Portugal compromete-se com ajuda à Ucrânia de 220 milhões este ano e igual valor em 2025

  • Lusa
  • 10 Julho 2024

Ajuda portuguesa será centrada na tecnologia em vários equipamentos, como por exemplo, ao nível de drones e materiais conexos como os têxteis. Portugal vai investir 2% do PIB em defesa até 2029.

A ajuda portuguesa à Ucrânia alcançará este ano um valor superior a 220 milhões de euros, sendo repetido em 2025, segundo o primeiro-ministro, que reiterou o compromisso de atingir os 2% de investimento em defesa em 2029.

Luís Montenegro falava aos jornalistas na terça-feira, antes de um jantar na residência oficial de Portugal em Washington, acompanhado dos ministros de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, e da Defesa Nacional, Nuno Melo, no âmbito da cimeira da NATO que decorre até quinta-feira.

A cimeira, que se iniciou na terça-feira com uma cerimónia evocativa dos 75 anos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, siga em inglês), tem entre os temas centrais o apoio à Ucrânia, com uma proposta do secretário-geral, Jens Stoltenberg, para que a Aliança se comprometa com um valor anual de 40 mil milhões de euros.

Aos jornalistas, o primeiro-ministro português reiterou o compromisso, já assumido no final de junho, de apresentar na cimeira um plano para que Portugal atinja um investimento em segurança e defesa de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2029.

“Temos um compromisso que ontem mesmo formalizei numa carta que enviei ao secretário-geral da NATO de que o atingir dos 2% da nossa despesa orçamental com a área da defesa será atingido um ano antes daquilo que estava previsto, em 2029”, disse.

Dentro do esforço dos aliados da NATO no investimento na segurança e defesa, disse, “está também contemplada uma contribuição financeira de grande monta nesta coligação internacional à volta do apoio militar, humanitário, político e económico à Ucrânia”.

Só este ano, estimamos poder vir a atingir um valor de apoio superior a 220 milhões de euros, que será repetido no próximo ano, tudo indica dentro daquilo que vai ser o acerto final que agora nesta cimeira será estabelecido”, disse.

Montenegro defendeu que, se este é um esforço do país por razões securitárias, “é um esforço que tem o retorno da atividade económica que também pode ser gerada” e detalhou alguns dos setores que poderá beneficiar.

Será centrado na tecnologia, em todo o conhecimento que já temos em vários materiais, em vários equipamentos. Temos, por exemplo, ao nível dos drones, dos veículos não tripulados, uma competitividade muito significativa, e temos depois outros materiais que são conexos, por exemplo, à nossa indústria têxtil, altamente competitiva para muitos dos equipamentos que as forças militares necessitam”, referiu.

Questionado sobre notícias que dão conta de uma execução orçamental aquém do previsto na área da Defesa nos últimos anos, o primeiro-ministro assegurou que o objetivo é ter orçamentos “que não sejam letra morta”. “Como sabem, ainda não temos nenhum aprovado por nós, mas tentaremos que os objetivos orçamentais não sejam apenas instrumento de desenho na redação do orçamento”, disse.

Neste setor em concreto, o chefe do Governo comprometeu-se com um reforço do investimento “nas capacidades de recrutamento e retenção de capital humano e na valorização da carreira dos militares”.

Vamos também precisar de fazer um investimento no apetrechamento das nossas Forças Armadas com os equipamentos que estão na Lei de Programação Militar”, disse, apontando como exemplo a aprovação no último Conselho de Ministros de uma resolução que autoriza o início das discussões técnicas e negociais para a eventual aquisição de aeronaves A-29 Super Tucano.

Questionado se não teme que uma eventual eleição de Donald Trump como Presidente dos Estados Unidos possa pôr em causa os objetivos traçados pela NATO, Montenegro salientou que “há compromissos que estão muito para além da política interna de cada país”.

“A mim o que concentra toda a atenção e ao Governo de Portugal é que esta Aliança que comemora 75 anos de existência — tendo começado com 12 nações e sendo nós uma das fundadoras — conseguiu chamar para si até ao momento mais vinte, e tem interações com vários países importantes noutras geografias”, disse.

Montenegro, acompanhado pelos ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa, participa hoje na cerimónia de cumprimentos oficiais pelo secretário-geral da NATO e pelo Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, aos chefes de Estado e de Governo presentes em Washington e na reunião do Conselho do Atlântico Norte, o principal organismo de decisão política dos aliados.

Ao final do dia, o primeiro-ministro irá, acompanhado pela mulher, ao jantar na Casa Branca oferecido aos chefes de Estado e de Governo que participam na cimeira.

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Regulador da Saúde alerta que privados só podem publicitar urgências com licença e os mesmos recursos do SNS

  • Lusa
  • 10 Julho 2024

Entidade Reguladora da Saúde detetou práticas publicitárias que visam "Serviços de Urgência” ou "Serviços de Atendimento Permanente” em hospitais e clínicas privadas que não têm licença para tal.

As unidades privadas de saúde só podem publicitar serviços de urgência se tiverem licenças adequadas, cumprindo os mesmos requisitos técnicos e de recursos humanos exigidos ao Serviço Nacional de Saúde.

Num alerta de supervisão emitido esta quarta-feira, a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) diz que tomou conhecimento de diversas práticas publicitárias que visam “Serviços de Urgência” (SU), “Serviços de Atendimento Permanente” (SAP) ou serviços descritos com expressões similares disponibilizados em prestadores de saúde privados “sem que tais serviços estivessem efetivamente compreendidos nas licenças de funcionamento” que detinham.

Lembra que os SU de unidades privadas “devem garantir, por analogia, o cumprimento do enquadramento jurídico aplicável a serviços públicos idênticos”, designadamente, a existência dos recursos mínimos determinados para os SU do Serviço Nacional de Saúde (SNS), “dada a similaridade do serviço prestado e a igual necessidade de garantia de recursos mínimos para salvaguarda da qualidade e segurança dos cuidados prestados”.

