Pinto Luz põe privatização da TAP, simplex urbanístico e lei Uber no dossiê de transição para o próximo Governo

  • Joana Abrantes Gomes
  • 19 Março 2025

Ministro já tinha referido que o Executivo e a Parpública vão continuar os trabalhos preparativos da privatização da TAP para o próximo Governo tomar uma decisão e evitar que haja "tempo perdido”.

O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Miguel Pinto Luz, disse esta quarta-feira que a privatização da TAP, o simplex urbanístico e a lei dos TVDE são dossiês que estarão na pasta de transição para o próximo Governo.

Em declarações aos jornalistas transmitidas pela RTP3, o governante reforçou que o “trabalho de backoffice” no que diz respeito ao processo de privatização da TAP “continua a ser feito e será vertido para a pasta de transição”.

No domingo, em entrevista ao Jornal de Negócios e à Antena 1, Miguel Pinto Luz referiu que o Executivo e a Parpública vão continuar os trabalhos preparativos para o próximo Governo tomar uma decisão e evitar que haja “tempo perdido”. “O decreto-lei ia ser lançado, mas, no limite, isso pode ser ultrapassado pelas etapas que estão a ser desenvolvidas nos bastidores”, afirmou.

Quanto ao processo de alteração da lei que regulamenta os TVDE, que é novamente interrompido devido à dissolução da Assembleia da República, existe uma “profunda sensação de frustração” no setor, segundo disse o presidente da Associação Portuguesa de Transportadores em Automóveis Descaracterizados (APTAD), Ivo Miguel Fernandes, ao jornal Público.

O responsável lembra que esta interrupção se soma “ao impasse da legislatura anterior, na qual a revisão da lei já deveria ter ocorrido em 2022″, defendendo que “este novo adiamento só torna a necessidade de revisão ainda mais premente e acentua a falta de resposta política para um problema que afeta milhares de trabalhadores e empresas”.

No que diz respeito à linha de Alta Velocidade Porto – Lisboa, o ministro das Infraestruturas e da Habitação disse que o processo relativo ao segundo troço “irá continuar”, visto que se trata de “um desígnio nacional que não pode ser travado e aí não há nenhum atraso”.

Na entrevista de domingo, Pinto Luz já tinha dito que “existe uma necessidade de não perder prazo” depois de o concurso para o segundo troço ter terminado apenas com uma proposta, do consórcio português Lusolav — entretanto chumbada pelo júri –, admitindo avançar com um novo concurso mesmo estando o Governo em gestão. Por decidir está se o novo concurso terá um reforço da verba ou uma redução da obra para atrair mais interessados.

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PT2030 com taxa de execução de 6,2% até fevereiro. Compete persiste em último

Compete é o terceiro com maior volume de fundos aprovados, mas cai para último na execução, com apenas 26,9 milhões de euros (0,7%). Executou 14,9 milhões entre janeiro e fevereiro.

A taxa de execução do Portugal 2030 no final fevereiro era de 6,2%. Mais 0,4 pontos percentuais face ao mês anterior, um ritmo de progressão que se mantém há dois meses consecutivos. O Pessoas 2030 lidera com uma execução de 17,8%, sendo o único com mais de mil milhões de euros executados. O pior desempenho é do Compete: apenas 0,7%.

O novo quadro comunitário de apoio tem 6.252 milhões de euros de fundo aprovado e 1.435 milhões de euros de fundo executado, sendo que a maior parte deste desempenho é da responsabilidade do programa Pessoas 2030, com uma taxa de execução 17,8% (1,01 mil milhões de euros). O segundo e terceiro lugares do pódio são ocupados, respetivamente pelo Programa de Assistência Técnica (15,8% que corresponde a 26,58 milhões de euros), e o Mar 2030 com uma taxa de execução de 8,04% (31,56 milhões de euros referentes a 31 de dezembro de 2024). Mas estes dois programas são relativamente pequenos em termos de dimensão.

Já o Compete, também conhecido como o programa das empresas, é o terceiro com maior volume de fundos aprovados (822 milhões), mas cai para último na execução, com apenas 26,9 milhões de euros (0,7%), apesar de ter conseguido executar 14,9 milhões no espaço de um mês.

Em termos percentuais, os programas que conseguiram acelerar mais a execução foram o Pessoas 2030 (+0,9 pontos percentuais), o Sustentável 2030 (+0,7pp) e o Lisboa 2030 (+0,6 pp), sendo que este tem uma dimensão muito inferior.

O Sustentável 2030 já tem 1,08 mil milhões de euros aprovados, mas apenas 136,59 milhões executados (4,4%) e está por isso em risco de ter de devolver verbas a Bruxelas por não cumprir a regra da guilhotina.

