IA aumenta clube dos biliões

Nada reflete melhor o entusiasmo que gira à volta da inteligência artificial (IA) do que a bolsa.

Do outro lado do Atlântico, na passada semana, a Nvidia foi, por alguns momentos, a cotada mais valiosa do mundo. A empresa produz componentes essenciais para treinar os novos modelos de IA generativa e as suas ações já escalaram 158% desde o princípio do ano.

Mais impressionante ainda é que os 3,33 biliões de dólares que a Nvidia chegou a valer no dia 18 de junho foram conseguidos menos de um mês depois de ter entrado pela primeira vez no clube do bilião.

Tudo o que sobe também desce. Por isso, alguns investidores venderam ações para encaixarem mais-valias, levando a Nvidia a corrigir e a afastar-se desses máximos. Microsoft e Apple ocupam agora o primeiro e segundo lugares na tabela dos maiores market caps.

Há que notar que a Apple está nessa posição, com um valor de mercado de 3,27 biliões, mesmo depois de a Comissão Europeia, na segunda-feira, ter dado início a um processo que poderá obrigar a fabricante do iPhone a pagar uma coima de 10% do seu volume de negócios anual global.

Foi a primeira vez que a Comissão acusou uma empresa com base no novo Regulamento dos Mercados Digitais, que foi criado para tentar equilibrar as regras do jogo para empresas de menor dimensão.

Mas a ameaça de Bruxelas parece ter tido um efeito limitado nas ações da Apple, que anunciou este mês um acordo com a OpenAI para integrar IA generativa na Siri, o assistente virtual do iPhone. A Apple retaliou em antecipação, anunciando que os europeus não terão acesso às últimas novidades de IA no sistema operativo iOS.

Por seu turno, a OpenAI é apoiada pela Microsoft, cujo valor de mercado já vai nos 3,386 biliões de dólares. Esta última também foi acusada pela Comissão Europeia esta semana por, alegadamente, ter violado as regras da concorrência com a plataforma Teams.

No meio disto tudo, há outras empresas que também estão a cavalgar a onda. Nesta quarta-feira, a Amazon conseguiu chegar aos dois biliões de dólares de market cap, a quinta cotada norte-americana a conseguir esse feito.

E na Europa? É preciso descer até à 12.º posição das empresas mais valiosas para encontrar um nome europeu: a farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk, avaliada em… menos de 646 mil milhões.