A ERS considera que, para permitir uma resposta eficiente e adequada em situação urgente, um SU de uma unidade privada deve garantir, no mínimo, para além do cumprimento dos requisitos técnicos e de equipamentos, os requisitos de recursos humanos definidos para a tipologia de Serviço de Urgência Básica (SUB).

Em relação aos SUB, recorda que, em termos de recursos humanos, a legislação exige dois médicos e dois enfermeiros em presença física, Técnico(s) de Diagnóstico e Terapêutica de áreas profissionais adequadas, de acordo com a diversidade dos exames a efetuar, um Assistente Operacional com funções de auxiliar de ação médica e um Assistente Técnico, por equipa.

Sublinha ainda que é seu entendimento que um serviço de atendimento permanente deve ser disponibilizado em regime de 24 horas diárias, incluindo fins de semana e feriados, com presença física de equipa médica e de enfermagem.

No alerta de supervisão, a ERS recorda igualmente que o cidadão tem o direito a decidir, de forma livre e esclarecida, sobre os cuidados de saúde que lhe são propostos e de escolher livremente a entidade prestadora de cuidados de saúde, na medida dos recursos existentes, “estando esta livre escolha diretamente dependente da informação prévia que lhe é prestada”.

Considerando a perceção dos utentes quando procuram serviços de urgência, diz ser “expectável que a publicitação dos serviços em apreço represente a disponibilização de meios equiparados aos previstos para os serviços de urgência do Serviço Nacional de Saúde”.

Assim, recorda que as práticas publicitárias referentes à disponibilização de serviços de urgência, ou que utilizem expressões relacionadas com o contexto de “urgência”, sem que os prestadores detenham a licença de funcionamento que contemple a prestação deste tipo de cuidados de saúde, são consideradas proibidas, pois são suscetíveis de induzir os utentes em erro.

Na mesma linha, as práticas publicitárias referentes à prestação de cuidados de saúde em serviços de atendimento permanente, ou que utilizem terminologias diretamente associadas ao conceito de SAP, sem que os prestadores detenham a licença necessária, são igualmente consideradas proibidas, por também poderem induzir os utentes em erro.

A ERS informa que a violação do decreto-lei que estabelece o regime jurídico das práticas de publicidade em saúde é punível com coimas de 250 euros a 3.740 euros, ou de 1.000 euros a 44.891 euros, consoante se trate de pessoa singular ou coletiva. O diploma pune também a negligência.

Assim, são aplicáveis, em função da gravidade da infração, do potencial impacto e da culpa do agente, sanções acessórias de apreensão de suportes, objetos ou bens utilizados, interdição temporária de exercer a atividade profissional ou publicitária ou “privação de direito ou benefício outorgado por entidades reguladoras ou serviços públicos, até ao limite de dois anos”.

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Hoje nas notícias: Concessionárias, REN e propinas

  • ECO
  • 10 Julho 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Em metade das auditorias aos apoios acordados entre o anterior Governo e as concessionárias de autoestradas para travar a subida das portagens no ano passado, a Inspeção-Geral de Finanças apurou valores a regularizar a favor do Estado. A REN está de volta a tribunal para impugnar a contribuição extraordinária sobre o setor energético (CESE). Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta quarta-feira.

IGF deteta apoios pagos a mais a concessionárias

Em três das seis auditorias realizadas à atribuição do apoio acordado entre o Governo de António Costa e as concessionárias de autoestradas, que permitiu limitar em 2023 o aumento das taxas das portagens a 4,9% em vez dos cerca de 10% da inflação, a Inspeção-Geral de Finanças (IGF) apurou milhares de euros a regularizar a favor do Estado. Foi o caso das concessionárias da Brisa Concessão Rodoviária, em que foi determinado um acerto de 58,9 mil euros; da Autoestradas do Douro Litoral, com um acerto a favor do Estado de 4,6 mil euros; e da Autoestradas do Litoral, cujo acerto é na ordem dos 4,3 mil euros.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

REN volta a tribunal para impugnar taxa extraordinária sobre energia

A REN vai voltar a contestar a cobrança da contribuição extraordinária sobre o setor energético (CESE), tendo dado entrada já este mês com um novo processo no Tribunal Tributário de Lisboa. Desde que esta taxa foi criada, em 2014, a empresa que gere as redes de transporte de energia em Portugal já pagou 250 milhões de euros, o que dá uma média de 25 milhões de euros por ano. Em maio, o Tribunal Constitucional declarou a ilegalidade da aplicação da CESE ao setor das renováveis e do petróleo, o que o presidente da REN considerou “boas notícias”.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago)

Fisco paga devolução de propinas até ao fim do mês

A Autoridade Tributária (AT) vai pagar o prémio salarial de valorização das qualificações até 31 de julho, apesar de ainda não ter recebido os pedidos considerados elegíveis por parte do Ministério da Educação. O incentivo vai ser pago por transferência bancária. Mais de 175 mil jovens recém-licenciados candidataram-se ao apoio que devolve os valores das propinas.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago)

Após chumbo para presidir ao IHRU, Carmona Rodrigues resgata ex-vereadora sua para a Águas de Portugal

António Carmona Rodrigues, que foi presidente da Câmara de Lisboa entre 2005 e 2007, iniciou funções como presidente da Águas de Portugal no passado dia 5 de junho, e decidiu chamar para sua assessora uma das vereadoras da altura em que presidia à autarquia da capital. Gabriela Seara é repescada para a empresa pública para um cargo que não precisa de aprovação por parte da Cresap, entidade que semanas antes travou a sua nomeação para o Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU).