Este ano todos os programas – temáticos ou regionais – têm de cumprir a regra da guilhotina, ou seja, os programas têm de gastar o correspondente ao orçamento de cada ano nos três anos seguintes. Se não o fizerem, o montante remanescente tem de ser devolvido a Bruxelas. Isto significa que, em cada programa operacional, é necessário dividir a dotação por sete (correspondente ao número de anos do quadro) e é esse o valor que é necessário executar três anos depois (é a regra do N+3).

O ministro Adjunto e da Coesão, Manuel Castro Almeida, já disse no Parlamento que o atual quadro comunitário de apoio está sob “uma pressão anormal” este ano por isso e que o risco máximo é do Sustentável 2030, o programa que sucedeu ao POSEUR, por isso, a opção de retirar alguns investimentos do PRR e assegurar a sua continuidade com financiamento do PT2030 pode ajudar a superar este problema.

A taxa de execução de 6,2% do PT2030 compara com os 21% do Portugal 2020, em dezembro de 2017 e de 24% em março de 2018. No anterior quadro comunitário de apoio, inicialmente, não havia uma monitorização mensal do desempenho dos fundos.

É preciso ter em conta que no PT2020, a agricultura estava incluída e, nessa altura, já contava com uma taxa de execução de 42% (em março de 2018), influenciando muito positivamente os dados globais.

A influenciar negativamente o desempenho do PT2030 está a sua entrada em vigor ainda mais tarde do que é habitual e a simultaneidade no tempo com o encerramento do PT2020 e a execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que acabou por ter uma dotação idêntica a um quadro comunitário (22,2 mil milhões de euros), mas que tem de estar integralmente executado até 2026.

Em fevereiro de 2025, o PT2020, que ainda não encerrou, contava com uma taxa de execução de 99,6% e de 112% de taxa de compromisso.

Mais de metade do PT2030 já a concurso

A monitorização mensal do PT2030 revela ainda que, no final de fevereiro, em termos de taxas de aprovação a liderança vai também para o Pessoas 2030 que tem 2,82 mil milhões aprovados, num total de 3.895 operações. Segue-se o Sustentável 2030 (1,08 mil milhões num total de 55 operações) e o Compete 2030 (822,14 milhões distribuídos por 834 operações). No extremo oposto está o Programa de Assistência Técnica com apenas 67,88 milhões (30 operações). Em termos globais, 27,2% do PT2030 já foi aprovado, num total de 6,25 mil milhões de euros.

Por outro lado, dos 12,72 milhões de euros colocados a concurso (55%, um aumento de um ponto percentual face a janeiro), o Lisboa 2030 tem a maior percentagem do programa já a concurso (74%) seguido do Mar 2030 (70%) e do Sustentável 2030 (69%).

Por outro lado, as transferências da Comissão Europeia não tiveram qualquer evolução. Bruxelas já transferiu, a título de pagamentos intermédios, 10,24 mil milhões para os 27 Estados-membros. “No conjunto dos 14 Estados-membros com envelopes financeiros acima dos seis mil milhões, Portugal está em 11º lugar em termos dos pagamentos intermédios recebidos, com 205 milhões de euros (0,9% da respetiva dotação), seguindo-se a Itália, a Croácia e a Espanha, o último ainda sem pagamentos”, lê-se na monitorização mensal.

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“Não abusem dos pagamentos automáticos”. A dica de Mário Centeno na Semana da Formação Financeira

Na sessão solene da Semana de Formação Financeira, o governador do Banco de Portugal afirmou ter "algum horror a pagamentos automáticos", alertando que "é preciso ter consciência da despesa".

O governador do Banco de Portugal desaconselha o recurso aos pagamentos automáticos, porque leva a que se perca a consciência dos gastos. “As receitas não são automáticas”, assinalou.

“Uma dica: não usem ou, pelo menos, não abusem dos pagamentos automáticos“, afirmou Mário Centeno no encerramento da sessão solene da Semana da Formação Financeira, que decorreu esta quarta-feira na CMVM, em Lisboa.

O líder do banco central disse mesmo ter “algum horror a pagamentos automáticos”. “Quando automatizamos demasiado as nossas despesas, perdemos a consciência dessas despesas”, disse. “Não temos receitas automáticas. Porque é que devemos ter pagamentos automáticos? É preciso ter consciência da despesa”, acrescentou.

O governador do Banco de Portugal comparou a poupança a uma dieta alimentar. “Poupar é uma coisa que pensamos sempre que vamos só começar amanhã, mas amanhã é precisamente a razão de ser dessa poupança”, afirmou.

Muitas vezes é difícil resolver e quando a resolvemos muitas vezes já é tarde“, alertou, dando como exemplo a decisão sobre o novo aeroporto de Lisboa. “A decisão do aeroporto foi tão tardia. Quando estávamos mesmo quase, no passado, a decidir, acontecia um choque e nós tínhamos de manter essa decisão em cima da mesa”.

