Desafios passados e turbulência futura no setor segurador

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  • 19 Dezembro 2024

Os últimos anos foram desafiantes para o setor segurador e os próximos não se preveem mais fáceis. A agilidade e capacidade de adaptação serão chave para ganhar vantagens competitivas no setor.

O ano cujo final agora se aproxima voltou a ser particularmente desafiante para o setor segurador a nível global. Foi o primeiro ano de reporte em IFRS 17, com continuada pressão para uma maior digitalização no setor, a agenda verde e uma crescente necessidade de uma maior eficiência de custos.

Transversalmente a todos os setores, a continuação e escalada dos conflitos regionais, a turbulência política no ocidente, o arrefecimento do crescimento nos mercados emergentes e o provável ressurgimento do protecionismo no comércio internacional, mesmo considerando a recente acalmia na inflação e decorrente alívio nas taxas de juros, existe uma incerteza crescente aos mercados a nível global.

Os próximos anos não se preveem menos desafiantes e irão exigir do setor um foco estratégico para ultrapassar estes obstáculos e encontrar áreas de crescimento, identificamos quatro áreas que se prevê que façam mexer o setor num futuro próximo.

  1. Pressão regulatória e aumento generalizado de custos
    A crescente pressão regulatória a que temos assistido nos últimos anos e que se prevê continuar, tem obrigado a um aumento dos custos operacionais das Companhias. IFRS 17, Solvência II, proteção de dados, branqueamento de capitais e sustentabilidade, entre outros, têm exigido um elevado volume de investimento, estando agora o mercado a virar-se para identificar potencias eficiências nestas e noutras áreas para melhorar a rentabilidade. Importa neste processo não perder de vista a qualidade do serviço. O investimento e automação, análise de dados e inteligência artificial, efetuado criteriosamente, poderá reduzir significativamente a ineficiência nos processos, podendo o investimento nestas áreas transformar estas barreiras regulatórias em vantagens competitivas.
  2. Desenvolvimento de novos produtos
    A forma como os seguros são consumidos tem sofrido grandes alterações nos últimos anos, potenciadas também por uma alteração do perfil de risco dos tomadores/beneficiários. Desde o crescimento no alojamento local, passando pelas plataformas como de entregas e transporte até ao crescimento galopante dos riscos de cibersegurança, são significativas as alterações. Existe hoje, potencialmente, um grande gap de proteção que as Companhias devem procurar endereçar, investindo na melhoria de processos que permita colocar e distribuir os produtos no mercado de forma mais rápida e ágil, mas sem perder de vista a eficiência e compliance regulatório já referida.

    Ruben Olival, Senior Manager EY, Assurance Financial Services
  3. Parcerias, ecossistemas e canais de distribuição
    Seja por via de uma maior eficiência, pela necessidade de acompanhar as referidas alterações no mercado ou pelo desejo de inovar, as Companhias têm procurado diversificar a colocação da sua oferta no mercado. As parcerias e ecossistemas estão a tornar-se centrais na estratégia de crescimento. Através de parcerias com empresas tecnológicas, da área da saúde e até do imobiliário, tem sido possível complementar os produtos tradicionais, como o seguro de saúde com os programas de bem-estar e multirriscos habitação com dispositivos inteligentes da casa. A identificação e escolha dos parceiros adequados é chave neste processo, para permitir a criação de valor para ambas as partes. Importa neste processo, nunca perder a ligação humana que a maioria dos tomadores ainda aprecia, quer na escolha dos melhores produtos para o seu perfil de risco, quer posteriormente quando existir algum assunto que não se enquadre num processo padrão.
  4. Capacitação de recursos humanos para responder aos desafios
    Os desafios referidos, bem como as áreas de foco, estão intrinsecamente ligados com a capacidade das Companhias potenciarem as suas pessoas para responder aos mesmos. Existe uma necessidade crescente por recursos com conhecimentos acerca das novas tecnologias e da recente digitalização, existindo um desequilíbrio no mercado onde a procura por esse tipo de conhecimento supera largamente a oferta. Isto torna fulcral o desenvolvimento de um mindset interno, que não só promova a formação nestas áreas, mas que as torne centrais no dia-a-dia das organizações. Os gestores de topo têm um papel chave na promoção da inovação, colaboração e adaptabilidade que permita que a Companhia saia vencedora de todos estes desafios.

Em conclusão, de modo a serem capazes de ultrapassar e crescer com os desafios atuais e futuros, as organizações devem focar-se na inovação estratégica, na eficiência de processos, na escolha criteriosa de investimentos e parcerias e no desenvolvimento e capacitação das suas pessoas. O futuro prevê-se continuadamente incerto e desafiante, mas trará também recompensas e crescimento para quem se conseguir adaptar de forma eficaz.

Ruben Olival, Senior Manager EY, Assurance Financial Services

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CTT fazem negócio estratégico com DHL para distribuir encomendas online

A transação deverá ficar concluída no segundo semestre de 2025. CTT e DHL têm a opção de aumentar, no futuro, até uma participação de 49% as suas participações mútuas nas respetivas empresas.

Os CTT fecharam uma “parceria estratégica” com a DHL para criar uma joint venture para “unir esforços” no comércio eletrónico em Portugal e Espanha. A parceria pretende abordar as oportunidades de crescimento nos mercados de e-commerce e distribuição de encomendas, explicam os CTT numa nota ao mercado. A segunda no espaço de dois dias, já que na quarta-feira foi anunciada a compra da espanhola Cacesa por 104 milhões de euros.