Leia a notícia completa no Observador (acesso pago)

Privados publicitam urgências e serviços de saúde para os quais não têm licença

A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) emitiu um alerta de supervisão, dirigido a todos os prestadores de saúde, em que denuncia que há hospitais e clínicas privadas que estão a publicitar “serviços de urgência”, “serviços de atendimento permanente”, ou de “atendimento urgente” e de “urgência permanente” sem que tenham licença de funcionamento para a prestação deste tipo de cuidados. Entre 2023 e maio deste ano, foram detetadas 467 infrações ao Regime Jurídico das Práticas de Publicidade em Saúde, que resultaram na abertura de processos de contraordenação e, consequentemente, em coimas de milhares de euros.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago)

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Economia regenerativa traz prosperidade, mas implica transformações profundas no mundo, avisa John Fullerton

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  • 10 Julho 2024

John Fullerton, fundador do Capital Institute, defende que as empresas devem mudar a lógica de produção, consumo e geração de riqueza para proteger o ambiente e, em simultâneo, criar valor.

“O que estou a sugerir é que não estamos a viver uma era de transformação, mas antes uma transformação de era. Não sabemos como é que será chamada pelos historiadores, mas diria que será conhecida como era regenerativa”, apontou John Fullerton nos primeiros minutos da sua intervenção na Conferência BCSD Portugal 2024. O fundador do Capital Institute esteve na Cordoaria Nacional, em Lisboa, para falar sobre o conceito de economia regenerativa e sobre a forma como as empresas e os indivíduos precisam de repensar a produção e o consumo de recursos.

John Fullerton, fundador do Capital Institute
John Fullerton, fundador do Capital Institute © Fotografia: Filipa Lima Gomes

Mais do que continuar a explorar o que o planeta tem para oferecer, sem olhar ao custo ambiental e social em prol da geração de riqueza, Fullerton acredita que é possível colocar as grandes organizações ao serviço da sustentabilidade. “Esta mudança é muito desconfortável e radical e algo que não estará completo no meu período de vida”, reconhece o especialista.

Esta economia regenerativa que advoga – e sobre a qual teorizou em 2015 quando escreveu o artigo “Capitalismo Regenerativo” – implica “um novo olhar e a eliminação de obstáculos para alcançar todo o potencial” de transformação que traz. Fullerton acredita que “perdemos 25 anos com o movimento ESG sem fazer escolhas e decisões radicais”, assente numa ideia de “evolução incremental” que já não serve os propósitos da sociedade atual. “O incrementalismo funciona bem quando estamos a lidar com transição, mas não quando estamos a lidar com a necessidade de transformação. E sim, as empresas odeiam a incerteza, mas temos pena porque a ignorância e a negação não são certamente estratégias para o sucesso”, sublinha.

E como é que se coloca em prática esta ideia? John Fullerton defende ser urgente criar “um desenvolvimento regenerativo” que, aos olhos de hoje, seria visto como “atividade filantrópica”: a proteção e restauro dos ecossistemas naturais. “Mas restaurar a função do ecossistema em todos os ecossistemas degradados é uma prioridade absolutamente urgente. Encorajo as empresas a usar os seus ativos e a sua escala para participar nesse esforço mesmo que não gere grandes lucros”, apela.

Como prioridade, Fullerton aponta o investimento em agricultura regenerativa – uma aposta que está a ser feita por várias grandes multinacionais -, mas também na indústria química e, de forma mais genérica, no incentivo à economia circular. Mas para tudo isto é preciso, alerta, ter lideranças fortes e empresas com “saúde” que apliquem os oito princípios do autor sobre a economia regenerativa.

Colaboração é essencial

No debate que se seguiu à intervenção de John Fullerton, Uta Jungermann, do WBCSD, defendeu a importância da “colaboração entre todos os setores e geografias para conseguirmos enfrentar os desafios globais”. Trazer as grandes multinacionais para este debate é, considera, fundamental porque “têm essa capacidade” de influenciar as cadeias de valor. Aliás, Jungermann aponta a redução das emissões de tipo 3 (da cadeia de valor) como exemplo de algo que, “por definição, não podemos fazer sozinhos”.

Para Luís Rochartre, responsável de sustentabilidade da UNOBVIOUS Solutions, as empresas não devem focar-se apenas no cumprimento das suas obrigações de ESG e na identificação dos riscos para o negócio, mas também “identificar as oportunidades para ir mais além”. “Precisamos de começar uma conversa sobre estratégia, sobre para onde as empresas querem caminhar e que objetivos querem atingir. As empresas estão focadas no reporte e não no que podem fazer mais”, insiste.

John Fullerton reconhece que “as oportunidades são muitas no sentido tradicional do negócio”, mas não tem dúvidas de que o verdadeiro potencial “são as oportunidades que ainda não conseguimos antecipar” e que resultarão do processo de transformação em curso. “As oportunidades são o que vai sair do processo e não algo que podemos planear. Isso é uma forma radicalmente diferente de pensar”, afirma.

Assista aqui à intervenção completa de John Fullerton na Conferência BCSD Portugal 2024:

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Os vistos de trânsito estão a crescer e a aumentar o fluxo de turistas para o Qatar, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos

  • Servimedia
  • 10 Julho 2024

Estes vistos permitem aos viajantes explorar cidades como Doha, Riade e Dubai durante as suas escalas.

Viajar para o Médio Oriente é entrar num misto de inovação e tradições milenares. Com cidades repletas de opções culturais, países como o Qatar, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos implementaram vistos de trânsito que não só facilitam a circulação dos viajantes, como também oferecem a oportunidade de explorar os seus principais pontos de interesse durante as escalas. Estes vistos transformam uma escala prolongada numa viagem em si, dando a possibilidade de descobrir culturas e paisagens cativantes em poucas horas.

