Helder Mota Felipe eleito como novo bastonário da Ordem dos Farmacêuticos

  • Lusa
  • 6 Fevereiro 2022

A Lista A, liderada por Helder Mota Filipe, foi a vencedora do sufrágio para os órgãos nacionais, contabilizando 3.889 votos (65%).

Helder Mota Felipe foi eleito como novo bastonário da Ordem dos Farmacêuticos para os próximos três anos, após ter ganho as eleições de sábado com 65% dos votos, sucedendo no cargo a Ana Paula Martins, foi este domingo anunciado.

A Lista A, liderada por Helder Mota Filipe, foi a vencedora do sufrágio para os órgãos nacionais, contabilizando 3.889 votos (65%), enquanto a lista B, encabeçada por Franklim Marques, registou 1.912 votos (32%), adiantou a Ordem dos Farmacêuticos (OF) em comunicado. Ao todo, participaram no ato eleitoral 5.976 farmacêuticos (42% dos eleitores), a grande maioria dos quais por via eletrónica (96%).

As eleições para os órgãos sociais da Ordem dos Farmacêuticos no triénio 2022-2024 terminaram no sábado com a realização da votação presencial, nas sedes das Secções e Delegações Regionais da OF, em Lisboa, Porto, Coimbra, Funchal e Angra do Heroísmo, e contagem dos votos expressos também por via eletrónica e por correspondência.

Professor da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, membro da Comissão de Ética para a Investigação Clínica e presidente da Associação de Farmacêuticos dos Países de Língua Portuguesa, Helder Mota Filipe assume agora os destinos da OF e a representação dos farmacêuticos portugueses até ao início de 2025.

Os resultados finais do escrutínio determinaram também a eleição dos representantes dos farmacêuticos a nível regional. Entre as duas listas candidatas à Secção Regional do Norte, a lista E, liderada por Félix Carvalho, foi a mais votada, com 1.114 votos (53%), contra os 931 votos (44%) da lista F, encabeçada por Célia Alves da Silva.

Segundo a OF, na Secção Regional do Centro, a lista C, liderada por Anabela Mascarenhas, registou 650 votos (60%), contra os 382 votos (35%) da lista D, encabeçada por Paulo Fonseca. Na Secção Regional do Sul e Regiões Autónomas, a lista G, liderada por Luís Lourenço, obteve 1.768 votos (63%), enquanto a lista H, encabeçada por Sérgio Joaquim, alcançou 710 votos (25%).

A lista vencedora inclui ainda os delegados regionais da OF na Madeira e nos Açores. “Tiago Magro renova assim o seu mandato na representação dos farmacêuticos madeirenses, enquanto nos Açores a representação fica agora a cargo de Juliana Matos”, adiantou a Ordem.

Nas eleições para os Conselhos dos Colégios de Especialidade, a lista I, presidida por Leonor Correia, venceu com 223 votos (60%) para o Conselho do Colégio de Especialidade de Análises Clínicas e Genética Humana, contra os 120 votos (33%) da lista J, encabeçada por Gizela Santos.

No outro Colégio de Especialidade com duas listas candidatas, registaram-se 178 votos (37%) na lista M, presidida por Isabel Sanches, contra 261 votos (54%) na lista L, liderada por Carolina Mosca, que renova assim o mandato na presidência do Conselho do Colégio de Especialidade de Farmácia Comunitária.

Para o Conselho do Colégio de Especialidade de Farmácia Hospitalar foi eleita a única lista a sufrágio, a lista N, presidida por João Ribeiro, com 427 votos, o mesmo acontecendo com o Conselho do Colégio de Especialidade de Indústria Farmacêutica, com a eleição da lista O, liderada por Paula Teixeira, que obteve 136 votos.

Apenas o Colégio de Especialidade de Assuntos Regulamentares não registou qualquer lista candidata, pelo que o Conselho vigente assegura o seu funcionamento até ao agendamento do respetivo ato eleitoral. A tomada de posse do novo bastonário e restantes órgãos nacionais, regionais e Conselhos dos Colégios de Especialidade deverá ocorrer no prazo máximo de 30 dias.

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Burger King rescinde contrato com Ibersol para desenvolvimento da marca em Portugal

  • Lusa
  • 6 Fevereiro 2022

Burger King invocou incumprimento na abertura e remodelação de restaurantes. Para a Ibersol, “a decisão tomada pela Burger King Portugal é injusta e desajustada".

A Burger King rescindiu o contrato com a Ibersol para desenvolvimento da marca em Portugal, invocando incumprimento na abertura e remodelação de restaurantes, numa decisão que esta empresa considera “injusta e desajustada”, segundo um comunicado enviado à CMVM.

Na nota divulgada ao final da noite de sábado no ‘site’ da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Ibersol garantiu que “analisará com os seus assessores as implicações decorrentes” desta rescisão “e tomará as medidas julgadas necessárias para proteger os seus interesses”.

Segundo explicou, a Burger King (BK) Portugal comunicou-lhe “a sua decisão de rescindir o contrato de desenvolvimento da marca Burger King em Portugal, invocando o incumprimento da obrigação de proceder à abertura de dois restaurantes e à remodelação de três restaurantes no ano de 2021 (para além dos 12 restaurantes inaugurados e das sete remodelações concretizadas em 2021)”.

Adicionalmente, a Burger King informou “ter posto termo às conversações com vista à renegociação do aludido contrato de desenvolvimento”, embora “sem prejuízo da sua disponibilidade para analisar propostas de construção de novos restaurantes por parte da Ibersol e de autorizar essa construção, se tal vier a ser considerado vantajoso do ponto de vista dos interesses da marca”.

O contrato de desenvolvimento permitia que a Ibersol construísse mais 27 novos restaurantes durante os anos de 2022 e 2023. Para a Ibersol, “a decisão tomada pela Burger King Portugal é injusta e desajustada, em particular porque a conclusão dos referidos dois restaurantes e a remodelação de outros três será concretizada até 30 de abril”.

A Ibersol considerou ainda que “não foram valoradas adequadamente” pela BK Portugal “as limitações impostas à atividade das empresas portuguesas durante o ano transato, no qual o confinamento geral e o regime de trabalho limitado aplicável durante períodos substanciais tornaram impossível o normal funcionamento dos serviços públicos, originando atrasos significativos na obtenção de licenciamentos de projetos”.

