Novas regras de cibersegurança vão ser mais exigentes e abranger mais empresas. Saiba quais

O Governo vai aumentar os critérios de exigência para reforçar cibersegurança e para poder afastar fornecedores de risco. "Caso Huawei" na rede 5G volta a ser reavaliado em seis meses.

Vem aí uma nova lei de reforço da cibersegurança, que vai trazer um alargamento dos setores, das empresas e das entidades públicas sob escrutínio, mais poderes de intervenção das autoridades, e sanções mais pesadas para as “entidades essenciais” e “entidades importantes” abrangidas. O Governo passa a ter a última palavra sobre as decisões que resultem no afastamento de fornecedores de risco, de acordo com um projeto de lei que vai estar, a partir desta sexta-feira, dia 21, em consulta pública. A chamada diretiva NIS2 — lei comunitária agora transposta — visa garantir uma capacidade de resposta às novas ciberameaças, mas o Governo defende uma aplicação equilibrada da diretiva. O “caso Huawei”, esse, vai ser objeto de nova reavaliação no prazo de seis meses.

A transposição da NIS2 (Diretiva 2022/2555) já era aguardada, mas a dúvida dos agentes económicos, privados e públicos, tinha a ver com o alcance da forma como o Governo entendia transpor o que é definido no quadro europeu. E na avaliação do Governo — o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, tem a tutela da cibersegurança –, o diploma que vai agora para consulta pública terá um ponto de equilíbrio entre as exigências de proteção e o âmbito, custos e execução da fiscalização do reforço da cibersegurança.

Havia, de qualquer forma, um “elefante na sala”. A tecnológica chinesa Huawei foi afastada do 5G precisamente por causa dos riscos de cibersegurança identificados. Em maio de 2023, a Comissão de Avaliação de Segurança, no âmbito do Conselho Superior de Segurança do Ciberespaço, divulgou uma deliberação sobre o “alto risco” para a segurança das redes e de serviços 5G do uso de equipamentos de fornecedores que, entre outros critérios, estejam sedeados em países que não pertençam à UE, NATO ou OCDE, e que “o ordenamento jurídico do país em que está domiciliado” ou ligado “permita que o Governo exerça controlo, interferência ou pressão sobre as suas atividades a operar em países terceiros”.

A decisão encaixou como uma luva na Huawei, fornecedora de redes de 5G. E esperava-se agora, na transposição desta diretiva, para avaliar se o Governo revertia, ou não, a decisão do Governo anterior de António Costa. Ora, uma norma transitória da proposta de lei define que, apesar das mudanças, a entrada em vigor desta lei “não prejudica a validade das decisões tomadas pela Comissão Nacional de Avaliação de Segurança“. Mas o Executivo abre a porta à sua reavaliação. Aquela decisão continua a valer por um prazo de 180 dias, mas nos referidos seis meses, “com base na nova avaliação de segurança (…), o membro do Governo responsável pela área de cibersegurança pode decidir pela renovação, modificação ou substituição das decisões adotadas pela Comissão de Avaliação de Segurança“.

Ou seja, passa a estar tudo em aberto num processo que está a ser, já hoje, impugnado em tribunal pela tecnológica chinesa. Mas assim o Governo garantiu o que considera ser essencial: a preservação da continuidade do Estado, independentemente de quem está em funções executivas.

Mais setores, empresas e entidades públicas abrangidas. E coimas mais pesadas

O novo regime de cibersegurança define os critérios que servem para determinar os riscos a que o país está exposto. Particularmente, no artigo 18.º — que especifica o papel e composição da Comissão de Avaliação de Segurança do Ciberespaço — é explicitado que o membro do Governo pode aprovar “restrições” à utilização de equipamentos de risco para a segurança do ciberespaço ou mesmo a exclusão desses equipamentos. E um dos critérios para avaliar o nível de exposição dos fabricantes ou fornecedores a influências indevidas é a dependência, “direta ou indiretamente (…), da interferência do Governo ou administração de um país terceiro“.

A proposta de lei que vai agora ser sujeita a consulta pública já foi discutida, no passado dia 5 de novembro, no âmbito do Conselho Superior de Segurança do Ciberespaço, e também foi alvo de consultas no quadro do CSIRT (Computer Security Incident Response Team), que inclui 64 entidades públicas e privadas. Nesta rede nacional de consulta e cooperação de incidentes digitais estão bancos, operadores de telecomunicações, consultoras e até um clube de futebol (o Benfica), além de entidades públicas como as universidades.

O Governo tinha uma preocupação central, além de cumprir o que decorre da segurança e integridade dos sistemas críticos determinados no quadro europeu: evitar custos pesados, especialmente para as empresas que não estão abrangidas pela atual NIS1 e que passam a ter de cumprir exigências de cibersegurança. A fórmula encontrada terá seguido o modelo da Bélgica, o primeiro Estado-membro a adotar a referida diretiva comunitária.

Por um lado, o Governo definiu o âmbito de aplicação da nova lei às médias empresas privadas (entre 50 e 249 trabalhadores) e às grandes empresas. Ou a entidades que, independentemente da sua dimensão, possam ser, por exemplo, fornecedores de redes públicas de comunicações eletrónicas, ou a entidades que sejam prestadores únicos de um serviço considerado essencial. Mas também a entidades do Estado, incluindo entidades independentes, mas excluindo o Banco de Portugal, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF).

Além disso, o Governo tipificou dois tipos de empresas ou organismos públicos: entidades essenciais e entidades importantes. E, no caso do Estado, se os organismos não forem considerados em nenhuma destas categorias, podem entrar numa espécie de terceira categoria: Entidades Relevantes de Grupo A e Entidades Relevantes de Grupo B.

