5 jóias que perderam o lustro
Netflix, Amazon, Zoom, Coinbase e Peloton. Estas tecnológicas chegaram a ser promovidas como apostas seguras na era pós-pandemia. Investiu na crista da onda? Perdas chegam a 90%.
Criam-se fortunas e destroem-se vidas nos mercados financeiros. Há séculos que as bolsas dão lições de humildade aos investidores, trazendo à terra quem é apanhado a construir castelos nas nuvens.
É o que acontece a quem tenta abusar da sorte. Em 1720, Isaac Newton, pai da teoria da gravidade, vendeu os títulos que tinha da South Sea Company, uma das ações mais quentes do momento, duplicando o investimento inicial.
Meses depois, o cientista deixou-se levar na onda de entusiasmo e voltou a comprar ações por um preço muito superior, acabando por perder uma quantia que, hoje, equivale a muitos milhões. “Sei calcular o movimento de objetos pesados, mas não a loucura das pessoas”, confessou.
Alguém que declare conhecer com exatidão o comportamento futuro de um instrumento financeiro é tolo ou tem informação privilegiada. Dado que negociar com informação privada é considerado um crime, as chances não jogam a seu favor.
Lendas como Warren Buffett e Benjamin Graham provam que a diversificação e o tempo são os dois melhores amigos dos investidores. Para os pequenos investidores, que não têm milhões nem vivem em Wall Street, diria mesmo: são os seus únicos recursos.
Ainda assim, muitos optam por “apostar” na bolsa, ao invés de investir. As cinco ações que vai ver de seguida eram tratadas como jóias preciosas há apenas poucos meses. Com a hecatombe nos mercados que se tem vivido este ano, foram de “bestial” a “besta” com a mesma rapidez com que escalaram montanha acima.
Antes, vale a pena referir que esta pequena análise só tem em conta as quedas das empresas nos mercados de capitais. Além de não consistir em qualquer tipo de recomendação financeira, não tem em conta outro lado muito importante da questão: a saúde e os fundamentos do negócio.
Netflix
É o caso mais flagrante. Com a Covid-19 a pulular por esse mundo fora, vimo-nos forçados a passar muitos dias em casa. Na metade mais rica e privilegiada do mundo em que vivemos, a Netflix foi a companheira de serão para milhões de famílias, ajudando a passar o tempo por um preço relativamente acessível. Em meados de novembro, as ações da plataforma de streaming namoraram a fasquia dos 700 dólares. Quem comprou a esse valor está sentado em perdas superiores a 70%.
Amazon
A Amazon parece ter sido criada a pensar numa pandemia. Em muitos países, o comércio eletrónico substituiu as compras físicas quase por inteiro durante as fases mais críticas de atividade do coronavírus e a cloud deu suporte às videochamadas, filmes e séries avidamente consumidos durante os confinamentos. Estes são, precisamente, os principais negócios do grupo fundado por Jeff Bezos. Mas, desde o pico em novembro, as ações da empresa já desvalorizaram cerca de 40%.
Zoom
Até março de 2020, o Zoom era uma ferramenta de videoconferências usada em alguns nichos. Mas a pandemia converteu a plataforma num verbo próprio e “fazer zoom” deixou de ser interpretado se se tratasse de ampliar uma fotografia. Em julho do ano passado, os títulos do Zoom superaram a fasquia dos 400 dólares. A certa altura, em meados deste mês, a queda dos títulos quase tocou os 80%.
Coinbase
Chegou à bolsa no ano passado para provar que as criptomoedas podem ser um negócio sustentável. Até ao momento, a promessa continua à espera de ser cumprida. Esta corretora pouco convencional chegou a valer mais de 357 dólares por ação em novembro de 2021. Este mês, chegou a acumular um deslize de quase 85%, seguindo a tendência da generalidade dos criptoativos.
Peloton
De todas as cinco, é, provavelmente, a menos conhecida em Portugal. Mas, noutras geografias, o nome Peloton é automaticamente associado a uma bicicleta estática com um tablet acoplado à frente. Esta não é só uma empresa de hardware para os adeptos fervorosos do fitness: é, também, uma empresa de conteúdos. Os treinos podem ser conduzidos em aulas exibidas no ecrã, mas a bicicleta custa perto de 1.500 dólares. Chegou-se a especular que seria o par ideal para casar com a Apple. Hoje, a fabricante do iPhone pagaria menos 90% do que em 2020.
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