Construtora de ex-presidente do Braga faliu. Fatia de 3% da Via do Infante em leilão por 6 milhões

Lote de ações da concessionária da algarvia A22 em leilão eletrónico na insolvência da J. Gomes. Empreiteiro João Gomes de Oliveira chegou a processar quatro bancos por recusarem empréstimo à empresa.

Um lote composto por 75.798 ações da empresa concessionária da Via do Infante, no Algarve, representativas de 3% do capital social e avaliadas em 5,985 milhões de euros, vai ser leiloado no âmbito do processo de insolvência da construtora J. Gomes, que era detida por João Gomes de Oliveira, ex-presidente do Sporting Clube de Braga.

O leilão eletrónico organizado pela Leilosoc, que está a rececionar licitações até 25 de outubro de 2024, inclui também a participação de 3%, avaliada em 44 mil euros, na sociedade “Algarve International, BV”, com sede na Holanda, que era propriedade da empresa de construção fundada em 1968, que chegou a ser uma das maiores do Norte e participou em várias obras públicas, como estradas, escolas e hospitais.

Após ser decretada a falência, em 2016, o empreiteiro João Gomes de Oliveira, que antecedeu António Salvador no Sporting de Braga, chegou a processar a Caixa Geral de Depósitos, o BCP, o Novobanco e o Montepio Geral. Numa ação em que reclamava uma indemnização de 116 milhões de euros, acusava os quatro bancos de terem tido responsabilidade direta no fecho da empresa por, entre 2008 e 2009, terem “estrangulado a tesouraria com agravamentos brutais das taxas de juro, restrições ao crédito e pedidos de reembolso de empréstimos”.

Em comunicado, a Leilosoc salienta que a venda destas ações pretende “atrair investidores que procuram diversificar os seus portefólios e participar num mercado que, apesar das mudanças, continua a desempenhar um papel fundamental na economia regional e nacional”. “Este leilão eletrónico reflete o dinamismo do mercado de concessões em Portugal, visto que evidencia oportunidades para novos investidores no segmento”, acrescenta.

Assinado em maio de 2000 quando a Autoestrada do Algarve (A22) funcionava em regime de SCUT, sem portagens, o contrato de concessão assinado com o Estado termina em maio de 2030.

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Portugueses cada vez mais adeptos da Black Friday. 90% quer aproveitar período para fazer compras 

  • + M
  • 17 Outubro 2024

O valor médio que os portugueses tencionam gastar na Black Friday, recuou 8% em relação ao ano passado, para 330 euros. Produtos de tecnologia (54%) são os principais alvos para compra.

Há mais portugueses a querer aproveitar as oportunidades de compra proporcionadas pela Black Friday. No cômputo geral, 90% dos cidadãos afirma ter intenção de comprar na Black Friday, mais dois pontos percentuais em relação ao ano passado (88%).

Por outro lado, cresce também a percentagem de pessoas (31%) que tenciona gastar mais este ano do que em 2023 (26%), sobretudo na faixa etária dos 25-34 anos, ao mesmo tempo que recua a percentagem de pessoas que preveem gastar menos nesta campanha (31%), em relação ao ano anterior (42%). Uma grande parte dos inquiridos (38%) diz ainda que pretende gastar o mesmo que no ano passado.

No entanto, o valor médio que os portugueses tencionam gastar é 8% inferior ao do ano passado. Enquanto em 2023 os portugueses disseram que tencionavam gastar 359 euros, este ano essa estimativa desceu para os 330 euros.

As conclusões são do estudo Black Friday 2024, elaborado pela NetSonda para a Worten, que mostra ainda que produtos de tecnologia (54%), moda e acessórios (38%), eletrodomésticos (36%) e livros (33%) são os principais alvos da maioria dos portugueses nesta altura de promoções.

Grande parte dos inquiridos (72%) assume aproveitar as promoções para si mesmo, mas quase metade (47%), encara a Black Friday como uma oportunidade de antecipar as compras de Natal. Já 55% dizem que aproveitam esta altura para simplesmente poder comprar com promoções.

O estudo nota ainda que dois quintos dos potenciais compradores da Black Friday costumam começar a acompanhar os preços com uma antecedência de entre um a dois meses, enquanto cerca de um terço não faz qualquer tipo de preparação.

A Worten é a marca com maior recordação por parte dos consumidores (85%), com a Fnac (46%) e a Rádio Popular (31%) a fecharem o top três de notoriedade. Segundo o estudo, a Worten foi também a loja onde mais inquiridos compraram algum produto na Black Friday no ano passado (58%), seguida pela Fnac (28%) e Amazon (21%).

