Oitante lucra 31,5 milhões em 2023 e quer dar metade ao Fundo de Resolução

Veículo que gere ativos tóxicos do Banif viu o lucro cair para metade. Ainda assim, a Oitante propõe pagar 16 milhões ao acionista Fundo de Resolução.

A Oitante registou lucros de 31,5 milhões de euros em 2023, praticamente metade do resultado alcançado no ano anterior. Ainda assim, o veículo que gere os ativos tóxicos que eram do Banif pretende entregar ao Fundo de Resolução 16 milhões de euros em dividendos.

A entidade liderada por Manuel Artiaga Barbosa explica que os resultados se devem à venda de imóveis (que rendeu 34,7 milhões de euros), à redução da carteira de crédito (que permitiu encaixar 12 milhões) e ainda à alienação e reduções de capital de ativos financeiros (que representaram um encaixe de 4,7 milhões).

“A realização eficiente do conjunto destas operações, permitiram à Oitante fechar o ano de 2023 com um saldo de liquidez de cerca de 67 milhões de euros (saldo acumulado na Oitante e na Banif Imobiliária)”, indica a Oitante em comunicado.

A sociedade nota que desde 2020 já distribuiu dividendos ao Fundo de Resolução na ordem dos 95 milhões de euros (incluindo a proposta deste ano).

Num comunicado posterior, o Fundo de Resolução informou que, face ao termo dos mandatos dos órgãos sociais da sociedade, “aprovou as propostas a apresentar ao Banco de Portugal quanto à composição daqueles órgãos para o mandato que decorre de 2024 a 2026”. O ECO sabe que Manuel Artiaga Barbosa vai ser reconduzido, embora haja alterações nos outros membros da administração da Oitante.

O fundo liderado por Máximo dos Santos ressalva ainda que “os valores obtidos e a obter pelo Fundo de Resolução pela sua participação no capital da Oitante contribuirão para a redução dos prejuízos de 489 milhões de euros suportados por este Fundo na resolução do Banif” em 2015. Esses montantes “serão utilizados no reembolso da dívida do próprio Fundo de Resolução, nomeadamente perante o Estado”.

(Notícia atualizada às 18h00 com novo comunicado do FdR)

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Ourivesaria Catarino “doura” o negócio com marca própria

Empresa, que já vai na terceira geração, apostou na marca própria de ouro, que já pesa mais de metade da faturação. Catarino soma três lojas, emprega 17 pessoas e fatura 1,2 milhões de euros.

Natural de Mira, Armindo Catarino — ou “Senhor Catarino”, como é mais conhecido — começou o seu percurso na ourivesaria a vender ouro porta a porta de bicicleta. Mais tarde rumou a Queluz, onde foi militar e acabou por abrir uma pequena ourivesaria em 1969. Um negócio que viria a tornar-se no sustento da sua família e a expandir-se para os centros comerciais. Atualmente, a Catarino Joias & Relógios tem três lojas, emprega 17 pessoas e fatura cerca de 1,2 milhões de euros.

Há 30 anos, a nora do Senhor Catarino decidiu mudar de profissão para ter mais tempo para a filha, já que trabalhava numa empresa de navegação e passava muito tempo no mar. Confrontada com esta realidade, decidiu aproveitar o know-how da família e abrir a sua própria loja de ourivesaria, juntamente com o marido.

Quando nasceu a minha filha mais velha, a Joana, eu fiz uma escolha e fiquei a trabalhar em família (…). Eu e o meu marido começamos por abrir a nossa loja em Queluz”, conta ao ECO/Local Online Maria João Catarino, gerente da Catarino Joias & Relógios.

Além da loja de rua, há onze anos o casal abriu uma loja no shopping Alegro Sintra e há seis anos no Alegro Alfragide. O ano passado deixaram as instalações em Queluz e mudaram para uma nova loja em Massamá, onde têm um atelier. Esta mudança culminou com o objetivo de produzir a sua própria marca, formar profissionais e iniciar o processo de expansão da marca com produção própria.

