustentabilidade procurando medir o impacto das empresas nos oceanos e desenvolver soluções que mitiguem os efeitos das alterações climáticas”.

A apresentação de segunda-feira contará com a participação do Fórum Oceano, associação do ‘cluster’ da economia do mar, da qual a Indico Capital Partners é membro.

A Indico conta ainda com a colaboração do “ecossistema azul português”, identificado na brochura, além do Fórum Oceano, com instituições universitárias como a Universidade do Porto, Universidade de Aveiro, Instituto Superior Técnico (Lisboa) e Politécnico de Leiria.

Nesse ecossistema estão também envolvidos, nos Açores, a Escola do Mar, o Nonagon – Parque de Ciência e Tecnologia de São Miguel, o Terinov e o Praia Links, na Madeira o Observatório Oceânico e a Startup Madeira, e ainda a Smart Ocean, de Peniche (distrito de Leiria).

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BPI/CaixaBank põe Navigator entre as preferidas para fazer face à inflação

Num ano marcado pela inflação e bancos centrais, BPI/CaixaBank coloca a Navigator no lote das preferidas. Antecipa bons resultados e dividendo generoso apesar da subida dos custos energéticos.

A Navigator NVG 0,97% está na “core list” do BPI/CaixaBank para este ano que será marcado pela inflação e pela inversão dos estímulos dos bancos centrais. A papeleira não está imune à pressão da subida dos custos, sobretudo relacionados com a energia. Mas já subiu o preço do papel por várias ocasiões nas últimas semanas e isso irá permitir-lhe registar o segundo melhor resultado antes de impostos e juros da sua história e continuar a entregar dividendos generosos aos acionistas, de acordo com os analistas.

“Apesar da pressão de subida nos custos, particularmente nos custos energéticos, subir os preços do papel UWF deverá permitir à Navigator obter o segundo maior EBITDA na sua história em 2022”, diz o banco de investimento luso-espanhol numa nota de research enviada aos clientes esta segunda-feira.

“A história do dividendo atrativo está intacta com outros 150 milhões de dividendos distribuídos em 2021 (yield de 6%), que esperamos que sejam mantidos”, acrescentam os analistas.

A Navigator, a quem o banco atribuiu um preço alvo de 4,50 euros, atribuindo um potencial de valorização de 34% face à cotação de sexta e uma recomendação de compra, é mesmo a única cotada portuguesa entre as preferidas do BPI/CaixaBank para este ano no mercado da Península Ibérica. São mais sete: Amadeus, BBVA, Cellnex, Iberdrola, Inditex, Merlin Properties e a Sacyr.

Apesar da nota, as ações da Navigator estão a cair mais de 2% esta segunda-feira.

Navigator desliza esta segunda

Num segundo patamar de preferências estão mais duas ações nacionais que podem resistir bem no mercado ao longo de um ano em que o tema dominante será a escalada dos preços e a subida dos juros pelos bancos centrais: Sonae e EDP.

Em relação à Sonae, os analistas dizem-se atentos aos movimentos de reestruturação dos últimos dois anos para indicar o “ângulo de reestruturação deverá prevalecer com foco na extração de valor”. Preveem ainda um bom desempenho operacional no setor da alimentação e eletrónica, “que deverão manter tendências operacionais sólidas”. Já o segmento Moda e a Sierra são divisões mais pequenas, “mas também deverão beneficiar da reabertura da economia”. E “a inflação será um plus para a Sonae MC”, o principal ativo da Sonae, cerca de 50% do ativo líquido. Por isto dão um preço-alvo de 1,5 euros.

Sobre a EDP, com um preço-alvo de 6,10 euros, o BPI/CaixaBank dá conta de um “apelo de M&A” em torno da elétrica e da sua subsidiária no Brasil. Além disso, a ação “tem tido um desempenho em bolsa abaixo dos pares face à correção de preço da EDP Renováveis (por causa das expectativas de inflação e receios de subida das taxas de juro)”.