No Qatar, o visto de trânsito gratuito permite uma estadia de até 4 dias (96 horas) para os viajantes que chegam ao aeroporto Hamad de Doha. Doha alberga o Museu de Arte Islâmica, uma joia arquitetónica com uma impressionante coleção de arte islâmica de todo o mundo no seu interior.

Outra atração turística é o Souq Waqif, com as suas ruelas estreitas e mercados movimentados que representam o comércio tradicional mais autêntico do país. Entretanto, a moderna zona de West Bay, com os seus arranha-céus e centros comerciais de luxo, reflete o rápido desenvolvimento da cidade. Além disso, graças à rede de metro, os visitantes podem aproveitar ao máximo a sua estadia, deslocando-se pela cidade de forma rápida e eficiente.

ARÁBIA SAUDITA

A Arábia Saudita recebeu 27 milhões de turistas em 2023 e continua a crescer como um destino líder. Para impulsionar ainda mais o setor, o Reino está a oferecer um visto de trânsito gratuito através da Saudi Airlines. Isto permite aos viajantes explorar o país durante as escalas de até quatro dias.

Na capital, Riade, destaca-se o Museu Nacional da Arábia Saudita, que oferece um olhar abrangente e aprofundado sobre a cultura e a história do país. No bairro histórico de Diriyah, Património Mundial da UNESCO, os visitantes viajarão no tempo para conhecer em primeira mão o modo de vida saudita. Jeddah, no Mar Vermelho, é famosa pela sua Corniche, um longo passeio marítimo com vistas espetaculares. Os viajantes podem também apreciar a rica gastronomia saudita e explorar os mercados locais para uma autêntica experiência cultural.

EMIRADOS ÁRABES UNIDOS

Nos Emirados Árabes Unidos, Dubai e Abu Dhabi também têm vistos de trânsito que permitem aos viajantes explorar os seus pontos turísticos mais famosos durante escalas prolongadas. Ambas as cidades permitem que os passageiros desfrutem de uma estadia de até quatro dias.

Desde escalar o icónico Burj Khalifa, o edifício mais alto do mundo, a um passeio pelo Dubai Mall ou a um abra (barco tradicional) no Dubai Creek para explorar os mercados das especiarias e do ouro, o Dubai é um epicentro de atividades e planos. Em Abu Dhabi, a Grande Mesquita Sheikh Zayed ou o Louvre Abu Dhabi, que combina arte e história numa estrutura arquitetónica impressionante, deixarão os visitantes sem palavras. Para os entusiastas do automobilismo, a cidade também possui o parque temático Ferrari World.

Para tirar o máximo partido de cada hora destes vistos de trânsito, é importante planear com antecedência – reservar alojamento e transporte com bastante antecedência pode ajudar a evitar quaisquer problemas e permitir uma experiência mais tranquila. Além disso, recomenda-se vivamente que se familiarize com os costumes e as leis locais para poder desfrutar da sua viagem.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 10 de julho

  • ECO
  • 10 Julho 2024

Ao longo desta quarta-feira, 10 de julho, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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“The Core” sublinha o seu compromisso com o talento e a inovação aplicados ao setor audiovisual no Digital Worlds

  • Servimedia
  • 10 Julho 2024

A nova edição do encontro contou com a presença de mais de 1800 pessoas e teve lugar na Corunha.

A Corunha acolheu uma nova edição do Mundos Digitales, o Congresso Internacional de Animação, Efeitos Visuais e Novos Media. Cerca de 1.800 profissionais e especialistas do setor audiovisual reuniram-se durante vários dias neste evento, uma verdadeira referência internacional no domínio da animação e das tecnologias digitais.

The Core, a instituição educativa de estudos superiores audiovisuais pertencente ao Grupo Planeta Formación y Universidades, apoiou o evento como um dos principais patrocinadores por mais um ano, sublinhando o seu compromisso com o desenvolvimento do talento no mundo audiovisual e com a promoção da inovação e da rutura no setor.

Maria Mercedes Agüero Pérez, decana do The Core, sublinhou que “no The Core, acreditamos firmemente na importância de preparar os nossos alunos para um futuro em que a criatividade e a tecnologia estão interligadas. Eventos como o Mundos Digitales são o cenário perfeito para fomentar o talento e a excelência na nossa indústria, sendo uma plataforma crucial para a troca de ideias e a promoção de inovações no domínio da animação e das tecnologias digitais”.

Cada edição do Mundos Digitais oferece um extenso programa de conferências com especialistas de renome mundial em animação, VFX, VR, AR e outras tecnologias digitais, que apresentam desde estudos de casos específicos até às últimas tendências do sector. Há também workshops e oficinas práticas onde os participantes podem aprender técnicas e ferramentas com profissionais experientes e exposições de projetos inovadores e criativos desenvolvidos por estúdios de animação, empresas de tecnologia e universidades.

 

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“Ligação à música é sempre positiva”, dizem as marcas

EY, Novobanco, Fidelidade e Control têm em comum o facto de patrocinar festivais de verão. Os objetivos, desafios e retorno do investimento em debate no Estúdio ECO.

Conversas +M - Marcas e Festivais de Música - 08JUL24
Rosália Amorim (EY), Paulo Vaz Tomé (Novobanco), Patrícia Nunes Coelho (Control), José Villa de Freitas (Fidelidade) e Carla Borges Ferreira (+M/ECO)Hugo Amaral/ECO

A ligação à música é sempre positiva. Ninguém diz ‘aquela marca está ligada à música, é mau’. Por isso mesmo é que as marcas se prendem aos festivais, não tem fator negativo, só pontos positivos“, resume José Villa de Freitas, marketing manager da Fidelidade, seguradora que adotou o território da música já há oito anos e que, atualmente, é patrocinadora do Nos Alive, do Paredes de Coura e também do Festival Termómetro.