“Na altura da pandemia criámos a nossa própria marca de ouro (4LeafClover) inspirada na ourivesaria tradicional com o objetivo de recuperar o ouro português de 19.2 quilates, mas com uma linha mais contemporânea”, explica a gestora. O ouro da marca própria é produzido em Gondomar e já vale mais de metade do volume de negócios da Catarino. “O nosso volume maior de vendas é a nossa marca de ouro”, afirma Maria João Catarino.

Maria João não tem dúvidas que os “clientes investem em joias porque sabem que elas vão valorizar”. “O ouro mesmo parado na vitrina está sempre a valorizar”, afirma a gestora. Os turistas e os emigrantes portugueses pesam entre 15% a 20% da faturação.

À semelhança da mãe, as filhas Joana e Inês, ambas ligadas à saúde, acabaram por deixar a profissão para se dedicaram ao negócio da família.

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Grupo de 40 trabalhadores a recibos verdes na Global Media suspendem trabalho até pagamento

  • Lusa
  • 16 Julho 2024

"A decisão de parar de trabalhar foi comunicada à administração na última quinta-feira, dia 11 de julho, caso os valores em causa não fossem liquidados até ontem, dia 15, o que não sucedeu", referem.

Um grupo de 40 trabalhadores a recibos verdes em títulos da Global Media anunciou a suspensão da colaboração por tempo indeterminado por falta de pagamento, confirmou a Lusa junto do Sindicato dos Jornalistas (SJ).

De acordo com fonte do sindicato, estes colaboradores não recebem salários há dois meses.

Segundo um email enviado por estes colaboradores, a que a Lusa teve acesso, trata-se de “um grupo de cerca de 40 jornalistas, fotojornalistas e gráficos a recibos verdes que interrompeu hoje a colaboração com o Jornal de Notícias, Notícias Magazine, O Jogo, Volta ao Mundo, TSF e Diário de Notícias, por tempo indeterminado“.

Esta interrupção deve-se ao facto de ainda não terem recebido os pagamentos relativos a abril e maio, sem que a “administração da Global Media Group [GMG] tenha avançado com qualquer justificação para tal, ao longo destes meses, apesar das constantes tentativas de contacto e pedidos de esclarecimento“.

Os colaboradores também trabalharam em junho, mas este mês costuma ser liquidado em agosto, já que recebem dois meses depois.

A decisão de parar de trabalhar foi comunicada à administração na última quinta-feira, dia 11 de julho, caso os valores em causa não fossem liquidados até ontem, dia 15, o que não sucedeu“, referem os trabalhadores na missiva enviada.

“Esta situação afeta cerca de 130 jornalistas, fotojornalistas e gráficos a recibos verdes, que se sentem desrespeitados por não estarem a receber pelo trabalho realizado e indignados com o silêncio da administração”, prosseguem, referindo que, “nos últimos meses, têm sido avançadas diversas datas para finalizar o negócio da venda do Jornal de Notícias, JN História, O Jogo, Volta ao Mundo, Notícias Magazine, Evasões, TSF, N-TV e Delas, sem que tal se tenha verificado”.

Apontam que “foi preciso chegar a este ponto para a administração da Global Media reagir e responder aos pedidos de explicação individuais, pouco depois de terem recebido” o ‘email’ a comunicar a suspensão.

Mas, “apesar disso, nessas respostas individuais, faz depender o pagamento das dívidas para connosco da finalização do negócio com o novo grupo, Notícias Ilimitadas, quando sabemos que este já transferiu cerca de quatro milhões de euros, também com o objetivo de nos pagar, compromisso que os administradores da Global Media não têm cumprido”, salientam.

Estamos conscientes que a nossa paragem vai afetar o trabalho dos colegas da redação, dos editores e da direção, o que lamentamos, mas sentimos que não tínhamos alternativa, a não ser parar e alertar para a existência deste problema, que nos está a afetar financeira e psicologicamente”, sublinham.

A esperança, referem, “é que os pagamentos em atraso sejam liquidados rapidamente” e que “o negócio com o grupo Notícias Ilimitadas seja concluído“.

