BE: “É indiscutível” que as notícias da economia são más
PCP e BE atacam governo anterior. CDS diz que não existem "três mitos", mas sim "três mintos" no atual Governo.
O deputado do Bloco de Esquerda Heitor de Sousa diz que é “indiscutível” que as notícias sobre investimento e crescimento económico são más. No debate sobre a “Captação de Investimento e Crescimento” esta quarta-feira no parlamento, o Bloco de Esquerda avisa que a trajetória do investimento “a todos nos preocupa”.
No entanto, Heitor de Sousa ressalva que essas más notícias “não são de agora”. O deputado bloquista acusou o PSD de não ser sério sobre uma variável “estratégica” como é a do investimento: “Ao PSD não interessa uma interpretação correta dos factos”, disse.
Heitor de Sousa defende que os “impactos mais relevantes situam-se a médio-longo prazo”, pelo que os efeitos do investimento feito podem só ver-se no futuro. E, por isso, justifica os valores atuais com a atuação dos governos anteriores.
“A formação bruta (FBCF) trimestral a partir do primeiro trimestre de 2015 tem vindo a decrescer” e “essa evolução está em linha com a evolução do PIB”, argumentou. “Por razões de incompetência e desleixo, deixou uma pesada herança”, disse referindo-se ao governo do PSD/CDS que “diabolizou o investimento público há quatro anos”.
CDS diz que não são 3 mitos, mas “3 mintos”
Pedro Mota Soares acusou o executivo de ter “três mintos” sobre o investimento e crescimento económico, e não “os três mitos” de que António Costa falou na passada quinta-feira no debate quinzenal. O deputado do CDS acusou o governo de estar a contribuir para a queda destes indicadores, mentindo sobre os mesmos em público.
Mota Soares referiu a diminuição do investimento público que “deveria estar a crescer cerca de 12% e está a cair cerca de 11%”. “Há cerca de 600 milhões que estão fora da nossa economia” por causa do Governo não investir, argumentou. Além disso, Pedro Mota Soares disse que o número de novas empresas está a diminuir, “-3%” em relação a 2015, e que desapareceram “mais 11 mil empresas em 2016 em relação a 2015”.
PCP ataca estratégia do governo anterior
A estratégia seguida pelo governo anterior só beneficiou os grandes grupos estrangeiros, defendeu Bruno Dias. O deputado comunista argumento que “a esmagadora maioria desses investimentos correspondem a meros instrumentos financeiros”, não sendo investimento “digno desse nome” e sem resultados reais na economia.
Bruno Dias continuou o ataque ao PSD e CDS dizendo os “gestores experimentados e de excelência” não investem onde sentem, “com os seus sensores empreendedorísticos”, mas sim quando há “um governo com gente amiga que dê confiança e que não faça falta de benefícios fiscais”. “Enfim, gente do peito”, desabafou o deputado comunista acusando o governo anterior de criar um “estado mínimo e máxima ajuda ao capital privado”.
Editado por Mariana de Araújo Barbosa
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