Quanto aos contratos de franquia dos 119 restaurantes da insígnia Burger King de que a Ibersol é proprietária no território português, “continuam válidos e vigentes”, garantindo a empresa que “continuará a operar tais estabelecimentos com o melhor standard de serviço e qualidade”.

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Catarina Martins admite “derrota pesada” e promete “intervenção parlamentar muito combativa”

Catarina Martins defendeu também que "uma maioria absoluta do PS traz necessidade de fiscalização e exigência absoluta à esquerda".

Catarina Martins admitiu que o Bloco de Esquerda teve uma “derrota eleitoral pesada” e promete uma “intervenção parlamentar muito combativa”, definindo as prioridades do partido para a reivindicação, após a reunião da Mesa Nacional do BE para analisar os resultados nas eleições legislativas de domingo.

“O Bloco teve uma derrota eleitoral pesada e estivemos a analisar as causas desse caminho e o que devemos fazer agora”, assumiu Catarina Martins, em conferência de imprensa transmitida pela SIC Notícias. A coordenadora já tinha dito que não se demitia do cargo à frente do partido e não voltou agora a tocar nesse assunto, garantindo apenas que o partido terá uma “conferência nacional em abril sobre o rumo estratégico”.

Quanto aos motivos que levaram a esta derrota, Catarina Martins reconheceu que o partido “não foi capaz de comunicar as razões” que levaram ao chumbo do Orçamento do Estado para 2022: “foi muito difícil de explicar, num cenário de absoluta chantagem do PS”.

Além disso, salientou que “o medo levou ao voto útil da esquerda no PS, tendo causado uma perda pior que a Mesa tinha ponderado”. O Bloco “contribuiu” para este cenário, acrescenta ainda, porque direcionou a “campanha para o combate à direita”.

Agora, “é certo que não temos hoje a direita no Governo mas a maioria traz desafios”, reiterou. A coordenadora bloquista defendeu que “uma maioria absoluta do PS traz necessidade de fiscalização e exigência absoluta à esquerda”.

Neste cenário, Catarina Martins assegurou que o partido vai ter uma “intervenção parlamentar muito combativa”, definindo como prioridades um “pacote robusto de combate à precariedade”, o estatuto do SNS, onde se inclui a “valorização das carreiras dos trabalhadores e fixar profissionais”, e ainda “recomeçar o processo para a despenalização da morte assistida”.

A reunião deste órgão máximo do BE decorreu durante todo o dia, à porta fechada, em Lisboa. Ainda sem as votações dos círculos da emigração, o Bloco obteve 4,46% dos votos, tendo conseguido eleger cinco deputados (uma queda face aos 19 que tinha conquistado nas eleições anteriores).

(Notícia atualizada às 18h12)

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Jerónimo diz que maioria absoluta permite ao PS compromisso com política de direita e interesses económicos

  • Lusa
  • 5 Fevereiro 2022

PCP acusa os socialistas de querem “libertar-se da exigência de soluções para os problemas do país", por forma a "voltar às políticas que agravam esses mesmos problemas".

O líder do PCP defendeu este sábado que a maioria absoluta do PS lhe permite “levar mais longe o seu compromisso com a política de direita”, criando um “quadro mais difícil” no qual os comunistas irão defender os trabalhadores.

“Esta maioria absoluta, que beneficiou de uma extrema promoção da bipolarização e da dramatização do perigo da direita, deixa o PS com condições de levar mais longe o seu compromisso com a política de direita e manter a sua opção de subordinação aos grandes interesses económicos que dominam o país”, afirmou Jerónimo de Sousa.

O secretário-geral comunista falava numa sessão pública intitulada “PCP – Contigo todos os dias”, que decorreu este sábado no Fórum Lisboa, tendo acusado os socialistas de querem “libertar-se da exigência de soluções para os problemas do país, que o PCP de facto sempre protagonizou, para voltar às políticas que agravam esses mesmos problemas”. “Se não fosse com a maioria absoluta, haveria de ser com os arranjos com o PSD”, frisou.

Jerónimo de Sousa abordou o “foguetório que por aí vai a saudar a maioria absoluta do PS”, nas últimas legislativas, designadamente por parte “do grande capital, seja do patrão dos patrões da CIP, seja dos banqueiros, como o presidente do BPI”, para referir que isso mostra “a quem serve de facto essa ambicionada maioria e quanta confiança expressam nela os senhores do dinheiro”.

O líder comunista reconheceu que o resultado do PCP nas eleições legislativas – que passou de 12 deputados para seis – correspondeu a “uma significativa perda” de representantes, considerando tratar-se de “um elemento negativo na vida nacional”.

Salientando que os resultados “não excluem uma análise mais aprofundada”, designadamente no que se refere às “próprias insuficiências e deficiências” do PCP, Jerónimo de Sousa afirmou, no entanto, que as legislativas foram influenciadas por vários fatores, começando por criticar a “estimulação de uma dinâmica bipolarizadora” à volta do PS e do PSD.

“O que muitos não viram ou não compreenderam naquele dia da votação, o irão compreender amanhã, estamos certos, quando um falso voto útil dado ao PS, em nome do combate à direita, se traduzir num voto inútil para a melhoria das condições de vida dos trabalhadores e do povo e do combate a essa mesma direita!”, exclamou, perante os aplausos da plateia.

Além disso, o líder comunista criticou também “a insistente mentira de responsabilização do PCP e do PEV pela realização das eleições”, afirmando que, pelo contrário, a razão que levou à convocação das legislativas antecipadas foi a vontade do PS de “fugir à solução dos principais problemas do país e à influência do PCP e do PEV que o grande capital exigia”.

Jerónimo de Sousa elencou várias medidas – como a habitação, a revalorização das reformas, o aumento dos salários, ou o reforço do SNS – para referir que “a realização das eleições não iludiu os problemas e dificuldades” do país e frisou a necessidade de uma “política alternativa” que crie uma “rutura com a política de direita”.