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António Marçal afirma que Justiça exige reflexão do poder político e “visão estratégica”

  • Lusa
  • 16 Julho 2024

O presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais defendeu que as conclusões do estudo do Iscte devem ser motivo de ampla reflexão, quando falta uma "visão estratégica" para a Justiça.

O presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ) defendeu hoje que as conclusões do estudo do Iscte sobre a Justiça devem ser motivo de ampla reflexão, quando falta uma “visão estratégica” para o setor.

Em declarações à agência Lusa, António Marçal referiu que a “perceção negativa” das pessoas inquiridas que tomaram contacto com o sistema de justiça deve ser motivo de preocupação para todos, incluindo operadores judiciários e poder político.

Deve também justificar uma “urgente reflexão conjunta” do que está mal no funcionamento dos tribunais.

Segundo o dirigente do SFJ, esta reflexão é fundamental para que se tomem medidas para que a Justiça funcione melhor, observando que é preciso traçar um “plano estratégico” que consiga ir além da legislatura em curso.

Em seu entender, tem de existir uma concertação que envolva o poder político na adoção de medidas concretas que resolvam os diferentes problemas que afligem, por exemplo, a jurisdição administrativa e fiscal, e também a jurisdição penal e outras.

António Marçal lembrou a propósito o problema dos megaprocessos e da necessidade de arranjar forma de resolver a questão por via legislativa ou outra.

O presidente do SFJ defendeu também uma melhor comunicação da Justiça com os cidadãos, partilhando da ideia já expressa pelo atual presidente do Supremo Tribunal de Justiça de que as sentenças devem ser percetíveis pelos cidadãos. “A justiça deve prestar contas à sociedade”, adiantou António Marçal.

O mesmo responsável admitiu que existe um subfinanciamento do setor, mas lembrou que se tem gasto muito dinheiro em certas áreas tecnológicas sem se obter os resultados esperados, o que vem reforçar a ideia da necessidade de um planeamento estratégico na área da Justiça

De acordo com o estudo do Iscte — Instituto Universitário de Lisboa, “74% dos inquiridos consideram que a Justiça funciona ‘mal’ ou ‘muito mal'”, sendo que numa avaliação mais detalhada ao sistema de Justiça as considerações “menos positivas concentram-se no desempenho geral do sistema, incluindo rapidez, eficácia e eficiência”.

O estudo indica que os portugueses consideram que os políticos não têm resposta para os problemas. O inquérito envolveu 1.207 inquiridos, com uma margem de erro de 2,8%.

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Nuno Botelho reeleito presidente da Associação Comercial do Porto

  • Lusa
  • 16 Julho 2024

Botelho traça como objetivo para este novo mandato a construção de uma residência universitária para responder à escassez de habitação para estudantes.

O atual presidente da Associação Comercial do Porto, Nuno Botelho, foi reeleito no cargo e traça como objetivo para este novo mandato a construção de uma residência universitária para responder à escassez de habitação para estudantes.

“As prioridades do corpo diretivo da Associação Comercial do Porto para este novo mandato anual passam por investir na qualificação dos serviços da instituição, nomeadamente em matéria de arbitragem comercial, e avançar com um projeto de residência universitária que irá contribuir para responder à escassez de habitação dirigida a jovens estudantes”, referiu esta terça-feira a Associação Comercial do Porto em comunicado.

Fundada em 1834, a Associação Comercial do Porto, que este ano assinala 190 anos de história, garantiu que vai continuar a “intervir publicamente em defesa do desenvolvimento económico do Porto e da região Norte”.

Nuno Botelho, que foi reconduzido no cargo na segunda-feira em assembleia geral ordinária, está na liderança da mais antiga associação empresarial portuguesa desde outubro de 2013, depois de suceder a Rui Moreira que assume, desde essa altura até hoje, a presidência da Câmara Municipal do Porto.

Além de Nuno Botelho foram também reconduzidos Álvaro Costa, como vice-presidente, Filipe Avides Moreira, como 1.º secretário, e Gonçalo Moreira, como 2.º secretário.

