Miguel Pina Martins conta como a sua Science4you foi buscar inspiração à Raize de José Maria Rego naquela que será a próxima estreia na bolsa portuguesa.
A Science4you está prestes a chegar à bolsa portuguesa e o seu fundador conta como o IPO da Raize, em julho passado, serviu de inspiração. “Permitiu perceber que o mercado de capitais, que estava congelado há anos, afinal, tinha algum dinamismo”, diz Miguel Pina Martins.
Para José Maria Rego, um dos fundadores da plataforma de empréstimos a PME que se estreou na praça lisboeta há quatro meses, ter a empresa cotada significa mais responsabilidade. Mas também mais negócio. “Hoje em dia uma pequena empresa que quer um financiamento a médio longo prazo vem à Raize. Somos muito rápidos a dar uma resposta”, assegura.
Ambos os gestores foram entrevistados no ECO24, programa realizado em parceria entre o ECO e a TVI24, onde contaram as suas experiências enquanto fundadores de empresas que decidiram partilhar os seus negócios com os investidores. Dizem que não se importam dos altos e baixos do preço da ação. O mais importante é criar valor a longo prazo, sublinham.
Porque é que a bolsa foi importante e é fundamental para uma startup fazer o seu caminho para chegar a uma consolidação global?
José Maria Rego (JMR): A nossa entrada em bolsa foi um passo estratégico que nós demos para dar mais visibilidade a empresa. Desde 2014 que não entrava nenhuma empresa em bolsa, e vimos aí uma oportunidade de dar visibilidade à empresa, que trabalha no setor financeiro. A Raize é uma plataforma de financiamento para pequenas empresas e também de investimento para particulares. A entrada em bolsa deu muita visibilidade à empresa, ajudou a consolidar a marca a nível nacional e a dar mais transparência e confiança para as pessoas poderem investir através da Raize e também obter financiamento através da Raize.
A Raize está na bolsa há cerca de cinco meses. O que é que a Raize teve de fazer, do ponto de vista da gestão e relacionamento com os investidores, antes e depois de estar cotada no mercado?
JMR: O negócio da Raize é um negócio que tem uma índole financeira muito grande. Apesar de também ter uma índole tecnológica, é uma junção dos dois, o que se chama na gíria fintech, e portanto nós já éramos obrigados a fazer um conjunto de reportes ao Banco de Portugal e à CMVM. Nesse sentido, do aspeto de reporting, existem algumas obrigações novas que advém do facto de estarmos cotados na bolsa, mas já existia uma estrutura de fundo que já estava adequada a esta nova realidade.
A presença na bolsa é uma questão mais burocrática de cumprir com os compromissos ou existe outra dimensão a nível de gestão e um outro olhar para a gestão do dia-a-dia?
JMR: É uma grande diferença. Há efetivamente diferença entre uma pessoa que está à frente de uma organização ter dez acionistas ou cinco acionistas, ou ter 1.419 acionistas, que foi o que obtivemos na operação. Há efetivamente uma maior responsabilização da gestão da empresa, e isso é bom para a empresa. Quem está à frente tem agora mais pessoas que acreditam na empresa, que querem ver a empresa a prosperar e a crescer, e isso também dá um dinamismo acrescido à organização.
Tiveram mais negócio a partir do momento em que entraram em bolsa?
JMR: Sim, bastante mais negócio. Tanto do lado das empresas, que olham para a Raize hoje em dia como uma referência no mercado do financiamento. Hoje em dia uma pequena empresa que quer um financiamento a médio longo prazo vem à Raize. Da mesma forma como vai a um consultor do banco, também consulta a Raize. Somos muito rápidos a dar uma resposta à empresa, e isso ajudou a consolidar a confiança do lado das empresas, que pensam: “Aí está uma empresa que está taco a taco com o banco em termos de confiança”. Isso é bom. Apesar de termos uma dimensão mais pequena em termos de transparência, o modus operandi é taco a taco com o banco e, portanto, vimos um grande aumento de negócio. Do lado dos investidores, ainda aumenta mais o negócio porque tivemos muitos novos investidores, o que ajuda a reforçar a nossa capacidade de investir na economia portuguesa. A forma como a Raize funciona é que são as pessoas que investem diretamente nestas pequenas e médias empresas, ou seja diretamente na economia real.
São estas razões que motivam também a Science4you a olhar para a bolsa e a querer entrar na bolsa?
Miguel Pina Martins (MPM): Também são essas razões, no nosso caso muito focado na questão do aumento de capital. A nossa entrada em bolsa serve acima de tudo para aumentar o capital da Science4you e permitir que os novos investidores consigam ajudar a Science4you a crescer e participar nesse crescimento e desenvolvimento que esperamos que aconteça.