“Trabalhamos e agimos agora num quadro mais difícil, mas cá estamos e cá continuamos determinados em prosseguir com confiança a intervenção em defesa dos interesses e aspirações dos trabalhadores e do povo, das soluções para os problemas nacionais”, disse.

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Banca recusa aumentar tabelas salariais para 1,4%, dizem sindicatos

  • Lusa
  • 5 Fevereiro 2022

"Os bancos mantiveram uma posição de inflexibilidade, propondo aumentos de apenas 0,4%", apontam os sindicatos bancários.

A banca recusou a proposta de vários sindicatos do setor de atualização em 1,4% das tabelas salariais para 2021, mantendo a sua proposta inicial de aumento de apenas 0,4%, divulgaram este sábado os dirigentes sindicais.

Em comunicado, as direções do Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB), Sindicato dos Trabalhadores do Setor Financeiro de Portugal (SNB) e Sindicato Independente da Banca (SIB) criticam que, na primeira reunião de conciliação na Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT), os bancos tenham manifestado “total intransigência” em aceitar os valores propostos, apesar de inflação de 1,3% e dos “excelentes resultados” da banca em 2021.

Nesta primeira reunião, ‘online’, as partes expressaram – de acordo com os sindicatos – as suas posições de partida, tendo SNQTB, SBN e SIB, com base “em fundamentação sólida”, proposto para 2021 uma atualização das tabelas salariais e das cláusulas de expressão pecuniária de 1,4%. Pelo lado da banca participaram na reunião os representantes dos bancos integrantes do Grupo Negociador das Instituições de Crédito (GNIC).

“Os bancos mantiveram uma posição de inflexibilidade, propondo aumentos de apenas 0,4%, ignorando, de forma pouco razoável, a taxa de inflação recentemente anunciada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) de 1,3% em 2021 e os excelentes resultados anuais que foram obtidos pelas instituições de crédito, muitos dos quais já anunciados”, apontam os sindicatos.

Entretanto, uma nova reunião foi marcada para 23 de fevereiro, a qual terá lugar presencialmente nas instalações da DGERT no Porto. No decurso deste processo negocial, SNQTB, SBN e SIB reiteram os seus propósitos de levar a cabo “uma defesa intransigente dos direitos dos bancários”.

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Gasolina mais barata em Espanha que nas restantes potências europeias, apesar do preço recorde

  • Lusa
  • 5 Fevereiro 2022

A gasolina é atualmente vendida em Espanha a um preço recorde de 1,538 euros por litro, enquanto o gasóleo é vendido a 1,422 euros.

O preço da gasolina em Espanha continua mais baixo do que nas restantes grandes potências europeias, apesar de, na semana passada, ter batido um recorde que vigorava desde setembro de 2012, há mais de nove anos.

Segundo escreve este sábado a agência Efe, num contexto marcado pela crise energética, que está a elevar o preço dos combustíveis para níveis excecionalmente altos em todo o continente europeu, tanto a gasolina, como o gasóleo são mais baratos em Espanha do que na média dos 27 parceiros europeus.

De acordo com os dados divulgados esta semana no Boletim do Petróleo da União Europeia (UE), a gasolina é atualmente vendida em Espanha a um preço recorde de 1,538 euros por litro, enquanto o gasóleo é vendido a 1,422 euros, o quinto preço mais elevado desde que existem registos.

Com estes valores, o preço da gasolina em Espanha está 8,5% abaixo da média da UE, que esta semana se situa nos 1,680 euros, sendo também 11,9% inferior ao preço médio dos 19 países que compõem a zona euro (1,745 euros).

Assim, Espanha é o 13.º país europeu com a gasolina mais barata, bem abaixo dos valores pagos em Itália (1,796 euros), Alemanha (1,772 euros), França (1,746 euros) ou Holanda, que, com uma média de 2,01 euros, é o país europeu que atualmente tem a gasolina mais cara. Outros países do sul da Europa, como Portugal ou a Grécia, têm também preço mais alto: 1,758 euros no caso português e 1,824 euros no país helénico, que tem o quarto valor mais alto de toda a Europa.

Para além da Holanda, os países nórdicos são os que registam os valores mais elevados para este combustível, liderados pela Finlândia (1,888 euros), Dinamarca (1,857 euros) e Suécia (1,801 euros). Por outro lado, para encontrar a gasolina mais barata da Europa, é preciso ir ao leste do continente, onde a Bulgária (1,240 euros), a Polónia (1,282 euros) e a Roménia (1,319 euros) praticam os preços mais baratos.

Já no caso do gasóleo, Espanha encontra-se numa situação ainda mais favorável do que a dos restantes vizinhos europeus, já que tem o oitavo preço mais baixo de todo o continente: O gasóleo em Espanha tem um preço 9,3% inferior à média dos 27 parceiros europeus (1,567 euros), e 11,5% inferior ao preço médio da zona euro (1,606 euros).

Comparado com as grandes potências europeias, o gasóleo em Espanha é também substancialmente mais barato que o da Holanda (1,716 euros), França (1,670 euros), Itália (1,667 euros) e Alemanha (1,644 euros). À semelhança do que acontece com a gasolina, Portugal e Grécia apresentam preços superiores aos registados em Espanha (1,621 e 1,566 euros, respetivamente).

A Suécia e a Finlândia são os países que têm o gasóleo mais caro da UE (2,035 e 1,811 euros, respetivamente), enquanto Malta, com um preço de 1,210 euros, e a Bulgária (1,267 euros), oferecem os valores mais baixos.

A principal diferença entre os preços dos combustíveis registados em cada país europeu corresponde à carga fiscal, que, no caso da Espanha, geralmente representa 50% do preço final pago pelo consumidor, abaixo da grande maioria dos países vizinhos.

De acordo com a Associação Espanhola de Operadores de Produtos Petrolíferos (AOP), citada pela Efe, em termos gerais, o preço da gasolina e do gasóleo baseia-se em três fatores: o custo da matéria-prima (30-35%), custos e margens de distribuição (15%) e impostos (50-55%). Assim, no caso da gasolina, a taxa do imposto (IVA e Imposto Especial sobre Hidrocarbonetos) é ligeiramente superior à do gasóleo, circunstância que é compensada pelo menor custo da matéria-prima.