Na nota de imprensa, a Associação Comercial do Porto adiantou que de saída da direção por se encontrarem em funções governamentais estão Paulo Rangel, atual ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, e Maria José Barros, secretária de Estado da Justiça.

Desta forma, acrescenta a associação, Nuno Lameiras, administrador da BLX-Bragalux, e Jorge Queiroz Machado, presidente executivo da CPCEcho, são os novos membros da equipa.

“A direção fica completa com os nomes que transitam do mandato passado. Mantêm-se António Ricca, António Campos e Matos, Ricardo Fonseca, Vasco Moura Ramos, Gonçalo Lobo Xavier, Jorge Macedo, José Manuel Fortunato, Rosário Gambôa e Miguel Franco”, sublinhou.

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Dois consórcios luso-espanhóis na reta final do concurso para dessalinizadora do Algarve

  • Lusa
  • 16 Julho 2024

Aquapor (que se juntou ao grupo espanhol GS Inima) e a Transwater e Cimontubo (que se juntaram à espanhola Tedagua) são os dois consórcios que estão a disputar a obra.

Dois consórcios luso-espanhóis estão na reta final do concurso para a construção da dessalinizadora do Algarve, uma obra de 90 milhões de euros financiada pelo PRR, a concluir até 2026, segundo várias fontes contactadas pela agência Lusa.

De acordo com a plataforma de contratação pública AcinGov, consultada esta terça-feira pela Lusa, são quatro as empresas que concorreram até ao final do concurso, 07 de julho, mas apenas duas delas apresentaram uma licitação abaixo dos 108 milhões de euros, o valor limite indicado pela Águas do Algarve.

A Aquapor, que se juntou ao grupo espanhol GS Inima, apresentou um valor global de 107,92 milhões de euros, enquanto a Transwater e Cimontubo, que se juntaram à espanhola Tedagua, que pertence ao grupo Cobra, avançou com 106,97 milhões.

Segundo fontes conhecedoras do processo, tudo aponta para que sejam afastados os consórcios que ultrapassaram o limite indicado, o Única/Casciana Acque Itália/Zaffaroni/Urban Grafts & Partners (146 milhões de euros) e o Conduril-Engenharia/Oliveiras/Aciona Agua (136 milhões de euros).

As mesmas fontes consideram que estas empresas apenas se apresentaram a concurso por questões de notoriedade e para mostrar que no futuro querem concorrer neste setor.

A ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, avançou, há uma semana na Assembleia da República, que havia “dois concorrentes” no concurso para a construção e exploração da dessalinizadora que vai ser construída no concelho de Albufeira.

A adjudicação será feita de acordo o critério da “proposta economicamente mais vantajosa”, tendo em consideração coeficientes de ponderação: custo do investimento (preço) 35%, custo de exploração 35% e valia técnica 30%.

Segundo fontes do mercado, a decisão final sobre a empreitada deverá ser tomada até setembro, devido à urgência na utilização das verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

A construção de uma dessalinizadora no concelho de Albufeira, cujo valor base é de 90 milhões de euros, é uma das medidas de resposta à seca que afeta a região sul de Portugal, prevendo-se que o equipamento tenha uma capacidade inicial de conversão de água do mar em potável de 16 hectómetros cúbicos.

De acordo com a Águas do Algarve, empresa responsável pelo abastecimento de água na região, que tem a seu cargo a gestão de infraestruturas como barragens ou Estações de Tratamento de Águas Residuais, a conclusão da obra está prevista para o final de 2026.

Recentemente, uma plataforma que agrupa associações ambientalistas iniciou uma diligência judicial junto do Ministério Público, pedindo a invalidação da Declaração de Impacto Ambiental favorável à construção de uma dessalinizadora no Algarve.

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Aguiar-Branco defende que Lucília Gago deveria ter falado primeiro no Parlamento e mais cedo

  • Lusa
  • 16 Julho 2024

O presidente da Assembleia da República defendeu que a procuradora-geral da República, Lucília Gago, deveria ter-se pronunciado mais cedo e no parlamento, e não em entrevista à RTP.

O presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, defendeu esta terça-feira que a procuradora-geral da República, Lucília Gago, deveria ter-se pronunciado mais cedo e no parlamento, e não em entrevista à RTP.

Em declarações aos jornalistas à margem da participação na cerimónia de apresentação do relatório anual “O Estado da Nação e as Políticas Públicas” 2024, no ISCTE, Aguiar-Branco afirmou que se esta intervenção pública de Lucília Gago “tivesse acontecido há muito mais tempo”, havia “menos razões para ter juízos que foram feitos e que eram desproporcionais ou descabidos em relação à atuação do Ministério Público”.

Quanto mais tivesse acontecido lá atrás, mais credibilidades teríamos tido no setor da justiça”, acrescentou.

O presidente do parlamento sublinhou também que “teria sido melhor” que a sua intervenção tivesse sido no parlamento, porque “o lugar por expressão de maior dignidade nos órgãos de soberania” e “o local onde estão os representantes do povo”.

“Como outros procuradores no passado fizeram, responderam às perguntas, responderam àquilo que achavam que podiam responder, àquilo que achavam que não podiam responder, não respondiam. E eu teria preferido que a primeira intervenção tivesse sido no parlamento“, disse.

Aguiar-Branco disse também que não queria pronunciar-se sobre o conteúdo da entrevista à RTP, mas sublinhou que esta entrevista permitiu perceber que “era possível” dar explicações sobre em matéria de justiça “sem que estivesse a violar qualquer segredo de justiça ou a falar de casos concretos de uma forma que não o pudesse fazer”.

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FMI melhora crescimento da economia da Zona Euro para 0,9% este ano

Fundo Monetário Internacional (FMI) melhora ligeiramente perspetivas para a economia da Zona Euro este ano e mantém o crescimento mundial em 3,2%. Instituição vê taxa de inflação a desacelerar.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu esta terça-feira em alta ligeira, de uma décima, as previsões de crescimento da economia da Zona Euro, para 0,9% este ano, mantendo inalterado a expansão do produto global.

Na atualização das previsões económicas mundiais (WEO, na sigla em inglês), a instituição de Bretton Woods considera que a atividade nos países da moeda única “parece ter atingido o seu nível mínimo” (em 2023, a Zona Euro avançou 0,5%, depois de ter crescido 3,4% em 2022) e prevê um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para os países da moeda única de 0,9% em 2024, impulsionado por uma dinâmica mais forte nos serviços e por exportações líquidas superiores ao esperado no primeiro semestre do ano.

Para 2025, manteve a previsão inalterada face a abril, em 1,5%, sustentada “por um consumo mais forte devido ao aumento dos salários reais, bem como um investimento mais elevado devido à flexibilização das condições de financiamento num contexto de flexibilização gradual da política monetária este ano”.

O FMI perspetiva que algumas fragilidades contínuas na indústria transformadora sugerem uma recuperação mais lenta em países como a Alemanha. Entre as principais economias da Zona Euro, prevê um avanço do PIB alemão de 0,2% este ano e de 1,3% em 2025 e do PIB francês de 0,9% em 2024 e de 1,3% em 2025. Para Itália aponta um crescimento de 0,7% em 2024 e 0,9% em 2025 e para Espanha de 2,4% e 2,1% este ano e o próximo, respetivamente.

A nível global, a instituição liderada por Kristalina Georgieva manteve as perspetivas de 3,2% para 2024, revendo em alta de uma décima o crescimento para 2025, para 3,3%.

Entre as economias avançadas, espera assim que o crescimento convirja nos próximos trimestres. O FMI cortou a previsão para os Estados Unidos em uma décima, para 2,6% em 2024, apontando para uma desaceleração para 1,9% em 2025. No entanto, o dinamismo da atividade na viragem do ano reduziu ligeiramente a divergência do produto entre economias dos países à medida que os fatores cíclicos diminuem e a atividade se torna mais alinhada com o seu potencial.

