Filipa Garcia: “Os líderes têm de ter uma grande dose de coragem”

  • ECO
  • 2 Setembro 2024

No 1º episódio do podcast E Se Corre Bem?, Filipa Garcia, CEO da Garcias, partilha os desafios de liderar uma empresa familiar, destacando a importância da coragem e da proximidade com a equipa.

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O podcast “E Se Corre Bem?” convida os ouvintes a explorar histórias de risco e sucesso, demonstrando que, com coragem e determinação, é possível alcançar resultados extraordinários. Em episódios quinzenais, Diogo Agostinho, COO do ECO, conversa com convidados que ousaram arriscar e triunfaram. O primeiro episódio conta com a participação de Filipa Garcia, CEO da Garcias, uma empresa de bebidas espirituosas e vinhos, que partilha a sua jornada de liderança, os desafios superados e as lições aprendidas ao longo do caminho.

Com o lema “Honrar o passado, marcar o presente, construir o futuro”, Filipa Garcia falou sobre a responsabilidade de herdar uma empresa com quatro décadas de história, transformando-a com uma abordagem que combina tradição e inovação. “Havia uma história muito grande e muito espírito de sacrifício. Por isso, eu não poderia deixar de dar esta mensagem para quem ia iniciar este caminho comigo“, disse.

"Como CEO, o meu trabalho é ser 90% psicóloga dos meus diretores.”

Filipa Garcia, CEO da Garcias

Durante a conversa, a CEO da Garcias revelou como a gestão próxima e relacional com a sua equipa é central no seu estilo de liderança, destacando a importância de manter um ambiente de trabalho onde a comunicação aberta e a confiança são fundamentais: “Eu costumo dizer que, como CEO, o meu trabalho é ser 90% psicóloga dos meus diretores. E digo isso com imenso orgulho porque sinto que eles estão à vontade para me trazerem problemas e outras questões, para desabafarem comigo. E manter esta proximidade é algo que eu privilegio muito”.

A líder também refletiu sobre a resiliência necessária para gerir uma empresa familiar e a coragem para tomar decisões difíceis, sempre com uma dose de otimismo e humildade. “Eu acho que os líderes têm de ter uma grande dose de coragem. A maioria dos líderes bem-sucedidos veem o copo meio cheio. Se tu não estás otimista e não passas isso para a tua equipa, eles vão todos para o chão”, garantiu.

Para Filipa Garcia, ser líder significa ser capaz de reconhecer os próprios erros e aprender com eles, uma filosofia que planeia incorporar na Garcias com a criação da nova rubrica “Mistake of the Month”, que incentiva uma cultura de transparência e melhoria contínua. “Eu faço reports mensais com todos os departamentos e, no final de cada report, eu quero que os diretores me tragam o erro do mês dentro de cada departamento. Eu quero que eles conversem com a equipa deles antes de virem falar comigo e que definam um dos erros do mês. Isto é importante para eu também me aperceber do que se passa e ficar com estas sensações nas pontas dos dedos”, explicou.

Durante esta conversa, a CEO abordou, ainda, a dinâmica emocional dos setores de vinhos e as bebidas espirituosas, a importância do turismo para a empresa e detalhou de que forma Garcias conseguiu adaptar-se a novos desafios, mantendo sempre o foco no crescimento sustentável e na construção de um futuro promissor.

Este podcast está disponível no Spotify e na Apple Podcasts.

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Acidente com helicóptero do INEM em Mondim de Basto

  • Lusa
  • 2 Setembro 2024

Os quatro passageiros apresentam algumas escoriações e vão ser encaminhados para o hospital "por precaução".

Um helicóptero do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) sofreu esta segunda-feira um acidente ao aterrar em Atei, Mondim de Basto, e os quatro ocupantes vão ser transportados ao hospital por precaução, disse fonte do INEM.

Fontes dos bombeiros de Mondim de Basto e do Sub-comando regional do Ave disseram à agência Lusa que os quatro ocupantes saíram ilesos do acidente com a aeronave, no entanto, fonte do INEM referiu que os quatro apresentam algumas escoriações e vão ser encaminhados para o hospital “por precaução”.

O comandante dos bombeiros de Mondim de Basto, Carlos Magalhães, disse à agência Lusa que o acidente aconteceu na zona de Atei, distrito de Vila Real, que a bordo seguiam quatro tripulantes e que a aeronave tinha sido acionada para um acidente de trabalho numa pedreira, naquela freguesia.

“Neste momento estão-se a efetuar as manobras de proteção ao helicóptero, uma vez que traz 900 litros de combustíveis”, referiu o comandante, pelas 14:00. Fonte do Sub-comando regional do Ave disse que a bordo da aeronave seguiam piloto, copiloto, médico e enfermeiro e salientou que “não há feridos registar”, apenas danos materiais.

Segundo explicou esta fonte, durante a aterragem, as hélices levantaram muito pó e a aeronave terá embatido numas árvores ali existentes, e, em consequência, o aparelho “tombou lateralmente”. A equipa do helicóptero do INEM, sediado em Macedo de Cavaleiros, tinha sido acionada para um acidente de trabalho numa pedreira, uma queda em altura, sendo que, para a retirada do ferido foi, entretanto, acionado o helicóptero do INEM sediado em Viseu.

O alerta foi dado às 12:30 e para o local foram mobilizados 31 operacionais e nove viaturas. Contactada pela Lusa, o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) disse ter sido já notificado de uma ocorrência relativa a acidente com um helicóptero do INEM na zona de Mondim de Basto, estando a mobilizar uma equipa de investigação para o local.

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Futura Comissão de von der Leyen: quem são os candidatos?

Bélgica foi o último país a propor um candidato e a Bulgária foi o único que submeteu dois nomes. Dos 27, nove são mulheres, 18 homens e cinco são repetentes. Lista pode sofrer alterações.