Como é que as empresas e os organismos públicos saberão a qual grupo pertencem? Uma das preocupações foi limitar os custos associados às novas exigências de reforço de cibersegurança, que necessariamente vão aumentar. Como referido, a proposta de lei segue o modelo da Bélgica. O Centro Nacional de Cibersegurança vai disponibilizar uma plataforma eletrónica na qual as empresas se inscrevem e poderão, assim, saber através de um mecanismo de autoidentificação, em que grupo se inserem.

Este passo é decisivo para a avaliação do respetivo risco e, sobretudo, das coimas a que poderão estar sujeitas em caso de incidente ou não cumprimento do novo regime. O objetivo, lê-se no diploma preliminar, “é garantir que as empresas e entidades abrangidas conheçam a categoria em que se inserem e as medidas mínimas que devem adotar“.

E que medidas são essas? Por exemplo, “as entidades essenciais e importantes são responsáveis por garantir a segurança das redes e dos sistemas de informação, tomando as medidas técnicas, operacionais e organizativas adequadas para gerir os riscos que se colocam à segurança das redes e dos sistemas de informação que utilizam nas suas operações e para impedir ou minimizar o impacto de incidentes nos destinatários dos seus serviços e noutros serviços“. Caso não o façam, “os titulares dos órgãos de gestão, direção e administração podem responder por ação ou omissão, com dolo ou culpa grave“. E neste diploma há outra novidade: as “entidades essenciais e importantes” têm de passar a ter um responsável pela cibersegurança.

As coimas a aplicar às empresas e pessoas singulares incumpridoras das novas regras de cibersegurança por contraordenações muito graves são pesadas. No caso de uma entidade considerada “essencial”, podem ir de 2,5 milhões a dez milhões de euros ou a 2% do volume de negócios anual a nível mundial, e, no caso de uma pessoa singular, a coima é definida entre os 500 euros e os 250 mil euros. Já para as chamadas entidades “importantes”, a coima vai de 1,75 milhões a sete milhões de euros, num valor não inferior a 1,4% da faturação anual a nível mundial. No caso de a contraordenação ser praticada por uma pessoa singular, a coima pode ir dos 500 euros aos 250 mil euros. Os valores a aplicar nas contraordenações graves são, claro, inferiores.

Uma das soluções possíveis para minimizar custos para as empresas abrangidas, particularmente as de média dimensão, que não tinham até agora quaisquer obrigações, e criar valor económico associado a estas novas regras, é aceitar a existência de um novo mercado de certificação de cibersegurança, como existe com outras exigências regulatórias, nomeadamente de qualidade. As empresas devidamente qualificadas — e terão elas próprias de passar os testes das autoridades de cibersegurança — poderão passar certificados que atestam o cumprimento das novas exigências e isso significará, para as empresas que as recebem, também uma vantagem competitiva de mercado.

Quais são os setores que passam a estar abrangidos pela nova lei?

1. Energia

a) Eletricidade
b) Sistemas de aquecimento e arrefecimento urbano
c) Petróleo
d) Gás
e) Hidrogénio

2. Transportes

a) Transporte aéreo
b) Transporte ferroviário
c) Transporte aquático
d) Transporte rodoviário

3. Setor bancário (instituições de crédito)

4. Infraestruturas do mercado financeiro (operadores de plataformas de negociação)

5. Saúde (prestadores de cuidados de saúde, laboratórios)

6. Água potável (fornecedores e distribuidores de água)

7. Águas residuais (empresas que recolhem e tratam águas residuais urbanas, domésticas ou industriais)

8. Infraestruturas digitais (Fornecedores de pontos de troca de tráfego, prestadores de serviços de centros de dados, fornecedores de redes de distribuição de conteúdos, fornecedores de redes públicas de comunicações eletrónicas)

9. Gestão de serviços TIC (entre empresas)

10. Espaço (operadores de infraestruturas terrestres)

O projeto lei define ainda, em anexo, outros setores críticos para reforço de cibersegurança:

1. Serviços postais e de estafeta

2. Gestão de resíduos

3. Produção, fabrico e distribuição de produtos químicos

4. Produção, transformação e distribuição de produtos alimentares

5. Indústria transformadora

a) Fabrico de dispositivos médicos e dispositivos médicos para diagnóstico in vitro
b) Fabricação de equipamentos informáticos, equipamentos para comunicação, produtos eletrónicos e óticos
c) Fabricação de equipamento elétrico
d) Fabricação de máquinas e equipamentos (não especificados)
e) Fabricação de veículos automóveis, reboques e semirreboques
f) Fabricação de outro equipamento de transporte

6. Prestação de serviços digitais

7. Investigação

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Reino Unido proíbe Isabel dos Santos de entrar no país e congela ativos

  • Lusa
  • 21 Novembro 2024

O Governo britânico anunciou sanções à empresária angolana Isabel dos Santos e dois dos seus associados, incluindo a proibição de entrar no país e o congelamento de ativos.

O Governo britânico anunciou esta quinta-feira sanções à empresária angolana Isabel dos Santos e dois dos seus associados, incluindo a proibição de entrar no país e o congelamento de ativos.

As sanções constituem o primeiro passo da nova campanha do Ministério dos Negócios Estrangeiros para combater a corrupção e o financiamento ilícito, segundo o comunicado.

Estão abrangidos pelas sanções outros dois “cleptocratas (…) que desviaram riquezas dos seus países de origem, bem como os seus amigos, familiares e intermediários que os ajudaram”, o ucraniano Dmitry Firtash e o político letão Aivars Lembergs.

Para além de Isabel dos Santos, são ainda alvo de sanções a partir desta quinta-feira a sócia e amiga Paula Oliveira e o ex-diretor financeiro da Sonangol Sarju Raikundalia.