O mercado recebeu bem as notícias já que, esta manhã, os títulos da empresa de correios eram os únicos a valorizar em todo o PSI. A subida começou nos 2% mas foi-se ampliando ao longo da manhã e chegou mesmo aos 8%.

Esta parceria visa criar uma rede abrangente de recolhe e distribuição em Portugal e Espanha, mas para chegar a essa realidade é necessário fazer um conjunto de operações: a CTT Expresso vai comprar integralmente a DHL Parcel Portugal, os CTT vão adquirir 25% DHL Parcel Iberia, ficando com uma participação indireta através da holding Danzas. Já a espanhola DHL vai comprar uma participação de 25% na CTT Expresso. Assim, a DHL em Portugal será integrada na CTT Expresso, que se torna a distribuidora de e-commerce da DHL em Portugal.

Os CTT explicam que a operação “está sujeita às condições habituais de conclusão, incluindo as aprovações regulamentares aplicáveis”, mas a expectativa é que fique “concluída no segundo semestre de 2025”. “Ambas as partes concederão uma à outra a opção de aumentar, no futuro, até uma participação de 49% as suas participações mútuas nas respetivas empresas“, explica a apresentação publicada no site da CMVM.

A parceria agora anunciada avalia a CTT Expresso em 482 milhões de euros, a DHL Parcel Iberia em 106 milhões e a DHL Parcel Portugal em 12 milhões. Fora deste valor estão as “alavancas de valorização” para os CTT e DHL de 15 milhões de euros. De acordo com o comunicado, os CTT esperam “um encaixe líquido de cerca de 69 milhões, assumindo uma base livre de dívida”.

Os CTT explicam ainda que no âmbito deste acordo, o “negócio de comércio eletrónico da DHL em Portugal será totalmente transferido para a CTT Expresso”. Em Espanha o objetivo será criar uma rede eficiente para processar encomendas e entregas last mile, nos mercados B2C (Business-to-Consumer) e B2B (Business-to-Business).

Para os clientes será possível entregar e receber as encomendas em qualquer um dos 20mil pontos de entrega em Portugal e três mil em Espanha. A parceria porá ao dispor de ambas as empresas mais de mil cacifos Locky dos CTT, a que se juntarão mais dez mil numa expansão, prevista para os próximos anos, fora de casa (“out-of-home”).

(Notícia atualizada com mais informação)

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Hoje nas notícias: Carros elétricos, Zona Franca da Madeira e SNS

  • ECO
  • 19 Dezembro 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

As candidaturas ao apoio do Governo para a compra de veículos elétricos fecham no final do ano, estando por atribuir mais de metade das verbas do incentivo. Mais sete empresas da Zona Franca da Madeira perderam as ações interpostas junto do Tribunal Geral da União Europeia contra o Executivo comunitário. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta quinta-feira.

Mais metade dos apoios aos carros elétricos ainda por gastar

O programa do Governo de incentivo à compra de veículos elétricos, que devolve quatro mil euros aos cidadãos que abatam um carro antigo e comprem um automóvel 100% elétrico, recebeu apenas 379 candidaturas desde outubro. Com o prazo das candidaturas a terminar no dia 31 de dezembro, ainda estão por atribuir 2,6 milhões de euros do total de 4,2 milhões de euros aprovados. A “taxa de execução muito baixa” do programa resulta, segundo o presidente da Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos (UVE), Pedro Faria, da opção do Governo de “misturar” o apoio à aquisição de veículos novos com o da renovação da frota. A exigência de abater uma viatura a combustíveis fósseis com mais de dez anos é “errada”, critica o responsável.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago)

Empresas da Zona Franca da Madeira perdem ações contra a Comissão Europeia

Desde 2023 que o Tribunal Geral da União Europeia (TGUE) tem negado provimento às ações interpostas por empresas sediadas na Zona Franca da Madeira contra a Comissão Europeia. Nesta quarta-feira, o tribunal geral voltou a dar razão a Bruxelas nos processos intentados por sete empresas, que pretendiam anular a decisão do Executivo comunitário que considerou ilegal a forma como beneficiaram de um IRC reduzido durante vários anos e que as obriga a devolver ao Estado português os incentivos indevidos.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Contrato-promessa não serve para garantir exclusão de mais-valias

A norma que permite não pagar mais-valias com a venda de uma segunda habitação se estas forem usadas para abater o crédito à habitação termina em 31 de dezembro. Até lá, quem tiver realizado um contrato-promessa de compra e venda, mas não for a tempo de fazer a escritura, já não poderá aproveitar a medida do Governo. O esclarecimento veio do Ministério das Finanças: a exclusão da tributação de mais-valias resultantes da venda de uma segunda habitação quando aplicadas na amortização do crédito da habitação própria e permanente aplica-se “às transmissões realizadas entre 1 de janeiro de 2022 e 31 de dezembro de 2024”, pelo que “não abrange as transmissões realizadas em 2025, independentemente da data em que ocorra o respetivo contrato-promessa”.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso indisponível)

“Tem de haver diferença entre os que vêm para ficar e os que vêm para fruir do acesso ao SNS”

A provedora de Justiça, Maria Lúcia Amaral, considera que “tem de haver uma diferença” no acesso ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) entre migrantes a residir em Portugal que não estão legais devido a atrasos na atribuição dos documentos e pessoas que vêm especificamente a Portugal para ser tratadas. “Nas exceções, estas coisas hão de estar contempladas”, diz, em entrevista, embora não seja taxativa num eventual apoio aos argumentos do PS relativamente a problemas de constitucionalidade na medida apresentada pelo Executivo de Luís Montenegro.