Já foram entregues as propostas dos Estados-membros a comissários europeus. A Bélgica foi o último país a formalizar o seu candidato, a Bulgária foi o único que respeitou o pedido de von der Leyen ao submeter dois nomes e a Roménia fez uma troca de última hora, um homem por uma mulher. Ao todo, há nove mulheres (uma delas Maria Luís Albuquerque) e 18 homens que estão na corrida para integrar a próxima Comissão Europeia, presidida por Ursula von der Leyen.

Dos candidatos a comissários, há cinco repetentes: Dubravka Šuica, comissária para a democracia e demografia (Croácia); Thierry Breton, comissário para o mercado interno (França); Olivér Várhelyi, comissário para a vizinhança e alargamento (Hungria); Valdis Dombrovskis (Letónia) e Wopke Hoekstra, comissário para a ação climática (Países Baixos). O restantes serão todos estreantes, embora alguns já com carreira a nível europeu.

Entre os 27 Estados-membros, a Bulgária foi o único país que colocou dois nomes a concurso fazendo a vontade a Ursula von der Leyen de modo a aumentar, por sua vez, as chances de conseguir uma pasta com relevo na próxima Comissão. Já a Roménia fez esta segunda-feira uma troca de nomes, substituindo o eurodeputado Victor Negrescu pela eurodeputada Roxana Mînzatu. O primeiro-ministro, Marcel Ciolacua, explicou que a alteração não se prende com a questão de género mas sim com o objetivo de assegurar um “portefólio de relevo” para o país, avança a edição da Euronews da Roménia.

A Bélgica foi o último país a apresentar um candidato, e fê-lo dois dias depois do prazo. Após muita especulação de que o comissário Didier Reynders seria proposto para um segundo mandato, o governo belga também respondeu aos apelos de paridade de von der Leyen e anunciou a ministra dos Negócios Estrangeiros, Hadja Lahbib, como candidata a comissária.

Mas lá por serem candidatos, não significa que constem na proposta final de von der Leyen que deverá ser anunciada a 11 de setembro no Parlamento Europeu. O processo ainda está em curso, estando a presidente da Comissão Europeia a realizar entrevistas one on one com os candidatos – e em alguns casos a negociar nomes com os Estados-membros, como foi o caso da Roménia (e poderá ser também com países como o Chipre e Malta, de acordo com o Politico).

Aquando da apresentação do colégio, será também conhecida a orgânica da Comissão (quantos vice-presidentes e vice-presidentes executivos) e as pastas atribuídas a cada um dos candidatos, embora von der Leyen já tenha dado algumas dicas.

A presidente reeleita tem a intenção de alocar um vice-presidente responsável pela implementação, simplificação e relações interinstitucionais; um comissário para a defesa; um comissário responsável pela pasta da habitação; um comissário para as pescas e oceanos; um comissário para o alargamento; e um comissário para o Mediterrâneo.

Por cá, a vontade do Governo (tal como a de maioria do Estados-membros) é de que a antiga ministra das Finanças, Maria Albuquerque, consiga uma pasta relevante, considerando o seu perfil e experiência nas áreas económico-financeiras. E depois de ter sido um dos poucos países a propor uma mulher, as chances de Portugal ver essa ambição reconhecida são, de facto, maiores. Na corrida estão mais cinco homens com um perfil idêntico ou semelhante ao de Maria Luís Albuquerque.

O que se segue?

Depois de proposto formalmente o novo colégio de comissários no Parlamento Europeu, segue-se um processo longo e rigoroso de escrutínio e avaliação pelo Parlamento Europeu que só deverá ficar concluído a 1 de novembro, dia em que o novo executivo entra em plenas funções. Isto se nenhum dos candidatos for reprovado.

Antes disso, e já depois de se terem reunido com Ursula von der Leyen para uma entrevista, aos candidatos será feita uma avaliação da idoneidade pela Comissão dos Assuntos Jurídicos (JURI) à qual responderão por escrito a questões gerais e também já específicas das comissões competentes.

Respondido o questionário, cada candidato a Comissário será submetido a audições no Parlamento Europeu, especificamente nas comissões parlamentares que correspondem à sua área de responsabilidade. Durante estas audições, os Comissários são questionados sobre a sua competência, experiência e visão para a pasta que lhes foi atribuída. E nesta fase que alguns candidatos poderão ficar pelo caminho, como aconteceu no passado, sendo necessário que os Estados-membros façam uma segunda proposta.

Findas as audições, as comissões parlamentares emitem então uma recomendação sobre a adequação de cada comissário para o seu cargo. Se um candidato não for considerado adequado, o Parlamento pode pedir que seja substituído, ou que a pasta atribuída seja alterada. Caso não haja chumbos, o novo colégio é depois votado em bloco no hemiciclo, em Estrasburgo, e posteriormente pelo Conselho Europeu.

A expectativa é de que a nova Comissão entre em funções a 1 de novembro, tal como está previsto nos tratados. No entanto, não se exclui que sejam substituídos alguns candidatos durante o decorrer do processo, estando por isso, também, em cima da mesa a hipótese de o executivo só tomar posse a 1 de dezembro, ou num cenário mais pessimista, em janeiro.

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Se Portugal falhar metade do PRR perde 18% das verbas, alerta Tribunal de Contas Europeu

Em termos relativos, Portugal é o quarto maior beneficiário, com o PRR a equivaler a 7,2% do PIB. Tribunal de Contas Europeu elogia implementação da bazuca, mas alerta para riscos no final do prazo.

Quase metade das metas e marcos que Portugal tem de cumprir no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) estão alocados aos dois últimos pedidos de pagamento, mas só têm implícitos 18% das verbas da bazuca, segundo o Tribunal de Contas Europeu (TCE). O equivalente a quase quatro mil milhões de euros.

