Planear, conhecer e negociar: como proteger a carteira dos aumentos em 2025

Coordenadora do gabinete de proteção financeira da Deco deixa alguns conselhos para os consumidores lidarem com a subida dos preços no novo ano.

Não há receitas mágicas para escapar aos aumentos esperados de preços em 2025, mas se Natália Nunes, coordenadora do gabinete de proteção financeira da Deco, tivesse de deixar um conselho aos consumidores seria: planear, planear e…. planear. Logo em seguida, conhecer o perfil de consumo e negociar.

“É difícil escaparmos aos aumentos porque estamos a falar muitas vezes de bens que são essenciais. É extremamente difícil não sermos confrontados com os aumentos. Diria que o importante é desde logo fazer o nosso orçamento e isto é valido para tudo“, assinala em declarações ao ECO.

Admitindo que fazer um planeamento pode ser “extremamente difícil para famílias que não estão habituadas”, Natália Nunes deixa algumas dicas. A primeira é fazer o diagnóstico da situação financeira.

Para isso pegue numa folha de papel, abra um Excel ou descarregue uma das aplicações que existem no mercado. O importante é compreender de forma clara os rendimentos e as despesas. Nestas identifique as despesas fixas, como a renda da casa, a prestação do carro ou a mensalidade das creches, mas também as despesas variáveis. O objetivo é compreender se as despesas são ou não mais elevadas do que os rendimentos e de que forma é possível atingir o equilíbrio.

O ideal é que o planeamento seja feito pelo menos mensalmente. Sabemos o valor de algumas despesas, mas o importante é irmos tomando nota do que são os nossos gastos e envolver toda a família, incluindo os filhos caso existam. Isto é fundamental para chegarmos no fim do mês e fazermos um confronto entre as nossas receitas e despesas“, assinala Natália Nunes.

Caso não identifique uma “constipação financeira”, como a especialista da Deco denominou situações em que as famílias poderão identificar um desequilíbrio grave, pode passar para o próximo passo: perceber se pode adotar comportamentos que reduzam as despesas seja no que toca à eletricidade, ao gás, à conta do supermercado ou outras. Uma estratégia fundamental é conhecer assim as opções que existem.

“Saber quanto gasto é fundamental para analisar o mercado e se o que estou a gastar está de acordo com o que o mercado oferece e se não é possível gastar menos”, explica a especialista da Deco, “Tudo passa por sabermos quanto gastamos e como gastamos. Ou seja, conhecer o meu perfil. Devemos ser proativos, ver o que o mercado nos dá, negociar e eventualmente contratar com outros operadores. Devemos perder aquelas ideias que os nossos pais tinham de ‘o meu banco, a minha seguradora’. Agora deve ser o que me oferece as melhores condições. Isto é importante“, refere.

Paralelamente, a especialista da Deco aconselha também a olhar para os rendimentos. “Temos a tendência de olhar só para o lado das despesas, mas também posso tentar aumentar os rendimentos. Posso tentar começar a transformar um hobby num rendimento extra, começar a vender coisas que não me fazem falta, compreender alguns apoios a que possa ter direito”, exemplifica.

“Claro que estamos a falar de valores pequenos, mas às vezes podem fazer a diferença”, avisa.

Da poupança à mudança: como reduzir contas da água e luz

Uma quota relevante das despesas familiares está associada a encargos mensais como as contas da energia e da água. Neste campo, a primeira resposta para “poupar” a sua carteira é mesmo reduzir os consumos, que está associado a apostar na eficiência.

No que diz respeito à eficiência energética, será importante balançar os ganhos de longo prazo que poderá obter com melhorias na casa como um melhor isolamento térmico de paredes, telhados e janelas.

Para uma maior poupança, pode procurar utilizar os equipamentos de forma mais inteligente. Muitos dos seus eletrodomésticos possuem um modo “eco”. Usar esta funcionalidade pode levar a uma redução do consumo de eletricidade de até 45%, de acordo com a Selectra. Ao fim do dia, deverá desligar os aparelhos que se encontram em standby, diretamente na tomada.

Feitas todas as melhorias e reduções possíveis, resta tentar pagar menos pelos consumos que não consegue evitar. A primeira ação passa por fazer simulações frequentes, de forma a entender se existem tarifas da luz mais acessíveis do que aquela que contratualizou e, caso se verifique, mudar. Em complemento, pode considerar investir no autoconsumo, um investimento que deverá ter retorno entre três a cinco anos, de acordo com o CEO da Greenvolt, uma empresa especializada neste tipo de soluções.

No caso da conta da água, uma vez que o consumidor não tem a possibilidade de mudar de tarifário – está sujeito àquele que esteja disponível no seu lugar de residência – a única solução é mesmo a poupança e eficiência. Existem vários equipamentos que o podem ajudar a reduzir o volume de água que sai da sua torneira, e é importante uma verificação frequente em relação a eventuais fugas. A reutilização da água do banho para descargas de sanita ou lavagem do chão é também uma opção.

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Estafetas são trabalhadores das plataformas? Não há consenso nos tribunais e lei pode mudar este ano

Estafetas são trabalhadores das plataformas? Não há consenso nos tribunais portugueses, pelo que pode ser preciso rever a lei, apontam advogados. E o Governo já mostrou abertura para discutir mexida.