“Isabel dos Santos, filha do antigo presidente de Angola, abusou sistematicamente dos seus cargos em empresas estatais para desviar pelo menos 350 milhões de libras esterlinas [420 milhões de euros], privando Angola de recursos e financiamento para o tão necessário desenvolvimento”, afirma o Governo britânico, lembrando que a empresária é alvo de um aviso vermelho da Interpol desde novembro de 2022 e, no mês passado, perdeu um processo no Tribunal de Recurso relativo ao congelamento dos seus bens a nível mundial.

Os seus associados ajudaram Isabel dos Santos a desviar “a riqueza de Angola em seu próprio benefício”, acrescenta-se.

“Era dourada do branqueamento de capitais acabou”

Sobre Dmitry Firtash, dizem tratar-se de um “oligarca (…) que extraiu centenas de milhões de libras da Ucrânia através da corrupção e do seu controlo da distribuição de gás e que escondeu dezenas de milhões de libras de ganhos ilícitos no mercado imobiliário do Reino Unido“.

A mulher do oligarca, Lada Firtash, que lucrou com a corrupção e detém ativos no Reino Unido, bem como Denis Gorbunenko, um intermediário financeiro baseado no Reino Unido que serviu como facilitador dos negócios foram também sancionados.

Quanto a Aivars Lembergs, trata-se de uma das pessoas mais ricas da Letónia, “que abusou da sua posição política para cometer subornos e branquear dinheiro”.

Segundo o comunicado, Lembergs escondeu “o produto da corrupção” em fundos de investimento e outras estruturas empresariais, incluindo em nome da filha, Liga Lemberg, também sancionada.

Em 2021, um tribunal de Riga declarou Lembergs culpado de 19 acusações, incluindo extorsão de subornos, falsificação de documentos, branqueamento de capitais e uso indevido de função.

Esta é uma mudança radical na forma como o Governo “está a utilizar os seus poderes de sanção para tornar o Reino Unido um ambiente mais hostil para os agentes corruptos operarem”, adianta o governo, sublinhando que “a luta contra a corrupção e o financiamento ilícito é vital para proteger o público britânico do crime organizado”.

Citado no comunicado, o ministro dos Negócios Estrangeiros, David Lammy, declara-se comprometido a “enfrentar os cleptocratas e o dinheiro sujo que lhes dá poder”, frisando que as sanções são o primeiro passo. “A maré está a mudar. A era dourada do branqueamento de capitais terminou”, reforçou o ministro.

As sanções complementam o trabalho que está a ser realizado pelo Centro Internacional de Coordenação Anticorrupção (IACCC), uma unidade de aplicação da lei de âmbito internacional que envolve várias agências e presta apoio em investigações sobre corrupção e apropriação indevida dos ativos de um país.

“O IACCC está atualmente a prestar assistência a investigações em 42 países. Só em Angola, a IACCC prestou apoio na identificação e congelamento de centenas de milhões de libras de produtos do crime”, refere-se no documento.

O IACCC ajudou já a identificar 1,45 mil milhões de libras em ativos ocultos (1,74 mil milhões de euros), dos quais 631 milhões de libras (757 milhões de euros) foram congelados por ordens judiciais, e permitiu 49 detenções de pessoas politicamente expostas ou de agentes corruptos.

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Gaia apresenta orçamento de 285 milhões de euros para 2025

A câmara de Gaia reforçou o orçamento anual em 13 milhões de euros, com a maior despesa alocada ao pessoal, habitação e mobilidade. Câmara já não está em "pré-colapso", assegura Eduardo Rodrigues.

O orçamento da Câmara de Vila Nova de Gaia para o próximo ano é de 284,7 milhões de euros, o que representa uma subida de 13 milhões de euros em relação a 2024. A Administração Geral tem a maior fatia (37,1 milhões de euros), seguida da Ação Social (31,3 milhões de euros).

“O importante é testar a taxa de execução dos orçamentos para perceber se estamos ou não perante orçamentos empolados. A nossa taxa de execução, legitimada pelo Tribunal de Contas, está perto dos 90%”, destaca o presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, durante a apresentação do documento à imprensa.

“Não estamos a fazer corridas para ter orçamentos elevados, mas sim a fazer corridas para cumprir os orçamentos que apresentamos”, afirma Eduardo Vítor Rodrigues, na apresentação do orçamento, que decorreu nesta quinta-feira, em Gaia.

O orçamento da despesa, no montante previsional de 285 milhões de euros, é composto por 69,8% (199 milhões de euros) de despesas correntes e 30,2% (86 milhões de euros) de receitas de capital. Eduardo Vítor Rodrigues adianta que o crescimento do orçamento da receita resulta do aumento verificado quer da previsão das receitas correntes, quer da previsão das receitas de capital. As despesas com pessoal representam 30,6% do total da despesa orçamentada, no valor previsto de 87,2 milhões de euros, que incluem sobretudo despesas com remunerações.

A nossa taxa de execução está perto dos 90%. Não estamos a fazer corridas para ter orçamentos elevados, mas sim a fazer corridas para cumprir os orçamentos que apresentamos.

Eduardo Vítor Rodrigues

Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia

Para o próximo ano, as componentes com maior peso são a Administração Geral com uma verba de 37,1 milhões de euros (19%) e a Ação Social, com uma dotação de 31,3 milhões de euros (16%). Neste montante estão incluídas a aquisição de habitações, a construção de várias creches municipais e centros de saúde.

No que respeita à habitação acessível, o programa contempla um valor de 13,6 milhões de euros para construção de habitação, parte do programa que totalizará 76,1 milhões de euros, para aquisição de 387 fogos. “Tivemos um financiamento de 143 milhões de euros no âmbito do Programa de Recuperarão e Resiliência (PRR), o maior orçamento de sempre na área do Primeiro Direito. É o dobro do orçamento que teve o Porto“, adianta o autarca gaiense.

