Potencial de aquecimento global desceu em 2014
Enquanto a atividade económica crescia, o potencial de aquecimento global em Portugal desceu 0,4%, uma diminuição que dependeu principalmente da redução das emissões de metano.
O potencial de aquecimento global diminuiu em Portugal em 2014 relativamente ao ano anterior, atingindo o mínimo desde 1995, apesar do crescimento da atividade económica, sendo a indústria o setor com maior contribuição, revela hoje o INE.
Os últimos dados disponíveis são de 2014 quando o potencial de aquecimento global desceu 0,4%, igual tendência seguida pelo potencial de acidificação e o de formação de ozono troposférico, com diminuições de 1,7% e de 2%, respetivamente, revelam as Contas das Emissões Atmosféricas. Já a economia cresceu e o Valor Acrescentando Bruto (VAB), a preços base, aumentou 0,4% em volume.
Estes indicadores económico-ambientais do Instituto Nacional de Estatística (INE) permitem analisar as implicações ambientais do padrão de produção, conjugando os dados sobre o ambiente, nomeadamente os efeitos das emissões de poluentes, e as contas nacionais.
A redução das emissões de gases com efeito de estufa é um dos objetivos do Acordo de Paris já que são um dos principais responsáveis pelas alterações climáticas e Portugal ratificou este documento, tendo fixado metas de diminuição. Em 2014, “os principais contributos para o potencial de aquecimento global foram dados pelos ramos indústria (28,4%), energia, água e saneamento (26,9%) e agricultura, silvicultura e pesca (15,9%), bem como pelas famílias (12,6%)”, segundo o INE.
O peso das áreas energia, água e saneamento diminuiu 0,7 pontos percentuais (pp) de 2013 para 2014, valor abaixo da média do período 1995 a 2014, e a indústria apresentou uma redução ligeira (0,1 pp), mantendo valores acima da média. Em oposição, a agricultura, silvicultura e pesca e os transportes e armazenagem apresentam aumentos (0,3 pp), continuando a tendência de subida do peso relativo, nos últimos anos, explica o INE.
A diminuição do potencial de aquecimento global deveu-se, sobretudo, ao decréscimo das emissões de metano (CH4), mas também de dióxido de carbono (CO2), ao contrário das de óxido nitroso (N2O) que aumentaram, “prolongando o perfil ascendente anterior”.
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