Tarifas de Trump aceleram sell-off nas bolsas mundiais. Dólar e dívida ganham

O anúncio de tarifas sobre o Canadá, México e China, e a expetativa de novas taxas aduaneiras sobre a Europa, estão a atirar as ações para o vermelho e a acelerar a procura por ativos de refúgio.

Uma semana depois do fenómeno DeepSeek ter atirado as gigantes tecnológicas da Inteligência Artificial (IA) para o vermelho e roubado um bilião do seu valor de mercado, as bolsas vivem mais uma segunda-feira “negra”. O anúncio pelos EUA de tarifas aduaneiras de 25% sobre o Canadá e o México e de 10% sobre a China acelerou um novo sell-off nos mercados, com as bolsas europeias a corrigirem após terem fixado um novo recorde na semana passada e os futuros nos EUA a apontarem para uma abertura negativa, arrastadas pelas big tech, com os investidores a procurarem refúgio no dólar e na dívida.

O índice europeu Stoxx 600 segue a desvalorizar perto de 1,5%, arrastado pelas fortes quedas protagonizadas pelo setor automóvel, um dos setores mais afetados pelas tarifas, e pelas tecnológicas. O índice para o automóvel segue a desvalorizar 3,5%, com empresas como a Porsche, BMW, Volkswagen, Mercedes-Benz e Stellantis a negociarem com quedas entre 3,4% e 6,7%.

O índice tecnológico destaca-se também com uma descida de 2,3%, com a ASML Holding a liderar as quedas, com um recuo de 3,1%.

Já os futuros nos EUA estão a apontar para uma abertura negativa, com o índice de referência S&P 500 a negociar com uma desvalorização próxima de 1,5%. À imagem do que acontece na Europa, as fabricantes automóveis e as gigantes tecnológicas são as mais penalizadas.

A Nvidia, que na semana passada afundou perto de 17% e perdeu quase 600 mil milhões de dólares em capitalização bolsista apenas numa sessão, numa primeira reação à concorrência chinesa na IA, está novamente sob pressão. A gigante de Wall Street perde mais de 3% no mercado de futuros. Outras gigantes como a Apple e a Microsoft também negoceiam com quedas de 2%.

No setor automóvel, a Ford cai mais de 4% e a General Motors tomba 6,7%.

Enquanto as bolsas seguem a negociar no vermelho, o dólar soma ganhos, seguindo em máximos de dois anos face ao euro. A aliviar estão também as yields das obrigações europeias, com os investidores a procurarem refúgio nestes ativos.

Tarifas vão manter ações sob pressão

As ações estão a reagir às novas tarifas anunciadas por Trump, que vão ter impacto sobre 1,3 biliões de bens, ou mais de 40% das importações dos EUA. O presidente norte-americano já reconheceu que as taxas aduaneiras — espera-se que anuncie em breve tarifas sobre a Europa — também tenham impacto nos consumidores americanos.

Os analistas acreditam que a imposição de novas tarifas vai pressionar os resultados e as ações. O Goldman Sachs estima que se as taxas aduaneiras forem sustentadas, poderão reduzir a previsão de crescimento do lucro por ação (PER) do S&P 500 em cerca de 2% a 3%, enquanto o Morgan Stanley também prevê que as ações dos EUA fiquem sob pressão.

Chris Beauchamp, analista-chefe da IG, nota que “as novas tarifas agressivas de Donald Trump sobre o México, o Canadá e a China apanharam os mercados desprevenidos, forçando os analistas a rever rapidamente as suas previsões económicas”. O especialista realça que o Goldman Sachs prevê que as medidas anunciadas por Trump poderão reduzir o PIB em 0,4% e aumentar a inflação em 0,7%, enquanto o Morgan Stanley estima “um impacto ainda mais severo, com potencial para reduzir o PIB dos EUA até 1,1%”.

Já os analistas do UBS consideram que o tema das tarifas deverá pressionar os mercados “e contribuir para a volatilidade, pelo menos até que os investidores obtenham maior clareza sobre o caminho e destino da política comercial dos EUA”.