Para este ano, 60% dos participantes no estudo tencionam comprar na Worten, sendo que há mais homens (68%) a demonstrar essa intenção do que as mulheres (53%). Para 2024, “a previsão de compra é omnicanal (online e loja física), sendo que quem prevê comprar na Worten comprará mais em loja física (43%)”, refere-se em comunicado. Ainda assim, 38% diz que vai fazer as compras de forma exclusiva online (valor mais alto desde 2020, ano de pandemia).

Quanto à adesão a campanhas de Black Friday, as apps das marcas (82%) e a televisão (80%) são os canais com maior impacto junto dos inquiridos.

A totalidade do universo em estudo (100%) revelou saber o que é a campanha de Black Friday, com este período de ofertas a destacar-se em comparação a outras campanhas similares como a Cyber Monday (76%), os Hot Days (62%) ou os Singles Day (37%). Entre estes, 85% associa a Black Friday a compras com descontos/preços baixos em várias lojas.

O estudo Black Friday 2024, realizado pela NetSonda para a Worten, decorreu entre os dias 2 e 9 de setembro. Foram realizadas mil entrevistas online, com uma amostra representativa da população portuguesa entre os 18 e os 45 anos. Esta dimensão amostral corresponde a uma margem de erro de próxima dos 3,10%.

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Fórum para a Competitividade prevê crescimento entre 1,7% e 1,9% este ano

Economistas do Fórum para a Competitividade estima uma taxa de crescimento entre 1,8% e 1,9% este ano e e entre 1,8% e 2,2% em 2025.

O Fórum para a Competitividade prevê um crescimento da economia portuguesa alinhado com as estimativas do Governo de 1,8% em 2024 e 2,1% em 2025 inscritas no Orçamento do Estado para 2025 (OE2025). De acordo com a nota divulgada esta quinta-feira, os economistas apontam este ano para uma taxa de crescimento do PIB entre 1,8% e 1,9% este ano e entre 1,8% e 2,2% no próximo.

A nota assinada pelo diretor do gabinete de estudos, Pedro Braz Teixeira, assinala que a tendência geral dos indicadores do terceiro trimestre deste ano seria de abrandamento, com exceção das exportações de bens, “que conheceram uma encomenda excecional, no valor de 0,3% do PIB, que deverá beneficiar muito os dados deste período”.

Ainda assim, destaca que “a nível nacional, a incerteza política mantém-se muito elevada, com riscos de a proposta de Orçamento de 2025 não ser aprovada e haver eleições legislativas antecipadas, menos de 12 meses depois das últimas”.

“Como é evidente, esta evolução seria prejudicial para o desempenho da nossa economia, sobretudo a nível do investimento“, aponta. No que toca à taxa de inflação prevê que passe de 4,3% em 2023 para entre 2,3% e 2,4% em 2024 e entre 1,8% e 2,2% em 2025.

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Tribunal Constitucional invalida eleição de órgãos na penúltima convenção do Chega

  • Lusa
  • 17 Outubro 2024

O Tribunal declararou "inválida a eleição dos órgãos nacionais na V Convenção Nacional do partido Chega, ocorrida nos dias 27, 28 e 29 de janeiro de 2023", em Santarém.

O Tribunal Constitucional (TC) invalidou a eleição dos órgãos do Chega na penúltima convenção do partido, que decorreu em janeiro de 2023 em Santarém, incluindo a do presidente.

No acórdão a que a Lusa teve acesso, datado de 10 de outubro, o TC dá razão à militante Fernanda Marques Lopes, ao “julgar procedente” a ação de impugnação e, em consequência, declarando “inválida a eleição dos órgãos nacionais na V Convenção Nacional do partido Chega, ocorrida nos dias 27, 28 e 29 de janeiro de 2023″, em Santarém. Em julho do ano passado, o TC já tinha invalidado a convocatória da quinta convenção do Chega. Entretanto, o partido voltou a eleger novos órgãos na convenção de Viana do Castelo, no início deste ano.

Na sequência dessa decisão, o partido realizou entretanto a VI Convenção Nacional, uma reunião extraordinária do órgão máximo do Chega que decorreu em janeiro deste ano, em Viana do Castelo, e na qual houve nova eleição dos órgãos do partido.

Em reação a esta decisão, o presidente do Chega, perante os jornalistas na Assembleia da República, defendeu a legitimidade dos órgãos do Chega eleitos na última convenção, mas anunciou que o partido vai realizar uma nova reunião magna que poderá ser eletiva. André Ventura afirmou que os órgãos eleitos nessa convenção de janeiro deste ano “nunca foram colocados em causa pelo tribunal” e “são esses que estão em funções”.