Quando estiveram a avaliar as alternativas, porque é que escolheram o mercado de capitais para fazer esse reforço de capital?
MPM: A Raize foi uma inspiração, não foi apenas uma referência, porque já há muito tempo que não havia IPO em Portugal. Este que aconteceu da Raize teve um sucesso gigantesco. Estavam a procura de um milhão e meio e conseguiram cerca de cinco milhões. Para nós foi uma inspiração, e também permitiu perceber que este mercado de capitais, que estava congelado há tanto tempo, afinal tinha algum dinamismo.
Hoje em dia uma pequena empresa que quer um financiamento a médio longo prazo vem à Raize. Da mesma forma como vai a um consultor do banco, também consulta a Raize. Somos muito rápidos a dar uma resposta à empresa, e isso ajudou a consolidar a confiança do lado das empresas.
O caso Raize veio pôr fim à ideia de que o mercado de capitais só servia para as grandes empresas?
MPN: Isso foi precisamente um ponto muito, muito relevante. Nós falamos com a Euronext há mais de três anos e foi esse o pensamento. Se a Raize fez, nós também devemos ter essa oportunidade e vamos perceber o que é que o mercado diz. A partir do momento em que percebemos que a Raize ia aparecer, foi quando nós começamos a falar genericamente com bancos, com os investidores, acionistas, para tentarmos realmente perceber se a Science4you também o podia fazer. Nós temos mais algum tempo de avanço, já cá estamos há dez anos, portanto, não somos uma startup, mas achamos que deveria ser também uma oportunidade para nós. Foi fundamental percebermos este sinal que foi dado pela Raize. Esperamos que a Science4you, correndo bem a operação, será também uma fonte de inspiração para outras PME, porque o mercado português precisa de capital. Isso é muito, muito importante.
Num contexto para o qual as PME devem olhar com mais atenção? Porque o António estava a sublinhar um dado importante, que a bolsa só existia para as grandes empresas. É preciso matar esse mito?
MPM: É preciso matar esse mito e acima de tudo é preciso dinamizar o mercado de capitais. Esse é o ponto mais importante para Portugal. O nosso mercado de capitais tem vindo a perder empresas constantemente. O PSI-20 hoje em dia nem sequer tem 20 empresas. É importante conseguirmos dinamizá-lo porque as empresas precisam e o mercado de capitais é uma fonte de financiamento, como os bancos ou outras formas de financiar as empresas.
Quais são os riscos?
MPM: Nós vemos uma oportunidade muito grande, mas temos uma noção que este é o maior desafio que a Sciente4you alguma vez colocou. Nós já levantamos capital várias vezes que antes de ser anunciado já estavam garantidos. A grande diference deste é que o capital não está garantido. Vamos ter que ir ao mercado e vamos ter que testar.
Vão tentar vender a vossa história, digamos assim.
MPM: A história, os números e tudo aquilo que temos vindo a fazer recentemente. O futuro também. Achamos que a empresa pode estar no futuro. Vai ser preciso que as pessoas acreditem. É sempre importante percebermos que não são favas contadas e que vai ser uma operação que tem um risco, mas provavelmente com um resultado muito positivo. Não só pela Raize, mas também obviamente pelo feedback que temos vindo a receber. Há realmente espaço para fazer esta operação, será uma operação superior à da Raize. Estamos a falar em fazer um aumento de capital entre cinco e 15 milhões. Será uma operação maior. Mas também acreditamos que a Sciente4you tem mais dimensão e também já cá está há mais anos e, por isso, estamos confiantes que a operação vai ter sucesso.
O José Maria Rego estava a falar na preparação que a própria Raize tem e já tinha pela sua atividade. Quais foram os passos mais difíceis a cumprir para chegar ao mercado e ter o sucesso que a Raize teve?
JMR: Para entrar em bolsa tem que se interagir com vários agentes, entre bancos, reguladores, investidores, a empresa, os próprios acionistas da empresa. Em todas estas interações podem haver desafios que a empresa vai ter de ir ultrapassando. Mas a ideia é: ter a empresa em mercado é um sinal de sustentabilidade, estar cotado é um sinal de sustentabilidade, de visão, de existência a longo prazo. Quando isso existe efetivamente é uma questão de alinhar todos os agentes para fazer a operação. Os agentes nem sempre estão alinhados no início e daí se calhar haver tanta dificuldade ou porque existe algum acionista que não quer a operação ou bloqueia a operação ou porque os bancos em si não estão a facilitar a operação ou a própria colocação da operação.
A Raize foi uma inspiração, não foi apenas uma referência, porque já há muito tempo que não havia IPO em Portugal. Este que aconteceu da Raize teve um sucesso gigantesco. Estavam a procura de um milhão e meio e conseguiram cerca de cinco milhões. Para nós foi uma inspiração, e também permitiu perceber que este mercado de capitais, que estava congelado há tanto tempo, afinal tinha algum dinamismo.