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Todos perdem com taxas aduaneiras de Trump, incluindo os EUA

Economias do México e Canadá são severamente penalizadas pelas taxas aduaneiras impostas por Trump, mas os EUA também são afetados. O mesmo acontece com a China.

O Presidente dos EUA cumpriu a ameaça feita na campanha para as presidenciais e decidiu avançar com a imposição de taxas aduaneiras de 25% ao México e Canadá e um adicional de 10% nos produtos importados da China. Uma simulação económica publicada pelo Peterson Institute for International Economics mostra que todos sofrem um impacto económico negativo e um agravamento da inflação.

O artigo, publicado em janeiro pelos economistas Warwick J. McKibbin e Marcus Noland, conclui que o México e o Canadá serão duramente afetados pelas taxas de 25%. As exportações para os EUA representam, nos dois casos, cerca de 20% das respetivas economias.

No caso do país a norte dos EUA, as taxas tiram até 1,26% do Produto Interno Bruto (PIB) face ao cenário base, com o impacto mais acentuado em 2026 e 2027. Para o país da América Central, o impacto é ainda mais severo, chegando aos 2%.

O país liderado por Donald Trump não fica incólume, embora o impacto seja bem mais contido. As taxas aduaneiras de 25% tiram até 0,26% ao PIB nos EUA. “Até ao fim do segundo mandato da administração Trump, o PIB dos EUA seria mais cerca de 200 mil milhões de dólares do que se não fossem aplicadas as taxas”, assinalam os autores.

Estes números provavelmente subestimam o verdadeiro estrago para as três economias, que estão altamente integradas – mas de forma assimétrica, com o México e o Canadá muito mais dependentes do comércio com os EUA do que o inverso.

“Estes números provavelmente subestimam o verdadeiro estrago para as três economias, que estão altamente integradas – mas de forma assimétrica, com o México e o Canadá muito mais dependentes do comércio com os EUA do que o inverso”, refere o artigo. “Os bens intermédios – especialmente nos veículos – atravessam a fronteira várias vezes antes da assemblagem final. A imposição de tarifas em cada fase de fabrico seria desastrosa”, exemplificam.

No caso da taxa aduaneira adicional de 10% para a China, o impacto volta a ser negativo para os dois países, mas bem menos grave do que o agravamento das tarifas ao Canadá e China. O modelo usado por Warwick J. McKibbin e Marcus Noland aponta para um impacto negativo no PIB do país do oriente até 0,16% e de apenas 0,03% nos EUA.

Ao contrário do México e Canadá, que os economistas consideram não terem condições para retaliarem na mesma moeda, no caso da China analisam um agravamento de 10% das taxas impostos aos EUA. Neste cenário, o impacto negativo para a economia americana continuaria a ser muito reduzido e chegaria aos 0,2% no caso do país de Xi Jinping. Ainda assim, durante o mandato de Trump o PIB norte-americano seria 55 mil milhões de dólares inferior.

O agravamento das tarifas resulta também numa aceleração da inflação para os países envolvidos. No caso dos EUA – e considerando as taxas aplicadas à China, Canadá e México – acrescenta 0,54 pontos percentuais ao cenário base para este ano, com o impacto a diluir-se nos anos seguintes. No caso do México, a inflação seria 2,27 pontos mais elevada e no Canadá 1,68 pontos mais elevada.

Numa nota divulgada no domingo, a Capital Economics antecipa que a inflação nos EUA volte a superar os 3% este ano e afirma que qualquer possibilidade de a Reserva Federal cortar as taxas de juro este ano “acabou de morrer”.

A União Europeia deverá ser a próxima visada, com Donald Trump a prometer a imposição de novas tarifas aduaneiras “muito em breve”.

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Paris e Berlim ameaçam retaliar se houver novas tarifas de Trump

  • Lusa e ECO
  • 3 Fevereiro 2025

Se Washington aumentar mesmo as tarifas alfandegárias aos produtos importados da União Europeia, os EUA sofrerão retaliações económicas, garantiram Emmanuel Macron e Olaf Scholz.

Os líderes da Alemanha e da França garantiram esta segunda-feira que se Washington aumentar as tarifas alfandegárias aos produtos importados da União Europeia (UE), sofrerá retaliações económicas.