Num tom geral, os analistas sublinham que a subida da inflação e uma inversão da política monetária estão a promover uma rotação setorial “que estão a desafiar os setores líderes que prevaleceram nos últimos anos” e um dos setores que já está a tirar partido disso é o setor financeiro.

Enquanto algumas ações que integram a core list constituem uma pechincha face à subida dos resultados, o BPI/CaixaBank diz aos investidores para estarem atentos às oportunidades que poderão advir dos movimentos de M&A e consolidação na banca, telecomunicações e infraestruturas.

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

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Fundação Repsol vai acelerar startups tecnológicas. Tem 100.000 euros por distribuir

As empresas selecionadas vão receber até 100.000 euros num ano e aconselhamento de uma equipa de mentores especializados no setor energético.

A Fundação Repsol acaba de lançar a 11.ª convocatória para o seu Fundo de Empreendedores, através do qual procura startups tecnológicas que desenvolvam soluções inovadoras nos domínios da transição energética e redução da pegada de carbono, das tecnologias de baixas emissões, da economia circular e da digitalização da indústria energética. Tem um bolo de até 100.000 euros por distribuir pelas selecionadas.

“O Fundo de Empreendedores apoia todos os anos entre cinco a sete empresas na fase pré-comercial, dando-lhes o impulso de que necessitam para se converterem num projeto real no mercado, o mais rápido possível. Todas elas têm em comum o facto de estarem a desenvolver inovações que contribuem para uma transição energética mais sustentável”, lê-se em comunicado.

Os projetos selecionados receberão um apoio financeiro de até 100.000 euros durante um ano, bem como o aconselhamento de uma equipa de mentores especializados que os acompanharão durante a fase de aceleração. O grupo de mentores agrega uma variedade de especialistas, desde profissionais no ativo da Repsol Technology Lab e das diferentes áreas de negócio da empresa, que farão um acompanhamento técnico e empresarial, até antigos executivos da Repsol com uma vasta experiência no desenvolvimento de negócios.

“As startups incubadas também poderão testar os seus protótipos nas instalações industriais da Repsol e desenvolver testes-piloto em colaboração com os profissionais da multienergética”, detalha a companhia.

O processo de aceleração tem a duração de um ano e começa em outubro de 2022. Os empreendedores que queiram participar podem apresentar os seus projetos até 1 de março de 2022, através do formulário disponível em www.fundacionrepsol.com.

Desde a sua criação, em 2011, o Fundo já permitiu acelerar 65 startups (com uma taxa de sobrevivência de 75% entre as empresas incubadas), desenvolver mais de 850 protótipos e registar cerca de 200 patentes.

Nas suas dez edições, a Fundação Repsol doou mais de 10 milhões de euros às empresas incubadas, que conseguiram angariar no seu conjunto mais de 230 milhões de euros de financiamento público e privado e criaram 390 novos empregos.

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Reino Unido e EUA começam a retirar diplomatas de Kiev. Ucrânia considera decisão “prematura”

  • Lusa e ECO
  • 24 Janeiro 2022

Depois dos EUA, também o Reino Unido começou a retirar funcionários da sua embaixada em Kiev. A Ucrânia considera a decisão de "cautela excessiva". UE não está a pensar seguir a mesma decisão.

Funcionários da embaixada do Reino Unido em Kiev começaram a sair da Ucrânia face à “crescente ameaça” de uma invasão da Rússia, anunciou esta segunda-feira o Governo britânico, um dia depois de os Estados Unidos ordenarem às famílias dos seus diplomatas que abandonem a Ucrânia.

Segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico, citado pela AFP, “alguns funcionários da embaixada” e os seus familiares “estão a retirar-se de Kiev em resposta à crescente ameaça da Rússia”. Mas a embaixada em Kiev “permanecerá aberta e continuará a levar a cabo as suas tarefas essenciais”.

O anúncio do Reino Unido segue-se à decisão dos Estados Unidos de ordenar às famílias dos seus diplomatas que abandonem a Ucrânia “devido à ameaça persistente de uma operação militar russa”. O pessoal local e não-essencial pode deixar a embaixada se desejar e os norte-americanos residentes na Ucrânia “devem agora considerar” abandonar o país vizinho da Rússia em voos comerciais ou por outros meios de transporte, disse o Departamento de Estado num comunicado divulgado no domingo.