Leia a entrevista completa na Renascença (acesso livre)

SNS24 ‘tira’ 350 mil das urgências hospitalares

Desde maio de 2023 até à passada segunda-feira, houve 670 mil contactos de pessoas doentes para o SNS24 antes de se dirigirem a uma urgência, dos quais mais de 280 mil foram referenciados para os cuidados de saúde primários e cerca de 70 mil ficaram em autocuidados. Segundo o diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), António Gandra d’Almeida, o projeto “Ligue Antes, Salve Vidas” permitiu “melhorar a eficácia e eficiência do atendimento, incentivando os cidadãos a ligarem para a Linha SNS24 antes de se dirigirem às urgências hospitalares”.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

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Os espanhóis vão gastar, pela primeira vez, em média, mais de mil euros no Natal, num contexto de crescimento das compras a crédito

  • Servimedia
  • 19 Dezembro 2024

Nove em cada dez consumidores vão dar prioridade à utilização do cartão bancário como forma de pagamento das suas compras de Natal.

Este ano, os espanhóis vão gastar em média 1081,15 euros por pessoa nas férias de Natal, segundo dados da Associação Espanhola de Consumidores (AEC), o que representa um aumento de 112 euros por pessoa em relação ao ano anterior. Pela primeira vez, o gasto por pessoa ultrapassará a marca dos 1000 euros, facto que se deve à elevada inflação no consumo, segundo a AEC.

No que diz respeito às compras de Natal, os consumidores optam ligeiramente mais pelas lojas online do que pelas lojas físicas, 60% e 40%, respetivamente, enquanto os cartões bancários são o método de pagamento preferido pela maioria dos consumidores, com 9 em cada 10, em comparação com o dinheiro.

De facto, os cartões de crédito são uma fórmula muito recorrente para que as famílias tenham liquidez suficiente e consigam fazer face ao pico de gastos que se concentra no final do ano. Um estudo da consultora especializada em tendências de consumo, Inteliens, que analisou 57 cartões de crédito em Espanha de 18 instituições financeiras, revela que o cartão MyCard do CaixaBank é o mais flexível do mercado, oferecendo mais opções para ajustar os métodos de pagamento, quer em termos de frequência específica, quer de montante exato.

Mais concretamente, este cartão oferece até oito modalidades de pagamento diferentes, que podem ser efetuadas a cada um ou dois dias, durante um determinado número de dias, de uma só vez, um dia por semana ou no final do mês, ou até um determinado montante. Existe ainda a possibilidade de adiar determinadas transações para uma data posterior ou de pagar em prestações antes ou depois de compras até 40 euros, durante um ano. Para as compras de valor igual ou superior a 600 euros, é possível financiar de 15 a 24 meses, sendo possível acompanhar os custos cobrados em tempo real através da aplicação ou do sítio Web do banco. Como novidade, este meio de pagamento prolonga a sua vida útil para sete anos (anteriormente cinco), minimizando o seu impacto ambiental, uma vez que é feito de plástico 100% reciclado.

Tal como este cartão, existem outros bancos que oferecem versatilidade nos seus cartões de crédito. Por exemplo, no que respeita à escolha da data de débito, todos os cartões de crédito do BBVA permitem escolher entre o dia 21 do mês e o dia 5 do mês seguinte para o pagamento total ou diferido, enquanto até cinco cartões da IberCaja permitem escolher qualquer dia da semana com total flexibilidade (Visa Universal, +ONE, Premium, Dorada e Repsol plus) da mesma forma que o cartão do CaixaBank. No caso do Visa Premium, partilha com o MyCard o facto de o pagamento poder ser efetuado em dois dias. Por seu lado, a Wizink oferece o cartão Click and Now que permite escolher entre quatro opções de datas de fecho (dia 5, 10, 27 ou último dia do mês).

O pagamento semanal é outra vantagem descrita no estudo da Inteliens, que apenas é oferecida pelos cartões IberCaja e CaixaBank acima mencionados, pelo cartão MC da Unicaja e pelo Visa Aktiva da Laboral Kutxa.

Os cartões duais, que combinam pagamentos a débito e a crédito, são outra casuística destacada pelo relatório, uma vez que os únicos cartões existentes no mercado são o MyCard do CaixaBank, bem como os cartões Ahorro/Luego e Combo 1 do Bankinter, e os cartões duais Visa e Korner do Kutxabank.

Outra característica detalhada no estudo são as facilidades oferecidas com o pagamento móvel, com o CaixaBank, Santander e Openbank a destacarem até cinco opções diferentes através do Google Pay, Apple Pay, Samsung, Garming e Fitbit.

CONSUMO A CRÉDITO

A flexibilidade oferecida pelos cartões de crédito está ligada ao aumento do crédito ao consumo das famílias espanholas, que em abril ultrapassou pela primeira vez os 100 mil milhões de euros, um valor que não se via desde 2009, segundo o Banco de Espanha. Uma tendência ascendente que também se reflete nos últimos meses: o seu último boletim estatístico de contas financeiras regista uma recuperação dos empréstimos ao consumo em outubro, que aumentaram 5,7% em relação ao mesmo mês do ano passado.

O supervisor bancário situa o volume de dinheiro que as instituições de crédito emprestaram às famílias em 103.209 milhões de euros, mais 852 milhões de euros do que em setembro, tudo isto no calor da época das compras de Natal.

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Polícia italiana desmantela rede que vendia listas ilegais de IPTV e conteúdos pedófilos

  • Servimedia
  • 19 Dezembro 2024

Em quatro anos, arrecadou 850 mil euros através de taxas de 10 euros por mês. Os mais de 6.000 utilizadores da plataforma enfrentam agora multas entre 150 e 5.000 euros.

