Galp pressiona Lisboa, BCP e BPI inalterados

Numa das semanas mais importantes para o mercado do petróleo, a Galp é a cotada sob maior pressão na praça nacional. Já BCP e BPI seguiam pouco alterados depois de uma semana agitada.

O PSI-20, o principal índice português, abriu a sessão a perder 0,52% até aos 4.552,57 pontos, acompanhando a generalidade das praças mundiais, numa sessão em que os investidores europeus vão centrar atenções no índice de confiança dos empresários alemães (Ifo) e naquilo que Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu (BCE), terá a dizer na sua audição trimestral no Parlamento Europeu.

Por cá, 14 das 18 cotadas que compõem o índice benchmark seguiam a negociar em terreno negativo, com destaque para a Galp, cujas ações deslizavam cerca de 1,5%, com a evolução a ser condicionada pela instabilidade que o preço do barril de petróleo deverá registar no dia em que arranca em Argel, na Argélia, um encontro informal da OPEP para debater um congelamento da produção com vista ao aumento dos preços do ouro negro. De resto, o barril de ‘brent’, referência para as importações nacionais, valorizava 0,24% até aos 46 dólares, depois do preço do barril ter afundado quase 4% na última sessão.

Leia também as 5 coisas que tem de saber antes de os mercados abrirem

Outra nota relevante para a praça nacional vai para a banca, onde o BCP e o BPI seguiam sem grandes oscilações, depois de uma semana em que mereceram todo o protagonismo. Em relação ao BPI, a Oferta Pública de Aquisição (OPA) dos espanhóis do CaixaBank pôde finalmente seguir em frente com a aprovação da desblindagem dos estatutos no banco português. E o BCP atingiu um mínimo de sempre na sexta-feira depois de o Governo ter aprovado um regime que permite a entrada dos chineses da Fosun no capital do banco liderado por Nuno Amado.

“O mercado nacional deverá abrir sob alguma pressão vendedora, um padrão comum aos demais mercados europeus. O BCP deverá merecer as atenções dos investidores, após na sexta-feira ter atingido um mínimo histórico (1,42 cêntimos), antes de terminar nos 1,47 cêntimos”, referiram os analistas do BPI no seu Diário de Bolsa. “O petróleo será um dos ativos mais monitorizados, no dia em que se inicia em Argel a conferência da Agência Internacional de Energia, que se prolongará até quarta-feira. Paralelamente, realiza-se uma reunião informal da OPEP, na qual deverá ser debatida a possibilidade de um congelamento da produção. A expetativa que esta proposta se possa materializar (em paralelo com a decisão da FED) deverá ser um dos impulsionadores da cotação do crude”, acrescentaram.

"O mercado nacional deverá abrir sob alguma pressão vendedora, um padrão comum aos demais mercados europeus.”

Analistas do BPI

Diário de Bolsa

Lá por fora, o CAC-40 de Paris perdia mais de 1%, enquanto o IBEX-35 de Madrid e o DAX-30 de Madrid cediam 0,9% e 0,7%, respetivamente.

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Isabel dos Santos mudou de opinião no BPI. Porquê?

A empresária angolana viabilizou agora o que tinha rejeitado há meses, o sucesso da OPA do Caixabank sobre o BPI. O segredo está no preço. E Isabel dos Santos é uma das vencedoras.

Isabel dos Santos, detentora através da Santoro de 18,6% do capital do BPI, acabou por ser decisiva na desblindagem dos estatutos do banco liderado por Fernando Ulrich. Mas o que terá levado a empresária, que sempre fora contra o fim do blindagem dos estatutos, tendo mesmo inviabilizado a primeira oferta pública de aquisição (OPA) lançada pelo CaixaBank (detentor de 45% do BPI), em fevereiro de 2015, a mudar de opinião?

Controlo do BFA e preço

Acima de tudo, o controlo do BFA, viabilizado através da proposta que a administração do BPI apresentou através de carta enviada para Angola, na véspera da assembleia geral de 21 de setembro, e que consiste na venda de 2% do BFA à Unitel — empresa controlada por Isabel dos Santos — por 28 milhões de euros, em troca do pressuposto da desblindagem dos estatutos. O preço é considerado quase simbólico por fontes próximas ao BPI. De resto, Isabel dos Santos tinha, em janeiro deste ano, proposto ao BPI a compra de 10% do banco angolano pelo preço de 140 milhões de euros — exatamente o mesmo valor por que Isabel dos Santos adquire agora os 2% — operação rejeitada por Santos Silva e Ulrich.