Relativamente ao custo do petróleo bruto, o preço do petróleo Brent, referência na Europa, que fechou na sexta-feira acima dos 91 dólares, em níveis não vistos desde 2014, está a levar os preços dos combustíveis para valores historicamente elevados.

De acordo com especialistas, o preço do petróleo pode continuar a subir à medida que a procura continua a aumentar e as restrições à mobilidade são gradualmente levantadas, situação que colidiria frontalmente com a atual baixa oferta da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e dos seus principais parceiros.

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Depois de Neil Young e Joni Mitchell, estes artistas estão a deixar a Spotify

  • Joana Abrantes Gomes
  • 5 Fevereiro 2022

Depois de Neil Young e Joni Mitchell, artistas como Nils Lofgren, David Crosby, Stephen Stills e Graham Nash ou as autoras Roxane Gay e Mary Trump estão a seguir-lhes o exemplo.

Neil Young e Joni Mitchell foram os primeiros a retirar a sua música do Spotify, como protesto pela emissão do podcast de Joe Rogan, critico da vacinação contra a Covid-19. Desde então a lista de músicos e autores de podcasts, que estão a deixar plataforma sueca, não pára de crescer. As ações do Spotify perderam um terço do valor e a fortuna do seu CEO, Daniek Ek, tombou mil milhões de euros.

“Podem ter Rogan ou Young. Não os dois”, escreveu o artista no seu website, criticando a decisão do número um mundial em streaming de música promover teorias da conspiração sobre a Covid-19. Seguiu-se a cantora Joni Mitchell, a 28 de janeiro, dizendo-se solidária não só com Neil Young, como também com a comunidade científica e médica global. “Pessoas irresponsáveis estão a espalhar mentiras que estão a custar às pessoas as suas vidas“, escreveu a artista canadiana, de 78 anos, no seu website, tornando tendência nas redes sociais a hashtag #spotifydeleted.

A 29 de janeiro, foi a vez de Nils Lofgren, guitarrista da E Street Band de Bruce Springsteen desde 1984, anunciar que vai retirar 27 anos da sua música do Spotify. “Encorajamos todos os músicos, artistas e amantes da música em todo o lado, a juntarem-se a nós, e a cortar laços com o Spotify”, escreveu o artista, numa declaração no seu website. “É uma ação poderosa que pode tomar agora, para honrar a verdade, a humanidade e os heróis que arriscam as suas vidas todos os dias para salvarem as nossas”, lê-se na mesma declaração.

No mesmo dia, Brené Brown anunciou no Twitter não a retirada, mas uma pausa nos seus podcasts Unlocking Us” e “Dare to Lead”, que são transmitidos exclusivamente pela plataforma sueca. A escritora e palestrante norte-americana apelou ao Spotify para que tenha “uma política de desinformação transparente (disponibilizada ao público) que equilibre a abordagem das complexas questões de desinformação que hoje enfrentamos, respeitando a liberdade de expressão“.

A 1 de fevereiro, Brown publicou no seu website uma declaração na qual justificou os motivos para a interrupção de lançamento de novos episódios do seu podcast. “Fiz uma pausa porque, como criadora com dois podcasts exclusivamente no Spotify, queria compreender melhor a política de desinformação da organização. Queria falar com a liderança do Spotify sobre a sua posição, as suas políticas, e a aplicação dessas políticas. Encontrei-me com eles duas vezes na semana passada e uma vez mais esta semana. Eu ouvi, eles ouviram, e a minha avaliação é que todos estão abertos e a aprender – incluindo eu”, lê-se na declaração.

Também esta semana, a cantora e compositora Índia Arie disse no seu Instagram que ia retirar do Spotify a sua música e o podcastSongversation” devido à linguagem de Joe Rogan sobre questões raciais. “Acredito na liberdade de expressão. No entanto, considero Joe Rogan problemático por razões diferentes das suas entrevistas sobre Covid-19. […] Do que estou a falar é de respeito – quem o recebe e quem não o recebe”, escreveu.

A 1 de fevereiro, Roxane Gay, autora da coleção de ensaios best-seller do The New York Times “Bad Feminist”, disse que retirou do Spotify o seu podcast, “The Roxane Gay Agenda”, estreado no final de janeiro. No Twitter, a escritora publicou: “Não moverá qualquer tipo de agulha, mas eu removi o meu podcast do Spotify. É tudo o que há a dizer sobre isso. Avante“.

Igualmente no dia 1 de fevereiro, Mary Trump, sobrinha do ex-presidente dos EUA Donald Trump, anunciou que ia remover o seu podcast, “The Mary Trump Show”, do serviço de streaming. “Sei que não é grande coisa, mas espero que faça parte de uma avalanche crescente“, escreveu a autora e psicóloga no Twitter, agradecendo a Neil Young, Joni Mitchell e a Nils Lofgren “pela sua coragem em liderar o caminho”.

A Neil Young juntaram-se ainda os seus antigos companheiros David Crosby, Stephen Stills e Graham Nash. O trio, que fazia parte da banda de rock Crosby, Stills, Nash & Young, emitiu uma declaração conjunta no dia 2 de fevereiro “em solidariedade com o seu colega de banda, Neil Young”, na qual informaram que tinham pedido às suas produtoras para retirarem da plataforma quer a sua música a solo, quer a sua música em colaboração.

Apoiamos Neil e concordamos com ele que há uma perigosa desinformação a ser transmitida no podcast de Joe Rogan no Spotify“, afirmaram. “Embora valorizemos sempre pontos de vista alternativos, espalhar conscientemente a desinformação durante esta pandemia global tem consequências mortais. Até que sejam tomadas medidas reais para mostrar que uma preocupação pela humanidade deve ser equilibrada com os negócios, não queremos que a nossa música – ou a música que fizemos em conjunto – esteja na mesma plataforma“, acrescentaram.

Este movimento de boicote está a ter efeitos nos resultados financeiros da plataforma e também do seu CEO. Desde o início do ano, Daniel Ek já viu o seu património líquido perder mil milhões de dólares, fixando-se agora em 2,6 mil milhões de dólares, enquanto as ações do Spotify já caíram quase um terço, avança a Bloomberg. Adicionalmente, a empresa chegará ao fim do primeiro trimestre com um total de 418 milhões de utilizadores e 183 milhões de assinantes pagos.