A Unidade de Polícia Económico-Financeira de Nápoles e a Unidade Especial para a Proteção da Privacidade e da Fraude Tecnológica de Roma levaram a cabo uma operação para desmantelar uma rede em Nápoles dedicada à venda de listas de IPTV a partir das quais eram transmitidos conteúdos audiovisuais de todos os tipos de entretenimento das principais plataformas de streaming, de acordo com vários meios de comunicação italianos, como a agência noticiosa Ansa.

Além disso, durante a operação foi também descoberto que o líder do grupo tinha criado uma sala de chat onde negociava vídeos e fotografias de pedofilia, tendo sido apreendidas cerca de 1600 peças de pornografia infantil pelas quais era exigida uma comissão via Whatsapp.

As forças de segurança concluíram a operação com a identificação de três pessoas que já foram sujeitas a medidas cautelares, incluindo a prisão para o líder da rede e a obrigação de se apresentarem diariamente à Polícia Judiciária para os outros dois elementos.

A rede, que funciona há quatro anos, conseguiu arrecadar mais de 850 mil euros com a cobrança de taxas de 10 euros por mês – 80 euros se os assinantes optassem pela inscrição anual – a mais de 6 mil utilizadores da plataforma que, segundo consta, serão multados entre 150 e 5 mil euros. Desses 6.000, cerca de 2.000 optaram por fazer os pagamentos em criptomoedas que foram parar a 64 carteiras digitais agora bloqueadas pela justiça.

A investigação levou à identificação de um total de 46 sites que ajudaram a desmantelar este centro de distribuição de conteúdos fraudulentos. A polícia apreendeu ainda servidores não autorizados e equipamento informático moderno utilizado para gerar moedas virtuais, bem como desmantelou uma estufa interior onde o principal suspeito produzia derivados de canábis.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 19 de dezembro

  • ECO
  • 19 Dezembro 2024

Ao longo desta quinta-feira, 19 de dezembro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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TÜV SÜD orienta os compradores na identificação de produtos seguros e conformes

  • Servimedia
  • 19 Dezembro 2024

A TÜV SÜD, empresa especializada em serviços de inspeção, testes e certificação, aproveita a época para lembrar aos consumidores como reconhecer produtos seguros e amigos do ambiente.

Tem como objetivo de encorajar decisões informadas e promover o consumo responsável, num contexto em que os critérios de sustentabilidade são cada vez mais importantes nas decisões de compra.

Oriol Roig, Global Key Account Manager Consumer Products & Retail da TÜV SÜD Espanha e Portugal, explicou que “graças à nossa especialização na verificação dos processos de fabrico, podemos orientar os compradores no sentido de reconhecerem os produtos que cumprem os mais elevados padrões de segurança e respeito pelo ambiente. Na TÜV SÜD, há anos que apoiamos as empresas na verificação da segurança e sustentabilidade dos produtos, dando aos consumidores confiança em cada compra”.

Recordou que os brinquedos e os dispositivos eletrónicos são produtos que requerem uma atenção redobrada em termos de segurança. Na União Europeia, produtos como estes têm de ter a marcação CE, uma certificação que assegura que cumprem os regulamentos de segurança, saúde e proteção ambiental, e garante que foram avaliados por especialistas e cumprem as normas de segurança exigidas.

Para além da segurança, muitos consumidores procuram atualmente presentes que sejam não só bons para as pessoas, mas também para o planeta. Para o efeito, existem também certificações de sustentabilidade que ajudam os compradores a identificar os artigos que foram fabricados de forma responsável, ajudando a reduzir a pegada de carbono e a conservar os recursos naturais.

Por último, a empresa afirma que é importante prestar atenção às embalagens. Escolher produtos com embalagens recicláveis ou minimizar a utilização de materiais ajuda a reduzir os resíduos gerados durante as férias.

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Growset tem dez milhões para ajudar empresas tech a acelerar

Em dois anos, os partners da Growset querem investir 10 milhões de euros para ajudar tecnológicas, na fase pré-seed ao scaleup, a acelerar o seu crescimento com o mercado internacional na mira.

Da esquerda para a direita, João Prior, Nelson Rodrigues e Frederico Mangas, os partners da Growset.

Juntos têm décadas de experiência no setor das tecnologias e como empreendedores. Agora João Prior (ex-Deloitte), Frederico Mangas (Indigo) e Nelson Rodrigues (Mediaweb) avançaram com um novo desafio: a Growset. Em dois anos querem investir dez milhões de euros para ajudar tecnológicas da fase pré-seed ao scaleup a acelerar o seu crescimento com o mercado internacional na mira.

“O nosso foco está em apoiar empresas de serviços, principalmente nas que operam com tecnologia low-code e inteligência artificial no processo e abordagem ao mercado nacional e internacional. Acreditamos que estas empresas podem tirar partido de uma partilha lado a lado, com quem já percorreu o mesmo caminho e fala a ‘linguagem’ delas”, afirma João Prior, partner e CEO da Growset, ao ECO.

Antigo associate partner da Deloitte na área de tecnologia, consultora à qual esteve ligado durante mais de três anos, João Prior junta-se agora a Frederico Mangas, que em 2014 fundou a Indigo, uma empresa de professional services especializada em low-code, e a Nelson Rodrigues — profissional com 18 anos de experiência no setor tech, fundador da Mediaweb, empresa especializada em experiências digitais, implementação em low-code, tecnologias tradicionais e inteligência artificial (IA) — neste novo projeto assente num “modelo de venture builder e gestora de participações”.