“A situação de segurança, especialmente ao longo das fronteiras ucranianas, na Crimeia ocupada pela Rússia e na região de Donetsk, controlada pela Rússia, é imprevisível e pode degradar-se a qualquer momento”, acrescentou.

A Rússia concentrou cerca de dez mil soldados na sua fronteira com a Ucrânia nos últimos meses, o que levou os Estados Unidos e os aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) a acusar Moscovo de pretender invadir novamente o país vizinho, depois de ter ocupado e anexado a Crimeia em 2014.

Em Bruxelas, o chefe da diplomacia da União Europeia (UE), o espanhol Josep Borrell, disse esta segunda-feira que a UE não está a pensar ordenar a retirada do seu pessoal diplomático da Ucrânia, a menos que os EUA partilhem “mais informação” que justifique tal medida.

Ainda antes do anúncio da saída de funcionários da embaixada britânica, a Ucrânia considerou “prematura” e de “cautela excessiva” a decisão dos Estados Unidos. “Respeitando o direito dos Estados estrangeiros de garantir a segurança das suas missões diplomáticas, consideramos tal ação dos Estados Unidos prematura e uma demonstração de cautela excessiva”, disse o porta-voz da diplomacia ucraniana, Oleg Nikolenko, num comunicado.

Apesar da tensão atual, “a situação de segurança não sofreu nenhuma mudança radical nos últimos tempos: a ameaça de novas ondas de agressão russa permanece constante desde 2014 e o aumento de tropas russas na fronteira (ucraniana) já começou em abril último”, acrescentou Nikolenko. O porta-voz ucraniano apelou “à calma”, entretanto, e denunciou os “esforços” de Moscovo para “desestabilizar a situação interna na Ucrânia”.

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Cyber Talk: A evolução e os desafios dos CISO nas organizações

  • ECO
  • 24 Janeiro 2022

Os crescentes desafios da segurança da informação e dos chief information security officers (CISO) estão no centro deste debate, que reúne especialistas de diferentes setores. Assista aqui.

A pandemia da Covid-19 trouxe acelerações muito rápidas às organizações e, com isso, novas vulnerabilidades na segurança da informação. Em 2021, 77% das empresas viram um aumento no número de ataques cibernéticos disruptivos. Este é um dos resultados do último inquérito internacional Global Information Security Survey, realizado pela consultora EY todos os anos.

O tema da cibersegurança tem merecido cada vez mais a atenção das administrações das empresas, mas ainda há muitos desafios a ultrapassar. É esse o foco da webtalk “A evolução e os desafios dos CISO nas organizações”, uma iniciativa da EY em parceria com o ECO.

Como é que os chief information security officers (CISO) estão a lidar com um orçamento cada vez mais limitado face aos riscos crescentes nesta área? Que tipo de regulamentação está a emergir em termos globais ao nível da cibersegurança? Qual a importância da relação do CISO com as restantes áreas de negócio dentro das organizações? Estas são algumas das questões abordadas durante a sessão, que conta com a participação de Ricardo Evangelista, Information Security Officer da Ageas, João Mendes, Director, Information Security da Farfetch e Sérgio Martins, Associate Partner, Cybersecurity, da área Consulting Services da EY. A moderação é de Flávio Nunes, jornalista do ECO.

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Eles Vêm Aí: Semana de quatro dias é mesmo possível em Portugal?

O PS quer lançar o debate sobre a eventual aplicação da semana de quatro dias em Portugal. Mas será que a economia nacional está preparada para isso? Ouça o novo episódio do podcast Eles Vêm Aí.

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A ideia de uma semana de trabalho de quatro dias não é nova ou recente, mas tem gozado de algum destaque nesta campanha eleitoral, com o PS a prometer lançar um “amplo debate” sobre a sua eventual aplicação em Portugal. Será que a economia nacional está preparada? É isso que exploramos no novo episódio do podcast Eles Vêm Aí, que conta com a participação de Amílcar Moreira, professor do ISEG e investigador.