Um exemplo usado também pelo ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, na abertura da sessão, para sublinhar a “incapacidade” que o país tem revelado “para preparar o futuro”, assinalando o papel da poupança nessa preparação.

Nas nossas sociedades sociedades liberais e democráticas, a literacia financeira é essencial” e tem “implicações na exigência em relação às políticas”, defendeu também o governante.

"A confiança excessiva dos jovens na utilização de canais digitais e na informação disponível online, em combinação com a possibilidade de interação social potenciada pelas redes sociais, pode conduzir a decisões pouco ponderadas e com consequências negativas, incluindo obviamente financeiras.”

Mário Centeno

Governador do Banco de Portugal

Mário Centeno também destacou que a crescente digitalização dos serviços financeiros está a contribuir para que novas gerações os comecem a utilizar mais cedo. “A confiança excessiva dos jovens na utilização de canais digitais e na informação disponível online, em combinação com a possibilidade de interação social potenciada pelas redes sociais, pode conduzir a decisões pouco ponderadas e com consequências negativas, incluindo obviamente financeiras”, disse.

A sessão contou ainda com uma mesa redonda onde participaram David Sousa, diretor-geral da Direção-Geral de Educação, Margarida Corrêa de Aguiar, presidente da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões, Luís Laginha de Sousa, presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, e Rui Pinto, administrador do Banco de Portugal. Este último repetiu o apelo já feito antes por Mário Centeno, para que os bancos aumentem os juros praticados nos depósitos.

Foram também entregues os prémios às escolas vencedoras da 13.ª edição do concurso Todos Contam.

(Notícia atualizada pela última vez às 13h10)

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Fed vai prolongar pausa nos juros com Powell a minimizar receios de recessão

A imprevisibilidade das políticas de Trump está a esfriar a economia dos EUA e a pressionar a Fed a agir com cortes nos juros no segundo semestre. Powell deverá reiterar, contudo, que não tem pressa.

O Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC) da Reserva Federal dos EUA (Fed) dos Estados Unidos vai manter esta quarta-feira inalteradas as taxas de juros, prolongando uma pausa iniciada em janeiro, mas cuja duração está dependente do impacto da imprevisível política económica da administração Trump.

Segundo o site CME FedWatch Tool, que monitoriza a negociação dos futuros das taxas de juro, a probabilidade de a Fed manter as Federal Funds Rates no intervalo atual de 4,25-4,50% é de 99%.

Após cortes num total de 100 pontos base (pb) na reta final de 2024, a Fed iniciou uma pausa na reunião de 29 de janeiro com o chairman Jerome Powell a dizer que o banco central “não precisa de ter pressa em ajustar a taxa de política monetária” e que os riscos para a economia estão equilibrados.

Powell sublinhou na altura que “não se sabe como as tarifas [aduaneiras anunciadas por Donald Trump] serão transmitidas aos consumidores” e que “o leque de possibilidades de aplicação dos direitos aduaneiros é muito, muito vasto”.

Essa imprevisibilidade, tanto nos impactos como nas opções, continua. E até se intensificou nas últimas semanas.

“O sentimento do mercado relativamente às perspetivas económicas dos EUA em 2025 mudou no início do ano, dada a incerteza da política comercial e fiscal da nova administração Trump”, referiu Michael Krautzberger, diretor de investimento global em obrigações, Allianz Global Investors (GI).

“Os dados económicos dos EUA arrefeceram, com as perspetivas para a procura dos consumidores e o sentimento empresarial ensombrados pela política do governo dos EUA”, recordou, sublinhando que os mercados acionistas e de crédito dos EUA estão a desanimar sob o peso desta imprevisibilidade política.

No início deste ano, os preços nos mercados sinalizavam apenas um corte pela Fed nas taxas de juro de curto prazo, mas nas últimas semanas, os preços avançaram para três cortes nas taxas, salientou Krautzberger.

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Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

Recessão no horizonte?

Os analistas do banco de investimento neerlandês ING recordam que no início do ano havia a expectativa de que as políticas de Trump baseadas em cortes de impostos e de regulação iriam acelerar o crescimento. Em conjunção com maiores controlos da imigração e uma inflação impulsionadas pelas tarifas, a Fed teria pouco espaço para cortar as taxas de juro.

“No entanto, verifica-se que as prioridades iniciais do Presidente Trump são os cortes na despesa pública e o protecionismo comercial. Isto aumentou as preocupações sobre a redução de postos de trabalho, não só para os trabalhadores do governo federal, mas também potencialmente entre milhões de contratantes do setor privado empregados no setor governamental”, adiantaram

A utilização de direitos aduaneiros, que pode aumentar significativamente à medida que o Presidente Trump procura relocalizar a atividade industrial, está a suscitar preocupações quanto a potenciais aumentos de preços que afetam o poder de compra dos consumidores e o receio entre as empresas de que os custos mais elevados dos fatores de produção possam reduzir as margens de lucro, sublinharam os analistas do ING.