Fernando Ulrich alegava, na altura, que o conselho de administração “analisou os vários aspetos e considerou que esta não era uma boa solução para a situação que o BPI tem para resolver”. Ulrich referia-se às exigências do Banco Central Europeu (BCE) que implicavam a redução da concentração de riscos ao estado angolano.

Mas as críticas não se ficam pela questão do preço. É que, com os 2% que a Unitel — caso aceite a proposta e, tudo indica que sim –, irá assume o controlo do BFA. A Unitel detém 49,9% do BFA e o BPI 50,1%. Fontes próximas ao processo adiantam “como é que alguém transmite o controlo com a venda de 2%? O preço parece mais um preço de chantagem do que um preço de controlo”.

A proposta da Unitel, de comprar 10% do BFA, surgia como resposta à proposta feita pelo BPI de avançar com um projeto de cisão simples das suas operações em África, com destaque para as participações detidas no BFA e no moçambicano Banco Comercial e de Investimentos (BCI).

Mas não foi só Isabel dos Santos a mudar de opinião. O próprio BPI abdicou do projeto de cisão e acabou por “entregar” o controlo do BFA, aparentemente contra vontade. Talvez por isso, Santos Silva, chairman do BPI, quando questionado na conferência de imprensa após a a assembleia geral de acionistas em que foi aprovada a desblindagem, diria, a propósito da proposta de venda dos 2% do BFA: “A vida muda”. De resto, a pressão exercida pelo BCE nas últimas semanas não pode também ser esquecida. Santos Silva diria, a este propósito, que “o BPI não tinha alternativa em Angola que não fosse desconsolidar o banco. O BCE entendia que não podemos ter responsabilidade na gestão do BFA. O BCE foi claríssimo que [o assunto] teria que ser resolvido hoje e esse assunto ficou resolvido”.

Realização de mais valias

Mas este não é o único argumento a favor da troca de opinião empresária: fonte próxima da empresária adiantou ao ECO que Isabel dos Santos estará numa fase em que está ‘mais vendedora’ e em que pretende realizar mais-valias. A mesma fonte adianta que a empresária “não parece disposta a querer injetar mais capital no BPI, o que com base nas novas exigências regulatórias, um acionista de um banco tem que estar sempre preparado para fazer”.

Linha de crédito do CaixaBank a Angola

Os espanhóis do CaixaBank, o maior acionista do BPI, e que mantinham um braço de ferro com Isabel dos Santos devido à desblindagem dos estatutos da instituição, concederam uma linha de crédito de 400 milhões de euros ao Estado angolano, segundo um despacho de 16 de agosto, assinado pelo Presidente de Angola. O timing da operação levantou algumas especulações e a própria Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) terá feito diligências no sentido de perceber se essa operação envolve o BPI no âmbito da OPA dos catalães sobre o banco português. Fontes próximas ao processo asseguraram ao ECO que “o CaixaBank já terá respondido tendo negado a concessão dessa linha de crédito”. Mas, no mercado, a ideia de que a operação teria influência sobre a decisão de Isabel dos Santos permaneceu.

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Banca europeia deprime bolsas, BCP fixa mínimos

Principais praças europeias fecharam a semana em terreno negativo, com o setor financeiro sob pressão. Em Lisboa, o BCP atingiu um novo mínimo histórico.

O PSI-20, o principal índice português, fechou a cair 0,77% até aos 4.576,23 pontos, acompanhando o sentimento negativo nas principais congéneres europeias: a bolsa de Madrid cedeu mais de 1%, enquanto Frankfurt e Paris recuaram em torno de 0,5%.

“A sessão ficou marcada por algumas correções com os investidores a fechar as suas posições antes de irem para o fim de semana”, explicou José Correia, gestor da XTB Portugal.

A pressionar os investidores esteve sobretudo o setor bancário. O índice da Bloomberg que acompanha os principais bancos europeus cedeu 1,5%, com vários bancos a afundarem mais de 3% – foi o caso do Bank of Ireland, Bankia, Intesa Sanpaolo, Santander, CaixaBank, Bankinter e Sabadell.

"A sessão ficou marcada por algumas correções com os investidores a fechar as suas posições antes de irem para o fim de semana.”

