PRR. Governo continua “a acreditar” que prazos serão cumpridos na habitação

  • Lusa
  • 26 Maio 2025

"Os preços da construção continuaram a subir e, portanto, temos alguns concursos vazios", explica Miguel Pinto Luz, que acredita ainda assim que os prazos serão cumpridos na parte da habitação do PRR.

O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Miguel Pinto Luz, admitiu esta segunda-feira atrasos na execução dos projetos previstos na componente de habitação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), mas disse continuar “a acreditar” que os prazos serão cumpridos.

“Continuamos a acreditar e convictos que vamos cumprir o PRR. Aliás, tem que ser um desafio nacional, um desafio que compete a todos a conclusão e podermos cumprir esse desígnio dos 26 mil fogos em junho de 2026”, afirmou o ministro, em Alcanena, no distrito de Santarém.

Miguel Pinto Luz, que visitou esta tarde alguns dos projetos de habitação em curso no concelho e entregou as primeiras seis chaves no âmbito do programa de renda acessível, reconheceu que “os desafios são enormes”, mas insistiu que continua “a acreditar”, dando o exemplo do trabalho desenvolvido em Alcanena.

Continuamos a acreditar que é possível, vamos conseguir fazer e, com exemplos como os de Alcanena, com certeza que o vamos fazer”, salientou, apontando que as causas para os atrasos estão identificadas e serão encontradas soluções para as ultrapassar.

Referindo o “preço da construção” e a “suborçamentação que existiu nos vários programas”, Miguel Pinto Luz enalteceu o trabalho do atual Governo, que fez um “esforço hercúleo de aumentar a capacitação, de aumentar a resposta do orçamento do Estado […] para poder cumprir” o PRR.

“Nos próximos meses veremos esse ritmo cada vez mais acelerado para concluirmos os 26 mil fogos [até junho de 2026], que nós acelerámos para 10 mil extra, que serão financiados também a 100%, e por isso acreditamos que conseguimos, com a ajuda dos municípios”, declarou.

Questionado pela evolução dos projetos no âmbito do 1º Direito – Programa de Apoio ao Acesso à Habitação, o governante confirmou existirem atrasos por concursos vazios, que imputou à “suborçamentação” dos projetos por parte do anterior executivo socialista.

“Hoje os preços da construção continuaram a subir e, portanto, temos alguns concursos vazios, já foi notícia. Estamos preocupados com esta situação, mas estamos a monitorizar e estamos sempre a encontrar soluções”, assegurou.

Além do orçamento “mais do que redobrado”, o governante apontou a soluções que passam por “arquiteturas diferentes dos modelos de financiamento” para “poder acudir a esses preços da construção cada vez mais elevados”.

Relativamente ao município de Alcanena, o ministro considerou tratar-se de uma “referência” pela “visão integrada” para o desenvolvimento do concelho, aliada a um pacote global de investimento em 318 fogos, no âmbito do 1.º Direito e renda acessível, na ordem dos 40 milhões de euros.

“É um exemplo e está a liderar. Precisamente porque tem um programa de renda acessível absolutamente único e um 1.º Direito também absolutamente único. Mas, eu diria que esta visão de reabilitar o casco velho, trazer a multiplicidade de usos para dentro do casco velho – e fizemos este percurso a pé desde os Paços do Concelho até aqui – percebemos aquilo que está a acontecer no casco velho. Era isto que devia ter acontecido de norte a sul”, afirmou.

Alcanena, com um projeto global para 308 fogos e um investimento na ordem de 40,5 milhões de euros, já entregou 27 fogos no âmbito do 1.º Direito e tem mais 68 em construção, num investimento global de nove milhões de euros. Ao nível da habitação a custos acessíveis, Alcanena entregou hoje os primeiros seis fogos, tendo outros 145 em construção, 35 em concurso público e 27 em projeto, num investimento de 31,5 milhões de euros.

Segundo o presidente da Câmara de Alcanena, Rui Anastácio (eleito pela coligação PSD/CDS-PP/MPT), o município recebeu 100 candidaturas para os seis fogos que foram entregues esta segunda. “Temos aqui um conjunto de desafios muito grande, mas de facto esta oferta qualificada de habitação é uma das peças do puzzle indispensáveis para conseguirmos combater este inverno demográfico que estamos a viver no país e na nossa região”, afirmou.

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Morais Leitão apoia grupo Sonae na venda da MO e da Zippy à atual equipa de gestão

A equipa multidisciplinar da Morais Leitão que assessorou a operação foi liderada pelo sócio Fábio Castro Russo e pela associada principal Clara Almeida.