Como é que se alinha os agentes?
JMR: Os agentes alinham-se com tempo, alinham-se com uma interação que é em prol do valor de longo prazo.
Com uma visão de futuro da empresa?
JMR: Sempre com uma visão de futuro de longo prazo, porque de outra forma ir para a bolsa é só vai defraudar expectativas. Portanto, temos de ter sempre uma visão de longo prazo, de criação de valor a longo prazo e quando isso é explicado aos vários agentes que estão envolvidos, a situação desbloqueia-se. Quando a situação se bloqueia é quando existem incentivos ou alguma…
Dúvidas quanto à sustentabilidade e quanto à visão futura da empresa?
JMR: Exatamente. O desbloquear dos agentes é também conseguir explicar a visão de longo prazo da empresa.
Este processo já começou com os bancos, mas ainda não tem datas marcadas, ainda não tem datas anunciadas. Qual o objetivo da Science4you? quando vai estar colocada em bolsa?
MPM: O objetivo é que seja muito breve. Estamos a falar de algo que pode acontecer no pior dos cenários daqui a dois meses. Acreditamos que vamos conseguir fazer bem mais breve do que isso. Temos ali um período entre o Natal e o Ano Novo em que não é recomendável fazer absolutamente nada o que tenha a ver com mercados de capitais. Estamos muito confiantes que rapidamente vamos conseguir chegar a uma versão final do prospeto, em que estamos a trabalhar nele em conjunto com a CMVM, que irá orientar esta operação toda. Existe também o timing de mercado, que é algo que nestas operações é fundamental. Ninguém consegue antecipar timings de mercado, mas há alturas que podem ser piores para se começar. Por isso, estes dois temas estão aqui pendentes para podermos começar a operação.
No caso da Science4you, o que está a mudar na gestão da empresa para responder às exigências de todos os agentes, desde logo a CMVM, para se preparar para o mercado?
MPM: Há muitas coisas que mudam, nomeadamente as questões de confidencialidade e mesmo de falar com os jornalistas e de falar com os chamados “primeira mão”. Muitas coisas acabam por ter de mudar na empresa, mesmo na forma como a empresa está organizada. O governance na empresa também acaba por ser muito relevante, mas conseguimos já ter tudo bastante oleado. Já temos de venture capital na empresa, já temos private equity e venture debt por parte de um investment bank. Acabamos por já ter estas questões de governance e comunicação bastante oleadas. Estamos muito habituados a fazer reporting. Mas o mais importante para nós é realmente a questão da responsabilidade. Nós vamos chamar as pessoas que nós acreditamos que são os nossos clientes a participar na empresa, vamos dizer-lhes que é um bom investimento…
Este aumento de capital vai ser dirigido a quem: a investidores institucionais ou a particulares?
MPM: É dirigido a quem quiser investir. Não está vedado a ninguém. Estará focado numa tranche única que terá se ser dividida entre institucionais e retalho. Acreditamos que vamos ter uma fatia bastante grande de retalho, apesar não excluirmos ninguém da empresa.
A Raize entrou na bolsa a valer 2,00 euros. As ações valem agora 1,94 euros. Isso é um desincentivo para quem quer entrar em bolsa?
JMR: O preço da ação é o reflexo das expectativas do mercado hoje face às expectativas da empresa. Importa também ver o contexto geral do mercado português: nos últimos três meses caiu sensivelmente 10%, enquanto a nossa ação caiu 3%. Há aqui um enquadramento de mercado. Por outro lado, focar a atenção o preço da ação pode ser enganador. Pode até criar incentivos de curto prazo que não são muitas vezes bons para a empresa. Volto dizer que o importante é as pessoas à frente da empresa estarem a pensar na criação de valor a longo prazo e no valor sustentável que se vai conseguir. Mais cedo ou mais tarde, se isso for bem feito, vai ser refletido no preço da ação. Mais cedo ou mais tarde, se forem feitas as iniciativas certas, se o crescimento for verificado, mais cedo ou mais tarde o preço da ação vai acompanhar.
Focar a atenção o preço da ação pode ser enganador. Pode até criar incentivos de curto prazo que não são muitas vezes bons para a empresa. O importante é as pessoas à frente da empresa estarem a pensar na criação de valor a longo prazo e no valor sustentável que se vai conseguir.
Falou várias vezes sobre notoriedade. Não houve muitos casos de empresas com dimensão da Raize que tenham registado tanta notoriedade e tanta “boa imprensa”. Isso não cria uma expectativa que se acaba por tornar pesada para empresas como a Raize e até a Science4you?
