Protestos em Moçambique. Empresários calculam prejuízos de 354 milhões

  • Lusa
  • 12 Novembro 2024

As protestos contra os resultados eleitorais deixaram um rasto de destruição em Maputo. Os empresários moçambicanos indicam que 151 unidades empresariais foram vandalizadas.

Os empresários moçambicanos estimaram esta terça-feira em 24,8 mil milhões de meticais (354 milhões de euros) os prejuízos causados em 10 dias de paralisações e manifestações convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, com 151 unidades empresariais vandalizadas.

“Com estas manifestações acompanhadas pelas paralisações da atividade económica, constatamos que os setores de comércio, logística e transporte foram os mais afetados, sendo que as perdas totais e impacto no PIB (Produto Interno Bruto) totalizaram 24,8 mil milhões de meticais (354 milhões de euros), que são cerca de 2,2% do nosso PIB”, declarou o presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Agostinho Vuma.

Moçambique, e sobretudo Maputo, a capital, viveram paralisações de atividades e manifestações convocadas desde 21 de outubro por Venâncio Mondlane, que não reconhece os resultados das eleições gerais anunciados pela Comissão Nacional de Eleições, que dão vitória à Daniel Chapo e à Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder).

As manifestações, maioritariamente violentas, deixaram um rasto de destruição em Maputo, com registo de mortos, feridos, detidos, infraestruturas destruídas e estabelecimentos comerciais saqueados, sobretudo em 7 de novembro.

Em conferência de imprensa, em Maputo, o líder do setor empresarial moçambicano adiantou que as perdas causadas colocam em risco o alcance de crescimento económico de 5,5%, referindo que as marchas têm sido caracterizadas por “vandalizações e arrombamento de unidades empresariais”.

“Já foram afetadas cerca de 151 unidades empresariais em todo o país, sendo 80% nas cidades de Maputo e Matola”, declarou Agostinho Vuma, acrescentando que só as vandalizações já causaram custos de cerca de 45,5 milhões de dólares (cerca de 42,4 milhões de euros), colocando em risco mais de 1.200 postos de trabalho.

O presidente do CTA disse ainda que o setor dos transportes foi dos mais afetados, sobretudo na área metropolitana de Maputo, em que se reportou perda de receitas de cerca de 417 milhões de meticais [6 milhões de euros] em 10 dias de paralisações. “A interrupção do tráfego no corredor de Maputo levou a redução do fluxo normal de camiões, com uma média diária que tem sido de 1.100 a 1.200 camiões e que caiu para cerca de 300 camiões por dia”, referiu Vuma.

Ainda de acordo com dados do setor empresarial privado, o setor financeiro sofreu igualmente com o impacto, com redução da procura de crédito, redução das transações no mercado cambial em 73,3% diários, correspondendo a cerca de 60 milhões de dólares, tendo caído, só nos dias 24 e 25 de outubro, para 14 milhões de dólares/dia. O candidato presidencial Venâncio Mondlane apelou segunda-feira a um novo período de manifestações nacionais em Moçambique, durante três dias, a partir de quarta-feira, em todas as capitais provinciais, contestando o processo eleitoral.

Vamos nos manifestar nas fronteiras, nos portos e nas capitais provinciais. Todas as 11 capitais provinciais (…) Vamos paralisar todas as atividades para que percebam que o povo está cansado”, apelou, numa transmissão em direto na sua conta oficial na rede social Facebook, sobre a “quarta etapa” de contestação ao processo das eleições gerais de 9 de outubro, a qual, afirmou, terá “várias fases” – a anunciar posteriormente –, e que, disse, é também contra os “raptos e sequestros” e “contra o assassinato do povo”.

Mondlane tinha antes convocado paralisações nos dias 21, 24 e 25 de outubro, que se seguiram outras de sete dias, desde 31 de outubro, com protestos nacionais e uma manifestação concentrada em Maputo, a 7 de novembro, que provocou o caos na capital, com diversas barricadas, pneus em chamas e disparos de tiros e gás lacrimogéneo pela polícia, durante todo o dia.

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INEM assume que foi impossível cumprir serviços mínimos durante a greve

  • Lusa
  • 12 Novembro 2024

O presidente do INEM reconheceu que não conseguiu obter uma escala acima dos 70% de trabalhadores para os serviços mínimos durante a greve.

O presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) assumiu esta terça-feira que foi impossível cumprir os serviços mínimos durante a greve dos técnicos de emergência pré-hospitalar (TEPH), ao não conseguir obter uma escala acima dos 70% de trabalhadores.

“Apesar de nós termos emitido uma circular e contactado diversos trabalhadores, com muitos esforços, não conseguimos que a escala tivesse sido cumprida acima dos 70%”, disse aos jornalistas Sérgio Janeiro, após ter-se reunido com a ministra da Saúde, Ana Paula Martins. Questionado se os trabalhadores se recusaram a cumprir os serviços mínimos, Sérgio Janeiro disse que essa “situação vai ser avaliada e investigada”.

“Primeiro vai haver um processo de inquérito e, naturalmente, se houver lugar a processos disciplinares, naturalmente apuraremos responsabilidades. […] Nós vamos averiguar em detalhe todas as notificações que foram feitas e todo o contexto envolvendo desta situação, sustentou. As falhas no socorro por parte do INEM já serão responsáveis por 11 mortes nas últimas semanas e motivaram até ao momento sete inquéritos no MP, um dos quais já arquivado. Há ainda um inquérito em curso da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS).

Os alegados atrasos na resposta do serviço 112 e no encaminhamento para Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), do INEM, foram intensificados por uma greve de uma semana às horas extraordinárias dos técnicos de emergência pré-hospitalar, que pedem a revisão da carreira e melhores condições salariais.

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Governo reage com “surpresa” à eleição de Arons Carvalho para Conselho Geral Independente da RTP

  • Lusa
  • 12 Novembro 2024

É uma surpresa porque a RTP "precisa de paz social e o conselho devia ser moderação e árbitro", disse Pedro Duarte, que espera que os "profissionais da RTP continuem imunes a partidarização".

O governo reagiu esta terça-feira com “surpresa” à eleição de Alberto Arons de Carvalho para o Conselho Geral Independente (CGI) da RTP, apontando que a RTP “precisa de paz social”.

Na audição no parlamento no âmbito do Orçamento do Estado para 2025, o ministro dos Assuntos Parlamentares foi questionado sobre a eleição de Alberto Arons de Carvalho para o CGI da RTP, à qual disse ter reagido com “surpresa”.

Pedro Duarte salientou que “o Governo não tem de se pronunciar sobre isso”, mas não deixou de “manifestar surpresa” porque este órgão “está sem presidente eleito há anos, não se percebe porquê de um momento para o outro, quando saiu Leonor Beleza, de repente internamente foi eleito um novo presidente“.

É uma surpresa porque a RTP “precisa de paz social e o conselho devia ser moderação e árbitro”, explicou. O órgão precisava de um perfil que deve “lutar por menos militantismo e mais moderação”, defendeu, reiterando que a RTP “deve olhar para mais modernidade e não ultraconservadorismo”.

Mesmo assim, assegurou que o Governo “trabalhará com a RTP” e espera que os “profissionais da RTP continuem imunes a partidarização”.

Alberto Arons de Carvalho foi eleito para o cargo esta segunda-feira, substituindo Leonor Beleza que renunciou ao cargo de presidente do CGI da RTP no dia 4 de novembro. “Renunciei à qualidade de membro do CGI por considerar que não devo manter-me como tal quando pertenço à direção de um partido político”, afirmou Leonor Beleza, na altura.

O novo presidente do Conselho Geral Independente da RTP integra este órgão desde 2020 e foi nomeado pelo Governo da altura. Atualmente com 74 anos, começou a carreira como jornalista, profissão que exerceu entre 1974 e 1976, e foi professor universitário. Entre 1995 e 2002 foi secretário de Estado da Comunicação Social e, durante 23 anos, deputado pelo PS. Foi ainda membro do Conselho de Imprensa, Conselho de Informação para a Imprensa, Conselho de Informação para a RDP e, entre 2011 e 2017, vice presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social.

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No ESG, “não podemos distrair-nos” a olhar para as PME

Os especialistas dizem que não pode pedir-se a empresas de menor dimensão o mesmo que se exige a maiores capitalizações. Quanto à regulação, o caminho deve ser apostar na simplificação.

A regulamentação em matéria de ESG (critérios ambientais, sociais e de governance) colocou estes temas na agenda das empresas, com as grandes empresas a liderarem a implementação destes critérios na sua estratégia, enquanto as com menores capitalizações ainda olham para estas matérias como um fardo e não uma oportunidade. Segredo é olhar para o ESG como uma oportunidade e não como um custo.