O ano que acaba de começar poderá trazer mudanças à lei que tem deixado a porta aberta a que os estafetas sejam reconhecidos como trabalhadores das plataformas digitais. Sem consenso nos tribunais, os advogados ouvidos pelo ECO admitem a necessidade de rever essas regras. E o Governo não o descarta: ainda em dezembro, a ministra do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho, salientou que a maioria das decisões tem negado contratos aos estafetas.

Voltemos, por momentos, a 1 de maio de 2023. Foi nessa data que entraram em vigor as dezenas de alterações ao Código do Trabalho feitas pelo anterior Governo, entre as quais estava a criação de um mecanismo que permite aos estafetas serem considerados trabalhadores dependentes das plataformas digitais, desde que haja indícios de subordinação, como a organização do tempo de trabalho e a fixação das remunerações.

Com base nessa lei, a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) levou a cabo uma ação de fiscalização no terreno, que resultou em centenas de processos nos tribunais portugueses pelo reconhecimento de contratos de trabalho entre os estafetas e as plataformas digitais. Mas as decisões têm estado longe do consenso.

De acordo com o relatório enviado pela ACT ao Parlamento, a que o ECO teve acesso, até ao final de 2024 já eram conhecidas 16 decisões de tribunais de primeira instância que reconheceram contratos de trabalho com 31 estafetas, mas também 53 decisões que foram no sentido oposto (relativamente a 66 estafetas).

E mesmo nos tribunais de segunda instância, não há concordância. De um lado, estão 12 decisões que reconheceram um contrato de trabalho a 12 estafetas. Do outro, três decisões que o rejeitaram relativamente a 33 estafetas.

Decisões dos tribunais, segundo a ACT

Primeira instância: 16 decisões reconheceram contrato a 31 estafetas VS 53 decisões não reconheceram contrato a 66 estafetas;
Segunda instância: 15 decisões reconhecem contrato a 12 estafetas VS 3 decisões não reconhecem contrato a 33 estafetas.

“A grande maioria das decisões vão no sentido do não reconhecimento do contrato de trabalho e vamos seguir as decisões dos tribunais“, sublinhou ainda em dezembro a ministra do Trabalho, perante estes dados, sendo que já na sua primeira intervenção pública, em abril, Palma Ramalho tinha adiantado que as regras do trabalho nas plataformas digitais seriam um dos temas a que será dada atenção, no âmbito da revisitação das dezenas de alterações que foram feitas à legislação laboral.

Entre os parceiros sociais, as confederações empresariais já deixaram claro que querem que essa revisitação seja uma das prioridades da Concertação Social em 2025. E tanto a Confederação Empresarial de Portugal (CIP), como a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) identificaram, em declarações ao ECO, o trabalho nas plataformas digitais como um dos pontos quentes que é preciso avaliar e debater.

E, sem consenso nos tribunais portugueses, os próprios advogados também já admitem a necessidade de uma nova reflexão sobre estas regras. Por exemplo, Madalena Caldeira, coordenadora da área do Direito do Trabalho do escritório de Lisboa da Gómez-Acebo & Pombo, realça que “é inegável a falta de consenso nos tribunais” e defende que tal não é resultado apenas da “novidade” da norma, “pelo que tudo aponta para a necessidade de revisão da lei”.

Parece-me essencial que haja uma profunda revisão da lei nesta matéria, prevendo um regime especial para o trabalho digital, para melhor refletir as realidades do trabalho digital.

Inês Arruda

Sócia da Pérez-Llorca Lisboa

“A falta de consenso nos tribunais sobre a natureza da relação de trabalho entre as plataformas e os seus colaboradores é um claro indicador de que o direito do trabalho, tal como o conhecemos, não está preparado para responder às especificidades do trabalho digital”, observa, na mesma linha, Inês Arruda, sócia da Pérez-Llorca Lisboa, que considera “essencial” haver uma “profunda revisão da lei nesta matéria“.

Na visão desta advogada, deveria ficar previsto um regime especial para o trabalho digital “para melhor refletir as realidades do trabalho digital e proporcionar maior segurança jurídica tanto para os trabalhadores quanto para as plataformas”. “Embora existam argumentos (igualmente) válidos para ambos os lados do debate, o trabalhador digital não se encaixa na definição tradicional de trabalhador”, afirma Inês Arruda.

A advogada sugere que, num eventual regime especial, poderia ficar fixado que os estafetas, “independentemente do seu status“, têm acesso a direitos básicos, como acesso a proteção social, condições de trabalho justas e mecanismos de resolução de litígios.

No mesmo sentido, Rui Valente, sócio da Garrigues, salienta que poderia ser “boa ideia” estudar um regime especial, que “tente salvaguardar a posição jurídica dos profissionais”, ao mesmo tempo que se fugiria à missão “que parece impossível, ou quase, de tentar encaixar esta realidade na legislação atual, ainda muito inspirada no modelo tradicional do trabalho“.

Confronto de argumentos

Depois da fiscalização no terreno levada a cabo pela ACT ao longo de 2023, as primeiras decisões dos tribunais portugueses foram conhecidas no primeiro trimestre de 2024, ano que acabaria por ficar marcado por múltiplas sentenças contraditórias entre si. Mas, afinal, que argumentos têm usado os juízes?

Vamos a exemplos. Na primeira instância, o Tribunal de Castelo Branco reconheceu contratos de trabalho a quatro estafetas da Uber Eats, com base, nomeadamente, no facto dessa plataforma estabelecer os limites mínimos e máximos do valor pago aos estafetas, e determinar regras específicas para a prestação da atividade.