Por outro lado, têm sido levantadas questões não só em torno do apoio do Spotify a Joe Rogan, mas também quanto à responsabilidade na monitorização do conteúdo distribuído na plataforma a centenas de milhões de ouvintes, levando vários utilizadores a dizerem que vão apagar a aplicação.

Além disso, investigadores académicos e outros especialistas em desinformação disseram que a empresa poderá em breve vir a enfrentar problemas quanto à moderação de conteúdos, tal como tem acontecido nos últimos anos com as redes sociais Facebook, Twitter ou Instagram.

Entretanto, no início desta semana, o Spotify anunciou uma série de medidas para impedir a propagação de desinformação sobre a pandemia no seu serviço de streaming, entre as quais se inclui um aviso em todos os conteúdos relacionados com a Covid-19, que orientará os ouvintes para um centro com informações atualizadas.

Joe Rogan também publicou um vídeo de 10 minutos na sua conta no Instagram no qual prometeu tornar o seu programa mais equilibrado entre convidados mais e menos controversos. No entanto, resta saber se essas ações serão suficientes para acalmar a polémica.

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Portugal regista mais 41.511 casos e 44 mortos com Covid-19

Desde o início da pandemia, há quase dois anos, o país contabiliza um total de 2.884.540 infeções e 20.171 óbitos.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) identificou 41.511 novos casos de Covid-19, o que eleva o número total de infetados desde o início da pandemia para 2.884.540. O boletim deste sábado indica ainda que, nas últimas 24 horas, morreram mais 44 pessoas com a doença, num total de 20.171 mortes desde o início da pandemia.

A maioria dos infetados continua a recuperar em casa, e registou-se uma queda no número de pessoas hospitalizadas com a doença. Atualmente, 2.409 doentes estão internados em unidades hospitalares (menos 36 nas últimas 24 horas), dos quais 169 em unidades de cuidados intensivos (menos cinco).

O boletim dá conta de um total de 2.226.548 recuperados, mais 46.439 do que no balanço anterior. Há, neste momento, 637.821 casos ativos em Portugal, menos 4.972 face a sexta-feira.

Há ainda 665.706 pessoas sob vigilância das autoridades de saúde, por terem tido contacto com casos confirmados de Covid-19, ou seja, mais 5.359 relativamente ao último balanço.

Boletim epidemiológico de 5 de fevereiro

A maioria dos contágios identificados nas últimas 24 horas concentrou-se novamente no Norte, que confirmou 15.984 novas infeções. Lisboa e Vale do Tejo (LVT) registou 11.856 novos casos e a zona Centro contabilizou mais 8.265 infeções, enquanto o Algarve somou 1.898 casos e o Alentejo outros 1.806. O arquipélago dos Açores contabilizou 1.097 novos casos, e na Madeira foram identificados mais 605 casos.

Do total de 44 mortes, 17 ocorreram em LVT e outras 13 na zona Norte. Morreram mais nove pessoas infetadas com Covid-19 no Centro, enquanto o Alentejo e os Açores registaram dois óbitos. O Algarve contabilizou mais uma morte por SARS-CoV-2.

(Notícia atualizada às 14h18)

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Gráfica lisboeta dá OK à impressão online com engenharia de Coimbra

A centenária Jorge Fernandes recrutou a tecnológica The Loop para entrar no negócio da impressão online e levá-lo para Espanha e França com a marca Ok-Print, que até 2025 pode valer metade das vendas.

Foi no Bairro Alto, em pleno centro de Lisboa, que Jorge Fernandes abriu em 1890 uma pequena tipografia, que depois da sua morte passou para as mãos do filho Jacinto e que um neto acabaria por herdar e desenvolver até que, num momento de “menor estabilidade” do ofício, vendeu o negócio a Fernando Marques. Volvidos 132 anos desde a fundação, a histórica gráfica que continua nas mãos da família Marques – Fernando e Ana já dividiram as quotas com os filhos Miguel e Pedro – está agora a entrar no negócio da impressão online, aproveitando a plataforma tecnológica da portuguesa The Loop, através da criação da marca Ok-Print.

Instalada atualmente na Charneca da Caparica, onde soma cerca de 3.000 metros quadrados de área de produção, a Jorge Fernandes produz material gráfico impresso, como revistas, livros, brochuras ou folhetos, reclamando um lugar no ranking das cinco maiores gráficas do país de máquinas planas (exclui as rotativas, que imprimem os jornais). O Lidl, a Meo ou o banco Santander Totta são alguns dos clientes mais conhecidos, embora também trabalhe com empresas, formatos e tiragens de menor dimensão. E, desde há sete anos, também com duas plataformas online dedicadas à impressão no mercado nacional e europeu.

É o caso da portuguesa 360Imprimir e da holandesa Helloprint, que entregam parte da produção dos materiais que lhe são encomendados por via digital a esta indústria centenária do concelho de Almada. Ora, como relata ao ECO o gestor deste projeto, Ivo Gonçalves, a Ok-Print surge da experiência adquirida ao longo dos últimos anos a trabalhar para essas plataformas e foi acelerada também pela pandemia de Covid-19. “Caíram as vendas para todos os clientes [online e offline] e então foi decidido reprogramar os fundos para esta área, para tentar trabalhar diretamente com o cliente final e subir as margens de negócio”.

Direcionada sobretudo para o cliente final, seja particular ou empresarial, a Ok-Print tem debaixo de olho as micro e pequenas empresas que até agora tinham mais dificuldade em ter volume para produzir na indústria gráfica. “Queremos atingir essa área. Quem recorre à indústria gráfica normalmente tem um volume de impressão muito grande e o trabalho é sempre dedicado. Numa plataforma agregamos vários trabalhos para criar esse volume e reduzir o desperdício, dando assim um maior valor ao consumidor final”, sublinha o gestor, que foi recrutado para o lançamento deste projeto, que já tem três pessoas dedicadas a tempo inteiro.