O organismo alerta que isto reduz significativamente o incentivo para que as reformas e investimentos sejam concluídos e aumenta o risco de uma parte significativa do financiamento do Mecanismo de Recuperação e Resiliência (MRR) ser pago sem que os Estados-membros tenham concluído as medidas correspondentes. Por isso, num relatório publicado esta segunda-feira, o TCE pede que a Comissão Europeia mude os regulamentos para reaver as verbas já pagas dos investimentos não concluídos.

“Foi inteligente a forma como o Governo português desenhou o programa”, disse, em tom irónico, Ivana Maletic, membro do TCE responsável pela auditoria. Em conferência de imprensa, a responsável sublinhou que, em Portugal, “os dois pagamentos finais correspondem a 45% das metas e marcos acordados”. “Cumprir quase metade do MRR é muito arriscado, mas esta metade só corresponde a 18% dos fundos totais”, sublinhou.

Em situação idêntica está Espanha, que tem os últimos pagamentos pendentes de um quarto das metas e marcos do MRR, mas que correspondem apenas a 11% das verbas, explicou a responsável. “Esta relação é semelhante no caso de outros países, como os Países Baixos (15% do financiamento para 39% dos marcos e das metas), a Eslováquia (6% para 29%), a Roménia (9% para 31%) e a Croácia (17% para 38%)”, lê-se no relatório.

Ivana Maletic garantiu que Portugal tem sido “muito bem-sucedido na implementação” do PRR, já que fez todos os pedidos de pagamento previstos até ao final de 2023, tendo registado apenas um atraso. O país optou por fazer o terceiro e quarto pedidos de pagamento em simultâneo, já depois de a Comissão Europeia ter dado luz verde à reprogramação da bazuca.

Só nove Estados-membros fizeram 100% dos pedidos de pagamento previstos até ao final de 2023. Ou seja, só 70% dos pedidos foram submetidos a tempo. E os atrasos estão a acumular-se, alertou Ivana Maletic. “Até junho os atrasos aumentaram, porque há mais metas e marcos relacionados com os diferentes pedidos de pagamentos”, o que aumenta os riscos de os Estados-membros não terem a totalidade das reformas e investimentos acordados com a Comissão Europeia cumpridos até ao final de agosto de 2026, avisou.

“Quase todos os países se atrasaram a apresentar os pedidos de pagamento à Comissão”, reconhece o relatório, justificando esse facto com “a inflação, falhas no aprovisionamento, incerteza quanto às regras ambientais e falta de capacidade administrativa”.

Consciente do problema, a Comissão e os Estados-membros tomaram medidas, especialmente em 2023, para facilitar a absorção de fundos, “mas é demasiado cedo para avaliar se têm impacto”, diz o documento. “Corre-se o risco de nem todas as medidas previstas estarem terminadas a tempo”, nota o TCE, sublinhando que, “por várias razões, sete países ainda não tinham recebido quaisquer verbas pelo cumprimento satisfatório de marcos e metas”.

“Até ao final do ano passado, os pedidos de pagamento estavam relacionados com menos de 30% dos marcos e das metas, que são mais de 6.000. Ou seja, uma grande parte destes indicadores de progresso (possivelmente, os mais difíceis) ainda está por cumprir”, diz o relatório.

“A maioria dos países dedicou-se às reformas antes de iniciar os investimentos. Mas adiar os investimentos poderá aumentar ainda mais os atrasos e retardar a absorção das verbas”, acrescenta o documento, que aponta o dedo ao facto de não ser possível aferir a quem estão a chegar os 723,8 mil milhões de euros da bazuca. Isto porque não é claro para todos os Estados-membros como identificar os beneficiários finais. Por exemplo, Portugal identifica o Banco de Fomento como um beneficiário final e não as entidades a quem a instituição atribuiu financiamento, a secretaria-geral da Educação ou o Ministério da Defesa. Esta é uma situação que o tribunal considera que deve ser corrigida para se poder, de facto, avaliar o impacto da bazuca na economia real.

Devido à forma como o PRR foi desenhado, Portugal é o segundo país com maior proporção de financiamento desembolsado (48%). Acima só mesmo França (59%). E é também um dos Estados-membros com maior peso da bazuca no PIB. Em termos absolutos, Espanha e Itália são os maiores beneficiários – razão pela qual integram sempre as amostras de auditoria (Portugal não integrou esta) – mas, em termos relativos, Portugal é o quarto maior beneficiário, com o PRR a equivaler a 7,2% do PIB. À frente está a Grécia (9,5%), Bulgária (9,3%) e Croácia (9,9%). Para o TCE, estes países têm um desafio maior e mais “significativo” para implementar as verbas do MRR, tendo em conta que já são beneficiários dos fundos de Coesão.

Para proteger os interesses financeiros da UE, o TCE defende que seja criado um instrumento que permita a possibilidade de se recuperar financiamento associado a marcos e metas já alcançados se as medidas não forem concluídas até 31 de agosto de 2026. O regulamento do MRR não prevê essa possibilidade e a Comissão Europeia não acatou a sugestão do Tribunal precisamente por essa razão.

Criado em fevereiro de 2021, o MRR financia reformas e investimentos nos países da UE iniciados desde o começo da pandemia, em fevereiro de 2020, e com conclusão até ao final de agosto de 2026. Está dividido em seis prioridades, entre as quais a transição ecológica e a transformação digital. Os países recebem o dinheiro com base nos progressos realizados.

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Volkswagen admite pela primeira vez encerrar fábricas na Alemanha

A fabricante automóvel alemã está a avaliar novas medidas para reduzir custos, admitindo pela primeira vez encerrar fábricas na Alemanha, assim como avançar com novos despedimentos.