“Conclui-se que a Uber não se limita a encomendar ao estafeta a entrega do produto, mas também estabelece a forma como deverá fazê-lo, controlando todos os aspetos através da aplicação e tomando as decisões finais, sendo o preço, a forma de pagamento e a taxa de entrega fixados exclusivamente pela empresa. Por outras palavras, a partir do momento em que o estafeta se liga à plataforma ele passa a integrar um serviço por ela organizado“, lê-se na sentença.

"Conclui-se que a Uber não se limita a encomendar ao estafeta a entrega do produto, mas também estabelece a forma como deverá fazê-lo.”

Tribunal do trabalho de Castelo Branco

Já em Viseu, o Tribunal reconheceu contratos de trabalho a dois estafetas da Glovo, argumentando que a própria app é um instrumento de trabalho. Uma vez que esse instrumento é propriedade da plataforma, há indícios de subordinação, entendeu o Tribunal, neste caso.

Em contraste, o Tribunal de Lisboa negou um vínculo a um estafeta da Uber Eats, atirando que “não é aceitável que quem trabalha quando quer, como quer, quanto quer e sem consequências possa ter uma realidade de contrato de trabalho”.

“É, diga-se com esta simplicidade, o estafeta que escolhe quanto quer receber”, lê-se nessa mesma sentença, que destaca ainda que o estafeta “não tem qualquer indumentária, qualquer código ou conduta, e nem a sua mochila térmica tem de obedecer a algo que a relacione com a Uber“.

"Não é aceitável que quem trabalha quando quer, como quer, quanto quer e sem consequências possa ter uma realidade de contrato de trabalho.”

Tribunal do trabalho de Lisboa

Já na segunda instância, a Relação de Guimarães deu razão a um estafeta, salientando que, “a partir do momento em que se liga à plataforma [este] passa a integrar um serviço por ela organizado que não se limita a encomendar a recolha e a entrega da mercadoria, mas estabelece a forma como o deve fazer, controlando diversos aspetos através da aplicação, decidindo quanto ao preço, a forma de pagamento e a taxa de entrega, nada recebendo o estafeta, em regra, do cliente, ficando o processo de faturação a cargo da plataforma”.

No acórdão, que está disponível online e não revela a que plataforma se refere, lê-se ainda que “o estafeta está sujeito a diversas formas de controlo e de avaliação algorítmica por parte da plataforma, o que não pode deixar de ser considerado uma manifestação do poder de direção e disciplinar que a empresa que gere a plataforma exerce, o que evidencia, sem margem para dúvida, a dependência própria da relação laboral“.

No entanto, mais a sul no mapa, a Relação de Évora mais recentemente chegou à conclusão oposta em relação a cinco estafetas da Uber Eats, admitindo que há, sim, dúvidas quanto ao reconhecimento da app como instrumento de trabalho, mas concluindo que não é essa a correta classificação.

Mais, a plataforma não fixa horários e não paga periodicamente uma quantia certa, pelo que não está em causa uma relação de trabalho dependente, de acordo com o acórdão da Relação de Évora, a que o ECO teve acesso.

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Bancos já estão a marcar escrituras com jovens ao abrigo da garantia pública

A garantia do Estado para ajudar os jovens na compra de casa está a registar uma procura "moderada" a "elevada" nos primeiros dias de comercialização. Primeiras escrituras prestes a ser fechadas.

Os bancos já estão a agendar as primeiras escrituras para a compra de casa ao abrigo da garantia pública para os jovens, prevendo fechar os primeiros contratos ao longo deste mês, segundo adiantaram ao ECO.

Anunciada na campanha eleitoral do PSD de há um ano, uma das medidas mais emblemáticas do Governo de Luís Montenegro — e com um envelope financeiro de 1,2 mil milhões de euros — está agora a chegar aos balcões dos bancos, que estão a registar uma procura “moderada” a “elevada” por parte dos jovens nestes primeiros dias de comercialização ao balcão.

No Banco CTT já estão marcadas escrituras para esta semana. Nos maiores bancos, que já concluíram o processo de adesão ao mecanismo da garantia do Estado, a expectativa é que possam fazer o mesmo ainda neste mês, como contaram ao ECO. No Santander, de resto, faz-se hoje a primeira escritura, disse fonte oficial ao ECO.

“Esperamos fazer as primeiras escrituras em janeiro”, revela a Caixa Geral de Depósitos (CGD), onde a procura tem sido “elevada”. O banco público criou uma área no seu site com toda a informação sobre a medida, incluindo um simulador. “As agências já podem aceitar, carregar e dar continuidade aos pedidos de crédito ao abrigo do Decreto-Lei n.º 44/2024, de 10 de julho”, disse fonte oficial.

No BPI, que fala numa procura “fraca a moderada, natural para os primeiros dias [da medida]”, aponta-se o prazo de “algumas semanas” para a celebração das primeiras escrituras. “O BPI já está em condições de receber pedidos de clientes e dar seguimento às fases contratuais”, afirma o banco liderado por João Pedro Oliveira e Costa.

Já o Novobanco vai contactar clientes “nos próximos dias” com vista a marcar as primeiras escrituras, enquanto o Banco Montepio indica que, embora ainda não tenha pedidos formalizados, nota um interesse “moderado” dos seus clientes mais jovens.