“Se for atacada por questões comerciais, a Europa, enquanto potência que mantém a sua posição, teria de ganhar respeito e, por conseguinte, reagir”, referiu o Presidente francês, Emmanuel Macron, em declarações à entrada do retiro de líderes europeus em Bruxelas.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, também adiantou que o bloco europeu, “como o espaço económico mais forte [do mundo]” deve poder reagir também aumentando as suas medidas pautais.

“Devemos fazê-lo e fá-lo-emos, mas o objetivo deve ser a cooperação”, afirmou Scholz à chegada à cimeira informal dos líderes europeus, hoje, em Bruxelas.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que os produtos europeus vão ser sujeitos a taxas aduaneiras “muito em breve”, na sequência da imposição de tarifas à importação de produtos do Canadá, México e China.

O primeiro retiro de líderes da UE, organizado pelo presidente do Conselho Europeu, António Costa, decorre hoje em Bruxelas e é dedicado à segurança e defesa, quando existe um “sentido de urgência” para investir mais.

Banco de França: Bruxelas não pode ser indefesa

Também esta manhão, o governador do Banco de França considerou “preocupante” a decisão dos Estados Unidos de impor tarifas aduaneiras ao Canadá, México e China e defendeu que a União Europeia não pode excluir uma resposta nem agir de forma “ingénua ou indefesa”.

“Não devemos excluir uma resposta, porque não devemos ser ingénuos nem indefesos”, afirmou o governador do Banco de França, François Villeroy de Galhau, à estação de rádio ‘France Info’.

Em todo o caso, para o banqueiro central francês é necessário manter a “calma” e o cerne da resposta europeia deve ser o reforço da economia do bloco e a inovação mais rápida.

O protecionismo demonstrou “sempre e em todo o lado” que “todos perdem”, recordou Galhau, acrescentando que este tipo de medidas são negativas tanto para o país que as introduz como para todos os seus parceiros.

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José Augusto Santos é o novo CEO do Grupo ETSA

Grupo ETSA -- que é uma participada da cotada Semapa -- tem um novo CEO: Afonso Lobato Faria é substituído nesse cargo por José Augusto Santos.

O Grupo ETSA tem um novo CEO. Trata-se de José Augusto Santos, que substitui Afonso Lobato Faria na liderança dos destinos desta participada da Semapa. O novo responsável tinha, até agora, sob a sua alçada direta toda área comercial desta empresa.

“Com uma vasta experiência de dez anos anos dentro do Grupo ETSA, José Augusto Santos assume agora a liderança da empresa, trazendo consigo um profundo conhecimento da cultura e dos desafios do Grupo, além de um compromisso contínuo com a inovação e crescimento sustentável”, informa a empresa, numa nota enviada às redações.

José Augusto Santos é o novo CEO do Grupo ETSA.

Licenciado em Organização e gestão de empresas pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e pelo francês Institut d’Administration des Entreprises, José Augusto Santos é atualmente Administrador Executivo do Grupo ETSA. “No Grupo ETSA, José Augusto Santos tinha até agora responsabilidade direta sobre toda a área comercial da empresa, incluindo a compra de matérias-primas”, é detalhado em comunicado.

Antes de integrar o Grupo Semapa, o responsável foi consultor de estratégia e operações. Além disso, liderou a área de negociação e compras de equipamentos terminais de cliente da NOS Comunicações. De notar também que detém também um MBA do INSEAD.

Criado em 1973, o Grupo ETSA é uma participada do Grupo Semapa e é líder nacional na reciclagem do setor alimentar.

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A Padaria Portuguesa muda logótipo para promover almoços

  • + M
  • 3 Fevereiro 2025

A alteração ocorre no âmbito de um takeover do logótipo da marca e vai durar cerca de um mês. O objetivo é anunciar o reforço da oferta ao almoço, agora com dois pratos do dia em todas as lojas.

Quem tenha visto o logótipo d’A Padaria Portuguesa esta segunda-feira poderá ter estranho a diferença: em vez do nome habitual, no novo logótipo lê-se “Almoçar à Portuguesa”.