A gigante alemã Volkswagen, que produz carros na fábrica da Autoeuropa, em Palmela, admitiu pela primeira vez a possibilidade de encerrar fábricas na Alemanha, numa tentativa de poupar milhares de milhões de euros. Além do fecho de fábricas, a multinacional pondera ainda desfazer um acordo que impedia o corte de postos de trabalho antes de 2029.

A Volkswagen tinha anunciado no ano passado um programa para reduzir vários milhares de milhões de euros, contudo o plano acabou por não conseguir alcançar os cortes previstos pela fabricante automóvel, o que levou a empresa a equacionar novas medidas. A concretizarem-se encerramentos na Alemanha, isso será um acontecimento inédito para a empresa, que nunca fechou numa fábrica no seu país de origem em 87 anos de história.

“O ambiente económico tornou-se ainda mais difícil e novos players estão a entrar na Europa”, adiantou o CEO da Volkswagen, Oliver Blume, em comunicado citado pela Bloomberg. O líder da empresa adiantou ainda que a Alemanha enquanto localização industrial está perder competitividade, com Blume a admitir que a companhia tem que tomar medidas face ao ambiente desafiante que a indústria enfrenta, o que poderá incluir o fecho de fábricas no país.

Além de estar a equacionar o fecho de fábricas, a empresa está a tentar acabar com o pacto da empresa com os sindicatos para manter os empregos seguros até 2029, permitindo-lhe avançar com despedimentos antes desta data.

Segundo adiantou a chefe do conselho de trabalhadores Daniela Cavallo, num comunicado separado, a gestão da empresa falhou após reuniões detalharem que a marca principal da empresa, fabricando os modelos Golf e Tiguan, ameaçava tornar-se deficitária.

A empresa estará, assim, a planear fechar pelo menos uma fábrica de automóveis de maior dimensão e uma outra de componentes na Alemanha, adiantou a mesma nota, além de abolir acordos salariais.

A Volkswagen, que emprega cerca de 650.000 trabalhadores globalmente, dos quais cerca de 300 mil estão na Alemanha, tem vindo a confrontar-se com a crescente concorrência chinesa na Europa, além de estar exposta à quebra da procura na China.

A fabricante alemã pretende cortar 10 mil milhões de euros em custos até 2026, num momento em que está a fazer a transição do seu negócio para a comercialização de carros elétricos.

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Parlamento convida von der Leyen a apresentar colégio de comissários a 11 de setembro

O Parlamento Europeu convidou a presidente daa Comissão a apresentar o seu novo colégio de comissários a 11 de setembro. Bélgica foi o último a apresentar nome de candidato.

O Parlamento Europeu convidou a presidente da Comissão Europeia a apresentar aos líderes dos grupos parlamentares o novo colégio de comissários no dia 11 de setembro. A Bélgica era o último país que restava para anunciar o seu candidato e fê-lo esta segunda-feira, dois dias depois do prazo. Hadja Lahbib, ministra dos Negócios Estrangeiros, é candidata pelo país para integrar o próximo executivo comunitário.

“A Presidente do Parlamento Europeu [Roberta Mestola] convidou a Presidente da Comissão [Ursula von der Leyen] a apresentar a proposta de composição do colégio de Comissários à Conferência dos Presidentes, a 11 de setembro”, indica fonte oficial do hemiciclo em Estrasburgo ao ECO, detalhando que o momento servirá para “trocar impressões” entre as duas governantes “sobre a estrutura e as pastas propostas”, assim como dar início ao “processo de audições, assim que o Parlamento receber toda a documentação necessária”.

Durante uma conferência de imprensa esta segunda-feira, Arianna Podesta, porta-voz da Comissão Europeia desvalorizou a apresentação tardia do candidato belga, sublinhando que a data para a apresentação de candidatos (30 de agosto) “não tem um vínculo legal” e que o “processo está ainda a decorrer”. Ainda assim, a responsável pediu aos Estados-membros que ajudassem “a cumprir os prazos”, tendo em vista o final de outubro como data para a conclusão da formação de um novo colégio, para que a 1 de novembro a nova comissão entre em plenas funções, como previsto nos tratados.

Mas com uma lista de candidatos que fica aquém das ambições de paridade de Ursula von der Leyen, não é certo que a presidente apresente o novo executivo comunitário a 11 de setembro. Nem que apresente os nomes que foram formalmente anunciados pelos Estados-membros.

Esta segunda-feira, a Roménia corrigiu a proposta apresentada a 22 de agosto (Victor Negrescu), anunciando, em alternativa, a eurodeputada Roxana Mînzatu. O primeiro-ministro, Marcel Ciolacua, explicou que a alteração não se prende com a questão de género mas sim com o objetivo de assegurar um “portefólio de relevo” para o país, avança a edição da Euronews na Roménia.

“Vários Estados-membros comunicaram publicamente os candidatos. As entrevistas estão a decorrer. Nesta fase não posso fazer nenhum anúncio sobre qual será a composição do colégio nem quando será apresentado, apenas que o Parlamento Europeu enviou um convite“, sublinhou a porta-voz.

A 27 de julho, a presidente reeleita para a Comissão Europeia pediu que os Estados-membros apresentassem dois candidatos para integrar o próximo colégio de comissários: um homem e uma mulher. No entanto, além de a maioria dos países se ter recusado a submeter dois nomes (só a Bulgária respeitou o pedido de von der Leyen), a maioria sugeriu o nome de um homem para comissário. À data de hoje, fora a presidente alemã, há nove mulheres na corrida para integrar o próximo executivo comunitário (uma delas, Maria Luís Albuquerque) e 19 homens.