O BCP apenas adiantou que a solução da garantia pública já está disponível no banco desde o final do ano passado.

Foram 18 os bancos que aderiram à linha de garantia do Estado no valor de 1,2 mil milhões de euros, que se destina a jovens entre os 18 e os 35 anos que pretendam adquirir a sua primeira habitação própria permanente. Para aceder a este mecanismo, os candidatos têm de cumprir cumulativamente vários requisitos, incluindo auferir rendimentos que não ultrapassem o 8.º escalão do IRS e não ser já proprietário de uma outra casa.

A garantia pública tem o intuito de ajudar a viabilizar o financiamento de um prédio urbano ou de fração autónoma de prédio urbano em transações até 450 mil euros. Este limite aplica-se ao valor mínimo entre o preço de aquisição e o valor da avaliação do imóvel.

O Estado garante até 15% do valor da transação do imóvel. Por exemplo, numa casa de 200 mil euros, a garantia do Estado pode ir até 30 mil euros. No entanto, esta percentagem é ajustada proporcionalmente se o banco financiar menos de 100% do valor da transação.

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Empresas do PSI enfrentam dívida de 15 mil milhões nos próximos dois anos. BCP e EDP representam 75%

A EDP e o BCP são responsáveis por mais de 75% do montante de obrigações e de empréstimos das 15 empresas que compõem o principal índice da Euronext Lisboa que vencem em 2025 e 2026.

As 15 empresas que compõem o principal índice da Euronext Lisboa deverão fechar 2024 com mais um ano de resultados recordes. Os dados mais recentes revelam que nos primeiros nove meses do ano o lucro das companhias que integram o PSI aumentou 6%, para quase 4,4 mil milhões de euros.

No entanto, para os seus acionistas, estes resultados não têm resultado em iguais ganhos recorde, pelo contrário. Depois de em 2023 o PSI ter oferecido ganhos de 16% aos investidores, o principal índice da Euronext Lisboa deverá fechar este ano com um desempenho bem inferior, alcançando uma rendibilidade de perto dos 4% (já considerando os dividendos distribuídos).

Para 2025, apesar dos analistas que acompanham as empresas do PSI apontarem para uma subida de quase 33% do índice da bolsa nacional até aos 8.400 pontos, ninguém sabe para onde irá “navegar” o mercado. Das poucas certezas que se tem relativamente às 15 empresas que compõem o PSI para o próximo ano é que as suas equipas de gestão terão de gerir o pagamento de 5,7 mil milhões de euros em obrigações e outros empréstimos, a que se seguem mais 9,2 mil milhões de euros em 2026.

De acordo com dados recolhidos da Refinitiv, as empresas do PSI enfrentarão assim quase 15 mil milhões de euros de dívida que irá vencer entre 2025 e 2026, sendo que 85% deste montante é constituído por obrigações. E entre a empresas mais pressionadas estão a EDP e o BCP, que são responsáveis por mais de 75% do total da dívida do PSI que irá vencer nos próximos dois anos.

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Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

Entre as 15 empresas que compõem o PSI, apenas os CTT, a Corticeira Amorim e a Jerónimo Martins não têm qualquer obrigação ou empréstimo que irá vencer em 2025 e 2026. No entanto, não significa que a gestão da dívida não seja uma prioridade para as suas equipas.

Isso é particularmente visível nos CTT, que entre as 15 empresas do PSI é a que apresenta o maior nível de endividamento. No final de setembro, os Correios apresentavam uma dívida total equivalente a 40,2 vezes o EBITDA. E apesar dos analistas anteciparem uma queda do nível de endividamento da empresa no próximo ano, a dívida dos CTT deverá fixar-se num montante igual a 30,6 vezes o EBITDA.

De acordo com dados da Refinitiv, o nível de endividamento das empresas do PSI medido pelo rácio dívida/EBITDA era de 2,9 vezes em setembro deste ano e deverá situar-se nos 2,4 vezes no próximo ano, em termos medianos.

Entre as empresas mais endividadas do índice, excluindo os CTT, está a EDPR Renováveis, que fechou as contas dos primeiros nove meses com um stock de dívida equivalente a 6,6 vezes do EBITDA, logo seguida da REN e da EDP, com um rácio de 5,4 e 5,2 vezes, respetivamente.

Entre as empresas menos endividadas estão a Navigator e a Corticeira Amorim, que fecharam as contas dos primeiros nove meses deste ano com uma dívida equivalente a 1,4 e 1,9 vezes o seu EBITDA, respetivamente.

No entanto, quem mais deverá reduzir o seu nível de endividamento no próximo ano será o BCP que, segundo estimativas dos analistas, deverá baixar em mais de um terço este rácio, passando de uma dívida equivalente a 3 vezes o EBITDA em setembro para 1,9 vezes no próximo ano.

O caminho oposto deverá ser feito por apenas três empresas dos PSI, que verão o seu nível de endividamento crescer em 2025. É o caso da Corticeira Amorim, Mota-Engil, que verão o rácio dívida/EBITDA aumentar 1% e 2,4%, respetivamente, mas sobretudo a Galp Energia, que verá o seu nível de endividamento aumentar 19,7%, com a sua dívida a passar de um valor equivalente a 1,2 vezes o EBITDA para 1,5 vezes, segundo estimativas dos analistas, embora mantendo-se num patamar baixo em termos de rácio.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 3 de janeiro

  • ECO
  • 3 Janeiro 2025

Ao longo desta sexta-feira, 3 de janeiro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 3 Janeiro 2025

Vai decorrer a gala de abertura da presidência polaca do Conselho da UE. A marcar o dia está ainda a reunião do Ministério da Saúde com os farmacêuticos e a tomada de posse do novo congresso dos EUA.