A alteração ocorre no âmbito de um takeover do logótipo da marca e vai durar cerca de um mês. O objetivo é anunciar o reforço da oferta ao almoço, agora com dois pratos do dia em todas as lojas.

Todos os logos foram alterados para chamar a atenção do cliente: queremos que saibam que também podem almoçar n’A Padaria Portuguesa e sintam curiosidade em conhecer os novos pratos. Acreditamos que uma boa refeição não precisa de ser cara, mas deve ser cheia de sabor, qualidade e cuidado. Almoçar à Portuguesa é isto: uma escolha inteligente, saborosa e acessível”, explica Rita Neto, diretora de marketing dA Padaria Portuguesa, citada em comunicado.

A marca pretende assim comunicar que os clientes podem agora escolher entre dois pratos diferentes de segunda a sexta-feira. Do menu fazem parte opções como arroz de pato, bacalhau com natas, ervilhas com ovo escalfado, strogonoff de frango ou lasanha vegetariana. “Receitas pensadas para nutrir e aconchegar, seja em dias corridos ou momentos partilhados, testadas e aprovadas pelo chef Tomás Borges”, refere-se.

Durante o mês de fevereiro A Padaria Portuguesa vai também oferecer o segundo menu prato do dia na compra de um. A promoção dois por um estará ativa até 28 de fevereiro nas plataformas UberEats, Glovo e Bolt Food.

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Governo vai lançar novo portal dos contratos públicos com IA para “acelerar processos”

Os ajustes diretos simplificados contratados por um organismo do Estado vão poder ser carregados de forma agregada e automaticamente até ao final do ano, anunciou o presidente do IMPIC.

O Governo vai lançar uma nova plataforma dos contratos públicos, que vai substituir o portal Base, com ferramentas digitais e inteligência artificial (IA) que vão permitir “acelerar e automatizar processos” e “aumentar a fiabilidade da informação”.

O anúncio foi feito esta segunda-feira pelo presidente do Instituto dos Contratos Públicos, do Imobiliário e da Construção (IMPIC), Fernando Batista, durante uma conferência que decorreu no Tribunal de Contas (TdC) para apresentar os resultados de um projeto que a instituição realizou nos últimos dois anos, com o apoio da OCDE, para melhorar a eficiência e a transparência da contratação pública.

Antes de ser lançado o novo site, o portal Base será ainda alvo de uma inovação para permitir que uma entidade pública registe de forma automática e agregadamente todos os ajustes diretos simplificados, exemplificou o mesmo responsável.

“O portal Base é de 2008 e tem sido objeto de vários upgrade, mas vamos ter de criar um novo e este projeto permitiu-nos ver as fragilidades dos dados, designadamente quanto à sua fiabilidade. O que queremos é que os dados não sejam carregados manualmente, para evitar alguns erros”, defendeu Fernando Batista. No final de 2023, o IMPIC já tinha sinalizado que iria avançar com uma plataforma mais avançada em 2025.

Para além disso, presidente do instituto anunciou que “até ao final do ano” uma nova funcionalidade estará operacional que irá permitir às “entidades adjudicantes carregarem” todos os ajustes diretos simplificados de “forma agregada”, indicou. Batista revelou que a ferramenta já existe, faltando agora que o IMPIC elabore um relatório interno para que “este procedimento esteja disponível até ao final do ano”, salientou.

A importância da fiabilidade dos dados da contratação pública foi igualmente assinalada pelo presidente da Autoridade da Concorrência (AdC), Nuno Cunha Rodrigues. “No âmbito deste projeto do Tribunal de Contas, a contratação pública estratégica tem potencialidades, uma vez que tem um peso considerável no PIB de cada país. Estima-se que entre 14% a 20% do PIB do país seja gasto em contratação publica e quanto menor desenvolvido for um país, maior é a despesa gasta em contratação publica“, argumentou.

O líder do regulador alertou que “a cartelização pública é frequente na contratação pública”. Cerca de “25% dos cartéis que existem surgem no âmbito a contratação pública. É um problema transversal em todo o mundo”, reforçou.