“Há um conjunto de fatores que põem, logo à partida, em causa a potencial exequibilidade dessa ideia”, diz o professor, que considera prioritário, em alternativa, os incentivos ao trabalho parcial.

Neste episódio, discutimos ainda os níveis de produtividade do país, o impacto que a semana de trabalho reduzida teria na sustentabilidade da Segurança Social e o futuro do mercado de trabalho português, num cenário de envelhecimento demográfico.

O podcast “Eles Vêm Aí” é um projeto da jornalista do ECO Isabel Patrício. Pode ouvir os episódios e seguir o projeto aqui.

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EDP lança prémio de excelência académica na área da energia

  • Capital Verde + EDP
  • 24 Janeiro 2022

EDP Labelec Merit Award irá distinguir a melhor tese de mestrado ou doutoramento em temas como energias renováveis, descarbonização e inovação tecnológica. As inscrições terminam a 31 de março.

A EDP acaba de lançar um prémio para distinguir a excelência académica na área da energia, destinado a universitários de todos os mercados em que o grupo opera que tenham desenvolvido teses de mestrado ou doutoramento sobre este tema. O EDP Labelec Merit Award irá, assim, premiar a investigação na área e, em simultâneo, ajudar a encontrar novas abordagens que possam ser aplicadas à realidade empresarial. As inscrições arrancam hoje e prolongam-se até 31 de março.

Nesta primeira edição, o prémio promovido conjuntamente pela EDP Labelec e pela EDP New, duas áreas do grupo focadas em desenvolver projetos de inovação no setor energético, irá atribuir ao vencedor 15 mil euros, se se tratar de uma tese de mestrado, ou 20 mil euros, tratando-se de uma tese de doutoramento. Podem concorrer teses que, no contexto da área da energia, explorem temas como produção e integração de energias renováveis e descarbonização, redes inteligentes e distribuição, novas soluções de energia limpa e tecnologias inovadoras ou soluções digitais.

O processo de seleção passará pela avaliação e seleção dos 20 melhores candidatos por uma Comissão Técnica da EDP Labelec e da EDP New. Posteriormente, deste universo serão escolhidas as cinco melhores teses por uma Comissão de Avaliação da EDP. E, finalmente, um júri constituído por personalidades reconhecidas e externas à empresa fará a escolha da tese de mestrado ou doutoramento vencedora. As candidaturas poderão ser submetidas, a partir de hoje, no site da EDP Labelec, onde também é possível encontrar informação detalhada sobre o EDP Labelec Merit Award.

Com este prémio, a EDP reforça a sua missão de contribuir de forma ativa para o desenvolvimento do setor da energia, com uma clara e sólida aposta na inovação e na transição energética. O grupo, atualmente presente em 28 mercados*, está totalmente empenhado em participar numa resposta coletiva aos desafios que se impõem para garantir a sustentabilidade do planeta e o EDP Labelec Merit Award será mais importante passo nesse sentido.

*Inclui mercados associados à aquisição da Sunseap, pendente de aprovações regulatórias

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Devolver garrafas de plásticos nos supermercados agora vale pontos e prémios

Estão de volta os projetos que premeiam quem devolve garrafas de plástico para serem recicladas. Desta vez, em vez de descontos em supermercados, recebem pontos que trocam por prémios. Dura até junho.

Estão de volta os dois projetos-piloto de recolha de garrafas de plástico em supermercados, em troca de descontos e outros incentivos positivos para os clientes aumentaram as taxas de reciclagem. Mas desta vez, na nova fase dos projetos “Quando do Velho se Faz Novo” e “Bebidas+Circulares”, a devolução de embalagens de bebidas vai passar a valer pontos e novos prémios, como anunciaram os promotores dos projetos esta segunda-feira e adiantou o Jornal de Negócios.

As duas iniciativas decorrerão em paralelo entre janeiro e o final de junho de 2022, promovidas pelo consórcio APED/APIAM/PROBEB.