Ivo Gonçalves, project manager da OK-Print

Apesar do lançamento da sua própria marca de impressão online — aconteceu em dezembro do ano passado, depois de um mês em soft launch –, a empresa vai continuar a produzir para as outras duas insígnias clientes, que não encara como concorrentes. Ivo Gonçalves argumenta que, apesar de ter começado na área gráfica, a 360Imprimir tem uma oferta mais alargada e “basicamente é uma empresa tecnológica e de marketing”. Já a Helloprint, que tem sede na Holanda e vários fornecedores na Europa central, para quem produz os artigos direcionados ao mercado ibérico, “não é um verdadeiro concorrente porque tem uma dimensão muito maior”.

Gostávamos que no primeiro ano esta área rondasse já 10% a 15% do volume de negócios da empresa, crescendo até aos 50% em quatro ou cinco anos.

Ivo Gonçalves

Project manager da OK-Print

A diferenciação, por outro lado, é até mais fácil de explicar: “esta será sempre uma plataforma de produtos gráficos com produção própria”. É por isso que, após começar pelo mercado doméstico e ter começado a abrir o mercado espanhol no início deste ano, a Jorge Fernandes planeia chegar igualmente a França até ao final do primeiro trimestre, apostando assim em geografias próximas. O responsável sublinha que “as perspetivas são boas porque [vai] alcançar um público de muitos milhões de pessoas nestes três países”.

A empresa gráfica fechou 2021 com uma faturação a rondar os cinco milhões de euros e a administração gostava que esta nova área valesse já 10% a 15% das receitas no final do primeiro ano completo de atividade, crescendo “até aos 50% em quatro ou cinco anos”. O investimento direto, sem contar com os recursos humanos, rondará os 30 mil euros por ano e, a prazo, o online printing pode ser decisivo para a sustentabilidade desta empresa centenária, que corria o risco de ficar para trás. “Tínhamos de nos habituar a esta nova realidade e estar onde grande parte das compras estão, que é no comércio eletrónico”, completa Ivo Gonçalves.

Software para integrar encomendas na fábrica

Neste projeto de digitalização que já oferece mais de um milhão de combinações de produtos, a Jorge Fernandes, que emprega 40 pessoas, teve como parceiro a The Loop. A jovem empresa de Coimbra desenvolveu toda a infraestrutura tecnológica que permite aos clientes consultar, interagir e submeter os documentos, fazer os pagamentos, receber as faturas ou gerir a área pessoal; e que inclui também as ferramentas de backoffice para que a gráfica consiga integrar estas encomendas via Internet no processo de fabrico e acelerar os prazos de entrega aos clientes, sem “chocar” com o restante trabalho.

O sócio da empresa de Coimbra, Ricardo Morgado, explica ao ECO que o online printing já tinha sido “identificado há algum tempo como uma área em crescimento”. Antes mesmo de, há cerca de um ano, ter conhecido a Jorge Fernandes, que, por sua vez, estava à procura de um parceiro para digitalizar parte do negócio. “Percebemos que havia ali uma oportunidade de uma empresa de grande dimensão e já consolidada no mercado ter a sua própria solução. Tendo produção própria consegue ter outra escala e ser competitiva em termos de preço, de flexibilidade e de qualidade”, acrescenta.

Tendo produção própria, a gráfica consegue ter outra escala e ser competitiva em termos de preço, de flexibilidade e de qualidade.

Ricardo Morgado

Cofundador da The Loop

A empresa da zona Centro que emprega mais de uma centena de pessoas e faturou 3,7 milhões de euros em 2021 tem origem na Book in Loop, uma plataforma de reutilização de manuais escolares criada por João Bernardo Parreira e Manuel Tovar depois de terminarem o ensino secundário. O sucesso deste projeto levou em 2019 ao lançamento da BabyLoop, que faz o mesmo com produtos de puericultura. Com a junção de Ricardo Morgado e de João Rodrigues, a marca foi refundada como The Loop, assumindo-se agora como uma tecnológica portuguesa focada em modelos de negócio de economia circular e que também presta serviços de tecnologia.

Ricardo Morgado, cofundador da The Loop

É nesta última área de atividade que se insere o nascimento da Ok-Print, com o gestor responsável pelos negócios de economia circular e sustentabilidade a relatar que “o projeto continua e vai avançar para uma segunda fase, para aumentar um pouco o alcance, o que implica tornar ainda mais automáticos os processos” com a parte industrial. Outros exemplos são a colaboração com a plataforma de bilhetes para espetáculos Ticketline, com a área de retalho do grupo Sonae ou com a Cruz Vermelha e as Farmácias Portuguesas, para quem desenvolveu recentemente uma solução para o agendamento de testes Covid-19 e a respetiva comunicação dos resultados aos clientes.

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Cinco grandes gigantes tecnológicos lucram mais 56% em 2021, impulsionados pela pandemia

  • Lusa
  • 5 Fevereiro 2022

A Amazon, a Meta (que controla o Facebook, Instagram e WhatsApp), a Alphabet (que controla a Google), a Apple e a Microsoft alcançaram um lucro de 280 mil milhões em 2021.

As cinco grandes tecnológicas internacionais lucraram um total de 279.560 milhões de euros em 2021, mais 55,6% face a 2020, impulsionadas pela mudança de hábitos provocada pela pandemia, apesar da crise dos semicondutores e dos problemas de abastecimento. Segundo dados compilados pela agência Efe, a Amazon, a Meta (que controla o Facebook, Instagram e WhatsApp), a Alphabet (que controla a Google), a Apple e a Microsoft alcançaram um lucro de 279.560 milhões de euros em 2021.

Este valor representa uma subida de 55,6% em relação aos cerca de 180 mil milhões de 2020, ano em que, ao contrário do que sucedeu noutros grandes setores, o lucro das empresas de tecnologia norte-americanas aumentou devido às mudanças de hábitos causadas pela pandemia de covid-19, como o aumento do teletrabalho ou das compras ‘online’.

Entre os bons resultados das empresas de tecnologia em 2021 destacam-se os da Alphabet, que quase duplicou o lucro, passando de 35.120 milhões em 2020 para 66.320 milhões no ano seguinte. Seguiu-se a Amazon, com um aumento anual de 56,4%, e a Apple, que cresceu 57,3% e se tornou a empresa que mais lucrou entre as cinco (87.700 milhões de euros).