O Tribunal de Contas está já a implementar ferramentas digitais no âmbito da sua ação de controlo, tendo avançado com um modelo de avaliação de risco dos contratos públicos baseado em inteligência artificial que permitirá a “melhoria do controlo da atividade pública”, defendeu a presidente da Filipa Urbano Calvão.

Esse modelo, que resultou de um projeto que teve o apoio da Comissão Europeia e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), permitirá “identificar onde e o que analisar, a partir de um conjunto de indicadores precisos de risco”, explicou.

Filipa Urbano Calvão reconheceu, porém, que o recurso à ciência de dados e à inteligência artificial “traz desafios que não se podem ignorar”, pelo que é “crítica a garantia da qualidade dos dados, da transparência e a explicabilidade dos algoritmos e da proteção dos dados pessoais e da privacidade dos seus titulares”.

Por isso, é “dever do Tribunal implementar estas ferramentas de forma ética e responsável, garantindo que os resultados são fiáveis e respeitam os valores que orientam o trabalho”, concluiu.

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Mastercard procura nova liderança para Portugal. Maria Antónia Saldanha sai ao fim de quatro anos

Maria Antónia Saldanha confirmou ao ECO que decidiu sair da liderança da Mastercard Portugal ao fim de quase quatro anos para iniciar "um novo desafio".

A Mastercard está à procura um novo country manager para Portugal. Ao fim de quatro anos na liderança, Maria Antónia Saldanha decidiu sair da empresa americana de cartões bancários para “um novo desafio”, segundo revelou ao ECO.

Depois de uma viagem incrível com a Mastercard, estou a iniciar uma nova aventura”, escreveu Maria Antónia Saldanha num post partilhado no LinkedIn este domingo à noite. Ingressou na Mastercard Portugal em março de 2021.

“Durante a minha gestão, tive o privilégio de liderar uma equipa fantástica para dar vida a soluções inovadoras e revolucionar a forma como os consumidores interagem com os nossos serviços. Expandi a Mastercard em Portugal, estabelecendo centros de consultoria, dados e tecnologia, e formei a Mastercard Portugal com centenas de colaboradores de 29 nacionalidades”, referiu.

Entretanto, a Mastercard já está à procura de um substituto. “Ele/Ela definirá a orientação estratégica do país, juntamente com a liderança regional; ele/ela contribuirá para o crescimento global e para o sucesso da empresa através de iniciativas de crescimento e implementação da estratégia da empresa”, segundo a vaga para country manager Portugal no site da empresa.

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Atenção, colecionadores. Vêm aí moedas de Camilo Castelo Branco, Simone de Oliveira e Ponte de Lima

  • ECO
  • 3 Fevereiro 2025

Casa da Moeda vai cunhar e comercializar 12 moedas de coleção comemorativas de diversos eventos ou efemérides. Valores faciais variam entre os cinco e os 10 euros.

O ano de 2025 traz 12 boas novas para os colecionadores de moedas – exatamente o número das novas opções comemorativas autorizadas a cunhar pela Casa da Moeda, com valores faciais que variam entre os cinco e os 10 euros. De Camilo Castelo Branco, passando por Simone de Oliveira ou Ponte de Lima são diversos os temas aludidos.

De acordo com a autorização publicada em Diário da República, serão comercializadas as seguintes moedas de coleção:

  • Uma moeda designada “200 anos do nascimento de Camilo Castelo Branco”;
  • Uma moeda designada “Simone de Oliveira”, integrada na série Músicos Portugueses;
  • Uma moeda designada “Fénix”, integrada na série Heróis e Criaturas da Mitologia;
  • Uma moeda designada “900 anos do foral de Ponte de Lima”;
  • Uma moeda designada “50 anos de eleições em liberdade – 1975.2025“;
  • Uma moeda designada “Cabo de São Vicente”, integrada na série Faróis de Portugal;
  • Cinco moedas integradas na série dedicada à azulejaria portuguesa: “Azulejos Séc. XVI”, alusiva à azulejaria hispano-mourisca; “Azulejos Séc. XVII”, alusiva ao padrão com camélias; “Azulejos Séc. XVIII”, alusiva à figura de convite; “Azulejos Séc. XIX”, alusiva à geometria das formas; “Azulejos Séc. XX”, alusiva ao azulejo de autor;
  • Uma moeda designada “Paula Rego – Deixa-me pintar-te uma história”, integrada na série “Artistas Plásticos Portugueses Contemporâneos”.