Taxa de inflação a desacelerar

O FMI antecipa que a inflação global deverá desacelerar, mas alerta ainda que a inflação nos serviços “está a atrasar o progresso na desinflação, o que dificulta a normalização da política monetária”.

“Os riscos ascendentes para a inflação aumentaram, aumentando assim a perspetiva de taxas de juro mais elevadas durante um período ainda mais longo, no contexto da escalada das tensões comerciais e do aumento da incerteza política”, aponta.

Segundo a instituição, “para gerir estes riscos e preservar o crescimento, a combinação de políticas deve ser sequenciada cuidadosamente para alcançar a estabilidade de preços e repor as reservas reduzidas”, recomenda.

O relatório indica ainda que, globalmente, os riscos para as perspetivas continuam equilibrados, mas alguns riscos de curto prazo aumentaram, incluindo a falta de progressos na desinflação dos serviços e pressões sobre os preços decorrentes de novas tensões comerciais ou geopolíticas.

Para o FMI, os riscos da inflação persistente no setor dos serviços estão ligados à fixação de salários e de preços, dado que o trabalho representa uma parte elevada dos custos nesse setor. “Um maior crescimento dos salários nominais, que em alguns casos reflete a recuperação dos salários reais, se for acompanhada por uma fraca produtividade, podendo dificultar para as empresas moderarem os aumentos de preços, especialmente quando as margens de lucro já estão reduzidas“, refere.

A instituição considera também que a escalada das tensões comerciais poderá agravar ainda os riscos de curto prazo para a inflação, aumentando o custo dos bens importados ao longo da cadeia de abastecimento.

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Banca espera “aumento ligeiro” da procura de crédito pelas famílias

Bancos acreditam que mercado vai cimentar retoma no terceiro trimestre. Antecipam um crescimento “mais acentuado” na procura por empréstimos para a compra de casa.

Os bancos estão a antecipar um “aumento ligeiro” da procura de crédito pelas famílias no terceiro trimestre, consolidando a retoma do mercado observada na primeira metade do ano, depois de dois anos de forte contração devido à escalada das taxas de juro.

O aumento da procura será “mais acentuado no segmento da habitação”, revela o inquérito sobre o mercado de crédito divulgado esta terça-feira pelo Banco de Portugal.

A perspetiva otimista da banca surge numa altura em que o Banco Central Europeu (BCE) já começou a aliviar as taxas de juro de referência na Zona Euro, o que está a levar a uma descida das Euribor, que são usados como indexantes nos contratos com taxa variável.

O BCE cortou os juros na passada reunião de 6 de junho, depois de dois anos em que as taxas subiram 450 pontos base para máximos de históricos. Os analistas esperam mais dois cortes ao longo do ano: em setembro e dezembro.

As expectativas para a procura de crédito são diferentes no segmento das empresas. Os bancos não esperam grandes alterações no segmento das pequenas e médias empresas e nos empréstimos de longo prazo. Ainda assim, apontam para uma “ligeira diminuição da procura por grandes empresas e em empréstimos de curto prazo”.

Para o terceiro trimestre, os bancos não tencionam proceder a alterações nos critérios de concessão de crédito tanto às famílias como às empresas.

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Esquerda francesa apresenta Laurence Tubiana como candidata a primeira-ministra

  • Lusa
  • 16 Julho 2024

Os socialistas, comunistas e ecologistas franceses apresentaram o nome da economista e diplomata Laurence Tubiana como candidata a primeira-ministra.

Os socialistas, comunistas e ecologistas franceses apresentaram o nome da economista e diplomata Laurence Tubiana como candidata a primeira-ministra, apesar de esta proposta não ter sido bem recebida pelo partido França Insubmissa (LFI), de Jean-Luc Mélenchon.

Segunda-feira, o líder da LFI tinha anunciado que abandonava as negociações para encontrar um candidato a chefe de governo proposto pelo bloco progressista da Nova Frente Popular (NFP).