As chamadas grandes empresas europeias representam 50% do valor acrescentado bruto (VAB). Não podemos distrair-nos a olhar para as micro, pequenas e médias empresas”, aponta Eduardo Moura, secretário-executivo do BCSD, no Green Economy Forum, organizado pelo ECO e que decorreu esta terça-feira, dia 12 de novembro, em Gaia.

Eduardo Moura, Secretário-Executivo do BCSDRicardo Castelo

Eduardo Moura destaca que, dentro das mais de 800 chamadas grandes empresas, há todo um universo de “700 empresas ou mais que nunca tinham olhado para isto [ESG]”, acrescentando ainda que há um grande número de outras pequenas e médias empresas em Portugal que são apenas sucursais de empresas europeias.

Perante estes números, o responsável nota que é preciso concentrar atenções nas empresas maiores, onde inclui também PME de maior dimensão, prestes a dar o salto para serem consideradas grandes empresas. “Não podemos estar a achar que todas as empresas vão fazer a mesma coisa que as grandes. Isso é insano e cria um stress inacreditável, que é contraproducente”, atira, referindo que não se pode pedir um plano de descarbonização e uma política de água. “As coisas têm de ser proporcionais e ajustadas no tempo”.

Para Eduardo Moura, “o facto de se ter regulamentado o ESG deu uma espécie de boost às empresas”, acrescentando que “o papel do regulador tem grande impacto naquilo que é a competitividade das empresas” e é preciso tornar pública a divulgação do Relatório Único, evitando que as empresas tenham que prestar informação diferenciada a várias entidades.

Para o secretário-executivo do BCSD, é importante “não complicar e obter do Estado a simplificação e otimização que dê força” a esta mudança, de modo a não perder esta “oportunidade de ouro”.

Cristina Melo Antunes, Diretora Sustainable Finance do Santander PortugalRicardo Castelo

Cristina Melo Antunes, Diretora Sustainable Finance do Santander Portugal, nota que há empresas em várias fases, sendo que no caso das PME, estas ainda “têm que fazer o seu caminho”. “Há um grande trabalho de aumentar o conhecimento do ESG”.

Se olhamos só para o ESG como números, isto é um custo para as empresas. Tem que se olhar como o que vou mudar para transformar o meu negócio”, refere.

No que diz respeito ao banco, Cristina Melo Antunes diz que o Santander é um “parceiro” das empresas. A forma de beneficiar as que cumprem métricas de sustentabilidade é através de condições de financiamento mais vantajosas. “Temos que garantir que empresa está a fazer caminho para transição”. Nestes casos há uma redução do spread.

Ana Sofia do Amaral, Sustainability Leader da L’Oréal PortugalRicardo Castelo

Na L’Óreal, o ESG é algo que “começa lá em cima”, aponta Ana Sofia do Amaral, Sustainability Leader da L’Oréal Portugal. A implementar o programa L’Óreal for the future, que estabele os compromissos da empresa para 2030 em termos de sustentabilidade, a responsável destaca que a multinacional vai precisar “de muita inovação e desenvolvimento no quadro nacional”.

Para a responsável, consumidores e parceiros são fundamentais na adoção desta estratégia. “É preciso pôr a empresa toda a trabalhar neste sentido“, aponta.

Por um lado, há que trabalhar a comunicação interna, para que as pessoas percebam o porquê das suas ações. Por outro, “a parte final do consumidor é muito importante”, porque os têm que ser informados e ter oportunidade de escolha. “Tudo isto é que vai fazer com que consigamos atingir as metas que temos pela frente”, conclui.

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Magda Oliveira Santos assume direção-geral da Public

  • + M
  • 12 Novembro 2024

Há quatro anos à frente da direção de operações da Luvin, Magda Santos foi responsável pelo seu rebranding e pelo recente lançamento da Public. Acumula agora a direção-geral das duas agências.

Magda Oliveira Santos assumiu a direção-geral da Public, agência de comunicação recém-lançada, cargo que acumula com a direção geral da Luvin, a outra agência do grupo Lovin Content.