Para a construção de pavilhões municipais está alocada uma verba de sete milhões de euros, aos quais se juntam 3,9 milhões de euros para a construção de creches municipais em Afurada, Arcozelo, Grijó/Sermonde e Oliveira do Douro. A educação representa 32,8 milhões de euros (16,78%) da despesa orçamental.

Para os transportes rodoviários a despesa prevista é de 17,3 milhões de euros (8,82%), sendo que 4,1 milhões de euros são destinados à Sociedade Transportes Coletivos do Porto (STCP) e 1,7 milhões de euros para a AMP/Unir, a marca comercial de Transportes da Área Metropolitana do Porto.

Dentro da administração geral, com um total de 37,1 milhões de euros, estão incluídas despesas como consumo de energia (6,3 milhões de euros), seguros (2,4 milhões de euros), contratos de segurança (2,3 milhões de euros), combustíveis (2,8 milhões de euros) e uso de viaturas (1,2 milhões de euros).

Ainda nesta vertente da administração geral, as principais despesas distribuem-se por várias componentes. Desde logo, a remodelação do Teatro Almeida Sousa, obra com um valor total de 4,1 milhões de euros, dos quais 1,4 milhões serão executados em 2025. A aquisição/expropriação de edifícios para futuras instalações municipais terá uma dotação de dois milhões de euros, enquanto a aquisição de viaturas pesadas de passageiros e de mercadorias amontará em 3 milhões de euros. A finalização da empreitada da construção do edifício da Junta de Freguesia de Arcozelo (1,5 milhões de euros) e aquisição de máquinas e equipamentos (1,3 milhões de euros) e a aquisição de software (1,1 milhão de euros) são outros elementos em destaque nas despesas.

O autarca destaca que a saúde é uma prioridade para a região e, prova disso, aponta a construção do heliporto do Hospital de Gaia, um investimento global de 1,5 milhões de euros. Destaque ainda para a edificação do centro de apoio ocupacional de Canidelo (5,2 milhões de euros). O autarca revela que este centro vai ter capacidade para 180 pessoas e estará concluído em 2026. Ainda na área da saúde, está contemplado um investimento de 2,9 milhões de euros para a construção dos centros de saúde dos Carvalhos (projeto em adjudicação) e de Grijó.

Temos as contas da câmara em ordem, não temos a câmara no pré-colapso que tínhamos em 2013.

Eduardo Vítor Rodrigues

Presidente da Câmara Municipal de Gaia

No desporto, o relatório menciona um conjunto de iniciativas, tais como a construção da piscina de Maravedi (2,6 milhões de euros, verba alocada ao orçamento de 2025, cerca de um quarto do valor global da obra, que está fixado em 9,8 milhões de euros), a finalização do Pavilhão Multiusos Arcos do Sardão (3 milhões de euros), Pavilhão Municipal de Vilar do Paraíso (1,8 milhões de euros), Pavilhão Municipal de S. Félix da Marinha (1,2 milhões de euros) e Pavilhão Municipal de Olival (1 milhão de euros).

Entre os projetos que dão mais orgulho ao presidente está a rede de metro que está ser construída na Área Metropolitana do Porto, bem como o impacto da ferrovia de alta velocidade, nomeadamente a nova estação de Vila Nova de Gaia.

“É o maior orçamento em termos de volume deste ciclo autárquico“, afirma o presidente da câmara de Gaia, que está a nove meses do final do seu terceiro mandato consecutivo, atingindo então o limite estabelecido por lei.

Contas feitas, o autarca gaiense explica que a dívida da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia Gaia é de 71 milhões de euros. No entanto, Gaia foi o terceiro concelho, no total dos 308 municípios portugueses, com maior volume de pagamento de empréstimos, de acordo com o Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses, publicação anual da Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC). “Temos as contas da câmara em ordem, não temos a câmara no pré-colapso que tínhamos em 2013”, conclui Eduardo Vítor Rodrigues.

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Ourique assina contrato de financiamento para extensão de saúde com fundos do PRR

  • ECO
  • 21 Novembro 2024

A câmara de Ourique assinou o contrato de financiamento para a requalificação da Extensão de Saúde de Garvão, orçada em 355 mil euros, com mais de 80% assegurados pelo PRR.

O município de Ourique assinou o contrato de financiamento para a requalificação da Extensão de Saúde de Garvão, no valor de 300 mil euros, montante assegurado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Ao município caberá uma dotação financeira inferior a 20% do total de 355 mil euros que custará a obra.

Marcelo Guerreiro, presidente da Câmara Municipal de Ourique, explica ao ECO/Local Online que este valor não contemplado por fundos do PRR, 55 mil euros, virá do orçamento municipal.

O projeto está previsto começar no primeiro trimestre do próximo ano e ainda não tem data definida para a conclusão, de acordo com o autarca. A obra visa reforçar a resposta de cuidados de saúde primários.

Os trabalhos permitirão melhorar as condições de acessibilidade, de segurança e conforto para os utentes e profissionais do espaço, destaca a autarquia alentejana

Com a reorganização do espaço interior da extensão de saúde, o mesmo vai contar com gabinetes médicos e de enfermagem, salas de tratamentos e espaços de atendimento.

A extensão de saúde está localizada na em Garvão, no espaço onde funcionou o antigo jardim-de-infância.

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de captura para Netanyahu

  • ECO
  • 21 Novembro 2024

A decisão foi tomada depois de o procurador do TPI, Karim Khan, ter anunciado, em 20 de maio, que pretendia obter mandados de captura por alegados crimes relacionados com os ataques do Hamas a Israel.

Os juízes do Tribunal Penal Internacional emitiram esta quinta-feira mandados de captura para o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu e para o seu antigo chefe da defesa, bem como para um dirigente do Hamas, Ibrahim Al-Masri, por alegados crimes de guerra e crimes contra a humanidade.