José Correia, gestor da XTB Portugal

No caso do banco catalão CaixaBank, o desempenho negativo em Madrid surgiu depois da conclusão do aumento de capital de 1,4 mil milhões de euros, através da emissão de novas ações, numa operação que vai servir financiar a Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre o BPI. Sobre o banco português, de resto, a cotação não registou alterações e fechou nos 1,13 euros, perto do valor oferecido pelos espanhóis.

Por cá, o BCP esteve sob intensa pressão vendedora, com o título a desvalorizar mais de 5% para atingir um novo mínimo de sempre nos 1,46 cêntimos. E isto no dia em que a Jefferies atribuiu aos títulos da instituição liderada por Nuno Amado um preço alvo de dois cêntimos com uma recomendação de underperform, ou seja, antecipa um desempenho inferior das ações face aos restantes bancos europeus.

No mercado do petróleo, o barril de ‘brent’, referência para as importações nacionais, desvalorizava 2,64% até aos 46,39 dólares por barril, ao mesmo tempo que o contrato genérico do crude perdia 2,96% até 44,95 dólares por barril. Isto depois da Arábia Saudita, um dos maiores produtores mundiais de petróleo, ter descartado perspetivas de um acordo para estabilizar os preços na reunião da próxima semana da OPEP.

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CaixaBank obtém 1,3 mil milhões de euros com venda de ações

Capital angariado servirá para financiar a OPA ao BPI. Ações do banco catalão perdem 3,75%.

O CaixaBank angariou 1,3 mil milhões de euros com a venda do equivalente a 9,9% do seu capital, numa operação que visa financiar a Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre o BPI.

Em comunicado enviado à CNMV, o regulador espanhol dos mercados, esta quinta-feira ao final do dia, a instituição financeira catalã informou a venda de um total de 585 milhões de ações próprias a investidores qualificados, através de uma colocação acelerada. As ações foram alienadas a um preço unitário de 2,26 euros, o que permitiu ao CaixaBank angariar um total de 1,322 milhões de euros. A venda da participação foi feita a um desconto por título de 3,67% em relação ao preço de fecho (que tinha sido de 2,422 euros). Os 585 milhões de euros incluem cerca de 380 milhões de euros provenientes da venda de ações colocadas junto de dois investidores institucionais, especifica o banco.

Com o produto da alienação, a instituição espera financiar a compra do banco liderado por Fernando Ulrich, os 55% do capital que ainda não detém e cuja aquisição está avaliada em 900 milhões de euros.

O aumento de capital está em linha com as expectativas“, afirmou Carlos Cobo, analista do Haitong Bank, numa nota enviada a clientes. “Uma vez que o aumento de capital esteja clarificado, os investidores irão focar-se provavelmente em sondar o modelo de negócio do CaixaBank e na comparação das suas contas com as dos pares domésticos espanhóis”, acrescentou o analista da instituição que atribui às ações do banco catalão uma recomendação de “comprar”.

O CaixaBank disponibilizou-se a pagar cerca de 900 milhões de euros para adquirir a parcela de 55% do capital do BPI que ainda não detém. O banco espanhol oferece 1,134 euros por ação, valor que foi revisto após a desblindagem de estatutos do banco português que decorreu esta quarta-feira.

As ações do CaixaBank caem 3,75% para 2,26 euros enquanto as do BPI seguem inalteradas nos 1,13 euros, abaixo do preço proposto pelo banco catalão.

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Malparado: Banca pode ter de castigar os acionistas, diz o Haitong

O FMI diz que a banca precisa de ter uma abordagem pró-ativa à desalavancagem, exigindo mais medidas que são negativas para o setor. E podem pesar nos acionistas, especialmente os do BCP.

A banca continua assoberbada por malparado. O Fundo Monetário Internacional (FMI) defende que o setor adote uma abordagem diferente que na perspetiva do Haitong pode ser negativa tanto para o BCP BCP 0,00% como o BPI BPI 0,00% . Diz que os bancos já têm uma margem de manobra reduzida e podem ser precisos aumentos de capital.

Para o FMI, os bancos têm de abordar o problema do crédito malparado “com firmeza, eliminar os empréstimos antigos e facilitar o crédito a novas empresas e novos setores”, para impulsionar o crescimento fraco.

