O sócio administrador João Pereira da Cruz fala sobre a importância da Propriedade Industrial para as empresas. Leia a entrevista ao mandatário Europeu de Patentes e Agente Oficial da PI.
À Advocatus, o sócio administrador João Pereira da Cruz fala sobre a importância da Propriedade Industrial para as empresas. Leia a entrevista ao mandatário Europeu de Patentes e Agente Oficial da Propriedade Industrial.
A J. Pereira da Cruz tem vindo a fazer algumas contratações ao longo dos últimos dois anos. Quais os objetivos dessas contratações?
Essa tónica é engraçada, parece a que é utilizada na indústria do futebol. O nosso objetivo é o de sempre, a captação de talento que se identifique com os valores da J. Pereira da Cruz: qualidade, parceria, proximidade e, inevitavelmente, a inovação.
Como empresa especializada em Propriedade Industrial (PI) e direitos de autor (entre outras), temos o dever de prestar aos nossos clientes, que preferimos chamar de parceiros, um serviço de excelência assente no rigor.
Isso só é possível através de uma vasta equipa multidisciplinar e altamente especializada, que acredita num serviço personalizado, pautado pela disponibilidade, consistência e atenção para com as necessidades de cada um dos nossos parceiros.
Para além da nossa equipa, estamos apoiados nas mais recentes tecnologias, o que também contribui para nos colocar na liderança de mercado e na vanguarda na proteção de um dos maiores ativos dos nossos parceiros – a Inovação.
Mas a verdade é que os principais ativos de uma organização são e sempre serão as pessoas, depois de as captar a J. Pereira da Cruz tem a missão e o dever de as formar, de as acarinhar, enfim de as manter connosco. É assim há mais de 70 anos e assim continuará, faz parte do nosso legado.
Também sei que a J. Pereira da Cruz aproveitou os últimos meses para operar um conjunto de mudanças internas. Quais foram essas mudanças?
Se não se importar, vamos invocar a proteção do segredo comercial que, como sabemos, tem uma importância vital nos dias que vivemos. As empresas devem preocupar-se em proteger o segredo do negócio e sua vantagem competitiva face à concorrência, como transmitimos constantemente aos nossos parceiros.
A proteção do segredo de negócio ganhou uma importância primordial, tanto que, quer a legislação europeia, quer a legislação nacional, passaram a proteger o know-how e informações comerciais confidenciais e, o segredo comercial, passou a estar expressamente contemplado no Código da Propriedade Industrial.
Os vossos clientes precisaram de uma nova abordagem no pós-pandemia?
Num modo geral, a pandemia trouxe consigo uma grande alteração de hábitos e comportamentos que condicionaram as relações humanas, mas a tecnologia, embora não sendo a mesma coisa, permitiu-nos manter um dos nossos valores junto dos nossos parceiros – a proximidade e a nossa disponibilidade sempre constante.
No pós-pandemia estamos já a retomar o que sempre nos caracterizou – a presença física junto dos nossos parceiros, algo que sempre fez parte da identidade da J. Pereira da Cruz.
Portanto, não diríamos que seja propriamente estratégico, mas algo normal, sim é isso, voltar ao normal, junto dos nossos e dos nossos parceiros, é o que está no nosso ADN.
Muitos dos ecossistemas da Europa não podem prosperar sem uma proteção eficaz da PI e ferramentas eficazes para o comércio de bens intangíveis.
Como definiriam a J. Pereira Cruz antes da pandemia e depois da pandemia?
A pandemia foi e continua a ser um grande teste para todos nós.
Na J. Pereira Cruz tomámos várias notas desta lição de vida, o esforço, a dedicação aos nossos parceiros, a formação constante e o cuidado no trato que temos com as nossas pessoas, bem como o nosso investimento em inovação trouxe-nos várias recompensas – continuar a crescer e assim manter-nos líderes de mercado.
Pós-pandemia? Estamos mais fortes e unidos do que nunca.
Qual a mais-valia da contratação do Diogo Tomaz?
O Diogo conta com bastantes anos de experiência em PI.
Desempenhou funções de gestão de portfólios de direitos de PI a empresas de referência a nível nacional e internacional, contribuindo ativamente para a sustentabilidade destas organizações.
A J. Pereira da Cruz já há muito que estava atenta ao trabalho do Diogo e as referências eram excelentes, com destaque para o seu expertise na gestão e dedicação aos clientes, tanto na definição de estratégias de proteção, como na internacionalização dos direitos de PI com uma forte componente na otimização dos seus recursos financeiros, entre outras mais valias que consideramos serem fundamentais na relação com os nossos parceiros.