Pelo contrário, a Meta foi, em 2021, a que registou o menor crescimento do lucro (35,1%, para 34.340 milhões), enquanto a Amazon foi a que menos ganhou, 29.110 milhões de euros. No conjunto, estas cinco grandes tecnológicas ultrapassaram a barreira dos mil milhões de euros de receitas em 2021, somando 1,23 biliões de euros, mais 27,8% do que em 2020, quando faturaram 961.130 milhões de euros.

Por empresas, a Alphabet foi a empresa que mais aumentou a faturação, em 41,1%, seguida pela Meta (37,2%). No entanto, a Amazon foi a tecnológica com as receitas mais elevadas, ao atingir 409.880 milhões em 2021, mais 21,7% do que em 2020. Pelo contrário, as receitas da Microsoft aumentaram apenas 20,6%, para 161.270 milhões, enquanto a Meta obteve a faturação mais baixa em 2021, de 102.860 milhões.

No último trimestre do ano passado, o lucro das cinco grandes tecnológicas aumentou 26,6% em relação ao mesmo período de 2020, para 86.010 milhões de euros, destacando-se o grande crescimento da Amazon, que duplicou os seus números em relação ao ano anterior, subindo para 12.470 milhões.

Seguiu-se a Alphabet, com um aumento de 35,5% do resultado líquido, enquanto o lucro da Microsoft cresceu 21,3% e o da Apple 20,4%. A Meta foi a grande perdedora no último trimestre de 2021, ao obter um lucro de 8.970 milhões de euros entre outubro e dezembro, menos 8,4% do que no mesmo período de 2020.

Este saldo negativo aconteceu num trimestre marcado pelo apagão que a empresa sofreu em 04 de outubro, na sequência do qual todos os seus serviços estiveram em baixo por mais de seis horas, e depois de um ano pontuado por inúmeras polémicas sobre a origem da divulgação de milhares de documentos internos.

A isto somaram-se as más previsões que a empresa fez para 2022, reconhecendo que enfrenta sérios desafios que podem afetar a rentabilidade futura, como a implementação de medidas de privacidade mais restritivas nos iPhones, a subida da inflação e problemas na cadeia de fornecimento global. Tudo isto fez com que as ações da empresa chegassem a cair 22% durante a tarde da última quarta-feira, dia em que apresentou resultados, e que, desde então, tenham desvalorizado 35%.

A Alphabet, que detém a Google e o Youtube, foi em 2021 a empresa cujo lucro mais cresceu, 88,8%, graças ao aumento das receitas publicitárias, que representaram 80% das vendas totais. Dentro deste segmento, o volume de negócios associado aos anúncios através do Google foi o mais elevado. No caso da Apple, o ano foi marcado pelas vendas do iPhone 13, cujo lançamento ocorreu em setembro passado e cujas receitas representaram mais da metade da faturação total da empresa.

Por seu lado, a Amazon registou um forte aumento devido ao impulso do comércio ‘online’, a que se juntou o aumento das receitas da sua plataforma de computação em nuvem Amazon Web Services (AWS), líder do setor, enquanto a Microsoft definiu como objetivo os videojogos, após anunciar a intenção de comprar a Activision Blizzard por 59.900 milhões.

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Administradora da TAP Alexandra Reis renuncia ao cargo

A vogal e membro do Conselho de Administração e Comissão Executiva da TAP "apresentou renúncia ao cargo, decidindo encerrar este capítulo da sua vida profissional e abraçando agora novos desafios".

Alexandra Reis, vogal e membro do Conselho de Administração e Comissão Executiva da TAP, vai deixar o cargo para abraçar “novos desafios”, segundo anunciou a companhia aérea em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), na noite desta sexta-feira. Renúncia produz efeitos a 28 de fevereiro.

“Tendo sido nomeada pelos anteriores acionistas, e na sequência da alteração da estrutura societária da TAP, Alexandra Reis, vogal e membro do Conselho de Administração e Comissão Executiva da TAP, apresentou hoje renúncia ao cargo, decidindo encerrar este capítulo da sua vida profissional e abraçando agora novos desafios”, lê-se no comunicado enviado à CMVM.

Esta renúncia “produzirá efeitos no dia 28 de fevereiro de 2022″, acrescenta ainda a TAP. A companhia portuguesa agradece à administradora “todo o serviço prestado, numa altura particularmente desafiante para a Companhia, e deseja-lhe as maiores felicidades pessoais e profissionais para o futuro”.

É de recordar que a TAP perdeu dois membros do Conselho Fiscal no mês passado. Depois da renúncia de Maria de Fátima Geada por “motivos pessoais”, a TAP informou que também Sérgio Rodrigues renunciou ao cargo de vogal do Conselho Fiscal, sem justificar.

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Economistas confiantes de que PIB ultrapassa níveis pré-pandemia no 1.º semestre

  • Lusa e ECO
  • 5 Fevereiro 2022

“Parece-me seguro que conseguiremos alcançar os níveis de 2019 ainda no primeiro semestre de 2022", disse o economista e professor catedrático do ISEG João Duque.

Os economistas ouvidos pela Lusa estão otimistas sobre a expectativa do Produto Interno Bruto (PIB) ultrapassar os níveis pré-pandemia no primeiro semestre deste ano, em linha com o esperado pelo Ministério das Finanças.

“Parece-me seguro que conseguiremos alcançar os níveis de 2019 ainda no primeiro semestre de 2022. Atrasados relativamente à média europeia, mas ainda assim melhor do que se esperava há umas semanas”, disse o economista e professor catedrático do ISEG João Duque.

Também Francisca Guedes de Oliveira, economista e professora na Católica Porto Business School, antecipa o cenário como viável, justificando que “os dados do último trimestre de 2021 reforçam esta ideia”, uma vez que “com 5,8% em termos homólogos e 1,6% em cadeia estamos a falar de uma das taxas de crescimento mais elevado da União Europeia”. “Mais ainda, este resultado deriva de um acelerar das exportações, o que é, sem dúvida, um sinal muito positivo para o que poderá vir em 2022”, considera.

Já Gonçalo Pina, economista e professor da ESCP Business School, estima 60% de probabilidade de tal acontecer. “Se não superar os níveis pré-pandemia andará muito perto disso (30% de probabilidade)”, acrescenta, admitindo 10% de probabilidade de ocorrer um choque maior, como, por exemplo, uma variante nova que feche a economia novamente.