“Tem sido um prazer poder acompanhar de perto estes últimos anos tão importantes em termos de crescimento, não só do nosso negócio como do próprio setor. Desde 2020 que o digital tem crescido exponencialmente de ano para ano, e tem sido muito gratificante para toda a equipa acompanharmos também esta linha de crescimento na Luvin. A Public chega para ‘arrumarmos a casa’ e consolidarmos um plano que vem sendo delineado, cujo principal objetivo é clarificar o mercado sobre as nossas áreas de atuação e alcançarmos rapidamente mais negócio, de uma forma mais estratégica e estruturada“, diz Magda Oliveira Santos, citada em comunicado.

O objetivo é que as duas agências “trabalhem em parceria as diferentes áreas de atuação”, tendo em conta que as áreas de PR, consultoria e influencer marketing passam a fazer parte exclusivamente da oferta da Public, tal como Tiago Froufe avançou ao +M na altura do lançamento da RTP.

Já a Luvin vai “continuar a desempenhar o seu trabalho de agenciamento de talentos nas diversas áreas, ligando-os ao mercado publicitário”, refere-se em nota de imprensa sobre a agência que conta entre os seus agenciados com nomes como Cristina Ferreira, Fernanda Serrano, Joana Barrios, Nuno Agonia, Ana Garcia Martins (A Pipoca Mais Doce), Pedro Ribeiro ou José Mata.

Com mais de 20 anos de experiência no mercado nacional e internacional, Magda Oliveira Santos “foi responsável por várias estratégias de rebranding e lançamento de novas marcas”, tendo trabalhado em Angola durante nove anos, em áreas como a banca, gás e transportes.

“Fez parte da campanha presidencial de São Tomé e Príncipe em 2016, tendo sido um dos primeiros países dos PALOP [Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa] com uma estratégia digital muito forte e sempre em direto nas diferentes redes sociais da atualidade”, lê-se em nota de imprensa.

A agora diretora-geral da Public foi também country manager da agência de comunicação espanhola Bacana Communications, “tendo participado na implementação de diversas ativações de marca no mercado ibérico”.

Há quatro anos à frente da direção de operações da Luvin, Magda Santos foi responsável pelo rebranding da Luvin e pelo recente lançamento da Public.

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INEM passa a estar na dependência direta da ministra da Saúde

  • Lusa
  • 12 Novembro 2024

"O INEM passou a estar debaixo da minha dependência direta desde há dois dias porque é uma matéria de uma prioridade enorme", disse a ministra da Saúde.

A ministra da Saúde anunciou esta terça-feira que o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) passou a estar na sua dependência direta, alegando que o instituto assume uma “prioridade enorme” devido ao alarme social dos últimos dias. “O INEM passou a estar debaixo da minha dependência direta desde há dois dias porque é uma matéria de uma prioridade enorme como se está a ver”, adiantou Ana Paula Martins, depois de se ter reunido com os responsáveis do instituto, em Lisboa.

Segundo referiu, o INEM era uma prioridade quando o atual Governo entrou em funções, mas, “por todo ao alarme social que tem causado nos últimos dias”, é necessário devolver a confiança à população no sistema. Questionada se o facto de chamar a si a dependência direta do INEM é o reconhecimento de que a secretária de Estado da Gestão da Saúde ignorou os alertas dos sindicatos sobre os impactos da greve da última semana, a ministra afirmou que a sua decisão “é apenas o reconhecimento” de que o assunto é importante, urgente e prioritário.

Perante isso, “o meu tempo no meu dia-a-dia tem de ser dedicado em mais de 70% a resolver os problemas do INEM”, salientou a ministra da Saúde. As mortes de 11 pessoas alegadamente associadas a falhas no atendimento do INEM motivaram a abertura de sete inquéritos pelo Ministério Público (MP), um dos quais já arquivado. Há ainda um inquérito em curso da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS).

A demora na resposta às chamadas de emergência agravou-se durante a greve de uma semana às horas extraordinárias dos técnicos de emergência pré-hospitalar, que reclamam a revisão da carreira e melhores condições salariais. A greve foi suspensa após a assinatura de um protocolo negocial entre o Governo e o sindicato do setor.

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Valência sob aviso laranja por ameaça de novo temporal

  • Lusa
  • 12 Novembro 2024

As autoridades alertam para o colapso das sarjetas e sistemas de saneamento devido às inundações de 29 de outubro.

A região espanhola de Valência está de novo sob aviso por possibilidade de chuvas intensas nas próximas horas, com as autoridades a alertarem para o colapso das sarjetas e sistemas de saneamento devido às inundações de 29 de outubro.

