Hoje nas notícias: IRS, misericórdias e Caixa

  • ECO
  • 13 Janeiro 2025

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Dos 308 municípios em Portugal, 200 vão devolver aos seus habitantes parte ou a totalidade da receita de IRS a que têm direito por lei, num ano em que vai haver eleições autárquicas. O Governo nomeou uma comissão para acelerar o processo de devolução de hospitais às Misericórdias, existindo, para já, “apenas a intenção de se avançar para uma parceria público-social”. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta segunda-feira.

Em ano de autárquicas, duas centenas de câmaras devolvem IRS aos habitantes

Num ano em que vai haver eleições autárquicas, quase dois terços (65%) dos 308 municípios portugueses vão prescindir de uma parte ou da totalidade da receita de IRS a que têm direito para a restituir aos seus habitantes, segundo dados da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT). As estimativas do Governo no Orçamento do Estado para 2025 apontam para que os 200 concelhos em causa devolvam cerca de 557,8 milhões de euros. São, pelo menos, 43 as autarquias que decidiram devolver aos contribuintes os 5% do valor que deveria entrar nos seus cofres, entre as quais Cascais, Beja, Coimbra, Leiria, Bragança, Aveiro e Viana do Castelo.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Governo acelera devolução de hospitais às misericórdias

O Governo decidiu retomar a devolução de hospitais às santas casas da misericórdia, um processo que teve início na governação de Pedro Passos Coelho e que foi suspenso em 2016 pelo Executivo da “geringonça”. A 12 de dezembro, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, avançou que, para já, dois hospitais — Santo Tirso e São João da Madeira — deverão ser transferidos para o setor social. Entretanto, o Governo nomeou uma comissão com 11 membros para acompanhar a execução deste acordo genérico de cooperação assinado entre o Estado e a União das Misericórdias Portuguesas (UMP), mas, segundo uma fonte do Ministério da Saúde, o que existe, neste momento, é “apenas a intenção de se avançar para uma parceria público-social”.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago)

Caixa muda três nomes na nova comissão executiva

O presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Paulo Macedo, já fechou a lista de convites para a nova equipa de administração, tendo entregado ao Ministério das Finanças os nomes que vão integrar os órgãos sociais do banco público entre 2025 e 2028. José João Guilherme, Paula Geada e Nuno Martins são os três nomes da atual equipa de Paulo Macedo que não seguem para o novo mandato, desconhecendo-se quem vão ser os seus substitutos — que precisam da validação do Banco Central Europeu (BCE). Por sua vez, Nuno Tudela Martins, Francisco Cary, Madalena Talone e Manuela Ferreira mantêm-se na próxima administração.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Despesa com complemento para idosos duplica para máximo de 430 milhões

A despesa do Estado com o Complemento Solidário para Idosos (CSI) quase duplicou em 2024 face ao ano anterior, para 430,3 milhões de euros, segundo o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. O custo ultrapassou em 143 milhões de euros o previsto no orçamento inicial para esta prestação, que era de 287,3 milhões de euros. O facto de o rendimento dos filhos ter deixado de contar nas condições de acesso ao CSI, o que levou mais 72.335 idosos com baixas pensões a beneficiar do apoio desde junho, e o aumento do valor médio do subsídio pago todos os meses, explicam esta subida do valor executado.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago)

Satélite português lançado por Musk prevê receitas anuais de 100 milhões

Do primeiro satélite comercial português, que vai ser lançado a 14 de janeiro pela SpaceX de Elon Musk são esperadas receitas anuais de 100 milhões de euros a partir de 2029. Tendo em vista este objetivo, a LusoSpace vai criar uma constelação com 12 satélites para cobrir os mares de todo o mundo em tempo real, o que vai permitir transmitir e detetar várias informações para os navios em todo o mundo ao segundo, como “informações meteorológicas, de marés, do fundo do mar, avistamento de piratas, emergências, derramamento de petróleo, icebergues”, enumerou o seu CEO, Ivo Yves Vieira.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago)

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“É importante ensinar as crianças como é que têm de fazer as perguntas e não a decorar as matérias”

  • ECO
  • 13 Janeiro 2025

A Presidente da Fundação Santander, Inês Oom de Sousa, defende uma educação que ensine a questionar, valorize os professores e prepare líderes inspiradores.

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No 12.º episódio do podcast E Se Corre Bem?, Inês Oom de Sousa, Presidente da Fundação Santander Portugal, partilhou a sua visão sobre o impacto da banca, o papel transformador da educação e as competências do futuro.

Com uma carreira de 30 anos no setor bancário, Inês Oom de Sousa destacou o orgulho em ter trabalhado numa área que considera fundamental para o desenvolvimento económico e social. “Acho que é através da banca que conseguimos ajudar muito, não só as pessoas, mas as empresas. A banca tem um papel fundamental no desenvolvimento da economia e é algo que vai ficar para sempre na minha vida.

A conversa focou-se também na educação, área central da Fundação Santander, criada há dois anos com o objetivo de ter um impacto ainda maior na sociedade. Com um foco especial em crianças e jovens com menos de 17 anos, a Fundação lançou recentemente um concurso dirigido às escolas, baseado na metodologia “aprender através de brincar”.

"Eu acho que os professores são uns heróis. Mesmo com poucos recursos, conseguem fazer maravilhas e têm um impacto enorme na vida das pessoas”

Inês Oom de Sousa, Presidente da Fundação Santander Portugal

Inês Oom de Sousa partilhou também a sua admiração pela criatividade dos professores: “Eu acho que os professores são uns heróis. Mesmo com poucos recursos, conseguem fazer maravilhas e têm um impacto enorme na vida das pessoas.”

Contudo, alertou para os desafios estruturais da educação em Portugal, onde apenas 37% da população tem mais do que o ensino básico e onde a mobilidade social continua muito baixa. “A educação é o melhor investimento que uma pessoa pode fazer em si própria e para o desenvolvimento do país.”

Outro tema importante foi a liderança. Para Inês Oom de Sousa, os líderes do futuro precisam de ser inspiradores e de saber ouvir as suas equipas: “Aquela fase em que as pessoas saem dos empregos não pelo trabalho, mas pelos líderes, é algo assustador.” “Acho que um bom líder tem de ter a coragem de escolher pessoas que sejam diferentes e melhores do que ele”, conclui.

Além disso, acredita que nenhum líder ou empresa poderá sobreviver sem o equilíbrio entre propósito, lucro, pessoas e planeta. “Se não existir esse tempo para olhar para as pessoas, esse líder vai desaparecer – é uma questão de tempo.”

Convicta de que “ensinar é fácil, o difícil é motivar as crianças a quererem aprender”, Inês Omm de Sousa explica que “é importante ensinar as crianças como é que têm de fazer as perguntas e não a decorar as matérias”.