O valor facial das moedas de coleção Camilo de Castelo Branco, Simone de Oliveira, Fénix, Cabo de São Vicente e as de Azulejaria é de cinco euros, a alusiva a Ponte de Lima de 7,50 euros e as dos 50 anos de eleições em liberdade e de Paula Rego de dez euros.

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Grupo Indra compra operadora de satélites espanhola por 725 milhões de euros

A empresa liderada por Vasco Mendes de Almeida em Portugal adquiriu a Hispasat, que opera satélites e distribui canais de televisão.

O grupo espanhol Indra assinou esta segunda-feira um acordo com a Redeia Corporación para a aquisição de uma participação maioritária (89,68%) na operadora de satélites Hispasat, que presta serviços de televisão digital terrestre em Portugal, por 725 milhões de euros. O negócio significa a entrega do controlo espacial de Espanha à Indra.

Para este acordo, a empresa com sede em Alcobendas, que emprega mais de 600 pessoas em Portugal através da tecnológica Minsait, garantiu um financiamento total de 700 milhões de euros, sendo o montante remanescente (25 milhões de euros) foi coberto com o saldo existente nos cofres da Indra.

A transação está sujeita ao cumprimento de diversas condições precedentes e de natureza regulatória, tanto em Espanha como noutras jurisdições, bem como à aprovação pela Assembleia Geral de acionistas da Indra. A partir daí, proceder-se-á à celebração dos acordos para a consolidação da Hisdesat Servicios Estratégicos S.A. pela Indra.

A Hisdesat tem como acionistas a Hispasat, a operadora de comunicações por satélite (43%) que agora passará para o controlo da Indra, a empresa pública ISDEFE, do Ministério da Defesa de Espanha (30%), a Airbus Defence & Space (15%), a própria Indra (7%) e o grupo Sener (5%).

A empresa-alvo (Hispasat) faz difusão e distribuição de conteúdos audiovisuais em espanhol e português, incluindo a transmissão de plataformas digitais de Direct Home Television (DTH) e High Definition Television (TVAD). Por exemplo, é a responsável pela distribuição dos canais AMC Networks em Portugal no âmbito de um acordo com a Telefónica Servicios Audiovisuales.

Presente em Portugal desde 1997, a Indra – liderada por Vasco Mendes de Almeida e especializada em segurança, gestão de tráfego aéreo, satélites para defesa e tecnologia – conta com escritórios em Lisboa, Porto e Amarante. Nos primeiros nove meses de 2024, a Indra teve um lucro líquido de 184 milhões de euros, o que representa uma subida de 26% em termos homólogos. As receitas registaram um crescimento de 13% devido às áreas de Defesa, Gestão de Tráfego Aéreo e Mobilidade, para as quais o aumento também a dois dígitos.

O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) aumentou 21% até setembro, comparativamente ao mesmo período do ano passado, e a carteira de encomendas manteve-se acima dos 7 mil milhões de euros.

O plano estratégico da Indra, apresentado durante o Capital Markets Day em 2024, define a meta de seis mil milhões de faturação em 2026, mais 40% do que o recorde de 2023, e dez mil milhões em 2030. Entre as ‘linhas mestras’ para os próximos seis anos estão ainda 3,1 mil milhões de investimento em I&D para tecnologias de última geração.

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Fusão transatlântica nas embalagens. International Paper conclui compra da DS Smith

As empresas norte-americana e britânica, que operam na área de embalagens, papel e celulose, concluíram a fusão, que prevê a venda de uma fábrica em Portugal.

O negócio entre os norte-americanos da International Paper e os britânicos da DS Smith, no valor de 7 mil milhões de dólares (cerca de 6,8 mil milhões de euros), está oficialmente fechado. As empresas do setor das embalagens, papel e celulose concluíram esta segunda-feira o processo de fusão, que prevê a venda de ativos em Portugal.