Os serviços meteorológicos de Espanha emitiram um aviso laranja (o segundo mais grave) para várias regiões da Comunidade Valenciana a partir das 21:00 de hoje (20:00 em Lisboa), por causa de uma nova DANA, uma “depressão isolada em níveis altos” (conhecida como DINA em português).

A DANA é o fenómeno meteorológico que provocou chuvas torrenciais e inundações que em 29 de outubro causaram mais de 200 mortos e destruíram casas e infraestruturas na região de Valência. Duas semanas após as inundações, continuam os trabalhos de limpeza das zonas afetadas e sucedem-se os alertas e recomendações às populações por temor a problemas de saúde pública.

Entre os alertas e recomendações mais insistentes estão os relacionados com o estado da rede de saneamento, em que se incluem as sarjetas. Na segunda-feira, o governo regional da Comunidade Valenciana pediu mesmo mais meios para desobstruir de lodo e água a rede de saneamento e evitar “problemas graves de saúde pública”.

No mesmo dia, o primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, anunciou também 500 milhões de euros para um “plano de ação específico contra o lodo”, uma vez que há ruas que continuam com lamas e terra e é necessário desobstruir, limpar e reparar também “quanto antes” as redes de saneamento básico e de fornecimento e tratamento de água, retirando “milhares de toneladas de barro e escombros”, numa “tarefa descomunal”.

Já esta terça, e perante o novo aviso meteorológico para as zonas afetadas pelas inundações, vários municípios pediram às populações para evitarem deitar e varrer lodo para as ruas, para não colapsar a rede de saneamento e as sarjetas. Também a proteção civil do governo regional apelou esta terça às câmaras municipais e outros organismos para adotarem “medidas preventivas com antecedência suficiente face ao impacto severo que pode causar a próxima DANA nas populações afetadas” pelas inundações.

O executivo realçou a “vulnerabilidade do território afetado e das pessoas que estão a trabalhar na zona” e recomendou, em concreto, que seja ponderada o fecho de escolas na quarta-feira. “Recomenda-se o teletrabalho e evitar a utilização de viatura particular para reduzir as deslocações”, acrescentou a proteção civil valenciana, que sublinhou que as chuvas das próximas horas “podem ser severas”.

Alguns municípios da região seguiram já a recomendação de fechar as escolas na quarta-feira e vários, como o de Algemesí, fizeram apelos à colocação de “madeiras ou barreiras” nas entradas de pisos térreos e de garagens atendendo ao estado das sarjetas, que pode provocar “acumulação de água nas ruas”, apesar de não se preverem chuvas tão torrenciais como as de 29 de outubro.

Os autarcas, como o governo regional, garantiram que estão a focar os esforços dos últimos dias na desobstrução da rede de saneamento e das sarjetas.

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Regulador defende condições mínimas para seguros de saúde. Saiba quais

A ASF quer que os consumidores tenham ferramentas para comparar seguros. Mas as seguradoras não são obrigadas a cumprir as regras que ainda vão estar em consulta pública até 9 de dezembro.

A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) lançou uma consulta pública até 9 de dezembro para que haja condições mínimas para os seguros de saúde. As condições propostas são as seguintes:

Segundo o projeto de Circular em consulta, as “Condições Padrão de Seguro de Saúde” incluem uma cobertura base de hospitalização, ambulatório e de medicina preventiva e uma cobertura complementar de doenças de cobertura alargada.