Esta sexta-feira, vai decorrer a gala de abertura da presidência polaca do Conselho da União Europeia (UE) e contará com os discursos do primeiro-ministro Donald Tusk e do presidente do Conselho Europeu António Costa. Também vão terminar duas greves – uma dos CTT da Moita e outra dos trabalhadores do Registo. A marcar o dia está ainda a reunião do Ministério da Saúde com os farmacêuticos, a tomada de posse do novo congresso dos EUA e a greve dos trabalhadores das Santas Casa da Misericórdia.

Abertura oficial da presidência polaca do Conselho da UE

Esta sexta-feira, pela 20h, terá lugar em Varsóvia, na Polónia, a gala de abertura da presidência polaca do Conselho da União Europeia (UE). A gala contará com os discursos do primeiro-ministro Donald Tusk e do presidente do Conselho Europeu António Costa. Polónia assumiu no dia 1 e até 30 de junho a presidência rotativa do Conselho da UE com atenções focadas na segurança do bloco comunitário, numa altura de incertezas e de desafios geopolíticos causados por conflitos. Varsóvia sucede à Hungria, liderada pelo controverso primeiro-ministro Viktor Orbán, na presidência semestral do Conselho da UE.

Terminam mais duas greves

Mais duas greves vão terminar esta sexta-feira. Uma delas é a greve parcial de carteiros da distribuição postal dos CTT da Moita. Convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT/FECTRANS), são exigidas “respostas para a falta de trabalhadores, giros demasiado longos, dobras frequentes, que decorrem das opções da gestão dos CTT de colocarem os lucros à frente do serviço público, com a degradação das condições de trabalho dos que, diariamente, asseguram o serviço às populações”. Também termina greve de trabalhadores dos Registos, que estavam em protesto pela falta de diálogo com a tutela, contra as assimetrias salariais e pela contratação de mais trabalhadores.

Ministério da Saúde reúne-se com farmacêuticos

A secretária de Estado da Gestão da Saúde, Cristina Vaz Tomé, vai reunir-se pelas 16h00 com o Sindicato Nacional dos Farmacêuticos para debater a grelha salarial destes profissionais. As negociações foram retomadas na passada sexta-feira, dia 27 de dezembro, após três meses de interregno e de reuniões sucessivamente adiadas.

Novo Congresso nos EUA toma posse

Os republicanos vão ter a maioria na Câmara e no Senado dos Estados Unidos da América. Todos os novos congressistas vão fazer o juramento e tomar posse esta sexta-feira para dar início à 119.ª legislatura.

Trabalhadores da Santa Casa da Misericórdia em greve

Convocada pelo CESP – Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal, os trabalhadores da Santa Casa da Misericórdia protestam esta sexta-feira pela falta de diálogo da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), “que de novo voltou a adiar reunião com o CESP, não respondendo às reivindicações dos trabalhadores”. Estes trabalhadores reclamam, há vários anos, um Contrato Coletivo de Trabalho (CCT) “que valorize o trabalho, as carreiras profissionais e a antiguidade”.

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A viagem da vida: do filme “Joy” à realidade da maternidade atual

  • Servimedia
  • 3 Janeiro 2025

Desde que Robert Edwards revolucionou a medicina com o nascimento do primeiro bebé de fertilização in vitro em 1978, como refletido no filme “Joy”, o campo da fertilidade tem avançado a passos largos.

Edwards, que recebeu o Prémio Nobel da Medicina em 2010, estabeleceu um marco na medicina moderna e deu a milhões de pessoas em todo o mundo a possibilidade de terem filhos.

Mas também lançou as bases de uma disciplina que, atualmente, não só permite que as pessoas com problemas de fertilidade realizem o seu sonho de serem pais, como está a revolucionar a tecnologia e a inovação médicas.

De facto, se Edwards pudesse observar o panorama atual, ficaria certamente surpreendido com os tratamentos, as clínicas e os especialistas que lideram este apaixonante campo em Espanha e no mundo. E no qual ainda há um longo caminho a percorrer.

Entre os pioneiros que marcaram e consolidaram o caminho para o sucesso em Espanha, encontramos nomes como o Dr. Santiago Dexeus, o Dr. Rafael Bernabeu, ambos falecidos em 2024, e o Dr. Antonio Pellicer, fundador do IVI e uma referência mundial pela sua visão da medicina reprodutiva e pela utilização de tecnologia de ponta com avanços na genética, inteligência artificial e tratamentos individualizados, fundamentais na consolidação da fertilidade assistida. Dexeus, conhecido pelo seu trabalho em ginecologia e oncologia, foi também um dos principais promotores dos tratamentos de fertilidade nos seus primórdios e o Dr. Bernabeu contribuiu significativamente para o desenvolvimento de técnicas avançadas que permitiram a muitos casais realizar o seu sonho de serem pais.

Estes pioneiros não só abriram o caminho, como também inspiraram uma nova geração de especialistas empenhados em fazer avançar o domínio da fertilidade.