A transação fica concluída após as aprovações regulatórias necessárias, mas ainda há trabalho a fazer, inclusive na região Aveiro. A Comissão Europeia aprovou a 24 de janeiro a compra da empresa de embalagens DS Smith pelos norte-americanos da International Paper, mas os remédios propostos por Bruxelas preveem que os próximos donos vendam a fábrica que têm em Ovar.

Em causa está uma unidade industrial comprada pela DS Smith aquando do negócio de 1,7 mil milhões de euros para ficar com a Europa, em 2018. Na altura, um dos remédios acordados com Bruxelas foi que a marca alienasse precisamente esta fábrica.

Agora, as partes comprometeram-se a avançar para a alienação de cinco fábricas da International Paper na Europa, essa em Portugal, de cartão, e as restantes na Normândia (nomeadamente, uma de caixas em Saint-Amand-Villages, em Mortagne, e uma de folhas em Cabourg) e outra, também de cartão, em Bilbau (Espanha).

O objetivo é reunir o melhor de ambas para acelerar o crescimento, melhorar a rentabilidade e dar resposta a clientes mundiais, sobretudo na América do Norte, Europa, Médio Oriente e África, a partir das operações que tem em mais de 30 países, segundo o comunicado divulgado esta manhã.

A consolidação será especialmente notória em três aspetos, segundo a Internacional Paper: experiência do cliente (serviço mais ágil e eficiente), inovação (qualidade das embalagens e análise de novas oportunidades de negócio) e sustentabilidade (o ponto mais “forte” desta empresa, que nasceu para ser uma responsável “diligente” das florestas, “guardiã” do ambiente e “força do bem” para as comunidades).

“Com um portefólio mais forte de soluções de embalagens sustentáveis, a fusão da International Paper e da DS Smith melhora as nossas ofertas, aumenta a inovação e expande o nosso alcance geográfico. Vamos reunir as capacidades e a experiência de duas equipas experientes, com culturas semelhantes, para criar o líder global em soluções de embalagens sustentáveis”, comentou o presidente e CEO da International Paper, Andy Silvernail, na mesma nota de imprensa.

Em Portugal, a DS Smith entrou em 2016 com a aquisição da Gopaca e da P&I Displays. Em 2019, reforçou a sua presença ao comprar a Europac. A divisão de “Packaging” tem seis fábricas: em Guilhabreu, Esmoriz, Águeda, Carregal do Sal, Leiria e Lisboa, bem como um centro logístico, na Madeira. A empresa possui ainda duas unidades de Reciclagem, no Porto e na Figueira da Foz, e uma unidade fabril de papel em Viana do Castelo.

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Nos lança campanha dirigida aos que querem sempre mais. Criatividade é d’O Escritório

  • + M
  • 3 Fevereiro 2025

Com produção da Playground e planeamento de meios a cargo da Arena Media, a campanha "sublinha o valor do inconformismo e da insatisfação permanente, na busca da excelência".

Dirigindo-se aos aos que querem sempre mais, a Nos lança esta segunda-feira uma nova campanha onde salienta as potencialidades do 5G+, destacando a “velocidade de upload até duas vezes superior”.

Assinada pel’O Escritório e tendo como claim “5G+. Para quem não se contenta com menos”, a campanha “sublinha o valor do inconformismo e da insatisfação permanente, na busca da excelência“.

Nos dois spots mostram-se equipas que conseguiram grandes feitos — como a chegada ao cume de uma montanha ou ao planeta Marte — mas em que há sempre um elemento eternamente insatisfeito, que quer sempre mais. “Foi para estas pessoas, que não se contentam com a excelência, que a Nos lançou a sua rede 5G Stand Alone, o 5G+“, refere-se em nota de imprensa.