“A Growset nasceu da intenção de criar um projeto que partilhasse as competências que adquirimos ao longo dos anos enquanto empreendedores no setor tecnológico. Como investidores, sentimos o desejo de aplicar essa experiência para ajudar outros fundadores que estão a iniciar ou a consolidar o seu percurso. Por experiência própria, sabemos o quão desafiante é criar e escalar um negócio, e acreditamos no poder da cooperação e da complementaridade na criação de valor”, explica o CEO.

Crescer portefólio de ativos

A Growset arranca com um portefólio de sete ativos — Indigo, Mediaweb, Trusted, Burgundy, Retone, Nexa e Spread — “que gera mais de 10 milhões de euros em faturação, sendo que 75% desse valor provém de mercados internacionais”, adianta João Prior. “Temos presença em áreas como desenvolvimento de software, experiência do utilizador (UX), IA, consultoria tecnológica e formação, com o objetivo de integrar diferentes competências para criar soluções mais completas e alinhadas com as necessidades dos clientes”, detalha o CEO.

Portefólio de ativos que quer reforçar através de um “modelo de venture builder e gestora de participações”, em que a Growset “adquire sempre uma parte dos negócios — mas nunca a totalidade — para assegurar o alinhamento de interesses entre a nossa equipa e os fundadores”.

Dez milhões para investir

“Pretendemos investir dez milhões de euros nos próximos dois anos“, adianta João Prior. “Algum deste montante são capitais próprios e outro estamos a trabalhar com alguns parceiros financeiros. Hoje em dia temos um conjunto de ativos — e a tipologia de ativos que investimos são tipicamente empresas que prestam serviços profissionais de tecnologia no espectro low code e IA”, explica o CEO.

Ao nível de investimento, a Growset não tem tickets mínimos ou máximos para alocar às empresas, que podem ser investidas desde a fase pré-seed à de scaleup.

“Procuramos negócios com soluções flexíveis e escaláveis, que estejam assentes em produtos e aceleradores. Temos ainda uma forte aposta em novas ideias, que possamos colocar rapidamente no mercado em lógica de MVP [Produto mínimo Viável, em português] e agregar serviços associados”, diz João Prior, frisando que o papel da Growset vai para lá de investidor financeiro.

Queremos que o fundador sinta que está no comando do negócio e que nós funcionamos como um catalisador, um acelerador, para o ajudar a crescer, com o nosso know-how e experiência, com competências que não têm, seja também com injeção de capital. Não queremos que seja só um modelo puramente financeiro.

João Prior

Cofundador e CEO da Growset

“O nosso modelo não é puramente de investimento financeiro. Pelo facto de já termos fundado as nossas empresas, acabamos por ser também advisors dos fundadores, lado a lado, num conjunto de temas: vendas, estratégicos, financeiros”, explica, dando como exemplo o papel desempenhado junto de uma das associadas — a Mediaweb —, em que a colaboração da Growset “permitiu abrir mercados no Médio Oriente, mas também nos Estados Unidos para a empresa”.

Por norma, nos projetos, a empresa terá “sempre participações”, não adquirem a 100%. E explica porquê. “Queremos que o fundador sinta que está no comando do negócio e que nós funcionamos como um catalisador, um acelerador, para o ajudar a crescer, com o nosso know-how e experiência, com competências que não têm, seja também com injeção de capital. Não queremos que seja só um modelo puramente financeiro”, reforça.

Além da entrada em empresas já no mercado, a Growset quer ter ainda um papel de incubadora ou aceleradora no ecossistema de empreendedorismo. “Estamos também a explorar novas iniciativas através do nosso Labs, com um foco especial no desenvolvimento de ideias práticas e viáveis para o mercado”, diz. Duas das empresas no atual portefólio — a Nexa e a Spread — resultaram dessa “lógica de Lab”.

“Ideias novas que fazemos seed, ou seja, financiamos porque resolvem nichos específicos de mercado”, conclui.

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Reforma: soluções complementares para garantir o futuro

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  • 19 Dezembro 2024

O envelhecimento populacional desafia o sistema de pensões. Descubra soluções complementares para assegurar um futuro financeiro tranquilo.

A sustentabilidade do sistema de pensões tem sido uma preocupação crescente em muitos países, incluindo Portugal. Com o envelhecimento populacional e a diminuição da população ativa, o equilíbrio financeiro da Segurança Social enfrenta desafios significativos.

O Livro Verde da Segurança Social veio contribuir para a discussão sobre como adaptar o sistema às novas realidades demográficas e económicas. Portugal tem sido capaz de introduzir reformas relevantes no sistema de Segurança Social que têm ajudado a preparar o país para os desafios de uma longevidade mais elevada. No entanto, essas reformas têm tido um caráter fortemente redistributivo, na medida em que estabeleceram que a pensão é formada por toda a carreira contributiva (e não apenas sobre os últimos anos) e limitaram a pensão máxima a pagar pela Segurança Social e 12 Indexantes de Apoios Sociais (IAS).

Existe hoje uma maior incerteza sobre até que ponto a pensão da Segurança Social poderá assegurar a manutenção do nível de vida no futuro. Por esta razão, para assegurar um futuro tranquilo na reforma, é indispensável complementar as pensões da Segurança Social, tanto com poupanças das empresas a favor dos seus trabalhadores como de poupanças individuais.