Ainda assim, vai questionar o TC na sequência da decisão “no sentido de salvaguardar que os órgãos estão absolutamente em funções e que são registados no Tribunal Constitucional e anotados”. Ventura anunciou também a realização de uma nova convenção, que poderá vir a ser eletiva e estatutária, se o TC também invalidar a última reunião magna do partido, que decorreu em Viana do Castelo.

O Chega realizou o seu congresso ordinário – não os extraordinários que verificámos – em 2019. Isto significa que o Chega terá sempre de realizar um outro congresso ordinário, independentemente de vir a ser eletivo ou não”, sustentou. A primeira reunião magna do Chega aconteceu em 2019, no ano em que o partido foi oficialmente constituído.

O presidente do Chega apontou a realização do próximo congresso para entre o final deste ano e o início do próximo, indicando que “apenas será eletivo se o TC a isso o obrigar”. Nesta declaração, André Ventura criticou também o TC por tomar esta decisão quase dois anos depois da realização da V Convenção Nacional do Chega.

“Parece-me um pouco incompreensível. Nós estamos em outubro de 2024, esta convenção realizou-se em janeiro de 2023. Esta demora do processo decisório, seja sobre que partido for, seja sobre que circunstância for da vida de um partido, torna muito difícil, se não impossível, gerir qualquer órgão”, sustentou.

(Notícia atualizada às 18h11 com a reação do Chega)

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ANA vai compensar Estado para ficar com aeródromo de Figo Maduro

Despacho cria comissão para negociar com a ANA a transferência do aeródromo de Figo Maduro para a concessionária, no âmbito das obras previstas para o Humberto Delgado.

As resoluções do Conselho de Ministros que determinaram a realização pela ANA de obras de melhoramento no Humberto Delgado preveem a saída da Força Aérea de Figo Maduro. A concessionária terá de pagar uma compensação por ficar com aquele espaço. A Unidade Técnica de Acompanhamento de Projetos, que funciona na dependência das Finanças, já assinou despacho que cria uma comissão de negociação para definir o valor.

O despacho 12047/2024, de 14 de outubro, procede “à constituição da comissão de negociação com a ANA”, para definir “os termos de afetação do Aeródromo de Trânsito 1 [Figo Manuro] à Concessão, incluindo do montante de contrapartida que a ANA deve atribuir ao Concedente pelos benefícios daí resultantes, através da introdução de modificações ao Contrato de Concessão que sejam necessárias para o efeito”.

O Estado vai assim receber uma compensação pela desafetação de Figo Maduro do domínio público militar, espaço que será integrado na concessão da ANA. Esta era uma das condições para proceder às alterações na pista e libertação de espaço para estacionamento de aeronaves, com vista à melhoria operacional do aeroporto Humberto Delgado. Um processo iniciado pelo anterior Governo e a que este deu sequência.

A comissão de negociação será composta pelo Chefe do Estado Maior da Força Aérea, general Cartaxo Alves, e representantes da ANAC e do IMT. Vítor Almeida será o presidente, por indicação do secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Espírito Santo.

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Caso BES. “Carlos Costa assobiou para o lado e não quis saber de nada”, acusa Ricciardi

O ex-presidente do BESI e primo de Ricardo Salgado, com quem entrou em conflito aberto em 2013, não escondeu as críticas ao antigo presidente do BES pela responsabilidade no colapso do grupo.

“Não sou amigo nem inimigo de Ricardo Salgado. Não sou nem uma coisa nem outra”, disse José Maria Ricciardi, primo do principal arguido do processo BES, Ricardo Salgado, afirmando que o arguido “o tomou de ponta”. “Vou tentar reconstruir tudo do que me lembro e dizer aquilo que sei. Eu não ajudei o Ministério Público, fiz a minha obrigação como banqueiro, que é diferente. Espero que se faça Justiça”, disse o ex-presidente do BESI.

José Maria Ricciardi, criticou o ex-governador do Banco de Portugal (BdP), Carlos Costa, pela primeira reação às reservas manifestadas contra a governação de Ricardo Salgado no Grupo Espírito Santo (GES).

“Disse que eu já tinha feito pessimamente com as declarações nos jornais e que a guerra com o primo [Ricardo Salgado] estava a perturbar o sistema financeiro. E eu disse-lhe se não achava que eu, como administrador, não devia comunicar”, afirmou o antigo membro do Conselho Superior do GES, acerca de uma conversa com o ex-governador em outubro de 2013. Segundo José Maria Ricciardi “Carlos Costa assobiou para o lado, não quis saber de nada e disse para estar quieto”.