“Esta é mais uma estratégia para sensibilizar os consumidores para a promoção da economia circular e da consciência ambiental, explicam os promotores em comunicado. E acrescentam: “Com este novo passo, os utilizadores são novamente motivados a colocar as suas embalagens de bebidas nas máquinas disponíveis nos espaços comerciais aderentes, prosseguindo com a fase de preparação para a implementação do futuro sistema de depósito de embalagens de bebidas, a ser instalado em todo o país”.

Depois de incentivarem os consumidores a devolver as garrafas de plástico dando em trocas talões de desconto a utilizar nos supermercados, nesta nova fase vai agora ser implementado um sistema de pontos: cada embalagem devolvida vale um ponto e os utilizadores são incentivados a acumular pontos que poderão ser trocados por prémios que apelam a comportamentos sustentáveis.

O talão emitido pelas máquinas, que passa a ter um código que indica o número de pontos obtido com as embalagens devolvidas. Para cada projeto foi desenvolvida uma plataforma online, na qual os utilizadores podem fazer a gestão dos pontos acumulados. Além da troca de pontos por prémios, cujos catálogos serão divulgados no final de janeiro, os utilizadores das plataformas de pontos ficam imediatamente habilitados a participar em passatempos semanais e mensais.

Quanto ao projeto “Bebidas+Circulares” continua com a sua vertente solidária nesta nova fase, sendo possível converter pontos em donativos que serão entregues às instituições de solidariedade apoiadas neste projeto: Associação Mais Proximidade Melhor Vida e Ajuda de Berço.

Quanto à tecnologia que permite trocar embalagens de plástico por prémios é da responsabilidade da startup portuguesa The Loop Co. e está presente em máquinas automáticas de recolha em mais de 33 supermercados em lojas Continente, Pingo Doce, Auchan, Supercor e Intermarché.

Na prática trata-se de uma aplicação que acumula pontos sempre que os utilizadores colocam garrafas de água nas máquinas. Estes pontos podem ser depois trocados por vários prémios sustentáveis e recondicionados, por exemplo: Iphones e Macbooks; Trotinetes elétricas; Drones; Artigos de puericultura; Subscrições Netflix ou Spotify; Bilhetes Ticketline; Códigos Glovo; Vales NOS cinemas.

“A mentalidade dos consumidores portugueses em relação à circularidade das embalagens tem de mudar. A recompensa através destes prémios na nossa aplicação é um caminho para esse fim, antes que seja demasiado tarde”, disseJoão Rodrigues, CTO da The Loop Co.

Estes projectos encontram-se numa fase experimental, com o objectivo de tornar o sistema de recolha de garrafas de plástico universal a partir do segundo semestre de 2022.

“Quando do Velho se Faz Novo” já recolheu mais de 16 milhões de embalagens

O projeto-piloto “Quando do Velho se Faz Novo. Todos Ganham. Ganha o Planeta” conta com 23 máquinas de recolha automática instaladas em grandes superfícies comerciais, em diversos pontos de Portugal Continental, para a devolução de embalagens de bebidas de plástico PET.

Este projeto é financiado a 100% pelo Fundo Ambiental do Ministério do Ambiente e da Ação Climática e gerido por um consórcio composto pela Associação Águas Minerais e de Nascente de Portugal (APIAM), Associação Portuguesa das Bebidas Refrescantes Não Alcoólicas (PROBEB) e Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED).

Esta nova fase conta com um orçamento de 475 mil euros.

Na primeira fase deste projeto-piloto mais de 16,6 milhões de embalagens de bebidas de plástico foram entregues nas 23 máquinas de recolha automática, permitindo a reciclagem de 472 toneladas de plástico PET para dar origem a material reciclado destinado à produção de novas garrafas de bebidas, “com o objetivo de promover a sustentabilidade ambiental através de uma economia mais circular”.

“Bebidas+Circulares” promove reciclagem em Lisboa

Já o “Bebidas+Circulares” é um projeto definido especificamente para o concelho de Lisboa, que conta com 10 máquinas de recolha automática instaladas em grandes superfícies comerciais e num mercado municipal, com o objetivo incentivar os cidadãos do concelho a devolverem garrafas de plástico PET e latas não reutilizáveis de bebidas. Este projeto permite também a entrega de embalagens de vidro em três locais específicos.