A Morais Leitão assessorou o grupo Sonae, através da Fashion Division, S.A., na venda, em contexto de management buy-out, de ações representativas da totalidade do capital social e direitos de voto da Modalfa – Comércio e Serviços, S.A. (“MO”) e da Zippy – Comércio e Distribuição, S.A. (“Zippy”), incluindo as subsidiárias desta, a um consórcio composto por Francisco Sousa Pimentel, atual CEO da MO, e pelo Fundo Mercúrio – Fundo de Capital de Risco Fechado, gerido pela Oxy Capital. Na sequência da operação, e de acordo com as características de um management buy-out, manter-se-á a atual equipa de gestão, demonstrando a sua aposta e compromisso com o negócio. A transação representa um encaixe de cerca de 20 milhões de euros para o grupo Sonae.

A plena produção de efeitos da transação, que se espera ocorrer até ao final do primeiro semestre de 2025, está dependente da verificação de condições suspensivas e do cumprimento de requisitos legais, entre os quais a notificação prévia da transação à Autoridade da Concorrência e a notificação de decisão de não oposição da mesma.

A MO e a Zippy são marcas de moda fundadas no grupo Sonae com percursos sólidos de desenvolvimento no grupo, desde 1995 e 2004, respetivamente. Atualmente, ocupam posições de liderança nos seus segmentos em Portugal e contam com uma presença internacional significativa.

A MO é um retalhista especializado em moda e acessórios para toda a família, detentor de mais de 120 lojas de moda em Portugal, e com uma área de negócio dedicada à gestão da categoria têxtil em retalhistas internacionais de referência. A Zippy é especialista no universo infantil e está presente em mais de 40 países através de uma estratégia multicanal que inclui lojas próprias e franchising.

A equipa multidisciplinar da Morais Leitão que assessorou a operação foi liderada pelo sócio Fábio Castro Russo e pela associada principal Clara Almeida, contando ainda com a colaboração de Jorge Simões Cortez (comercial e societário), Maria Soares do Lago, Pedro Gorjão-Henriques e Carolina Soares de Sousa (bancário e financeiro), e Joaquim Vieira Peres e Gonçalo Rosas (concorrência).

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Cooperativa de habitação fica com três terrenos municipais em Coimbra

  • Lusa
  • 26 Maio 2025

O objetivo da Cooperativa Mondego é construir habitação a custos controlados nos três lotes.

O presidente da Câmara de Coimbra afirmou esta segunda-feira que a cooperativa Mondego aceitou ficar com três terrenos municipais com o objetivo de nesses lotes construir habitação a custos controlados.

A cedência dos três terrenos chegou a ser posta em causa em abril, quando a cooperativa Mondego deu nota aos vereadores dos custos associados à infraestruturação desses três lotes, situados na zona da Arregaça.

No entanto, em reunião da Câmara de Coimbra, o presidente do município, José Manuel Silva, eleito pela coligação Juntos Somos Coimbra (PSD/CDS-PP/NC/PPM/A/RIR/VP) disse que a cooperativa informou ter “aceitado os três lotes de terreno”, numa cedência a protocolizar entre as duas instituições. A formalização da cedência dos três terrenos àquela cooperativa será realizada “em data a combinar, posteriormente”, disse.

Questionada pela agência Lusa, a vereadora com o pelouro do urbanismo, Ana Bastos, esclareceu que a cedência dos três lotes será nas mesmas condições, incluindo os custos de urbanização associados a um dos terrenos.

Num email divulgado numa reunião do executivo em abril, o presidente da Cooperativa Mondego, Adelino Besteiro, afirmava que a entrega dos três lotes àquela instituição não estava isenta de custos, com a cooperativa de habitação a ter de investir “cerca de 200 mil euros numa estrutura viária, pública, de contorno de um dos lotes”.

Na altura, a vereadora do PS Regina Bento, criticou a Câmara por associar à cedência a obrigação de investimento de cerca de 200 mil euros em infraestruturas públicas, considerando que o executivo estava a tratar a cooperativa “como uma empresa de construção privada”. O vereador da CDU, Francisco Queirós, também questionou o município sobre o assunto, considerando da “maior importância o apoio às cooperativas de habitação no quadro da grave crise habitacional que se vive”.

O presidente da Câmara, José Manuel Silva, disse que o ónus associado a um dos lotes já era do conhecimento da cooperativa, salientando que “o valor de cada lote ultrapassa em muito o valor das obras a fazer”. Na mesma reunião, foi referido que já havia uma reunião marcada entre o município e a cooperativa, com o executivo a mostrar disponibilidade “para colaborar”.