Assim, não temos dúvidas de que é a pessoa ideal para liderar o departamento de Corporate & Sustainable Solutions da J. Pereira da Cruz.
Para que tipo de clientes se direciona esta contratação?
Para todos, naturalmente, todos os nossos parceiros são importantes, é essa a responsabilidade do Diogo, assim como a de todos nós na J. Pereira da Cruz.
O Departamento de Corporate & Sustainable Solutions, integrando-se com todos os outros nossos Departamentos, foi criado para manter e garantir a celeridade, qualidade, assim como, o acompanhamento constante aos nossos parceiros, sendo assim responsável pela sua fidelização – é a sua missão.
Esperam-se mais contratações para breve?
Sim, esperamos contratar brevemente, estamos a crescer e precisamos de mais pessoas para crescermos juntos. Contamos com os melhores para continuarmos o nosso caminho.
Consideram que existe um histórico de indiferença governativa no nosso país no que se refere à Propriedade Intelectual?
De maneira nenhuma, aliás estavam preparadas várias ações de promoção e sensibilização para a importância da Propriedade Intelectual e o seu impacto na economia do nosso país, envolvendo a Secretaria de Estado da Justiça, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial e as Associações profissionais do setor.
No entanto, para além da pandemia, Portugal assumiu e alocou recursos à Presidência do Conselho da União Europeia, o que levou à suspensão das ações que estavam previstas, mas será algo a retomar, seguramente.
Na saída desta crise, sobretudo uma que irá contar com mais um envelope financeiro, de que forma a PI poderá ser beneficiada?
A questão é: Como é que as empresas poderão ser beneficiadas com um envelope financeiro direcionado à Propriedade Intelectual (PI).
Este novo plano de ação incide sobre a PI para ajudar as empresas, especialmente as pequenas e médias empresas (PMEs), a tirar o máximo partido das suas invenções e criações e ao mesmo tempo assegurar que elas possam beneficiar a economia e a sociedade.
A PI é um motor fundamental para o crescimento económico porque ajuda as empresas a valorizar os seus ativos.
O Plano de Ação visa permitir à indústria europeia criativa e inovadora consolidar-se como um líder global e acelerar as transições verdes e digitais da Europa.
Este apoio financeiro estabelece etapas importantes para melhorar a proteção da PI:
- impulsionar PMEs a apostar e a investir na PI;
- facilitar a partilha da PI para aumentar a incorporação tecnológica na indústria;
- combater a contrafação e melhorar a aplicação dos direitos de PI;
- promover a igualdade de condições a nível mundial. A crise do coronavírus também realçou certas dependências da inovação e de várias tecnologias, por isso o Plano de Ação aborda estes desafios, assegurando ao mesmo tempo que a PI crítica possa ser disponibilizada em tempo de crise.
A nível global, os registos de PI estão a aumentar, porque já existe um reconhecimento que este tipo de ativos desempenha um papel cada vez mais importante na corrida global à liderança tecnológica
Ainda assim, é urgente alertar e consciencializar as PMEs para importância e o impacto da PI nas suas organizações.
Os inovadores e criadores europeus, em particular as PMEs, ainda não estão conscientes dos benefícios de integrar a PI na sua estratégia empresarial. Por exemplo, apenas 9% das PMEs se candidatam à proteção da propriedade intelectual.
Os ativos intangíveis, tais como I&D, invenções, criações artísticas e culturais, marcas, software, know-how, processos empresariais e dados são determinantes para a economia atual do conhecimento.
As indústrias que fazem uso intensivo da PI desempenham um papel essencial na economia da UE e oferecem bons empregos e sustentáveis para a sociedade.
As indústrias intensivas em direitos de propriedade intelectual representam atualmente quase 45% do PIB europeu e contribuem diretamente para a criação de quase 30% de todos os postos de trabalho.
Muitos dos ecossistemas da Europa não podem prosperar sem uma proteção eficaz da PI e ferramentas eficazes para o comércio de bens intangíveis.
Portugal é um país intimamente ligado à inovação, somos inovadores, sempre o fomos e a prova mais recente disso foi o que assistimos durante a pandemia.
Por isso, para aumentar a competitividade do tecido empresarial português, acreditamos que é determinante a colaboração com parceiros dedicados à obtenção deste tipo de apoios e incentivos financeiros, bem como com empresas especializadas em PI, que prestam todos os serviços relacionados com as matérias de Propriedade Industrial, Direitos de Autor (entre outras).
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“A Propriedade Industrial é um motor fundamental para o crescimento económico porque ajuda as empresas a valorizar os seus ativos”
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