Em atualização Quanto deve a economia portuguesa? 719,6 mil milhões…. fora os bancos
As administrações públicas continuam a aumentar o seu endividamento, com a dívida na ótica de Maastricht a subir em agosto. Já os privados diminuíram as dívidas.
O número impressiona e, por isso, vale a pena ser escrito por inteiro: 719.550.000.000 euros. É quanto deve a economia portuguesa, sem contar com os bancos. O valor reporta a agosto de 2016 e mostra que face a julho houve um aumento de dois mil milhões de euros.
Os dados são do Banco de Portugal e foram revelados esta quinta-feira, no Boletim Estatístico. Mostram o valor total do endividamento das administrações públicas e dos particulares, sem descontar os ativos, e excluindo o setor financeiro. O número é o mais elevado desde o início da série (dezembro de 2007): ultrapassou o anterior recorde, de fevereiro de 2015, quando tinham sido atingidos os 718,8 mil milhões de euros.
Do endividamento registado em agosto, 310 mil milhões de euros são do setor público, enquanto 409,5 mil milhões são do privado. O número para o setor público difere do valor da dívida pública acompanhado pela Comissão Europeia, na ótica de Maastricht.
O Banco de Portugal recorda que na ótica de Maastricht, o critério que é usado pela Comissão Europeia e também muito seguido pelos mercados, a dívida pública subiu para 243,3 mil milhões de euros em agosto, mais 2,5 mil milhões de euros quando comparado com o mês anterior. Contudo, líquida de depósitos da administração central, a dívida diminuiu (perto de 700 milhões de euros).
Assumindo o PIB nominal previsto pelo Governo para 2016, no âmbito do Orçamento do Estado para 2017, a dívida pública considerada para efeitos de metas assumidas em Bruxelas está em 131,3% do PIB, um valor acima da meta de 129,7% fixada no documento e do valor registado em 2015 (129%).
Contudo, o objetivo do Governo ainda pode ser alcançado, uma vez que até ao final do ano o Tesouro terá ainda de pagar dívida. Por exemplo, a 15 de outubro venceu uma linha de obrigações do Tesouro no valor de quatro mil milhões de euros — este impacto ainda não está refletido nos números, que reportam apenas a agosto.
Endividamento dos privados baixa
Já o endividamento do setor privado baixou em cerca de mil milhões de euros. As empresas contribuíram com uma descida de 745 milhões, enquanto os particulares subtraíram outros 271 milhões.
A descida do endividamento foi comum a todas as dimensões de empresas, desde as micro às grandes. No universo dos particulares, destaca-se que a diminuição do endividamento aconteceu apenas nos empréstimos para a habitação, ou nos empréstimos ao consumo mas para financiar atividade empresarial em nome individual. Já o endividamento para consumo subiu ligeiramente (12 milhões de euros).
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