China. Principal indicador da dívida aponta para crise financeira iminente
A dívida da China atingiu um nível recorde no primeiro trimestre do ano. O principal indicador aponta para a possibilidade de uma crise financeira nos próximos três anos, alerta uma agência suíça.
O principal indicador da dívida da China atingiu um nível recorde no primeiro trimestre de 2016, dando um sinal de alerta para os riscos iminentes no sistema bancário da segunda maior economia do mundo, avançou hoje uma agência suíça.
Entre janeiro e março, o desvio do rácio entre o crédito e o Produto Interno Bruto (PIB) atingiu 30,1%, o nível mais alto de sempre e bem acima dos 10%, o patamar que “acarreta riscos para o sistema bancário”, segundo o relatório difundido hoje pelo Bank for International Settlements (BIS). O BIS alertou para a possibilidade de uma crise financeira na segunda economia mundial, nos próximos três anos.
A dívida da China tem aumentado à medida que Pequim tornou o crédito mais barato e acessível, num esforço para incentivar o crescimento económico. Analistas chineses e estrangeiros alertam, no entanto, que o rápido aumento da dívida e do crédito mal parado poderá resultar numa crise financeira.
A agência suíça coloca o nível da dívida chinesa, entre janeiro e março, acima de todos os outros 41 países analisados, incluindo os Estados Unidos da América, Grécia e Reino Unido. No final do ano passado, o endividamento da China atingiu o valor total de 23,6 biliões de euros (168,48 biliões de yuan), o equivalente a 249% do PIB, segundo a Academia de Ciências Sociais da China. Em agosto, todos os quatro maiores bancos estatais chineses anunciaram um aumento do crédito mal parado, no primeiro semestre do ano.
Um funcionário do regulador bancário chinês estimou, em junho passado, que os bancos do país amortizaram mais de 269 mil milhões de euros (300 mil milhões dólares) – um valor superior ao PIB português – em crédito mal parado, desde 2013.
Pequim anunciou, entretanto, medidas para combater o problema, incluindo a conversão das dívidas em títulos, enquanto analistas defendem que as reservas cambiais da China, as maiores do mundo, e o controlo do Estado sobre o sistema bancário podem ajudar a atenuar o impacto de uma crise financeira.
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