O bastão geracional foi assumido por figuras como o Dr. Juan Antonio García Velasco, diretor científico do IVI RMA Global, reconhecido pela sua investigação sobre a preservação da fertilidade e a gestão de casos complexos e pelo seu trabalho crucial na melhoria das opções disponíveis para pacientes com diagnósticos adversos.

Ao Dr. Joaquín Llácer, atual vice-presidente da Sociedade Espanhola de Fertilidade (SEF), que aposta firmemente na melhoria das taxas de sucesso através de tratamentos personalizados, ou à Dra. Ana Cobo, diretora da Unidade de Criobiologia também no IVI e uma das pioneiras em Espanha na criopreservação de ovócitos, elevando a vitrificação a um nível que permite às mulheres de todo o mundo preservar a sua fertilidade com taxas de sucesso sem precedentes. Todos eles são as principais referências no domínio da medicina reprodutiva a nível nacional e internacional.

EVOLUÇÃO

A fertilidade assistida evoluiu drasticamente nos últimos anos. Procedimentos como o Diagnóstico Genético Pré-implantacional (DGPI) permitiram a seleção de embriões livres de doenças genéticas, aumentando a probabilidade de sucesso em gravidezes saudáveis. Além disso, a incorporação da inteligência artificial na análise dos embriões está a revolucionar a tomada de decisões clínicas, optimizando os resultados e reduzindo o tempo necessário para conseguir uma gravidez.

Outras inovações, como as técnicas de preservação da fertilidade através da vitrificação de oócitos, estão a permitir que mais mulheres planeiem a sua gravidez de acordo com as suas necessidades pessoais ou profissionais. A utilização de biomarcadores para personalizar os tratamentos está também a ganhar terreno, oferecendo soluções adaptadas às caraterísticas únicas de cada paciente.

A revolução da fertilidade é um testemunho do poder do conhecimento, da inovação e da perseverança. Especialistas como os acima mencionados e clínicas de excelência como o IVI, Tambre ou Hospital Universitari Dexeus, entre outros, continuam a resolver desafios, provando que há sempre formas de oferecer esperança.

Se Robert Edwards estivesse aqui para testemunhar os avanços de hoje, provavelmente ficaria maravilhado com o quão longe o seu legado chegou. Atualmente, as possibilidades para as pessoas com dificuldades em engravidar são mais vastas e promissoras do que nunca. A combinação de ciência, tecnologia e humanidade tornou o sonho da maternidade uma realidade para milhões de pessoas. Edwards inspirou gerações de médicos e investigadores, e o seu impacto continua a ser evidente em cada novo avanço.

Especialistas como os acima mencionados e clínicas de excelência continuam a alargar os limites do que é possível. Mesmo nos desafios mais difíceis, a ciência prova uma e outra vez que há sempre formas de oferecer esperança. O futuro da reprodução assistida promete ser ainda mais emocionante, levando o sonho de trazer novas vidas ao mundo ainda mais longe.

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Caso Rosalino. Revogação da lei “dificultaria escolha” de novo nome, admite Governo

  • ECO
  • 2 Janeiro 2025

"Aquilo que foi estabelecido através de uma alteração legislativa foi precisamente de que a pessoa que exercesse esta função poderia continuar a receber o mesmo vencimento que recebia", disse.

O ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, admitiu esta quinta-feira, em entrevista à RTP3, que a lei que permite que o secretário-geral do Governo pudesse optar por continuar a receber o salário de origem pode ser alterada ou revogada. “Da oposição temos de contar com tudo”, disse, depois de afirmar que se a lei for alterada ou revogada irá “dificultar a escolha” de um novo nome depois de Hélder Rosalino ter desistido de assumir o cargo.

 

“Aquilo que foi estabelecido pelo Governo através de uma alteração legislativa foi precisamente de que a pessoa que exercesse esta função [de secretário-geral do Governo] poderia continuar a receber exatamente o mesmo vencimento que recebia na sua função anterior. Neste caso concreto, essa pessoa já servia o Estado português. Isto não significaria nem mais um cêntimo de custo para o Estado“, refere.

Sobre ter de ser o Banco de Portugal a pagar o salário do ex-administrador Hélder Rosalino, o ministro sublinha que em causa está “dinheiro público” que seria usado para pagar a remuneração de uma “função muito importante” numa reforma que o Governo está a levar a cabo no seio da Administração Pública.

Esta quinta-feira, o Banco de Portugal defendeu que pagar o salário de Hélder Rosalino enquanto secretário-geral do Governo violaria as regras do Eurosistema, argumentando que a proibição do financiamento monetário é um dos pilares da União Económica e Monetária, a par do princípio da primazia do mandato e do princípio da independência.

Em causa está a polémica gerada em torno do salário de mais de 15 mil euros do ex-administrador do Banco de Portugal Hélder Rosalino, que foi apontado para exercer funções como secretário-geral do Governo, mas entretanto desistiu do cargo.

O Governo alterou a lei, permitindo que o secretário-geral do Governo pudesse optar por continuar a receber o salário de origem. Contudo, o governador do regulador, Mário Centeno, avisou que o supervisor não iria arcar com os custos, invocando estar proibido pelo Eurosistema.

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Ataque russo danifica instalações do parlamento ucraniano

  • Lusa
  • 2 Janeiro 2025

Os drones russo ao bairro de Pechersky, em Kiev, mataram dois civis e danificaram também os edifícios administrativos do Parlamento ucraniano.