A opinião é partilhada por Rosália Amorim, diretora de marca, marketing e comunicação da EY Portugal, Angola e Moçambique, por Paulo Vaz Tomé, diretor de comunicação e marca do Novobanco, e por Patrícia Nunes Coelho, diretora de marketing Ibéria da Control, responsáveis que no Estúdio ECO debateram a associação das marcas aos festivais de verão, espaços que reúnem grandes nomes da música, dezenas de milhares de pessoas e o interesse e cobertura dos media.

E se para a Fidelidade esta é uma associação já com oito anos, no caso de Novobanco falamos de um campo no qual entrou em 2023, como patrocinador do Nos Alive, e cuja presença será reforçada este ano. “O território da música é efetivamente um território com um enorme potencial para um banco como nós, e a marca Novobanco quer explorar este território o melhor possível e por isso estamos a fazer todo o esforço nesse sentido”, conta Paulo Vaz Tomé, que este ano colocou “um bocadinho mais de fichas neste território”.

O rejuvenescimento das marcas, que nestes eventos conseguem atingir novos públicos, é um dos objetivos perseguidos tanto pela Fidelidade como pelo Novobanco. Fornecedores, parceiros, colaboradores e futuros, são outros públicos aos quais as marcas pretendem chegar nestes momentos. “Uma consultora não tem que ser só uma empresa séria e com ar formal. Pode ser trendy, pode ser cool, e o Nos Alive mostra isso mesmo e é muito importante para, no fundo, captarmos talentos também para dentro da organização“, acrescenta Rosália Amorim.

Para a Control, que este ano já marcou presença também no Rock in Rio, os festivais de verão são por excelência “o território da emoção, da conectividade, no qual conseguimos partilhar os nossos valores, a nossa forma de estar“. Em simultâneo, acrescenta Patrícia Nunes Coelho, há a oferta de sampling. “Estamos numa situação em que os 55% de consumidores não utilizam preservativo, temos uma pandemia silenciosa das DST. Estar ali, dizer ‘atenção, utilizem, protejam-se’, é uma missão inerente à nossa marca“.

Há um ano, em entrevista ao +M, Álvaro Covões, diretor-geral da Everything Is New, promotora do Nos Alive, dizia que “as marcas, os patrocinadores, são o subsídio que garante bilhetes mais baratos” para os festivais, ajudando ainda a oferecer mais conteúdos sem aumentar o preço do bilhete ou a lotação do recinto.

A perspetiva das marcas, os objetivos, os desafios, a forma de ativação ou a medição de retorno é analisada agora por uma consultora, um banco, uma seguradora e uma marca de preservativos e brinquedos sexuais, que em comum têm o facto de patrocinar festivais de verão.

Veja aqui o o vídeo na íntegra.

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Pampilhosa da Serra capta turismo das estrelas com Geoscope

O Geoscope - Observatório Astronómico de Fajão vai permitir atrair ainda mais pessoas e dinamizar economicamente esta região do interior do país.

Geoscope – Observatório Astronómico de Fajão, na Pampilhosa da Serra27 junho, 2024

Numa aposta “diferenciadora” no turismo astronómico de mãos dadas com a ciência, a Câmara de Pampilhosa da Serra e a Adxtur – Agência para o Desenvolvimento Turístico das Aldeias do Xisto querem pôr centenas de turistas a olhar para o céu com o Geoscope – Observatório Astronómico de Fajão. Esta novidade vai permitir atrair ainda mais pessoas e dinamizar economicamente esta região do interior do país.

“Estamos convictos de que há aqui uma proposta de valor económico com um potencial riquíssimo que vai atrair cada vez mais gente à aldeia. É um produto estratégico para nós e para o país“, começa por afirmar ao ECO/Local Online o vereador do Turismo e Inovação do município. Rui Simão acredita que este projeto vai colocar no mapa “as Aldeias do Xisto como destino raro no mundo para observar céu escuro“.

Este projeto “diferenciador” dá o pontapé de saída para “um novo capítulo no território das Aldeias do Xisto – Destino Turístico Starlight“. Uma certificação atribuída pela Fundação Starlight em 2019 e renovada em 2024. Para esta distinção em muito contribuíram as “excelentes condições de visibilidade, transparência e escuridão do céu”, assim como “a prontidão e a qualidade dos serviços turísticos”, resume. Precisamente os ingredientes que dão mote a este “inovador” projeto em Fajão.

Estamos convictos de que há aqui uma proposta de valor económico com um potencial riquíssimo que vai atrair cada vez mais gente à aldeia. É um produto estratégico para nós e para o país.

Rui Simão

Vereador do Turismo e Inovação da Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra

Liderado pela Adxtur – Agência para o Desenvolvimento Turístico das Aldeias do Xisto, em copromoção com o município de Pampilhosa da Serra, o Geoscope – Observatório Astronómico de Fajão é um projeto que constitui a âncora da estratégia Aldeias do Xisto – Destino Turístico Starlight.

A nova atração de Pampilhosa da Serra exigiu um investimento na ordem dos 179 mil euros, comparticipado pela Linha Apoio à Sustentabilidade do Programa Valorizar, do Turismo de Portugal e pelo Programa Interreg: Projeto Globaltur – Euroace, da União Europeia.

Os visitantes têm à disposição um ponto de observação e um quiosque pedagógico, com um programa de animação com sessões de observação “viagem à luz das Estrelas”, astrofotografia e visitas guiadas.

Sob orientação científica do astrónomo José Matos, o ponto de observação é uma “dome” semiesférica, em aço, com 7,5 metros de altura e 15 metros de diâmetro, inserida na Rede Natura 2000 e na Paisagem Protegida da Serra do Aço. “Inspira-se numa ideia original de Buckminster Fuller, reinterpretada pelo designer João Nunes e desenhada pelo arquiteto José Leite”, descreve a autarquia.