Em abril de 2024, a Assembleia Municipal aprovou por larga maioria (com apenas duas abstenções) uma moção do PS em que a Câmara de Coimbra comprometia-se a ceder terrenos a cooperativas para habitação a custos controlados. Durante a reunião de hoje, José Manuel Silva destacou também a evolução do trabalho no urbanismo da Câmara, referindo que o concelho, em 2024, foi o terceiro município que deu aval a mais licenciamentos, só atrás do Porto e da Maia

“É extraordinário como foi possível em tão pouco tempo, com a colaboração de todos, tornar numa referência nacional o funcionamento do Departamento de Urbanismo da Câmara Municipal de Coimbra”, vincou.

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Trabalhadores da PSA Sines e LaborSines em greve parcial no Terminal XXI

  • Lusa
  • 26 Maio 2025

Entre as principais exigências está “a alteração do horário” de trabalho e “a reposição do dia de aniversário”, indica o sindicato.

Trabalhadores das empresas PSA Sines e LaborSines, no Terminal XXI do Porto de Sines, no distrito de Setúbal, começaram esta segunda-feira uma greve parcial, que se prolonga até 6 de junho, para exigir melhores condições de trabalho. A paralisação é promovida pelo Sindicato das Indústrias, Energia, Serviços e Águas de Portugal (SIEAP) e abrange as últimas duas horas de cada turno.

De acordo com o sindicato, em comunicado, a greve “surge como resposta à falta de respeito e de diálogo sério por parte da administração da PSA Sines e da LaborSines”.

No documento, o SIEAP assegurou que, “apesar das várias tentativas de negociação, não houve avanços concretos”, tendo a administração da PSA, concessionária do Terminal XXI do Porto de Sines, e a LaborSines, empresa de trabalho temporário portuário, optado por “ignorar as legítimas reivindicações dos trabalhadores”.

“Esta greve foi decidida porque a administração da PSA Sines e da LaborSines têm sistematicamente ignorado as reivindicações e propostas dos trabalhadores”, que “estão a lutar por melhores condições de trabalho, respeito e diálogo”, disse hoje à agência Lusa o dirigente do SIEAP Ricardo Raposo.

Entre as principais exigências está “a alteração do horário” de trabalho e “a reposição do dia de aniversário”, precisou. “Neste momento, estamos com um horário que é seis meses de inverno, seis meses de verão, sendo que, no verão, temos uma carga horária gigante que está a causar muito descontentamento, muito desgaste e a encurtar muito do tempo dos trabalhadores com a família”, explicou.

Com esta paralisação, convocada até 6 de junho, os trabalhadores reclamam “um horário igual durante o ano inteiro”, com “um dia de sobreposição em que estão dois turnos a trabalhar”, o que vai possibilitar “qualidade de vida”, indicou o dirigente. Segundo o sindicato, “a paralisação afetará todas as operações portuárias no Terminal XXI do Porto de Sines, envolvendo trabalhadores efetivos e contratados, independentemente do vínculo”, num universo superior a 1.000 trabalhadores.

Questionado pela Lusa, Ricardo Raposo afiançou que, neste primeiro dia, a adesão à greve nos turnos da noite e da manhã “rondou os 100%”.

Esperamos que a empresa possa vir a ter abertura para negociações, visto que não está a ser flexível, embora mencione que está aberta a negociações. Apesar [de o sindicato] já ter apresentado várias propostas, a resposta a todas elas sempre foi negativa e sem contraproposta”, observou.

A agência Lusa tentou obter esclarecimentos por parte da administração da PSA Sines, mas até ao momento não foi possível.

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Cabo Verde lança última fase de privatização parcial da CV Handling

  • Lusa
  • 26 Maio 2025

Swissport (Suíça), Aviator (Suécia), Menzies (Escócia) e Çelebi (Turquia) foram "formalmente convidados a apresentar propostas vinculativas".

O Governo cabo-verdiano anunciou esta segunda-feira a terceira e última fase do processo de privatização parcial da Cabo Verde Handling, empresa de assistência aos sete aeroportos e aeródromos do arquipélago.

“Foram formalmente convidados a apresentar propostas vinculativas os candidatos previamente qualificados na segunda fase do concurso”, Swissport (Suíça), Aviator (Suécia), Menzies (Escócia) e Çelebi (Turquia).

O Governo expressou a intenção de “reforçar o compromisso com a boa governança, transparência e atração de parceiros” com experiência internacional, capacidade técnica e visão estratégica para o setor. A aposta pública no setor aeroportuário acompanha o crescimento do turismo que, em 2024, atingiu o recorde de 1,2 milhões de hóspedes, maioritariamente europeus com destino às ilhas do Sal e Boa Vista.