No final do episódio, ficou clara a visão de Inês Oom de Sousa sobre a educação: “Há muita coisa para fazer, mas acredito que podemos fazer a diferença. A educação é a chave.”

Este podcast está disponível no Spotify e na Apple Podcasts. Uma iniciativa do ECO, que Diogo Agostinho, COO do ECO, procura trazer histórias que inspirem pessoas a arriscar, a terem a coragem de tomar decisões e acreditarem nas suas capacidades. Com o apoio do Doutor Finanças e da Nissan.

Se preferir, assista aqui:

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China bate recorde de exportações e autoriza mais financiamento estrangeiro

  • Lusa
  • 13 Janeiro 2025

Exportações chinesas ultrapassaram pela primeira vez os 3.300 mil milhões de euros. Trump prometeu aumentar até 60% as taxas alfandegárias sobre as importações do país asiático, assim que tomar posse.

A China registou um valor recorde de exportações em 2024, segundo dados oficiais divulgados esta segunda-feira, numa altura em que a chegada ao poder do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, suscita receios de renovadas tensões comerciais com Washington.

“O montante das exportações ultrapassou, pela primeira vez, os 25 mil milhões de yuan (3.300 mil milhões de euros), um aumento de 7,1% em relação ao ano anterior”, anunciou a cadeia televisiva CCTV, após uma conferência de imprensa do Conselho de Estado chinês (Executivo).

As exportações em 2024 foram um dos poucos indicadores positivos para a economia chinesa, paralisada desde o fim da pandemia por um consumo débil e uma crise persistente no setor imobiliário.

As importações ascenderam a 18,39 mil milhões de yuan (2,45 mil milhões de euros), mais 2,3% do que no ano anterior, segundo a CCTV. No total, o comércio externo da China aumentou 5% em 2024, em comparação com o ano anterior, atingindo 43,85 mil milhões de yuan (5,84 mil milhões de euros), um nível recorde.

Donald Trump prometeu aumentar até 60% as taxas alfandegárias sobre as importações chinesas, assim que tome posse, no próximo dia 20 de janeiro, medidas que poderão limitar o comércio externo da China.

As alfândegas do país asiático também apresentaram dados do comércio externo denominados em dólares, utilizados como referência pelos analistas internacionais e que normalmente divergem dos registados na moeda chinesa, devido às flutuações cambiais.

Em dezembro, as exportações da China cresceram a um ritmo mais rápido do que o esperado, uma vez que as fábricas se apressaram a concluir as encomendas para os Estados Unidos face à incerteza sobre o aumento das taxas nos próximos meses.

As exportações em dezembro cresceram 10,7%, em comparação com o mesmo período do ano passado. As importações também superaram as estimativas e cresceram 1%. Os analistas esperavam que as importações encolhessem cerca de 1,5% em termos homólogos.

Mais financiamento estrangeiro para apoiar moeda

Também esta segunda-feira, o Banco Popular da China (banco central) anunciou o aumento do limiar de financiamento transfronteiriço sobre os ativos das empresas e instituições financeiras, visando proteger a taxa de câmbio da moeda chinesa, o yuan.

Em comunicado, a instituição indicou que vai aumentar o chamado parâmetro de avaliação macroprudencial (MPA) para o financiamento transfronteiriço, de 1,5% para 1,75%, o que permitirá às empresas do país asiático obter mais crédito fora do território chinês.

O banco central e outros reguladores garantiram que “é necessário manter inabalavelmente a estabilidade básica da taxa de câmbio do yuan num nível razoável e equilibrado”, avisando que vão “lidar firmemente com comportamentos que perturbem a ordem do mercado”.

De acordo com um documento divulgado pelo regulador cambial, Pequim pretende “reforçar a gestão” do sistema e “evitar resolutamente os riscos de ultrapassagem das taxas de câmbio” da moeda nacional.

O banco central fixou a sua taxa de câmbio oficial em 7,1885 yuan por cada dólar norte-americano, acima das expectativas do mercado, como parte dos sinais de que vai proteger o valor da sua moeda, depois de a taxa offshore – transacionada nos mercados internacionais -, ter flutuado no seu pior nível em 16 meses e perto dos mínimos desde 2007, nos últimos dias.

“Para já, a estabilidade do yuan continua a ser uma prioridade. A médio prazo, o sucesso desta estratégia dependerá dos fundamentos económicos”, afirmou Tommy Xie, analista do OCBC Bank, com sede em Singapura.

Entre as medidas tomadas nos últimos dias pelo banco central está também o lançamento da sua maior emissão de obrigações através de Hong Kong, equivalente a quase 8,2 mil milhões de dólares (8 mil milhões de euros), para absorver a quantidade de yuan disponível no mercado e assim gerar procura pela moeda.

Desde meados de 2024 até ao final de setembro, o valor do yuan registou uma tendência ascendente, devido às expectativas de cortes nas taxas de juro nos Estados Unidos e de um prolongamento significativo das medidas de apoio à economia chinesa, face a uma recuperação aquém do esperado no período pós-pandemia.

No entanto, a curva inverteu-se perante a desilusão dos investidores com as medidas de estímulo económico anunciadas por Pequim e a vitória eleitoral nos EUA do republicano Donald Trump, que iniciou em 2018 uma guerra comercial contra a China, durante o seu primeiro mandato (2017-2021), e prometeu novas taxas alfandegárias sobre as importações do país asiático.

Nos últimos meses, o banco central chinês fixou repetidamente taxas de câmbio oficiais mais fortes do que o previsto – em relação às quais a taxa ‘onshore’, a que é transacionada nos mercados chineses, só pode flutuar num máximo de 2% por dia – para defender a moeda, tornando também público o compromisso de manter a estabilidade cambial. Na semana passada, o renmimbi esteve muito perto de cair para o valor mais baixo desde finais de 2007.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 13 de janeiro

  • ECO
  • 13 Janeiro 2025

Ao longo desta segunda-feira, 13 de janeiro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Instituto Coordenadas afirma que alertas alimentares falsos causam uma queda de até 15% nas vendas “e sérios prejuízos para toda a cadeia”

  • Servimedia
  • 13 Janeiro 2025

2024 registou o maior número de alertas alimentares desde que há registos, de acordo com os dados publicados pelo sistema europeu de alerta rápido para alimentos para animais e géneros alimentícios.

No total, foram registadas 5 364 notificações nas fronteiras da UE.

Destes alertas, a grande maioria dos quais é resolvida nas alfândegas, “uma parte significativa revela-se injustificada, falsa ou interesseira, com os consequentes prejuízos económicos e reputacionais para os setores e empresas envolvidos”, segundo o Instituto Coordenadas de Governação e Economia Aplicada, que indica que “criar alarme social com base em alertas sanitários ou demonizar os produtos norte-africanos significaria um aumento dos preços a todos os níveis; e a redução do volume de importações, bem como uma quebra na produção, o que tem um impacto direto no consumidor”.