Neste sentido, recomenda um “esforço centralizado e com prazos definidos para aumentar os capitais próprios dos bancos de modo a criar espaço no balanço para eliminar os ativos improdutivos”, ou seja, o crédito malparado. Algo que tem um impato negativo para o setor, diz o Haitong.

Com a banca a pesar no risco de crédito do país, os bancos estão a perder alguma margem de manobra e podem, em último caso, ser forçados a adotarem soluções menos favoráveis para os seus acionistas.

Haitong

Nota de research

É “negativo para o setor como um todo e para o BCP, em particular, tendo em conta a melhor qualidade dos ativos do BPI”, refere o banco de investimento numa nota enviada aos clientes. O Haitong tem um preço-alvo de 0,02 euros para o BCP.

“Supervisores e reguladores têm aumentado o foco nos ativos problemáticos numa altura em que o crédito malparado em Portugal continua a ser o mais elevado na Europa”, diz o banco. “Na nossa perspetiva, com a banca a pesar no risco de crédito do país, os bancos estão a perder alguma margem de manobra e podem, em último caso, ser forçados a adotarem soluções menos favoráveis para os seus acionistas”, nota. Ou seja, podem ter de fazer aumentos de capital para resolver o problema do malparado.

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5 coisas que tem de saber antes de abrirem os mercados

A banca continua a centrar atenções no mercado. O CaixaBank e o BPI por um lado, o BCP por outro. A condicionar a negociação haverá ainda indicadores económicos e muitos ratings.

BPI e o aumento de capital do CaixaBank

A cotação do BPI já praticamente ajustou ao preço que os espanhóis do CaixaBank oferecem na Oferta Pública de Aquisição (OPA). Entretanto, o grupo catalão anunciou um aumento de capital de 1,4 mil milhões de euros, através da emissão de novas ações, para concretizar a operação de compra do banco português, avançou a Bloomberg. Face a esta informação, os títulos do CaixaBank afundaram na sessão desta quinta-feira, antes do regulador espanhol suspender a negociação em Madrid.

BCP vale 0,02 euros, diz a Jefferies

Numa altura em que as atenções estão viradas para o BPI, e o futuro do banco após a desblindagem dos estatutos, o BCP continua a negociar perto de mínimos. Está a 0,0154 euros, um valor ligeiramente superior àquele que o Jefferies atribui aos títulos da instituição liderada por Nuno Amado numa nota de research em que inicia a cobertura das ações com uma recomendação de underperform, ou seja, antecipa um desempenho inferior das ações face aos restantes bancos europeus.

PIB cresce, mas quanto?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga esta manhã os dados das Contas Nacionais relativas ao desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) por setor institucional no segundo trimestre do ano. Adicionalmente, a autoridade estatística apresenta ainda o Procedimento dos Défices Excessivos, naquela que será a segunda notificação a ser entregue por Portugal ao Eurostat este ano.

Atividade na Zona Euro à lupa

A Markit apresenta os Índices de gestores de compras (PMI) da Zona Euro, um indicador bastante valorizado pelos investidores. Revela a saúde do setor privado da economia da região da moeda única ao acompanhar a evolução de variáveis como encomendas, níveis de stock, emprego e preços em atividades como construção, retalho, manufatura e serviços.

Ratings para todos

É sexta-feira, é dia e ratings. S&P, Moody’s e Fitch vão apresentar atualizações às suas notações para um leque de países e entidades supranacionais. A Moody’s vai rever o rating do Mecanismo de Estabilidade Europeu e do Reino Unido, já a Fitch prepara-se para apresentar a sua classificação para a dívida da Alemanha.

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CaixaBank vende… para comprar o BPI

Para lançar a OPA ao BPI, que agora é obrigatória, o CaixaBank vai ter de fazer um aumento de capital que poderá ascender a 1,4 mil milhões de euros, segundo a Bloomberg.

Os limites aos direitos de voto do BPI BPI 0,00% caíram, abrindo a porta ao sucesso da oferta de aquisição do CaixaBank. Uma OPA para a qual o banco está a preparar-se, estando em marcha, de acordo com fontes citadas pela Bloomberg, um aumento de capital que poderá ascender a 1,4 mil milhões de euros.

O banco, que detém 45% do capital do BPI, lançou uma OPA obrigatória sobre o banco liderado por Fernando Ulrich a um valor de 1,134 euros por ação. Caso todos os acionistas vendam, o CaixaBank poderá ter de pagar cerca de 900 milhões de euros, verba que poderá ir obter no mercado com um aumento de capital.