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Governo adequa conta satélite do mar e cria comissão de acompanhamento

  • Lusa
  • 2 Setembro 2024

O Conselho de Ministros decidiu ainda criar uma comissão de acompanhamento para analisar os aspetos técnicos para “a compilação da conta satélite do mar”.

O Conselho de Ministros decidiu adequar a conta satélite do mar às necessidades de avaliação da relevância da economia do mar para Portugal, determinando, por exemplo, a sua integração nas estatísticas portuguesas, e criou uma comissão de acompanhamento. A conta satélite do mar destina-se a apoiar a decisão em matéria de coordenação de políticas públicas para o mar e a monitorizar a estratégia nacional para o mar.

O Conselho de Ministros determinou assim, segundo uma resolução publicada em Diário da República, a integração permanente da conta satélite do mar nas estatísticas oficiais portuguesas, com periodicidade de três em três anos e estabelecer que, até 2026, é desenvolvida e articulada com esta conta a componente do “capital natural e dos serviços dos ecossistemas marinhos”.

A conta satélite do mar vai passar também a desagregar a sua informação ao nível territorial das NUTS I (continente e regiões autónomas). Por sua vez, a Direção-Geral de Política do Mar (DGPM) e o Instituto Nacional de Estatística devem cooperar para a produção e difusão dos resultados da conta.

O Conselho de Ministros decidiu ainda criar uma comissão de acompanhamento para analisar os aspetos técnicos para “a compilação da conta satélite do mar”, identificar as necessidades de informação, apoiar a inclusão da “componente do capital natural e dos serviços dos ecossistemas marinhos” e adequar a informação às necessidades de monitorização “do resultado das políticas públicas do mar e do respetivo contexto de base territorial”.

Esta comissão de acompanhamento tem ainda por missão apoiar e participar na divulgação de resultados da conta satélite do mar, promover e avaliar a participação dos organismos com atribuições na área do mar no fornecimento de dados para a conta e avaliar os mecanismos de acesso a dados por investigadores e investigações científicas.

A comissão de acompanhamento da conta satélite do mar é composta por dois representantes do Instituto Nacional de Estatística (INE), que ficam encarregues da coordenação, por um representante do Serviço Regional de Estatística, dois da DGPM, encarregues da coordenação, um do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), um da Direção-geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM), um da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), um do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), um da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), um representante dos Açores e outro da Madeira.

Estes representantes devem ser designados no prazo de um mês. Podem ainda ser convidados a participar nos trabalhos desta comissão outras entidades que se considerem relevantes. Os participantes da comissão não recebem qualquer remuneração, subsídio ou senha de presença.

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Túnel planeado há 20 anos na Boavista não dá para ligar metro ao metrobus do Porto

  • Lusa
  • 2 Setembro 2024

"Ainda que o túnel estivesse totalmente concluído, o que não se verifica, o traçado não permitiria uma ligação funcional à estação Casa da Música e às futuras linhas Rosa e Rubi", diz Metro do Porto.

O túnel planeado há 20 anos para ligar a estação Casa da Música à da linha da Boavista do Metro do Porto, que não chegou a ser construída, não poderá ser usado para ligar ao metrobus, disse a empresa.

“Ainda que o túnel estivesse totalmente concluído, o que não se verifica, o seu traçado não permitiria uma ligação funcional à estação Casa da Música e, por inerência, às futuras linhas Rosa e Rubi”, pode ler-se numa resposta de fonte oficial da Metro do Porto a questões da Lusa.

Em causa está um túnel planeado nos anos de 2004 e 2005 aquando dos planos para a construção da linha da Boavista do Metro do Porto (Casa da Música – Senhor de Matosinhos), que não chegou a ser construída.

“Esteve, de facto, prevista a existência de um túnel pedonal com o intuito de garantir a ligação entre a estação Casa da Música, o parque de estacionamento da Casa da Música e a linha da Boavista (que não chegou a ser construído)”, confirma a Metro do Porto à Lusa.

A mesma fonte acrescenta que “foram realizados trabalhos — designadamente de colocação de estacas e de construção da laje de cobertura (betonada sobre o terreno) do túnel, bem como desvios de redes — de forma a viabilizar o referido túnel“, mas “este não chegou a ser escavado e construído”.

De acordo com um descritivo do projeto do gabinete de engenharia GEG, que o elaborou, pretendeu-se integrar o percurso “na Casa da Música e na Rua 5 de Outubro, por intermédio de acessos exteriores”, num trajeto pedonal de 300 metros feito “por tapetes rolantes”.

A solução planeada à data “consistiu numa cortina de estacas com 0,60 m de diâmetro afastadas de 0,80 m”, uma estrutura de contenção “completa na fase de construção por uma laje de solidarização, que inclui vigas pré-esforçadas”.

Em causa esteve “o projeto de inserção do Metro numa zona emblemática da cidade — a Praça Mouzinho de Albuquerque, mais conhecida como rotunda da Boavista — projeto que consiste numa intervenção urbanística de fundo, que implicou a reabilitação da via rodoviária, jardim e passeios, concebida pelos arquitetos Siza Vieira e Souto Moura”.

A intervenção incluía “o planeamento urbano da zona envolvente, a reabilitação de um edifício com 500 metros quadrados para um café e restaurante, um túnel pedonal e o consequente desvio de todas as infraestruturas (rede de águas pluviais e drenagem de águas residuais, eletricidade, telecomunicações e gás)”.

A linha da Boavista, que à data custaria 90 milhões de euros, foi abandonada em 2008 e agora o percurso será feito por metrobus, um autocarro a hidrogénio que circulará em via dedicada na Avenida da Boavista e em convivência com o automóvel na Avenida Marechal Gomes da Costa.

