Futuro da indústria automóvel: Baterias dos telemóveis nos automóveis?
100 anos depois de Ford, o carro democratizou-se e a indústria não parou de investir ou inovar, mas não conseguiu outra revolução à mesma escala. As baterias de tamanho reduzido vão ser a resposta.
A indústria automóvel pode mudar drasticamente nas próximas décadas com a diminuição do tamanho e custo das baterias. Quem o diz é um relatório da Bloomberg New Energy Finance e da McKinsey & Co. Consumers que prevê um ‘boom’ até 2030. Os carros elétricos de condução autónoma e aplicações de partilha de boleia vão ser o futuro.
No início do século XX deu-se a revolução Ford com a produção em larga escala dos automóveis. 100 anos depois, o carro democratizou-se e a indústria não parou de investir ou inovar, mas não conseguiu outra revolução à mesma escala.
Agora os especialistas da área sugerem que vai acontecer a maior mudança no setor, em um século, até 2030. O que vem aí? As baterias de lítio cada vez mais baratas – o preço diminuiu 65% desde 2010, escreve a Bloomberg – vão continuar nessa trajetória.
As baterias são, neste momento, os maiores custos dos carros elétricos. A quebra dessa despesa emparelhada com o desenvolvimento da tecnologia na área dos carros autónomos pode fazer com que a próxima década seja decisiva para a indústria automóvel. O relatório prevê uma quebra do preço das baterias entre os 16 a 20%.
O relatório considera que esses efeitos já estão a tornar-se realidade agora. Os investimentos feitos, por exemplo, na Tesla Motors e Uber, são exemplo disso. Além disso, tem existido um aumento da criação de empresas de software para ligar carros elétricos a funcionalidades como sistemas de pagamentos. O objetivo é incorporar aplicações no carro.
“Os veículos e a forma como estes são usados vão mudar mais nas duas próximas décadas do que mudaram nos últimos 100 anos”, anuncia o especialista em transportes da Bloomberg New Energy Finance. Colin McKerracher refere que o impacto nas cidades vai ser “particularmente profundo”.
A Bloomberg estima uma queda para os 350 dólares dos custos com as baterias em relação aos mil dólares registados em 2010. Os carros elétricos viram as vendas aumentar para 448 mil no ano passado, em comparação com os 52 mil registados há seis anos. Os dados deste ano indicam um aumento para os 647 mil.
Quem vai também beneficiar desta mudança são as empresas de eletricidade que devem fazer a procura aumentar 3%. Outro relatório da Bloomberg divulgado este ano já indicava que os veículos a eletricidade e os híbridos podem dispensar o uso de 13 milhões de barris de petróleo por dia em 2040.
Alemanha aprova lei para o futuro
Em 2030 não se vai poder vender novos carros a gasolina ou gasóleo na Alemanha. A decisão foi aprovada esta segunda-feira no Parlamento alemão: não se comercializam modelos de automóveis a combustão, explica o jornal alemão Der Spiegel.
O objetivo é incentivar os restantes países da União Europeia a optarem pelos veículos elétricos ou alimentados a hidrogénio daqui a década e meia. Os alemães querem que se criem mais incentivos fiscais para quem usar veículos mais amigos do ambiente, a chamada fiscalidade verde.
Editado por Mónica Silvares
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Futuro da indústria automóvel: Baterias dos telemóveis nos automóveis?
{{ noCommentsLabel }}