Um ataque com um drone russo no bairro central de Pechersky, em Kiev, que matou dois civis na quarta-feira, danificou também as instalações do parlamento ucraniano, disse o presidente do parlamento, Ruslan Stefanchuk. “A onda de explosão danificou os edifícios circundantes, incluindo os edifícios administrativos do Parlamento ucraniano, onde estão localizados os comités e departamentos da Verkhovna Rada da Ucrânia”, revelou esta quinta-feira Stefanchuk no Facebook.

Stefanchuk anexou fotografias que mostram várias janelas e fragmentos de gesso que foram arrancados pela explosão causada pelo ataque do drone russo.

A extensão dos danos ainda está a ser avaliada, disse Stefanchuk, e os funcionários do Parlamento estão a fazer tudo o que é possível “para eliminar rapidamente as consequências do ataque e garantir o funcionamento ininterrupto da Verkhovna Rada (Conselho Supremo da Ucrânia) e dos seus órgãos”.

O edifício danificado fica a cerca de 50 metros do gabinete do Presidente ucraniano Volodymir Zelensky e a 300 metros do edifício principal do Parlamento ucraniano, onde os deputados realizam sessões regulares, apesar dos ataques russos diários à capital. Moscovo tem ameaçado repetidamente atacar os “centros de decisão” de Kiev e os seus drones e mísseis são abatidos quase diariamente na capital e nos seus arredores.

De acordo com a informação disponível publicamente, o mais próximo que a Rússia esteve de atacar o parlamento ucraniano foi a 7 de setembro, quando fragmentos de um drone intercetado foram encontrados perto do edifício principal da câmara legislativa.

Stefanchuk afirmou ainda que “o cínico ataque russo” ao centro que danificou o parlamento na quarta-feira matou dois civis, uma família de conhecidos cientistas e professores da Universidade Taras Shevchenko de Kiev, o neurobiólogo Igor Zima e a sua mulher, a bióloga Olesia Sokur.

O edifício principal do Banco Nacional da Ucrânia, situado nas proximidades, também foi danificado no ataque, de acordo com o gabinete de imprensa do organismo bancário ucraniano. As forças de defesa ucranianas abateram 47 de 72 drones lançados pela Rússia entre a noite de quarta-feira e hoje, enquanto outros 24 desapareceram dos radares, declarou a força aérea ucraniana.

Num comunicado, as autoridades ucranianas especificaram que drones iranianos ‘Shahed’ e outros tipos de aparelhos aéreos não tripulados foram lançados a partir dos territórios russos de Bryansk, Oryol, Kursk e Primorsko-Akhtarsk. “Até às 08:30 (06:30 em Lisboa), foi confirmado o abate de 47 drones Shahed e outros tipos de aparelhos aéreos não tripulados nas regiões de Poltava, Sumi, Kharkiv, Kiev, Chernihiv, Cherkassy, Kirovograd, Dnipropetrovsk, Odessa, Kherson e Mykolayiv”, indicou a nota militar.

Além disso, devido à ação ativa das forças de defesa, 24 drones de vários tipos desapareceram dos radares sem consequências negativas, enquanto outro ainda estava no ar no momento da publicação do comunicado. O ataque aéreo foi repelido pela aviação, por mísseis antiaéreos, pelas unidades de guerra eletrónica, pelos grupos móveis de ataque da força aérea e das forças de defesa ucranianas, segundo as autoridades ucranianas.

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Marcelo e PCP têm “opiniões divergentes, que são notórias e públicas”, diz Paulo Raimundo

  • Lusa
  • 2 Janeiro 2025

Marcelo Rebelo de Sousa recebeu o PCP em audiência para apresentar as conclusões do 22.º Congresso do partido. "Foi uma conversa longa e cordial", disse Paulo Raimundo.

O secretário-geral do PCP defendeu esta quinta-feira que o combate às desigualdades pedido pelo Presidente da República só se faz com uma política alternativa e considerou que a atual “não serve os interesses da maioria”.

Em declarações aos jornalistas no Palácio de Belém, em Lisboa, após uma audiência com o Presidente da República em que apresentou as conclusões do 22.º Congresso do PCP, Paulo Raimundo disse que transmitiu a Marcelo Rebelo de Sousa a necessidade de uma política que “dê resposta aos problemas concretos da vida das pessoas”.

O secretário-geral do PCP afirmou que este ano começou com “o aumento dos preços” e um Orçamento do Estado que não vai resolver os problemas da população, acrescentando que isso é um rumo “que não responde às necessidades da maioria”.

“Resolve os interesses de um punhado de grupos económicos, é verdade, mas não responde aos interesses da maioria. Nós falámos de uma política que responde aos interesses da maioria. Foi isso que viemos cá dizer ao senhor Presidente”, afirmou Paulo Raimundo, após uma reunião que durou cerca de uma hora e meia.

Paulo Raimundo reconheceu que o Presidente da República e o PCP têm “opiniões divergentes, que são notórias e públicas” sobre a política que está a ser aplicada pelo atual Governo. “Não tentámos convencer o senhor Presidente da República, nem ele nos tentou convencer a nós. Foi uma conversa longa e cordial”, disse.

O secretário-geral do PCP abordou a mensagem de Ano Novo do Presidente da República para salientar que Marcelo Rebelo de Sousa também alertou para a necessidade de combater as injustiças e as desigualdades, defendendo que, com a atual política, não se vai conseguir dar resposta a essas questões.