Além do túnel planeado na Boavista, a primeira fase do Metro do Porto levou também à construção de dois túneis no Hospital São João, que acabaram por ter outras finalidades.

“Foi construído um túnel, através do método Cut & Cover [trincheira], sob a rua Dr. Roberto Frias para o términus do Hospital de São João, sendo que, posteriormente, o mesmo poderia servir para a ligação da linha Hospital — Maia. Porém, com a construção da estação na localização atual, não foi possível concretizar o términus conforme previsto”, refere a Metro do Porto à Lusa.

O troço de túnel existente é atualmente usado para a passagem de cabos de ligação à SET (Sub-estação de Tração) na Areosa, sendo que “não esteve prevista uma estação subterrânea para este local, a estação esteve sim prevista a nascente, também à superfície, numa localização mais ao centro do hospital”.

“Foi também iniciado (mas não concluído) outro túnel, em frente à entrada para as urgências, que serviria para entrada das ambulâncias no hospital, sob o canal de metro”, aponta.

Questionada sobre se alguma destas infraestruturas poderá ser aproveitada numa futura expansão do Metro do Porto, fonte oficial da transportadora referiu que, “até ao presente, não está prevista a sua utilização em projetos futuros”.

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Francisco Proença de Carvalho sai oficialmente da Uría. Novo escritório no horizonte

A saída do sócio implica também o fim da associação entre a marca Proença de Carvalho e a marca Uría Menéndez. No linkedin, Proença de Carvalho deixa no ar a criação de um novo projeto de advocacia.

“Como anunciei há cerca de seis meses, o último dia do mês de agosto” foi também o meu último dia na Uría Menéndez. Tenho sido um privilegiado na advocacia”. Foi desta forma que o advogado Francisco Proença de Carvalho anunciou, na sua rede de Linkedin, que está oficialmente fora da Uría Menéndez.

“Nasceu em Portugal a marca Uría Menéndez – Proença de Carvalho. Foram 14 anos de grande sucesso coletivo. É um orgulho ter integrado esta equipa ibérica, especialmente pela oportunidade de conhecer pessoas extraordinárias de várias nacionalidades. Foi também uma oportunidade única de entender o funcionamento e a dinâmica da advocacia internacional”, disse o até aqui sócio da Uría Menéndez.

Proença de Carvalho anunciou a saída da Uría Menéndez em fevereiro, deixando agora em agosto a firma que integrou há 14 anos, no âmbito da fusão da Proença de Carvalho & Associados com o escritório ibérico. A saída do sócio implica também o fim da associação entre a marca Proença de Carvalho e a marca Uría Menéndez. Assim, a operar no mercado português sob a designação Uría Menéndez – Proença de Carvalho desde 2010, a partir deste mês de setembro, a sociedade de advogados volta a designar-se Uría Menéndez.

“Depois de mais de 20 anos de exercício da profissão e de 14 gratificantes anos na Uría Menéndez-Proença de Carvalho, decidi dar um novo rumo à minha carreira de advogado num modelo mais compatível com a minha vontade de conciliar a advocacia com outros interesses profissionais e pessoais“, sublinha Francisco Proença de Carvalho. “Tenho muito orgulho em ter feito parte da história deste projeto de referência na advocacia ibérica e agradeço à Uría Menéndez a oportunidade que me deu de crescer profissionalmente e de conhecer pessoas que marcaram a minha vida. Estou certo que manterei uma ligação de amizade e admiração com esta casa. Restam-me cerca de 6 meses de ligação à Uría e, oportunamente, anunciarei o meu novo e entusiasmante desafio profissional”.

Francisco Proença de CarvalhoHenrique Casinhas 14 outubro 2019

Sócio do departamento de contencioso, penal e arbitragem da Uría Menéndez – Proença de Carvalho (UM-PC), o advogado esteve na Uría há 14 anos. O advogado de Ricardo Salgado e coordenador do Rock ‘n’ Law durante dez anos esteve ainda nos casos BCP, BPP, CTT, no caso das Secretas e defendeu o economista canadiano Peter Boone num caso de manipulação da dívida pública portuguesa. É também advogado de empresas e pessoas singulares em processos civis, arbitragens e na área da criminalidade económico-financeira. Francisco Proença de Carvalho ingressou na Uría Menéndez – Proença de Carvalho em abril de 2010, na sequência da fusão da Proença de Carvalho & Associados, de que era sócio, com a Uría Menéndez.

Bernardo Ayala e Antonio Villacampa, sócios diretores do escritório em Portugal, defendem que “a integração da firma Proença de Carvalho teve uma relevância inquestionável na consolidação do projeto da Uría Menéndez em Portugal. O Francisco tem demonstrado sempre excelentes qualidades profissionais e pessoais. Compreendemos os motivos da sua decisão. Agradecemos o seu trabalho e a lealdade ao projeto, desejando-lhe as maiores felicidades para o seu futuro”, segundo comunicado enviado pelo escritório.

“Decidi sair da Uría Menéndez e trazer comigo a marca ‘Proença de Carvalho’. É com entusiasmo que começo agora a construção de uma nova fase da minha vida profissional como advogado, mas não só”, diz o advogado, deixando no ar que estará a preparar um novo projeto de advocacia. “Convicto de que vou ter oportunidades, desafios e experiências que agora nem vislumbro, mas que a existência nos vai proporcionando. Com equilíbrio. Uma das vantagens da advocacia é que podemos exercer em diferentes modelos sem que isso nos retire o valor de ‘ser advogado’. Muito obrigado a todos os que têm confiado em mim ao longo destes anos, especialmente aos meus clientes e aos (agora ex) colegas da Uría Menéndez”, conclui Proença de Carvalho, no mesmo post da rede social.