A CV Handling foi criada em 2014 e é a única operadora licenciada para prestar serviços de assistência ao transporte aéreo em Cabo Verde, mantendo a exclusividade, até que cada aeroporto atinja um movimento superior a dois milhões de passageiros ou 25 mil toneladas de carga.

Com um capital próprio de 9,6 milhões de euros e 498 trabalhadores, a empresa registou um volume de negócios de 16 milhões de euros em 2024 e prevê atender 2,3 milhões de passageiros em 2030. “A conclusão deste processo contribuirá para consolidar a Cabo Verde Handling como eixo estruturante do hub aéreo nacional e vai fortalecer a execução da Agenda de Privatizações 2022–2026”, concluiu.

Em paralelo, o Governo concessionou, em 2023, o serviço público aeroportuário à Cabo Verde Airports, firma do grupo Vinci, com o objetivo de expandir e modernizar os quatro aeroportos internacionais (Boavista, Praia, Sal e São Vicente) e três aeródromos (Fogo, Maio e São Nicolau) com um plano de investimentos a 40 anos.

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Bird e Lime vão disponibilizar pelo menos 1.400 bicicletas e trotinetes no Porto

  • Lusa
  • 26 Maio 2025

A Bird e a Lime foram as únicas empresas a apresentar-se à hasta pública realizada na sexta-feira.

As marcas Bird e Lime serão os fornecedores de pelo menos 1.400 trotinetes e bicicletas no Porto, na sequência de se terem apresentado à hasta pública da passada sexta-feira, divulgou esta segunda-feira a Câmara do Porto.

De acordo com uma resposta enviada a questões da Lusa, a Bird e a Lime foram as únicas empresas a apresentar-se à hasta pública realizada na sexta-feira.

“Considerando que a hasta pública foi para a atribuição de duas licenças de espaço público para disponibilização de serviços de partilha em modos suaves de transporte, não sendo possível a detenção de mais que uma licença por operador, cada entidade licitou cada uma das licenças, por única vez, e pelo valor base de 50.000,00 euros”, pode ler-se na resposta da autarquia à Lusa.

A autarquia recorda que “conforme definido no Código Regulamentar do Município do Porto (CRMP), cada licença tem afeto um contingente de 700 veículos, podendo ser aumentado para 900 veículos, caso esta expansão do contingente seja aprovado pelos serviços municipais”.

Os operadores ficam obrigados a disponibilizar para utilização um mínimo de 40% do contingente definido de bicicletas elétricas, ou seja, com estas 2 licenças, no âmbito dos serviços de partilha em modos suaves de transporte, o Município do Porto passará a contar com um contingente de bicicletas elétricas de 560 veículos (280 por operador)”, refere ainda.

Os novos operadores têm “30 dias para iniciarem a respetiva operação/disponibilização de serviço de partilha em modos suaves de transporte”, segundo a autarquia. Assim, ainda em junho o contingente licenciado pela Câmara do Porto deverá ascender a 700 veículos da Bolt (não abrangidos pela hasta pública realizada na sexta-feira), 700 da Bird (40% bicicletas elétricas) e 700 da Lime (40% bicicletas elétricas), num total de 2.100.

O vereador do Urbanismo e Espaço Público da Câmara do Porto, Pedro Baganha, já tinha dito em 20 de maio que a hasta pública não envolveria “novos veículos”, tratando-se “da substituição de contratos que entretanto chegam ao seu final durante o mês de maio”.

Na mesma ocasião, o vice-presidente da Câmara do Porto, Filipe Araújo, abriu a porta à “possibilidade de, aparecendo este contingente de bicicletas, poder utilizar o cartão Porto para também municiar os próprios cidadãos portuenses de utilizar estes meios”, que têm “custos mais elevados” e são “utilizados por pessoas que se deslocam à cidade e não têm meios de locomoção”.

Este é um caminho à “introdução de bicicletas como meios partilhados na cidade que muitas cidades utilizam sem ter ‘docking stations’ [estações de parqueamento] para as várias bicicletas, porque a ocupação do espaço público é completamente diferente”.

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Jardim Zoológico celebra 141 anos com visitas gratuitas

  • Lusa
  • 26 Maio 2025

No 141.º aniversário, o Jardim Zoológico terá visitas guiadas gratuitas, entrada gratuita para aniversariantes e um fim de semana dedicado ao Dia da Criança com atividades educativas para famílias.