E rejeitou, à saída da sessão de julgamento, que Carlos Costa tenha mais culpa do que Ricardo Salgado.

O terceiro dia do julgamento do processo BES/GES, realizado esta quinta-feira, foi preenchido com as declarações do clã Ricciardi – o tio António Ricciardi e o primo, José Maria Ricciardi – após dois dias de exposições introdutórias e do início da reprodução de um interrogatório de 2015 do ex-banqueiro Ricardo Salgado.

O ex-presidente do BESI e primo de Ricardo Salgado, com quem entrou em conflito aberto em 2013, não escondeu as críticas ao antigo presidente do BES pela responsabilidade no colapso do grupo e já prestou depoimento em vários processos com ligação ao BES ou a Salgado.

“Na primeira vez que cheguei ao Conselho Superior estavam já quase todos os membros e o meu pai, que era o presidente, informou que o CS não podia começar porque Ricardo Salgado não estava. Em primeiro lugar, o meu espanto, porque Ricardo Salgado era um vogal como qualquer outro, mas tivemos de ficar todos à espera. Foi o começo de um certo desentendimento meu com Ricardo Salgado”, contou.

“Em vez de começarmos a discutir assuntos, Ricardo Salgado começou a debitar o que tinha sido feito e o que se ia fazer, tanto no setor financeiro, como não financeiro. E eu levantei o braço e perguntei se era para discutirmos os assuntos ou se era para ouvir Ricardo Salgado dizer o que íamos fazer… a partir daí começou a tomar-me de ponta, porque viu que eu não estava disposto a fazer a mesma figura dos outros no CS do grupo”, frisou.

“Quando se percebeu que as contas estavam falsificadas, a 7 de dezembro de 2013, se não estou em erro, apresentei um papel para a ata do conselho a dizer que não tinha qualquer conhecimento daquilo e que queria uma auditoria e que se apurassem responsabilidades”, indicou.

O ex-presidente do BESI salientou também o momento em que percebeu que a ESI estaria em situação de insolvência, quando o antigo contabilista do GES, Machado da Cruz, assumiu que o ‘buraco financeiro’ seria muito superior.

“Havia um grupo de trabalho que descobriu isto e disse que as contas de 2012 tinham uma diferença de 1.200 milhões de euros no passivo e, mesmo assim, Machado da Cruz disse que em 2013 ainda havia por cima mais não sei quantos mil milhões, o que fazia que o passivo não fosse uns três mil milhões mas uns sete mil milhões. Para quem percebe a área, via que estávamos completamente insolventes”, reconheceu.

Dez anos depois da queda do BES, com o arguido Ricardo Salgado acusado de 62 crimes, o julgamento do processo BES conta com 17 arguidos singulares, sete empresas arguidas, 733 testemunhas, 135 assistentes e mais de 300 crimes. Este megaprocesso, que já vai nos 215 volumes após uma acusação com mais de quatro mil páginas. O ex-banqueiro está acusado de associação criminosa, corrupção ativa, falsificação de documento, burla qualificada e branqueamento de capitais. Estava inicialmente acusado de 65 crimes, mas vai ser julgado por 62 ilícitos criminais, após terem prescrito dois crimes de falsificação de documento e um de infidelidade.

Esta quinta-feira, à saída da sessão no Campus de Justiça, Francisco Proença de Carvalho, advogado de Ricardo Salgado, Francisco Proença de Carvalho criticou o facto de o tribunal estar a usar o testemunho do tio, António Ricciardi, prestado em 2015, contra o ex-banqueiro, “que nem se pode defender” devido à doença de Alzheimer.

Francisco Proença de Carvalho explica que “isto é a subversão total das regras de um julgamento no sentido em que esta pessoa fez um depoimento sem contraditório numa fase completamente diferente do processo e agora esta defesa, não o próprio cliente para contradizer”. O advogado insiste que Ricardo Salgado está a ser julgado quando “nem se pode defender”. Prova disso, prossegue, “é que nem sabia a própria data de nascimento”. “Todos têm de se perguntar se isso é normal, aceitável, legal e constitucional num Estado de Direito democrático. Eu não tenho dúvidas da resposta para isso”, afirma.

Francisco Proença de Carvalho, Ricardo Salgado e Maria João Salgado. ANDRÉ KOSTERS/LUSAANDRÉ KOSTERS/LUSA

Em 2015, António Ricciardi prestou declarações no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP). Agora, nove anos depois, na terceira sessão de julgamento do caso BES, o coletivo de juízes ouve a gravação do depoimento do antigo presidente do Conselho de Administração do BES, tio de Ricardo Salgado, que morreu em 2022.