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Manie levanta 100 mil euros para ajudar a reduzir custos de energia

Startup que criou plataforma que ajuda clientes particulares e empresariais a reduzir custos de energia tem Espanha, Itália e França na mira para internacionalização.

Da esquerda para a direita está: José, Francisco, André e João.

A startup portuguesa Manie acaba de fechar uma ronda pré-seed de 100 mil euros junto da venture capital (VC) alemã Heartfelt (ex APX) para ajudar a cortar custos com os contratos de energia. Até ao final do ano a startup, fundada por antigos responsáveis do Compara.Já, quer atingir os 10 mil clientes. No próximo ano, quer avançar com uma ronda seed de mais de 500 mil euros e já aponta mira a mercado externo: Espanha, Itália e França.

“Angariamos, até à data, 100.000 euros com a Heartfelt (antiga APX), uma VC alemã”, adianta André Pedro, cofundador da Manie, ao ECO. “Apontamos começar a expansão no primeiro semestre de 2025. O nosso plano passa por fazer uma ronda seed, no primeiro trimestre de 2025, já acima de 500,000 euros”, refere.

O hub de energia – como se apelida a empresa que criou uma plataforma que ajuda clientes particulares e empresariais a reduzir custos de energia através da mudança de contratos para um comercializador mais vantajoso – arranca em setembro, mas já tem como objetivo a sua internacionalização. “Espanha será o mercado de arranque, com Itália e França como mercados seguintes”, adianta um dos quatro cofundadores da Manie, juntamente com João Melo, o Francisco Ferreira e o José Sá.

A empresa arranca nesta fase apenas com a equipa de fundadores, profissionais com ligação ao setor de empreendedorismo. André Pedro e João Melo foram administradores do ComparaJá, o Francisco Ferreira foi head of product do ComparaJá e global product manager da Seedrs/Republic e José Sá senior developer da Seedrs/Republic.

“Até ao final do ano estamos a planear contratar um developer e um especialista em marketing digital”, descreve André Pedro. Neste momento, a Manie está instalada no Greenhub da Startup Lisboa. “A plataforma já funciona e dirige-se tanto para B2C como para B2B (SME ou empresas que adquiram energia). Já temos algumas centenas de clientes e faremos o lançamento público durante o mês de setembro”, diz.

Promete ajudar os consumidores a reduzir os seus custos de energia, ajudando-os online a mudar de comercializador de energia. “Nesta fase de lançamento temos dois produtos – o Switch e o Autoswitch. No Switch, o utilizador consegue, apenas com uma fatura e com uma jornada totalmente online, alterar o seu comercializador de eletricidade em apenas dois minutos, sem chamadas nem documentação offline”, explica.

Já através do “Autoswitch, o utilizador ativa o nosso serviço que acompanha diariamente o mercado e troca o utilizador de comercializador, de forma totalmente automática, sempre que exista uma oferta melhor no mercado, para as preferências escolhidas anteriormente pelo utilizador”, continua.

“O facto de ser um produto totalmente online, sem call centers ou chamadas frias já é algo inovador face aos comparadores existentes no mercado. No entanto, o produto de Autoswitch é um produto completamente novo no mercado em Portugal (e em grande parte dos países europeus) em que alteramos automaticamente o contrato pelo utilizador, sempre que haja uma oferta melhor para as preferências escolhidas pelo utilizador”, diz quando questionado sobre o que a Manie oferece de diferenciador face a outros comparadores online no mercado.

O modelo de negócio assenta em dois pilares: a subscrição – “paga pelos utilizadores que escolham o modelo de autoswitch pro e pelas empresas que adiram ao nosso serviço” e pela “comissão paga pelas comercializadoras com as quais temos parceria”.

A empresa tem como objetivo “chegar aos 10.000 clientes até ao final do ano em Portugal”.

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Candidaturas para apoio ao transporte ferroviário de mercadorias decorrem em outubro

  • Joana Abrantes Gomes
  • 2 Setembro 2024

Período de candidaturas para apoio de nove milhões de euros relativo a este ano decorre durante o mês de outubro. A partir de 2025, e até 2028, as candidaturas serão em março.

As candidaturas ao apoio anual de nove milhões de euros dirigido ao setor do transporte ferroviário de mercadorias decorrem entre os dias 1 e 31 de outubro, de acordo com um despacho publicado esta segunda-feira no Diário da República. A partir de 2025, as empresas terão de apresentar a candidatura num prazo de 30 dias a contar desde 1 de março de cada ano.

A medida extraordinária, que prevê uma ajuda financeira de nove milhões de euros por ano até 2028 (atribuído com base num valor de 0,07 euros por tonelada-quilómetro transportada) para incentivar a sustentabilidade ambiental e o transporte de mercadorias pela ferrovia, foi anunciada no início de julho, após receber aprovação da Comissão Europeia, tendo sido depois aprovada a 8 de agosto em Conselho de Ministros.

No despacho agora publicado, que cria o subsídio global de 45 milhões de euros por um período de cinco anos, o Governo detalha que “apenas pode ser apresentada uma candidatura por entidade beneficiária e por ano civil”. Cada candidatura deve incluir “as toneladas-quilómetro (t/km) produzidas por locomotiva para as quais é solicitado o apoio, não podendo a mesma locomotiva ser objeto de apoio em mais do que uma candidatura, por ano civil”.

Para se candidatarem ao apoio financiado pelo Instituto de Mobilidade e Transportes (IMT), os operadores de transporte ferroviário abrangidos têm de preencher o formulário de candidatura que será disponibilizado pelo instituto público no seu website, fornecendo informações como uma declaração sob compromisso de honra, a certidão permanente e o comprovativo de IBAN. As candidaturas têm de ser enviadas em formato digital para o endereço elétrico que aparece no edital de candidatura.