Segundo a Reuters, a decisão foi tomada depois de o procurador do TPI, Karim Khan, ter anunciado, em 20 de maio, que pretendia obter mandados de captura por alegados crimes relacionados com os ataques do Hamas a Israel, em 7 de outubro de 2023, e com a resposta militar israelita em Gaza.

O TPI declarou que não era necessária a aceitação por parte de Israel da jurisdição do tribunal.

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“Corte de 25 pontos base na taxa de juro do BCE em dezembro é a resposta certa”, diz governador do Banco da Grécia

O governador do Banco da Grécia defende mais um corte de 25 pontos base nas taxas de juro do BCE em dezembro, argumentando que o aumento salarial no terceiro trimestre foi um "pico isolado".

O governador do Banco da Grécia e membro do Conselho do Banco Central Europeu (BCE), Yannis Stournaras, defendeu esta manhã, em entrevista à Bloomberg TV, um novo corte de 25 pontos base nas taxas de juro já na próxima reunião de política monetária que terá lugar a 12 de dezembro em Frankfurt.

“Um corte de um quarto de ponto na taxa de juro em dezembro é a resposta certa” face à atual conjuntura económica da zona euro, referiu Yannis Stournaras, argumentando que o aumento dos salários no terceiro trimestre, que poderá ser visto como um entrava a um corte das taxas diretoras, “foi um pico” isolado, não representando uma tendência sustentada de pressões inflacionistas.

“Devemos cortar [as taxas] em cada reunião até atingirmos os 2%”, argumentou Yannis Stournaras, que estima que a taxa neutra do BCE é, atualmente, de cerca de 2%”, considerando que este nível representa o equilíbrio entre o estímulo e a restrição monetária.

No entanto, o banqueiro central admitiu que “é demasiado cedo para dizer se o BCE precisa de ir abaixo do nível neutro” para estimular a economia da Zona Euro.

As declarações de Yannis Stournaras para que a autoridade responsável pela política monetária continue a cortar as taxas de juro encontram eco noutros membros do Conselho do BCE vistos como “pombas” em detrimento dos “falcões”, como Mário Centeno, governador do Banco de Portugal, que continua a defender cortes nas taxas de juros do BCE.

Fonte: Bloomberg.

É também neste grupo de membros do Conselho do BCE que se inclui Christodoulos Patsalides, governador do Banco Central do Chipre, que esta quinta-feira afirmou que “se as projeções de dezembro confirmarem o cenário base, haverá margem para cortar as taxas” na última reunião do Conselho do BCE do ano.

No entanto, Christodoulos Patsalides sublinhou que “a abordagem aos cortes das taxas deve ser gradual”, sugerindo uma postura mais cautelosa.

Numa intervenção recente no Birkbeck College em Londres, Yannis Stournaras mostrou-se otimista quanto à evolução da inflação na Zona Euro. O governador grego prevê que o objetivo de 2% de inflação seja alcançado “no início de 2025”, considerando que a área do euro está “à beira de atingir de forma sustentável” esta meta.

Stournaras defendeu ainda que os decisores políticos podem já reivindicar o sucesso no controlo da inflação, sobretudo “dada a velocidade e a escala sem paralelo do aperto da política monetária”, ao mesmo tempo que foi “alcançado sem comprometer o emprego ou a estabilidade financeira”.

Por essa razão, Yannis Stournaras defende que o BCE deve agora mudar de postura para se “preocupar mais com os riscos para com o crescimento económico” da Zona Euro.

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Taxas do crédito à habitação sobem nos três principais prazos

  • Lusa
  • 21 Novembro 2024

A Euribor subiu nos três principais prazos esta quinta-feira, invertendo a quebra da véspera no prazo mais curto e mantendo a tendência nos dois prazos mais longos.

A Euribor subiu esta quinta-feira a três, seis e 12 meses, invertendo a quebra da véspera no prazo mais curto e mantendo a tendência nos dois prazos mais longos. Com estas alterações, a taxa a três meses, que avançou para 3,005%, continuou acima da taxa a seis meses (2,778%) e da taxa a 12 meses (2,491%).

Saiba como evoluíram as taxas Euribor:

  • A Euribor a seis meses, que passou em janeiro a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 1 de dezembro de 2023, subiu 0,017 pontos, para 2,778%, após ter caído na segunda-feira para um novo mínimo desde 30 de dezembro de 2022 (2,735%).
  • A Euribor a 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro de 2022, subiu para 2,491%, mais 0,026 pontos do que na quarta-feira e após ter atingido na segunda-feira um novo mínimo desde 5 de outubro de 2022 (2,432%).
  • A Euribor a três meses, subiu para 3,005%, mais 0,005 pontos do que na sessão anterior. Na passada sexta-feira, esta taxa tinha descido para 2,998%, um novo mínimo desde 28 de março de 2023.

A média da Euribor em outubro desceu a três, seis e 12 meses, mais acentuadamente do que em setembro e com mais intensidade nos prazos mais curtos. As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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José Sócrates sublinha que processo Marquês visou impedir candidatura a Presidente da República

  • Lusa
  • 21 Novembro 2024

Sócrates reafirma num artigo de opinião que o processo Marquês visou impedir a sua candidatura à Presidência da República e evitar que o Partido Socialista ganhasse as eleições de 2015.

O antigo primeiro-ministro José Sócrates reafirma num artigo de opinião que o processo Marquês visou impedir a sua candidatura à Presidência da República e evitar que o Partido Socialista (PS) ganhasse as eleições de 2015.

No artigo divulgado esta quinta-feira no jornal Diário de Notícias, no dia em que se assinalam os 10 anos da operação Marquês, José Sócrates aborda todos os passos do processo e afirma que não se trata de processo de direito comum, mas de um processo de exceção.