Esta entidade sustenta que, nos últimos tempos, têm surgido muitas organizações, tanto de consumidores como ONGs e outras entidades “que pretendem ‘controlar’ a qualidade do que consumimos, que têm colocado muitas empresas, de setores como a alimentação, agricultura e distribuição, incluindo multinacionais, em pé de guerra devido aos seus relatórios e alertas sanitários, em muitos casos gratuitos e sem base científica ou oficial”.

O Instituto Coordenadas afirma que representantes da grande distribuição e dos supermercados em Espanha alertaram recentemente para os “prejuízos injustificados” nas vendas de vários produtos devido a alertas de segurança alimentar “deturpados” que não são seguidos e confessaram: “Sentimo-nos impotentes”. Esta afirmação foi expressa por responsáveis do setor da distribuição e dos supermercados, que se declararam “muito preocupados com a utilização da informação sobre segurança alimentar no nosso país”, tendo em conta que este é também “um dos maiores produtores mundiais de alimentos” e um “grande exportador”.

O setor em que mais aumenta o fluxo de alertas sanitários é o alimentar, afirma o Instituto Coordenadas, que acrescenta que “as notícias deturpadas sobre alegados alertas de alimentos importados geram um alarme que afeta seriamente a confiança dos consumidores, as empresas importadoras e os mercados espanhóis e europeus, de acordo com uma análise recente do Instituto Coordenadas de governação e economia aplicada”. O relatório acrescenta que o caso dos morangos foi o resultado de “embustes, desinformação ou, por vezes, interesses comerciais e económicos que tentam desacreditar os concorrentes e, não raramente, os empresários espanhóis”.

Acrescenta que o caso dos morangos provenientes de Marrocos, nos quais foi alegadamente detetada hepatite, foi um dos mais mediáticos dos últimos tempos. Muitos meios de comunicação social e, posteriormente, associações de agricultores fizeram eco do alerta publicado pelo portal europeu de notificação sanitária. Mas esta organização salienta que não se referiu que os testes realizados por organismos internacionais, como o Gabinete Nacional de Segurança Sanitária de Marrocos (ONSSA), concluíram que não tinha sido detetada hepatite nem novovírus nos testes realizados à água de rega e aos morangos analisados no campo de onde provinha o lote que deu positivo para esta doença num ponto de entrada em Espanha. E que o lote de morangos suspeito de ter hepatite nunca atravessou as fronteiras e nunca chegou à cadeia agroalimentar espanhola. A ONNSA efetuou as investigações necessárias, que permitiram identificar o campo e a unidade de acondicionamento afetados, bem como rastrear a remessa de morangos exportados. Os representantes da grande distribuição e dos supermercados referem mesmo que os morangos se destinavam também a outros mercados. Apesar disso, as vendas de morangos nas mercearias espanholas registaram uma quebra de 10 a 15%, segundo as fontes acima referidas.

Outro caso de alerta sanitário injustificado foi denunciado por empresas do setor alimentar, “uma vez que a ONG ‘Observatório do Bem-Estar Animal’ está alegadamente a ‘chantagear’ supermercados e marcas para que estabeleçam acordos de colaboração com eles e, se não o fizerem, ameaçam-nos com informações negativas sobre os seus produtos e as suas práticas contra o bem-estar dos animais”, afirma o Instituto Coordenadas.

O Instituto Coordenadas recorda ainda que foi também mediático, pouco depois do alerta dos morangos, quando a Agência Espanhola de Segurança Alimentar (Aesan) ordenou a retirada de um lote de chocolate negro da marca branca de uma cadeia de supermercados espanhola devido à presença de um corpo estranho, que assumia a forma de “um pequeno pedaço de plástico numa pastilha”. A agência emitiu o alerta com a única fonte e a confirmação de um cliente que tinha enviado uma fotografia quase dois meses antes”, afirma a agência.

“Esta acumulação de casos fez soar o alarme e aumentou a preocupação no setor da distribuição alimentar e dos supermercados, que assiste a um aumento das informações falsas e, consequentemente, do alarme entre os consumidores, levando a uma queda nas vendas e a prejuízos económicos em toda a cadeia, desde o agricultor até ao cliente final. Há já algum tempo que o setor retalhista tem vindo a pedir aos diferentes ministérios que acompanhem e giram os alertas de forma correta. A segurança alimentar é colocada em primeiro lugar, mas também se sublinha a importância da utilização da informação, porque esta gera alarme entre os consumidores e é prejudicial para as vendas”.

É por isso que o setor pede confiança na segurança alimentar europeia, “que é eficaz e segura”. Perante este tipo de informação, todos os organismos dedicados ao controlo dos alimentos importados nos portos e alfândegas espanhóis e europeus “confirmam que são exaustivos e dispõem de mecanismos de segurança eficazes, com reação imediata para bloquear, recolher e destruir qualquer alimento suspeito”.

O Instituto Coordenadas afirma que os alertas sanitários, detetados regularmente pela AESAN (Agência Espanhola de Segurança Alimentar e Nutricional) em Espanha, pela RASFF (Sistema de Alerta Rápido para Alimentos para Consumo Humano e Animal) na Europa e pela INFOSAN (Rede Internacional de Autoridades de Segurança Alimentar) a nível mundial, impedem que qualquer alimento destinado ao consumo humano chegue aos mercados e, consequentemente, aos consumidores, caso não cumpra os controlos muito rigorosos. “Precisamente este tipo de controlos e requisitos fazem parte das exigências dos agricultores europeus, que pedem que sejam aumentados e equiparados aos requisitos fitossanitários que têm de cumprir.

O Instituto de Coordenadas recorda que “a agroindústria espanhola é um sucesso reconhecido e a capacidade de produzir noutros países, com rigor e qualidade, faz parte da equação. Outros discursos nacionalistas baseados em informações tendenciosas não têm cabimento. Recorde-se que estes importantes investimentos ajudam o PIB espanhol a crescer e, ao mesmo tempo, fixam a população e a procura de trabalhadores locais, evitando movimentos migratórios desordenados. Os produtos provenientes destes países para a Europa cumprem os requisitos mais rigorosos”.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 13 Janeiro 2025

Continua o julgamento a Rui Pinto, INE divulga dados da inflação, arranca Transportes Metropolitanos do Porto, abre o ano judicial e sobe o preço do gasóleo.

Esta segunda-feira fica marcada pelo início do julgamento do segundo processo de Rui Pinto e pela abertura do ano judicial. No mesmo dia, o Instituto Nacional de Estatística (INE) revela como evoluiu a inflação em dezembro, é assinada a escritura para a constituição da nova Transportes Metropolitanos do Porto e está prevista uma subida no preço do gasóleo.