O Desafio da Sustentabilidade do Sistema de Pensões

O sistema público de pensões baseia-se num modelo de redistribuição, em que os trabalhadores ativos financiam as reformas dos inativos. No entanto, a redução da natalidade e o aumento da esperança média de vida criam um desfasamento crescente entre contribuições e benefícios. De acordo com o Livro Verde da Segurança Social, soluções como o prolongamento da idade ativa, o reforço da equidade contributiva e o estímulo à acumulação de poupança são cruciais para garantir a sustentabilidade a longo prazo.

Soluções Complementares para a Reforma

Diversos países têm implementado estratégias para incentivar a poupança individual e a adesão a sistemas complementares de reforma, reduzindo a pressão sobre os sistemas públicos. Alguns exemplos incluem:

  • Planos de Poupança com Benefícios Fiscais (Reino Unido e Alemanha)

No Reino Unido, o NEST (National Employment Savings Trust) oferece aos trabalhadores um sistema de adesão automática (auto-enrolment), com contribuições partilhadas entre empregador e empregado. Além disso, existem incentivos fiscais para encorajar a poupança. Na Alemanha, os Riester-Rente são planos de poupança incentivados pelo Estado com cofinanciamento público.

  • Fundos de Reforma Profissionais (Holanda)

Na Holanda, um dos sistemas mais robustos do mundo, os trabalhadores participam em fundos de pensões geridos por setores específicos, garantindo uma gestão eficiente e rendimentos consistentes.

  • Planos de Emprego Simplificados (Espanha)

Espanha criou em 2022 uma modalidade de poupança que promove a implementação de planos de pensões profissionais, proporcionando aos trabalhadores independentes e às associações profissionais uma melhor opção de poupança para a sua reforma.

Abaixo, apresenta-se um gráfico que ilustra a composição do financiamento das pensões em alguns países, medida como uma percentagem do PIB repartido pelo setor público e privado.

Iniciativas em Portugal: Um Caminho a Seguir

Em Portugal, o Livro Verde da Segurança Social apresenta ideias para estimular a poupança, como a criação de regimes complementares flexíveis e incentivos para adesão a planos de pensões privados. Contudo, é necessário ir além:

  • Educação Financeira: Promover a literacia financeira, incentivando os cidadãos a planear a sua reforma desde cedo.
  • Reforço das Poupanças: Criar produtos financeiros acessíveis e seguros, alinhados com as necessidades dos diferentes perfis de rendimento.
  • Incentivos Fiscais: Reforçar benefícios para contribuições de instrumentos de poupança de longo prazo.

A poupança para a reforma não é apenas uma necessidade individual, mas uma responsabilidade coletiva. Garantir a sustentabilidade do sistema de pensões exige esforços conjuntos entre o Estado, as Empresas e os Cidadãos. Portugal pode aprender com os exemplos internacionais e adaptar soluções às suas especificidades, promovendo um futuro mais seguro para todos os reformados. A integração de reformas estruturais na Segurança Social e o estímulo à poupança privada são caminhos indispensáveis para assegurar uma reforma digna e sustentável.

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Grupo de Santo Tirso investe 40 milhões em fábrica de embalagens alimentares nos EUA

Com vendas de 152 milhões e 400 trabalhadores em Santo Tirso e Guimarães, a produtora de embalagens alimentares Intraplás, detida pela família Ferreira, vai dar o salto industrial para os EUA em 2025.

Fundada em 1968 pelo comendador Alberto Machado Ferreira, em Santo Tirso, a Intraplás prepara-se para investir cerca de 40 milhões de euros numa fábrica nos Estados Unidos, a primeira fora de Portugal. Em construção na cidade de Van Wert, no estado de Ohio, a nova unidade industrial com dez mil metros quadrados vai iniciar as operações no verão de 2025 e criar mais de 50 postos de trabalho.

O presidente executivo da empresa nortenha, que emprega perto de 400 pessoas nas fábricas de Rebordões (Santo Tirso) e Lordelo (Guimarães), adianta ao ECO que a decisão foi tomada “há mais de um ano” e que, após vários meses a “trabalhar com a equipa de projeto, a escolher a localização e as tecnologias”, as obras arrancaram este mês para “adequar” a infraestrutura industrial em bruto que comprou nos EUA.

Antes de mais, a localização foi escolhida por “critérios de mercado, como a proximidade aos clientes potenciais e à cadeia de abastecimento, como produtores de polímeros”.

“E depois os EUA, ao contrário do que acontece na Europa, são muitos competitivos em atrair investimentos. Há um conjunto de benefícios, incluindo fiscais, que fomos negociando”, acrescenta Duarte Faria.

Os EUA, ao contrário do que acontece na Europa, são muitos competitivos em atrair investimentos. Há um conjunto de benefícios, incluindo fiscais, que fomos negociando.

Duarte Faria

CEO da Intraplás

No ano passado, em que a faturação caiu quase 8%, para 152,4 milhões de euros, mas em que viu os lucros aumentarem para dez milhões de euros, o negócio detido pela família Ferreira – os dois filhos do fundador (Anabela e Jorge) são administradores executivos e cada um tem uma quota de 46,5% na sociedade – exportou 90% da produção para mais de 30 mercados espalhados pelo mundo.

Apenas atrás de França, Espanha e Reino Unido, os EUA são o quarto principal destino das embalagens para laticínios de base sólida, como iogurtes, gelatinas ou sobremesas lácteas.

A futura unidade fabril na maior economia do mundo, que irá produzir o mesmo que as congéneres portuguesas, está a ser “equipada com tecnologia de ponta” para aumentar “significativamente” a capacidade produtiva do grupo. “Pode chegar a uma dimensão na casa das 20 mil toneladas”, calcula Duarte Faria.