“A economia cresceu mais do que o esperado no último trimestre. Sabemos que, em média, economias com taxas de vacinação mais elevadas têm superado as expectativas de crescimento económico. A vacinação poderá ter contribuído através de maior procura interna – e em parte externa”, explica o professor universitário.

Por seu lado, Luís Tavares Bravo, economista e administrador do ‘think tank’ (grupo de reflexão) International Affairs Network, sublinha que “Portugal tem sido um dos países da União Europeia onde a recuperação económica para níveis de pré-pandemia tem sido mais lentos, facto ao qual não é alheio o desequilíbrio estrutural da economia portuguesa, e, por exemplo, pela excessiva dependência que país tem de forma direta e indireta do setor do turismo”.

No entanto, e ainda que admita riscos, “como os geopolíticos recentes, ou a manutenção dos gargalos económicos ligados à produção (sobretudo no setor auto)”, antecipa que “à partida essa será uma possibilidade real”, recordando que “existe essa expectativa de que todos os países da União Europeia, sendo uma probabilidade que aumentará também, num momento de reabertura da economia”, de pós-eleições e que a “aprovação do OE 2022 [Orçamento do Estado para 2022] poderá ser célere”.

Economistas divididos quanto a crescimento do PIB acima de 5,5% este ano

Os economistas consultados pela Lusa mostram-se divididos sobre o crescimento da economia portuguesa ficar acima dos 5,5% este ano, a estimativa antecipada esta semana pelo Governo.

Em reação aos dados da evolução da economia no ano passado, o Ministério das Finanças disse, em comunicado, no dia 31 de janeiro, que a “evolução do PIB reforça a confiança na continuação da rápida recuperação da economia portuguesa durante o ano de 2022, antecipando-se que se possa ultrapassar o nível pré-pandemia já no 1.º semestre e inclusivamente superar as estimativas do Governo para este ano, de 5,5%”.

Dois dos quatro economistas ouvidos pela Lusa admitem esse cenário. “Há bons motivos para acreditar que o crescimento pode ficar ligeiramente acima dos 5,5%”, prevê Francisca Guedes de Oliveira, economista e professora na Católica Porto Business School, estimando com base nos dados disponíveis até à data e considerando o último trimestre de 2021, e admitindo que nada de extraordinário aconteça, “um intervalo de variação entre os 5,5% e os 5,9%”.

A economista aponta para fatores externos, como a evolução da pandemia, na influência da futura evolução, mas alerta também para o possível impacto da política monetária do Banco Central Europeu (BCE), pois “com o risco de inflação no horizonte, a política monetária pode começar a apertar”.

Uma subida das taxas de juro pode ter impacto neste crescimento. A velocidade de recuperação dos nossos parceiros e das cadeias de aprovisionamento será também um fator condicionante para a nossa recuperação”, justifica, acrescentando ainda o impacto de fatores internos, nomeadamente “a eficácia e eficiência com que se vai conseguir aplicar os fundos do Plano de Recuperação e Resiliência”, assim como “definir os avisos e pôr o PT2030 no terreno”.

Na mesma linha, João Duque, economista e professor do ISEG, admite o cenário antecipado pelo Governo: “Tendo em conta que crescemos 4,9%” em 2021 “e esperando nós um desconfinamento cada vez maior das populações europeias e mundiais”. Para o professor catedrático, “a recuperação do turismo será essencial para se alcançar tal desiderato”.

No entanto, Gonçalo Pina, economista e professor da ESCP Business School, mostra-se mais cético, calculando uma probabilidade de 20% de um crescimento de cerca de 5,5% e uma probabilidade de 10% de uma expansão acima dessa meta.

“É bem possível que o primeiro trimestre de 2022 seja o mais favorável em termos macroeconómicos. Há incertezas grandes depois deste trimestre, que tenderão a reduzir o crescimento: taxas de juro a aumentar, crescimento global em queda, covid e bolha imobiliária na China, conservadorismo fiscal do governo português”, explica.

O economista estima em 50% a probabilidade de o crescimento do PIB se fixar abaixo de 5,5%, mas acima de 3,5% e uma probabilidade de 20% de se situar abaixo de 3,5%. “Se tivesse que dizer um número diria 4%, mas com muita incerteza”, projeta.

Já Luís Tavares Bravo, economista e administrador do ‘think tank’ (grupo de reflexão) International Affairs Network, realça que as expectativas de crescimento apontam para que Portugal cresça ou ligeiramente acima ou em linha com a União Europeia em 2022 e 2023.

“Muito dependerá da forma como o país for capaz de implementar com sucesso reformas que aceleram a produtividade, num cenário macro onde as taxas de juro já não serão extremamente baixas, fator que pode incorporar dificuldades num país com endividamento alto quer do Estado quer das famílias, afetando investimento público e também o consumo privado”, refere, indicando ainda a capacidade de recuperação do turismo.

Francisca Guedes de Oliveira alerta que “Portugal tinha vindo a afastar-se da média europeia em termos de PIB ‘per capita’”, exemplificando que em 2020 o PIB ‘per capita’ caiu, em relação à média europeia, mais de dois pontos percentuais e em 2021 continuou a não conseguir convergir com a União Europeia e a zona euro a crescerem 5,2% em média e Portugal a ficar-se pelos 4,9%.

“De qualquer forma, o Fundo Monetário Internacional previu recentemente um crescimento do PIB da zona euro em 2022 de cerca de 4%, abaixo do crescimento de Portugal. Se, por um lado, isto nos pode colocar no caminho da convergência, por outro pode significar problemas nos nossos principais parceiros – nomeadamente em Espanha –, o que não é um bom sinal para as nossas exportações”, disse.

Também Gonçalo Pina adverte que Portugal está mais exposto aos riscos face à zona euro, salientando que o país “tem menos espaço de manobra fiscal, mais exposição às taxas de juro (dívida, setor da construção)”, pelo que, diz: “Se a conjuntura for favorável, Portugal crescerá mais do que a zona euro, mas num contexto menos favorável, que eu acho mais provável, deverá crescer menos”.

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