  • A cobertura de hospitalização abrange as despesas de transporte e estadia num estabelecimento de prestação de cuidados de saúde até o valor máximo de 30.000 euros. A pessoa segura fica a cargo de 10% das despesas de um mínimo de 250 euros e máximo de 500 euros, e pode começar a usufruir do seguro 180 dias após o início do contrato (intervalo de tempo a que se chama período de carência), exceto em caso de parto, em que o período de carência estende-se para 310 a 365 dias.
  • Com um período de carência de 60 dias, a cobertura de ambulatório inclui tratamentos, consultas, exames programados, análises e fisioterapia. A seguradora assume despesas até 1.000 euros com sublimites: os clientes estão cobertos pela seguradora até 250 euros pela fisioterapia, dois pacotes de análises clínicas, dois exames programados, seis consultas programadas e duas consultas urgentes. Fica também a cargo do segurado parte da despesa, que varia consultante o serviço prestado, indo de 10 euros pela fisioterapia a 45 euros por consultas urgentes.
  • A medicina preventiva abrange mamografia a mulheres com menos de 45 anos de dois em dois anos e citologia do colo do útero anualmente; um exame do Antígeno Específico da Próstata (PSA, utilizado no diagnóstico do cancro da próstata) a homens com menos de 50 anos de dois em dois anos. Para homens e mulheres menores de 50 e de dois em dois anos está coberta a análise de “sangue oculto nas fezes”, assim como de “Hemograma; Bioquímica básica: glicémia e lipidograma”. Esta cobertura tem um período de carência de 60 dias.
  • A cobertura complementar de doenças de cobertura alargada abrange as seguintes doenças: “cancro (neoplasia maligna)” e “doenças cardiovasculares que inclui: doença isquémica coronária, cardiologia de intervenção – cateterismo e angioplastia (tratamento), by pass, disritmia cardíaca e doença valvular cardíaca”. O limite de capital é 300.000 euros, com a pessoa segura a pagar 10%, com mínimo de 250 euros e um máximo 500 euros e tem um período de carência de 180 dias.

O que não cobre o seguro?

O seguro exclui doenças preexistentes na data de início de contrato. Caso o cliente mude de seguradora a meio do contrato, este apresenta o certificado de pré-existências fornecido pela anterior empresa no início do acordo, assegurando a continuidade da cobertura, “mediante o cumprimento de determinadas condições”.

Entre as exclusões mencionadas estão acidentes e doenças cobertas por seguros obrigatórios, como acidentes de viação e no trabalho; prestações de serviços de saúde relacionados com a correção de regularização do peso ou de obesidade, exceto se forem incluídas no tratamento de doença maligna ou consequente de acidente ocorrido na vigência da apólice.

Novas regras querem facilitar comparação de produtos

Com as novas regras, o regulador visa promover a subscrição de contratos de seguro pelos indivíduos e agregados familiares que sejam adequados às suas necessidades de proteção.

Nesse sentido, a ASF quer que as “condições padrão” estimulem maior transparência das condições oferecidas pelos seguradores. Outro objetivo do regulador é que os consumidores tenham maior facilidade em comparar produtos disponíveis no mercado.

Com esses objetivos na mira, o projeto de Circular estabelece que as seguradoras devem prestar informação adequada aos consumidor, e para isso convém que:

  • Garantam que é dada aos clientes “a informação e os esclarecimentos necessários à compreensão das condições do seguro de saúde e de outros aspetos essenciais da prestação, como a rede de prestadores de que dispõem”;
  • Quando disponibilizarem coberturas adicionais às “condições padrão”, têm que garantir que os tomadores de seguros têm a informação que lhes permita comparar o prémio “com referência àquelas mesmas condições e conhecer os acréscimos de prémio decorrente das coberturas adicionais, autonomizando a parte do prémio devida pelas ‘coberturas padrão’ e a parte do prémio devida pelas coberturas adicionais”;
  • Indicar na documentação contratual e pré-contratual que preenchem o conjunto de “condições padrão” previstas nos seguros de saúde, quando é o caso.
  • Por outro lado, se não disponibilizarem ao tomador de seguro uma opção que preencha o conjunto de “condições padrão”, não devem fazer qualquer referência a estas.

Importa salientar que as seguradoras não são obrigadas a cumprir as regras da Circular, tratando-se de um “instrumento de soft law que visa orientar a conduta das entidades supervisionadas”.

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Commerzbank planeia comprar banco alemão para contrariar ofensiva do Unicredit

  • ECO
  • 12 Novembro 2024

Alemães procuram travar ofensiva italiana e ponderam avançar para a compra de um banco rival de média dimensão.

O Commerzbank está a planear a compra de um banco alemão de média dimensão como parte da estratégia para travar uma possível aquisição pelo italiano Unicredit, de acordo com a agência Reuters, citando fontes próximas do assunto.

As conversas para a aquisição de um banco rival estão ainda numa fase inicial e a lista de potenciais alvos incluem o Hamburg Commercial Bank (HCOB) e Oldenburgische Landesbank (OLB), adiantaram duas das fontes.