“O investimento em Ohio é um reflexo do nosso compromisso com a inovação e a proximidade ao mercado. Esta nova unidade permitirá à Intraplás fortalecer a competitividade, responder às crescentes necessidades do setor e abrir novas oportunidades no mercado norte-americano”, refere Anabela Ferreira.

Um “sonho [que] projeta uma empresa portuguesa como um player global”, completa o irmão Jorge, numa nota publicada nas redes sociais da companhia.

Duarte Faria, CEO da Intraplás

A internacionalização para os EUA, numa altura em que Donald Trump se prepara para tomar posse e ameaça com novas medidas protecionistas, é a próxima etapa do grupo familiar liderado desde março de 2021 por Duarte Faria, que a Interplás foi recrutar ao grupo Frulact, onde esteve durante sete anos, e os últimos dois como CEO.

No currículo tem ainda passagens pela Amorim Holding e por instituições financeiras como Santander Totta, BNP Paribas Fortis e Nedbank, em Moçambique.

em 2023 e 2024, o programa de investimentos, avaliado em 15 milhões de euros, esteve concentrado num conjunto de “projetos estratégicos” nas suas unidades de extrusão e packaging com duas novas linhas de produção, além do “reforço da oferta de soluções de embalagens de papel para a indústria de lácteos e bebidas, alinhando design atrativo com responsabilidade ambiental”.

Nas contas da empresa, este montante aplicado em Portugal permitiu a criação de mais de 20 empregos diretos e indiretos.

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Maioria das sentenças tem dado razão às plataformas e negado contrato a estafetas

ACT aproveita relatório anual para alertar para fenómeno de aluguer de contas e utilização indevida de perfis, que facilitam "entrada crescente" de estrangeiros nas plataformas.

A maioria das sentenças conhecidas até agora tem dado razão às plataformas digitais e recusado o reconhecimento de contratos de trabalho com os estafetas. De acordo com o relatório enviado pela Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) ao Parlamento, das 69 decisões de primeira instância já proferidas, 53 são favoráveis às empresas e apenas 16 aos estafetas.

“Durante o ano de 2024, começaram a ser conhecidas decisões judiciais de ações para reconhecimento de contrato de trabalho, impulsionadas pelo Ministério Público na sequência de participações remetidas pela ACT. Em primeira instância, em 16 decisões foi reconhecida judicialmente a existência de contrato de trabalho, relativamente a 31 estafetas. Por outro lado, em 53 decisões não foi reconhecida a existência de contrato de trabalho, relativamente a 66 estafetas”, lê-se no relatório, que foi enviado aos deputados da comissão parlamentar responsável pela área do trabalho.

Estes números vêm confirmar o primeiro balanço que a inspetora-geral da ACT, Maria Fernanda Campos, tinha feito em outubro na Assembleia da República, altura em que salientou que “a maioria das decisões” era favorável às plataformas digitais.

Porém, nos tribunais de segunda instância, a tendência tem sido a inversa. De acordo com o relatório, das 15 decisões já conhecidas, 12 reconhecem contratos de trabalho, relativamente a 12 estafetas, enquanto três rejeitam-no, relativamente a 33 estafetas.

Contas feitas, a ACT nota que já são conhecidas, no total, 83 decisões referentes a 141 estafetas. Destas, 56 — ou seja, mais de metade — não reconhecem contratos de trabalho entre os estafetas e as plataformas digitais.

Na base de todas estas decisões, está uma alteração ao Código do Trabalho em maio do ano passado, abrindo a porta a que os estafetas sejam considerados trabalhadores (dependentes) das plataformas, desde que haja indícios de subordinação, como a organização do tempo de trabalho e a estipulação das remunerações.

Com base nessa lei, a ACT lançou uma ação inspetiva que envolveu, segundo o referido documento, os 32 serviços desconcentrados e 453 inspetores do trabalho. A autoridade frisa também que esta “nova realidade” do mundo do trabalho exigiu que a própria inspeção fosse adaptada, bem como a introdução de novas metodologias de intervenção e operacionalização.

Neste âmbito, foram identificados 2.328 estafetas, dos quais 1.111 eram verdadeiros recibos verdes — isto é, estavam em situação regular –, enquanto em 1.217 foram “identificados características de laboralidade” — ou seja, indícios de que eram falsos recibos verdes.

Foram também registados 271 estafetas já com contrato de trabalho e 199 em situação de trabalho não declarado, como mostra o gráfico abaixo.

Quanto à caracterização destes indivíduos, mais de nove em cada dez são homens, sendo que, destes, a maioria estava em situação de prestação de serviços.

Por outro lado, a ACT avança que 93% dos estafetas identificados são cidadãos estrangeiros: 63% têm nacionalidade brasileira, seguindo-se os nacionais da Índia, Bangladesh e Paquistão.

"Foi necessário traduzir instrumentos de trabalho utilizados na ação inspetiva, como seja, os questionários de entrevista visando a recolha de informação sobre a real situação laboral do estafeta identificado.”

ACT

Face a esta diversidade de nacionalidades, a barreira linguística foi o principal obstáculo encontrado pelos inspetores do trabalho na intervenção junto dos estafetas.

“Foi necessário traduzir instrumentos de trabalho utilizados na ação inspetiva, como seja, os questionários de entrevista visando a recolha de informação sobre a real situação laboral do estafeta identificado”, explica a ACT, que acrescenta que a colaboração com os estafetas foi tornando-se “mais difícil” ao longo do tempo, “sendo frequente que os estafetas abandonassem os locais onde estavam os inspetores a trabalhar“.