“O processo Marquês nunca foi um processo judicial, mas uma armação política — impedir a minha candidatura a Presidente da República e evitar que o Partido Socialista ganhasse as eleições legislativas de 2015. A única diferença face ao recente Processo Influencer é que, há 10 anos, não se esqueceram de escolher o juiz. A diferença que faz escolher o juiz”, sublinhou.

Neste momento, de acordo com José Sócrates, no processo não existe acusação (anulada em 2021), nem pronúncia (anulada em 2024), mas “a perseguição continua”.

“A operação de ‘lawfare’ segue à risca os procedimentos: manipularam a escolha do juiz, fabricaram acusações falsas e estapafúrdias, incumpriram todos os prazos e violaram o segredo de justiça, por forma a alimentar o jornalismo e fazer dele o seu principal aliado. O ‘lawfare’ é assim: não se destina a ganhar um melhor lugar na mesa das negociações — é uma guerra de extermínio. Em Portugal dura há 10 anos“, realça.

No artigo, José Sócrates volta a dizer que o Estado português levou a cabo uma campanha de difamação “contra um cidadão inocente”, destacando que há várias formas de contar a história e uma delas é a mentira.

José Sócrates lembra que 10 anos depois, a história do processo é também a da “história vertiginosa e contínua mudança na acusação” e também “de violência de arbítrio”.

“Dez anos de prisão na opinião pública. Dez anos em que o sistema criminal português se comportou como na ditadura, prendendo e difamando um inocente, enquanto escolhia o juiz do inquérito que melhor servisse o Ministério Público“, refere.

No artigo, destacou igualmente que o jornalismo cumpriu o seu papel.

“O jornalismo divulgou, o jornalismo justificou, o jornalismo branqueou — manobras dilatórias são os dos advogados, não existem manobras dilatórias do Estado. O adiamento dos prazos de inquérito, o adiamento dos prazos de instrução, o incumprimento de qualquer tipo de prazo pelo Estado é visto, pelo jornalismo, como a procura da ‘verdade material’ ou como resposta à chamada ‘dificuldade em provar’ ou ainda como forma de ultrapassar a costumeira ‘falta de meios'”, referiu.

José Sócrates foi detido há 10 anos no aeroporto de Lisboa, quando chegava de Paris, e uma década passada sobre esse dia ainda não começou o julgamento da Operação Marquês, processo marcado por sucessivos recursos do antigo primeiro-ministro.

No processo, foi acusado pelo MP, em 2017, de 31 crimes, designadamente corrupção passiva, branqueamento de capitais, falsificação de documentos e fraude fiscal, mas na decisão instrutória, em 09 de abril de 2021, o juiz Ivo Rosa decidiu ilibar Sócrates de 25 dos 31 crimes, pronunciando-o para julgamento apenas por três crimes de branqueamento e três de falsificação.

Uma decisão posterior do Tribunal da Relação de Lisboa viria a dar razão a um recurso do MP, e em janeiro determinou a ida a julgamento de um total de 22 arguidos por 118 crimes económico-financeiros, revogando a decisão instrutória, que remeteu para julgamento apenas José Sócrates, Carlos Santos Silva, o ex-ministro Armando Vara, Ricardo Salgado e o antigo motorista de Sócrates, João Perna.

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Kiev diz que Rússia lançou pela primeira vez míssil balístico intercontinental

  • ECO
  • 21 Novembro 2024

O exército ucraniano diz que o lançamento ocorreu durante a noite a partir da região russa de Astracã, mas uma fonte anónima desmente Kiev e afirma que se tratou apenas de um míssil balístico.

A força aérea ucraniana afirmou esta quinta-feira que a Rússia lançou um míssil balístico intercontinental pela primeira vez durante a guerra. O lançamento terá ocorrido durante a noite, a partir da região russa de Astracã, que fica a sudeste de Volgogrado, que faz fronteira com o Mar Cáspio.

Os mísseis balísticos intercontinentais têm um alcance de milhares de quilómetros e podem transportar carga convencional ou nuclear.

Sem dar pormenores sobre eventuais vítimas ou danos provocados pelo míssil balístico intercontinental, o exército ucraniano referiu apenas que os ataques russos da última noite visaram “empresas e infraestruturas críticas em Dnipro” e que conseguiu abater seis mísseis de cruzeiro Kh-101.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, recusou comentar as alegações das autoridades ucranianas, dizendo que as perguntas sobre o assunto deveriam ser dirigidas ao Ministério da Defesa da Federação Russa.

No entanto, em declarações à estação norte-americana ABC News, uma fonte anónima disse que o ataque das forças russas não parecia ser um míssil balístico intercontinental, tratando-se antes de um míssil balístico.

A confirmar-se o lançamento de um míssil balístico intercontinental pelas forças russas, este ocorre numa altura em que se receia que o conflito na Ucrânia possa agravar-se. Esta semana, o exército ucraniano lançou pela primeira vez mísseis norte-americanos ATACMS contra alvos na Rússia, dias após o Presidente dos EUA, Joe Biden, ter autorizado a utilização destas armas de longo alcance.

Horas depois de Moscovo ter anunciado que tinha abatido alguns dos mísseis ATACMS, o Kremlin anunciou que o Presidente russo, Vladimir Putin, tinha assinado um decreto que abre caminho à utilização de armas nucleares em resposta a uma “agressão por qualquer Estado não nuclear, mas com a participação ou apoio de um país nuclear”.

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CTT preparam “peak season” com contratação de 800 pessoas

Os Correios esperam realizar mais de um milhão de entregas nos dias de maior pico de encomendas, estando a recrutar mais de oito centenas de funcionários para reforçar a operação.

Os CTT estão a reforçar a operação para dar resposta ao período de pico de encomendas, no qual esperam entregar mais de um milhão de objetos nos dias de maior atividade em Portugal e Espanha. O reforço passa pela “contratação de mais de 800 pessoas” para esta época, que se estende desde 29 de novembro (Black Friday) até 6 de janeiro, dia de Reis.