É também promovido pelas associações Águas Minerais e de Nascente de Portugal (APIAM), Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) e Associação Portuguesa das Bebidas Refrescantes Não Alcoólicas (PROBEB), em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa. Os materiais recolhidos são encaminhados para as instalações da Valorsul com vista à sua reciclagem.

O projeto conta com um orçamento de perto de um milhão de euros, com um financiamento a 90% pelo Programa “Ambiente, Alterações Climáticas e Economia de Baixo Carbono”, do Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu em Portugal para o período 2014-2021, criado na sequência da assinatura de um acordo entre Portugal, a Noruega, a Islândia e o Liechtenstein, o EEA Grants.

Este projeto já contribuiu até agora para a recolha de mais de 2 milhões de embalagens de bebidas em plástico PET, latas de metal e garrafas de vidro, a que correspondem a perto de 150 toneladas de materiais encaminhados para reciclagem.

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Anabela Carvalho é a nova diretora de serviços de Tributação Aduaneira

  • Joana Abrantes Gomes
  • 24 Janeiro 2022

As Finanças escolheram Anabela Carvalho, licenciada em Direito, para o cargo de diretora de serviços de Tributação Aduaneira para os próximos três anos.

A licenciada Anabela Ferreira Pimentel Alves Carvalho foi designada para o cargo de diretora de serviços da Direção de Serviços de Tributação Aduaneira (DSTA), em comissão de serviço, para os próximos três anos e com efeito desde 1 de janeiro.

“Considerando os fundamentos apresentados pelo júri, a candidata revelou que é a que melhor se adequa ao cumprimento da missão e que possui competência técnica e aptidão para o exercício de funções de direção, coordenação e controlo, especificamente na área do cargo a prover”, lê-se no despacho publicado esta segunda-feira em Diário da República.

A agora diretora da DSTA, Anabela Ferreira Pimentel Alves Carvalho, é licenciada em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Clássica de Lisboa e tem cursos de especialização em política de cooperação europeia e política comercial comum, sendo ainda formadora nesta última área, em origem das mercadorias e valor aduaneiro.

Em março de 1984, ingressou na então Direção-Geral das Alfândegas, na carreira técnica superior aduaneira, e desde então ganhou experiência nos cargos de diretora de serviços de Tributação Aduaneira e de chefe da Divisão de Origens e Valor Aduaneiro.

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Hot Topics #5: Fundos europeus

  • ECO
  • 24 Janeiro 2022

Hoje falamos de fundos europeus. O convidado do episódio #5 do podcast Hot Topics 2022 é Manuel Castro Almeida, consultor da Abreu Advogados e antigo secretário de Estado do Desenvolvimento Regional.

Manuel Castro Almeida, consultor da Abreu Advogados e antigo secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, esteve envolvido na negociação e no lançamento do Portugal 2020. É, por isso, a melhor pessoa para nos falar do novo quadro comunitário de apoio — o Portugal 2030.

Como estão a correr os trabalhos do Portugal 2020? Valeria a pena o novo quadro comunitário ter sido mais audaz e apostar em projetos realmente mobilizadores e estruturantes da economia? Qual será a forma mais correta de ajudar as empresas a capitalizarem-se? Que avaliação pode ser feita do Banco Português do Fomento? De que forma o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e Portugal 2030 podem contribuir mais para o crescimento económico do país? Olhando para os programas eleitorais de PS e PSD, há diferenças significativas no âmbito dos fundos estruturais? É justo que a discussão dos fundos comunitários se faça quase sempre em torno da execução dos programas? Estas são algumas das perguntas a que Manuel Castro Almeida responde neste episódio do podcast Hot Topics 2022, numa conversa com Mónica Silvares, editora do ECO.

Hot Topics #5

O podcast Hot Topics 2022 é uma iniciativa da Abreu Advogados, em parceria com o ECO, e pretende dar uma perspetiva deste novo ano em diferentes áreas. Descubra os episódios anteriores.

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