Durante o interrogatório, António Ricciardi, líder da família Espírito Santo e chairman do BES até 2008, disse que tomou conhecimento, através do ex-contabilista do Grupo Espírito Santo (GES), Francisco Machado da Cruz, que “as contas estavam a ser falseadas e que era gravíssimo”. Disse ainda que recebia documentos relativos ao grupo e assinava “sem fazer parte da decisão correspondente”. “Eu acho que eram decididos por Ricardo Salgado. Ele de facto era o único de nós que sabia de tudo”, reiterou.

No depoimento feito em 2015, António Ricciardi disse várias vezes ter a noção de que Ricardo Salgado manipulava as contas, ainda que sem apontar casos concretos. “As contas eram maquilhadas”, disse.

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Yorn celebra aniversário com passatempo e chega ao TikTok

  • + M
  • 17 Outubro 2024

No âmbito da celebração do seu aniversário, a Yorn lança diversos desafios nas redes sociais aos seus clientes, para os quais tem vários prémios. A marca estreia-se agora no TikTok.

Para a celebração do seu aniversário, a Yorn lançou uma “megacampanha” com um passatempo onde convida os seus clientes a participarem em desafios nas redes sociais. A iniciativa foi trabalhada pela agência VML.

No âmbito do desafio, a Yorn desafia os clientes a “participarem em desafios nas redes sociais com o ‘YornDot’: um pequeno autocolante que se cola no telemóvel e dá acesso a diferentes prémios e que está disponível também nas redes sociais da marca, em versão digital”, explica-se em nota de imprensa.

Neste sentido, ao longo das próximas semanas, os clientes vão “pôr à prova a sua criatividade e imaginação, respondendo a desafios inusitados e irreverentes que a Yorn vai lançar nas redes sociais“. Para os mais criativos estão destinados diversos prémios como consolas de jogos, smartphones, smartwatches, vouchers da Amazon, um ano de tarifário grátis ou mesmo cães de loiça.

Além disso, todos os clientes contam com uma oferta de 100 GB, devendo para isso apenas ativar a campanha que está disponível na app My Vodafone.

A marca – que marca presença no Instagram e que deixou de interagir através do Facebook no final de 2022 – chega agora ao TikTok, estreando-se nesta rede social com uma estratégia que aposta numa “comunicação pensada especificamente para o target mais jovem e com novos conteúdos exclusivos para a plataforma“.

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Diretora do FMI alerta para crescimento de médio prazo fraco

Kristalina Georgieva está confiante de que o aumento da inflação está mais controlado, mas recomenda que os países reduzam a dívida pública e criem almofadas financeiras para o futuro.

A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) disse esta quinta-feira que a inflação global está finalmente a recuar, mas alertou que o crescimento económico a médio prazo será fraco. Num discurso que antecede as reuniões anuais entre a instituição e o Banco Mundial que arrancam na próxima semana, Kristalina Georgieva recomendou que os países reduzam a dívida pública e criem almofadas financeiras para o futuro.

“A grande onda de inflação global está a recuar“, afirmou, acrescentando que foi alcançado sem empurrar a economia global para uma recessão e para perdas de empregos em grande escala.

A responsável do FMI destacou que tanto nos EUA como na zona euro os mercados estão a arrefecer de forma ordenada. No entanto, deixou claro que apesar das “boas notícias”, a próxima semana não trará “festas de vitória”. “Por um lado, as taxas de inflação podem estar a cair, mas o nível de preços mais elevado que se sente nas nossas carteiras veio para ficar”, aponta, acrescentando que “as famílias estão a sofrer com isso“.

Paralelamente, o contexto geopolítico é “difícil”: “Estamos todos muito preocupados com a expansão do conflito no Médio Oriente e com o potencial para desestabilizar as economias regionais e os mercados globais de petróleo e gás. O seu impacto humanitário, juntamente com as guerras prolongadas na Ucrânia e noutros locais, é desolador”, disse. Georgieva assinalou ainda que tal ocorre numa altura em que as previsões do FMI, que serão divulgadas na próxima semana, apontam para uma “combinação implacável de baixo crescimento e dívida elevada”, apontando para “um futuro difícil”.

Prevemos que o crescimento a médio prazo seja fraco. Não muito inferior à pré-pandemia, mas longe de ser suficientemente bom”, indicou. “Não é suficiente para erradicar a pobreza mundial. Nem para criar o número de empregos de que necessitamos. Nem para gerar as receitas fiscais de que os governos precisam para pagar dívidas pesadas, ao mesmo tempo que respondem às necessidades de investimento, incluindo a transição verde”.