JMR: A pressão que sentimos é uma pressão muito saudável de querer dar o melhor pela empresa, pelas pessoas que trabalham na empresa e pelos acionistas. Sentimos muito orgulho e uma boa pressão de estar no mercado, de estar cotado e de poder ver o reflexo do trabalho que as pessoas fazem Raize, das iniciativas que desenvolvemos, na cotação da ação. Vemos isso como uma boa pressão.
MPM: Vejo a colocação em bolsa como algo muito positivo também por uma questão de transparência. Dá mais credibilidade, mas acima de tudo é uma questão de transparência. Acabamos por ter de dar uma série de reports ao mercado e só vejo isso como positivo. Não acho que devemos gerir a empresa em função do valor da ação. Não é o mais acertado, principalmente neste tipo de mercado de que estamos a falar. Deve ser visto no longo prazo. A Science4you não será uma ação para o chamado day trade, não será o negócio mais apropriado para este tipo de investimento. Isto é algo que, se as pessoas acreditarem nas empresas, se acreditarem no modelo de negócio, se gostarem da gestão e se virem que há potencial de crescimento dos negócios, acho que faz sentido haver investimento a pensar que pode crescer num período de tempo relativamente grande. Esse deve ser o caminho e esse deve ser, acima de tudo, o caminho da gestão. Não pode fazer coisas ou a deixar de fazer consoante vai a cotação da empresa no mercado. A gestão estratégica da empresa deve ser um bocadinho independente de como vai a cotação da ação, seja quando está muito alta, seja quando está muito baixa. Nós temos uma estratégia que está definida a longo prazo e que vamos implementar. Se a ação subir 40% no primeiro dia, isso vai mudar alguma coisa? Não. E a mesma coisa sucede no sentido contrário. Essa é a estratégia e vamos ao mercado com ela.
Vamos a dados concretos: porque é que a Science4you quer até 15 milhões?
MPM: É para continuar o investimento em e-commerce. Acreditamos plenamente que os brinquedos vão continuar a existir. Ao contrários dos livros, CD e DVD, que são mercados que estão em quebra de forma genérica, são coisas do passado, o brinquedo está em crescimento, cresceu mais de 10% nos últimos dez anos. Isso acaba por ser algo revelador para nós: é uma ferramenta para tirar as crianças do ecrã. Hoje em dia, para quem tem filhos, é muito fácil deixar as crianças viciadas nos ecrãs. Para nós acaba por ser fundamental podermos ser uma solução para isso. Mas aquilo que vai fará a diferença daqui a dois ou três anos será a forma como as pessoas compram brinquedos. Hoje em dia, a maior dos brinquedos ainda são vendidos em loja, mas estamos muito certos que este caminho vai mudar rapidamente.
Não acho que devemos gerir a empresa em função do valor da ação. Não é o mais acertado, principalmente neste tipo de mercado de que estamos a falar. Deve ser visto no longo prazo. A Science4you não será uma ação para o chamado day trade.
Vai ser uma aposta no comércio eletrónico?
MPM: Essa é a grande aposta da Science4you. Mas não é só no comércio eletrónico. A Science4you não deve ser apenas um player na venda de brinquedos, mas deve ser um player educativo. O nosso objetivo passa por criar uma plataforma educativa, que permita às crianças fazer experiências divertidas mas que permita uma aprendizagem e, obviamente, ter os produtos. É muito mais do que criar uma plataforma online, uma plataforma de e-commerce, apenas de venda. O nosso pensamento vai muito mais no sentido de criar uma marca global online que permita que a empresa continue este crescimento que já é muito feito com o online — o nosso maior cliente global acaba por ser a Amazon. Mas acreditamos que esta inversão vai ser feita no sentido de onde é que vão ser vendidos os brinquedos nos próximos tempos. Não temos medo, muito pelo contrário: acreditamos que este mercado dos brinquedos vai continuar em crescimento, principalmente quanto mais tivermos as crianças viciadas nos ecrãs, mais vai haver espaço para aprender.
O que é que lhe perguntam, José Maria Rego, outras empresas que avaliam esta oportunidade?
JMR: Um dos elementos que muitas vezes falha às empresas é a questão das contas. A própria Raize já é auditada há muitos anos, praticamente desde quando começou. E isso posicionou a Raize na altura com a possibilidade de entrar no mercado de capitais. Muitas empresas até têm negócio, todas as condições para entrar no mercado de capitais mas falta-lhes alguns aspetos de transparência, de visibilidade e de contas, que é muitas vezes o que vemos que falta às empresas que falam connosco e que nos perguntam mais sobre estas questões.
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Science4you: “A Raize foi uma inspiração. Permitiu perceber que o mercado de capitais, afinal, tinha algum dinamismo”
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