Dívida pública bate novo recorde: 133,1% do PIB
As administrações públicas até se endividaram menos este ano do que em igual período de 2015, mas isso não chega. A pilha de dívida continua sempre a subir.
A dívida pública portuguesa bateu um novo recorde: em setembro escalou para 133,1% do PIB, o valor mais alto desde o início da série compilada pelo Banco de Portugal (2007). O valor do endividamento registado entre janeiro e setembro de 2016 até foi mais baixo do que o verificado em igual período do ano passado, mas isso não chega para fazer descer o rácio.
Os dados do Banco de Portugal, revelados esta segunda-feira, mostram que as administrações públicas acumularam 244,4 mil milhões de euros de dívida na ótica de Maastricht, a que é relevante para Bruxelas, em setembro. Este valor fica acima tanto do registado no mês anterior, como no mesmo mês de 2015.
Em percentagem do PIB, um rácio apurado a cada três meses, o valor também fica acima do registado em junho de 2016 (que era de 131,7%) e do valor de setembro do ano passado (quando estava em 130,4% do PIB). A meta do Executivo para este ano, assumida na proposta de Orçamento do Estado para 2017, é de 129,7% do PIB. A meta do Pacto de Estabilidade e Crescimento, que começará a ser relevante se Portugal concretizar a perspetiva de saída do Procedimento por Défice Excessivo este ano, é de 60% do PIB.
Analisando os números líquidos de depósitos da administração central, o valor está nos 223,1 mil milhões de euros. Este número é inferior ao registado em agosto (que era de 223,6 mil milhões de euros), mas fica acima do número de setembro de 2015 (estava em 213 mil milhões de euros).
Financiamento baixa em 2016
Apesar deste recorde, o Banco de Portugal explica que entre janeiro e setembro o financiamento das administrações públicas foi de 3,9 mil milhões de euros, “inferior aos 4,2 mil milhões de euros registados em igual período de 2015”. Ou seja, as administrações públicas até diminuíram o ritmo de financiamento, mas isso não chega para fazer descer o valor total da dívida acumulada, nem o rácio da dívida no PIB.
O banco central adianta ainda que, quando comparado com 2015, este financiamento aumentou junto dos residentes mas, em contrapartida, o financiamento no exterior baixou. Este movimento refletiu “a redução de títulos de dívida (3,3 mil milhões de euros) e o reembolso antecipado de empréstimos do FMI ocorrido em fevereiro de 2016 (menos dois mil milhões de euros).”
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