Uma possível aquisição tem vindo a ser discutida ao nível da gestão do Commerzbank. Questionado sobre este tema, fonte oficial do banco germânico referiu que monitoriza de forma contínua as oportunidades para crescimento inorgânico, mas não comentou sobre alvos específicos.

O Commerzbank e também as autoridades alemãs não veem com bons olhos uma eventual compra por parte do grupo financeiro italiano, temendo que possa custar postos de trabalho e influência. O Unicredit já controla quase 12% do rival alemão.

Na semana passada, a CEO do banco alemão, Bettina Orlopp, sublinhou que quer “manter a pólvora seca para potenciais aquisições”.

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Instalação de 117 câmaras de videovigilância no Porto concluída até abril de 2025

  • Lusa
  • 12 Novembro 2024

A instalação de mais 117 câmaras de videovigilância na zona ocidental e oriental do Porto deverá estar concluída até meados de abril do próximo ano, estando o contrato já em vigor.

A instalação de mais 117 câmaras de videovigilância na zona ocidental e oriental do Porto deverá estar concluída até meados de abril do próximo ano, estando o contrato já em vigor, avançou esta terça-feira a Câmara do Porto.

Em resposta à agência Lusa, o município do Porto esclareceu que o contrato “foi visado” pelo Tribunal de Contas no dia 18 de outubro e que a sua execução se iniciou no dia seguinte.

O contrato prevê uma fase de execução de empreitada e instalação da rede de comunicações, bem como a instalação dos elementos de sustentação, câmaras de vídeo e servidores de suporte. “Os equipamentos estarão instalados até um máximo contratual de 180 dias”, acrescenta a câmara.

O contrato para a instalação de mais 117 câmaras de videovigilância no Porto entrou em execução quatro dias depois do Ministério da Administração Interna (MAI) ter autorizado o município a avançar com o alargamento do sistema, num despacho publicado em Diário da República.

O despacho, datado de 15 de outubro, era a “única coisa que faltava” para instalar mais 117 câmaras na zona ocidental e oriental do Porto, segundo o presidente da câmara, que chegou a colocar a hipótese de retirar a verba destinada à videovigilância do orçamento para 2025 caso a resolução não fosse assinada.

O orçamento para o próximo ano determina uma verba de 25,9 milhões de euros para a área da mobilidade, em que se destaca o fornecimento, instalação e manutenção do sistema de videovigilância.

A autorização para o alargamento do sistema prevê o cumprimento de várias condições, sendo que algumas já tinham sido apontadas pela Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) nos dois pareceres que emitiu a este respeito.

As 117 câmaras, a instalar em arruamentos na zona da Asprela, Campanhã, Estádio do Dragão, Pasteleira e Diogo Botelho, juntar-se-ão às 79 câmaras que começaram a operar em 22 de junho de 2023 no centro da cidade e que já permitiram preservar imagens relativas a 910 processos-crime.

O concurso público, lançado a 24 de julho de 2023 pela câmara para a aquisição e manutenção da videovigilância ao abrigo do protocolo de colaboração entre o município e a PSP, foi adjudicado em dezembro à Soltráfego por 1,9 milhões de euros.

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Web Summit “continua a fazer sentido” para Portugal, defende Siza Vieira

Numa altura em que a Europa procura reforçar a competitividade face aos EUA e a China, Pedro Siza Vieira defende que a Web Summit continua a ser relevante para Portugal para a atração de investimento

O ex-ministro da Economia Siza Vieira rejeita a noção de que a Web Summit tem vindo a perder a sua relevância, argumentando que a maior cimeira tecnológica que há nove anos escolheu Portugal como palco principal, “continua a fazer sentido” para o país, sobretudo em matéria de atração de investimento direto estrangeiro.

Já nos habituamos à Web Summit”, afirmou o partner da PLMJ em declarações ao ECO, na Web Summit. “O que era uma novidade, excitação, hoje já nos habituámos a ela“, defende o antigo governante, acrescentando que o evento tem permitido colocar Portugal “no mapa” no que toca à economia digital.

Para Siza Vieira, o evento que aos olhos da imprensa internacional é considerado como a maior conferência tecnológica do mundo, não só não perdeu relevância como permitiu atrair grandes investimentos, como o hub de software da Volkswagen, em Lisboa ou os centros tecnológicos da BMW, inaugurados em Lisboa e no Porto. “Os respetivos responsáveis vieram a Portugal e perceberam que há talento e condições de investimento. Portugal continua a ser atrativo“, defendeu.