Recomendou ainda que os governos devem “trabalhar para reduzir a dívida e reconstruir almofadas para o próximo choque – que com certeza virá e talvez mais cedo do que o esperado”. Neste sentido, defende que os Estados devem criar espaço orçamental, embora admita que “envolve escolhas difíceis sobre como aumentar receitas e tornar a despesa mais eficiente, enquanto têm a certeza que as ações de política são bem explicadas para ganhar a confiança das pessoas”.

Isto numa altura, em que em diversos países, mesmo os partidos mais conservadores estão a “desenvolver o gosto” por maiores aumentos da despesa. “As reformas orçamentais não são fáceis, mas são necessárias e que podem melhorar a inclusão e as oportunidades“.

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Nestlé Portugal perde diretora-geral. Sucessor “nomeado nas próximas semanas”

Anna Lenz, a primeira mulher a comandar as operações da Nestlé em Portugal, vai integrar o comité executivo da multinacional e liderar a área de recursos humanos a nível mundial.

Ann Lenz, diretora-geral da Nestlé Portugal, em entrevista ao ECO/Pessoas - 22SET22

Anna Lenz está de saída da liderança da Nestlé Portugal, confirmou ao ECO o responsável de comunicação da multinacional, Gonçalo Granado, acrescentando que “o novo diretor-geral será nomeado e anunciado nas próximas semanas”.

A partir de 1 de janeiro, aquela que foi a primeira mulher a comandar as operações da Nestlé em Portugal vai assumir novas funções como responsável mundial de recursos humanos e integrar o comité executivo do grupo.

Em comunicado, a gigante do ramo alimentar destaca a “vasta experiência” de Anna Lenz em várias áreas funcionais, negócios e geografias da Nestlé, onde trabalha há duas décadas, e o “profundo compromisso com o desenvolvimento das pessoas”.

“Guardo já de Portugal e da Nestlé Portugal uma enorme saudade das pessoas, do seu compromisso e da sua enorme qualidade”, refere a ainda diretora-geral no país, que estava no cargo desde julho de 2022, quando sucedeu a Paolo Fagnoni.

Em Portugal, onde está presente desde 1923, a Nestlé emprega atualmente 2.594 pessoas e faturou 711 milhões de euros em 2023. Conta com duas fábricas (Porto e Avanca), um centro de distribuição e cinco delegações comerciais espalhadas pelo país.

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CGI com “consenso alargado” que corte de publicidade na RTP é medida “errada”

  • Lusa
  • 17 Outubro 2024

Atualmente, o órgão é presidido por Leonor Beleza, e conta com Alberto Arons de Carvalho, Ana Margarida de Carvalho, Isabel Medina, Isabel Pires de Lima e Vítor Caldeira.

O membro do Conselho Geral Independente (CGI) Arons de Carvalho sublinhou hoje que “há um consenso alargado” no órgão que supervisiona a RTP em considerar “errada” a medida de corte de publicidade no grupo de media público.

Alberto Arons de Carvalho falava na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, no âmbito dos requerimentos dos grupos parlamentares do PCP, do PS e do Livre para ouvir o CGI da RTP sobre o Plano de Ação para a Comunicação Social anunciado pelo Governo.

Queria assinalar que no Conselho Geral Independente há um consenso alargado em considerar esta medida como errada“, começou por dizer Arons de Carvalho. Até porque a medida é “cortar receitas previsíveis sem que se conheça alternativa que o Governo se propõe” para suprir “esse prejuízo”.

De acordo com o plano do Governo para os media, os canais de televisão da RTP deverão gradualmente, durante os próximos três anos, eliminar a publicidade comercial das suas grelhas. Paralelamente, a redução do tempo dedicado à publicidade comercial deverá ser compensada com espaços de promoção e eventos culturais, de acordo com o plano.

Tal acontecerá nos próximos três anos, prevendo-se a eliminação total da publicidade em 2027, com redução de dois minutos/hora em 2025 e 2026.

O custo estimado total é de 20 milhões de euros e o impacto da redução de receita na RTP será de cerca de 6,6 milhões de euros por ano, ao longo de três anos.

Arons de Carvalho diz também que o serviço público prestado pela RTP “é dos mais baratos da Europa”, exemplificando que as famílias britânicas pagam cinco vezes mais pela BBC. A RTP e o serviço público que presta é o dos mais baratos da Europa, não apenas em valor absoluto, mas em percentagens ‘per capita‘”, afirmou, dando alguns exemplos.