O Jardim Zoológico de Lisboa vai assinalar, na quarta-feira, o 141.º aniversário com visitas guiadas gratuitas, entrada gratuita para aniversariantes e um fim de semana dedicado ao Dia da Criança com atividades educativas para toda a família. A celebração marcará o quase um século e meio desde a inauguração, em 1884, do primeiro parque com fauna e flora da Península Ibérica.

Para assinalar a data, segundo um comunicado divulgado pelo Jardim Zoológico de Lisboa, convida-se o público a conhecer as novas crias que surgem dos programas de reprodução e a participar em visitas guiadas limitadas com sessões às 11:30 e às 15:00, sem necessidade de inscrição prévia.

Entre os nascimentos de animais mais recentes, destacam-se as três crias de canguru-de-parma, o macaco-aranha-da-colômbia, o bisonte-americano, a girafa-de-angola e o leão-africano, além de um novo koala cujo nome, “Kilupi”, foi escolhido através de uma votação pública.

A programação estende-se até ao fim de semana, nos dias 31 de maio e 01 de junho, com a iniciativa “Missão Planeta Terra” – um peddy paper que percorre diferentes ecossistemas e tem como objetivo envolver as crianças na causa da conservação da natureza.

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Linha de Leixões supera 155 mil passageiros nos primeiros três meses após reabrir

  • Lusa
  • 26 Maio 2025

Apeadeiro do Hospital São João é o mais utilizado. "A tendência de procura tem sido crescente", indica a CP.

O número de passageiros na Linha de Leixões superou os 155 mil nos primeiros três meses após a reabertura em 9 de fevereiro, divulgou esta segunda-feira a CP à Lusa, sendo o apeadeiro do Hospital São João o mais utilizado.

Nos primeiros três meses de funcionamento do serviço a passageiros na Linha de Leixões (entre 9 de fevereiro e 9 de maio) foram registadas mais de 155 mil validações de títulos de transporte (155.072). A tendência de procura tem sido crescente”, pode ler-se numa resposta da CP – Comboios de Portugal à Lusa.

Na mesma resposta, a CP refere que das novas paragens, “o novo apeadeiro no Hospital de São João foi o local de maior procura, com o registo de quase 24 mil validações”, seguindo-se “as estações de São Gemil, com 12.628, e de Leça do Balio, com 10.651”.

“Nos dias de maior procura, ultrapassam-se as 2.500 validações. Os dados indicam que há mais passageiros a viajar nos dias de semana do que aos fins de semana. As faixas horárias com maior procura são as das 09:30 às 17:00 e a das 17:00 às 20:00”, refere ainda a transportadora.

A CP aponta ainda que “os títulos Andante representam 87% das validações no troço Campanhã-Leça do Balio”. O serviço de passageiros efetua paragem em Porto-Campanhã, Contumil, São Gemil, Hospital São João (novo apeadeiro) São Mamede de Infesta, Arroteia (novo apeadeiro) e Leça do Balio. Para já, ficou de fora a reabertura até Leixões.

Realizam-se “60 comboios nos dias úteis, 30 em cada sentido, com oferta de dois comboios por hora e por sentido nas horas de ponta da manhã e da tarde”, e “aos sábados, domingos e feriados realizam-se 34 comboios, 17 por sentido”. Em 5 de março entrou em funcionamento uma linha de autocarro da Unir, com uma frequência por hora, entre a estação de Leça do Balio e a Câmara de Matosinhos.

Hoje, a Lusa noticiou que a Infraestruturas de Portugal (IP) contratou a instalação de três dos seus abrigos-tipo nas estações de Leça do Balio e São Mamede de Infesta, na Linha de Leixões. De acordo com informação publicada no portal de contratação pública Base e consultada pela Lusa, a IP contratou à empresa José Pereira Remelhe & Filhos, por 282.182,50 euros, uma empreitada de “melhoria das condições de segurança e conforto” nas estações de Leça do Balio e São Mamede de Infesta, em Matosinhos (distrito do Porto), parte da Linha de Leixões.

Segundo os desenhos do concurso consultados pela Lusa, as intervenções mais relevantes são a instalação de dois abrigos-tipo de betão da IP (com espaço para máquina de venda automática) em São Mamede de Infesta e de um idêntico em Leça do Balio. A empreitada tem um prazo de 90 dias a contar de 22 de maio.

Em 12 de março, a IP já tinha adiantado que as estações de Leça do Balio e São Mamede de Infesta, na Linha de Leixões, iriam receber obras de beneficiação da sinalética, abrigos, mobiliário urbano, informação ao público e máquinas de venda e validação, segundo a Infraestruturas de Portugal.

Em 24 de fevereiro, a Lionesa alertou que a “falta de conforto e infraestruturas de acesso” na Linha de Leixões podem comprometer o sucesso da reativação, mostrando-se disponível para “criar condições” em Leça do Balio, estação próxima ao seu centro empresarial.