Não é possível continuar num país cujo rumo que está em curso do ponto de vista político seja o de acentuar este rumo de injustiça e desigualdade com os tais dois milhões de pobres que o senhor Presidente ontem [quarta-feira] referia e, simultaneamente, com os 32 milhões de euros de lucros para os grandes grupos económicos”, referiu.

Paulo Raimundo sustentou que “os elementos fundamentais para dar combate à pobreza” em Portugal passam por aumentar os salários e as pensões “de forma significativa” e considerou que o problema atual prende-se com a maneira como está a ser distribuída a riqueza que é criada no país.

Nós estamos perante uma situação de profunda injustiça na distribuição de riqueza e não vale a pena virem apelar aos amanhãs que nunca virão, que é a ideia que, primeiro, tem de aumentar a riqueza e depois distribuir, quando o problema é que ela está a ser criada hoje, foi criada ontem e está a ser distribuída de forma profundamente injusta”, disse. Questionado sobre os motivos para esta reunião ter demorado cerca de uma hora e meia, o secretário-geral do PCP disse que o intuito da audiência foi apresentar as conclusões do 22.º Congresso do partido, que “são densas e têm grande profundidade”.

Tivemos também a oportunidade de ouvir da boca do senhor Presidente as suas próprias opiniões sobre esses mesmos assuntos. Se calhar ainda teríamos mais horas para continuar a falar”, disse. Nestas declarações aos jornalistas, Paulo Raimundo foi ainda questionado sobre o facto de o PCP se ter juntado a BE, Livre e PAN para pedir a apreciação parlamentar do decreto-lei que flexibilidade a lei dos solos.

Na resposta, o secretário-geral do PCP considerou que esse decreto-lei não vai dar qualquer resposta ao problema da habitação e só vai aumentar a especulação imobiliária, defendendo que é preciso ouvir o Governo sobre a matéria.

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Primeiro-ministro eslovaco acusa Zelenski de “sabotar” finanças da UE

  • Lusa
  • 2 Janeiro 2025

"A decisão do presidente Zelenski só beneficia os EUA", acusou o primeiro-ministro eslovaco, após o fim do transporte de gás russo através de gasodutos na Ucrânia.

O primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, acusou esta quinta-feira o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, de “sabotar” as finanças da União Europeia e ameaçou cortar apoios aos ucranianos residentes na Eslováquia. A acusação e a ameaça foram feitas na sequência do fim do transporte de gás russo para a Europa através da Ucrânia.

Fico avançou que a “decisão unilateral” de Zelenski representa uma perda anual de “quase 500 milhões de dólares” para a Eslováquia, receita esta proveniente dos direitos de passagem do gás russo pelo território eslovaco.

Disse também que a União Europeia vai pagar uma eletricidade mais cara e que a Federação Russa não é afetada pela decisão da Ucrânia. “A decisão do presidente Zelenski só beneficia os EUA”, acrescentou. Fico atacou ainda a oposição e a comunicação social do seu país por “calarem” e “tolerarem” a “sabotagem de Zelenski”.

O líder eslovaco adiantou que o governo vai estudar que resposta pode dar, entre as quais a redução de fornecimento de eletricidade à Ucrânia e do apoio aos ucranianos que vivem na Eslováquia.

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Marcelo reenvia carta de André Ventura para outros conselheiros de Estado

  • Lusa
  • 2 Janeiro 2025

O líder do Chega alegou que se vive em Portugal um "estado de insegurança brutal" e defendeu que Marcelo Rebelo de Sousa deve abordar este tema.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, decidiu remeter aos outros conselheiros de Estado a carta recebida do presidente do Chega, André Ventura, sobre a segurança em Portugal.

“Na sequência da missiva remetida pelo conselheiro de Estado professor doutor André Ventura, o Presidente da República solicitou que a mesma fosse enviada aos demais conselheiros de Estado para transmitirem o que tiverem por conveniente“, lê-se numa nota divulgada esta quinta-feira pela Presidência da República.

No sábado, em conferência de imprensa, na sede do Chega, em Lisboa, André Ventura anunciou que o seu partido iria agendar um debate de urgência na Assembleia da República sobre a segurança em Portugal e sugeriu que o Presidente da República convocasse o Conselho de Estado sobre esse tema.

O presidente do Chega referiu que, apesar de o Conselho de Estado ser convocado por iniciativa do Presidente da República, decidiu escrever-lhe, na qualidade de conselheiro de Estado, “sugerindo a realização e a convocação urgente” de uma reunião deste órgão político de consulta sobre a segurança em Portugal.

André Ventura alegou que se vive em Portugal um “estado de insegurança brutal” e defendeu que Marcelo Rebelo de Sousa deve abordar este tema. “Era importante que fosse aconselhado ou pelo menos que ouvisse as forças vivas da sociedade sobre o que se passa em Portugal em matéria de segurança”, declarou o deputado e presidente do Chega.

“É tempo que o mais alto magistrado da nação, que noutros momentos falou sobre tudo e mais alguma coisa, tenha a coragem, mesmo que não seja politicamente correto, de dizer aos portugueses que vivemos tempos de insegurança e que tudo fará para combater essa insegurança”, acrescentou.

André Ventura foi um dos cinco conselheiros de Estado eleitos pela Assembleia da República para a prsente legislatura, por indicação do Chega, que é atualmente a terceira maior força parlamentar.

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