Para o presidente da ADXTUR, Paulo Fernandes, “este é um projeto que fortalece ligações estratégicas, gera oportunidades económicas e sociais, desenvolve produtos turísticos exclusivos, salvaguarda o património e promove a qualidade de vida das populações”.

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Prazo para entrega das declarações rendimentos dos ministros no Constitucional já terminou. Maioria não está disponível

Ainda não é possível consultar os registos do primeiro-ministro e de 11 ministros, apesar da data limite para submissão dos formulários ter acabado há um mês, a 2 de junho.

O prazo para a entrega das declarações de rendimentos do primeiro-ministro e dos seus 17 ministros no Tribunal Constitucional terminou a 2 de junho, mas a maioria dos registos ainda não está disponível para consulta no novo portal eletrónico da Entidade para a Transparência.

Em causa estão elementos relativos a rendimentos e património do primeiro-ministro, Luís Montenegro, e de 11 ministros, entre os quais a ministra do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho, que pediu para não divulgar a morada da casa que lhe foi doada pela mãe e onde esta ainda reside, esclareceu ao ECO fonte oficial do Ministério.

Os ministros tinham 60 dias a contar desde a data de tomada de posse, a 2 de abril, para submeter no portal eletrónico as declarações de rendimentos, obrigação a que todos os titulares de cargos políticos estão sujeitos. Mas, até ao final do dia esta terça-feira, os registos do chefe do Executivo e de 11 ministros não podiam consultados, verificou o ECO.

Apenas seis declarações estavam disponíveis: a do ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento; a do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Miguel Pinto Luz; a do ministro da Presidência, António Leitão Amaro; a do ministro da Economia, Pedro Reis; a da ministra do Ambiente, Maria da Graça Carvalho; e a da ministra da Juventude, Margarida Balseiro Lopes.

O facto de as restantes 12 declarações ainda não estarem acessíveis online, sendo que já não é possível a leitura em formato físico, pode resultar de vários motivos, designadamente a submissão fora do prazo legal.

“Todos os membros do Governo apresentaram as suas declarações iniciais na plataforma eletrónica da Entidade para a Transparência. Nem todos, porém, as submeteram até ao dia 2 de junho”, explicou ao ECO fonte oficial do Tribunal Constitucional.

Os juízes do Palácio de Ratton indicaram que “as razões avançadas para o não preenchimento atempado prenderam-se com dificuldades técnicas que alguns membros do Governo tiveram no preenchimento da declaração – aspeto em que foram apoiados e esclarecidos pelos serviços da Entidade para a Transparência”.

Em relação ao primeiro-ministro, fonte oficial do gabinete de Luís Montenegro garantiu ao ECO que “a declaração foi entregue dentro do prazo legal”.

Ministra do Trabalho pediu para não divulgar morada da casa que a mãe lhe doou

Quanto à ministra do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho, o formulário aparece listado online, mas encontra-se bloqueado com um cadeado, porque a governante “deduziu um pedido de oposição, que tem efeitos suspensivo”, esclareceu o Tribunal Constitucional. Mas “o procedimento está em curso”, indicou.

Em causa está a morada da casa que a mãe lhe doou e que Maria do Rosário Palma Ramalho não quer que seja publicamente divulgada, uma vez que ainda se trata da residência da progenitora.

“A sra. ministra Rosário Palma Ramalho esclarece que deduziu oposição a que seja tornada pública a morada da sua mãe, cuja residência permanente foi doada (doação em vida) aos filhos e entrou por isso na esfera do seu património“, justificou fonte oficial do Ministério do Trabalho.

O Tribunal Constitucional lembrou ainda que “a não entrega da declaração dentro do prazo determina a emissão de uma notificação” “ao titular ou antigo titular do cargo a que respeita para apresentar, completar ou corrigir” o registo, “no prazo de 30 dias consecutivos ao termo do prazo de entrega da declaração”, segundo a Lei n.º 52/2019 que aprova o regime do exercício de funções por titulares de cargos políticos e altos cargos públicos.

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“Pai dos vinhos do Alentejo” entra no top 10 de vendas no Douro

Ao fim de 17 anos e dez milhões de investimento na região, João Portugal Ramos, dono do Marquês de Borba, vê os vinhos Duorum chegarem à lista dos mais vendidos no país e a 28 mercados de exportação.

A empresa que os enólogos João Portugal Ramos e José Maria Soares Franco decidiram lançar em janeiro de 2007, criando um projeto de raiz para a produção de vinhos no Douro, alcançou a fasquia dos três milhões de euros de vendas em 2023. Segundo dados da consultora Nielsen relativos ao mercado nacional, a Duorum fechou o ano passado no top 10 de produtores de vinhos tranquilos na região demarcada.

“A maioria das empresas neste ranking [de vendas nacional] são casas com centenas de anos no Douro. A Duorum, nos seus 17 anos de existência, conseguiu assumir um papel de relevância na região. E temos um portefólio de marcas que tem vindo a evoluir de forma consistente no mercado. (…) É fundamental manter a consistência na qualidade e no perfil dos vinhos. Comunicá-los, ganhar distribuição e inovar, claro”, frisa o produtor, em declarações ao ECO.

Presente em 28 mercados externos, com destaque para o Reino Unido, Canadá, EUA e China, as exportações valem atualmente 30% no negócio. Uma percentagem que o líder do projeto, João Portugal Ramos, espera reforçar nos próximos anos em resultado dos recursos que tem dedicado “em exclusivo à promoção e comercialização deste projeto, desenhado desde o início com uma vertente muito internacional”.

Quinta de Castelo Melhor (Vila Nova de Foz Côa)

Depois de terminar o último exercício com um crescimento homólogo de 20%, aquele que é conhecido no setor como o “pai dos vinhos do Alentejo” da era moderna e um dos principais embaixadores daquela região, antevê igual progressão no volume de negócios dos vinhos durienses em 2024, “muito focado em ganhos de distribuição na exportação”. Em concreto, com a entrada da marca mais recente (Altitude by Duorum) em “três grandes cadeias europeias”.