“O trajeto ainda carece de intervenção para garantir uma experiência de mobilidade mais eficiente e acessível”, considerando que, “sem um plano de investimento e requalificação que contemple estas necessidades, a linha corre o risco de não atingir o seu verdadeiro potencial como solução estruturante para a mobilidade da região”.

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Angola tem 100 jovens por cada 5 mais velhos

  • Lusa
  • 26 Maio 2025

O número de idosos terá crescido 46% entre 2014 e 2024, passando de 612.430 para 895.554 pessoas com 65 ou mais anos.

Angola tem aproximadamente 100 jovens por cada cinco idosos, proporção que não se alterou significativamente na última década, apesar do crescimento gradual da população com 65 ou mais anos, que terá atingido as perto de 900 mil pessoas em 2024.

Cálculos feitos pela Lusa com base no Relatório Temático sobre as Características dos Idosos em Angola, publicado recentemente pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), indicam que o número de idosos terá crescido 46% entre 2014 e 2024, passando de 612.430 para 895.554 pessoas com 65 ou mais anos.

“Estima-se que, num período de cerca de 10 anos, a população idosa poderá contar com aproximadamente mais 227.660 idosos, um crescimento de cerca de 3% por ano”, refere-se no estudo, que projeta para 2024 um total de 895.554 idosos.

Apesar deste aumento, os idosos continuam a representar uma fração reduzida da população angolana: apenas 2,4% em 2014 e com um índice de envelhecimento de 5%, o que significa que existiam 100 jovens por cada cinco idosos – proporção que terá subido ligeiramente para 5,8% em 2024.

O INE salienta que o relatório tem como principal fonte de dados os resultados definitivos do Censo Populacional de 2014, complementados por informações do Inquérito de Indicadores Múltiplos e de Saúde (2015-2016) e do Inquérito de Despesas e Emprego em Angola (2018-2019).

Segundo o Censo de 2014, da população residente com 65 ou mais anos de idade, 43,3% eram homens e 56,7% mulheres, sendo a área rural a que concentrava o maior número de idosos, refere o estudo. As províncias de Luanda e Huíla são as que, em termos absolutos, detinham o maior número de idosos, com 102.982 e 68.190, respetivamente, enquanto Cunene e Bengo são as províncias que apresentam maior proporção de idosos em relação à sua população total, com cerca de 4%.

O português (única língua oficial em Angola) é a língua mais falada na faixa etária com 65 anos ou mais (52,3%), seguido do umbundu e do kimbundu (línguas nacionais de origem africana), com 33,9% e 20,9%, respetivamente. A proporção de idosos com baixos níveis de escolaridade é elevada: mais de metade da população com 65 anos ou mais nunca frequentou a escola e apenas 2,8% completaram o II ciclo do ensino secundário, segundo o relatório.

A taxa de alfabetização entre os idosos era de apenas 26,9%, com acentuadas desigualdades entre áreas urbanas e rurais, e entre homens e mulheres. Do ponto de vista económico, 39,5% da população idosa encontrava-se empregada, sobretudo em atividades ligadas à agricultura, pesca e comércio informal, sendo a taxa de desemprego nesta faixa etária de 8%.

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MBO na moda da Sonae. Dona do Continente vende MO e Zippy a consórcio de Pimentel e Oxy Capital

Consórcio formado por Francisco Pimentel, atual CEO da MO, e pelo Fundo Mercúrio da Oxy Capital compra as duas marcas de moda do grupo Sonae, que encaixa 20 milhões de euros com este negócio.

A Sonae fechou um acordo para a venda dos negócios de moda MO e Zippy a um consórcio composto por Francisco Pimentel, atual CEO da MO, e pelo Fundo Mercúrio, da Oxy Capital. Segundo a informação enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), esta operação representa um encaixe de cerca de 20 milhões de euros para o grupo liderado por Cláudia Azevedo, que espera a conclusão do negócio até ao final do primeiro semestre.

Este movimento de Management Buy Out (MBO), com a atual equipa de gestão a participar na aquisição das duas conhecidas marcas de vestuário portuguesas, “demonstra a sua aposta e compromisso com o negócio”. Já para a Sonae, sublinha na mesma nota, é “uma operação que se enquadra na estratégia de gestão ativa do portefólio, procurando encontrar as melhores oportunidades de desenvolvimento para os seus negócios”.