As tarifas recíprocas dos governos estrangeiros e os boicotes dos consumidores agravariam os problemas dos exportadores dos EUA. “O resultado tem sido um sentimento mais fraco e números de gastos mais fracos”.

O ING reconhece que o uso da palavra “recessão” está a crescer nas discussões sobre a economia americana, mas sublinha que esse cenário não faz parte das projeções do banco e que Powell irá provavelmente minimizar esses receios na conferência de imprensa após a reunião, até porque num discurso a 7 de março, afirmou que apesar dos elevados níveis de incerteza, a economia continua em bom estado.

“Por conseguinte, esperamos que a Fed mantenha, em grande medida, as suas previsões de dezembro e indique que o seu cenário de base continua a ser de dois cortes de 25 pontos base nas taxas este ano”, concluíram os analistas do ING.

Essa visão é partilhada pelos mercados. Segundo o CME Fedwatch, a probabilidade de as Federal Funds Rates terminarem o ano no intervalo de 3.75-4.00% — ou seja, após dois cortes — é de cerca de 33%.

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Paxlegal reforça equipa com dois novos associados

Maria do Carmo Pereira Coutinho e Murillo Costa Sanches são os novos associados da Paxlegal. Os advogados integram as equipas de Laboral e Imobiliário e Societário, respetivamente.

A Paxlegal reforçou a equipa com a integração de Maria do Carmo Pereira Coutinho e Murillo Costa Sanches, na qualidade de associados.

“Nos últimos meses, temos assistido a um crescimento significativo da nossa atividade, o que nos levou a reforçar a equipa em áreas estratégicas“, revela em comunicado a sócia fundadora Bárbara Pestana.

Transitando da Vieira de Almeida, Maria do Carmo Pereira Coutinho integra a firma na qualidade de associada. A advogada vai centrar a sua atividade na área do Direito Laboral e Business Development.

Murillo Costa Sanches reforça a equipa de Direito Imobiliário e Societário, também na qualidade de associado. O advogado transita da LEGAL|SQUARE. Ao longo da sua carreira tem centrado a atividade nas áreas de Direito Civil e Comercial, com especial incidência na área do Direito Imobiliário e Societário.

“Estamos confiantes de que as suas integrações serão uma mais-valia para a Sociedade e, acima e tudo, para os nossos clientes”, acrescenta Bárbara Pestana.

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Controlauto da Brisa compra 90% da espanhola Mecod

Um ano após a compra da PrevenControl, a empresa portuguesa reforça a presença em Espanha ao ficar com o terceiro maior centro de inspeções da região de Múrcia.

O grupo Controlauto, que detém a maior rede de centros de inspeção em Portugal, anunciou esta quarta-feira que chegou a acordo para compra de uma participação maioritária (90%) na empresa espanhola Mecod, da região de Múrcia.

A Mecod é uma concorrente nesta indústria de inspeções técnicas de veículos, mas apenas na cidade de Yecla, onde opera desde 2018 com um centro composto por três linhas de atendimento para todo o género de carros e uma box independente para motociclos e ciclomotores, que em Espanha estão sujeitos a inspeção obrigatória.

O centro de inspeções da Mecod tem 24 trabalhadores e faz cerca de 70 mil inspeções anuais, o que a coloca na terceira posição do pódio da região de Múrcia, apesar de também servir clientes das regiões vizinhas de Valência e Castela-Mancha.

“Esta é uma excelente oportunidade para continuarmos a crescer, executando a estratégia de crescimento definida no plano estratégico do nosso grupo. A localização deste centro, e a base de clientes que já possui, vão ajudar-nos a consolidar a nossa operação no mercado espanhol e construir, a partir da Mecod, uma base de crescimento”, afirma Pedro Dias, administrador-delegado da Controlauto, citado em comunicado.

Esta foi a segunda aquisição da Controlauto – detida em 76% pela Brisa e em 24% pela espanhola Portobello Capital – em Espanha. Precisamente um ano após comprar o grupo catalão PrevenControl com 350 funcionários e a trabalhar em oito centros de inspeção nas províncias de Girona e Barcelona e na segurança e saúde no trabalho — área em que está entre os 20 maiores operadores espanhóis.

O grupo português Controlauto, criado em 1993 e com sede em Paço d’Arcos, prevê que este negócio no país vizinho esteja concluído até final do primeiro semestre deste ano, embora isso dependa das habituais autorizações regulamentares.

A Mecod foi assessorada pela Baideko, uma empresa de advisory financeiro com sede em Sevilha.

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Juros da casa registam maior queda desde 2009

Taxa de juro implícita no crédito à habitação está a cair há 13 meses seguidos. Em fevereiro acelerou a queda, baixando 15,4 pontos base. É a maior descida desde setembro de 2009, há mais de 15 anos.