O CaixaBank poderá, de acordo com fontes citadas pela Bloomberg, avançar com uma oferta de ações já esta semana. Pode emitir ações equivalentes a 10% do seu capital, embora o banco negue tal operação de forma oficial. Em bolsa, os títulos estavam a cair mais de 3% para 2,35 euros antes de serem suspensos pelo regulador.

O rácio de capital do banco catalão estava em 11,5% no final de junho, devendo encolher com a compra do BPI. O BCE exige que o CaixaBank mantenha, no mínimo, um rácio core Tier 1 de 9,5%.

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Fed anima bolsas, BPI destaca-se em Lisboa

Reserva Federal norte-americana reforçou otimismo dos investidores em torno de mais estímulos da parte dos bancos centrais em todo mundo.

O PSI-20, o principal índice português, fechou a valorizar 1,36% até 4.611,69 pontos, provando a terceira sessão de ganhos esta semana.

Em termos individuais, destaque para as ações do BPI, que dispararam mais de 3,5% para ajustar a cotação no mercado ao preço oferecido pelo CaixaBank na Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre o banco português. Fechou nos 1,13 euros.

Com desempenhos bastante positivos fecharam ainda a Mota-Engil (+3,51%), Jerónimo Martins (2,93%) e Semapa (+2,53%), numa sessão em que 14 cotadas encerraram com sinal verde. Apenas quatro cotadas registaram perdas.

Lisboa acompanhou assim os ganhos observados um pouco por toda a Europa. Em Frankfurt e Paris as valorizações foram superiores a 2%, enquanto as praças de Milão e Madrid somaram mais de 1%, impulsionadas pela expectativa de que a Reserva Federal norte-americana vai manter uma política monetária expansiva, seguindo o exemplo do Banco do Japão.

“Yellen deixou a porta aberta para um aumento em dezembro, contudo acabou também por rever em baixa as perspetivas de crescimento para este ano, bem como os números relativos aos mercados de trabalho”, referiu Pedro Ricardo Santos, gestor da XTB Portugal. “Os investidores olham para o mercado com mais otimismo, parecendo haver condições para que o crescimento económico das maiores economias do mundo continue no bom caminho”, acrescentou.

"Yellen deixou a porta aberta para um aumento em dezembro, contudo acabou também por rever em baixa as perspetivas de crescimento para este ano, bem como os números relativos aos mercados de trabalho.”

Pedro Ricardo Santos, gestor da XTB Portugal

No mercado do petróleo, o barril de ‘brent’, referência para Portugal, valorizava 1,88% até 47,71 dólares, enquanto o contrato genérico de crude ganhava 2,45% até 46,45 dólares por barril, isto depois de revelado que as reservas nos EUA caíram na semana passada para mínimos de fevereiro, num sinal de maior consumo na principal economia mundial.

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Subida do preço da OPA protege CaixaBank da CMVM

A aproximação da cotação das ações do BPI ao valor da oferta poderá ser interpretado como um sinal do mercado de que o regulador não deve forçar uma alteração ao preço da OPA do CaixaBank.

O CaixaBank oferecia 1,113 euros por cada ação do BPI, mas acabou por rever o valor em alta. Com a OPA a passar de voluntária a obrigatória, por determinação da CMVM no seguimento da desblindagem dos estatutos, a contrapartida subiu, mas pouco. No mercado, os títulos estão já perto da nova oferta o que, dizem os analistas, deverá libertar o banco espanhol de aumentar novamente o preço da OPA.

As ações do banco liderado por Fernando Ulrich seguem hoje em forte alta, a valorizar 3,48%, para os 1,129 euros. Este valor está próximo dos 1,134 euros resultantes da revisão do preço após, facto que na perspetiva dos analistas significa que os investidores estão prontos para aceitar a proposta apresentada pela instituição catalã.

“Após ser conhecido o novo preço da oferta do CaixaBank e após a decisão de ontem da assembleia geral de acionistas do BPI de ter retirado o limite nos direitos de voto […], a cotação do título ajustou para o novo preço, refletindo o facto de a oferta avançar”, diz Albino Oliveira, analista da Patris Investimento, ao ECO, para justificar o comportamento do título na sessão de hoje.