Também na véspera, o presidente do Partido Socialista (PS), Olivier Faure, anunciou que a maioria dos partidos da NFP tinha chegado a um acordo para apresentar um candidato da “sociedade civil”, tendo esta terça-feira confirmado o nome de Tubiana, cujo currículo inclui ter sido embaixadora para as negociações da Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas em 2015.

O coordenador da LFI, Manuel Bompard, foi um dos primeiros a pronunciar-se sobre o assunto e, numa entrevista à France2, criticou os outros membros da NFP por não terem respeitado o procedimento correto para propor a candidatura de Tubiana. “Se é este o perfil que os membros estão a trabalhar, eu caio da cadeira”, comentou Bompard, sublinhando que a economista “não é uma alternativa séria”.

Segundo o coordenador do NFP, Tubiana “representa de alguma forma as ideias” do Presidente francês, Emmanuel Macron, e, por isso, acusa os socialistas de “trazerem pela janela os ‘macronistas’ expulsos pelos eleitores” nas urnas. “Há oito dias que estamos a trabalhar para formar um governo da NFP para implementar o programa”, sublinhou.

Na sequência destas críticas, Faure veio defender que Tubiana é uma pessoa “empenhada tanto no domínio ecológico como no social” e defende o pagamento da luta contra as alterações climáticas e as desigualdades com a cobrança de impostos sobre os rendimentos mais elevados, o que considera ser um candidato que “corresponde perfeitamente” ao programa eleitoral.

Por seu lado, o líder do Partido Comunista francês (PCF), Fabien Roussel, avisou que, se o bloco progressista não conseguir encontrar uma alternativa de governo, “seria um verdadeiro desastre e uma falta de respeito por todos os eleitores e eleitoras que manifestaram o seu desejo de que as coisas mudassem”.

Tubiana, 73 anos, nascida na Argélia francesa, trabalhou no governo do socialista Lionel Jospin (1997-2002) e rejeitou repetidamente a proposta de Macron para dirigir o Ministério da Transição Ecológica.

Enquanto os socialistas, comunistas e ecologistas veem Tubiana como uma candidata de alto nível a primeira-ministra, os apoiantes de Mélenchon desconfiam da sua possível afinidade com políticas mais centristas e ‘macronistas’.

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Sara Pastor vai liderar o crescimento da receita publicitária da Dazn em Portugal e Espanha

  • + M
  • 16 Julho 2024

Sara Pastor deixou a Amazon, onde desempenhava a função de head of agency development no mercado espanhol, para liderar o crescimento da receita publicitária da Dazn nos dois mercados ibéricos. 

A Dazn oficializou a contratação de Sara Pastor enquanto senior vice president ad media sales para Portugal e Espanha. A profissional é agora a responsável por liderar o crescimento da receita publicitária da Dazn nos dois mercados ibéricos.

“A contratação da Sara é uma excelente notícia que irá reforçar a liderança da equipa da Dazn com a sua vasta experiência em algumas das maiores empresas do mundo. A Dazn detém um portefólio de conteúdos desportivos de excelência em Portugal e os consumidores reconhecem a qualidade das competições transmitidas”, afirma Jorge Pavão de Sousa, diretor-geral da Dazn Portugal, citado em comunicado.

“Com a chegada da Sara, temos a confiança de que cada vez mais marcas e agências vão olhar para a Dazn como uma oportunidade inovadora e autêntica de interagir diretamente com os fãs de desporto“, acrescenta.

Por sua vez, Sara Pastor diz que se junta à equipa da Dazn em Portugal e Espanha para “ajudar as marcas a criar ligações emocionais e duradouras com os seus clientes através de uma paixão partilhada pelo desporto“.

“Graças à crescente comunidade de fãs que escolhem a Dazn para desfrutar dos desportos que amam, as marcas têm uma oportunidade única de transformar todos os fãs em clientes e também em embaixadores dos seus produtos, e de o fazer de uma forma diferente, inovadora e relevante“, refere.