Os juros da casa estão a cair há 13 meses seguidos. Em fevereiro, a taxa de juro implícita no crédito à habitação acelerou a queda e registou a maior descida desde 2009, há mais de 15 anos.

A taxa dos empréstimos da casa caiu para 3,83% no mês passado, recuando 15,4 pontos base em relação a janeiro, de acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística.

Trata-se da descida mais pronunciada desde setembro de 2009, quando caiu 17,5 pontos base, numa altura em que a crise financeira global pressionava o mercado.

Juros da casa caem há 13 meses

Fonte: INE

Por outro lado, a taxa que as famílias pagam ao banco pelo crédito da casa baixou no mês passado para o valor mais baixo desde julho de 2023. Neste período de mais de um ano em queda, a taxa implícita dos contratos de empréstimo à habitação já baixou 82,7 pontos base, depois de ter atingido o pico nos 4,657% em janeiro do ano passado.

Esta evolução reflete sobretudo a descida das taxas Euribor, que são usadas com indexante na maioria dos contratos de crédito da casa em Portugal. Estas taxas estão em queda há vários meses por conta do alívio da política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que desde o verão passado já baixou as taxas oficiais da Zona Euro por seis ocasiões, num total de 1,5 pontos percentuais.

Para as famílias este cenário tem-se traduzido numa redução da prestação mensal que pagam ao banco. Segundo o INE, a prestação média situou-se nos 400 euros em fevereiro, menos um euro em relação ao mês anterior e menos três euros em comparação com fevereiro do ano passado.

Destes 400 euros, 220 euros corresponderam a juros pagos (55%) e outros 180 euros a capital amortizado. O capital médio em dívida ao banco subiu 560 euros para 69.512 euros em termos médios.

No que toca aos contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa implícita fixou-se nos 3,2% em fevereiro, subindo 3,1 pontos base face a janeiro, voltando a aumentar 16 meses depois. Nos contratos celebrados nos últimos seis e 12 meses, a taxa média caiu.

(Notícia atualizada às 11h28)

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Euribor a três meses volta a cair para novo mínimo desde janeiro de 2023

  • Lusa
  • 19 Março 2025

Com as alterações desta quarta-feira, a taxa a três meses, que baixou para 2,411%, ficou abaixo da taxa a seis meses (2,421%) e acima da taxa a 12 meses (2,406%).

A Euribor desceu esta quarta-feira a três, a seis e a 12 meses em relação a terça-feira e no prazo mais curto para um novo mínimo desde janeiro de 2023.

Com estas alterações, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter descido as taxas diretoras em 25 pontos base em março, a taxa a três meses, que baixou para 2,411%, ficou abaixo da taxa a seis meses (2,421%) e acima da taxa a 12 meses (2,406%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, baixou esta quarta-feira, ao ser fixada em 2,421%, menos 0,001 pontos. Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a janeiro indicam que a Euribor a seis meses representava 37,75% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,52% e 25,57%, respetivamente.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor recuou para 2,406%, menos 0,010 pontos.
  • No mesmo sentido, a Euribor a três meses baixou esta quarta-feira, ao ser fixada em 2,411%, menos 0,015 pontos e um novo mínimo desde 19 de janeiro de 2023.

A taxa Euribor a três meses entra no cálculo da taxa base dos Certificados de Aforro, que é determinada mensalmente no antepenúltimo dia útil de cada mês, para vigorar durante o mês seguinte, e não pode ser superior a 2,50% nem inferior a 0%.

A taxa de juro bruta para novas subscrições de Certificados de Aforro, Série F, foi fixada de novo em 2,500% em março de 2025.

Em termos mensais, a média da Euribor em fevereiro voltou a descer a três e a seis meses.

A Euribor a 12 meses, que tinha subido em janeiro pela primeira vez depois de nove meses a cair, também desceu em fevereiro.

Assim, a média da Euribor a três, seis e a 12 meses em fevereiro desceu 0,177 pontos para 2,525% a três meses, 0,154 pontos para 2,460% a seis meses e 0,118 pontos para 2,407% a 12 meses.

Como antecipado pelos mercados, o BCE decidiu em março reduzir, pela quinta vez consecutiva em seis meses, as taxas de juro diretoras em um quarto de ponto, para 2,5%.

A presidente do BCE, Christine Lagarde, deu a entender que a instituição está preparada para interromper os cortes das taxas de juro em abril.

A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 16 e 17 de abril em Frankfurt.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Luís Sequeira é o novo presidente dos vinhos do Alentejo

Comissão Vitivinícola Alentejana muda de liderança ao fim de uma década. Luís Sequeira integrava a administração da Fladgate e era membro da direção da Associação das Empresa de Vinho do Porto.