As famílias britânicas “pagam cerca de 173 euros por ano para financiar a BBC, cinco vezes mais do que as portuguesas” e os suíços pagam uma taxa audiovisual “que é 10 vezes superior à taxa portuguesa”, tendo votado favoravelmente num referendo a favor do pagamento da mesma, apontou Arons de Carvalho.

Outro exemplo é o da espanhola RTVE, que “tem um custo de cerca de 1.100 milhões de euros por ano, ou seja, praticamente seis vezes mais do que o custo da RTP”, prosseguiu.

Durante a sua audição, o membro do CGI referiu que “há muitos serviços, programas que a RTP oferece que apenas existem porque estão na RTP, no serviço público“. Tal “não seria possível, por exemplo, uma RTP2, uma Antena2 viabilizada apenas por receitas publicitárias”.

Aliás, “duvido que fosse comercialmente rentável um canal das regiões autónomas dos Açores e da Madeira apenas subsidiados pelas receitas comerciais, e o mesmo com os canais internacionais África e Internacional”, enfatizou.

Por isso, o corte nas receitas da RTP “sem uma alternativa conhecida provoca um gigantesco e preocupante ponto de interrogação em relação a muitos destes serviços“, advertiu.

Arons de Carvalho defendeu que a “RTP precisa de meios para renovação tecnológica, para investimentos nos centros de produção em vários pontos do país”. A empresa “está equilibrada financeiramente [tem resultados positivos há 14 anos], mas isso não invalida que a RTP não tenha necessidade de uma atenção redobrada por parte do Estado, do poder político, sobre as necessidades que tem sobre as suas condições”, rematou.

O CGI foi criado em 2014, quando Miguel Poiares Maduro tutelava a área dos media.

Trata-se de um órgão de supervisão e fiscalização interna do cumprimento das obrigações de serviço público de rádio e televisão previstas no Contrato de Concessão assinado entre a RTP e o Estado, cabendo-lhe escolher o Conselho de Administração e respetivo Projeto Estratégico para a empresa, bem como definir as linhas orientadoras às quais o mesmo projeto se subordina, segundo a lei.

O Conselho Geral Independente é composto por seis elementos: um presidente e cinco vogais. Atualmente, o órgão é presidido por Leonor Beleza, e conta com Alberto Arons de Carvalho, Ana Margarida de Carvalho, Isabel Medina, Isabel Pires de Lima e Vítor Caldeira.

 

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“Vivemos tempos de disrupção semelhantes à invenção do frigorífico”

  • ECO
  • 17 Outubro 2024

A afirmação é de João Chainho, HR Manager na Mercedes-Benz.io, a propósito do futuro do trabalho que se está a tornar cada vez mais digital.

Num momento marcado por profundas transformações, nomeadamente tecnológicas, as empresas enfrentam o desafio de criar um ambiente que permita a contínua evolução das competências dos colaboradores. A ideia é de João Chainho, HR manager da Mercedes-Benz.io, que na Conferência Anual do Trabalho, promovida pelo ECO, comparou o momento atual à era da “invenção do frigorífico”.

Também Rita Piçarra, ex-diretora financeira da Microsoft, enfatizou a importância da aprendizagem contínua, num painel sobre o futuro do trabalho. E sublinhou o facto das competências adquiridas serem mais valorizadas do que os cargos ocupados, promovendo uma adaptação constante às necessidades das organizações e do mercado.

Miriam Rosa, investigadora, psicóloga social e das organizações, professora, cientista comportamental, trouxe à tona a relevância de ouvir as necessidades dos colaboradores.

Disponibilidade para aprender

O tema das profissões é que irão desaparecer no futuro e que competências serão valorizadas já é um clássico quando se fala no avanço da tecnologia. Sobre este assunto, Miriam Rosa disse-se da opinião que as tarefas que exigem um pensamento profundo ou empatia dificilmente serão ultrapassadas, ao contrário das que são mais rotineiras e de cognição fácil.

Outro dos pontos mencionados pela professora foi a disponibilidade para aprender, “que no fundo ditará aquilo que ficará obsoleto ou não”. “O medo não é tanto o de ser ultrapassado pela tecnologia, mas de ser obsoleto em termos de competências”, explicou Miriam Rosa.

"Mais do que saber quais são as competências que são necessárias para o futuro, como é que as empresas vão pensar num contexto que gere aprendizagem?”