O economista acrescenta ainda que o evento ganha agora uma nova relevância numa altura de transição política nos Estados Unidos, conflitos geopolíticos e ainda de uma necessidade de a Europa reforçar a sua competitividade perante mercados externos, sobretudo o norte-americano e o chinês, tal como alerta Mario Draghi no relatório sobre competividade entregue à Comissão Europeia.

Durante a sua intervenção no painel “Collaborating for sustainable economic futures” (Colaborar para um futuro econónico sustentável) na Web Summit, Pedro Siza Vieira alertou que a Europa “está numa situação difícil” perante o crescimento “rápido” a nível económico e tecnológico da China e uma “trajetória” imprevisível por parte parte do “parceiro tradicional” do bloco europeu, os Estados Unidos, que se preparam para uma nova presidência sob a alçada de Donald Trump.

“Temos um desafio de competitividade na Europa e o relatório de Draghi é uma chamada de atenção para isso. O que precisamos de fazer é garantir que conseguimos assegurar o investimento necessário para ultrapassar o diferencial de investimento europeu, em coisas como energia mais barata, limpa, telecomunicações e todas as infraestruturas necessárias para uma economia mais competitiva”, respondeu. E estes setores, diz, podem ser uma oportunidade para Portugal.

Por exemplo, a nível das renováveis “Portugal está em vantagem”, vinca. “Temos uma produção renovável de 81% e isso significa que a energia elétrica em Portugal é das mais baratas na Europa e isso constitui uma vantagem competitiva. Os outros países devem reduzir os seus custos de energia para competir com os Estados Unidos e Portugal tem uma vantagem inequívoca para atrair investimento estrangeiro”, defendeu.

Nesse sentido, o presidente da AICEP Portugal, que também integrou o painel, mostrou-se disponível em reunir com empreendedores e empresas presentes na conferência para auferir oportunidades de investimento em Portugal. “Queremos conhecer projetos interessantes“, disse Ricardo Arroja.

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Rangel alerta para a “desvantagem” europeia de “regular em demasia”

  • Lusa
  • 12 Novembro 2024

Na Web Summit, o ministro defendeu ainda ser necessário “reinventar a democracia, para uma espécie de democracia digital".

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, alertou esta terça-feira para as desvantagens associadas à “tendência cultural” europeia de “regular em demasia”, defendendo maior “equilíbrio” entre desenvolvimento tecnológico e a defesa democracia e direitos humanos.

“A Europa tem uma tendência cultural para regular em demasia e isso é naturalmente uma desvantagem. Penso que precisamos de equilíbrio, é sempre uma questão de equilíbrio e precisamos de acomodar ambos [desenvolvimento tecnológico e valores democráticos e direitos humanos]” disse numa sessão durante a cimeira tecnológica Web Summit 2024, que arrancou segunda-feira em Lisboa.

Durante a sessão intitulada “Equilibrar tecnologia, confiança e os valores democráticos”, na qual esteve também o vice-primeiro-ministro de Luxemburgo, Xavier Bettel, o ministro português sublinhou ainda a clivagem entre as instituições democráticas e as necessidades da população, associadas ao desenvolvimento tecnológico.

“Existe uma clivagem entre as instituições democráticas e as necessidades da população e a única forma de proteger os direitos fundamentais é através de alguma regulamentação e de instituições que sejam capazes de defender a liberdade de expressão, a privacidade e os monopólios no setor tecnológico”, afirmou.

Rangel alertou ainda para um dos “grandes desafios da democracia”, que descreveu como um fenómeno “territorial” e “baseado no mundo físico”, defendendo ser necessário “reinventar a democracia, para uma espécie de democracia digital, para que possamos acomodar o território e o mundo digital”.

A Web Summit arrancou esta segunda-feira, 11 de novembro, e decorre até 14 de novembro, no Parque das Nações, em Lisboa, numa das mais importantes cimeiras de tecnologia, onde se discutem temas como o desenvolvimento tecnológico e o seu impacto na sociedade, na economia, na política, entre outros.

Este ano, a cimeira bateu o seu recorde, com 71.528 participantes, entre CEOs, start-ups, investidores, delegações comerciais e comunicação social, dos quais 953 são oradores, mais de mil investidores e mais de 3.000 empresas que pretendem apresentar as suas ideias durante o evento, segundo a organização.

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