“Em 2024, provamos aos portugueses que a rede móvel da Nos era a melhor em velocidade, cobertura e resiliência. Agora, com o lançamento do 5G+, podemos oferecer possibilidades ainda mais extraordinárias. Assim, aproveitando que a velocidade da net móvel 5G pode ser ainda melhor com o 5G+, lançamos esta campanha, em tom de desafio aos eternos insatisfeitos, para que nunca se contentem com menos e que procurem sempre a próxima conquista. Para esses, para os entusiastas do futuro, estará cá sempre a Nos”, diz António Fuzeta da Ponte, diretor de marca e comunicação da Nos, citado em comunicado.

Com produção da Playground e planeamento de meios a cargo da Arena Media, a campanha marca presença em televisão, digital e redes sociais.

“Recorde-se que o 5G+ da Nos tem como base uma arquitetura de rede mais avançada, tanto na rede core/serviços como na rede de acesso. Abre uma nova página na capacidade de desenvolvimento e implementação de serviços com características diferenciadoras como a garantia de qualidade de serviço orientada às diferentes aplicações (vulgo network slicing) e a capacidade de suportar de forma massiva equipamentos IoT, entre outros”, diz a marca em nota de imprensa.

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Calçado português volta a encolher nos pés dos estrangeiros. Exportações caem 6,5% em 2024

Fábricas nacionais afetadas por "notório abrandamento dos principais mercados internacionais, nomeadamente Alemanha, França e Países Baixos". Portugal calçou 67 milhões de pessoas em todo o mundo.

As exportações da indústria portuguesa do calçado até cresceram 3,3% em volume no ano passado, para um total de 67 milhões de pares, recuperando parte das quantidades perdidas no ano anterior. No entanto, o valor dessas vendas ao exterior diminuiu pelo segundo ano consecutivo (-6,5%) para 1.702 milhões de euros.

Segundo as estimativas da associação do setor (APICCAPS), com base nos dados preliminares do Instituto Nacional de Estatística, o setor exportou mais de 90% da produção para 170 países em todos os continentes. No pódio estão Alemanha (383 milhões de euros), França (348 milhões) e Países Baixos (195 milhões de euros), seguidos do Reino Unido e EUA, onde as vendas aumentaram 25% nos últimos três anos.

“É o reflexo da dinâmica do mercado. O ano que terminou foi muito difícil no plano externo. É notório um abrandamento dos principais mercados internacionais, nomeadamente Alemanha, França e Países Baixos, que afetou os principais protagonistas do setor, e as nossas empresas em particular”, desabafa Luís Onofre.

O presidente da APICCAPS sublinha, por outro lado, citado num comunicado, que “começa a ser percetível a estratégia do setor de diversificar a oferta de produtos, ainda que muitas vezes recorrendo à subcontratação no exterior, a exemplo do que já fazem os nossos principais concorrentes internacionais”.

Começa a ser percetível a estratégia do setor de diversificar a oferta de produtos, ainda que muitas vezes recorrendo à subcontratação no exterior, a exemplo do que já fazem os nossos principais concorrentes internacionais.

Luís Onofre

Presidente da APICCAPS (calçado)

E isso começa a ser visível nas estatísticas. Apesar de ainda representarem mais de 80% das vendas em valor no estrangeiro, as exportações de calçado em couro recuaram 7% para 39 milhões de pares no ano passado, ao passo que o calçado noutros materiais (impermeável, plástico ou têxtil) progrediu 22,6% em termos homólogos, valendo já 28 milhões de pares à indústria nacional.

Luís Onofre reconhece que “esse é um caminho” que a indústria nacional deve “aprofundar”. “Ainda que acreditemos que o calçado em couro seja a melhor solução do mercado (…) porque é um produto natural, tecnicamente mais robusto e consideravelmente mais sustentável, na medida em que apresenta um período de vida mais longo, temos feito um esforço considerável para investir numa nova geração de produtos, nomeadamente no âmbito do projeto Bioshoes4all”, resume o líder do setor.

Melhores notícias continuam a chegar do setor dos artigos de pele e marroquinaria, que no ano passado voltaram a subir 8,5% para renovarem o máximo histórico nas exportações: 351 milhões de euros. Recorrendo aos dados provisórios libertados pelo gabinete de estatísticas, destaca-se o segmento “malas e bolsas” com um crescimento de 10,6% para 175 milhões de euros.

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