Manuel Sales, sócio da PRAGMA, explicou o que motivou a criação deste novo player do mercado da advocacia. Afirmou que o objetivo do escritório é posicionar-se entre as firmas de média dimensão.
Foi no final do ano de 2022 que nasceu mais um escritório de advogados em Portugal: a PRAGMA. Esta sociedade resulta da fusão da MNA Advogados e da Barros Sales e Associados e, segundo o sócio Manuel Sales, corresponde à formalização de 11 anos de “colaboração estreita” entre escritórios e ela própria decorrente de uma proximidade de quase 50 anos dos fundadores de cada um deles.
“Ambas são, essencialmente, complementares, mais clientes empresariais a norte e mais clientes privados a sul, com dimensão e objetivos semelhantes, pelo que a fusão foi um passo natural em algo que se desenvolvia, do ponto de vista comercial, há mais de uma década. Todavia, pensámos numa nova organização mais competitiva e inovadora, melhorando a capacidade de resposta e eficiência”, explicou à Advocatus Manuel Sales.
O sócio sublinhou que o feedback tem sido muito positivo e que tanto clientes, como colegas e parceiros têm manifestado “grande agrado” com a imagem e nome do escritório e com o nome. “Também a maior amplitude e abrangência de serviços do novo escritório tem merecido reparos favoráveis”, acrescentou.
“O nosso novo nome diz quase tudo. Somos advogados, somos pragmáticos e somos por uma advocacia de soluções. Evoluímos de uma génese clássica, em prática individual (tese), para uma estrutura de maior aptidão empresarial (antítese), culminando na junção de dois vetores complementares (síntese – a PRAGMA)”, desvendou o advogado.
A PRAGMA conta com três escritórios: Lisboa, Porto e Espinho e com uma equipa de seis sócios e 12 associados. A Comissão Executiva e liderança do escritório é composta por quatro sócios: Manuel Sales, Nuno Morais, Pedro Ávila e Ricardo Nascimento.
Segundo Manuel Sales, tanto o mercado do Porto como o de Lisboa potenciam as suas oportunidades de negócio próprias, “resultante da variedade e disparidade de clientes”, do “ambiente empresarial e comercial próprio” e da “específica cultura local”.
O sócio considera que esta nova “ponte” entre o norte e o centro permite que existam mais oportunidades, “não apenas quantitativamente falando, mas na qualidade”. “E a diversidade de competências do novo escritório vem permitir angariar com maior acuidade. Essa estratégia foi claramente identificada, a favor de “ambas as partes”: clientes e sociedade”, acrescentou.
Manuel Sales admite assim que existem diferenças entre os mercados de advocacia em quase todas as cidades portuguesas e descreveu os três mercados em que possuem escritórios.
“Lisboa tem a preponderância da centralidade, que assegura um maior e mais constante contacto com clientes institucionais e estrangeiros. O Porto tem uma dinâmica empresarial muito intensa, com grande diversidade de atividades, inovação e permanência de pequenas e médias empresas, inexistente em Lisboa com a mesma configuração e pujança. Já agora, Espinho corresponde a uma das origens históricas do escritório, quer pelo exercício da advocacia, nessa cidade, por um dos fundadores da MNA e seu ascendente, quer pela ligação a clientes de várias décadas, aí sediados”, explicou.
Continuam um escritório de “barra”
Manuel Sales explicou à Advocatus que o objetivo do escritório é posicionar-se entre as sociedades de advogados de “dimensão média”, que para o sócio implicam cerca de 25 advogados, e ter uma “diversidade de serviços que permita prosseguir o que a sua história iniciou e indiciou: tornar-se num one-stop-shop jurídico, em que as mesmas pessoas acompanham os clientes do início ao fim do assunto que lhes é confiado”.
“Com a nova agilidade organizacional estamos certos que vamos atender ainda melhor às necessidades dos nossos clientes”, acredita.
Na PRAGMA continuam a ser um escritório de “barra”, possuindo uma grande componente de contencioso, “com origens na história de ambos os escritórios parte na fusão, que complementa e garante os serviços prestados nas áreas preferenciais do escritório – direito civil, comercial, bancário, laboral e administrativo”. “Paralelamente, a área de fusões e aquisições e reestruturação de empresas tem vindo a ganhar cada vez mais protagonismo”, referiu.
No futuro pretendem apostar nas áreas das criptomoedas e da Web 3.0, nas múltiplas vertentes que abrangem, e da sustentabilidade em geral.
Expansão e consolidação no horizonte
Após terem dado os primeiros passos no lançamento do novo escritório, Manuel Sales admite que ainda estão a “aproveitar os resultados positivos” desse momento, em que os seus “apelidos” deram lugar a uma marca.
“Os próximos passos passarão provavelmente por complementar a equipa da sociedade com competências e matérias específicas, mas ainda nem dois meses passaram da fusão”, reforçou.
Sobre uma possível expansão para outras cidades do país, o sócio admitiu que não está para já nos seus planos. “As três cidades em que estamos surgem por motivos históricos, dentro de cada uma das anteriores sociedades, e estratégicos, tendo em conta a missão da PRAGMA”, disse.
O advogado acredita que este primeiro ano será de “expansão” e “notoriedade” da marca, com identificação das pessoas que os clientes já conhecem com uma nova imagem, mas “manutenção dos paradigmas de trabalho pretéritos”.
“O segundo ano implicará consolidação do acervo de clientes e incremento do mesmo, tendo em conta as novas competências e capacidade da PRAGMA, relativamente às partes isoladas que a geraram. A partir do terceiro ano, acreditamos que o escritório crescerá significativamente nas suas áreas preferenciais, e em algumas das mais recentes tendências no mercado”, concluiu.
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PRAGMA: Uma nova “ponte” entre o mercado do norte e do centro
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