INE divulga dados da inflação

O Instituto Nacional de Estatística vai divulgar o Índice do Preço do Consumidor (IPC) de dezembro do ano passado e as estatísticas rápidas da atividade do transporte aéreo referente a novembro. Os últimos dados divulgados apontavam que a taxa de inflação homóloga acelerou 2,5% em novembro, mais 0,2% face ao mês anterior, com a energia a impulsionar uma maior aceleração dos preços.

Constituída empresa Transportes Metropolitanos do Porto

A Transportes Metropolitanos do Porto (TMP) vai ser constituída esta segunda-feira. A nova empresa vai gerir a rede Unir e o sistema de bilhética Andante. “A primeira prioridade é pôr os autocarros a funcionar e cumprir horários”, disse Marco Martins, presidente da Câmara de Gondomar e futuro presidente da TMP, estabelecendo que “no limite” em fevereiro a empresa deverá estar a funcionar. A empresa vai arrancar “fisicamente separada”, com “uma parte na Área Metropolitana do Porto e outra parte na Transportes Intermodais do Porto”.

Novo julgamento de Rui Pinto arranca

Arranca o julgamento do segundo processo contra o criador do Football Leaks, Rui Pinto, no qual responde por 242 crimes relacionados com o acesso a emails do Benfica e outras entidades, indica a agência Lusa. A primeira sessão começa às 14h00 e a juíza Tânia Loureiro Gomes marcou mais 16 sessões até ao início de maio.

Abre o Ano Judicial

Esta marcada para esta segunda-feira a abertura do ano judicial. A sessão solene realizada no Supremo Tribunal de Justiça (STJ) conta com os discursos do Presidente da República, o presidente da Assembleia da República, o presidente do STJ, o primeiro-ministro ou o membro do governo responsável pela área da justiça, o Procurador-Geral da República e o bastonário da Ordem dos Advogados. Para o mesmo dia está marcado um protesto silencioso em frente ao STJ, convocado pelo Sindicado dos Funcionários Judiciais contra a proposta de revisão de carreira. Inicialmente marcado para dia 9 de janeiro, foi adiado por Marcelo Rebelo de Sousa para atender ao funeral antigo Presidente dos Estados Unidos da América, Jimmy Carter.

Sobe o preço do gasóleo

Os preços dos combustíveis não devem mexer muito nesta semana. Prevê-se uma subida de um cêntimo no gasóleo e a gasolina não deverá ter qualquer variação. Deverá passar a pagar 1,643 euros por litro de gasóleo simples e 1,746 euros por litro de gasolina simples 95. Na semana passada, o gasóleo subiu 2,2 cêntimos e a gasolina 2,7 cêntimos.

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“Será necessária uma abordagem mais ágil para captar oportunidades de investimento”, alerta Bernardo Rodo

Bernardo Rodo, managing director da OMD, antecipa os desafios de agências de meios, meios e anunciantes para 2025.

Bernardo Rodo, managing director da OMD Portugal, em entrevista ao ECO/+MHenrique Casinhas/ECO

A OMD prevê para 2025 um crescimento moderado do investimento publicitário, ligeiramente inferior a 2024. “Devemos continuar a assistir a uma transformação tecnológica acelerada, com maior fusão entre os formatos digitais e tradicionais“, antecipa Bernardo Rodo, managing director da maior agência do Omnicom Media Group. Este contexto de transformação vai exigir um esforço adicional na formação de equipas e atividade regulatória, acrescenta o responsável, dando nota de que “num mercado fragmentado, com segmentações cada vez mais sofisticadas, será necessária uma abordagem mais ágil para captar oportunidades de investimento”.

Aos anunciantes, o responsável da OMD recomenda que equilibrem “a integração de tecnologias avançadas nos seus processos de decisão com uma abordagem que mantenha a autenticidade da marca e a proximidade com os consumidores”.

Bernardo Rodo recorda que o setor dos media está num ponto de transição. “A inovação deve equilibrar-se com a preservação de valores como a transparência, integridade e credibilidade“, aponta, sendo que “a capacidade dos media, em Portugal e no mundo, de prosperar dependerá da conjugação inteligente de novas tecnologias com uma abordagem ética e culturalmente relevante“.

“As redes sociais surgem como intermediárias principais, com algoritmos a desempenhar uma função central na disseminação de conteúdos. Este progresso tecnológico suscita preocupações como sejam a dependência de algoritmos no controlo editorial, polarização e desinformação“, alerta.

Para as agências de meios, o grande desafio é “acompanhar a evolução tecnológica, particularmente com a aceleração da inteligência artificial (IA), e a necessidade de assegurar que a criatividade e pensamento crítico estão no centro das recomendações estratégicas”.

Quais são os grandes desafios das agências de meios para este ano?

As agências de meios enfrentam o desafio de acompanhar a evolução tecnológica, particularmente com a aceleração da inteligência artificial (IA), e a necessidade de assegurar que a criatividade e pensamento crítico estão no centro das recomendações estratégicas. A fragmentação das audiências, com introdução de plataformas que concorrem diretamente com televisão, e os ciclos de inovação cada vez mais curtos exigem uma cultura de adaptação contínua. Um dos aspetos críticos continuará a ser a capacidade de atrair e reter talento.

E dos anunciantes e também dos meios?

Os anunciantes deverão equilibrar a integração de tecnologias avançadas nos seus processos de decisão com uma abordagem que mantenha a autenticidade da marca e a proximidade com os consumidores. Será importante entender como os algoritmos influenciam as perceções e o consumo de informação e assegurar uma comunicação coerente e ética. Nos meios, o principal desafio está na sua capacidade de diversificar fontes de receita, navegar no espaço digital controlado pelas plataformas globais, e capacidade de construir uma oferta para públicos habituados a interações rápidas e personalizadas.

Como antecipa o investimento publicitário em 2025?

Prevemos um crescimento moderado, ligeiramente inferior a 2024. Devemos continuar a assistir a uma transformação tecnológica acelerada, com maior fusão entre os formatos digitais e tradicionais. Este contexto de transformação vai exigir um esforço adicional na formação de equipas e atividade regulatória. Num mercado fragmentado, com segmentações cada vez mais sofisticadas, será necessária uma abordagem mais ágil para captar oportunidades de investimento. Apesar da predominância do digital, meios como televisão e rádio continuarão relevantes. A convergência entre digital e offline será importante para maximizar o impacto das campanhas e relevância local. Com a possibilidade de desaceleração económica em alguns mercados, alguns anunciantes deverão privilegiar estratégias mais flexíveis.

Quais são os meios com maior potencial de crescimento e de quebra? Porquê?

Os meios digitais, como redes sociais, plataformas de streaming e podcasts, têm maior expectativa de crescimento devido ao aumento do consumo online e personalização oferecida pelas tecnologias de IA. Estas plataformas terão desafios específicos entre si, como por exemplo a transferência de pesquisa de produtos dos motores de pesquisa para as redes sociais e plataforma de commerce.