“A Sonae tem vários casos de MBO de sucesso na sua história, que revelam a cultura empreendedora dos nossos gestores e a nossa capacidade de projetar empresas para além do perímetro do grupo. Estamos num negócio enquanto formos o seu melhor acionista. Quando surgem oportunidades melhores para as empresas e para as suas pessoas, que estejam enquadradas com os nossos valores, como neste caso, procuramos concretizá-las”, refere João Dolores, administrador financeiro (CFO) da Sonae.

Estamos num negócio enquanto formos o seu melhor acionista. Quando surgem oportunidades melhores para as empresas e para as suas pessoas, que estejam enquadradas com os nossos valores, como neste caso, procuramos concretizá-las.

João Dolores

CFO da Sonae

No comunicado partilhado esta segunda-feira com o regulador do mercado, a dona do Continente contabiliza que o valor da transação ascende a perto de 20 milhões de euros, “implicando uma perda contabilística estatutária, não monetária, de cerca de 24 milhões de euros”. Por outro lado, refere ainda que a valorização acordada está em linha com o valor (NAV) atribuído a estes negócios, conforme reportado no mais recente anúncio de resultados” do grupo.

Com a saída da Zippy e da antiga Modalfa do portefólio, a Zeitreel (antiga Sonae Fashion) passa a ter apenas no portefólio a Salsa Jeans, que soma perto de 200 lojas, 1.200 funcionários e presença em meia centena de países — ainda na semana passada entrou no leste europeu com primeira loja na Bulgária –; e a espanhola Losan, especializada no negócio grossista de vestuário de criança que diz comercializar em mais de 40 países através de 4.000 pontos de venda.

Citado na mesma nota, Francisco Pimentel diz que o consórcio assume esta nova etapa com “muito entusiasmo e orgulho nas marcas que [tem], estando cientes da grande responsabilidade acrescida para todos na MO, assim como para a Catarina Leão e a equipa da Zippy”. “Acreditamos que este passo de maior autonomia é o mais adequado e será especialmente propício ao desenvolvimento e sucesso sustentado destes negócios”, acrescenta.

Fundadas pela Sonae em 1995 e 2004, respetivamente, a MO e a Zippy ocupam atualmente “posições de liderança nos seus segmentos em Portugal e contam com uma presença internacional significativa”, sublinha o grupo nortenho, que no primeiro trimestre deste ano viu os lucros subirem 77% para 43 milhões de euros e as vendas atingirem um valor recorde de 2,6 mil milhões.

Retalhista especializado em moda e acessórios, a MO detém mais de 120 lojas de moda em Portugal e conta ainda com uma área de negócio dedicada à gestão da categoria têxtil em retalhistas internacionais. Já a Zippy, especialista no universo infantil, está presente em mais de 40 países através de uma estratégia multicanal que inclui lojas próprias e franchising.

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Kiev já pode usar as armas alemãs na Rússia. Moscovo classifica decisão de “perigosa”

  • Lusa
  • 26 Maio 2025

"Já não há limitações de alcance para as armas fornecidas à Ucrânia", disse o chanceler alemão. Rússia responde que a decisão é "bastante perigosa".

O chanceler alemão, Friedrich Merz, disse esta segunda-feira que a Alemanha passa a estar entre os países que já não impõem à Ucrânia a condição de não utilizar armas alemãs contra alvos militares na Rússia. Moscovo qualificou a decisão de “bastante perigosa”.

“A Ucrânia pode agora defender-se, por exemplo, atacando posições militares na Rússia”, disse Merz, embora tenha evitado esclarecer se o seu Governo entregará mísseis de longo alcance Taurus à Ucrânia, como tinha prometido antes de se tornar chanceler.

“Já não há limitações de alcance para as armas fornecidas à Ucrânia, nem pelos britânicos, nem pelos franceses, nem por nós, nem pelos americanos”, explicou Merz, referindo-se a medidas que tinham sido tomadas por outros países em 2024.

O anúncio do chanceler alemão surge horas depois de Moscovo ter atacado o território ucraniano com um número recorde de ‘drones’. O ataque ocorrido esta madrugada envolveu 355 drones e nove mísseis de cruzeiro, tendo visado várias regiões, entre as quais Kiev, Kharkiv e Odessa.

Se estas decisões foram efetivamente tomadas, são absolutamente contrárias às nossas aspirações de chegar a um acordo político (…). Trata-se, portanto, de uma decisão bastante perigosa”, afirmou o porta-voz da Presidência russa (Kremlin), Dmitri Peskov, num vídeo difundido pelos meios de comunicação social russos.

Mais tarde o chefe da diplomacia alemão, Johann Wadephul, desdramatizou, em Lisboa, as críticas russas à decisão da Alemanha de pôr fim à limitação de eliminar as restrições ao tipo de armamento a enviar para a Ucrânia.