Já Paulo Rosa, economista da sala de mercados do Banco Carregosa, vai um pouco mais longe ao salientar que o esperado ajuste da cotação do título ao novo preço da OPA, “poderá ser uma resposta à CMVM para que não peça uma revisão mais alta do preço da OPA”. Uma opinião que acaba por ser complementada por Henrique Dias, gestor da XTB, que salienta que “o novo preço oferecido está em linha com a média das cotações dos últimos três meses, sendo o mínimo exigido pela CMVM para OPA com estas características”. A CMVM poderá assim ver condicionada a decisão de, tal como lhe é permitido, pedir uma avaliação independente do valor do BPI como é pretendido por vários acionistas de referência, como por exemplo a família Violas que é acionista com 2,67%.

O novo preço oferecido está em linha com a média das cotações dos últimos três meses, sendo o mínimo exigido pela CMVM para OPA com estas características.

Henrique Dias

Gestor da XTB

A opinião dos analistas vai no sentido de existir já um encontro entre o valor da oferta do CaixaBank e o valor do BPI. “De acordo com a correção da banca no último ano, quer em Portugal quer na Europa, o valor da OPA do BPI, que foi revisto em baixo desde a primeira oferta de 1,329 euros o ano passado, andará à volta do real valor do banco. A banca tem sido penalizada e o BPI não acompanhou essa descida porque beneficiava de uma OPA a 1,113 euros. Por isso, este valor, e segundo o que se passa no mercado, poderá ser uma oferta justa”, esclarece Paulo Rosa.

E agora investidores?

Nas mãos dos investidores está agora a decisão de vender, ou não, ao CaixaBank os títulos do BPI que detêm. O novo preço da oferta é apenas ligeiramente acima do preço anterior, pelo que Albino Oliveira lembra que “a decisão para os investidores minoritários permanece a mesma: decidir se o preço atual (correspondente a um múltiplo de 0,6 vezes o valor dos ativos do banco) é justo para o CaixaBank passar a assumir o controlo do banco Português”.

Outro dos fatores que estes devem ter em conta na hora de vender ou não ao CaixaBank, prende-se com a liquidez das ações. “Caso o CaixaBank consiga obter mais de 90% do capital social na OPA poderá lançar uma OPA potestativa e obrigar os restantes acionistas (que não concordarem com a OPA) a vender. Caso não o faça, as restantes ações permanecerão em bolsa e a negociação, com menor liquidez, seguirá o rumo das congéneres e dos mercados, que não tem sido o melhor”, lembra Paulo Rosa. O economista vai ainda mais longe ao alertar que, se o CaixaBank não conseguir os 90%, os acionistas que não venderem sujeitam-se ao sabor dos mercados e poderá não haver distribuição de dividendos. “A Brisa fê-lo depois da OPA. A Cimpor desceu cerca de 95% desde a OPA a 5,5 euros”, exemplifica Paulo Rosa.

Mas manter os títulos o BPI também poderá ter vantagens, potenciado pela influencia em termos de estratégia que possa resultar do reforço do CaixaBank. Henrique Dias lembra que a OPA ao BPI “trará certamente mais estabilidade à instituição, com um investidor como o CaixaBank a assumir o controlo do banco, poderão delinear-se novas estratégias de posicionamento no mercado”.

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Ações do BPI sobem 3% para perto do preço da OPA

As ações do banco avançam 3,57%, para os 1,13 euros, ligeiramente aquém do novo preço da OPA oferecida pelo CaixaBank.

As ações do BPI arrancaram a sessão em forte alta, após a nova Oferta Pública de Aquisição (OPA) registada esta quarta-feira pelo CaixaBank. O título valoriza 3,57%, para os 1,13 euros face ao fecho de terça-feira, e após um dia em que estiveram suspensas a aguardar o resultado da assembleia-geral de acionistas que abriu o caminho ao controlo do banco liderado Fernando Ulrich por parte do CaixaBank.

Ações do BPI mais perto da OPA

O valor a que as ações estão a negociar hoje representa um desconto de 0,35% face aos 1,134 euros por ação do preço agora oferecido pelo banco catalão. O preço da oferta anterior era de 1,113 euros por ação. O mercado parece assim estar a ajustar ao novo valor da oferta.

A revisão em alta do preço da OPA surgiu em consequência da desblindagem dos estatutos do banco português aprovada esta quarta-feira em assembleia geral. É que com a supressão dos limites dos votos, os espanhóis, detentores de 45,5% do capital do BPI, passaram a ter mais de 33% dos direitos de votos no banco liderado por Ulrich, situação que determina o lançamento de uma OPA obrigatória e não voluntária – como acontecia até agora.