Por outro lado, os meios tradicionais que não se adequarem à convergência digital poderão enfrentar quebras.

A televisão continuará relevante, permitindo a construção de cobertura rápida e efeito de simultaneidade, contudo terá de competir com mais oferta de vídeo.

No último ano assistimos a diversas novidades no setor dos media. Como olha para o setor?

2024 foi um ano animado, com o lançamento de novos meios de rádio e televisão, reorganização do out-of-home, novas ofertas de connected TV e streaming e expansão de plataformas de retail media. Estas alterações são a resposta às exigências de novos hábitos de consumo e uma tentativa de explorar flancos de mercado. São representativas da capacidade de adaptação do setor, que enfrenta desafios como a sustentabilidade económica dos meios tradicionais e a dificuldade de concorrer com as plataformas globais no digital.

A integração da inteligência artificial e compra programática estão a redefinir não apenas a forma como os conteúdos são distribuídos, mas também como são criados. As redes sociais surgem como intermediárias principais, com algoritmos a desempenhar uma função central na disseminação de conteúdos. Este progresso tecnológico suscita preocupações como sejam a dependência de algoritmos no controlo editorial, polarização e desinformação.

O setor dos media está num ponto de transição. A inovação deve equilibrar-se com a preservação de valores como a transparência, integridade e credibilidade. A capacidade dos media em Portugal e no mundo de prosperar dependerá da conjugação inteligente de novas tecnologias com uma abordagem ética e culturalmente relevante.

Recuando a 2024, que pontos destaca como os mais positivos e negativos do último ano?

Como pontos positivos destaco a aceleração da digitalização e uma integração mais robusta entre canais online e offline, com novas iniciativas em rádio, televisão e plataformas digitais e a utilização crescente e mais consciente de IA, permitindo maior personalização de campanhas e eficácia na comunicação.

Ainda a expansão do diálogo direto entre marcas e consumidores, facilitado pelas redes sociais e novas ferramentas de interação digital e a inovação nos formatos publicitários, como retail media e connected TV, demonstrando a adaptabilidade do setor.

Nos pontos negativos, a persistência de desafios éticos relacionados com a manipulação de algoritmos, desinformação e polarização de conteúdos e também a crescente ansiedade social e impacto negativo da validação digital, exacerbados pela necessidade de interação física.

Há ainda a questão da sustentabilidade económica dos meios tradicionais, pressionados pela concorrência com plataformas digitais globais, e a fragmentação das audiências e a necessidade de equilibrar inovação tecnológica com valores éticos e credibilidade mediática.

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“Se há realidade que entra todos os dias nas nossas vidas é o turismo”

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  • 13 Janeiro 2025

Marcelo Rebelo de Sousa não pode estar presente no lançamento da campanha “Eu conto com o Turismo” da CTP, mas enviou uma mensagem em vídeo destacando a importância do setor para o país.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, referiu-se à nova campanha da CTP, “Eu conto com o Turismo”, como um movimento de sensibilização da sociedade civil, focado na promoção do turismo e do seu impacto nas vidas de todos os portugueses. No vídeo, Marcelo Rebelo de Sousa afirma que o turismo é uma realidade que entra todos os dias na nossa vida com um crescimento explosivo no país.

Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou ainda a importância do turismo não ser visto como uma atividade económica que bloqueia outros setores, mas sim como um motor que deve impulsionar e se integrar com outras indústrias. O Presidente da República defendeu a necessidade de um turismo de maior qualidade, mais sofisticado e competitivo, que se ligue a outras exportações e que invista mais no digital, nos serviços, no comércio e na inovação.

Para o Presidente, esta campanha serve para combater a ideia de que o turismo é apenas um setor de mão de obra barata. Em vez disso, o turismo deve servir como inspiração para outros setores de atividade.

Assista ao vídeo completo aqui:

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Fintech portuguesa vai ‘tokenizar’ empreendimento de luxo na Comporta

Dívida americana, relógios, malas, cavalos... e imóveis. A empresa fundada pelo advogado André Lages irá lançar uma nova opção de investimento fracionado através da blockchain no segundo semestre.

A fintech portuguesa Lympid, que criou uma plataforma de investimento através da blockchain, vai lançar-se na tokenização de um empreendimento de luxo na Comporta durante o segundo semestre de 2025. Depois da venda de dívida americana, dos relógios luxuosos e cavalos de competição em tokens, a empresa fundada pelo advogado André Lages preparar-se para ter uma opção de investimento fracionado (em partes) em imóveis numa das zonas costeiras mais premium do país.

Inicialmente, a previsão era apostar em unidades de participação em fundos imobiliários, mas a empresa acabou por optar pelos imóveis ao aperceber-se de que seria mais fácil para o mercado. A construção deste empreendimento arranca na segunda metade do ano e é nessa altura que se torna possível investir através de criptoativos em cada fração.

A Comporta vende-se por si própria. O empreendimento vai estar numa zona apetecível, perto do Sublime, e terá a exploração de uma marca hoteleira Tier 1, o que nos permite atacar o mercado internacional. Temos também a possibilidade de avançarmos com um empreendimento na Flórida, nos Estados Unidos, através de uma parceria com a Propy [empresa de compra/venda online de imóveis]”, disse ao ECO o cofundador da startup com sede em Braga.

A Lympid funciona como um mecanismo para investir em ativos premium pela blockchain e diz que nasceu para ligar o mundo financeiro tradicional às finanças descentralizadas (Web3) e mostrar que é tão fácil entrar na Web3 como fazer uma transferência bancária através do computador. Na prática, converte euros em cripto que podem gerar oportunidades de rendimento consoante a valorização de cada item (dívida, relógios, malas, cavalos de competição, imóveis, entre outros).

Atualmente, a empresa portuguesa tem quatro categorias de produtos para investimento fracionado: cavalos de competição (a título de exemplo está disponível para investimento na plataforma um cavalo com valor de 1,2 milhões de euros, montado pelo francês Simon Delestre, medalhado olímpico e o sétimo melhor a nível mundial), relógios de luxo (Rolex Daytona), vinhos e malas da Hermès.

Até ao final deste ano haverá mais cinco: o imobiliário, os carros clássicos, os whiskeys raros, os cavalos de corrida e a arte. No leque de opções de investimento nesta “plataforma cripto de ativos reais” estará, ainda este mês, um quadro do famoso pintor norte-americano Alex Katz, de pop art, designado “Yellow Leaves 1” e avaliado em cerca de 100 mil euros.

“O anterior cavalo que tivemos na plataforma deu retorno de investimento de 70% em quatro meses. Contamos com bons resultados deste nas competições em janeiro e fevereiro e que possa dar retorno de investimento na ordem dos 30%-40%. Alargámos também a iniciativa à tokenização da mala Hermès Kelly II, no valor 21 mil euros”, exemplificou.