Desde o arranque do projeto em 2007, quando “já não passava despercebida a ninguém a pujança e importância que a região do Douro [tinha] para os vinhos portugueses, especialmente no panorama internacional”, João Portugal Ramos calcula um investimento acumulado de 10 milhões de euros. Agora com o filho João Maria e João Perry Vidal à frente da enologia, após Soares Franco decidir reformar-se em 2020, vai torná-lo “visitável a mais pessoas” com a aposta no enoturismo.

Nos últimos anos, o investimento mais relevante na Duorum — expressão latina que significa “de dois” — rondou os 200 mil euros e foi feito na reabilitação da estação de comboios da Quinta de Castelo Melhor, que integra a linha histórica do Douro. Além da preservação das estruturas históricas da quinta situada em Vila Nova de Foz Côa, esta recuperação permitiu construir uma nova sala de provas e alguns quartos para receber clientes e convidados da marca.

Todas as regiões do país estão confrontadas com excessos de stock, e o Douro não foge à regra. Julgo que temos de deixar o mercado ajustar-se a ele próprio e investir mais na fiscalização.

João Portugal Ramos

Produtor de vinho

Nesta propriedade do Douro Superior, inserida na Rede Natura 2000 e no Parque Natural do Douro Internacional, assim como no Parque Arqueológico do Vale do Côa, tem atualmente 160 hectares de vinha – foram “juntados a corte e costura”, obrigando a realizar um total de 92 escrituras – e detém ainda 50 hectares arrendados perto da quinta. “Para já, é quanto basta para o projeto que temos, mas só o futuro dirá”, responde o produtor, quando questionado sobre a hipótese de comprar mais terra na região.

Bruxelas acaba de atribuir 15 milhões de euros em apoios de emergência aos produtores portugueses para financiar a destilação temporária de vinho, “visando eliminar quantidades excedentárias e reequilibrar o mercado”. O empresário atesta que “todas as regiões do país estão confrontadas com excessos de stock, e o Douro não foge à regra”. No entanto, prefere “deixar o mercado ajustar-se a ele próprio, investir mais na fiscalização [e] combater narrativas que confundem alcoolismo com consumo moderado de vinho”.

João Portugal RamosClaes Lofgren/winepictures.com

Com 70 anos de vida (e 44 vindimas de experiência), foi em 1980 que o jovem engenheiro agrónomo João Portugal Ramos rumou a Estremoz com o sonho de vir a produzir os seus próprios vinhos numa região que nessa altura tinha uma quota de apenas 2% no mercado doméstico, que compara com os atuais 40%. Marquês de Borba, Vila Santa, Pouca Roupa, Loios e Estremus são algumas das marcas alentejanas de um negócio que tem a continuidade assegurada pelos filhos: Filipa (direção de marketing) e João Maria (enólogo).

No total, João Portugal Ramos comercializa mais de 30 referências próprias divididas por quatro denominações de origem portuguesas. Além do Alentejo e do Douro, explora a Quinta de Foz de Arouce (concelho da Lousã, região das Beiras), que é prioridade dos sogros (os Condes de Foz de Arouce); e tem um projeto mais pequeno nos Vinhos Verdes (sub-região de Monção e Melgaço), onde produz alvarinhos e loureiros. Do portefólio do grupo fazem ainda parte vinhos do Porto, espumantes e a histórica aguardente CR&F, que comprou em 2019.

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Da ‘Cheringonça’ às autorizações legislativas. 100 dias de braço de ferro entre Governo e Parlamento

Governo respondeu às derrotas na Assembleia da República e às "coligações negativa" do PS-Chega, esquivando-se do Parlamento e apresentando poucos projetos-lei nos primeiros 100 dias de governação.

O mote para a vida parlamentar difícil que o Governo minoritário da Aliança Democrática iria enfrentar foi dado por duas moções de rejeição apresentadas pelo Bloco de Esquerda (BE) e o Partido Comunista (PCP), que o PS ajudou a inviabilizar. A partir daí seguiu-se uma luta por protagonismo político, com PS e Chega a formarem uma “Cheringonça” para mudar legislação da AD ou aprovar diplomas indesejados pelo Executivo. Para “driblar” a Assembleia, a estratégia passou por poucas leis e pedidos de autorização legislativa.

No site da Assembleia da República, contam-se pelos dedos as propostas de lei que deram entrada desde de que o Governo iniciou funções: seis. Dessas, três são pedidos de autorização legislativa, uma “estratégia de sobrevivência política para fazer vingar o plano que o Governo tem previsto”, diz Paula Espírito Santo, investigadora no Centro de Administração e Políticas Públicas (CAPP) do Instituto de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa (ISCSP). A solução foi inspirada no modelo de governação de Cavaco de 1985, que, na prática, finta a negociação parlamentar para impedir que os deputados forcem a aprovação de projetos da oposição, como aconteceu com o IRS.

Apresentação e debate do programa do XXIV Governo Constitucional na Assembleia da República - 11ABR24
Apresentação e debate do programa do XXIV Governo Constitucional na Assembleia da RepúblicaHugo Amaral/ECO

São elas: a alteração do IRS Jovem; a isenção de Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) e Imposto do Selo (IS) a compra de habitação própria e permanente por jovens até aos 35 anos — que fazem parte do pacote de medidas para a juventude — e a revogação a taxa sobre o Alojamento Local, medida do plano Mais Habitação do anterior executivo socialista.

Ainda dentro do pacote da habitação, somam-se outras duas: a revogação do regime de arrendamento forçado às habitações devolutas, também com o carimbo de António Costa, e a revogação do coeficiente de vetustez aplicável aos estabelecimentos afetos à atividade de alojamento local para efeitos da liquidação do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI).