“Volatilidade das plataformas”

Já no que diz respeito às plataformas, foram identificadas 16, tendo a ACT promovido reuniões com os seus representantes “com o objetivo de esclarecer os termos em que a ação estava a ser desenvolvida e a dar resposta às dúvidas que nos apresentavam“.

No relatório enviado ao Parlamento, a Autoridade para as Condições do Trabalho aproveita, no entanto, para alertar para a “volatilidade do funcionamento” destas plataformas. “Unilateralmente, na sequência da alteração legislativa e das intervenções da ACT, foram fazendo alterações ao seu modo de funcionamento e organizativo, em particular na relação com o estafeta”, é assinalado.

Foram também identificados 50 intermediários formais, que emitem recibos aos estafetas e assumem o papel de “ponte” entre estes e as plataformas, “cobrando uma percentagem pelos ganhos”. “Contudo, não resolvem outras questões ou problemas que os estafetas tenham ao nível de desativação de contas, pagamentos, entre outras”, alerta a ACT.

"Estes fenómenos são facilitadores de entrada crescente de cidadãos estrangeiros nesta atividade, operando nela, mal entram em Portugal, muitas vezes com meios também eles alugados (motociclo e smartphone), pelos quais pagam valores elevados, até terem a sua situação de entrada e permanência no país regularizada.”

ACT

No relatório, surge ainda outro alerta relativamente ao aluguer de contas e à utilização indevida de perfis, o que cria dificuldades na “perceção da cadeia de contratação”. “Estes fenómenos são facilitadores de entrada crescente de cidadãos estrangeiros nesta atividade, operando nela mal entram em Portugal, muitas vezes com meios também eles alugados (motociclo e smartphone), pelos quais pagam valores elevados, até terem a sua situação de entrada e permanência no país regularizada“, assinala a ACT.

Estes dados são conhecidos numa altura em que a ministra do Trabalho, Maria do Rosário do Trabalho, já adiantou que o trabalho nas plataformas digitais será uma das matérias a revisitar, no âmbito da reavaliação das mudanças à lei do trabalho que foram feitas na primavera do ano passado.

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Banco de Fomento investe dez milhões na Caetanobus

Programa Deal-By-Deal está ainda "em fase final de contratualização” um investimento de dois milhões na Arboreabiofoods, pequena empresa de biotecnologia da Moita. Coinvestidor entra com três milhões.

O Banco Português de Fomento aprovou um investimento de 9,94 milhões de euros na Caetanobus, no âmbito do programa de coinvestimento Deal-by-Deal, para “reforçar a capacidade da empresa no setor da mobilidade sustentável”.

A este montante somam-se mais 4,26 milhões de euros da HCapital Partners, o coinvestidor exigido por este programa financiado pelo Fundo de Recapitalização Estratégica, criado em julho de 2021 com verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

O Banco Português de Fomento aprovou um investimento de 9,94 milhões de euros na Caetanobus, que se encontra atualmente em fase de negociações contratuais com a empresa e o coinvestidor, HCapital Partners – SCR”, explicou ao ECO fonte oficial da instituição liderada por Ana Carvalho. “Este investimento visa reforçar a capacidade da empresa no setor da mobilidade sustentável”, precisa a mesma fonte.

A Caetanobus recebeu no final do ano passado uma injeção de 20 milhões de euros dos acionistas para contrariar os “impactos das adversidades” sentidas pela maior fabricante de carroçarias e autocarros em Portugal. A Toyota Caetano Portugal (TCP) e os japoneses do Mitsui Group já tinham feito duas injeções, num valor global de 25 milhões, em 2022 e 2021.

O ECO questionou a Caetanobus para perceber como a empresa iria utilizar este investimento. Mas, como “a operação ainda não está finalizada”, fonte oficial da empresa optou por não dar detalhes.

O programa Deal-by-Deal do Banco de Fomento visa fomentar a constituição de novas empresas e/ou capitalização empresarial, prioritariamente nas fases de arranque. O FdCR pode investir até 70% na empresa, mas tem de ser acompanhado por 30% de investimento privado.

As candidaturas abriram a 17 de janeiro de 2023 e foram aprovadas até agora cinco operações, sendo que em apenas três está feito o investimento. No total, o FdCR tem comprometidos 32,37 milhões de euros que alavancam um investimento total de 58,09 milhões. Estes 32 milhões de euros correspondem a 16% da dotação global do programa que tem de estar executado na totalidade até 31 de dezembro de 2025.

O investimento na Caetanobus enquadram-se na janela C do programa, destinada às operações cujo montante de investimento do FdCR é igual ou superior a dois milhões de euros, o que significa que têm de ser submetidas a consulta prévia da comissão técnica de investimento do fundo.

No mesmo programa, “está em fase final de contratualização” um investimento de 1,99 milhões de euros na Arboreabiofoods, uma pequena empresa de biotecnologia da Moita. Neste caso, o coinvestidor entra com três milhões de euros e, por isso, esta operação enquadra-se na janela A do programa Deal-by-Deal — isto é, o investimento do FdCR é inferior a dois milhões de euros e a taxa de comparticipação é inferior a 50%. “O processo tem decorrido com normalidade e fluidez, estimando-se a conclusão muito em breve”, sublinha fonte oficial do Banco de Fomento.

Em termos globais, o FdCR (que tem uma dotação de 1,32 mil milhões) já contratou 64,4% da sua dotação e pagou 32,8% (190,5 milhões de euros às capitais de risco e 242,78 milhões às empresas).

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