15 milhões de euros em transações

De parte ficaram os planos de tokenizar dívida europeia devido à previsível descida das taxas de juro de referência do BCE e, consequentemente, dos juros de dívidas soberanas, que tornam este produto menos atrativo do ponto de vista de rentabilidade, segundo a Lympid.

Fundada em 2022, a fintech lançou o primeiro produto no mercado – negociação de dívida norte-americana a curto prazo tokenizada – logo no ano seguinte e terminou 2024 com mais de 15 milhões de euros de volume de montantes transacionados e 14.200 utilizadores registados na plataforma. Todos os investidores são do Espaço Económico Europeu, sobretudo portugueses, italianos, polacos e franceses.

"O anterior cavalo que tivemos na plataforma deu retorno de investimento de 70% em quatro meses. Contamos com bons resultados deste nas competições em janeiro e fevereiro”

André Lages, cofundador da Lympid

Questionado sobre a performance do ano que agora terminou, André Lages afirmou ao ECO que “foi muito focado em fazer uma nova ronda de investimento, melhorar a solução tecnológica e identificar os parceiros certos para cada produto de investimento, pelo que não com tanta concentração em crescimento exponencial”. “Consideramos que, após o crescimento inicial, é agora importante estabelecer as bases certas para receber fluxo exponencial de novos utilizadores, sem comprometer a qualidade dos ativos oferecidos“, explicou o empreendedor das finanças pessoais.

Em maio do ano passado, a Lympid encaixou 1,2 milhões de euros numa ronda de investimento de capital de risco que lhe permitiu dar continuidade ao crescimento da empresa quer em recursos humanos quer desenvolvimento tecnológico. O financiamento teve por detrás os investidores portugueses Olisipo Way, Clever e Luso Digital Assets e os internacionais 1inch Labs, New Tribe Capital, LVT Capital, OIG Capital, Polkastarter, Hercules Ventures, Xtream Capital, GBV Capital, Unreal Capital, ZBS Capital, Oasis Metaverse Ventures, Poolz Ventures e FounderHeads.

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Do reinado do fóssil à exploração de novas energias. Os desafios da nova gestão da Galp

Conheça aqueles que são os principais desafios que os novos co-CEO interinos terão de agarrar ao leme da petrolífera.

Os rostos da gestão da Galp acabam de mudar, depois de Filipe Silva ter abdicado do cargo. Maria João Carioca e João Marques da Silva, que já integravam o conselho executivo da empresa e carregavam as pastas das Finanças e Comercial, respetivamente, assumem a coliderança interina da empresa. Sobem ambos ao cargo de CEO numa altura em que a Galp enfrenta vários desafios no seu negócio principal – a exploração e produção de petróleo e gás – mas, ao mesmo tempo, apresenta “transformação” e “transição energética” como palavras de ordem.

“Os desafios da Galp passam por algo partilhado por todo o setor: o facto de termos uma transição energética pela frente, que temos de conseguir gerir de forma que deixe confortável a sociedade em que nos integramos mas também os nossos investidores”, afirmou Maria João Carioca, ainda como responsável pelas Finanças da Galp, no primeiro episódio da série de videocasts da EY intitulada “EY e um café com… Maria João Carioca”, divulgado em junho no canal de Youtube da consultora.

A Galp lançou o seu último plano estratégico em 2021, o Regenerar o Futuro. “É cada vez mais evidente a necessidade urgente de transformarmos os nossos sistemas energéticos para apoiar as sociedades no sentido de um futuro coletivo mais sustentável”, lê-se na nota assinada pela presidente do Conselho de Administração, Paula Amorim, cuja mensagem se desenrola em torno da intenção declarada de desenhar um futuro mais sustentável para a Galp.

O CEO que deu a cara pelo plano Regenerar o Futuro foi Andy Brown, que esteve em funções entre fevereiro de 2021 e o final de 2022. Desde então, e já sob a alçada de Filipe Silva, verificaram-se alguns desenvolvimentos transformacionais para a empresa: dados que apontam para a viabilidade económica das reservas de petróleo que a empresa detém na Namíbia, o cancelamento do projeto para a construção de uma refinaria de lítio em Setúbal e o pontapé de partida de um investimento de 650 milhões em biocombustíveis e hidrogénio em Sines.

Conheça aqueles que são os principais desafios que a nova equipa de CEO terá de agarrar ao leme da petrolífera, numa altura em que se espera uma nova orientação estratégica para a empresa, já que o anterior plano expira este ano.

Namíbia: a promessa africana de 10 mil milhões de barris

O Upstream continuará a ser uma das pedras angulares da Galp durante os próximos anos”, vaticinava o plano estratégico de 2021, com a empresa a considerar os seus ativos “de topo” tanto em custo de produção como intensidade carbónica. A intensidade carbónica do negócio Upstream (Exploração e Produção) da Galp é aproximadamente 50% menor do que a média do setor, estima a empresa. O objetivo traçado nesse ano era o de adicionar cerca de 25% à capacidade de produção.

No Relatório e Contas mais recente, referente aos primeiros nove meses de 2024, a empresa contabilizava um investimento total de 792 milhões de euros, dos quais 60% foram dirigidos ao segmento de Upstream, em particular a projetos no Brasil (Bacalhau e Tupi&Iracema) assim como à campanha de exploração na Namíbia.

Na Namíbia, a Galp detém uma participação de 80% num consórcio do qual fazem parte a Namcor e a Custo Energy, as quais detêm os restantes 20% em partes iguais. Em abril, foi divulgada a confirmação de que existiria viabilidade comercial para esta exploração, da qual a empresa portuguesa esperava conseguir extrair 10 mil milhões de barris de petróleo, ou até mais. Um número promissor ao ponto de fazer as ações dispararem cerca de 25% em bolsa no rescaldo, uma evolução que entretanto foi corrigida.

Tendo em conta os custos elevados que implica esta operação, logo que foi feito o anúncio da descoberta, começaram os rumores de que a empresa estaria à procura de comprador para metade da sua participação. No entanto, mais recentemente, numa chamada com analistas a propósito dos resultados do terceiro trimestre, o CEO Filipe Silva afirmou que a empresa continua “muito interessada” em manter a participação de 80%, pelo menos até serem conhecidos mais resultados dos testes, apesar de já ter uma lista restrita (shortlist) de possíveis parceiros. Este será, com certeza, um assunto prioritário nas mãos da nova gestão.

Preço do petróleo pressiona

Os analistas acreditam que o tema da evolução dos preços do petróleo vai ser decisivo para o futuro da empresa, em particular no que diz respeito à trajetória nos mercados de capital.