Luís Sequeira é o novo presidente da direção da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), sucedendo a Francisco Mateus, que ocupava o cargo desde 2015. A nomeação foi aprovada por unanimidade.

Licenciado, mestre e doutorado em gestão, Luís Sequeira iniciou em 1993 o seu percurso profissional na Adega Cooperativa da Covilhã e, mais tarde, assumiu funções de diretor comercial e de marketing na Porto Cálem.

Em 2001 integrou a The Fladgate Partnership, um dos maiores grupos no setor do vinho do Porto, que detém as marcas Taylor’s, Fonseca e Croft. Passou a fazer parte do conselho de administração em 2009, assumindo a direção-geral da divisão de vinhos do grupo liderado por Adrian Bridge.

Luís Sequeira, presidente da Comissão Vitivinícola Regional AlentejanaComissão Vitivinícola Regional Alentejana

Desde 2012 é também professor no Instituto Superior de Gestão (ISG) em Lisboa, e em 2016, tornou-se membro da direção da Associação das Empresas de Vinho do Porto (AEVP), de acordo com a biografia partilhada pela CVRA.

Com uma área de vinha de 23,3 mil de hectares, a região do Alentejo assume-se como líder nacional em vinhos certificados, com cerca de 40% de valor total das vendas num universo de 14 regiões vitivinícolas em Portugal. Cerca de 30% da produção é exportada sobretudo para o Brasil, Suíça, EUA, Reino Unido e Polónia.

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Portugal paga menos para emitir 1.223 milhões em dívida a 12 meses. Procura mais do que duplicou oferta

O Tesouro português pagou uma taxa de 2,227% para colocar dívida a um ano. Montante levantado no leilão de Bilhetes do Tesouro ficou próximo do intervalo superior estipulado pelo IGCP.

Portugal financiou-se esta quarta-feira em 1.223 milhões de euros através da emissão de títulos de dívida de 12 meses, com uma taxa de 2,227%. O montante levantado ficou ligeiramente abaixo do máximo previsto pelo IGCP, com a operação a contar com uma procura robusta.

À semelhança das operações anteriores, a emissão contou com uma forte procura, que superou em 2,48 vezes a oferta.

A taxa de juro média fixada na operação, de 2,227%, compara com os 2,416% pedidos na emissão comparável, realizada em janeiro deste ano.

“Em fevereiro, Portugal tinha emitido dívida de curto prazo a 11 meses, com uma taxa de colocação de 2,266%. Agora, para um prazo superior, de 12 meses, a taxa é mais baixa, fixando-se em 2,227%”, refere Filipe Silva, num comentário aos resultados da operação. Para o diretor de investimentos do Banco Carregosa “esta descida das taxas reflete o movimento de cortes que o BCE tem vindo a fazer nas taxas de juro, bem como as expectativas de que continue a reduzi-las ao longo deste ano”.

O BCE iniciou no verão passado um ciclo de descidas de juros. Desde junho passado, a entidade liderada por Christine Lagarde já anunciou seis cortes de juros, trazendo a taxa de depósitos dos anteriores 4,5% para os atuais 2,5%.

“A curva das taxas de juro mantém-se invertida nas maturidades de curto prazo, ou seja, a partir de um ano, para prazos mais longos, taxas mais elevadas. Não obstante, as taxas de curto prazo têm seguido uma trajetória descendente, tendência que se espera que prossiga“, explica Filipe Silva.

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP anunciou, no final da semana passada, que ia regressar esta quarta-feira ao mercado com uma nova emissão de títulos de dívida de curto prazo, com maturidade em março de 2026. A operação tinha um montante indicativo entre 1.000 milhões e 1.250 milhões de euros.

Esta é a terceira emissão de dívida de curto prazo realizada em 2025. Além da colocação de títulos com maturidade de 12 meses em janeiro, o IGCP foi, no mês passado, ao mercado emitir bilhetes do tesouro com um prazo de 11 meses, tendo pago a taxa mais baixa desde 2022.

Na semana passada, a instituição, agora liderada por Pedro Cabeços, realizou uma emissão de dívida de longo prazo. O Estado financiou-se em 1.100 milhões de euros através de dois leilões de dívida a 10 e 13 anos, no entanto pagou mais do que nas últimas operações com características semelhantes.

“Portugal foi ao mercado com uma emissão de bilhetes do Tesouro a 12 meses, tendo colocado 1.223 milhões de euros. . A procura superou a oferta em 2,48 vezes.

(Notícia atualizada às 11h49 com as declarações do diretor de investimentos do Banco Carregosa)

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+M

Marcas demoram a regressar aos cinemas por “conservadorismo”

Apesar da lenta recuperação, o investimento em publicidade nos Cinemas Nos cresceu cerca de 30% em 2024. No entanto, o seu peso no total das receitas publicitárias é de 6%, quando já foi de 12%.