O governo federal alemão sempre disse que ia apoiar a Ucrânia na área da Defesa, na sua defesa contra o agressor que é a Rússia. Houve muitas possibilidades para fazer [o Presidente russo, Vladimir] Putin regressar à mesa das negociações. Essas oportunidades foram sempre rejeitadas e o que dissemos também sempre é que isto não pode ficar sem consequências”, argumentou Waddephul.

Numa conferência de imprensa conjunta com o homólogo português, Paulo Rangel, o chefe da diplomacia alemã referiu que a Alemanha vai falar a nível europeu, mas também com outros parceiros, como os Estados Unidos e Canadá, sobre os próximos passos a dar, mas evitou falar sobre os mísseis de longo alcance Taurus.

Tal como o chanceler federal [Friederich Merz] já disse por diversas vezes, não vamos agora falar sobre sistemas de armas concretos para também manter uma certa ambiguidade, mas, portanto, vamos continuar a agir de forma responsável, mas também de forma eficaz. Isso foi assim no passado e será assim também no futuro”, frisou.

“Mas o certo é que continuaremos a apoiar a Ucrânia na sua defesa contra o agressor Putin e evitar que, de facto, Putin consiga continuar a sua guerra de invasão”, acrescentou, adiantando que segue na terça-feira para os EUA, para se encontrar com o homólogo norte-americano, Marco Rubio.

(Notícia atualizada às 19h24 com mais informação)

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“Dezenas de alunos portugueses” podem ser afetados pela bloqueio de estrangeiros em Harvard

Presidente do Harvard Club of Portugal sinaliza que "serão, com certeza, dezenas" os alunos portugueses afetados pelo travão aos alunos estrangeiros em Harvard decidido pela administração de Trump.

A decisão da administração de Donald Trump de proibir a Universidade de Harvard de acolher alunos estrangeiros pode prejudicar dezenas de portugueses, sinalizou ao ECO o presidente do Harvard Club of Portugal, associação que reúne antigos alunos da referida instituição de ensino superior. José Tenório de Figueiredo mostra-se preocupado, e espera que o bloqueio seja revertido.

“Vejo com preocupação e tristeza esta decisão. Tem um impacto muito grave nos alunos que já lá estão e naqueles que estavam em processo“, sublinha o responsável, em conversa com o ECO.

Questionado sobre quantos alunos portugueses poderão ser prejudicados, José Tenório de Figueiredo explica que o clube que preside não tem esse levantamento feito, mas garante que “serão, com certeza, dezenas“.

No total, os alunos estrangeiros representam hoje mais de um quarto dos estudantes da Universidade de Harvard, frisa o mesmo. “São alunos de mestrado e doutoramento. São projetos de anos, conseguidos com muito esforço, que agora se veem suspensos“, assinala o presidente do Harvard Club of Portugal.

José Tenório de Figueiredo mostra-se preocupado também com a universidade em si, dizendo que os alunos estrangeiros acrescentavam muito a essa instituição. “É um problema muito grande do ponto de vista científico“, atira.

São alunos que acrescentavam muito à Universidade de Harvard. É um problema muito grande do ponto de vista científico.

José Tenório de Figueiredo

Presidente do Harvard Club of Portugal

Já sobre se esta decisão será ou não revertida, o responsável lembra que o Presidente dos Estados Unidos tem “mostrado vontade de reverter” decisões em outros campos, como se tem observado na aplicação de tarifas aduaneiras à União Europeia. “Espero que esta decisão seja reversível também“, afirma.

Importa notar que um tribunal norte-americano travou (mas apenas temporariamente) a decisão da administração de Donald Trump. No entanto, ainda este fim de semana, Donald Trump defendeu a sua decisão de proibir alunos estrangeiros em Harvard, acusando a instituição de ser pouco transparente.

Segundo noticiou a Reuters, a administração de Donald Trump revogou a capacidade da Universidade de Harvard matricular estudantes estrangeiros e está a forçar os atuais estudantes internacionais dessa instituição a serem transferidos para outras escolas.

A secretária de segurança interna dos Estados Unidos, Kristin Noem, acusou Harvard de “fomentar a violência, o antissemitismo e de colaborar com o Partido Comunista Chinês”. Segundo esse departamento, estas decisões foram tomadas depois de Harvard ter recusado dar informação acerca de alguns estudantes estrangeiros

Em reação, Harvard considerou ilegal estas decisões, que afetam milhares de estudantes. Segundo a Reuters, Harvard acolheu 6.800 estudantes internacionais no último ano letivo, o correspondente a 27% do total de novos alunos.

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