As ações da empresa têm vindo a recuar desde abril de 2024 (cerca de 25%), “pressionadas pelas quedas no preço das matérias-primas energéticas, onde existe uma correlação direta”, identifica o analista da XTB, Henrique Tomé.

E as perspetivas para o ano de 2025 não são as melhores. De acordo com um inquérito divulgado pela Reuters a 2 de janeiro, que inclui as perspetivas de 31 economistas e analistas, o barril de Brent, referência para a Europa, deverá cotar em média nos 74,33 dólares este ano – a oitava revisão em baixa consecutiva, depois de em 2024 ter registado uma cotação média de 80 dólares por barril.

A nova liderança “terá de gerir eficazmente a volatilidade dos preços das matérias-primas, assegurando a resiliência financeira da Galp”, pontua, por seu lado, o responsável de Trading do Banco Carregosa, João Queiroz. O mesmo analista acredita que uma das prioridades da nova gestão terá de recair na mitigação de incertezas geopolíticas e de mercado.

“Apesar de um contexto um contexto macro volátil”, a Galp reforçou na última apresentação de resultados que espera terminar o ano de 2024 com um EBITDA superior a 3,1 mil milhões de euros e um fluxo operacional (OCF, na sigla em inglês) de 2 mil milhões de euros, tendo em conta “o desempenho operacional forte e a posição financeira robusta”.

A produção de petróleo da Galp, em milhares de barris de petróleo equivalente por dia (kboepd) era de 96 unidades no final dos primeiros nove meses de 2024, enquanto o gás “pesava” apenas 13 destas unidades no total da produção.

Descarbonização da atividade

Está em curso a descarbonização da refinaria de Sines, com o objetivo de a transformar num Centro de Energia Verde”, anunciava o plano estratégico em 2021. A data limite apontada para este desígnio foi 2030.

Dois passos importantes nesta transformação são a expansão da produção de biocombustíveis avançados, através da instalação de uma unidade de Hydrogenated Vegetable Oil (HVO) em Sines, e a incorporação de oportunidades relacionadas com o hidrogénio verde.

Está em curso a descarbonização da refinaria de Sines, com o objetivo de a transformar num Centro de Energia Verde.

Galp

O investimento no segmento Industrial&Midstream contabilizava-se em 140 milhões de euros até setembro de 2024, e foi alocado sobretudo a “projetos de baixo carbono” no complexo industrial de Sines, como por exemplo “os trabalhos iniciais de execução” da unidade de biocombustíveis e no projeto para a produção de 100 megawatts de hidrogénio verde na mesma localização. Foi em setembro de 2023 que a Galp tomou a decisão final de investimento: comprometeu 650 milhões para estes projetos.

Neste caminho, a empresa espera reduzir 50% das emissões operacionais, incluindo os âmbitos 1 e 2, até 2030, face aos níveis de 2017. Parte do percurso já estava feito em 2021: o fecho da refinaria de Matosinhos ajudou a que estas emissões fossem reduzidas em 30%.

Diversificação do portefólio

A empresa planeava alocar, em média, cerca de 30% do investimento (Capex) anual líquido entre 2021 e 2025 ao desenvolvimento do seu portefólio de geração de energia renovável. O objetivo, explicava a empresa no plano estratégico, era expandir gradualmente o seu portefólio para mais de 4 gigawatts-pico (GWp) de capacidade em operação bruta até 2025, e 12 GWp até 2030.

No entanto, no Relatório e Contas dos primeiros nove meses de 2024, a empresa contabiliza apenas 1,5 GW de capacidade instalada. No mesmo documento, a empresa assinalou um decréscimo do EBITDA do segmento renovável, refletindo a evolução dos preços da eletricidade, os quais caíram 52% no período.

Em paralelo, “a Galp está também a avaliar oportunidades de entrada na cadeia de valor de baterias, que se encontra em rápido crescimento, capturando a vantagem de early mover na Europa”, lia-se no Plano Estratégico, que anunciava o “desenvolvimento da primeira fábrica de conversão de lítio da Europa, a ser localizada em Portugal”.

"A capacidade de equilibrar o investimento em projetos de crescimento, o desenvolvimento de energias renováveis e a remuneração aos acionistas será outro desafio crucial.”

João Queiroz

Responsável de Trading do Banco Carregosa

No entanto, 2024 foi o ano em que este projeto ruiu. Depois de vaivéns no financiamento e de o parceiro Northvolt ter declarado insolvência, a empresa pôs um ponto final a estas intenções.

A Galp avançou ainda com a aposta na mobilidade elétrica, apontando em 2021 para a instalação de 10.000 pontos de carregamento até 2025. Em setembro de 2024, a empresa contava cerca de 5.500 pontos de carregamento na Península Ibérica, cerca de metade do objetivo para daqui a um ano.

A capacidade de equilibrar o investimento em projetos de crescimento, o desenvolvimento de energias renováveis e a remuneração aos acionistas será outro desafio crucial”, remata João Queiroz, do Banco Carregosa. Este analista sublinha que os novos gestores terão de liderar a empresa na expansão da sua presença em áreas como hidrogénio verde e energia solar e eólica.

Estabilidade na gestão

A mudança no leme da empresa que marcou o início de 2025 decorreu de uma falha no reporte de um relacionamento do CEO com um dos quadros da empresa, o que colocou questões de transparência e conflito de interesses, culminando no afastamento de Filipe Silva por “razões familiares”.

A Galp conta quatro CEO numa década, quando as pares do setor, em média, trocam a liderança a cada 7 ou 10 anos.

O caso, noticiado em primeira-mão pelo ECO, tem como desfecho a quarta mudança de CEO em dez anos. “Este é um contraste acentuado em relação aos pares do setor, no qual os CEO se mantêm tipicamente por sete a 10 anos”, sublinhou a casa de investimento RBC Capital Markets, numa nota de análise.

Na visão do Banco Carregosa, a saída e alteração inesperada da liderança atual e as circunstâncias envolventes criam um desafio reputacional para a empresa. “O próximo [CEO] terá de restabelecer a confiança dos “stakeholders”, incluindo acionistas, reguladores e colaboradores, demonstrando liderança forte e comprometimento com os mais altos padrões de governação corporativa”, escreve o responsável de Trading da mesma casa de investimento.

 

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Amkor e a Vicaima investem 178 milhões. Apoios valem 23 milhões

As duas empresas assinaram contratos de investimento para, respetivamente, criar uma nova unidade industrial na área dos semicondutores e para introduzir tecnologias de produção disruptiva.

A Amkor e a Vicaima vão receber quase 23 milhões de euros do Estado para apoiar um investimento global de 178 milhões de euros, avançou ao ECO fonte oficial do Compete. As duas empresas assinaram contratos de investimento para, respetivamente, criar uma nova unidade industrial na área dos semicondutores e para introduzir tecnologias de produção disruptiva, com forte poupança de energia. O primeiro-ministro, Luís Montenegro, visita esta segunda-feira as instalações da antiga Qimonda, em Vila do Conde.