“Existirá um reforço de recursos humanos e de rotas de distribuição, com a contratação de mais de 800 pessoas para esta época, elevando para cerca de 7.800 os trabalhadores das operações de correio e expresso dedicados à peak season, com mais veículos para o transporte de encomendas e mais 850 rotas suplementares”, avançaram os CTT esta quinta-feira, num comunicado.

Ademais, “será implementado o trabalho suplementar aos feriados, sábado e domingos e, sempre que possível, serão antecipadas as recolhas junto dos clientes empresariais”, aponta a empresa liderada por João Bento.

A empresa, cotada na bolsa de Lisboa, recorda que esta é sempre uma época “muito relevante”, abrangendo o período tradicional das compras do Natal. Por isso, “para garantir a melhor qualidade de serviço ao cliente os CTT vão implementar diversas medidas de reforço de operação para fazer face ao grande número de encomendas que se esperam nesta altura e minimizar eventuais constrangimentos que possam surgir”.

O reforço de meios, que se estende também à área dos Sistemas de Informação, passa ainda pela existência de “equipas de manutenção em permanência” em vários dos centros dos CTT. “No apoio ao cliente, existirá um reforço de 25% a 30% da equipa de atendimento”, aponta a companhia.

Com estas medidas, a empresa garante que “a área de tratamento de encomendas terá capacidade para processar cerca de 500 mil encomendas por dia, sendo o pico da atividade esperado para a semana da Black Friday, que arranca a 25 de novembro”.

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Tiago Vidal passa a global chief operating officer da LLYC

  • + M
  • 21 Novembro 2024

Até agora chief talent and technology officer, Tiago Vidal fica responsável por também supervisionar o marketing, comunicação, ESG e a equipa de integração a nível global.

Tiago Vidal assume é o novo global chief operating officer da LLYC. A nomeação que decorre do processo de transformação da empresa, no âmbito do qual Luisa García passa de chief operating officer para CEO global de corporate affairs.

Nesta nova função, Tiago Vidal, sócio da LLYC e até agora chief talent and technology officer, fica responsável por – além das áreas de talento e tecnologia – supervisionar o marketing, comunicação, ESG e a equipa de integração. Esta última, “fundamental para maximizar os retornos dos investimentos em crescimento inorgânico da LLYC”, refere-se em nota de imprensa.

É um enorme prazer trabalhar com os meus parceiros e as nossas equipas talentosas na estratégia global de crescimento e transformação, com foco na criação de valor em M&A, na atração e desenvolvimento de talento, no fortalecimento da marca global, no ESG e na transformação digital da nossa organização”, diz Tiago Vidal, citado em comunicado.

Alejandro Romero, sócio e CEO global da LLYC, refere que a nomeação de Tiago Vidal “consolida a estratégia de talento, TI, comunicação e integração numa mesma área” por parte da agência, com o objetivo de continuar a impulsionar a sua estratégia de crescimento e avançar no processo de transformação da empresa.

Luisa García,por seu turno, pelo que vai concentrar o seu foco na “inovação e integração da oferta de soluções em corporate affairs“.

Esta área de atuação da LLYC “engloba serviços tais como reputação corporativa e liderança, comunicação financeira e operações corporativas, gestão de crises e riscos, ESG, pessoas, talento e cultura, bem como assuntos públicos, assuntos europeus, advocacy e diplomacia corporativa”, refere-se em nota de imprensa, onde se adianta que a mesma contribui com 60% do total das receitas operacionais da empresa.

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UBS antecipa fortes cortes das taxas de juro para 2025

O banco suíço prevê que o BCE e a Fed cortem em 125 e 100 pontos base, respetivamente, as taxas de juro em 2025, contribuindo para uma subida de 10% do S&P 500 e de 6% das ações europeias.

O UBS apresentou esta quinta-feira o seu outlook para 2025, traçando um cenário positivo para a economia global e para os mercados financeiros no próximo ano, antecipando uma continuidade do bom momento desta década que, até à data, é marcada por uma subida de 50% das ações mundiais e pelo aumento de 70% dos lucros das empresas dos EUA.

Sob o mote “Roaring 20s: The next stage”, o banco suíço prevê uma “próxima fase dos loucos anos 20” marcada por cortes nas taxas de juro, oportunidades em setores inovadores como a inteligência artificial e uma subida das ações, particularmente nos EUA, em que o UBS antecipa uma escalada do índice S&P 500 até aos 6.600 pontos, cerca de 10% acima dos valores atuais.

No relatório, apresentado esta quinta-feira aos jornalistas, Mark Haefele, responsável pelo departamento de investimento do UBS Global Wealth Management, destaca que “o resultado das eleições nos EUA continua a ser um ponto central para grande parte do que irá acontecer em 2025”, dada a perspetiva de Donald Trump levar avante uma política fiscal marcada por impostos mais baixos e uma maior desregulamentação do mercado.

O S&P 500 e todos os principais índices de referência continuam a atingir novos máximos históricos. Portanto, tendemos a gostar e continuamos a gostar das ações neste mercado.

Mark Andersen

Co-responsável pela equipa de alocação global de ativos no UBS

Segundo o especialista do UBS, esta orientação política do futuro presidente dos EUA “contribuirá para uma narrativa positiva do mercado para a esta década de 2020 ‘dourada’, construída sobre um crescimento sólido e investimento contínuo em inteligência artificial”.

No entanto, alerta que “os problemas da desglobalização, da dívida e da demografia significam que temos de estar preparados para diversos resultados no próximo ano”.

BCE e Fed com “carta branca” para cortar juros

Um dos principais destaques do outlook do UBS para 2025 é a expectativa de que os principais bancos centrais prolonguem o ciclo de cortes nas taxas de juro iniciadas já este ano, com particular ênfase para o Banco Central Europeu (BCE), liderado por Christine Lagarde.

