Americanos trabalham muito. E os portugueses?
Segundo um novo estudo que compara as horas de trabalho na Europa e nos Estados Unidos, um europeu trabalha menos 19% do que um americano. Os portugueses trabalham 22,7 horas por semana.
Os norte-americanos trabalham mais horas que os europeus, tiram cada vez menos dias de férias e adiam cada vez mais a reforma. Essa é a conclusão de um novo estudo ainda não publicado realizado por vários economistas (Alexander Bick da Arizona State University, Bettina Bruggemann da McMaster University e Nicola Fuchs-Schundeln da Goethe University Frankfurt). Portugal é, entre os países analisados, dos que mais se trabalha.
De acordo com o estudo citado pela Bloomberg, em média, um europeu trabalha menos 19% do que um americano, o correspondente a 258 horas por ano ou uma hora a menos por semana. Para tornar a comparação entre países mais fácil e fiel, foram tidas em conta não só as horas diárias de trabalho como a idade da reforma, desemprego, dias de férias e horas fora do local de trabalho.
As horas de trabalho variam muito consoante o país: enquanto os trabalhadores dos Estados Unidos são os que trabalham mais (26,1 horas por semana), os italianos são os que menos trabalham (18,4 horas). Já Portugal aparece em quarto lugar na lista dos que mais trabalham (22,7 horas), atrás da Suíça e da República Checa.
No ranking das horas trabalhadas, Portugal está no top
Os norte-americanos trabalham mais porque se esforçam mais pois esse esforço adicional compensa mais do que noutros países. Nos Estados Unidos “os trabalhadores têm incentivos para tentarem trabalhar mais porque é mais fácil serem promovidos“, afirma Dora Gicheva da University of North Carolina-Greensboro, num estudo semelhante que compara os Estados Unidos com a Alemanha.
Os impostos são outro fator determinante: os estudos sugerem que a alta carga fiscal reduz o incentivo e esforço dos trabalhadores para ganharem mais dinheiro trabalhando horas extra. “Os americanos são mais ricos do que os europeus e uma das razões para tal é o facto de os impostos reduzirem o incentivo ao trabalho na Europa”, sublinha Lee Ohnanian da University of California-Los Angeles.
Outro ponto-chave para estas diferenças entre europeus e americanos é a proteção dos trabalhadores, que é muito mais forte na Europa devido à regulação do trabalho e existência de sindicatos, concluiu outro estudo das Universidades de Harvard e Dartmouth, em 2006. Por outro lado, a garantia de pensões é um desincentivo ao trabalho dos trabalhadores seniores: nos Estados Unidos há mais pessoas com mais de 65 anos a trabalhar do que nos países europeus.
Editado por Paulo Moutinho
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