João Chainho, HR Manager da Mercedes-Benz.io

Quando se fala de inteligência artificial, para João Chainho, HR Manager da Mercedes-Benz.io, o mais importante é saber como é que as empresas vão criar condições para as pessoas “criarem frigoríficos”. “Mais do que saber quais são as competências que são necessárias para o futuro, como é que as empresas vão pensar num contexto que gere aprendizagem?”, questiona.

“Nós temos que ajudar os colaboradores a desenvolver competências que vão ser úteis para o futuro”, defendeu, por sua vez, Rita Piçarra.

Flexibilidade, valores e propósito

Na conferência promovida pelo ECO, João Cainho deixou também a mensagem de que as novas gerações estão também preocupadas como o seu tempo, além do seu salário, o que faz com que tenham atitudes totalmente disruptivas. “As pessoas põem em causa até que ponto o propósito da empresa é compatível com o seu”, disse.

Neste sentido, Rita Piçarra deu o exemplo da Microsoft, que procura saber se as pessoas a serem contratadas têm os valores e a cultura da empresa. “Vamos recrutar estas pessoas, porque têm a capacidade de trabalho e nós [a Microsoft] vamos dar a formação e desenvolver as competências necessárias para que esta pessoa entre dentro da organização“, explica.

Assista aqui na íntegra:

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“Ainda não partimos o pescoço da inflação, mas estamos quase”, diz Lagarde

Apesar das perspetivas positivas para a inflação, a presidente do BCE destaca que "a inflação doméstica ainda é forte" e que não há qualquer compromisso para futuros cortes das taxas de juro.

O Banco Central Europeu (BCE) anunciou esta quinta-feira o segundo corte consecutivo das taxas de juro, reduzindo a taxa de depósitos em 25 pontos base para 3,25%. A decisão foi tomada na reunião do Conselho do BCE realizada na Eslovénia, com a presidente Christine Lagarde a destacar que “a decisão foi tomada de forma unânime”.

Na conferência de imprensa que se seguiu à reunião, Lagarde referiu que “o processo de desinflação está no bom caminho”, mas notou que “a inflação deverá subir nos próximos meses, descendo depois para o objetivo no decurso do próximo ano.”

Segundo os dados mais recentes do gabinete de estatísticas da União Europeia (Eurostat), a taxa de inflação da Zona Euro fixou-se em 1,7% em setembro, que compara com os 2,2% registados em agosto.

Apesar desta previsão positiva para a evolução da taxa de inflação na Zona Euro, Lagarde sublinhou que persistem desafios significativos no controlo dos preços. “A inflação doméstica ainda é forte” e “as pressões salariais são fortes”, alertou a presidente do BCE. No entanto, acrescentou que “a maioria das medidas de inflação subjacente caiu ou manteve-se” e salientou: “Ainda não partimos o pescoço da inflação, mas estamos quase.”

No plano do crescimento económico da Zona Euro, o discurso de Lagarde foi menos otimista. “Os dados recentes apontam para um crescimento mais lento do que o esperado”, reconheceu a líder da entidade responsável pela política monetária da área do euro, acrescentando que “as famílias consumiram menos do que o previsto” e “o investimento está a expandir-se apenas lentamente.”

Christine Lagarde mostrou-se confiante na recuperação gradual da economia do bloco europeu, notando que o BCE não antecipa uma recessão na Zona Euro, mas “continuamos a pensar numa aterragem suave”.

Na sua intervenção, a presidente do BCE identificou vários riscos para as o crescimento económico e para a inflação na região, notando que “os riscos para o crescimento estão enviesados no sentido descendente”, citando fatores como a baixa confiança dos agentes económicos, o baixo investimento e as tensões geopolíticas.

Perspetivando os próximos meses em matéria de potenciais cortes de taxa de juro, a líder do BCE manteve uma postura de cautela sublinhando que “o Conselho do BCE não está a comprometer-se previamente com uma trajetória particular para as taxas de juro”.

As decisões futuras, explicou, “basear-se-ão na avaliação das perspetivas de inflação à luz dos dados económicos e financeiros que forem sendo disponibilizados, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária.”

Apesar dos desafios, Lagarde mostrou-se confiante na recuperação gradual da economia do bloco europeu, notando que o BCE não antecipa uma recessão na Zona Euro, mas “continuamos a pensar numa aterragem suave”. Além disso, destacou que o Conselho do BCE “espera que a economia fortaleça ao longo do tempo”, argumentando que os “inquéritos recentes apontam para uma recuperação gradual nos gastos das famílias.”

Com este terceiro corte das taxas de juro em 2024 e o primeiro corte consecutivo em 13 anos, o BCE sinaliza a sua confiança no progresso feito no combate à inflação, mas mantém uma postura vigilante face aos riscos persistentes.

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