A lenta recuperação do investimento publicitário nos cinemas, que não tem acompanhado o regresso de espectadores às salas, está relacionada com o conservadorismo das marcas, entende Miguel Magalhães. Observando que as pessoas estão a voltar ao cinema — embora no ano passado tenha sido registada uma quebra de cerca de 4% na afluência às salas de cinema Nos –, o diretor da Nos Publicidade reconhece que a publicidade “não acompanha essa velocidade de recuperação”.

Nós sentimos essa pressão, mas também sabemos que Portugal em termos de publicidade é um país moderadamente conservador, as marcas demoram tempo a alterar as suas dinâmicas. E isso não se sente só no cinema”, afirmou. Também no Playce, plataforma agregadora de publicidade endereçada em televisão, “sentimos enormes dificuldades em afirmá-lo, sabendo que é um produto extraordinário, porque as marcas demoraram muito tempo a fazer o shift“, exemplificou o responsável.

As ideias foram defendidas num debate no Nos Brand Activation Day, evento onde se propôs discutir a relação, oportunidades e desafios entre a publicidade e o cinema. O debate centrou-se, em parte, nas dificuldades que o cinema está a sentir em assegurar o regresso dos anunciantes ao grande ecrã após o abalo sofrido com a pandemia.

À margem do evento, Miguel Magalhães reforçou ao +M a ideia. O cinema sempre foi um meio muito pequeno, relativamente mal tratado, e sempre teve uma quota de investimento publicitário pequena, mas depois da pandemia passou a ter uma quota ínfima da qual tem demorado a conseguir recuperar. Isso deve-se ao conservadorismo das marcas“, disse.

“Mas achamos, acreditamos e insistimos que o cinema tem características que as marcas procuram e não encontram em lado nenhum. Há aqui todo um mundo de oportunidades para as marcas que não estão a ser aproveitadas”, acrescentou, referindo que a quota do cinema em termos de investimento publicitário andava, “nos seus melhores tempos”, à volta de 2-3% e que após a pandemia baixou para 0,5%, estando agora “pouco acima disso”.

Miguel Magalhães, diretor da Nos Publicidade.

Conseguir chegar às marcas e trazê-las para o cinema é algo que a Nos Publicidade tenta fazer no “dia a dia”, mas para isso também “é preciso que os anunciantes queiram ouvir”, observou Miguel Magalhães. “Temos boas ideias, muitas soluções, mas para isso precisamos de conseguir chegar às marcas. E o que estamos a sentir é que hoje em dia os marketeers não têm tempo para nos ouvir, o que pode fazer sentido porque vivemos num mundo horrivelmente acelerado”, disse.

O que tentamos fazer é apresentar projetos de chave na mão. Temos ativação de marca e publicidade em ecrã — que pode ser um simples spot de 30 segundos que se adapta da televisão para cinema — mas podemos também conseguir criar algumas soluções que integrem as marcas nos filmes, por exemplo”, avançou.

O responsável exemplificou com “vários projetos com cinema português” em que a entrada da marca é feita desde o momento zero até à exibição do filme em ecrã. Esta pode ser feita através de patrocínios ou da inserção da marca dentro do próprio filme, que tem de ser feita de “uma forma bem pensada” para não se fazerem “coisas artificiais”, alertou. “Há todo um mundo de soluções, é preciso é haver interesse das marcas para nós concretizarmos“, acrescentou.

Em relação ao que está a falhar na relação com as marcas, Miguel Magalhães arriscou que o problema se prende com “a multiplicidade de meios que existem e com a velocidade com que se precisa de passar as mensagens”. “O cinema constrói, é preciso tempo e investimento no sentido da ideia criativa que se põe em cinema“, referiu.

Cinema é melhor “construtor de marca”

O cinema é bom para a construção de marcas, funcionando inclusive melhor do que o digital e redes sociais, ao permitir estabelecer relações “mais evidentes” com os consumidores, defendeu também Diogo Anahory, cofundador e diretor criativo da DJ.

“Nas redes sociais há de tudo, de bom e de mau. As marcas anunciarem no cinema e em televisão é também uma mensagem de grandeza e de uma certa postura. Há uma dignidade e espetacularidade no cinema que um ecrã de telemóvel jamais consegue ter“, acrescentou.

Diogo Anahory, cofundador e diretor criativo da DJ
Diogo Anahory, cofundador e diretor criativo da agência DJ.

Mas também para os publicitários o cinema “pode ser uma bênção”, apontou Diogo Anahory. “A primeira função de um criativo ao serviço de uma marca é captar a atenção do espectador — o que hoje em dia é cada vez mais difícil pela multiplicidade de estímulos existentes — e fazer com que este se mantenha nem que seja só cinco ou dez segundos atentos ao que se está a dizer”, começou por explicar.