“Estamos a contar que o BCE corte cerca de 125 pontos base até ao final de 2025 e o Banco de Inglaterra cerca de 100 pontos base”, referiu Themis Themistocleous, responsável pelo departamento de investimento para a Europa do UBS Global Wealth Management, no decorrer da apresentação do relatório aos jornalistas esta manhã.

Para os EUA, a projeção é de cortes de 100 pontos base por parte da Reserva Federal (Fed) liderada por Jerome Powell ao longo do próximo ano à medida que “a inflação continuará a cair”.

Esta nova política monetária por parte dos principais bancos centrais, após um período de fortes subidas do preço do dinheiro, deverá ter impacto direto nas principais divisas. O UBS antecipa que o euro, face à cotação que está a negociar atualmente, possa valorizar até 6% face ao dólar ao longo do próximo ano, com a taxa de câmbio EUR/USD a variar entre 1 e 1,12 em 2025.

Ações em alta, com EUA e Ásia no topo

O UBS está bastante otimista para o mercado acionista em geral, esperando que os principais índices continuem a subir após os ganhos de 2023 e 2024.

Para o mercado norte-americano, o banco suíço antecipa que o índice S&P 500 atinja os 6.600 pontos até ao final de 2025, o que representa uma valorização de cerca de 10% face aos níveis atuais.

“O S&P 500 e todos os principais índices de referência continuam a atingir novos máximos históricos. Portanto, tendemos a gostar e continuamos a gostar das ações neste mercado”, destacou Mark Andersen, co-responsável pela equipa de alocação global de ativos no UBS, no decorrer da apresentação aos jornalistas.

Mark Andersen considera que, particularmente o mercado norte-americano “continua a apresentar vantagens estruturais competitivas face a outros mercados”, notando inclusive que alguns dos riscos potenciais em torno de pressão que se tem criado em redor da economia global e potencialmente aos mercados de ações, como as barreiras tarifárias sobre determinados produtos, “afetam menos o mercado de ações dos EUA do que outros mercados como a Europa e a China”.

Esperamos que o ouro atinja novos recordes e antecipamos preços mais altos para metais de ‘transição’ como cobre, lítio e níquel”, que serão impulsionados por pelo “aumento da procura estrutural da eletrificação.

UBS

Year ahead 2025 - Roaring 20s: The next stage

Dentro do mercado acionista dos EUA, o UBS mostra preferência pelos setores de tecnologia, utilities e a área financeira. “A tecnologia e as utilities certamente estão a beneficiar de algumas das fortes tendências, incluindo a inteligência artificial”, referiu Mark Andersen.

Já para a Ásia excluindo o Japão, o banco suíço também mantém uma visão positiva, esperando um retorno de cerca de 15% para o índice MSCI Asia ex-Japan até ao final de 2025. “Consideramos o mercado da Ásia ex-Japão atrativo no geral, e esperamos que o índice MSCI Asia ex-Japan valorize cerca de 15% até o final de 2025”, indica o relatório.

O UBS destaca em particular o potencial da Índia, prevendo um crescimento dos lucros por ação de 12% no ano fiscal de 2025 e 14% no ano fiscal de 2026 para o índice MSCI India.

Quanto à Europa, as perspetivas são mais contidas, com o banco a antecipar retornos totais de cerca de 6% para o índice MSCI Europe até ao final de 2025. O UBS mostra preferência por ações de pequenas e médias empresas (small e mid caps) da Zona Euro e por ações suíças de elevada qualidade e com dividendos atrativos.

Ouro brilha com riscos geopolíticos

O outlook do UBS para 2025 destaca ainda o potencial do ouro como ativo de refúgio num contexto de persistentes riscos geopolíticos e preocupações com a dívida pública nos EUA.

O banco prevê que o metal precioso atinja novos máximos históricos, com a onça a negociar nos 2.900 dólares até ao final do ano, enquanto continua a recomendar os seus clientes a manterem uma exposição de 5% da sua carteira a este ativo.

“Esperamos que o ouro atinja novos recordes e antecipamos preços mais altos para metais de ‘transição’ como cobre, lítio e níquel”, que serão impulsionados por pelo “aumento da procura estrutural da eletrificação”, refere o relatório.

O UBS traça um cenário positivo para 2025, que deverá ser impulsionado por políticas monetárias mais acomodatícias, inovação tecnológica e oportunidades em setores como inteligência artificial e energia.

Segundo as previsões dos especialistas do UBS, também o setor imobiliário deverá ter um desempenho positivo no próximo ano, tanto no segmento residencial como no comercial. “As perspetivas para investimentos imobiliários residenciais e comerciais são promissoras”, refere o outlook do banco suíço, com os especialistas a notarem que, “com uma oferta limitada e uma procura crescente, há oportunidades em setores como a logística, data centers e moradias multifamiliares.”

Themis Themistocleous destacou em particular o potencial do mercado imobiliário na Europa continental: “Temos uma perspetiva positiva para a Europa continental, onde vemos aumento da procura à medida que os salários reais continuam a crescer”, sublinhando que “as taxas de poupança são muito altas, a oferta está limitada e as taxas de juro continuam a cair, o que deve ser favorável para esse mercado”.

O UBS traça assim um cenário positivo para 2025, que deverá ser impulsionado por políticas monetárias mais acomodatícias, inovação tecnológica e oportunidades em setores como inteligência artificial e energia.

Porém, o banco alerta para a necessidade de os investidores se manterem preparados para diversos cenários, face aos desafios estruturais e incertezas que persistem na economia global, particularmente numa altura em que se assiste ao escalar das tensões geopolíticas na Europa em redor da guerra na Ucrânia.

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