Depois, o IMT terá 30 dias para avaliar as candidaturas e pronunciar-se sobre a validade das mesmas ou solicitar esclarecimentos adicionais. De acordo com o despacho, “a análise de elegibilidade decorre da validação da informação transmitida pelo candidato, que deverá conter, para o ano de 2024 e subsequentes, a listagem de todos os comboios realizados no ano anterior, indicando o respetivo número de comboio emitido pela IP [Infraestruturas de Portugal], a data de início de marcha, o número de t/km percorrido nesse itinerário, o tipo de tração (elétrica ou diesel) e a série da locomotiva titular”.

As empresas candidatas ao apoio, que será pago de uma única vez, serão notificadas pelo IMT se a respetiva candidatura é “elegível” ou “não elegível”, bem como do montante de apoio a receberem, sendo concedido um prazo de dez dias úteis para se pronunciarem quanto ao montante, ou, aceitando esse valor, para apresentação do termo de aceitação, indica o despacho.

O despacho assinado pela secretária de Estado da Mobilidade, Cristina Pinto Dias, estipula ainda a fórmula para calcular o subsídio a atribuir a cada empresa, cujo montante irá corresponder ao valor total do apoio (nove milhões de euros) multiplicado pela soma do número de t/km por locomotiva realizadas pelo operador no ano anterior (n-1), que será depois dividido pelo somatório global do número de t/km por locomotiva realizadas no ano anterior (n-1) pelo universo de operadores presentes no mercado.

Acresce que, segundo a Resolução do Conselho de Ministros publicada em Diário da República em 23 de agosto, mas assinada pelo primeiro-ministro no dia 8 do mesmo mês, as empresas operadoras de transporte ferroviário de mercadorias que venham a beneficiar deste apoio vão ter de refletir essa ajuda no preço aos clientes e em melhores condições de serviço.

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Reclamações contra operadoras caem 9% no segundo trimestre

  • Lusa
  • 2 Setembro 2024

A reclamações no setor das telecomunicações diminuíram 9% no segundo trimestre em termos homólogos e 11% no acumulado do primeiro semestre.

As reclamações no setor das telecomunicações diminuíram 9% no segundo trimestre em termos homólogos, sobretudo devido à quebra nas queixas sobre comunicações eletrónicas, mas as relativas aos serviços postais aumentaram 10%, anunciou a Anacom.

De abril a junho, o regulador das comunicações registou cerca de 23.200 reclamações escritas contra prestadores de serviços de comunicações, menos 9% do que em igual período de 2023.

Esta descida foi sobretudo impulsionada pela redução de 18% das reclamações sobre comunicações eletrónicas, para 14.200, enquanto as reclamações sobre serviços postais registaram um novo aumento homólogo, de 10%, para 9.000.

Nas reclamações relativas a comunicações eletrónicas, a Nos foi o prestador que registou mais reclamações neste trimestre, tanto em termos absolutos como relativos, com 5.400 queixas, menos 11% em termos homólogos e 1,9 reclamações por 1.000 clientes. Segundo a Anacom, a Nos é responsável por 38% das reclamações do setor.

Segue-se a Vodafone, responsável por 34% das reclamações do setor e o operador com a maior redução do número de reclamações no trimestre – 23% -, registando 4.900 queixas e 1,3 reclamações por 1.000 clientes.

Já a Meo foi o prestador que registou o menor número de reclamações no setor: 3.500, representando 25% do total e uma queda homóloga de 21%, o que se traduz em 0,7 reclamações por 1.000 clientes.

Considerando o conjunto dos primeiros seis meses do ano, foram registadas 48.400 reclamações sobre serviços de comunicações, menos 11% em termos homólogos.

Deste total, 30.000 reclamações respeitam a comunicações eletrónicas (62% do total), menos 20% do que no mesmo período do ano anterior, enquanto os serviços postais foram responsáveis por 18.400 reclamações, mais 12% face ao período homólogo, e representam 38% do total.

Na análise semestral, a Nos foi também o prestador com o maior número de reclamações em termos absolutos e por 1.000 clientes, seguindo-se a Vodafone e a MEO, que continua a ser o operador menos reclamado.

De acordo com o regulador, as falhas no serviço de acesso à internet fixa foram o motivo mais reclamado pelos utilizadores de serviços de comunicações eletrónicas, respondendo por 1.760 reclamações (12% do total do setor) no segundo trimestre do ano. São também o motivo com maior peso no primeiro semestre do ano, com 3.700 queixas.

Os outros motivos mais reclamados foram a demora ou não resolução de reclamações, a demora ou reparação deficiente de serviços e as dificuldades no exercício do direito de livre resolução dos contratos.

No setor dos serviços postais, os CTT foram responsáveis por 7.600 (85% do total) das 9.000 reclamações registadas no segundo trimestre deste ano, o que traduz um aumento de 9% em comparação com o mesmo período de 2023.

A DPD é responsável por 7% das reclamações e o segundo operador postal mais reclamado, com 600 queixas no trimestre, menos 2% em termos homólogos.

O conjunto de outros prestadores postais menos reclamados (UPS, General Logistics, CEP II, DHL, VASP Premium, Logista, Ibercourier, TNT, entre outros) representou cerca de 8% das reclamações do setor e viu aumentar as reclamações neste período em 29%.

A falta de tentativa de entrega no domicílio foi o motivo mais reclamado nos serviços postais (17% do total de reclamações do setor) no segundo trimestre de 2024, sendo que os atrasos na entrega de correio normal nacional e o extravio de correio registado nacional foram os motivos que mais aumentaram face ao mesmo período de 2023.

Os dados da Anacom apontam ainda que, no conjunto do primeiro semestre, das 18.400 reclamações registadas sobre serviços postais, os CTT foram alvo de 15.400 ou 84% do total.

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