Os dois projetos candidataram-se ao Regime Contratual de Investimento (RCI) – Inovação Produtiva e receberam luz verde a 30 de dezembro do ano passado, porque as operações se “revestem de interesse especial para a economia nacional pelo seu efeito estruturante para o desenvolvimento, diversificação e internacionalização da economia portuguesa, com um custo total elegível igual ou superior a 25 milhões de euros”, pode ler-se no despacho publicado sexta-feira em Diário da República.

“Na sequência da análise levada a cabo pela Aicep concluiu-se que as referidas operações reúnem as condições necessárias à concessão de incentivos financeiros, o que motivou a aprovação das respetivas propostas negociais integrando, nomeadamente, o incentivo máximo a conceder, taxa e forma de apoio, bem como as condições para a respetiva concessão”, acrescenta o mesmo despacho. Apoios que serão financiados exclusivamente por verbas de “fundos nacionais”, avançou ao ECO fonte oficial do Compete, o organismo que, em conjunto com a Aicep, foi responsável pela organização processual (gestão, acompanhamento e execução).

Assim, a ATEP – Amkor Technology Portugal vai investir 150 milhões de euros na criação de uma nova unidade industrial no setor dos semicondutores. O projeto “Montagem e teste de semicondutores – open foundry” vai “permitir o desenvolvimento de processos produtivos inovadores para as tecnologias de Wafer Level, Substrate Level e Panel Level Fan Out, essenciais na resposta à política europeia e nacional prevista no Chips Act”, explicou a mesma fonte.

Este investimento da Amkor, que há seis anos comprou à Nanium, a empresa que nasceu da falência da Qimonda e era detida pelo Estado (18%, através da AICEP), pelo BCP (41%) e pelo Novobanco (41%), vai receber um incentivo de 18,9 milhões de euros.

Já a Vicaima vai investir cerca de 28 milhões de euros na introdução de tecnologias de produção disruptiva, com uma forte componente de poupança energética. O projeto “Vicaima 4.0 – crescimento económico e financeiro através da tecnologia, digitalização e sustentabilidade”, vai ser apoiado pelo Estado com quatro milhões de euros. Este incentivo visa dotar a unidade de Vale de Cambra de um aparelho produtivo capaz de materializar a inovação de produto e os novos produtos, desenvolvidos no âmbito de projetos de I&D.

A empresa de madeiras e derivados quer “abranger novos mercados e conquistar outros nos quais o seu peso é, ainda incipiente, crescendo em termos de volume de faturação e, mais importante, em termos de valor acrescentado”, explica a mesma fonte do Compete.

Estes dois investimentos exemplificam os 420 milhões de euros que a Aicep contratualizou o ano passado e que correspondem à criação de mais de mil postos de trabalho em seis áreas diferentes de atividade. Por isso, esta segunda-feira, Luís Montenegro, acompanhado do ministro da Economia, Pedro Reis, vai à Amkor, em Vila do Conde, aproveitando a passagem para visitar também a Nelo, a já famosa e olímpica empresa de kayaks.

Montenegro escolheu o investimento como palavra-chave para 2025, defendendo que o novo ano deve ser pautado por mais investimento e que quer construir um país mais competitivo e com mais riqueza. Num artigo de opinião no Jornal de Notícias, no arranque do ano, o primeiro-ministro escreveu: “As palavras-chave são investimento, investimento, investimento. Concretizar o investimento público. Estimular o investimento interno, privado e empresarial. Atrair o investimento externo que procura previsibilidade e segurança”.

Uma ideia que o responsável já tinha defendido em entrevista ao Diário de Notícias, dias antes. “O esforço principal tem de ser o de estimular o investimento e o de atrair investimento direto estrangeiro”, considerando que estas “são duas faces da mesma moeda”. No Orçamento do Estado para 2025, o Ministério das Finanças estima que o investimento acelere ligeiramente este ano, passando de crescimento de 3,2% em 2024 para 3,5% em 2025. Mas há instituições mais otimistas como o Conselho das Finanças Públicas, a OCDE ou o Banco de Portugal.

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Preços do correio regulado nos CTT sobem 6,9% em fevereiro, quase o triplo da inflação

Depois de os preços terem subido 9,49% em 2024, a aplicação da fórmula acordada com o regulador permitirá que os CTT voltem a realizar em 2025 um novo aumento superior à inflação.

Apesar do alívio na inflação, os preços do correio regulado nos CTT irão subir 6,9% a partir de fevereiro, disse ao ECO fonte oficial da Anacom. A subida resulta da aplicação da fórmula convencionada em 2022 entre os CTT, o regulador das comunicações e a Direção-Geral do Consumidor.

“O aumento médio anual de preços dos serviços que integram o serviço postal universal objeto no convénio de preços, de acordo com o que foi proposto pelos CTT, será de 6,9%”, respondeu fonte oficial da Anacom a uma questão enviada pelo ECO. A mesma fonte acrescenta que, de acordo com a proposta dos Correios, as novas tarifas “entrarão em vigor no início de fevereiro”.

O aumento dos preços este ano é quase o triplo da inflação estimada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) em 2024, que terá rondado 2,4%. Além disso, esta subida de 6,9% dos preços dos CTT acontece depois de, em fevereiro de 2024, os preços já terem subido 9,49% através da aplicação da mesma fórmula.

Na altura, os CTT disseram que o convénio teria permitido subir os preços em 2024 em até 14,83%, o que levou a empresa a anunciar o aumento num comunicado intitulado “CTT minimizam impactos para os clientes e atualizam preços abaixo do máximo permitido”.

A fórmula acordada pelas três partes pondera a variação média do Índice de Preços no Consumidor nos 12 meses até junho do ano anterior. Ou seja, entraram nas contas dos CTT a evolução da inflação na segunda metade de 2023 e na primeira metade do ano passado.

O convénio de preços pondera ainda a queda do tráfego do correio nos 12 meses até junho de 2024, uma parcela de custos variáveis, um fator de eficiência e uma variável que se aplica “caso ocorram alterações significativas de contexto”.

Com o aumento agora conhecido para 2025, o aumento realizado em 2024 e os 6,58% de aumento que os CTT aplicaram em março de 2023, a fórmula convencionada pela empresa, a Anacom e a entidade que representou os consumidores permitiu, neste período, que os Correios tenham subido os preços sempre acima da taxa de inflação registada em cada ano.

Este é também o último ano de aplicação do referido convénio, previsto apenas para o período de 2023 a 2025. Esta é a forma de financiamento do serviço postal universal, que é pago pelos próprios utilizadores.

O ECO contactou fonte oficial dos CTT para aferir as tarifas do correio que entrarão em vigor em 2025 e encontra-se a aguardar resposta.

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