“E nesse sentido, o cinema facilita-nos o trabalho, porque aí estamos inteiramente focados no que estamos a ver. Não há skip ads ou interrupções. Facilita-nos imenso o trabalho enquanto criativos porque aí já temos a certeza que pelo menos a atenção vai estar focada no ecrã“, completou.

Além disso, “como a maioria da publicidade não são histórias bem contadas, há uma tendência para as pessoas fugirem dos anúncios” apontou, acrescentando que quem vai ver um filme está mais recetivo a ver um anúncio de uma marca antes do filme e que a probabilidade de a mensagem ser apreendida é maior.

Miguel Magalhães evidenciou também a afinidade que o cinema tem com o target de idades compreendidas entre os 15 e 34 anos, que é aquele “talvez o mais difícil de atingir” e que tem regressado “mais em força” ao cinema. “O cinema está na pole position para ser o meio mais indicado e ser o palco que as marcas andam à procura“, acrescentou.

“Em tempos idos faziam-se produções publicitárias para cinema. Mas hoje em dia muitas vezes os anunciantes não querem, porque não há budget, porque há outras tendências e prioridades. Já não se fazem spots como aqueles que nos lembramos da Coca-Cola ou Martini. É um território que foi perdido“, aponta Miguel Magalhães.

Ainda assim, e apesar da atravancada recuperação, a publicidades nos Cinemas Nos cresceu a dois dígitos no ano passado, na casa dos 30%. “Mas nós temos como referência 2019 — que foi o melhor ano de sempre de espectadores e de publicidade no cinema — e em relação a esse ano ainda estamos cerca de 20% abaixo em termos de investimento publicitário“, avançou Miguel Magalhães ao +M.

Na verdade, e embora a receita publicitária em cinema seja “importante economicamente para a Nos Publicidade”, o seu peso no total das receitas publicitárias da operadora é, neste momento, de apenas 6%, quando já chegou a representar 12%.

Para este ano a marca mostra-se otimista, tendo inscrito em sede de orçamento “fazer o mesmo número” que em 2019. “Os dois primeiros meses correram bastante bem, mas ainda faltam 10 meses. Temos boas perspetivas e acredito que é possível lá chegarmos. Se o conseguirmos vai ser um feito incrível, não o fazendo estamos no caminho e faremos para o ano”, concluiu Miguel Magalhães.

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Custos das empresas com salários sobem mais em Portugal do que na União Europeia

Custos do trabalho subiram 9,6% em Portugal, enquanto na União Europeia aumentaram 4,3%. E também nos custos salariais Portugal superou a média: 9,6% contra 4,7%.

Os custos suportados pelas empresas por cada trabalhador aumentaram no final de 2024 tanto em Portugal como no conjunto da União Europeia. Mas por cá a subida foi bem mais expressiva, de acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo Eurostat.

“No quarto trimestre de 2024, os custos de trabalho por hora subiram 3,7% na Zona Euro e 4,3% na União Europeia, face ao mesmo trimestre do ano anterior”, informa o gabinete de estatísticas no destaque publicado esta manhã.

Os custos do trabalho, importa explicar, abrangem duas componentes: salários e outros custos (como impostos, indemnizações e seguros). Ora, quanto aos custos salariais, a União Europeia registou um aumento homólogo de 4,7% e a Zona Euro de 4,1%, no fim de 2024.

Já no que diz respeito aos outros custos, o último trimestre de 2024 foi sinónimo de uma subida homóloga de 3,0% no bloco comunitário e de 2,6% na área da moeda única.

Em comparação, em Portugal, os custos do trabalho cresceram 9,6% entre outubro e dezembro de 2024, face ao mesmo período de 2023. É um salto bem mais expressivo que a média comunitária.

Além disso, por cá, os custos salariais subiram 9,6% no último trimestre do ano e os outros custos aumentaram 9,5%, o que significa que também nestes indicadores Portugal superou a média dos 27.

Ainda assim, Portugal não foi dos Estados-membros onde estes custos mais subiram no final de 2024. “No quarto trimestre de 2024 face ao mesmo trimestre do ano anterior, os maiores aumentos dos custos salariais por hora foram registados na Croácia (13,9%), Polónia (13,8%), Roménia (13,1%) e Bulgária (13,0%)“, sublinha o Eurostat, que destaca que também a Hungria, Letónia e Lituânia verificaram subidas acima da fasquia dos 10%.

Conforme mostra o gráfico acima, Portugal foi, contas feitas, o oitavo país da União Europeia onde os custos salariais por hora mais aumentaram no último trimestre de 2024, face ao período homólogo.

Em contraste, no Luxemburgo os custos das empresas com ordenados subiram menos de 1%, o que pode ser explicado pelo facto de que, tradicionalmente, esse é o país do bloco comunitário com vencimentos mais elevados, o que encolhe a margem para aumentos.

(Notícia atualizada às 10h59)

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