Para integrar a Dazn, Sara Pastor deixou a Amazon, onde desempenhava a função de head of agency development no mercado espanhol, tendo nos últimos meses liderado o segmento de Amazon Ads. Antes já tinha passado pela Twitch Ads enquanto country director para Portugal e Espanha. No seu currículo conta ainda com o cargo de diretora-geral EMEA na Adara. É também presidente do Clube de Inovação Empresarial e Tecnologia da ESADE Alumni.

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Governo deve ligação aérea regional deste ano à Sevenair

  • Lusa
  • 16 Julho 2024

O Governo tem em dívida para com a Sevenair os serviços aéreos prestados este ano na ligação aérea regional que liga Bragança a Portimão, segundo o administrador da empresa, Carlos Amaro.

O Governo tem em dívida para com a Sevenair os serviços aéreos prestados este ano na ligação aérea regional que liga Bragança a Portimão, disse esta o administrador da empresa, Carlos Amaro.

Até abril, altura em que terminou o ajuste direto firmado em janeiro, o montante em dívida era já de 750 mil euros, ou seja, 187,5 mil euros por cada mês.

“Em janeiro, assinámos um ajuste direto ainda com o Governo anterior, que previa recebermos mensalmente a quantia correspondente acordada. A verdade é que esse ajuste direto já terminou, era só por quatro meses. Não recebemos nem um tostão”, explicou Carlos Amaro.

O administrador acrescentou ainda que já com o novo Governo em funções aguardam a formalização de um novo ajuste direto, o que tem permitido que a ligação se mantenha.

“Temos uma ligação às pessoas e a este serviço. E para nós é muito complicado suspender. A pedido do Governo, (…) temos estado a aguardar que os procedimentos existam e que possamos receber. Porque não recebemos do anterior (Governo) nem nenhuma verba do atual”, disse Carlos Amaro, que revelou ainda que o pagamento das concessões finda também ainda não está totalmente saldado, perfazendo “no limite mais de 3,5 milhões” de euros.

O contrato da concessão do serviço de transporte aéreo regular Bragança/Vila Real/Viseu/Cascais/Portimão terminou em 28 de fevereiro.

Esta medida foi tomada após um ajuste direto de 750 mil euros do Governo liderado pelo socialista António Costa enquanto decorre o novo concurso público internacional para a concessão do serviço. O concurso público é internacional, o preço base do procedimento, sem IVA, é de 13,5 milhões de euros e o prazo de execução do contrato é de quatro anos.

“O concurso, só está previsto lá para outubro haver adjudicação, para nós ou para outro concorrente. É uma situação muito constrangedora mas que aconteceu com todos os governos. Quer de um partido quer de outro, nunca houve ligação entre um concurso e outro a tempo”, segundo Carlos Amaro, à frente da empresa que presta o serviço há 15 anos.

Desde 29 de fevereiro que a empresa introduziu novos horários. Os voos de segunda e sexta-feira são feitos em todas as escalas, às terças e quintas-feiras os voos são diretos entre Bragança e Cascais e aos sábados não há escala em Vila Real. Às quartas-feiras e domingos não há voos.

Até ao final de fevereiro os voos eram feitos de forma regular entre Bragança e Portimão, com paragem em Vila Real, Viseu e Cascais.

“É quase um caciquismo aquilo que estamos a fazer em relação a esta linha e às populações que estamos a servir. Custa-nos muito interromper. No momento em que interromper, terei de despedir pessoas. São 80 ligadas a esta linha, nas várias escalas, tripulações e manutenção”, lamentou Carlos Amaro, admitindo que vai ser “muito difícil” suportar a ligação até haver decisão do concurso público.

Carlos Amaro disse ainda que, no limite, os aviões podem ser atribuídos a outras linhas, para que se continuam operacionais. “(…) E depois já não podemos voltar. Ou teremos de fechar. E não podia manter 80 empregos numa linha para fechar. Teria de fazer um layoff ou extinção dos postos de trabalho. Estamos a tentar a todo o custo evitar isso”, garantiu Carlos Amaro.

A Lusa contactou o Ministério das Infraestruturas e da Habitação, mas até ao momento ainda não obteve resposta.

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