Fora isso, o Governo viu o Parlamento aprovar, na generalidade, na especialidade e na votação final global, o novo regime de incentivos fiscais para o mercado de capitais no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), da União Europeia.

Quanto às propostas de lei aprovadas pelos deputados no hemiciclo, estas também se traduzem em meia dúzia, sendo que a maioria tem a assinatura do PS: a alteração do IRS e o alargamento do IVA reduzido na eletricidadeambas viabilizadas graças à abstenção do Chega –; o fim das portagens nas ex-Scutapoiada pelos votos a favor da esquerda e do Chega –; e o alargamento da dedução de despesas com habitação em sede de IRScom os votos contra do PSD e CDS.

O Chega tem interesse em viabilizar certas propostas porque se pautam pela sua agenda por isso Ventura acaba por dar o braço a torcer”, acrescenta Paulo Duarte, investigador e doutorado em Ciência Política pela Universidade do Minho, que recomenda que o Governo “volte atrás no ‘não é não'” numa altura em que se aproxima a votação para o Orçamento do Estado de 2025. “O Governo não deve excluir ninguém”, recomenda.

Já o PSD, propôs ao Parlamento uma alteração no regime jurídico das comissões de inquérito, medida que foi subscrita por todos os partidos. Por seu turno, o CDS-PP não conseguiu ver aprovada nenhuma das suas propostas.

Os principais diplomas aprovados “contra” o Governo

“Não nos vamos esquecer que a diferença entre o PS e PSD e CDS é de um deputado. Há um equilíbrio de forças políticas e portanto os partidos vão querer fazer vingar os seus objetivos programáticos e promessas eleitorais”, aponta Paula Espírito Santo.

A aprovação de medidas socialistas de peso e num curto espaço de tempo, incentivou o PSD a demarcar-se dos impactos que as propostas teriam nas contas públicas com o lançamento de um site no qual ficará discriminado os custos orçamentais de todas as medidas aprovadas na Assembleia da República – isto depois de Miranda Sarmento ter alertado que o anterior Governo não terá deixado ano novo Executivo um excedente orçamental, tal como tinha sido prometido pelo antecessor, Fernando Medina.

A maior derrota

O primeiro confronto, ainda antes da tomada de posse do Governo (Luís Montenegro ainda se sentava na bancada do PSD) foi durante a votação para a mesa da Assembleia da República. O primeiro teste ao “não é não” de Luís Montenegro ao Chega.

Na política é importante que se evite estas chantagens e ultimatos porque não caem bem no eleitor. Devem ser evitadas e é preciso que do lado de Ventura não se abane esta postura radical que tem porque não ajuda”, diz Paulo Duarte.

A votação apenas ficou concretizada à quarta tentativa pois, e de acordo com André Ventura, o PSD tenha firmado um acordo com aquele partido para que os nomes propostos – um deles o de José Aguiar Branco – passassem logo à primeira, sem que fossem precisos os votos do PS (que, naturalmente, votaria contra). Mas tal não aconteceu e o PSD foi ao chão. No final, os socialistas foram chamados para salvar a votação uma vez que a bancada laranja rapidamente percebeu que com o Chega não podia contar. No final, nasceu um acordo que espelha a realidade europeia: uma presidência governada a meias. Primeiro pelo PSD e depois pelo PS (embora ainda não se saiba quem dos socialistas presidirá à Assembleia da República em 2026).

Mais tarde, chegou a primeira derrota para a AD no Parlamento, com o IRS. Primeiro, porque o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, desvendou que o valor da proposta de redução do IRS do Governo da AD seria, afinal, de 200 milhões de euros ao invés dos 1.500 milhões, uma vez que o orçamento para 2024 já previa uma redução de 1.327 milhões de euros.

O ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, intervém durante a sua audição na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública sobre a cobrança de impostos relativos às barragens, na Assembleia da República, em Lisboa, 26 de junho de 2024. ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSAANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

 

Foi o momento que mais fragilizou o Governo e foi logo no início”, aponta Paula Espírito Santo, sublinhando que revelou uma “incapacidade de afirmação do ponto de vista governativo”. “Foi um erro de fundo que veio do programa eleitoral e que nunca foi explicado até àquele momento. Mas agora até pode passar despercebido dentro do leque das medidas que surgiram entretanto”, diz a investigadora.

O levantar do véu sobre o custo real da medida espoletou um mês de violentas críticas contra o Executivo, e as pressões não se ficaram por aqui. No Parlamento, a proposta do Executivo para o IRS não tinha margem para ser viabilizada, e mesmo com a substituição da proposta por uma do PSD, esta foi sendo sucessivamente adiada numa tentativa de chegar a consenso com os partidos da oposição, mas tal nunca aconteceu. A medida dos sociais-democratas foi chumbada na especialidade, morrendo na praia.

Ainda assim, o Governo mantém-se fiel à sua proposta mantendo-a inscrita nas Grandes Opções do Plano (GOP) 2024-2028 que enviou à Assembleia da República, na semana passada.

A derrota deixou um sabor amargo na boca do Governo, e nem a luz verde a mais dois diplomas do Executivo no âmbito do IRS – um que prevê criação de um mecanismo de atualização dos limites dos escalões de rendimento tendo em conta a inflação e a produtividade, e outro que determina a extensão do alargamento da dedução de encargos com juros de dívidas contraídas no âmbito de contratos de crédito à habitação – serviu para atenuar o golpe. Sobretudo porque o PS viu, em alternativa, a sua proposta para a redução do IRS ser aprovada com a ajuda da esquerda e da abstenção do Chega – o início de sucessivas “coligações negativas” no Parlamento.

“Tudo o que seja matérias de tributação é complicado e obviamente cada um dos partidos — sobretudo o do Governo e do PS — quiseram marcar a sua posição e não abdicar dela”, aponta Paulo Duarte.

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