Com a passagem da OPA de voluntária a obrigatória o preço vai ser alterado. Aquilo que o código dos valores mobiliários determina é que “a contrapartida da oferta pública de aquisição não pode ser inferior ao mais elevado dos seguintes montantes: o maior preço pago pelo oferente ou por qualquer das pessoas que em relação a ele, estejam em algumas das situações previstas no nº 1 do artigo 20º pela aquisição de valores mobiliários da mesma categoria, nos seis meses imediatamente anteriores à data da publicação preliminar da oferta; o preço médio ponderado desses valores mobiliários apurado em mercado regulamentado durante o mesmo período”.

 

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CaixaBank sobe preço para OPA sobre o BPI para 1,134 euros

Forçado a rever em alta o preço da OPA, o CaixaBank oferece agora uma contrapartida de 1,134 euros por cada ação que não detém no banco português.

Em vez dos 1,113 euros, os espanhóis do CaixaBank oferecem agora uma contrapartida de 1,134 euros na Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre o BPI registada esta quarta-feira na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), aumentando a oferta em 1,88% face à anterior proposta.

A revisão em alta do preço da OPA surge como consequência da desblindagem dos estatutos do banco português aprovada esta quarta-feira em assembleia geral. É que com a supressão dos limites dos votos, os espanhóis, detentores de 45,5% do capital do BPI, passaram a ter mais de 33% dos direitos de votos no banco liderado por Ulrich, situação que determina o lançamento de uma OPA obrigatória e não voluntária – como aconteceu até agora.

A contrapartida espanhola de 1,134 representa um prémio de quase 4% face à cotação de fecho do BPI na terça-feira.

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CaixaBank tem de pagar mais para ganhar BPI

Os catalães do CaixaBank, que agora respondem por 45% dos votos do BPI estão obrigados a lançar OPA sobre o BPI. Código dos valores mobiliários obriga à revisão em alta do preço.

Os catalães do CaixaBank vão rever em alta o preço que oferecem por cada ação do BPI no âmbito da OPA que estão agora obrigados a lançar, pela CMVM, às restantes ações do banco.

Ainda não está definido o preço, mas com a passagem da OPA de voluntária a obrigatória o preço vai ser alterado. Segundo o código dos valores mobiliários “a contrapartida da oferta pública de aquisição não pode ser inferior ao mais elevado dos seguintes montantes: o maior preço pago pelo oferente ou por qualquer das pessoas que em relação a ele, estejam em algumas das situações previstas no nº 1 do artigo 20º pela aquisição de valores mobiliários da mesma categoria, nos seis meses imediatamente anteriores à data da publicação preliminar da oferta; o preço médio ponderado desses valores mobiliários apurado em mercado regulamentado durante o mesmo período”.

E é este último ponto que penaliza o CaixaBank e que levará à subida do preço oferecido pelos catalães na oferta voluntária (1,113 euros por ação). Segundo contas efetuadas pela Bloomberg, o preço médio ponderado nos últimos seis meses foi de 1,1387 euros.

A CMVM, em comunicado tornado público esta tarde, considera que a oferta pública de aquisição do CaixaBank sobre o BPI é obrigatória pelo que terá de haver um novo anúncio. Em causa está o facto do banco catalão ter passado a responder por 45% dos direitos de voto, devido à aprovação em assembleia geral da desblindagem dos estatutos.

“A CMVM informa que deliberou na presente data considerar cessados os efeitos da prova da inexistência de domínio sobre o Banco BPI, S.A., anteriormente realizada perante esta Comissão pelo CaixaBank S.A. ao abrigo do disposto no art. 187.º/2 do Código dos Valores Mobiliários, tendo em conta a alteração dos pressupostos em que baseou a referida deliberação, tomada em 20 abril de 2012, em face do resultado deliberativo alcançado em assembleia geral do BPI hoje realizada”, pode ler-se na comunicação do regulador do mercado.

Ainda no mesmo comunicado, é referido que ” ao abrigo do art. 187.º/3/b do Código dos Valores Mobiliários, o CaixaBank S.A. constituiu-se na presente data no dever de lançamento de oferta pública de aquisição sobre a totalidade do capital social do Banco BPI, S.A.”.

 

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